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A CONDIÇÃO HISTÓRICA DO MOVIMENTO DO

ADVENTO

Através de toda a nossa história as três mensagens angélicas têm


sido o centro de nossas pregações. Como Tiago White declarou:
"A Verdade e o Trabalho de Deus neste movimento, começando com
os trabalhos de Guilherme Miller, e alcançando o fim do período de
provação, é ilustraria por estes três anjos.... Estes anjos ilustram as três
divisões do movimento genuíno...
"Os adventistas do sétimo dia mantêm o grande movimento do Advento
(de 1844), portanto têm utilidade nas mensagens.... Eles não podem deixar
de usar estes anéis na corrente dourada da cidade, que une o passado com
o presente e o futuro, e mostram uma linda harmonia no conjunto total.
"Eu o repito, as três mensagens (angélicas), simbolizam as três fontes
do movimento genuíno."

Para compreender corretamente e avaliar o movimento do Advento


e sua distinta mensagem tríplice, nós devemos estudá-la não somente
em sua relação para com o mundo todo em nosso redor mas também em
relação à espécie de mundo que o precedeu. Portanto esta referência se
inicia com um relatório do período precedente ao movimento do
Adventismo.

As Grandes Revoluções do Décimo Sexto Século

A linha divisória entre o mundo medieval e o moderno, sob o efeito


religioso, foi a Reforma Protestante do décimo sexto século. É o
acontecimento mais importante (Ellen. G. White, 55, Life Incidents,
(1868, ed.), pp. 306, 307), que sem dúvida, foi a nova compreensão
sobre a fonte de autoridade religiosa. Os Reformadores Protestantes
disseram que as Escrituras, não a igreja, são a fonte verdadeira.
Naqueles anos de início do século ocorreu também uma revolução
científica. Copérnico, conhecido como o pai da moderna astronomia, foi
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um contemporâneo de Lutero. Foi ele o primeiro homem que começou
claramente a formular a verdadeira teoria da operação dos corpos
celestiais. Até aí a Terra tinha sido considerada como o centro do
universo, os homens criam que o sol, a lua e as estrelas se moviam ao
redor da Terra. A primeira relação para com a teoria de Copérnico, foi
que ela faz com que este mundo, e o homem, parecessem muito sem
importância. Os historiadores da ciência falam da revolução de
Copérnico, tão grande foi o transtorno causado pelas novas idéias
científicas. Nós veremos imediatamente que o pensamento científico,
começou a influir sobre o pensamento religioso, no princípio colorindo-o
e então dominando-o.
Ao se iniciar o décimo sétimo século, ouviu-se a voz de Galileu, um
dos fundadores da moderna ciência experimental. A idéia da experiência
nos parece tão comum, mas em seus dias era nova e revolucionária. O
método de estabelecer a verdade de qualquer ponto de vista, tinha
anteriormente sido por um exame de proposições filosóficas e por
deduções lógicas. Mas Galileu partiu da teoria de que o único meio de
ter a certeza de que uma proposição é carta, foi a de verificá-la contra as
evidências dos nossos cinco sentidos . esta base primária do mundo
científico moderno aqui nos interessa porque ela gradualmente também
veio a ser usada no âmbito religioso.
A revolução religiosa não ficou confinada ao campo religioso e
científico. Na primeira parte do décimo sétimo século viveu Descartes,
pai da filosofia moderna, que rompeu com a filosofia da Idade Média,
começando com a premissa maior da dúvida, em vez da fé e da crença.
Desta maneira o ceticismo tornou-se dominante no campo da filosofia.
Quando nos lembramos que através de todas as filosofias e da teologia
do período medieval tinham estado interligadas, bem como ainda estão
entrelaçadas no pensamento católico nós podemos ver quão grande foi a
revolução no mundo filosófico.
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O Décimo Oitavo Século Marcado pelo Racionalismo

A próxima grande figura que desponta na área do pensamento


científico, foi Sir Isaac Newton, que morreu em 1727. Cabe-lhe o crédito
pela formulação detalhada das leis da mecânica celeste. Pela primeira
vez apresentou-se em maneira formal não somente as moções de todos
os corpos celestes mas também as leis para explicar estas moções. Todo
o universo ficou parecido com uma vasta maquina que operasse
ritmicamente, nunca falhando, cada parte movendo-se em relação a
outras partes como umas rodas e eixos de uma grande máquina.
Naturalmente, este quadro do universo começou imediatamente a
atingir os pensamentos dos homens em toda a parte. Para os de mente
céptica, a compreensão newtoniana do universo foi usada para apoiar um
universo sem Deus, de teoria mecânica.
O décimo oitavo século viu um rápido desenvolvimento no campo
da ciência experimental. Uma das marcas distintas daquele século foi o
seu desencantamento do dogma e da tradição e sua exaltação da natureza
e da razão humanas.
Na França o Racionalismo levou os homens ao ateísmo e ao culto
da Razão, tão dramaticamente ilustrado na Revolução Francesa.
Do outro lado do Canal, na Inglaterra, e mais longe ainda, na
América, esta luz da falsa razão não brilhou tão encantadoramente. Nos
países de fala inglesa os homens não se tornaram ateus, mas antes
deístas. Os deístas criam que Deus era a base da origem desta terra, e de
todos sobre ela. Mas eles tão completamente criam na idéia de leis
naturais irrompíveis, que eles não podiam encontrar lugar para Deus,
desde que o mundo foi posto em movimento. De maneira que
inventaram a idéia de um tipo de Deus dominador ausente. Deus criara o
mundo e então se ausentou aos recessos turvos da eternidade para
comungar consigo, deixando o mundo correr como um relógio de corda.
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Em seus anos jovens Guilherme Miller foi afetado pelo deísmo
cético, até que, como ele confessou não estar bem certo se existia Deus
ou se existia qualquer plano ou propósito para o mundo.

As Escrituras Minadas pelo Racionalismo

A. exaltação da razão humana e a glorificação da natureza e das leis


naturais, que podem ser entendidas, ao menos em parte, pela
experimentação, levou a questionar da necessidade da revelação.
Certamente o Deus do deísmo não Se preocuparia em prover uma
revelação. Ainda mais, é fácil de ver como homens que vieram a exaltar
a razão concluíram que a validade de qualquer revelação alegada devesse
ser medida em termos de se é razoável crer.
Não há nada mais distinto na revelação das Escrituras do que a
profecia e os milagres. Ambos naturalmente foram duramente atingidos
pelos racionalistas. O ataque, plausível e militante, foi simplesmente de
que é pouco razoável crer que eventos podiam ser preditos ou de que
milagres da Escritura podem ter ocorrido. Para os racionalistas do
décimo oitavo século o relatório bíblico dos milagres pareciam-se às
histórias maravilhosas encontradas em religiões não cristãs. Portanto,
por que deviam crer os milagres relatados na Bíblia? Mantende em
mente este argumento pois nós o encontraremos básico no pensar de
líderes nominalmente cristãos, uns cem, ou mais anos depois.
O próprio fato que a profecia e os milagres são dois dos pilares
principais que mantêm a doutrina da inspiração da Bíblia, significa que
os racionalistas depunham uma estima baixa nas Escrituras quando eles
não a desprezavam totalmente.
A principal das doutrinas bíblicas descontadas foi a de que o
homem está perdido em pecado sem esperança. Ao mesmo tempo os
racionalistas começaram a concluir que nas descobertas que se fazia no
ambiente científico se encontrava a esperança para um mundo melhor.
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A Idéia do Progresso Mundial

Aqui nós achamos as raízes da teoria da perfectibilidade do homem


e do progresso inevitável do mundo que finalmente dominaria todos os
campos de pensamento. Neste ponto o filósofo francês Rousseau,
aparece, declarando que o homem é intrinsecamente bom, embora mau
atualmente, e que o paradoxo se explica pelo preparo errado que a
maioria dos homens recebe, e o mau ambiente em que a maior parte dos
homens têm que viver. Se isto fosse a verdade, então está dentro da
capacidade do homem de soltar o bem crescente que há nele e assim
produzir para si uma salvação secular própria, através da educação
própria e ambiente apropriado.
Os pensamentos de Rousseau entoavam com as premissas básicas
do pensamento do século dezoito, isto é, o avanço se pode encontrar
explorando a natureza e educando a mente.

Enquanto tudo isto ocorria no mundo do pensamento secular, uma


idéia começou a ser promovida no mundo religioso protestante que iria
finalmente colorir todo o pensamento religioso do século posterior. Um
teólogo chamado Daniel Whitby, no começo do século dezoito,
estabeleceu a idéia que o mundo devia se converter antes do fim do
tempo, de que haveria um milênio de crescente santidade antes do
Advento. Não levou muito tempo que esta déia da conversão do mundo e
um milênio de justiça precedente ao Advento foi vastamente aceito.
A doutrina de Whitby foi em muitos aspectos a contraparte
espiritual da idéia secular da perfectibilidade do homem e o inevitável
progresso do mundo. Sua doutrina também marcava uma intensa
separação do princípio protestante da interpretação literal da Bíblia, e
assim preparou o caminho para maiores livres manejos das Escrituras –
posteriores desatenções no manejo das Escrituras.
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A Reação Contra o Domínio da Razão

