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FEDERAL DE
OURO PRETO
MÁQUINAS ELÉTRICAS I
✓ Transformadores elétricos
2
Avaliações
▪ A avaliação consistirá em três provas ao longo do semestre:
▪ Primeira avaliação, dia 07/06, valor 20 pontos. Tema: conversão
eletromecânica de energia;
▪ Segunda avaliação, dia xx/xx, valor 20 pontos. Tema: Transformadores
elétricos;
▪ Terceira avaliação, dia xx/xx, valor 20 pontos. Tema: Máquinas de
corrente contínua;
▪ Relatórios das aulas práticas 40 pontos.
7 8 9 10 11 12 13 4 5 6 7 8 9 10 2 3 4 5 6 7 8 6 7 8 9 10 11 12
14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 17 9 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19
21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 24 24 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26
28 29 30 31 25 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30 31
30 31
3
Bibliografia
1. Chapman, Stephen J. Fundamentos de máquinas elétricas.
AMGH editora, 2013.
2. Sen, Paresh Chandra. Principles of electric machines and power
electronics. John Wiley & Sons, 2021.
3. Umans, Stephen D. Máquinas Elétricas de Fitzgerald e
Kingsley-7. AMGH Editora, 2014.
4
Horário de atendimento
Horário de atendimento sem necessidade de agendamento:
▪ Sala A410
5
Conceitos iniciais
▪ Máquinas elétricas são dispositivos capazes de realizar a
conversão eletro mecânica de energia.
▪ Quando uma máquina elétrica atua convertendo energia elétrica em
mecânica, dar-se o nome de motor elétrico.
▪ Quando a máquina elétrica atua convertendo energia mecânica em
elétrica, dar-se o nome de gerador elétrico.
▪ Em suma, qualquer máquina elétrica pode atuar tanto como gerador
como motor.
▪ Esses fenômenos foram descobertos em Michael
Faraday
▪ Em 1821 Faraday publicou um trabalho que
chamou de “rotação eletromagnética”.
▪ Em 1831 Faraday descobriu a indução
eletromagnética.
6
Conceitos do movimento rotacional
▪ Inicialmente, faz-se necessário relembrar alguns conceitos
básicos referentes à distância, velocidade, trabalho e potência.
▪ Entretanto, devido à natureza rotativa das máquinas elétricas,
esse conceitos são apresentados para o movimento rotacional.
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Conceitos do movimento rotacional
▪ A velocidade angular é uma grandeza que mede a
rapidez com que um objeto está girando em torno
de um eixo.
𝑑ϴ
ω=
𝑑𝑡
▪ Se a unidades de posição angular forem radianos,
então a velocidade será medida em radianos por
segundo (rad/s).
▪ Normalmente, em máquinas elétricas, pode-se
utilizadas outras unidades para descrever a
velocidade;
ωm: Velocidade angular expressa em radianos por segundo (rad/s);
fm: Velocidade angular expressa em rotações por segundo (rps);
nm: Velocidade angular expressa em rotações por minuto (rpm).
ω𝑚
𝑛𝑚 = 60𝑓𝑚 𝑓𝑚 =
2π 8
Conceitos do movimento rotacional
▪ O torque é uma grandeza física que mede
a tendência de uma força rotacionar um
objeto em torno de um eixo. Em outras
palavras, é a capacidade de uma força em
fazer um objeto girar em torno de um
ponto fixo.
▪ Se r for um vetor que aponta desde o eixo
de rotação até o ponto de aplicação da
força
𝜏 = (força aplicada)(distância perpendicular)
𝜏 = (𝐹)(𝑟𝑠𝑒𝑛ϴ)
▪ As unidades do torque são:
▪ Newton-metro (SI)
▪ Libras-pé (sistema inglês)
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Conceitos do movimento rotacional
▪ O trabalho, em um movimento de rotação, é definido como a
aplicação de um torque por um ângulo. Matematicamente, tem-se:
𝑊 = න 𝜏𝑑𝜃
▪ Caso o torque seja constante, tem-se:
𝑊 = 𝜏𝜃
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Campos magnéticos
▪ Densidade de campo magnético (B)
➢Expressa a quantidade de fluxo magnético que atravessa uma determinada
área.
