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PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS MÁQUINAS EM CA

CONCEITOS BÁSICOS

A conversão eletromecânica da energia em máquinas rotativas se dá por ação de um campo


magnético para modificar a relutância de um circuito magnético e/ou para gerar uma f.e.m, em
decorrência de uma variação de fluxo, de acordo com a lei de Faraday.
O fluxo concatenado com as bobinas varia ciclicamente, produzindo tensões alternadas. Um
grupo de bobinas conectadas entre si de tal forma que contribuam positivamente para uma tensão
terminal, é chamado armadura.
Nas máquinas em CA, de uma maneira geral, a armadura é montada na parte fixa, que é
chamada de estator.
A parte da máquina que produz um campo magnético fixo, com relação a sua própria
estrutura, é designada de campo. Este pode ser constituído de bobinas finas, ou por um ímã
permanente, em máquinas de menor potência.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS MÁQUINAS EM CA
MÁQUINAS SÍNCRONAS ELEMENTARES

https://www.youtube.com/watch?v=pO5F1bIRE3c
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MÁQUINAS SÍNCRONAS ELEMENTARES
Tensões geradas – Lei de Faraday

Poderemos analisar a lei de Faraday para a tensão gerada na


bobina a, considerando a variação do fluxo concatenado com a
mesma, da forma:
𝑑𝜆
𝑒=−
𝑑𝑡
ou considerando a tensão gerada no condutor, de comprimento l
que se desloca a uma velocidade v, em um campo magnético de
intensidade B, da forma:

em módulo
a1 𝑒=𝑙𝑣𝐵

Um observador no rotor, vê o condutor se afastar em


velocidade contrária, logo:
 𝑒=𝑙 ⃗
𝐵 x ⃗𝑣
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Tensões geradas – Lei de Faraday

𝑒=𝑙𝑣𝐵
a1

Um observador no rotor, vê o condutor se afastar em


velocidade contrária, logo:
 𝑒=𝑙 ⃗
𝐵 x ⃗𝑣
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MÁQUINAS SÍNCRONAS ELEMENTARES
Tensões geradas – Lei de Faraday

𝑑𝜆
𝑒=−
𝑑𝑡
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MÁQUINAS SÍNCRONAS ELEMENTARES

Máquina Síncrona Elementar com 2 pólos

• A figura representa uma máquina monofásica síncrona de pólos salientes


• O rotor é acionado a uma velocidade constante.
• A fmm produzida no circuito de campo (no rotor) é constante e em corrente contínua.
• A indução magnética ao longo do entreferro é variável com a relutância do circuito magnético.
• A tensão gerada no enrolamento de armadura (no estator) segue a mesma forma da indução
magnética e pode ser determinada com base em um dos dois princípios (lei de faraday): pela
variação do fluxo concatenado no interior da bobina, ou pelo movimento relativo entre os
condutores e o campo magnético.

• Observa-se que cada ciclo elétrico equivale a um ciclo mecânico


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MÁQUINAS SÍNCRONAS ELEMENTARES

Máquina Síncrona Elementar com 4 pólos

• Nota-se que cada par de pólo é responsável por um ciclo elétrico. Assim, sendo o número de
pares de pólo da máquina, podemos escrever para cada ciclo mecânico ():
Nº polos Ciclos
elétricos ou seja:
2 1 1
𝑃
𝜃 𝑒𝑙𝑒 = 𝜃 𝑚𝑒𝑐
4 2 2 2

6 3 3
P
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Vimos então que os ângulos elétricos e mecânicos, obedecem a relação:


𝑃
𝜃 𝑒𝑙𝑒 = 𝜃 𝑚𝑒𝑐
2
Cuja derivada temporal, leva a:

𝑃
𝜔 𝑒𝑙𝑒 = 𝜔 𝑚𝑒𝑐
2
Onde está em radianos elétricos por segundo e em radianos mecânicos por segundo.
Sendo a frequência elétrica em Hz e a rotação mecânica em rpm, temos
𝑃 2𝜋
2𝜋 𝑓= 𝑛
2 60
de onde se conclui que
𝑃 𝑛
𝑓=
2 60
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MÁQUINAS SÍNCRONAS ELEMENTARES


𝑃 𝑛
𝑓=
2 60

• Quanto menor a rotação do rotor, maior o número de pólos para uma dada
frequência.
• Pólos salientes – número elevado de pólos, utilizado em geradores de baixa rotação.
• Pólos lisos - número pequeno de pólos, utilizados em geradores de alta rotação.
Máquina Síncrona Elementar de pólos Lisos – Enrolamentos distribuídos
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MÁQUINAS SÍNCRONAS ELEMENTARES


