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apresentações
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O presente Manual ora lançado pelo MDIC, CNI, Inmetro e Senai se destina a todo o
empresariado brasileiro, com ênfase nos responsáveis pelas micro, pequenas e
médias empresas. É fruto da experiência do Inmetro de quase três décadas no trato
com a Metrologia, com as Normas Técnicas, com os Regulamentos Técnicos e com
os Procedimentos de Avaliação da Conformidade. Resulta, sobretudo, da experiência
acumulada por exercer no Brasil o papel de "Ponto Focal de Barreiras Técnicas às
Exportações" nos moldes exigidos pelo TBT/OMC. Tal acervo de conhecimentos e de
informações foi condição sine qua non para credenciar o Inmetro a prestar mais um
serviço de importância basilar para a empresa brasileira, pois permitiu condensar
numa pequena brochura os elementos essenciais que recolheu durante a sua lide
diária com aqueles temas, bem como, principalmente, no trato rotineiro da
administração e da implementação do Acordo TBT junto a Genebra.
Por fim, o Manual dedica um Capítulo específico aos Serviços que o MDIC/Inmetro
ora disponibilizam a todos os empresários que já exportam, ou aos que pensam em
conquistar o mercado externo. São Serviços tais como "O Alerta Exportador" e "O
Denuncie Barreiras Técnicas!"; bem como informações sobre a Solicitação do texto
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completo das propostas de Regulamentos Técnicos notificados à OMC; o Envio de
comentários às propostas de regulamentos notificados à OMC; as Consultas às
notificações endereçadas à OMC e a Solicitação de informações sobre barreiras
técnicas.
Sergio Amaral
Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
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No contexto de suas missões institucionais e somando esforços para apoiar a
indústria no seu permanente esforço de promover e consolidar a inserção
competitiva de nossos produtos nos mais diferentes mercados em todo o mundo, o
INMETRO e o SENAI inovam mais uma vez ao lançarem a presente publicação que
trata das Barreiras Técnicas às Exportações.
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A função de “Ponto Focal do Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio” começou
a ser exercida pelo Inmetro no início da década de 80, tendo sido continuamente
aprimorada ao longo dos anos. Atualmente, grande parte das atividades são
voltadas para a prestação de serviços aos exportadores brasileiros, especialmente os
micro, pequenos e médios, ajudando-os a superar eventuais obstáculos às suas
exportações.
Armando Mariante
Presidente do Inmetro
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capítulo 1
Barreiras técnicas: conceitos básicos
Para protegerem seus mercados, os países procuram utilizar vários mecanismos que
dificultem o acesso de mercadorias importadas as barreiras comerciais. A maneira
mais comum de proteger os mercados é a utilização de tarifas. Contudo, com as
negociações internacionais sobre comércio, que geralmente resultam em reduções
nas tarifas que os países podem aplicar, foram sendo desenvolvidos novos artifícios
para dificultar as importações, as chamadas barreiras não-tarifárias. Entre essas,
têm se destacado as denominadas barreiras técnicas.
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Em primeiro lugar, faz-se necessário apresentar a distinção entre regulamentos e
normas. Ambos estabelecem características de um produto ou de processos a ele
relacionados, além de métodos de produção. Esses documentos também podem
incluir requisitos de procedimento, especificação, simbologia, terminologia,
padronização e classificação. Contudo, a grande diferença consiste em que o
cumprimento dos regulamentos é compulsório, enquanto que o das normas é
voluntário.
Por outro lado, as normas, por terem caráter voluntário, não impedem que nenhum
produto seja comercializado. Contudo, os produtos que não estão de acordo com as
normas estipuladas têm maior dificuldade para sua aceitação no mercado. No Brasil,
as normas são elaboradas no âmbito da ABNT - Associação Brasileira de Normas
Técnicas, entidade privada criada com o objetivo de coordenar, orientar e
supervisionar o processo de elaboração das normas nacionais.