∅ = න 𝐵. 𝑑𝐴 (1)
➢Sabe-se que fluxo magnético líquido que entra ou sai de uma certa
superfície fechada é zero, conforme demostrado por
ර 𝐵. 𝑑𝐴 = 0 (2)
➢Diante dessa característica é possível supor que a densidade de campo
magnético B é uniforme em uma seção reta. Assim a equação (1) pode ser
simplificada por:
𝜙 Wb
𝐵= ou Tesla T (3)
𝐴 m²
Observe que:
1. A grandeza da densidade de campo magnético
Webes/metro quadrado ou Tesla.
2. A densidade de campo magnético no ponto a é mais
intensa que no ponto B para uma mesma área
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Campos magnéticos
▪ Intensidade de campo magnético (H)
➢Em certo sentido, H é uma medida do esforço que uma corrente
está fazendo para estabelecer um campo magnético.
➢A relação entre a corrente elétrica (i) que flui em um condutor e a
intensidade de campo magnético (H) é definida pela lei circuital
de Ampère, conforme a seguinte expressão:
න 𝐽. 𝑑𝐴 = ර 𝐻. 𝑑𝑙
𝐻2𝜋𝑟 = 𝑖
𝑖 A
𝐻=
2𝜋𝑟 m
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Campos magnéticos
▪ A intensidade de campo magnético H produz uma densidade de campo
magnético B em todos os lugares onde ela existe.
▪ A relação entre B e H é dependente das características intrínsecas do
material no qual elas estão expostas e pode ser expressas por:
𝐵 = 𝜇𝐻
Reorganizando, tem-se: 𝐵 Wb m Wb H
𝜇= 𝑜𝑢 𝑜𝑢
𝐻 m² A mA m
▪ A permeabilidade do meio (μ) pode ser expressa em função da
permeabilidade do vácuo (μ0) e da permeabilidade relativa (μr)
conforme a seguinte expressão: H
𝜇 = 𝜇𝑟𝜇0
m
➢ A permeabilidade do vácuo possui um valor constante de 4π10-7 henry/metro
➢ Já a permeabilidade relativa depende do material utilizado e pode varia entre
algumas centenas a milhares.
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Campos magnéticos
17
Campos magnéticos
▪ A relação B-H aumenta quase linearmente para baixos valores de
intensidade magnética H. Entretanto, para valores mais elevados
de H, a variação de B torna-se não linear. Ou seja, o material
apresenta um característica de saturação.
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Campos magnéticos
▪ Esse comportamento pode ser
representado pela curva normal de
magnetização do material na
figura.
magnética:
- Bsaturação do ferro = 2,2 Wb/m²
- Bsaturação do cobalto = 1,8 Wb/m² Ferro fundido
19
Circuitos magnéticos
▪ Considere a situação da figura ao lado, na qual um
condutor é enrolado N vezes (bobina) entorno de
um material no formato de anel (toroide).
▪ Partido do pressuposto que a permeabilidade do
material é elevada ou tendendo ao infinito, quando
um corrente i flui pela bobina, todo o fluxo
magnético fica confinado no interior do material
ferromagnético. Logo, não há fluxo de dispersão.
▪ Considerando novamente a lei circuital de ampère:
ර 𝐻 ∙ 𝑑𝑙 = 𝑁𝑖
𝐻𝑙 = 𝑁𝑖
▪ Para o núcleo toroidal, l = 2πr. Assim, tem-se:
𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑁𝑖
𝐻2π𝑟 = 𝑁𝑖 𝐻=
2𝜋𝑟
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Circuitos magnéticos
▪ A quantidade Ni é conhecido como força magneto motriz (mmf) F e
sua unidade é o ampères-espiras (Ae).