Os Geradores Síncronos são em geral trifásicos. Os esquemas a seguir são
representativos de Máquinas Síncronas Trifásicas com 2 e 4 pólos ligadas em Y

• Nota-se que o número de pólos dos enrolamentos de rotor e estator devem ser
iguais, para que as tensões das bobinas, em série e por fase, estejam em fase.
• Quando a Máquina Síncrona está conectada á rede, as correntes equilibradas do
estator produz um campo magnético girante. O conjugado eletromagnético surge no
sentido de alinhar esse campo com o campo produzido pelo rotor.
• Para que haja conjugado magnético unidirecional é necessário que os campos
estejam estacionários entre si. Ou seja, possuam a mesma velocidade (velocidade
síncrona)
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MÁQUINAS SÍNCRONAS ELEMENTARES

Detalhe de enrolamento de fase do estator com 4 polos


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MÁQUINAS SÍNCRONAS ELEMENTARES

Enrolamento de estator e rotor, ambos, com 4 polos – Conjugado


unidirecional

S S

N
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MÁQUINAS SÍNCRONAS ELEMENTARES

Enrolamento de estator com 4 polos e rotor com dois polos –


Conjugado com sentidos opostos

S
MÁQUINAS SÍNCRONAS ELEMENTARES
Tensão gerada
A figura representa uma máquina de CA elementar de
de 2 polos.
A distribuição de densidade de fluxo produzida pelo
enrolamento do rotor pode ser representada como:

Sendo para qualquer número de polos.


O fluxo por polo pode ser calculado, supondo que as sapatas preenchem todo o
entreferro, de acordo com:

2
; ; ; 𝜃 𝑚𝑒 𝑐 = 𝜃
𝑃 𝑒 𝑙𝑒
𝜋
2
2
𝜑=∫ 𝐵𝑑𝐴=∫ ( 𝐵𝑝𝑖𝑐𝑜 𝑐𝑜𝑠 𝜃𝑒𝑙𝑒 )𝑙𝑟𝑑 𝜃 𝑚𝑒𝑐 = ∫ ( 𝐵 ¿ ¿ 𝑝𝑖𝑐𝑜 𝑐𝑜𝑠 𝜃 𝑒𝑙𝑒 )𝑙𝑟 𝑑 𝜃 𝑒𝑙𝑒 ¿
𝜋 𝑃

2

4 2
𝜑=
𝑃
𝑙𝑟 𝐵𝑝𝑖𝑐𝑜 ou 𝜑= 𝐷𝑙 𝐵𝑝𝑖𝑐𝑜
𝑃
MÁQUINAS SÍNCRONAS ELEMENTARES

Tensão gerada

O fluxo concatenado com a bobina do estator, em


função da posição do rotor é expressa por
onde

Pela lei de Faraday, a tensão induzida na armadura é

Para operação em regime permanente, o fluxo não varia no tempo, então

A tensão gerada é uma função senoidal, no tempo, cujo valor eficaz é dado por

Para um enrolamento distribuído, com fator de distribuição , temos

𝐸𝑒𝑓 =4,44 𝑓 𝑘𝑤 𝑁 𝜑
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MÁQUINAS DE INDUÇÃO ELEMENTARES


Aspecto construtivo

• Estator – Semelhante ao da máquina síncrona

• Rotor - Bobinado, com enrolamentos trifásicos distribuídos em ranhuras na


superfície do rotor
- Gaiola de Esquilo, com barras condutoras, que são curto-circuitadas em suas
extremidades, formando uma espécie de gaiola.

Rotor bobinado Rotor em gaiola de esquilo


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MÁQUINAS DE INDUÇÃO ELEMENTARES

Aspecto construtivo

As Máquinas de indução são assim chamadas por terem, em geral, a alimentação dos
enrolamentos do rotor feita por indução a partir do campo magnético girante do estator.

Na maioria das aplicações ela funciona como motor. Nesse caso, o rotor em gaiola é
mais freqüente, por ser de baixo custo, mais robusto e menos susceptível a defeito.
O rotor bobinado é mais usado quando se deseja controlar a velocidade da máquina,
através da injeção de correntes com freqüência ajustável, ou quando se quer realizar
conversão de freqüência.