Contra o uso céptico da razão no terreno secular, e no quase igual e


despido escolasticismo nas grandes igrejas do Estado, veio uma reação.
No mundo religioso a reação se revelou no movimento pietista.
No mundo filosófico levantou-se uma escola de pensamento que
tinha seu objetivo em derrubar a supremacia da razão, que pretendia que
pode ser conhecido com certeza mas o que pode ser observado e
objetivamente verificado pelos cinco sentidos. Deste desafio filosófico à
razão um escritor observou:
"Agora confrontamos o novo grande clamor do idealismo
filosófico, e uma de suas mais evidentes formas, que marcou a passagem
de um século para outro, (do décimo oitavo ao décimo nono), e à luz do
qual somente a história teológica de nosso período se torna inteligível."
Este desafio ao mau domínio da razão cética foi, ao menos em parte
uma tentativa de defender a religião. De fato, alguns destes filósofos
eram teólogos. Mas a cura para o racionalismo que ofereciam
demonstrou ser quase tão má como a própria enfermidade, porque ela
popularizou a idéia que até aí fora anátema em todos os círculos
religiosos, a idéia panteísta de Deus. Os racionalistas tinham afastado a
Deus nos distantes arcanos da eternidade, quando não O aboliram. Os
filósofos procuravam trazê-Lo para perto entra vez., Mas na procura de
trazê-Lo para perto eles foram ao outro extremo e fizeram-nO uma parte
de toda a natureza, da montanha, árvore, vale e rio.
É verdade que a palavra panteísmo não é usada por esses filósofos,
ou pelos teólogos que vieram gradualmente a aceitar este conceito de
Deus. Em vez disso, eles falavam de um "Deus imanente." Um escritor
bem descreveu a doutrina de um Deus imanente como simples "alto
Panteísmo", o que significava que o Deus pessoal da Bíblia foi
evaporado no espírito movente e essência de toda a criação.
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O mesmo escritor que fala deste "mais alto Panteísmo", da seguinte
maneira conclui seu exame da filosofia de Immanuel Kant e dos outros
filósofos idealistas que o seguiram:
"Nós temos que perguntar se dentro desta grande, ou ao menos
imponente conjuntura de idéias se possa achar lugar para o ser pessoal de
Deus e o homem que contém um lugar central através do ambiente
inteiro do pensamento bíblico, e sem o qual a religião cristã poderá nem
existir nem ser concebida."
Esta escola filosófica não podia deixar de influir no pensamento
teológico, porque a teologia e a filosofia tinham se relacionado
tradicionalmente bem, e, como já foi dito, alguns destes filósofos eram
de fato teólogos. Ainda mais, os líderes nesta escola de filosofia eram
alemães, e a Alemanha já era um reconhecido centro de pensamento
filosófico. Aquele país devia tomar mais e mais a liderança no campo da
teologia ao iniciar-se o século dezenove. (2. H. R. Mackintosh, Types of
Modern Theology, p. 19. 3. Ibid, p. 30).

O Teólogo Schleiermacher

Nós não podemos terminar a discussão das forças que operaram na


mudança dos pensamentos religiosos dos homens no século dezoito sem
mencionarmos mais um nome, o do teólogo alemão Schleiermacher.
Dele um escritor registra bem:
“Seu trabalho no fim do décimo oitavo século abriu uma nova era
não somente em teologia como um todo, mas ainda mais claramente na
interpretação científica da religião.”
Ele preocupava-se em proteger a religião do racionalismo, mas ele
caiu na mesma cova como os filósofos idealistas, se de fato não foi
puxado para a cova para lê-los. "A luta entre o Panteísmo e crença cristã
herdada durante toda a sua vida" "Nós somos deixados mais que a
metade em dúvida se ele por 'Deus' quer dizer um ser de caráter
específico."
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O escritor de quem acabamos de citar conta como as proposições
panteístas de Schleiermacher o levaram a manchar a doutrina bíblica da
criação.
"As idéias assumidas do imanentismo, que dirigem sua mente...
tornavam difícil para ele encontrar até um meio de valor em tais idéias
como "criação do nada", ou a absoluta liberdade de Deus em chamar o
universo à existência. A razão de fato é de que a doutrina da Criação,
compreendida como a Bíblia a compreende, salienta aquela diferença
precisa e a distância entre Deus e o homem que e o alvo do panteísmo
místico ou especulativo abolir." Tão influente foi o pensamento de
Schleiermacher que nós o encontramos afetando definidamente o
pensamento religioso aqui na América, um século depois, como
descobrirmos em tempo próprio. (4. Ibid, p. 31, 5: Ibid, p. 51, 6. Ibid, p.
59, 7. Ibid, p. 81).
Somemos agora as forçar; operantes ao mudarmos do décimo
oitavo ao décimo nono século:

Forças Operantes à Abertura do Século Dezenove

A investigação e descoberta científica foi gradualmente criado uma


impressão entre os intelectuais, e até certa parte entre o público em geral,
que a ciência tem a chave para o futuro e tem a fórmula para determinar
o que é a verdade.
A idéia do valor e respeitabilidade inerente e potencial do homem,
conjugada com a idéia filosófica do progresso mundial, estava
vagarosamente tomando conta das mentes dos homens.
Um exame crítico de todos os relatórios anteriores, conhecidos
popularmente como alta crítica quando aplicados ao relatório bíblico,
estava em caminho, embora tal crítica até aí tinha sido escassamente
aplicada às Escrituras. Em círculos religiosos e filosóficos uma
compreensão imanente e mística de Deus e assim de todo o mundo
sobrenatural, estava começando a infetar o Cristianismo.
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Não obstante, nenhum destes pontos de vista, tinha lá pelos 1840,
mudado de qualquer maneira a compreensão de Deus e da teologia cristã
que o Protestantismo em geral trouxera dos tempos da Reforma. É
verdade que o Cristianismo em geral aceitara então a idéia pós-Reforma
da conversão do mundo, com o seu milênio de santidade terrestre
precedente ao Advento. Sem dúvida, também, as igrejas se tornaram
inconscientemente manchadas com a visão mística de Deus e o
sobrenatural que era mantido pelos filósofos e outros. Mas, devia-se
repetir, que existe um entendimento em geral entre os historiadores
eclesiásticos que até mais ou menos a metade do século dezenove, a
teologia Protestante estava essencialmente sem mudança. Isto foi por
duas razões:
Primeiro, leva tempo para o fermento de novas idéias de mudar a
forma e o caráter de alguma cousa tão grande como o Protestantismo.
Segundo, a teoria darwiniana da evolução, que parecia valorizar,
coordenar, e dar significação adicional a muitas das novas idéias na
ciência e na filosofia, não fora ainda proclamada.

O Movimento Milerita

Neste momento histórico tão espiritual e intelectual significativo, o


movimento do Advento começou sob a pregação de Guilherme Miller, à
consideração do que nós agora nos dedicamos. Para evitar confusão, nós
denominaremos estes primeiros poucos anos do movimento do Advento
Milerismo, para o distinguir do movimento adventista do sétimo dia,
que emergiu como uma entidade distinta depois de 1844.
O Movimento Milerita, embora começasse com a pregação de
Miller em 1831, não se tornou um movimento bem definido até 1840.
Foi então que um número de outros ministros se uniram com Miller para
levar avante um trabalho conjugado. De então até 22 de outubro de 1844,
o movimento cresceu intensivamente em força, até que sua mensagem
foi ouvida através de toda a América e em terras longínquas.
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Os oponentes teológicos do Milerismo estavam dispostos a
concordar que certas profecias bíblicas grandes se acabavam de cumprir
ou estavam por se cumprir, e de que uma mudança momentosa nos
negócios que o evento principal, pendente, era a vinda literal, pessoal, de
Cristo com juízos de fogo, pois eles criam na conversão do mundo. O
mundo secular tinha de maneira mais evidente vindo a crer na
perfectibilidade do homem e do progresso geral do mundo, e portanto
estavam indispostos de dar ouvidos às pregações mileritas. Ainda mais, a
doutrina da vinda pessoal e literal de Cristo era contrária à mística e
panteísta idéia de Deus, que já ganhava um ambiente definido em
círculos intelectuais; embora não esteja claro até que ponto afetava o
pensamento do clero em 1940. Portanto, não é difícil ver por que a
pregação milerita enfrentou uma oposição tão generalizada.

Pregação da Primeira e Segunda Mensagem

Os Mileritas jamais deixaram de salientar o fato de que não


pregavam uma doutrina nova nem estranha, que em vez disso eles
estavam recebendo a esperança e o ensino dos apóstolos e, por sua vez,
dos Reformadores do décimo sexto século. Eles também declaravam que
cumpriam Apoc. 4:6 e 7. Damos em seguida as palavras de um de seus
mais preeminentes oradores:
“Nós vemos a proclamação que foi feita, como sendo a do anjo que
proclamou, ‘é vinda a hora de seu juízo.’ (Apoc. 1:6 e 7). É um clamor
que deve alcançar toda,s as nações; é a proclamação do ‘evangelho
eterno’ ou ‘este evangelho do reino’. De uma outra maneira, este clamor
tem ido adiante pela terra onde quer que seres humanos se encontrem, e
nós tivemos a oportunidade de ouvir do fato.” (itálicos supridos).
Quando as igrejas quase uniformes zombavam de suas pregações,
ridicularizando até a idéia da vinda literal e pessoal de Cristo, os
Mileritas então proclamaram: "Caída é Babilônia." Eles geralmente
declaravam isto em termos da linguagem de Apoc. 18, e desta maneira
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foram capazes de não somente fazer um anúncio mas de transmitir uma
ordem: "Sai dela, povo Meu." Porém, embora fizessem a proclamação,
primeiro nos termos de Apoc. 18, eles chamaram a atenção ao fato de
que a mesma mensagem em essência é encontrada em Apoc. 14:8, e que
é uma mensagem que segue em seguida à de Apoc. 14: 6 e 7. Em outras
palavras, eles creram que estavam proclamando o que nós descrevemos
como a primeira e segunda mensagens angélicas. Em sua denúncia das
igrejas como Babilônia, elas tornaram central na acusação o fato de que
ao igrejas assumiram uma visão espiritualizada das Escrituras, e desta
maneira vaporizavam a grande verdade da vinda literal de Cristo.
Na controvérsia Milerita com as igrejas com respeito à
espiritualização, nós encontramos em embrião, toda a controvérsia
adventista com as igrejas sobre sua espiritualização das mais literais
passagens da Escritura.
Depois de 22 de outubro de 1844, o movimento próprio de Miller se
dissolveu antes que qualquer questão séria fosse levantada sobre a
terceira mensagem de Apocalipse 14.