𝐻𝑙 = 𝑁𝑖 = 𝐹 Ae
𝑁𝑖 𝐹 Ae
𝐻= =
𝑙 𝑙 𝑚
▪ Da relação B-H, tem-se :
𝜇𝑁𝑖
𝐵= 𝑇 (1)
𝑙
▪ Assumindo que todo o fluxo está confinado no interior do núcleo
toroidal e distribuído uniformemente, o fluxo atravessando a seção
do toroide é:
.
𝜙 = න 𝐵𝑑𝐴՜ 𝜙 = 𝐵𝐴 Wb (2)
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Circuitos magnéticos
▪ Das equações (1) e (2), tem-se:
𝜇𝑁𝑖 𝑁𝑖 𝑁𝑖 𝐹
𝜙= 𝐴= = = Wb
𝑙 𝑙ൗ ℜ ℜ
𝜇𝐴
Assim:
𝐹
𝜙= Wb (3)
ℜ
Sendo:
Relutância do caminho magnético
𝑙 1 A
ℜ= =
𝜇𝐴 𝑃 Wb
Permeância do caminho magnético
▪ A equação (3) afirma que o fluxo magnético é diretamente
proporcional à força magneto motriz e inversamente proporcional
a relutância do caminho magnético. Essa expressão é semelhante
à lei de Ohm.
▪ De fato, F pode ser entendido como a força motriz de um circuito
elétrico, ℜ como a resistência R e ϕ como a corrente i.
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Circuitos magnéticos
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Circuitos magnéticos
▪ As leis de Kirchhoff se aplicam igualmente à circuitos magnéticos tendo em
vista que esta é derivada diretamente das equações de Maxwell.
➢ Assim, a analogia com a lei de Kirchhoff das correntes é mantida para
circuitos magnéticos, pois, a divergência de B é zero. Portanto, qualquer
linha de fluxo que entra em um nó deve deixar esse nó. Conforme
ilustrado na figura, a soma dos fluxos que então em um nó deve ser zero.
➢ A integral do lado direito da equação representa a soma das MMFs através das
relutâncias ao redor de um caminho fechado.
➢ O lado direito da equação afirma que a correntes que fluem pelo enrolamento do
condutor são fontes de MMF.
➢ Logo, a soma dessas MMF ao redor de um caminho fechado é zero.
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Circuitos magnéticos
▪ Considere o núcleo ao lado composto por um entreferro.
▪ A linhas de campo magnético são representadas por
uma linha que passa no centro do núcleo.
▪ Esse caminho passa através do núcleo de
permeabilidade μ e comprimento lc e através do
entreferro de permeabilidade μ0 e comprimento lg.
▪ As seções transversais tanto do núcleo quanto do
entreferro são aproximadamente iguais.
▪ Aplicando a lei de Ampère a esse caminho, tem-se:
𝐹𝐶 + 𝐹𝑔 = 𝑁𝑖 +
FC
▪ A característica do núcleo e do entreferro pode ser
-
modela por: +
𝑙𝐶 𝑙𝑔 Fg
ℜ𝐶 = ℜ𝐶 = -
𝜇𝐴𝐶 𝜇0𝐴𝐶
▪ Como as relutâncias estão em série, a solução do
circuito magnético é
𝑁𝑖
𝑁𝑖 = 𝜙 ℜ𝐶 + ℜ𝑔 ⟶ 𝜙 =
ℜ𝐶 + ℜ𝑔
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Circuitos magnéticos
▪ A equação obtida parte do pressuposto que a seção transversal do
entreferro e o núcleo são iguais. Entretanto, é importante ressaltar
que essa suposição não é verdadeira.
▪ Quando as linha de fluxo atravessam o entreferro elas se projetam
para foram dando origem a um fenômeno conhecido como
espraiamento conforme ilustrado na figura a seguir:
Aço de
silício
Aço fundido
Ferro fundido
28
29
Circuitos magnéticos
▪ Exemplo 3
No circuito magnético da figura a seguir, a permeabilidade
relativa do material ferromagnético é de 1200. O efeito do
espraiamento é desprezado para essa situação. Todas as dimensões
estão em centímetros e o material possui uma seção transversal
quadrada. Determine
a) O fluxo e a densidade de fluxo no entreferro;
b) A intensidade magnética no entreferro.