Em algumas aplicações específicas, a máquina de indução pode funcionar como


gerador, como no caso das turbinas eólicas.
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CAMPOS MAGNÉTICOS GIRANTES


Máquinas Síncronas e Máquinas de Indução
A fim de facilitar o entendimento, considera-se um enrolamento concentrado de dois
pólos, em uma máquina trifásica de rotor cilíndrico. Para uma conexão trifásica
equilibrada, as correntes nas três fases podem ser dadas como segue

Sendo os enrolamentos iguais em cada fase, as suas correspondente FMMs serão:


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CAMPOS MAGNÉTICOS GIRANTES

t Fa Fb Fc
0 Fmax -0,5 Fmax -0,5 Fmax

120 -0,5 Fmax Fmax -0,5 Fmax

240 -0,5 Fmax -0,5 Fmax Fmax

360 Fmax -0,5 Fmax -0,5 Fmax

Campo resultante girando no sentido anti-horário, na mesma frequência da rede.


PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS MÁQUINAS EM CA

CAMPOS MAGNÉTICOS GIRANTES

Invertendo-se a sequência de fase


t Fa Fc Fb
0 Fmax -0,5 Fmax -0,5 Fmax

120 -0,5 Fmax Fmax -0,5 Fmax

240 -0,5 Fmax -0,5 Fmax Fmax

360 Fmax -0,5 Fmax -0,5 Fmax

Campo resultante girando no sentido horário, na mesma frequência da rede.


CAMPOS MAGNÉTICOS GIRANTES
A fim de tratar analiticamente essa questão, por facilidade, consideremos a referência
angular coincidente com o eixo da fase a, assim:

𝕴 𝒂=𝑭 𝒂 𝒄𝒐𝒔𝜽 𝒑𝒊𝒄𝒐


com 𝑭 𝒂 =𝑭 𝒎𝒂𝒙 𝒄𝒐𝒔𝝎𝒕
𝒑𝒊𝒄𝒐
Dessa forma:

Usando :

]}

Logo:
𝟑
𝕴 ( 𝜽 , 𝒕 )= 𝑭 𝒎𝒂𝒙 𝒄𝒐𝒔 (𝝎 𝒕 − 𝜽 )
𝟐
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CAMPOS MAGNÉTICOS GIRANTES

OBSERVAÇÕES:

• Bobinas polifásicas defasadas adequadamente, alimentadas por correntes


polifásicas equilibradas dão origem a um campo magnético girante

• Máquinas de 2 polos – um ciclo elétrico corresponde a uma volta do campo


girante. Velocidade sincronizada com a frequência da rede.

• Sempre que a FMM de uma fase tem seu valor máximo, o campo resultante
está centrado no eixo dessa fase. Assim, se invertermos a sequência de fase
o campo girará no sentido oposto.
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CARACTERÍSTICA DA MÁQUINA SÍNCRONA

Estator: Alimentado em corrente alternada. Sendo um circuito polifásico, cria


um campo magnético girante, cuja velocidade é sincronizada com a frequência
da rede (velocidade síncrona) e dada por

Rotor: Alimentado em corrente contínua. O campo do rotor gira com a velocidade do


rotor. Como vimos, os campos têm que ser estacionários entre si, logo .
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EXERCÍCIO:
Deve-se alimentar um sistema trifásico, sob 25 Hz, a partir de um sistema trifásico de 60
Hz, através de um conjunto motor-gerador consistindo em duas máquinas síncronas
acopladas diretamente. Determinar:
a) Qual o número mínimo de polos que o motor e gerador podem ter;
b) A que velocidade em rpm irá funcionar o conjunto especificado em (a).

𝑓 𝑀 =60 𝐻𝑧 MOTOR GERADOR 𝑓 𝐺=25 𝐻𝑧


polos polos
𝑛= 𝑛𝑠𝑚

A velocidade do eixo é estipulada pelo motor e igual à velocidade do seu campo girante

. A frequência das tensões no gerador é

𝑃𝐺 𝑓 𝐺 𝑃 𝐺 25 5 𝑃 𝐺 10
= = = , como o número de polos tem que ser par =
𝑃𝑀 𝑓 𝑀 𝑃 𝑀 60 12 𝑃 𝑀 24
polos e polos

b) rpm
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CONJUGADO EM MÁQUINAS DE ROTOR CILÍNDRICO

FORÇA MAGNETOMOTRIZ EM ENROLAMENTOS DISTRIBUIDOS


A figura abaixo representa esquematicamente uma máquina com enrolamento de
bobina única no estator. O entreferro da máquina foi extendido, a fim de facilitar a
visualização da distribuição espacial de fmm