O Surgimento dos Adventistas do Sétimo Dia

Entre os grupos mileritas divergentes e perplexos no princípio de


1845, encontrava-se alguns que estavam completamente persuadidos que
não havia engano na interpretação básica da profecia, de que 1844 era o
grande ano, e que eles apenas se apegassem à sua fé e pedissem ao
Senhor por luz, eles em breve veriam onde o engano particular se
encontrava e poderiam continuar dali, construindo sobre os fundamentos
já postos. Este pequeno grupo, pequeno e mal definido, foi o núcleo do
Movimento Adventista do Sétimo Dia. (8. Josias, Litch em Advent
Shield, nº 1, (1844), págs. 86 e 87).
Como este pequeno grupo foi corrigido em sua compreensão do
significado do santuário é tão bem conhecido dos Adventistas para ser
discutido aqui. Bem conhecida era também a história de como a verdade
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do sábado, o sétimo dia, foi levada ao grupo de crentes adventistas, em
Washington, New Hampshire, por uma Batista do Sétimo Dia, Rachel
Preston. Mas o que parece não ser tão bem conhecido é de como a
verdade do sábado se ancorou na mensagem do terceiro anjo, e por sua
vez, se tornou central à pregação profética dos adventistas do sétimo dia.
Em poucas palavras a história é a seguinte: Em 1846, José Bates,
um dos pertencentes ao pequeno grupo original que constituía nossos
pais espirituais, escreveu um folheto a favor do sábado, o sétimo dia.
Naquele folheto ele usa o simples e elementar argumento em favor do
sábado, isto é, de que fora estabelecido na Criação, e reafirmado no Sinai
por ser incluído nos Dez Mandamentos, que são o código moral para
todos os homens em todos os tempos. Naquele mesmo folheto ele se
refere rapidamente à ponta pequena de Daniel 7, que pensaria em mudar
os tempos e as leis, especialmente a lei do sábado. Ele pergunta aos
crentes do Segundo Advento, o grupo para quem o folheto foi
preparado, porque eles não duvidariam desta parte da profecia de Daniel,
sendo que tinham tão grande confiança em todas as visões de Daniel.
Na segunda edição deste folheto, publicada em janeiro de 1847,
Bates expande o argumento profético pelo sábado unindo a citação de
Daniel à declaração de João em Apoc. 14:9-11. Ao fazê-lo ele conseguiu
duas coisas: proveu um novo argumento pelo sábado e um novo
argumento contra o domingo. Ele realmente fez muito mais do que isto,
quando ele e seus associados na observância do sábado logo
compreenderam. Ele deu uma interpretação às palavras de João em
Apocalipse 14:9-11, que qualificou os remanescentes observadores do
sábado do Milerismo de sair a outros crentes do Advento com o apelo
que era mais ou menos assim: Todos nós durante o movimento Milerita
críamos que Deus nos proveu para pregar a mensagem do anjo de Apoc.
14: 6 e 7. Todos nós oramos que Deus nos chamou também para pregar a
mensagem de Apocalipse 14:8. Mas por que devíamos nós estacionar
com estas duas passagens quando a Bíblia revela claramente que uma
terceira seguirá? Não é esta terceira uma verdade presente e sensível para
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estes dias que seguem imediatamente a 1844, e não deveríamos crer nela
e em seguida proclamá-la?
Assim José Bates e seus associados apelavam aos Adventistas
observadores do domingo. Em geral suas respostas eram que não
estavam mais certos das mensagens do primeiro e segundo anjos, e
portanto como poderiam eles esperar de ter certeza sobre a terceira?
Foi esta crescente atitude de descrença da parte de outros
adventistas que levaram Tiago White a afirmar: "Nós pretendemos estar
na fé adventista original." Naturalmente, nossos pioneiros declaravam
que outras pessoas adventistas, por causa de suas dúvidas quanto à
primeira e segunda mensagem, se não sua renúncia delas, tinham
"abandonado a fé original." (No The Advent Review aquelas quatro
palavras estão em grandes letras maiúsculas).
É evidente, portanto, que desde o começo este movimento
adventista do sétimo dia considerou como básico e central suas crenças e
as suas pregações da terceira mensagem dos anjos de Apoc. 14:6-11.

Ponto de Vista Restrito no Início Com Respeito


à Mensagem do Terceiro Anjo

Para manter claro o relatório histórico, deveria ser lembrado de


passagem que no princípio nossos antepassados espirituais consideravam
a primeira e a segunda mensagens como tendo sido dadas, no sentido que
elas tinham sido completamente cumpridas, e assim não deviam mais ser
uma parte da pregação Adventista. Este ponto de vista é compreensível
ao nos lembrarmos o que criam sobre três fatos importantes.
1. Eles criam que a fase investigativa do juízo, que precede o
advento de Cristo, era a fase do juízo executivo, e seria excessivamente
breve. Assim, a "hora do Seu juízo" poderia ser considerado como
descrevendo primeiro a vinda de Cristo em glória. Esta mensagem os
homens tiveram ampla oportunidade de ouvir e agir. Se não tivesse sido
pregada em toda a extensão da América e nos países distantes?
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2. A mensagem do segundo anjo era considerada como de um fato
totalmente cumprido, que Babilônia caíra, e num determinado ponto da
história, em 1844.
3. O mundo em geral tinha passado seu dia de graça, misericórdia –
a porta da oportunidade estava fechada.
Daí nossos antepassados espirituais criem que eles deviam focalizar
a terceira mensagem, e consistentemente eles criam bem no próprio
começo que eles deviam proclamar esta mensagem aos companheiros
adventistas, que não estavam sob a condenação do segundo anjo, e que
eram inteiramente conhecedores com o relato, alcance da primeira
mensagem angélica. (9. Review and Herald, April, 18, 1844, p. 101. 10.
Ibid., Aug. 1850, nº 1, p. 1).

A Verdadeira Medida da Tríplice Mensagem

Mas o valor e a importância da tríplice mensagem não deve ser


medido apenas da parte de nossos pais, mas por um estudo das próprias
mensagens, e então, por sua vez, por uma comparação das declarações
proféticas destas mensagens com os eventos decorridos. Não nos
esqueçamos que nós cremos que as três mensagens angélicas são
declarações proféticas relacionadas com os eventos dos últimos dias.
Portanto, os anos que decorressem proveriam prova maior ou
desaprovariam as declarações que os adventistas tinham sempre feito,
que as mensagens são aquelas mais necessitadas pelo mundo nos últimos
dias. Em outras palavras, a pretensão do movimento adventista que foi
iniciado por Deus para pregar uma mensagem diferente e muito
apropriada para as últimas horas da história terrena devia encontrar sua
validez nos eventos da história que deviam ocorrer desde o dia de nossa
primeira pregação em 1840 até a última hora da história terrestre.
Deus jamais é surpreendido. Ele não espera pôr em andamento um
movimento ou a mensagem longamente após o tempo em que é preciso;
antes Ele o põe em movimento para antecipar uma necessidade. Desta
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maneira, os desencadeantes eventos da história, como se enquadram na
mensagem profética de Deus provêem de uma validez convincente, pois
eles revelam a previsão divina dAquele que deu a mensagem. Têm os
eventos que se transformam desde 1844, até ao nosso tempo provido
apoio às nossas predições proféticas baseadas em Apocalipse 14, e nossa
declaração que a nossa mensagem, portanto, é mais apropriada e
verdadeira hoje do que jamais poderia ter sido antes? Esta é plenamente
a questão diante de nós, e é por isto que eu intitulei meus estudos, "A
Crescente Propriedade de Tempo da Tríplice Mensagem."

Doutrinas e Profecias Apresentadas na Tríplice Mensagem

Não obstante, antes de eu apresentar um esboço dos anos de 1844


ao presente, me permitam apresentar as doutrinas e predições proféticas
que são ou explícitas ou implícitas na tríplice mensagem:
1º - Deve-se proclamar uma mensagem nos últimos dias da história
terrestre, mensagens que não é um evangelho novo, nem uma fórmula
para salvação, mas "o evangelho eterno". Evidentemente será necessário
salientar muito especificamente este evangelho eterno, a fim de
encontrar algum item que deve se desenrolar nos últimos dias da história
terrestre.
2º - Existe um chamado aos homens para que adorem, não a um
Deus panteísta, nem um Deus evolucionista, nem um Deus místico, mas
o Deus Criador, os homens devam "temer a Deus... e adorar Aquele que
fez os céus e a terra." Evidentemente existe a necessidade nos últimos
dias para salientar uma grande verdade elementar, com respeito à
natureza, o caráter e a autoridade de Deus.
3º - Uma mensagem deve ser dada anunciando um clímax à história
da terra, e isto sem demora. Mas o clímax deve ser em juízo, rápido e
decisivo, não em transição imperceptível de santidade pela conversão
universal. Nós podemos corretamente aqui unir os juízos investigativo e
executivo, ao considerarmos a última importância desta mensagem do
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juízo. Em outras palavras, deve haver uma grande necessidade de pregar
uma verdade particular com respeito ao caráter dos eventos que estão no
fim do caminho, que os homens podem saber definitivamente o que está
À FRENTE. Existe a necessidade de apresentar o que teólogos
descreveriam como uma escatologia finamente preparada, uma doutrina
das últimas coisas, uma doutrina do juízo e do Advento.
4º - Esta mensagem de que a hora do juízo de Deus é vinda, tem
implícita em si, a mensagem que Cristo vem a segunda vez,
pessoalmente, externamente e em breve. Foi somente quando homens
começaram a aceitar a doutrina da conversão do mundo e um milênio
terrestre que eles permitiram que a doutrina da vinda literal de Cristo se
apegasse em suas mentes. As Escrituras sempre uniram conjuntamente o
fato de final juízo de Deus com a vinda pessoal de Cristo. Não é uma
extensão sem garantia do texto dizer que a mensagem da hora do juízo é
também a mensagem da vinda literal de Cristo pela segunda vez.
5º - Mas esta mensagem do juízo que focaliza nossas mentes no
clímax da história da terra também leva o nosso olhar diretamente ao
santuário nos altos céus, para verificar a maneira em que o trabalho
expiador de Cristo pelo pecado é executado. Evidentemente deve haver
uma necessidade grande e crescente nos últimos dias da história da terra
de trazer aos homens uma clara compreensão da realidade do pecado e
mostrar que nós podemos ser purificados dele. A mensagem conta com o
fator tempo; ela começa em 1844.
6º - Está implicado nesta tríplice mensagem um chamado para
guardar a santa lei de Deus, pois o chamado de "temer a Deus", à vista
do juízo, pode apropriadamente ser relatado em termos de Ecl. 12:13 e
14: "De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus, e guarda os
Seus mandamentos; porque este é o dever de todo o homem. Porque
Deus há de trazer a juízo todas as obras até as que estão escondidas, quer
sejam boas, quer sejam más." Aqui temos uma mensagem de explícita
obediência a uma norma moral claramente definida.
A Condição Histórica do Movimento do Advento 17
Esta conclusão razoável que um chamado para guardar a lei de
Deus é implícita na tríplice mensagem, é reforçada pela descrição dos
santos de Deus que é apresentada imediatamente seguido o anúncio da
tríplice mensagem: "Aqui está a perseverança dos santos, os que
guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus." Apoc. 14:12.