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Indutância
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Indutância
A indutância é definida como o fluxo concatenado por
ampere de corrente
𝜆
𝐿= (1)
𝑖
𝜆 = 𝑁𝜙 (2)
𝑁𝜙
𝐿= (3)
𝑖
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Indutância
Relembrado que:
𝜙 = 𝐵𝐴 (4)
36
Indutância
▪ Exemplo 5
A bobina da figura abaixo possui 250 Aço de
espiras enroladas em um material de aço silício
37
Curva de histerese
▪ Até então, foi considerado apenas a situação na qual aplicava-se
uma corrente contínua à bobina. Vamos agora analisar o que
acontece quando uma corrente alternada é aplicada à bobina.
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Curva de histerese
▪ Inicialmente, considera-se o núcleo toroidal da figura ao
lado encontra-se desmagnetizado. Ou seja, os domínios
magnéticos estão completamente desalinhados de forma
que o fluxo residual é nulo.
▪ A seguir, será realizado a análise da curva B-H para uma
corrente senoidal.
▪ Inicialmente, a corrente aumenta lentamente conforme
ilustrado na figura abaixo.
Br
39
Curva de histerese
▪ Observe que agora a intensidade magnética é lentamente diminuída pela
diminuição da corrente i que flui no enrolamento.
▪ A curva de magnetização segue um caminho diferente tal como ilustrado por abc
na figura.
▪ Quando H se torna zero, verifica-se um fluxo residual remanescente Br,
denominado densidade de fluxo residual.
Br
40
Curva de histerese
▪ Se H é agora invertido ( pela inversão da corrente i), o fluxo no núcleo diminuirá.
▪ Para um particular valor de H, tal como Hc ilustrado na figura abaixo, o fluxo
residual é completamente removido,
▪ Esse valor de intensidade de campo (-Hc) é conhecido como força coerciva.
▪ Esse atraso em Br se torna nula mediante a atuação de H é conhecido como
histerese.
41
Curva de histerese
▪ Diminuindo ainda mais H, a curva irá se saturar na região reversa.
42
Curva de histerese
▪ A intensidade magnética H começa a aumentar até alcançar a alcançar novamente
o valor zero. E então haverá novamente uma inversão de H até alcaçar o a’. Logo,
o caminho percorrido foi efga’ .
▪ Observa-se que o laço não fecha.
a'
43
Curva de histerese
▪ Entretanto, a medida que mais ciclos ocorrem os valores de a, a’, a’’... Tende a se
tornarem mais próximos até que o laço possa ser considerado fechado.
▪ Note que no ponto c, o ferro está magnetizado, embora a corrente na bobina esteja
em zero.
▪ Durante todo o ciclo de magnetização, a densidade de fluxo B encontra-se atrasado
em relação a intensidade H. Esse fenômeno é conhecido como histerese.
44
Perdas histeréticas
▪ Conforme demostrado, a curva de histerese é obtida por meio da
variação da corrente durante um ciclo senoidal.
▪ Durante a parte positiva da variação da corrente i, a energia é
entregue ao conjunto núcleo/bobina e, durante a parte negativa, a
energia é devolvida à fonte.
▪ Entretanto, a energia devolvida para a fonte é menor que a
entregue. Logo, haverá um fluxo líquido de energia fluindo da
fonte para o conjunto núcleo/bobina.
▪ Essa energia, por sua vez, é dissipada na forma de calor no
núcleo ferromagnético e são conhecidas como perdas por
histerese.
▪ A seguir será demostrado que essas perdas são proporcionais à
área do ciclo de histerese.
