Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ELÉTRICAS I
Introdução
A análise dos componentes de um gerador síncrono é essencial para estu-
dos mais avançados na área de sistemas de energia e máquinas elétricas.
Por exemplo, ao trabalhar com estudos de curto-circuito, sistemas de
partida e efeitos de saturação magnética, é importante que você detenha
o conhecimento a respeito do comportamento de cada parâmetro que
serve como modelo da máquina. Além disso, você deve compreender
aspectos mais específicos do modelo matemático, em especial o circuito
equivalente e seus parâmetros, os quais são as representações da interação
eletromecânica descritas de uma forma objetiva e compacta, como será
visto nas próximas seções.
A partir deste capítulo, você será capaz de definir o circuito equiva-
lente, reconhecer os parâmetros do circuito e apresentar a construção
do diagrama fasorial do gerador síncrono.
Circuito equivalente
Tradicionalmente, quaisquer estudos que envolvam sistemas ditos elétricos —
isto é, aqueles que interagem com campos eletromagnéticos, como sistemas de
distribuição de energia, usinas solares, conversores de frequência, etc. — são
realizados por meio de circuitos equivalentes. Estes são representações mate-
máticas da realidade, que nos auxiliam na avaliação, verificação e análise do
2 Gerador síncrono II
Neste capítulo, você está vendo o modelo considerando um gerador de polos lisos e
com circuito de campo disponível. O estudo de máquinas síncronas com polos salientes
e/ou com magnetos permanentes normalmente envolve mais detalhes e demanda
uma análise do comportamento da distribuição do campo no entreferro. Entretanto,
as equações apresentadas aqui podem ser utilizadas. Na prática, você verificará que
os valores obtidos são imprecisos.
Logo, pode-se representar uma das fases da máquina como sendo a tensão
interna produzida pela conversão eletromecânica subtraída da tensão de reação
da armadura.
(1)
(2)
(3)
Para deixar mais clara a aplicação do circuito equivalente, suponha que você precise
realizar uma verificação nos valores de saída do gerador (tensão e corrente nominais).
Ao inspecionar os dados de placa, você anota que a reatância síncrona tem valor de
2Ω na frequência nominal, e a tensão nominal, com conexão em estrela, é 380 V.
Sabendo que essa máquina é de 20 kW, e você está realizando essa verificação com
o gerador à plena carga e a fator de potência 0,92 indutivo, estime o valor interno da
tensão e a corrente nominal.
Resposta:
conhecendo o fator de potência e a potência nominal, você pode estimar a potência
aparente, para então calcular a corrente de carga.
P 20
S= = = 21,74 kV A
FP 0,92
Como a máquina está conectada em estrela, a corrente pode ser expressa como:
S = √3 · 380 · ia
21,74 · 103
ia = = 33,03 A
√3 · 380
Ea = jXsia + 220∠0°
Ea = j2 · 33,03∠arccos(0,92) + 220∠0°
Ea = j66,06∠25,63° + 220∠0°
auxilia na estimativa das perdas por efeito Joule nos enrolamentos, que, por
sua vez, serve como base para estudos de dissipação térmica do gerador.
No circuito de campo, há dois parâmetros principais: a resistência total do
enrolamento de campo e a indutância de campo. O primeiro remete à soma da
resistência do enrolamento propriamente dito e à de uma resistência variável
usada para controlar o circuito de campo, enquanto que o último se refere à
indutância mútua do enrolamento dos polos magnéticos, empregado somente
em estudos transitórios envolvendo o circuito de campo.
Alguns geradores mais modernos não funcionam com resistências variáveis, mas por
meio de retificador controlado, que permite ao conversor estático regular o nível de
tensão do enrolamento de campo. Isso, que por sua vez, limita a corrente e o próprio
campo magnético gerado pelos polos.
Referência
Leituras recomendadas
BIM, E. Máquinas elétricas e acionamento. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
INSTALAÇÕES elétricas – aula 09 – máquinas síncronas I. São Paulo: UNIVESP, 31 maio
2016. 1 vídeo (16 min). Publicado pelo canal UNIVESP. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=XvpefxDraN4. Acesso em: 14 maio 2019.
INSTALAÇÕES elétricas – aula 10 – máquinas síncronas II. São Paulo: UNIVESP, 31 maio
2016. 1 vídeo (21 min). Publicado pelo canal UNIVESP. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=VgovRhgmzlo. Acesso em: 14 maio 2019.
SADIKU, M.; MUSA, S.; ALEXANDER, C. Análise de circuitos elétricos com aplicações. Porto
Alegre: AMGH, 2014.
TEIXEIRA, F. H. P. Metodologia para projeto, construção e ensaios em máquina síncrona de
imã permanente — MSIP. 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Escola
de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2006. Disponível
em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18133/tde-27112006-085220/. Acesso
em: 14 maio 2019.