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Vale destacar que os custos que se referem à adaptação de produtos às normas e
regulamentos, assim como aqueles que se referem aos procedimentos de avaliação
da conformidade, incidem normalmente sobre o produtor. Para diminuir estes
custos, têm sido promovidos acordos de reconhecimento mútuo dos procedimentos
de avaliação da conformidade, cujo objetivo principal é fazer com que os resultados
de uma avaliação sejam reconhecidos internacionalmente, ou, em outras palavras,
“testado uma vez, aceito em qualquer lugar”. No capítulo 3, os Acordos de
Reconhecimento Mútuo (MRA, da sigla em inglês) serão analisados com maior
atenção.
Depois dos esclarecimentos acima, é mais fácil entender como uma barreira técnica
pode vir a se estabelecer. Ela poderá surgir a partir de diferentes situações, como
por exemplo: quando há ausência de transparência das normas ou regulamentos
aplicados; pela imposição de procedimentos morosos ou dispendiosos para avaliação
da conformidade; ou em decorrência de regulamentos excessivamente rigorosos
impostos pelas legislações estrangeiras.
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As discussões sobre barreiras técnicas no âmbito da OMC são analisadas
estritamente à luz do TBT. Sendo assim, contestações dos países, inclusive daqueles
menos desenvolvidos, serão atendidas apenas se estiverem de acordo com as regras
definidas pela OMC, o que reduz o espaço para reivindicações.
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capítulo 2
A Organização Mundial do Comércio (OMC)
e as Barreiras Técnicas
Embora o GATT não fosse uma organização internacional, seu poder pode ser
verificado pela realização de oito rodadas de negociação desde a sua criação. As
últimas realizadas foram a Rodada Tóquio, de 1973 a 1979, e a Rodada Uruguai, de
1986 a 1994.
A decisão de criar a OMC foi tomada durante a Rodada Uruguai. A OMC refinou o
mecanismo de resolução de disputas comerciais entre seus membros, de
monitoramento das políticas comerciais de cada membro, incentivando, além disso,
a assistência técnica aos países menos desenvolvidos.
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Os princípios básicos da OMC são em geral os mesmos do GATT, dentre os quais o
princípio da não-discriminação é especialmente importante para a compreensão da
importância da assinatura do Acordo sobre Barreiras Técnicas e do Acordo sobre
Medidas Sanitárias e Fitossanitárias.
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Seguindo o princípio da não-discriminação do Acordo, embasado na cláusula do
Tratamento Nacional, aos Estados não é permitido exigir que os produtos
importados estejam de acordo com regulamentos técnicos mais restritivos do que
aqueles exigidos aos produtos domésticos. Do mesmo modo, seguindo a cláusula da
Nação mais Favorecida, a concessão a produtos de um determinado país, cujo
regulamento ou norma técnica seja menos restritivo, deverá ser estendida a todas as
partes contratantes do Acordo.
É necessário acrescentar ainda que disputas envolvendo o TBT podem ser resolvidas
pelo mecanismo de solução de controvérsias estabelecido pela OMC. Ademais,
estabeleceu-se um Comitê de Barreiras Técnicas na Organização, com o objetivo de
avaliar a implementação e a operação do Acordo, assim como estabelecer um fórum
para a revisão do mesmo. O Comitê se reúne regularmente em Genebra,
encontrando-se também a cada três anos com o objetivo de promover uma revisão
do TBT.
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No Brasil, o centro de notificação de barreiras técnicas é de responsabilidade do
Inmetro e se denomina Ponto Focal de Barreiras Técnicas às Exportações. O quarto
capítulo do presente trabalho dedicará maior atenção ao Ponto Focal e à sua
importância para promoção do comércio exterior brasileiro.
O SPS tem como objetivo impedir que medidas que visem a proteção à saúde de
pessoas, plantas e animais constituam barreiras ao comércio internacional,
incentivando a harmonização destas medidas em nível internacional, o que pode
ser feito através da adoção das medidas estabelecidas em organizações
internacionais nessa área.
Deve ser salientada, ainda, a íntima relação entre a área científica e a adoção de
medidas sanitárias/fitossanitárias. Com o objetivo de impedir que os países emitam
medidas de forma discricionária, com a intenção de introduzir barreiras ao
comércio, exige-se que seja comprovada cientificamente a necessidade de adotar
ou manter tal medida. Comprovadas tais necessidades, será então possível
estabelecer-se a medida desejada.