45
Perdas histeréticas
▪ Inicialmente, será assumido que não há perdas no enrolamento da
bobina. Logo, a tensão e sobre a bobina, de acordo com a lei de
Faraday, é: 𝑑𝜙
𝑒=𝑁
𝑑𝑡
▪ Além disso, sabe-se que a energia transferida durante um
intervalo de tempo é dada por:
𝑡2 𝑡2
𝑊 = න 𝑝𝑑𝑡 ⟶ න 𝑒𝑖𝑑𝑡 J
𝑡1 𝑡1
▪ Relembrando que:
𝐻𝑙
𝜙 = 𝐵𝐴 Wb 𝑖= A
𝑁
46
Perdas histeréticas
▪ Substituindo as expressões, chega-se:
𝐵2 𝐵2
𝐻𝑙
𝑊=න 𝑁 ∙ 𝐴𝑑𝐵 ⟶ W = 𝑙𝐴
ณ න 𝐻𝑑𝐵
𝐵1 𝑁 𝑉 𝐵1
𝑛ú𝑐𝑙𝑒𝑜
▪ Assim: 𝐵2
𝑊 = 𝑉𝑛ú𝑐𝑙𝑒𝑜 න 𝐻𝑑𝐵
𝐵1
𝑊 = 𝑉𝑐𝑜𝑟𝑒 × 𝑊ℎ [J]
▪ Sendo Wh a densidade de energia no núcleo cuja grandeza
é expressa em [J/m³].
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Perdas por corrente Foucault
▪ Outra fonte de perda que ocorre do núcleo do material
ferromagnético é em decorrência da corrente foucault.
▪ Esse fenômeno se manifesta quando o núcleo ferromagnético é
submetido à uma variação de densidade de fluxo magnético.
▪ De acordo com a lei Faraday, um fluxo magnético variante no
tempo induz um tesão. Essa característica também de manifesta
no interior do núcleo magnético. E como consequência uma
corrente ie, conhecida como corrente foucault, flui
transversalmente ao núcleo conforme ilustrado na figura:
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Perdas por corrente parasita
▪ Há duas maneira que podem ser empregadas para reduzir esse
fenômeno em aplicações com máquinas elétricas.
1. Utilizar núcleos ferromagnéticos com alta resistividade. Tal
característica pode ser obtida por meio da adição em pequena
quantidade de silício ao ferro do núcleo.
2. Outro método bastante utilizado é por meio do
uso de núcleos laminados. Com isso, a corrente
induzida fica sitiada em uma menor área e se
difunde mais rapidamente nas lâminas isoladas,
que impede circulação de uma lâmina para outra.
▪ As perdas por corrente parasita no núcleo
magnético devido ao fluxo variante no tempo é:
2 𝑓2
𝑃𝑒 = 𝐾𝑒 𝐵𝑚𝑎𝑥
Cuja Ke é uma constante que depende do tipo de
material e espessura da laminação.
49
Perdas totais no núcleo
▪ As perdas por histerese e por corrente parasita podem
ser agrupadas para representar as perdas totais do
núcleo.
𝑃𝐶 = 𝑃ℎ + 𝑃𝑒
50
Excitação senoidal
▪ Em aplicações com máquinas elétricas bem como em diversas outras
aplicações, a tensão e fluxo variam de forma senoidal no tempo.
▪ Assumindo que a corrente aplicada à bobona da figura ao
lado seja senoidal, o fluxo varia de maneira senoidal. Assim:
𝜙 = 𝜙𝑚𝑎𝑥 sin 𝜔𝑡
▪ Da lei de Faraday, a tensão induzida na bobina é:
𝑑𝜙
𝑒 𝑡 =𝑁 ⟶ 𝑒 𝑡 = 𝑁𝜙𝑚𝑎𝑥 𝜔 cos 𝜔𝑡 ՜ 𝑒 𝑡 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 cos 𝜔𝑡
𝑑𝑡
▪ Note que se o fluxo varia de forma senoidal, a tensão
induzida varia de forma cossenoidal.