A Mensagem do Segundo Anjo

7º - Uma mensagem deve ser dada de que as organizações religiosas


caíram espiritualmente, caíram do alto nível espiritual no qual deviam
andar, caíram das grandes verdades cardeais que deviam distinguir os
seguidores de Cristo. Vai além dos limites desta preleção apresentar a
evidência que Babilônia descreve as igrejas caídas. Este ponto eu posso
te como certo ao dirigir-me a um auditório adventista.

Que esta queda de Babilônia é progressiva pode ser concluído do


fato que a mensagem é repetida em Apoc. 18, mas com ênfase elevada e
novos detalhes. Embora o primeiro e o terceiro anjo de Apoc. 14, são
mencionados como clamando em uma "alta voz", o segundo anjo não é
assim descrito. Eu não salientaria este ponto, embora seja um fato
interessante que os nossos pioneiros fizeram. E, por contraste, eles
também salientaram o fato que o anjo de Apocalipse 118, tinha "grande
poder", e a terra é "iluminada por sua glória", e "ele clamou fortemente
com uma voz alta."
Embora Babilônia tenha caído, ela contém muitos do povo de Deus.
A tarefa dos que proclamam a segunda mensagem, é a tarefa de chamar
homens para fora. Evidentemente as condições no mundo religioso
devem se desenvolver para que haja a necessidade de ressoar nos dias à
frente, um novo e mais alto clamor que nunca tenha sido feito antes:
"Caiu, caiu Babilônia," "Sai dela, povo Meu."
A Condição Histórica do Movimento do Advento 18
A Mensagem do Terceiro Anjo

8º - Existe explícita uma advertência contra o culto dominical.


Outra vez posso dizer, parenteticamente, que vai além do ambiente
destas conferências mostrar que a marca da besta é o culto ao domingo.
Isto eu devo poder considerar entendido ao dirigir-me a uma conferência
de ministros adventistas.
9º - Existe implícito na tríplice mensagem um chamado para
guardar o santo sábado de Deus, o que é evidente por duas razões: (1)
Nós já descobrimos que existe implícito o chamado para guardar a santa
lei de Deus, que inclui o sábado; e, (2) se devemos advertir os homens
contra a observância do sábado errado, é evidente que a nossa mensagem
não está completa até que tenhamos apresentado a mensagem do
verdadeiro sábado.
10º - A Tríplice Mensagem apresenta cinco profecias:
a) Que Roma e os Estados Unidos estarão dominando. Não nos
esqueçamos que em toda a discussão da terceira mensagem nós devemos
pensar dela em relação ao décimo terceiro capítulo de Apocalipse, pois a
besta, e a imagem da besta, mencionados em Apocalipse 14:9,
encontram a sua explicação no décimo terceiro capítulo. De fato, é no
verso 16 daquele capítulo que nós primeiro achamos uma referência da
marca da besta. Portanto, vendo a terceira mensagem angélica no
fraseado do décimo terceiro capítulo, nós estamos certos ao declarar que
a terceira mensagem contém uma profecia que nos últimos dias Roma e
os Estados Unidos estarão dominando nos negócios mundiais.
b) Que o Protestantismo estará dominando nos negócios dos
Estados Unidos.
c) Que o Protestantismo estará, de alguma maneira ao menos,
unido. Obviamente, se o Protestantismo deve adquirir uma posição
dominante nos negócios da nação, ele deve apresentar uma frente bem
mais unida do que foi a de 1844. Naquele tempo o marco de destaque do
A Condição Histórica do Movimento do Advento 19
Protestantismo nos Estados Unidos, como em outra parte, foi a sua
qualidade divisória e guerreira.
d) Que haverá uma cooperação unida entre Roma e os Estados
Unidos. Como poderia a segunda besta de Apocalipse 13 chamar os
homens a fazer uma imagem à primeira besta, que recebeu e se
recuperou da ferida mortal, a não ser que houvesse um entendimento
único entre eles? E é da besta e de sua imagem que o terceiro anjo fala.
e) Que nos últimos dias o Sábado do Sétimo Dia terá um
significado como um sinal de aliança com Deus. O contexto claramente
o implica.

Eu não creio ter passado os limites da dedução razoável das


palavras da Escritura, no que eu aqui tenho dito à medida que as
doutrinas e declarações proféticas, ou explícitas ou implícitas na tríplice
mensagem. De fato, creio que estou apenas relatando a posição
adventista há muito tempo estabelecida e a interpretação destas
mensagens.

Nossos pioneiros brevemente compreenderam que a tríplice


mensagem contém as proposições aqui enumeradas, o que significa que
eles rapidamente que a sua primeira vaga concepção da primeira e
segunda mensagem angélica como estando no passado, estava errada, a
que em vez disto, o primeiro anjo é seguido pelo segundo e então pelo
terceiro, não no sentido mensagens completas separadas, mas antes no
sentido de uma mensagem que aumenta, crescendo em volume e
tornando-se tríplice em caráter. Assim eles rapidamente viram que todas
as três mensagens têm significado e tempo determinado até o fim da
história da terra. Muito particularmente, eles vieram com o tempo a
entender que a queda de Babilônia é progressiva, o que importava em
colocar no futuro o dia de sua completa queda ou apostasia total.
A Condição Histórica do Movimento do Advento 20
Tríplice Mensagem Muitas Vezes Pregada
em Ambiente Limitado Demais

Que esta tem sido nossa crença desde os mais primitivos tempos
é evidente de nossa literatura. Porém, um exame daquela literatura
através dos longos anos até agora, revelará, eu creio, essencialmente isto
com respeito a nossas pregações das três mensagens:
1º - Nós geralmente apresentamos a mensagem do primeiro anjo em
uma maneira um tanto restrita, isto é, simplesmente em apoio da doutrina
do juízo investigativo, que devia começar no fim do período dos 2.300
dias.
2º - Nós apresentamos a mensagem do segundo ano especialmente
em termos de queda das igrejas em 1844, e em termos de certas provas
de apatia espiritual imediatamente subseqüente a isto. E eu poderia
adicionar que estas provas de apatia espiritual nos anos subseqüentes a
1844, têm muitas vezes sido de um caráter vago e geral; em outras
palavras, uma espécie de acusação geral das igrejas como faltando
vitalidade e vigor espiritual. De fato, nossa literatura, particularmente em
décadas recentes, parece conter relativamente pouco sobre a mensagem
do segundo anjo, comparado com o primeiro e o terceiro. Um exame dos
assuntos titulares de muitos evangelistas por um número de anos tem
impressionado em mim a mesma conclusão.
3º - Através dos anos nós temos apresentado inquestionavelmente a
terceira mensagem angélica de maneira militante e diretamente. Porém, a
maior parte de nós apresentavam-na quase exclusivamente em termos
simplesmente de guardar o "sétimo dia", como a Lei de Deus manda em
vez de guardar o dia como o papado manda.
Agora tudo isto é bom até o ponto que alcançou, mas nestas três
mensagens estão predições proféticas para os últimos dias, e se a
pregação adventista com Apoc. 14:6-11 como apoio deve tornar-se cada
vez mais apropriada a nosso tempo, do que os anos que passam deviam
ter nos levado a dar força aumentada e largura e exatidão a nossas
A Condição Histórica do Movimento do Advento 21
pregações destas três mensagens angélicas. Não posso escapar da
convicção, que nós não temos exposto a tríplice mensagem com a
amplitude crescente que os eventos que mudam nos anos garantem.
O que estes eventos que mudam têm sido, e como estão
relacionados às mensagens tríplices, eu agora vou procurar expor.

Pregando a Tríplice Mensagem Mais Completamente

A fim de apresentar um ambiente histórico adequado para uma


avaliação da tríplice mensagem, é necessário adicionar à nossa
investigação da apostasia religiosa uma investigação de certos
desenvolvimentos dos tempos modernos. Eu penso em três que implicam
no aspecto profético da tríplice mensagem: 1) a tendência para a união
da igreja, 2) o poder crescente Roma, 3) o declínio da liberdade no
mundo. Consideremo-los em ordem:

1) A Tendência para a União da Igreja:


Primeiro, a tendência para a união da igreja. As diferenças em
pontos de vista doutrinários eram em grande parte responsáveis pelas
corporações religiosas separadas do Protestantismo. Mas quando a Bíblia
começou a perder seu status único como um livro inteiramente inspirado,
as igrejas começaram a perder o interesse nas doutrinas. E ao diminuir
tal interesse, resultou um certo tipo de tolerância entre as igrejas, uma
tolerância que surgiu do sentimento que não havia nada realmente
merecedor de lutas no terreno doutrinário. Com os muros doutrinários
caindo entre as denominações, o maior dos obstáculos à união das
igrejas, caiu.
Então veio a grande depressão, com dias mais escuros a seguir, para
apressar a tendência a favor da união das igrejas. Os eclesiásticos
começaram a apelar pela união visando assegurar para a cristandade uma
força adicional para encontrar os males ameaçadores do que começaram
a descrever como uma nova Idade Escura.
A Condição Histórica do Movimento do Advento 22
Na América, um número de organizações religiosas foram
organicamente unidas com outras organizações religiosas. O mesmo
também se materializou em outros países. Criou-se também o Concílio
Federal de Igrejas de Cristo na América, agora fundido no Concílio
Nacional das Igrejas. Hoje, algumas das maiores organizações nesta
federação são a exploração séria da possibilidade de uma união real de
todo o Protestantismo na América.
Mais recentemente se cristalizou um longo e planejado Concílio
Mundial de Igrejas, que procura atingir, incluir todo o cristianismo não
Católico Romano. Em 1938, quando os planos para este Concílio
Mundial estavam definidamente tomados, forma o órgão do Concílio
Federal das igrejas declara em editorial:
"Uma nova tendência está permeando as igrejas – uma tendência
uniforme em vez de divisória. Existe uma compreensão aprofundada ao fato
que a própria natureza da igreja, como o único corpo de Cristo, requer união.
Também existe a elevada compreensão que a situação do mundo que
confronta todas as igrejas hoje é um chamado de clarim pela União."