A onda quadrada de fmm vista na figura possui uma componente fundamental dada por:

𝟒 𝑵𝒊
𝕴 𝒂𝟏= 𝐜𝐨𝐬 𝜽
𝝅 𝟐
Onde  é medido a partir do eixo magnético da bobina.
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CONJUGADO EM MÁQUINAS DE ROTOR CILÍNDRICO

FORÇA MAGNETOMOTRIZ EM ENROLAMENTOS DISTRIBUIDOS


Uma máquina de P polos tem um conjunto de P/2 bobinas em série por fase.
Cada bobina de Nb espiras, produz uma onda de FMM cujo valor de pico é
dado por . Cada fase possui um total de espiras

A componente fundamental, da onda quadrada da figura é:


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CONJUGADO EM MÁQUINAS DE ROTOR CILÍNDRICO

FORÇA MAGNETOMOTRIZ EM ENROLAMENTOS DISTRIBUIDOS


Para reduzir os efeitos de harmônicos, o enrolamento é realizado de forma distribuída
como visto na figura abaixo

Introduzindo o fator de distribuição 𝑘𝜔 e considerando uma máquina de P polos, tem-


se para a componente fundamental da fmm da fase a:

𝟒 𝑵 𝒇𝒔
𝕴 𝒂𝟏= 𝒌 𝝎 𝒊 𝒂 𝐜𝐨𝐬 𝜽
𝝅 𝑷
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CONJUGADO EM MÁQUINAS DE ROTOR CILÍNDRICO


ANÁLISE A PARTIR DOS CAMPOS MAGNÉTICOS

As FMMs e os fluxos que se concatenam com os enrolamentos podem ser


representados por fasores espacialmente localizados sobre os eixos magnéticos dos
enrolamentos. Dessa forma tem-se

A FMM que produz o fluxo mútuo resultante é então dada pela expressão:

𝐹 2𝑒𝑟 = 𝐹 2𝑒 + 𝐹 𝑟2 +2 𝐹 𝑒 𝐹 𝑟 cos 𝛿𝑒𝑟


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CONJUGADO EM MÁQUINAS DE ROTOR CILÍNDRICO


ANÁLISE A PARTIR DOS CAMPOS MAGNÉTICOS

𝑭𝟐
𝒆𝒓 = 𝑭 𝟐
𝒆 + 𝑭 𝟐
𝒓 +𝟐 𝑭 𝒆 𝑭 𝒓 𝐜𝐨𝐬 𝜹 𝒆𝒓

O valor de pico define a amplitude de uma onda senoidal de fmm ao longo do


entreferro, de maneira que:

𝑭 𝒆𝒓
𝑭𝒎𝒎=𝑯 .𝒍 para valores de pico 𝑯 𝒑𝒊𝒄𝒐 =
𝒈
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CONJUGADO EM MÁQUINAS DE ROTOR CILÍNDRICO

ANÁLISE A PARTIR DOS CAMPOS MAGNÉTICOS

A co-energia do campo magnético apresenta densidade em um ponto de campo H dada


por:
′ 𝝁𝟎 𝟐
𝝎 𝒄𝒎𝒑 = 𝜢
𝟐
Como H é uma onda senoidal, o valor médio de é . O valor médio da densidade de
co-energia fica:

Sendo o volume do entreferro , tem-se para a co-energia


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CONJUGADO EM MÁQUINAS DE ROTOR CILÍNDRICO

ANÁLISE A PARTIR DOS CAMPOS MAGNÉTICOS

Derivando com relação a erm, obtém-se a expressão do conjugado:

𝜕𝑊 ′𝑐𝑚𝑝 −𝜇 0 𝜋 𝐷𝑙 𝑃 𝑃
𝑇= = 𝐹 𝑒 𝐹 𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝛿𝑒𝑟 onde 𝛿𝑒𝑟 = 𝛿𝑒𝑟𝑚
𝜕 𝛿𝑒𝑟𝑚 2𝑔 2 2
Nas Máquinas de corrente alternada, a expressão do conjugado costuma ser
apresentada em função da fmm resultante

Portanto:

− 𝜋 𝑃 𝜇0 𝐷 𝑙 − 𝜋 𝑃 𝜇 0 𝐷𝑙
𝑇= 𝐹 𝑒 𝐹 𝑒𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝛿𝑒 ou 𝑇= 𝐹 𝑟 𝐹 𝑒𝑟 𝑠𝑒𝑛𝛿𝑟
2 2 𝑔 2 2 𝑔
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CONJUGADO EM MÁQUINAS DE ROTOR CILÍNDRICO