▪ O valor eficaz da tensão induzida é:
𝐸𝑟𝑚𝑠 𝑁𝜙𝑚𝑎𝑥 𝜔
𝐸𝑟𝑚𝑠 = ⟶ 𝐸𝑟𝑚𝑠 = ՜ 𝐸𝑟𝑚𝑠 = 4,44𝑁𝜙𝑚𝑎𝑥 𝑓
2 2
𝐸𝑎 = 𝐾𝑎ϕ𝜔𝑚 51
Excitação senoidal
▪ Exemplo 6
Uma fonte monofásica (1ϕ), 120 V e 60 Hz é conectada a um
conjunto núcleo/bobina de 200 espiras conforme ilustrado na figura
abaixo. Os parâmetros do núcleo são os seguintes:
Comprimento do núcleo = 100 cm
Área da seção transversal do núcleo = 20 cm²
Permeabilidade relativa do núcleo = 2500
52
Excitação senoidal
▪ Exemplo 7
Uma tensão com forma de onda quadrada com amplitude de
E = 100 V e frequência 60 Hz é aplicada a uma bobina enrolada em
um núcleo de ferro fechado. A bobina possui 500 espiras, e uma
seção transversal de 0,001m². Assuma que não há resistência na
bobina.
53
Corrente de magnetização
▪ Se a bobina for conectada a uma fonte de tensão senoidal, haverá
o estabelecimento de uma corrente que, como consequência,
estabelecerá um fluxo no interior do núcleo.
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Corrente de magnetização
▪ Note que a corrente de magnetização é não senoidal, mas está em
fase com o fluxo ϕ. Além disso, observa-se que a componente
fundamental da corrente de magnetização está atrasada em 90°.
Portanto não há perdas envolvidas. Isso já era esperado, pois, a
histerese, que representa as perdas, é desconsiderado nessa
situação
55
Corrente de magnetização
▪ Nessa situação, a corrente de magnetização é não simétrica e está
defasada em relação ao fluxo. A corrente de magnetização pode
ser decomposta em duas componentes, uma é a componente ic,
que está em fase com a tensão e a outra im defasada em 90°
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Conversão eletromecânica
de energia
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Avaliações
▪ A avaliação consistirá em três provas ao longo do semestre:
▪ Primeira avaliação, dia 07/06, valor 20 pontos. Tema: conversão
eletromecânica de energia;
▪ Segunda avaliação, dia xx/xx, valor 20 pontos. Tema: Transformadores
elétricos;
▪ Terceira avaliação, dia xx/xx, valor 20 pontos. Tema: Máquinas de
corrente contínua;
▪ Relatórios das aulas práticas 40 pontos.
7 8 9 10 11 12 13 4 5 6 7 8 9 10 2 3 4 5 6 7 8 6 7 8 9 10 11 12
14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 17 9 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19
21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 24 24 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26
28 29 30 31 25 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30 31
30 31
58
Conversão eletromecânica
de energia
59
Processo de conversão de energia
Conforme já mencionado em aulas passadas, a curva
característica de torque vs velocidade é a principal características de
saída da máquina elétrica.
Há várias maneira de determinar o torque em máquinas
elétricas. Entretanto, a estratégia mais fácil baseia-se no princípio da
conservação da energia que afirma que:
“A energia não pode ser criada nem destruída, apenas transformada de
uma forma para outra”
Para aplicar esse conceito à conversão eletromecânica, deve-se
ter em mente que qualquer dispositivo eletromecânica é composto por
três partes essenciais:
1) Um sistema elétrico
2) Um sistema mecânico
3) Um campo de acoplamento
60
Processo de conversão de energia
Dessa forma, baseando-se tanto no princípio da conservação de
energia quanto nas partes essenciais do sistema eletromecânico, a
equação da transferência de energia toma a seguinte forma:
𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎
𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒
𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 = 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 + 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑑𝑎 +
𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎
𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 𝑛𝑜 𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜
Dentre as perdas, pode-se citar três principais:
1) Perdas Ôhmicas, devido à resistência dos enrolamentos;
2) Perdas do núcleo, devido a corrente Foucault e as perdas histeréticas;
3) Perdas mecânicas, devido ao atrito
Logo, essas perdas podem ser distribuídas ao longo da equação
da seguinte maneira:
𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑒
𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎
𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎
= + 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑑𝑎
𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡e − Perdas 𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 + 𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠
𝑛𝑜 𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 + 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑛ú𝑐𝑙𝑒𝑜
Ôhmicas 𝑝𝑜𝑟 𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜
61
Processo de conversão de energia
Sistema Campo de Sistema Pmec
elétrico acoplamento mecânico
Perdas Perdas de Perdas
elétricas campo mecânicas
𝑑ϕ 𝑑λ
𝑣=𝑒=𝑁 = (3)
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑊𝑒 = 𝑒𝑖 𝑑𝑡 (4)
63
Energia de campo
Substituindo (3) em (4) e reorganizando, tem-se:
𝑑𝑊𝑒 = 𝑑𝑊𝑓 = 𝑖𝑑𝜆 (5)
A relação entre λ e a corrente i, ou B e H, para um valor
particular de entreferro é ilustrado na figura ao lado:
O incremento de energia dWf é
ilustrado pela área tracejada na figura.