De fato, tão forte foi esta "nova tendência", mesmo em 1938,


quando aquele editorial foi escrito, que em janeiro do ano seguinte, numa
reunião da comissão provisional do Concílio Mundial, a seguinte
resolução foi tomada:
"O presidente fica autorizado a escrever ao Vaticano dando
informações a respeito da formação do Concílio Mundial e
demonstrando a esperança de que em vista de seus interesses comuns em
opor-se ao secularismo disseminado e paganismo que houvesse ao
menos alguma medida de cooperação Católico-Romana em certos
aspectos do Concílio.
O concílio foi finalmente criado em 1948, numa reunião impressiva
que houve em Amsterdã, Holanda, à qual vieram dignitários de igrejas
da maioria da cristandade não Católica Romana. A próxima de ser
mantida em 1954 nos Estados Unidos.
A Condição Histórica do Movimento do Advento 23
O Concílio Mundial e o Segundo Advento

59 – Federal Council Bulletin, Junho de 1938, pág. 4.


60 – The Christian Century, 22 de fev. de 1939, pág. 242.

Uma comissão especial que tem estudado o tema para esta reunião
de 1954, entregou aos líderes da igreja um relatório preliminar. A não ser
que este relatório seja abandonado ou materialmente revisto, a sessão
próxima do Concílio Mundial discutirá a relação de Jesus Cristo quanto à
vida da igreja no passado, no presente e no futuro. Este relatório inclui
uma discussão da doutrina da segunda vinda de Cristo como a esperança
do homem.
Porém, embora o relatório use a frase “a vinda de Cristo”, e até
empresta as palavras de Cristo de S. Mateus 24, deixa o assunto todo do
segundo advento desastradamente fora de foco. Os construtores do
relatório confessam que eles não sabem como Cristo virá, ou
precisamente o que Ele fará pela Sua vinda, para não dizer nada sobre o
estarem na completa ignorância sobre o quando Ele virá.
De fato, existem alguns teólogos, particularmente nos Estados
Unidos, onde a idéia otimista de um céu terrestre ainda dormita, que
estavam bem certos que o salientar o Segundo Advento marcava um
passo em retrocesso. Eles temiam que isto distrairia a mente dos
eclesiásticos dos problemas presentes do mundo. Alguns teólogos
americanos francamente declararam que eles não sabiam o que o
relatório queria dizer quando falava de segunda vinda.
Este relatório da comissão especial co Concílio Mundial das Igrejas,
revela que com respeito ao Segundo Advento, o clímax do plano de Deus
para a salvação do homem, muitos teólogos sentem a necessidade do
reavivamento desta doutrina, mas parecem estranhamente ignorantes a
seu respeito.
A Condição Histórica do Movimento do Advento 24
O Crescente Poderio de Roma

Examinemos agora o crescente poder de Roma. O Papado recebeu


um imenso crescimento de poder como resultado da Primeira Guerra
Mundial. Alguém observou que o único vencedor naquela guerra foi a
Igreja Católica. Antes da guerra começar havia catorze nações às quais
enviados papais eram acreditados. No fim da Primeira Guerra Mundial o
número aumentara para trinta e dois.
Para maior discussão do relatório, veja: Revista Ecumênica, janeiro
de 1952, págs. 161-173; abril, 1952, págs. 282-285; julho, 1952, págs.
413-426.
Esta revista é trimensal, publicada pelo Concílio Mundial de
Igrejas. Por causa da reação por eclesiásticos americanos veja também a
“Correspondence”, seção do Christian Century, nas semanas
imediatamente posteriores à publicação do relatório.
Em 1929, Mussolini e o secretário papal de estado assinaram um
Tratado Político, uma Concordata, e Acordo Financeiro, que corrigia os
erros que o Papado declarava que Vítor Emanuel cometera contra eles,
em 1870, e mudou o status papal da de prisioneiro do Vaticano à de um
governante livre e soberano, o Rei da cidade do Vaticano.
Alguns meses após a assinatura do Tratado, o Papa, ao falar a
jornalistas católicos da Itália, descreveu o ano de 1929 como “este
momento tão histórico, tão importante, que fica entre o passado e o
futuro; que fecha o passado e abre o futuro.”
Provavelmente, uma das maiores provas do poderio crescente do
Papado é o crescimento da Igreja Católica na América. Os Estados
Unidos emergiram da Primeira Guerra Mundial inquestionavelmente a
mais poderosa nação do mundo e também a mais rica. É compreensível
que Roma deveria olhar a América como a terra da promessa. Não é
necessário alistar os vários meios em que a Igreja Católica nos Estados
Unidos procurava ganhar influência e poder, para mais do que suficiente
A Condição Histórica do Movimento do Advento 25
evidência apresente em si mesmo em toda a parte é do conhecimento
geral de todos os adventistas do sétimo dia.
Eu mencionei uma amostra impressionante de evidência, a escolha
de Myron C. Taylor pelo presidente Roosevelt, em 1959, como enviado
ao Vaticano. Muito bem podia o Christian Century dizer em comentário
editorial sobre a escolha: "O despacho de Mr. Taylor ao Vaticano é de
mau agouro à neutralidade e à liberdade religiosa nos Estados Unidos."
É um fato significativo que apesar de todos os protestos dos
círculos protestantes, o presidente Roosevelt, e então mais tarde o
presidente Truman, combinaram manter um enviado no Vaticano. No
momento o assunto é nebuloso, e ninguém cabe exatamente o que está na
mente do Presidente com respeito às futuras relações com Roma. Isto
tem que ficar no campo da especulação.
Mas não é especulação dizer que nestes anos que atingiram a
Segunda Guerra Mundial, Roma grandemente aumentou sua posição e se
torna facilmente o mais estratégico centro de negócios internacionais.
62º - Citado por John La Farge, S. J., em America, jan, 4, pág. 304.
63° - 3 de janeiro de 1940, pág. 4.

Conversões à Roma

Uma prova única do poder de Roma é encontrada na conversão de


certos intelectuais à Igreja Católica Romana. Os intelectuais de hoje são
notórios na indiferença a toda a religião, não obstante existe um número
suficiente de tais homens que se uniram à Igreja Católica, ano após ano e
valorizam o dar-se ao assunto alguma consideração. Pode haver apenas
uma pouca dúvida que uma grande razão está acima de todas como
explicação da conversão de tais homens ao Catolicismo Romano.
Thomas Huxley estava certo em sua compreensão da natureza humana
quando ele declarou que os homens anelam por alguma autoridade
segura que eles podem aceitar e que leva a um fim as seus árduas e
muitas vezes admirável procura da verdade e da certeza de viver.
A Condição Histórica do Movimento do Advento 26
Um escritor que é um professor num colégio denominacional
declarou nos primeiros anos de depressão:
"Para muitos estudantes, a tentativa de viver sem norma de conduta ou
de crença religiosa, envolve um esforço militar tão insuportável que eles
estão prontos a creditar e seguir qualquer religião guia que assuma um ar de
certeza. São precisamente os estudantes mais céticos que são os mais
qualificados a ceder a um ataque inesperado de credulidade, pela simples
razão que são eles que sentem a falta de certeza religiosa mais
dolorosamente."
O mesmo autor imediatamente acrescentou esta nota marginal
iluminadora:
"Mais de uma vez eu fiquei surpreso, ao terminar uma conversa com
um estudante radicalmente cético, de me fazer ele uma pergunta
obviamente esquisita a respeito das pretensões da Igreja Católica Romana."
– Walter Marshall Norton, Theism and Modern Mood, pp. 12 e 13.
O Protestantismo tão completamente abandonou os ensinos
autoritários por áridas especulações que tem pouco apelo para os que
procuram certeza espiritual. Sob o título “Pregação Protestante: Pagã ou
Cristã?” um ministro protestante escreveu um artigo em que ele atacou
seus companheiros ministros, por abandonarem as verdades eternas da
religião revelada à discussão de questões. que não podem prover auxílio
para as almas humanas. O parágrafo final de seu artigo mostra a relação
desta situação à questão das conversões ao Catolicismo:
"Eu não tenho nenhum preconceito contra a igreja Católica Romana.
Seria impossível para mim com o intelecto aceitar seus ensinos. Porém, se o
Catolicismo falhar no fim, será porque os homens e mulheres, cansados de
alma, se levantam dispostos a esquecer seus muitos remanescentes
arcaicos do passado, e se ajoelharam diante do altar, onde para eles uma
avenida as pode levar à presença de seu Deus... O católico romano
continuamente é ensinado que sua alma exige o culto de seu Deus,
enquanto que o Protestante corre entre suas igrejas para ouvir o Ver. A, que
é um brilhante e popular pregador. Ele vai, com o seu irmão pagão, a fim de
prender-lhe por algum tempo a seu filósofo favorito." – J. Burford Parry no
The Congregationalist, 15 jan, 1951, pág. 78.
A Condição Histórica do Movimento do Advento 27
As Palavras Proféticas da Sra. White

Coloque ao lado, esta declaração feita pela Sra. White há muitos


anos que demonstra ser profética:
“Uma época de grandes trevas intelectuais demonstrou-se favorável ao
êxito do papado. Provar-se-á ainda que um tempo de grande luz intelectual é
igualmente favorável a seu triunfo. Nos séculos antigos, quando os homens
estavam sem a Palavra de Deus e sem conhecimento da verdade, seus
olhos estavam vendados, e milhares se enredavam, não vendo a cilada que
lhes era armada sob os pés. Nesta geração muitos há cujos olhos se tornam
ofuscados pelo resplendor das especulações humanas - da "falsamente
chamada ciência"; não percebem a rede e nela caem tão facilmente como se
estivessem de olhos vendados. É o intuito de Deus que as faculdades
intelectuais do homem sejam tidas na conta de um dom proveniente de seu
Criador, e empregadas no serviço da verdade e da justiça; mas, quando são
acariciados o orgulho e a ambição, e os homens exaltam as suas próprias
teorias acima da Palavra de Deus, pode então a inteligência causar maior
dano que a ignorância. Assim a falsa ciência da atualidade que mina a fé
nas Escrituras Sagradas, mostrar-se-á tão bem-sucedida no preparar o
caminho para a aceitação do papado com seu formalismo aprazível, como o
fez a retenção do saber ao abrir o caminho para o seu engrandecimento na
Idade Média.” – O Grande Conflito, pp. 572, 573.