ANÁLISE A PARTIR DOS CAMPOS MAGNÉTICOS
Em termos de indução magnética , tem-se:
𝐹 𝑒𝑟 −𝜋 𝑃
𝐵𝑒𝑟 =𝜇 0 e 𝑇= 𝐷𝑙 𝐵 𝑒𝑟 𝐹 𝑠𝑒𝑛 𝛿𝑟
𝑔 2 2 𝑟
Supondo que o enrolamento do campo produz uma onda de fluxo senoidal no
entreferro, a indução magnética sobre a sapata polar varia com o ângulo medido a
partir do seu eixo central, de acordo com:
𝐵= 𝐵𝑒𝑟 cos 𝜃𝑒𝑙𝑒
O fluxo por pólo pode ser calculado, supondo que as sapatas
preenchem todo o entreferro, de acordo com:
𝜋 𝜋
2 2

𝜑 𝑒𝑟 = ∫ 𝐵𝑑𝐴= ∫ 𝐵 𝑒𝑟 cos 𝜃 𝑒𝑙𝑒 (𝑙𝑟𝑑 𝜃 𝑚𝑒𝑐 )


−𝜋 −𝜋
2 2

resultando
𝜋
2 2
𝜑 𝑒𝑟 = ∫ 𝐵𝑒𝑟 cos 𝜃 𝑒𝑙𝑒 𝑙
𝐷 2
𝑑 ( 𝜃 𝑒𝑙𝑒 ) 𝜑 𝑒𝑟 = 𝑙𝐷 𝐵𝑒𝑟
−𝜋
2
2 𝑃
𝑃
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CONJUGADO EM MÁQUINAS DE ROTOR CILÍNDRICO

ANÁLISE A PARTIR DOS CAMPOS MAGNÉTICOS

Considerando que

()
𝟐
𝝅 𝑷
𝑻=− 𝝋 𝒆𝒓 𝑭 𝒓 𝒔𝒆𝒏𝜹𝒓
𝟐 𝟐
Lembrando que da equação de tensão gerada

𝑽𝒕
𝝋𝒆𝒓 =
𝟒,𝟒𝟒 𝒇 𝑵 𝒇𝒔 𝒌𝒘
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MÁQUINAS SÍNCRONAS DE ROTOR CILÍNDRICO

ESTATOR – correntes alternadas equilibradas, produzindo um campo magnético girante

ROTOR – Alimentado em corrente contínua, sendo de polos lisos (alta rotação baixo nº
de polos) ou polos salientes (baixa rotação elevado nº de polos)

𝑉𝑡
( )
𝑃 𝑛𝑠 120 𝑓 𝝅 𝑷 𝟐
𝑓= 𝑛𝑠 = 𝜑 𝑒𝑟 = 𝑻 =− 𝝋 𝒆𝒓 𝑭 𝒓 𝒔𝒆𝒏 𝜹𝒓
2 60 𝑃 4,44 𝑓 𝑁 𝑓𝑠 𝑘𝑤 𝟐 𝟐

2 4𝜋 𝑓
𝜔𝑠= 2𝜋 𝑓 =
𝑃 𝑃

𝑷 𝒐𝒕=𝑻 𝝎 𝒔
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Para uma máquina síncrona ligada a um barramento infinito ( e f constantes) e corrente


no rotor constante (=cte), o Conjugado ou a potência depende apenas do ângulo de
carga .
A máquina síncrona é caracterizada pela rotação constante

MOTOR: Conjugado no mesmo sentido da rotação.


GERADOR: Conjugado no sentido contrário à rotação.
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EXERCÍCIO:
O ângulo de carga de um motor síncrono sob tensão, frequência e carga nominais é de 30°
elétricos. Desprezar os efeitos de resistência e reatância de dispersão da armadura. Se a corrente
de campo for constante, como será afetado o ângulo de carga pelas seguintes mudanças nas
condições de funcionamento?
a. Frequência reduzida de 10%, conjugado de carga constante.
b. Frequência reduzida de 10%, potência de carga constante.
c. Frequência e tensão aplicada reduzidas de 10%, conjugado de carga constante.
d. Frequência e tensão aplicada reduzidas de 10%, potência de carga constante.

