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A RELIGIÃO E A CIÊNCIA

O INÍCIO DO CONFLITO

O confronto maior começou na Idade Média e durou mil anos, quando se iniciou a liderança da Igreja Católica. Tudo o que se dissesse sobre
ciência, filosofia ou religião deveria estar de acordo com a Bíblia, senão era considerado heresia. A Bíblia não podia ser lida e interpretada livremente.
A única interpretação aceita no Ocidente era a da Igreja Católica, e isso durou até o rompimento que resultou da Reforma Protestante, no século XVI.
A partir do Renascimento, no século XV, começaram a surgir pensadores que deram alguns passos adiante na observação da natureza,
iniciando a ciência moderna. Nenhum deles era ateu ou materialista, mas o que diziam estava em desacordo com as teorias da Igreja.
A concepção de Universo, até então, era de que a Terra era seu centro e de que o Sol girava ao redor dela, e as estrelas ficavam na
abóbada celeste. A Igreja adotava esta concepção, chamada de sistema geocêntrico, pois segundo a Bíblia, “Josué, parou o sol” (Josué 10,13). Era
também o mesmo sistema concebido por Aristóteles.
O primeiro cientista do Renascimento a contestar essa teoria foi o astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473 – 1543): ele afirmou que a
Terra é que girava em torno do Sol. Depois vieram Giordano Bruno, Johannes Kepler e Galileu Galilei, todos astrônomos e matemáticos, além de
filósofos, que iniciaram a ciência moderna.
Nenhum deles negava Deus. Ao contrário, acreditavam trabalhar para o engrandecimento da ideia de Deus. Ampliando a noção do Universo,
descobrindo a sua grandeza, observando como se movimentam os astros, eles estariam contribuindo para mostrar a glória de Deus. Ampliando a
noção do Universo, descobrindo sua grandeza, observando como se movimentam os astros, eles estariam contribuindo para mostrar a glória de Deus,
seu poder criador, sua inteligência perfeita.
A Igreja católica, porém, assim como as Igrejas protestantes não aceitaram essas ideias. O alemão Kepler, que era protestante, foi
perseguido e exilado; Giordano Bruno foi morto na fogueira. Galileu na Itália, teve de assinar diante da Igreja uma negativa de suas ideias e ficou em
prisão domiciliar pelo resto da vida. Uma passagem famosa de sua história conta que, depois de ele ter assinado a abjuração, negando que a Terra se
movia em torno do sol, teria sussurrado: “E, no entanto, ela se move”.
Mais tarde, haveria outras discussões entre as concepções da Bíblia e os avanços da ciência. Por exemplo, está escrito no Gênises que
Deus fez o mundo em seis dias e no sétimo descansou. A ciência descobriu que a Terra tem bilhões de anos... Então a religião cristã passou a aceitar
que não foram seis dias, mas seis períodos, e que a história bíblica era simbólica e não literal (ao pé da letra).

O DESENROLAR DA HISTÓRIA

Se, de um lado, durante muitos séculos as religiões assumiram uma postura radical, como uma espécie de reação, de outro, os cientistas
também passaram a radicalizar: segundo eles, para ciência ser realmente “científica”, tinha de negar Deus. Mas é evidente que, se a ciência não pode
provar que Deus existe, também não pode provar que Ele não existe.
Nos séculos XIX e XX, como já vimos, era grande o número de pensadores que se diziam científicos e anti-religiosos. Mas também tivemos
um movimento conciliatório. De um lado, cientistas que se aproximaram da religião; de outro, a religião reconhecendo o valor da ciência.
O espiritismo, que nasceu no século XIX, pretende aproximar religião e ciência, dizendo que elas abarcam uma só realidade e não podem se
desmentir mutuamente. Por isso Allan Kardec não acreditava em milagres, em algo extraordinário, fora das leis naturais. Tudo faz parte de uma só lei,
criada por Deus – a religião descobre as leis morais; a ciência descobre as leis físicas. A filosofia serve de elo entre as duas.
Do lado da Igreja católica, no século XX, houve uma contribuição importante vindo do padre jesuíta Teilhard de Chardin. Ele tentou conciliar
evolucionismo e criacionismo, mostrando com muito brilho que, para aceitarmos a ideia da evolução cósmica, não precisamos deixar Deus de lado. Ao
contrário, na sua visão, Ele se engrandece.