Por séculos os cristãos têm olhado para um ou para outro de duas


fontes de autoridade, a Bíblia ou a igreja, o que significa a Igreja
Católica.
A controvérsia sobre se a Bíblia ou a Igreja é a suprema autoridade,
tem sido a cruz verdadeira do conflito entre Roma e o Protestantismo.
Somente à medida que o Protestantismo estabeleceu a Bíblia como a
verdadeira voz de Deus falando a nós, tem ele sido capaz de oferecer aos
homens o que satisfaz os mais profundos desejos de suas almas, uma
autoridade certa.
É à luz disto que nós podemos ver a sinistra importância da
moderna apostasia, que levou multidões crescentes de membros da igreja
A Condição Histórica do Movimento do Advento 28
protestante, não dizer nada das hostes de membros sem igreja, de ver a
Bíblia como um misto de folclore e belas atitudes. Nós falamos muitas
vezes de completar a Reforma. Seria talvez mais exato de falar em
começar a Reforma novamente. A contra-reforma romana na última
parte do século XVI, para recuperar a Europa para o papado, jamais feriu
o protestantismo com uma pancada tão mortal, como o faz o movimento
evolucionista moderno que começou na última parte do século IXX. Em
outras palavras, a moderna apostasia no protestantismo pavimentou o
caminho para um reavivamento do poder romano.
Hoje os Estados Unidos são o poder saliente no mundo político, e
Roma, no mundo religioso. Ambos têm um inimigo comum, crêem eles,
no Comunismo, fato este que certamente procurará ligá-los sempre mais
conjuntamente. As implicações disto tenta-nos a fazer predições
detalhadas, mas eu evito profetizar. Os evidentes fatos são suficientes em
si mesmos, e assim são as profecias do Livro de Deus. A estes eu me
referirei um pouco mais tarde.

O Declínio da Liberdade

Vejamos agora o terceiro desenvolvimento profético importante de


nossos dias, o declínio da liberdade. Este declínio é o reverso da longa
tendência que começou no século XVIII. Foi então que novas e
revolucionárias concepções da natureza do estado e os direitos do
homem individual começaram a ser largamente promovidos. Foi na
última parte daquele século que um novo tipo de governo foi
estabelecido aqui na América, e houve uma revolução na França que
marcou o começo do fim dos reis e imperadores na Europa.
A tendência para a democracia e a liberdade, os direitos do
indivíduo, e os direitos dos pequenos pode ser dito que chegou a um
clímax na Primeira Guerra Mundial, que o Presidente Woodrow Wilson
declarou ser uma guerra que faria o mundo seguro para a democracia.
Mas aquela guerra, que trouxe tal destruição a governos longamente
A Condição Histórica do Movimento do Advento 29
estabelecidos, pavimentou o caminho para governadores mais poderosos
e novos. O desmoronamento da economia das nações nos anos de
depressão, aumentados com a Segunda Guerra Mundial, criou uma
situação singular de instabilidade econômica e suspeitas e temores
internacionais. Isto por sua vez parece despertar governos centrais mais
fortes, e sempre mais fortes, em certos países ao menos, e por uma louca
multiplicação de regulamentos governamentais em virtualmente todos os
países. De modo compreensível estes regulamentos são mais evidentes
na área das compras e vendas, uma atividade central ao funcionamento
de qualquer sociedade livre e vital à vida de cada cidadão.
Ao mesmo tempo Roma tem sido agressiva militante onde quer que
tivesse oportunidade em diferentes terras para suprir qualquer oposição à
Igreja Católica. Isto tem sido mais evidente na Espanha e em outros
países sul-americanos.
A regimentação crescente da cidadania na maioria dos países, uma
regimentação crescente sujeita às vezes à necessidade econômica, às
vezes às más ambições dos ditadores, e às vezes a ambos, tem
evidentemente escurecido o céu da liberdade. Nós ouvimos homens falar
agora da penumbra da democracia, a fim do grande dia dos direitos
humanos que despertaram tão auspiciosamente a dois séculos agora. E
estas sombras extensas têm apenas acrescido as tensões e perplexidades
no mundo da religião. Paradoxalmente, estas sombras lançam luz sobre a
profecia de Apocalipse 13, que está entrelaçada com a mensagem do
terceiro anjo.

Nosso Exame Resumido

Vou resumir agora este exame. No mundo do pensamento religioso


e outros, a história dos últimos três séculos é a história da secularização
do homem. O crescente domínio da ciência, com sua aparente habilidade
de explicar todos os mistérios da vida e sua habilidade evidente de
A Condição Histórica do Movimento do Advento 30
prover conforto e satisfação para o homem tem sido a causa real neste
processo secularizado.
O homem tende naturalmente, em sua condição de pecado, a
confinar seu pensamento a este mundo. Se a ciência comprovou para sua
satisfação que existe evidência de um mundo além, e que Deus
realmente não é necessário na explicação deste mundo, ou como um
auxílio de melhorá-lo, o resultado inevitável não poderia ser outro que a
secularização do homem. Então com a liderança religiosa capitulando às
premissas científicas, não havia freio para a secularização. Ainda mais,
com todos os grandes centros de cultura doutrinando a juventude com
idéias que, se não eram hostis ao sobrenatural, ao menos o descontavam
ou ignoravam-no e uma sorte secular para o homem tornou-se
virtualmente inevitável.
Se eu tivesse que descrever em uma palavra os métodos do homem
no vigésimo século com respeito ao sobrenatural, eu usaria a fria e dura
palavra secular.
Em 1948, foi publicado um volume relevante intitulado A Fé Cristã
e o Secularismo. Neste livro um grupo de escritores apresenta o permear
do secularismo em todo o departamento da vida. Aqui segue o primeiro
parágrafo:
“O secularismo não é mais, como foi a cem anos atrás, uma revolta
intelectual contra o domínio teológico. Tornou-se a atmosfera mestra de
nossa cultura. O descrevê-lo é como descrever o ar ao nosso redor.
Nenhuma faca teológica pode dissecá-lo; é persuasivo demais e fluido para
ser capturado na rede de qualquer sistema de idéias. Nós estamos tão
completamente ajustados a ele que não o marcamos, mas somente aqueles
traços salientes de nossa cultura para a qual ele é o fundamento
permanente."
O escritor adiciona imediatamente, e corretamente, "o secularismo é
ateísmo prático." – Leroy E. Loemker, The Nature of Secularism in the
Christian Faith and Secularism, edited by J. Richar Spann, pág. 11.
A Condição Histórica do Movimento do Advento 31
Há apenas uns poucos meses Arnold J. Toynbee, um dos mais
eminentes historiadores do presente, escreveu um artigo muito admirável
para uma revista trimestral religiosa em que ele apresentou o que ele
acreditava ser a crise real no mundo hoje. Ele declarou:
“O conflito fundamentai não é político mas religioso; e a linha divisória
entre os dois campos religiosos não é o limite político de âmbito mundial
entre uma esfera russa ou americana de influência política. A linha atravessa
o mundo inteiro espiritual dentro de cada alma viva na terra hoje, qualquer
título de cidadania política que lhe possa ter sido estampado sobre o seu
corpo pelo acidente do nascimento.
“A razão ativa porque nossas almas estão em labor espiritual hoje,
resulta de a nossa geração estar tendo que lidar com uma das crises da
história religiosa humana...
“A tentação de cultuar-se a si mesmo em vez de cultuar um Deus
verdadeiro agora revelado jamais deixou de preocupar o homem; e sua
tentação de cometer este erro intelectual e pecado espiritual jamais esteve
tão forte como chegou a ser durante este último século e meio.... Esta
escolha fatal entre o culto a Deus e culto do homem, e não uma luta
efêmera por supremacia política entre a Rússia e a América, é o ultimo item
que desafia a todos nós em nossa geração."

Isto, geralmente, descreve o homem no meado do vigésimo século.


E como poderia a situação ser outra à luz das forças que operam no
mundo científico, filosófico e religioso, e no educacional, de tirar a
realidade de Deus e torná-Lo desnecessário na explanação da natureza, e
então vaporizá-lo em um Deus panteísta, ou de eliminá-Lo
completamente.
Para os que desejam ver uma exibição cortante de como este culto
do homem, este ponto de vista naturalista da vida, domina o pensamento
hoje, ao menos nos grandes centros de cultura, eu submeto o volume,
publicado em 1944 pela Imprensa da Universidade de Colúmbia,
intitulado O Naturalismo e o Espírito Humano. Neste livro um grupo de
quinze professores de colégios e universidades representando uma seção
A Condição Histórica do Movimento do Advento 32
central dos centros de cultura na América, e estabeleceram atentamente o
ponto de vista antisupernaturalista sobre toda a vida.
Antes de começar a era moderna, isto é, antes das grandes
descobertas da astronomia, o homem pensava que esta pequena terra era
o centro do universo criado por Deus, e que ele era o objeto principal da
atenção de Deus. Mas isto não lhe dava nenhum sentido de orgulho, pois
ele também se considerava culpado diante do grande Deus, cujo olho
atento estava fixo sobre ele. As descobertas de Copérnico, que de repente
revelaram as vastidões do universo, tinham por algum tempo um efeito
dissimulador sobre o homem, pois agora ele ficou revelado como um
objeto pequeno num mundo muito pequeno, ficando a girar sobre um
vasto império. Muitos homens deixaram de alargar sua idéia de Deus
para casar-se com o universo aumentado. Desta maneira eles
inevitavelmente sentiram que eles não podiam ter mais a certeza que eles
estavam recebendo o cuidado providencial, direto de Deus. Este
sentimento de que o homem está só, vagando e insignificante, marcou o
começo do que é conhecido como a moderna mania do homem, uma
mania que se tornou geral quando as igrejas começaram a ser manchadas
gradativamente de pensamentos céticos.
Mas os anos que passavam produziram uma estranha evolução no
ponto dd vista humano. Ao passar ele a dominar a natureza pelos
avanços da ciência, seu sentimento de inadequação e isolamento
espiritual tendiam a ceder diante de um senso de suficiência própria. E
um pensamento cético tendeu sempre a fazer a Deus e o céu parecer
irreal, a terra começou a aparecer sempre maior como o único lugar de
habitação e o próprio centro de todo o interesse do homem. Assim, o
homem gradualmente começou a sentir mais uma vez que ele habitava
no centro do universo – ao menos tudo parecia incidental a esta terra.
mas agora é um centro no qual o olho de Deus não está mais focalizado
para guiar o homem ao ele andar por este mundo, ou de pedir-lhe contas
por todos os seus atos, pois ele não mais crê que Deus o guia; ele nem
mais crê que Deus o fez; ele evoluiu.
A Condição Histórica do Movimento do Advento 33
Mas ao ele andar por este mundo, o centro e a circunferência de
todos os interesses da sua agora secularizada mente e espírito, ele ouve
distantes ruídos e vê lampejos de luz que cegam, as exibições dos
grandes feitos do homem, a bomba atômica. E acima do tumulto ele
ouve a predição que este mundo e tudo sobre ele estão provavelmente
sentenciados ao aniquilamento através das tentativas mutuamente
suicidas daqueles que são levados a usar as últimas invenções deste
maravilhoso século científico. A história passada não conhece nenhum
paralelo a isto, nenhum ponto onde os homens coletivamente tenham
sido levados a um tão elevado ponto de independência secular de Deus,
somente para se acharem de pé à margem de um abismo. O movimento
neo-ortodoxo ao qual me referi anteriormente não é grande que chegue,
nem forte que chegue para alternar este quadro materialmente. E
certamente os liberais, não importa quão castigados possam agora estar,
estão inteiramente despreparados, pelas próprias pesquisas que têm, para
oferecer escape dos dilemas de nosso tempo, cada catástrofe que impede.