( )
𝜋 𝑃 2 𝑉𝑡 4𝜋 𝑓
𝑇 =− 𝜑 𝑒𝑟 𝐹 𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝛿𝑟 ; 𝜑 𝑒𝑟 = ; 𝑃 𝑜𝑡 =𝑇 𝜔 𝑠 com 𝜔𝑠 =
𝑃
2 2 4,44 𝑓 𝑁 𝑓𝑠 𝑘𝑤
Como a corrente de campo é constante Fr é constante, variando apenas Vt , f e , assim
𝑉𝑡 𝑃 𝑜𝑡 =𝐾 𝑃 𝑉 𝑡 𝑠𝑒𝑛 𝛿𝑟
𝑇 =𝐾 𝑇 𝑠𝑒𝑛 𝛿𝑟
𝑓
a) ,  
b) ,  
c) , e  
d) , e  
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Ou ainda:
Como a corrente de campo é constante Fr é constante, variando apenas Vt , f e , assim
𝑉𝑡 𝑃 𝑜𝑡 =𝐾 𝑃 𝑉 𝑡 𝑠𝑒𝑛 𝛿𝑟
𝑇 =𝐾 𝑇 𝑠𝑒𝑛 𝛿𝑟 𝛿𝑟 = 300
𝑓
a) ,
 = = 

b) ,
 

c) , e
 =  

d) , e
  
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EXERCÍCIO:
Considerando o conjunto da questão anterior, se invertermos as funções das máquinas
como Gerador e Motor, e alimentarmos com a rede de 60 Hz, qual será a tensão gerada
pelo conjunto e qual a rotação do seu eixo?

RESOLUÇÃO:
Invertendo, teremos polos, polos com

𝑓 𝐺=? GERADOR MOTOR 𝑓 𝑀 =60 𝐻𝑧


polos polos
𝑛= 𝑛𝑠𝑚

A velocidade do eixo é estipulada pelo motor e igual à velocidade do seu campo girante

Ou: ou
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EXERCÍCIO:
Um gerador síncrono com seu estator ligado a uma fonte polifásica equilibrada está
funcionando com fator de potência 1,00 e conjugado de carga constante, igual à metade
da sua carga nominal. Especificar em que sentido (na direção de rotação ou contra a
direção de rotação) o rotor irá se mover relativamente à onda de indução magnética
resultante do entreferro, à medida que a corrente de campo for aumentada.
n ´
𝐹𝑟
T
𝐹 ´𝑎 𝑇 =− ()
𝜋 𝑃 2
2 2
𝜑 𝑒𝑟 𝐹 𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝛿𝑟
𝜃′ 𝐹 ´𝑒𝑟 = 𝐹 𝑒𝑟
sentido 𝑇 =𝑇 ,
 𝐹 𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝛿𝑟 =𝐹 ´𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝛿´𝑟
𝐹𝑟 𝐹𝑎
𝛿´𝑟
𝑃=𝑇 𝜔 𝑠 ∴
𝛿𝑟
𝐼𝑎 𝐹𝑎 𝐸𝑒𝑟
𝜃′ 𝑃=𝑃 , 

𝐼 ´𝑎
𝑭 𝒂= 𝑁 𝑰 𝒂 𝐹 ´𝑎
𝑑 ∅ 𝑒𝑟
𝑒 𝑒𝑟 =− 𝑁 𝑬 𝒆𝒓 =− 𝑗 𝜔 𝑁 ∅ 𝒆𝒓
𝑑𝑡
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EXERCÍCIO:
Um motor síncrono alimentado por uma rede de tensão constante, está alimentando
uma carga de conjugado constante. Os efeitos de perdas e de reatância de dispersão
podem ser ignorados. A corrente de campo está inicialmente ajustada de modo que o
motor funciona a fator de potência unitário. Descrever, justificando, o efeito da
diminuição da corrente de campo sobre as seguintes grandezas:
a) O valor da onda de fluxo resultante;
b) A componente da corrente de armadura em fase com a tensão;
c) O ângulo de fase espacial entre a FMM da armadura e a onda de fluxo resultante.

T
n
a)
´
𝐹 = 𝐹 𝑒𝑟
𝑒𝑟
𝐹𝑎 deslocamento
𝜃 𝐹𝑟
do rotor b)
𝛿´𝑟 𝐹 ´𝑎 𝐹 ´𝑟
𝐹 ´𝑎 𝛿´𝑎 𝛿𝑟
𝜃
c) diminui, se deslocando no
𝛿𝑎 sentido contrário à rotação
𝐹𝑎 𝐼𝑎 𝐸𝑒𝑟
𝜃

𝐼 ´𝑎

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