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Ademais, assim como o TBT, o SPS também determina que sejam criados centros de
informação em cada país-membro participante do Acordo. Estes centros têm como
incumbência notificar os outros centros a existência de medidas sanitárias e
fitossanitárias, dos procedimentos de inspeção, produção e tratamento de
quarentena, tolerância a pesticidas, etc.
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capítulo 3
Acordos de Reconhecimento Mútuo (MRAs)
A confiança está no cerne desta questão, sendo essencial para que os países
reconheçam mutuamente os procedimentos de avaliação da conformidade como
satisfatórios. Assim sendo, após uma avaliação minuciosa dos procedimentos
elaborados pelos credenciadores com os quais se pretende firmar um MRA, vínculos
de confiança são estabelecidos, promovendo o reconhecimento mútuo dos
resultados atingidos. Desta maneira, consolida-se a expressão previamente citada:
“testado uma vez, aceito em qualquer lugar”.
Neste contexto, vê-se que os MRAs são fundamentais para o comércio exterior,
desonerando os exportadores e evitando que estes incorram em custos não
esperados.
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A OMC, prevendo tais dificuldades para as transações comerciais entre seus
membros, fez constar no Acordo Sobre Barreiras Técnicas ao Comércio, um artigo
específico para tratar da questão do “Reconhecimento da Avaliação da
Conformidade pelos Organismos do Governo Central”. Para tanto, o referido acordo,
em seu Artigo 6, no parágrafo 6.3, encoraja os membros, a pedido de outros
membros, a se mostrarem dispostos a entrar em negociações que visem a
concretização de acordos de reconhecimento mútuo dos resultados dos
procedimentos de avaliação da conformidade expedidos entre si. Mais adiante, no
parágrafo 6.4, o TBT encoraja as partes contratantes a permitir a participação de
instituições de avaliação da conformidade localizadas no território de outros
participantes em seus procedimentos de avaliação da conformidade, e que tais
participações se dêem em condições não menos favoráveis do que aquelas
concedidas às instituições localizadas em seu território ou no território de qualquer
outra parte contratante.
Nos países em desenvolvimento, onde na maioria das vezes esses acordos ainda não
estão disponíveis, tais exigências impõem aos exportadores mais um obstáculo, se
traduzindo em “barreiras técnicas”. Para contornar tal situação, faz-se necessária a
promoção de programas de cooperação técnica que viabilizem a transferência de
tecnologia e de experiência dos países desenvolvidos. É através desses programas de
cooperação técnica que se torna possível dotar a infra-estrutura de acreditação de
um país do necessário nível de confiança para seus produtos, processos e sistemas, à
luz dos requisitos específicos dos fóruns internacionais que promovem tais acordos.
No ano de 2002, o Inmetro assinou dois novos acordos de cooperação técnica, com
os dois mais expressivos institutos de metrologia mundiais - o norte-americano NIST
(National Institute of Standards and Technology) e o alemão PTB (Physikalisch
Technische Bundesanstalt).
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Com o objetivo de facilitar as exportações brasileiras, o Inmetro tem perseguido,
continuamente, o reconhecimento dos seus Sistemas de Credenciamento em vários
fóruns internacionais. Os Acordos de Reconhecimento Mútuo já firmados pelo
Inmetro nas áreas de sua competência, encontram-se descritos a seguir:
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(MRA) de Padrões Metrológicos Nacionais e de Certificados de
Calibração que se baseia em resultados de desempenho em
comparações internacionais, cujos resultados estão acessíveis em uma
Base de Dados do BIPM. O reconhecimento mútuo se estende aos
certificados de medição e de calibração emitidos por toda a Rede
Brasileira de Calibração.
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A IAAC intenta conjugar em um único fórum internacional não só o
escopo do reconhecimento de credenciadores de laboratórios, mas
também dos credenciadores de organismos de certificação de sistemas
da qualidade e de meio-ambiente. Atualmente, a IAAC conta com 18
países que participam daquela cooperação na qualidade de Membros
Plenos.