Os Dilemas dos Líderes Religiosos

Num mundo como este os dilemas da liderança religiosa moderna


são muito grandes. Primeiro, perderam a fé na Bíblia e no Deus de seus
pais. Agora têm que perder a fé no homem. Eles declaram que o homem
era um anjo embrião, mas adora duas guerras mundiais, campos de
concentração, e a bomba atômica, revelaram os maus espíritos que o
controlam.
Os líderes religiosos abandonaram a idéia de um céu no além, como
o grande alvo da vida. Eles zombaram dos adventistas e de outros como
nós, por oferecerem uma “torta nos céus dentro de um pouco”. Eles viam
esta terra como um céu potencial censuravam a todos que deixavam de
cooperar com eles em planos legislativos e sociais, para apressar esta
transformação celeste de nossa terra. Agora têm que admitir com tristeza
de que existe uma pequena oportunidade, se alguma, deste mundo ser
A Condição Histórica do Movimento do Advento 34
assim transformado. Embora eles confessem que pode ser transformado
em chamas, incendiado por fogos atômicos.
Eles tinham geralmente minimizado e muitas vezes abandonado o
evangelho eterno, o poder de Deus para a salvação do coração
individual, em favor de um evangelho social que de alguma maneira
salvaria os homens coletivamente pela melhoria de seu ambiente. Mas
eles acharam que o evangelho social parece não funcionar, ao menos não
da maneira que eles anteciparam, e muitos deles agora confessam que
existe uma pequena razão para crer que os reinos deste mundo podem ser
transformados no reino de Deus.
Os lideres religiosos abandonaram a fé na salvação do homem,
particularmente a salvação da juventude, através dos meios de um apelo
evangelístico, e adotaram a teoria da salvação pela educação. O que
aconteceu eles não tinham antecipado, os colégios das igrejas se
tornaram desesperadamente seculares, sem dizer nada das escolas
estaduais. Ainda mais, uma melhor educação muitas vezes se
demonstrava, não em justiça crescente, mas em formas mais sutis de mal
na vida dos homens. A educação universitária demonstrou não ser
barreira à entrada numa penitenciária.
Os lideres religiosos removeram a ênfase das igrejas na
evangelização do mundo num grande programa missionário estrangeiro,
primeiro porque eles lançavam dúvidas no meio único, eficaz do plano
bíblico de salvação, e segundo porque eles aceitaram a ciência das
religiões comparativas, que pareciam provar que outras religiões podiam
ser quase tão boas como o cristianismo. Agora lamentavelmente acham
que o mundo todo de não-cristãos está permeado de idéias explosivas e
revolucionárias, que criam uma ameaça a todas as coisas que a religião
cristã defendia, uma ameaça à própria vida da humanidade.
Os 1íderes religiosos procuravam harmonizar todas as idéias
religiosas com pensamentos e métodos científicos. Se as idéias não
podiam ser harmonizadas, então as idéias deviam ser abandonadas em
favor da ciência. Agora eles lamentam descobrir que a ciência se
A Condição Histórica do Movimento do Advento 35
enganou. Não se preocupavam em descobrir a Deus, como teólogos de
mente nebulosa sentimentalmente haviam declarado. A ciência não se
preocupava em descobrir a Deus, mas apenas as operações da natureza.
Os líderes religiosos exaltavam a ciência como virtualmente o novo
Messias, que nos devia salvar da enfermidade, prolongar nossas vidas,
dar-nos controle maior sobre os elementos, e virtualmente levar-nos à
terra prometida de um milênio terrestre. Agora, estão desiludidos pela
descoberta que a ciência deu a guerrear seus novos limites e criou a
ameaça da explosão obliteração mundial.
À vista destes dilemas, os lideres protestantes procuram descobrir
na união das igrejas uma nova força para enfrentar a ameaça do que eles
confessam ser um novo paganismo, lutando pelo controle das mentes dos
homens. Eles compreendem que a união das forças protestantes somente
é alguma coisa aquém do seu alvo ideal. Por isto eles exploram as
possibilidades de estabelecer relações mais íntimas com Roma, embora
eles tenham maiores desconfianças, contrariedades.
No finalizar deste triste e desiludido recital, eu faço a mais
importante pergunta que se poderia fazer em círculos religiosos hoje:
Qual é a mensagem que Deus quer que seus oradores proclamem numa
hora como esta? E oferecer a prova específica da verdade desta resposta,
que eu repita o que eu disse quando estávamos examinando o início do
movimento do Advento. Nós jamais devemos esquecer que os
adventistas têm mantido sempre que as três mensagens angélicas são
declarações proféticas com respeito aos últimos dias.
Portanto, se nossa interpretação delas é correta, estas três
mensagens deveriam ser única e crescentemente a verdade para todos os
homens hoje, o sabor da vida para a vida ou da morte para a morte. De
fato, neste mesmo ponto o movimento do Advento realmente depende
para a valorização de suas pretensões de que surgiu a fim. de trazer aos
homens uma mensagem para um tempo particular da história da terra.
Examinemos estas mensagens.
A Condição Histórica do Movimento do Advento 36
A Primeira Mensagem Angélica

Nos últimos dias "o evangelho eterno" deve ser proclamado. Que
significado e força aquela frase adquiriu ao estudarmos a história do
pensamento religioso durante o século. Num mundo em que grande parte
abandonou o evangelho eterno, por abandonar a crença na queda do
homem e o sacrifício substituinte de Cristo, deve ser ouvido outra vez
nas últimas horas da história terrestre "o evangelho eterno". Aqueles que
devem proclamá-lo devem construir outra vez os fundamentos de muitas
gerações. Eles não são os pregadores de novas a estranhas doutrinas mas
do evangelho eterno.
Este evangelho deve ser pregado a toda a nação, tribo, língua e
povo. Num tempo em que o mundo religioso perdeu sua visão de
missões estrangeiras, porque ele perdeu o caráter divino do evangelho,
um movimento deve surgir para reafirmar a distinção e a supremacia da
mensagem cristã a todos os homens em todas as terras, e declará-la aos
quatro cantos da terra.
Uma mensagem deve ser proclamada para "adorar Aquele que fez
os céus e a terra". Num dia em que o mundo em parte abandonou a idéia
de um Deus pessoal como Criador, um grande Deus que chega para
controlar todas as coisas, e aceitou a idéia de um Deus panteísta, ou ao
menos um deus finito, misturado no processo da natureza, quando de
fato o mundo em grande parte abandonou o culto de Deus pelo culto do
homem, nós tomamos como nosso clamor de batalha: "Adorai Aquele
que fez os céus, a terra, e o mar, e as fontes das águas", pois "o Senhor
Deus onipotente reina."
Nós chamamos os homens a adorar a Deus "pois é vinda a hora do
Seu juízo." Num dia em que os homens em parte perderam qualquer
crença escatológica claramente definida, qualquer crença, nas últimas
coisas da história terrestre, e também perderam a fé na possibilidade de
melhorar este mundo; num dia em que os homens sentem que o mundo
está disparando rumo a um fim cego, explosivo, e sem sentido, quão vital
A Condição Histórica do Movimento do Advento 37
que devesse soar a solene e significativa verdade que o destino da terra
está nas mãos de Deus e que a hora de Seu juízo é vinda, a hora do juízo
investigativo que em breve alcançará o clímax no juízo executivo do
segundo advento. O mundo não está correndo a um fim cego e sem
significado; está se movendo sem parar para aquele fim que os santos
profetas predisseram, aquele fim quando homens estarão perante a barra
do juízo de Deus para receber um galardão pelos feitos praticados no
corpo a doutrina do juízo de Deus que está dando significado à vida num
tempo em que todo o significado parece ter sido afastado da vida.
Num dia quando homens abandonaram amplamente as idéias do
pecado, e portanto pelo trabalho intermediário de Cristo pelos pecadores,
quão importante que clamemos bem alto a mensagem do serviço do
santuário, que está agora em sua fase final. É quando os homens vêem a
Cristo ministrando Seu sangue para 1avar, purificando a culpa do
penitente que eles podem sentir outra vez a terrível realidade do pecado e
o preço que foi pago para nossa salvação.
Num dia quando o mundo em geral considera todas as normas
morais como apertas as mudanças do pensar e da moral do homem, com
um declínio moral é evidente, quão importante clamar bem alto que
Deus virá para julgar todos os homens pela Sua santa lei, e que aqueles
que permanecerem de pé nestes dias, serão aqueles que guardam os
mandamentos de Deus.