Dessa forma, quando o fluxo concatenado
varia entre zero e λ, a energia armazenada
no campo é:
𝜆
𝑊𝑓 = න 𝑖𝑑𝜆 (6)
0
64
Energia de campo
Outra expressão útil pode ser derivada por meio do uso da
lei de Ampére:
𝐻𝐶𝑙𝐶 𝐻𝑔𝑙𝑔
𝑁𝑖 = 𝐻𝐶𝑙𝐶 + 𝐻𝑔𝑙𝑔 ՜ 𝑖 = + (7)
𝑁 𝑁
𝜆 = 𝑁𝜙 = 𝑁𝐴𝐵 (8)
Substituindo (7) e (8) em (6), tem-se:
𝐻𝐶𝑙𝐶 𝐻𝑔𝑙𝑔
𝑊𝑓 = න + 𝑁𝐴𝑑𝐵 (9)
𝑁 𝑁
65
Energia de campo
Sabendo que a relação entre i e λ para o entreferro mantem-
se linear, pode-se recorrer a relação entre B-H.
𝐵
𝐻𝑔 = (10)
𝜇0
Logo, substituindo (10) em (9), obtém-se:
𝐻𝐶𝑙𝐶 𝐵 𝑙𝑔 𝐵
𝑊𝑓 = න + 𝑁𝐴𝑑𝐵 ՜ 𝑊𝑓 = න 𝐴𝑙
ด𝑐 𝐻𝑐𝑑𝐵 + 𝐴𝑙
ด𝑔 𝑑𝐵 ՜
𝑁 𝜇0 𝑁 𝑉 𝑉
𝜇0
𝐶 𝑔
𝐵
՜ 𝑊𝑓 = 𝑉𝐶 න 𝐻𝑐𝑑𝐵 + 𝑉𝑔 න 𝑑𝐵
𝜇0
𝐵2
՜ 𝑊𝑓 = 𝑉𝑐 න 𝐻𝑐𝑑𝐵 + 𝑉𝑔
2𝜇
ต0
𝑤𝑓𝑔
𝑤𝑓𝑐 66
Energia de campo
▪ Assim
J
𝑤𝑓𝑐 = න 𝐻𝐶𝑑𝐵
m³
𝐵2 J
𝑤𝑓𝑔 =
2𝜇0 m³
𝑊𝑓𝑔 = 𝑉𝑔 × 𝑤𝑓𝑔 J
68
Energia e coenergia
Conforme abordado até o momento, as características do
sistema eletromagnético depende, sobretudo, do comprimento do
entreferro. A figura abaixo ilustra o comportamento da curva λ-i
para três comprimentos de entreferro. Observa-se que a medida que
o entreferro aumento, a curva tende a se tornar mais linear.
69
Energia e coenergia
Para um dado comprimento de entreferro, a energia armazenada
é representada pela área entre o eixo λ e a curva λ-i (A), conforme
ilustrado na figura e pode ser calculada da seguinte maneira:
𝜆
𝑊𝑓 = න 𝑖𝑑𝜆
0
A área B, é conhecida como coenergia.