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capítulo 4
Superando as Barreiras Técnicas
Ao longo dos anos, as funções dos pontos focais dos países mais voltados para as
exportações foram sendo ampliadas, tornando-se importantes instrumentos de
apoio às empresas que atuam no comércio exterior. Suas atividades fornecem
informações que auxiliam o setor produtivo a adequar-se às exigências técnicas dos
países para onde destinam seus produtos, evitando que as mercadorias sejam
recusadas no momento do desembarque. Atualmente, os pontos focais tendem a se
tornar centros de acumulação e de disseminação de informações sobre as barreiras
técnicas ao comércio.
O Inmetro, como Ponto Focal brasileiro, segue a tendência observada nos países
mais desenvolvidos e não se limita a executar atividades obrigatórias segundo o
acordo TBT da OMC. Atualmente, o Ponto Focal tornou-se um prestador de serviços
essenciais às empresas que disputam os mercados internacionais, ao fornecer-lhes
um insumo essencial para sua competitividade: o conhecimento prévio dos
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regulamentos técnicos e dos procedimentos de avaliação da conformidade a que
seus produtos estarão submetidos. Adicionalmente, o Ponto Focal busca trabalhar de
maneira a auxiliar especialmente o micro, o pequeno e o médio exportador,
justamente os que têm maiores dificuldades em tratar destes assuntos.
Note-se que o país que está emitindo o regulamento não está obrigado a adiar ou
suspender a aplicação das medidas, mas é obrigado a explicá-las de maneira
convincente. Caso a explicação não seja considerada satisfatória, o Brasil poderá
levar o caso às reuniões regulares do Comitê de Barreiras Técnicas da OMC ou, até
mesmo, em casos graves, solicitar a abertura de um painel ao Órgão de Solução de
Controvérsias da Organização.
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Um aspecto relevante encontrado nos serviços do Ponto Focal é que eles são
prestados em português. Particularmente para o micro, o pequeno e o médio
empresário que pretendem iniciar suas atividades de exportação, este é mais um
diferencial que pode facilitar suas atividades.
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capítulo 5
Ponto Focal: Serviços à Disposição dos Exportadores
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Os serviços, que podem ser utilizados sem qualquer custo para o exportador, são:
1. ”Alerta Exportador!”;
2. Denuncie Barreiras Técnicas!;
3. Solicitações do texto completo das propostas de regulamentos técnicos
notificados à OMC;
4. Envio de comentários às propostas de regulamentos notificados à OMC;
5. Consultas às notificações endereçadas à OMC;
6. Solicitação de informações sobre barreiras técnicas.
1. “Alerta Exportador!”
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O “Alerta Exportador!” funciona a partir da inscrição do exportador. No momento do
preenchimento do cadastro, o usuário fornece informações definindo os produtos e
os países de seu interesse. O “Alerta Exportador!” emite, automaticamente,
mensagens via correiro eletrônico (e-mail) sobre as notificações encaminhadas à
OMC relativas a propostas de regulamentos técnicos e procedimentos de avaliação
da conformidade identificados como de interesse daquele exportador em particular.
Cabe observar que os resumos das notificações, que chegam à OMC em um dos três
idiomas oficiais da instituição (inglês, francês e espanhol), são sempre traduzidos
para o português antes de serem enviados para os exportadores. Esta tradução, que
pode envolver termos técnicos complexos, é realizada com o apoio de especialistas
do Inmetro nos diferentes setores.
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3. Solicitações de texto completo das propostas de regulamentos
notificados à OMC
Para aqueles usuários que optarem por não receber os resumos das notificações
sistematicamente, através do “Alerta Exportador!”, existe a possibilidade de acessá-
los isoladamente, a qualquer tempo, em português, no Ponto Focal de Barreiras
Técnicas às Exportações. As notificações em período de comentários estarão
disponíveis no site.
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6. Solicitações de informações sobre barreiras técnicas
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Resultado do Convênio Inmetro/Senai