A Segunda Mensagem Angélica

A mensagem deve proclamar "Caiu Babilônia." Quão apropriada


esta mensagem quando tudo a nosso redor prova claramente que a
apostasia tem gradativamente engolfado o mundo religioso. Notem que
eu uso a palavra "gradativamente". A queda de Babilônia tem sido
progressiva. Esta é a conclusão que devemos alcançar de nosso exame da
história religiosa, e esta é a compreensão da queda de Babilônia que a
Sra. White a tanto tempo atrás esclareceu ao movimento do Advento,
A Condição Histórica do Movimento do Advento 38
quando estávamos inclinados a compreender a queda de Babilônia como
tendo sido completa no começo da história do Advento. Na primeira
edição de O Grande Conflito (1888), a Sra. White escreveu:
“A mensagem do segundo anjo, porém, não alcançou o completo
cumprimento em 1844. As igrejas experimentaram então uma queda moral,
em conseqüência de recusarem a luz da mensagem do advento; mas essa
queda não foi completa. Continuando a rejeitar as verdades especiais para
este tempo, têm elas caído mais e mais. ... Mas a obra da apostasia não
atingiu ainda a culminância.” (O Grande Conflito, p. 389)
A nova edição de 1911, também afirma que "o processo de.
apostasia ainda não alcançou sua culminância." Nós sabemos que a
culminância deve encontrar-se no engatilhar dos interesses protestantes e
católicos e a colocação da marca da besta. Mas o ponto importante que a
Sra. White esclarece tanto é que a queda descrita pelo segundo anjo é
progressiva, para que a apostasia de 1844 aumentaria à medida que os
anos decorriam. Quão verdadeiro isto se cumpriu.
Porém, permiti que eu chame vossa atenção a uma diferença
evidente entre o fraseado da velha e a nova edição do The Great
Controversy. Na velha edição nós lemos nesta mesma linha: "No
capitulo 18 do Apocalipse, numa mensagem que ainda está no futuro, o
povo de Deus é chamado a. sair de Babilônia." Na mesma edição,
publicada em 1911, está frase reza, "em uma mensagem que ainda é
futura", foi apagada. Em outras palavras, a Sra White em 1911 declarou
que a mensagem dos versos introdutórios de Apoc. 18, não é mais futura.
Os adventistas sempre têm considerado a mensagem nesses primeiros
versos de Apoc, 18, como a reafirmação da segunda mensagem angélica,
só em tonalidade mais preponderante, como se um último apelo devesse
ser dado aos homens. Certamente ao olharmos atrás sobre nosso exame
de história religiosa notamos como a apostasia veio à exuberância na
primeira parte do século vinte, nós somos levados espontaneamente a
clamar em alta voz, "Caiu, caiu Babilônia; sai dela, povo meu."
Se no começo do século vinte, a queda progressiva de Babilônia
tinha alcançado o ponto em que a Sra. White pôde declarar que a
A Condição Histórica do Movimento do Advento 39
mensagem de Apocalipse 18, não está mais no futuro, nós devíamos
fazer a mensagem do segundo anjo mais central à nossa pregação como
nunca antes. Nós não somos pregadores de coisas fáceis. Nós temos uma
mensagem do juízo, bem como de salvação a proclamar aos homens.

A Mensagem do Terceiro Anjo

Como pregadores da tríplice mensagem, nós devemos declarar que


“se qualquer homem adorar a besta e sua imagem, e receber seu sinal”,
os últimos juízos de Deus virão sobre ele. Como já foi dito antes, esta
mensagem é uma profecia, implicada do grande poder de Roma e dos
Estados Unidos, e o poder unido do Protestantismo Americano nos
últimos dias. Também, é uma profecia, com respeito a colaboração unida
de Roma e dos Estados Unidos. Nós também já notamos que quando
examinado em conjunção de Apoc. 13, é uma profecia implicada de
estonteantes cortes de liberdade nos últimos momentos da terra. Agora,
no tempo em que vemos estas mesmas profecias se cumprindo diante de
nossos olhos, nós podemos clamar com novo poder contra aquilo que é o
sinal, a marca desta apostasia, chegada ao clímax, a Instituição do
Domingo.
E, ao nós pregarmos deveríamos apresentar o domingo em sua mais
ampla condição como a marca da apostasia do homem em todas as
idades, pois é um símbolo desse afastamento da verdadeiro Deus que
criou os céus e a terra, que distinguiu o homem caído desde os tempos
mais remotos. Paulo declara que os homens se afastaram do verdadeiro
Deus porque O glorificavam não como Deus, mas, "adorando e servindo
a criatura, em lugar do Criador " Rom. 1:25. Nos antigos tempos era
central o culto ao sol, e então no cristianismo falsificado veio "o homem
do pecado" exaltando-se "a si mesmo sobre tudo que se chama deus" e
"ostentando-se como se fosse o próprio Deus." II Tess. 2:3 e 4. Por ele o
domingo pagão foi introduzido na igreja tanto como uma marca de seu
poder e como um substituto para o sábado, o que sempre nos lembra que
A Condição Histórica do Movimento do Advento 40
Deus, o Criador está cima de todos. O domingo também aparece como o
único símbolo unificador do Protestantismo, e o Protestantismo agora
fica distinto por sua negação da criação, sua diminuição de Deus, e sua
exaltação do homem. O domingo pois aparece como a marca
identificadora das religiões pagã, papal e Protestantismo, todos os que,
por sua vez, têm exaltado a criatura sobre o Criador.
É alto tempo para nós, salientarmos mais amplamente a segmentos
Protestantes amantes da Bíblia que quando eles observam o domingo, em
honra da ressurreição, declarando que são mais cristãos do que os que
guardam o sábado em honra da. criação, eles esquecem que é a criação
com sua perfeição, seguida pela queda do homem, que dá significado à
morte de Cristo e da ressurreição. Quando a criação é desfeita o
significado da ressurreição desaparece. Como, então, pode ser mais
importante de honrar o evento da ressurreição, do que o evento da
criação. Quanto mais importante do que o fundamento da criação seja
preservado, para não cair toda a estrutura do cristianismo, inclusive a
ressurreição.

Estou me lembrando de uma conversa que tive com um ministro


batista quando a controvérsia fundamentalista moderna, chegou ao seu
auge. Ele deplorou as divergências nas igrejas e também apostasia geral.
Então ele se virou para mim, e disse: "Eu suponho que em vossa igreja,
vós tendes a mesma divisão?" Eu lhe declarei que, em vez de nós termos
uma divisão, nós não tínhamos sequer um começo dela. Ele olhou-me
admirado e perguntou se eu podia talvez explicá-lo. Eu respondi: "Como
seria possível um adventista dar crédito à teoria evolucionista, quando
cada semana eles separam um dia inteiro como memorial dAquele que
criou os céus e a terra, como o livro de Gênesis descreve?" Ele olhou-me
admirado por um momento e então exclamou: "Eu jamais pensei no
sábado dessa maneira antes."
A Condição Histórica do Movimento do Advento 41
Proclamar o Sábado Mais Amplamente

Homens e mulheres pregadores da tríplice mensagem, é chegado o


tempo de ajudarmos aos homens a verem o sábado desta maneira. É
chagado o tempo de proclamarmos o sábado mais completamente, como
o sinal, a marca daqueles que não têm parte na apostasia mundial, a
marca dos que realmente crêem que o Senhor Deus Onipotente reina,
que Ele é o Criador dos céus e da terra, e criará um coração novo
naqueles que põem sua confiança nEle. Sim, a marca daqueles que crêem
que este mundo não está no pulso de forças frias e sem sentido, levando-
nos não sabemos para onde, mas antes que, o mundo está sob a mão
diretora de um Ser Divino que o criou, não em vão, e que virá em breve
para recrear esta terra em justiça.
Quão apropriado que um dia quando a apostasia mais claramente se
revela em um ataque sobre a. criação e um Deus pessoal, os céus deviam
comandar que homens sejam chamados para exaltar o memorial da
criação e o Deus da criação.
É alto tempo para nós lembrarmos de maneira mais ampla que
fizemos antes que a apostasia crescente da negativa da criação deu a
Roma certas de suas forças únicas hoje. Pois, como já notamos, seu
apelo aos homens é o apelo da certeza e afirmativa no meio de um século
cético. Em outras palavras, a apostasia do Protestantismo, fortalece as
mãos de Roma. Assim a renúncia do relatório da criação, produziu um
efeito duplamente mau. O Protestantismo apostatado, sob a autoridade da
razão humana, lançou fora o relatório da criação. O catolicismo apóstata,
sob a autoridade da tradição, levantou o domingo como uma marca de.
seu poder. Assim o sábado aparece revelado como símbolo da oposição
bíblica para as duas grandes forças de apostasia no mundo cristão, nestes
últimos dias. O sábado que guardamos é o sinal que mostramos ao
mundo que nós não temos parte em nenhuma apostasia; é um testemunho
que damos a todos os homens que, nossa aliança está no Deus dos tantos
A Condição Histórica do Movimento do Advento 42
profetas e apóstolos, e que a nossa esperança está nAquele que fez os
céus e a terra.
Eu vejo significado cada vez mais crescente nas palavras da Sra.
White, que "ao início do tempo de angústia fomos cheios do Espírito
Santo ao sairmos para proclamar o sábado mais amplamente."
(Primeiros Escritos, p. 33). Nós podemos pregar o sábado com uma
plenitude que era impossível aos pioneiros lhe darem. Está na natureza
da profecia em cumprimento que quando o tempo estiver à mão, a
mensagem de Deus pode ser vista em sua plenitude e devia ser pregada
em sua plenitude também.
Nós podemos apertas concluir que se nenhuma tríplice mensagem
tivesse sido especialmente escrita sobre as páginas da profecia Bíblica,
alguma coisa semelhante precisaria ser proclamada hoje para enfrentar a
última grande apostasia. Desde o começo nós como um povo,
declaramos que a justificação para a existência deste movimento, residia
em nossa declaração que nós tínhamos uma mensagem especial a
proclamar, a tríplice mensagem. Nós fizemos esta declaração num tempo
quando nossa pregação do sábado, parecia aos homens, uma mera
discussão tola sobre dias, e quando nossa declaração sobre a. apostasia
na cristandade não parecia mais que a propaganda de entusiastas
proselitistas. Nós fizemos esta declaração, numa hora quando nossa
declaração do juízo vindouro parecia como se fosse os ruídos de
clarinistas irracionais. Mas fizemos nossa declaração, proclamando que o
futuro demonstraria verdadeiras todas as nossas predições. O tempo
abaliza completamente esta declaração. Levantemo-nos e terminemos o
trabalho de Deus.

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