Essa área é calculada da seguinte maneira:
𝑖
𝑊𝑓′ = න 𝜆𝑑𝑖
0
Embora não haja um significado físico para a coenergia, ela
pode ser utilizada para calcular o torque desenvolvido em sistemas
eletromecânicos. Para um sistema linear, tem-se:
λ×𝑖
𝑊𝑓′ = 𝑊𝑓 =
2
70
Força eletromecânica
Considere agora a situação na qual a parte móvel é posta em
movimento. Inicialmente, a parte móvel encontra-se na posição
x=x1 e ao final do movimento x=x2 de tal forma que o entreferro
diminui. A curva característica para essa duas posições é ilustrada
na figura :
71
Força eletromecânica
Se a parte móvel desloca-se lentamente, a corrente drenada
da fonte permanece essencialmente constante. Dessa forma, o
ponto de operação desloca-se de a para b de forma
aproximadamente linear.
A energia fornecida pela
fonte durante o movimento pode ser
calculada da seguinte maneira:
𝜆2
𝑑𝑊𝑒 = න 𝑖 𝑑𝜆 ՜ área(abcd)
𝜆1
Já a energia mecânica pode ser
calculada como:
72
Força eletromecânica
Da expressão derivada do princípio da conservação da
energia, tem-se:
𝑑𝑊𝑒 = 𝑑𝑊𝑚 + 𝑑𝑊𝑓 ՜ 𝑑𝑊𝑚 = 𝑑𝑊𝑒 − 𝑑𝑊𝑓
Dessa forma:
𝑑𝑊𝑚 = 𝑎𝑟𝑒𝑎(0𝑎𝑏)
Para essa situação, o trabalho
realizado, é de fato, o aumento da
coenergia. Assim:
𝑓𝑚𝑑𝑥 = 𝑑𝑊𝑚 = 𝑑𝑊𝑓′
Logo:
𝜕𝑊𝑓(𝑖, 𝑥)
𝑓𝑚 = ቤ
𝜕𝑥 𝑖=𝑐𝑡𝑒
73
Força eletromecânica
Por outro lado, se o movimento ocorrer rapidamente,
assume-se que o fluxo concatenado permanece constante, conforme
ilustrado na figura ao lado:
Dessa forma, realizando
procedimento semelhante ao demostrado
anteriormente, o trabalho mecânico
realizado é representado pela área 0ap,
que, de fato, representa uma diminuição
da energia de campo. Portanto:
𝑓𝑚𝑑𝑥 = 𝑑𝑊𝑚 = 𝑑𝑊𝑓
Então:
𝜕𝑊𝑓(𝜆, 𝑥)
𝑓𝑚 = ቤ
𝜕𝑥 λ=𝑐𝑡𝑒
74
A relação λ–i para um sistema eletromecânico é dado pela
seguinte expressão:
2
𝜆×𝑔
𝑖=
0.09
75
Sistemas lineares
Para situações em que a relutância do caminho magnético é
desprezada em comparação à do entreferro, a relação λ-i torna-se
essencialmente linear. Logo, para esse sistema idealizado, tem-se:
𝜆 =𝐿 𝑥 ×𝑖
𝑊𝑓 = න 𝑖𝑑𝜆
𝜆
𝜆 𝜆2 1
𝑊𝑓 = න 𝑑𝜆 = = 𝐿(𝑥)𝑖 2
0 𝐿(𝑥) 2𝐿(𝑥) 2
76
relembrando que:
𝜕𝑊𝑓(𝜆, 𝑥)
𝑓𝑚 = ቤ
𝜕𝑥 𝜆=𝑐𝑡𝑒
Tem-se:
𝜕 𝜆2
𝑓𝑚 = − อ
𝜕𝑥 2𝐿(𝑥)
𝜆=𝑐𝑡𝑒
𝜆2 𝑑𝐿(𝑥)
= 2
2𝐿 (𝑥) 𝑑𝑥
1 2 𝑑𝐿(𝑥)
= 𝑖
2 𝑑𝑥
77
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UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
OURO PRETO
MÁQUINAS ELÉTRICAS I