A RELIGIÃO E A CIÊNCIA

O INÍCIO DO CONFLITO

O confronto maior começou na Idade Média e durou mil anos, quando se iniciou a liderança da Igreja Católica. Tudo o que se dissesse sobre
ciência, filosofia ou religião deveria estar de acordo com a Bíblia, senão era considerado heresia. A Bíblia não podia ser lida e interpretada livremente.
A única interpretação aceita no Ocidente era a da Igreja Católica, e isso durou até o rompimento que resultou da Reforma Protestante, no século XVI.
A partir do Renascimento, no século XV, começaram a surgir pensadores que deram alguns passos adiante na observação da natureza,
iniciando a ciência moderna. Nenhum deles era ateu ou materialista, mas o que diziam estava em desacordo com as teorias da Igreja.
A concepção de Universo, até então, era de que a Terra era seu centro e de que o Sol girava ao redor dela, e as estrelas ficavam na
abóbada celeste. A Igreja adotava esta concepção, chamada de sistema geocêntrico, pois segundo a Bíblia, “Josué, parou o sol” (Josué 10,13). Era
também o mesmo sistema concebido por Aristóteles.
O primeiro cientista do Renascimento a contestar essa teoria foi o astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473 – 1543): ele afirmou que a
Terra é que girava em torno do Sol. Depois vieram Giordano Bruno, Johannes Kepler e Galileu Galilei, todos astrônomos e matemáticos, além de
filósofos, que iniciaram a ciência moderna.
Nenhum deles negava Deus. Ao contrário, acreditavam trabalhar para o engrandecimento da ideia de Deus. Ampliando a noção do Universo,
descobrindo a sua grandeza, observando como se movimentam os astros, eles estariam contribuindo para mostrar a glória de Deus. Ampliando a
noção do Universo, descobrindo sua grandeza, observando como se movimentam os astros, eles estariam contribuindo para mostrar a glória de Deus,
seu poder criador, sua inteligência perfeita.
A Igreja católica, porém, assim como as Igrejas protestantes não aceitaram essas ideias. O alemão Kepler, que era protestante, foi
perseguido e exilado; Giordano Bruno foi morto na fogueira. Galileu na Itália, teve de assinar diante da Igreja uma negativa de suas ideias e ficou em
prisão domiciliar pelo resto da vida. Uma passagem famosa de sua história conta que, depois de ele ter assinado a abjuração, negando que a Terra se
movia em torno do sol, teria sussurrado: “E, no entanto, ela se move”.
Mais tarde, haveria outras discussões entre as concepções da Bíblia e os avanços da ciência. Por exemplo, está escrito no Gênises que
Deus fez o mundo em seis dias e no sétimo descansou. A ciência descobriu que a Terra tem bilhões de anos... Então a religião cristã passou a aceitar
que não foram seis dias, mas seis períodos, e que a história bíblica era simbólica e não literal (ao pé da letra).

O DESENROLAR DA HISTÓRIA

Se, de um lado, durante muitos séculos as religiões assumiram uma postura radical, como uma espécie de reação, de outro, os cientistas
também passaram a radicalizar: segundo eles, para ciência ser realmente “científica”, tinha de negar Deus. Mas é evidente que, se a ciência não pode
provar que Deus existe, também não pode provar que Ele não existe.
Nos séculos XIX e XX, como já vimos, era grande o número de pensadores que se diziam científicos e anti-religiosos. Mas também tivemos
um movimento conciliatório. De um lado, cientistas que se aproximaram da religião; de outro, a religião reconhecendo o valor da ciência.
O espiritismo, que nasceu no século XIX, pretende aproximar religião e ciência, dizendo que elas abarcam uma só realidade e não podem se
desmentir mutuamente. Por isso Allan Kardec não acreditava em milagres, em algo extraordinário, fora das leis naturais. Tudo faz parte de uma só lei,
criada por Deus – a religião descobre as leis morais; a ciência descobre as leis físicas. A filosofia serve de elo entre as duas.
Do lado da Igreja católica, no século XX, houve uma contribuição importante vindo do padre jesuíta Teilhard de Chardin. Ele tentou conciliar
evolucionismo e criacionismo, mostrando com muito brilho que, para aceitarmos a ideia da evolução cósmica, não precisamos deixar Deus de lado. Ao
contrário, na sua visão, Ele se engrandece.

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