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Tópico 1 : Determinação das características de


circuito aberto ,curto circuito e dos parâmetros
de circuito equivalente da máquina síncrona
Autor: Pedro Sartori Locatelli – (pedrosartloc@gmail.com)

 conjunto das correntes de todos os autores induzem forças


magnetomotrizes, Fa, e forças de indução, Ba. Esse mesmo
vetor Ba pode ser decomposto em duas parcelas:
I. INTRODUÇÃO
Na qual Bm é oriundo do fluxo magnético entre os
A S máquinas elétricas rotativas são de extrema importância
no mundo contemporâneo, sendo encontradas nos mais
diversos tipos e parâmetros construtivos. Essas máquinas
enrolamentos induzidos e indutor e Bl corresponde ao fluxo de
dispersão no estator. Essa componente Ba induz ainda a
componente de distribuição das tensões , dada por:
podem ser divididas em dois grupos: As de corrente contínua e
as de corrente alternada, sendo que, dentro desse último,
Sendo assim, tem-se que o vetor da distribuição de tensões é
encontram-se as síncronas, que serão o objeto de estudos do dado por:
presente relatório.
Na qual Er corresponde a queda de tensão nas resistências
dada por:
II. REFERENCIAL TEÓRICO
Nas máquinas o rotor é a parte girante. É nele que estão Com todos os vetores de distribuição espaciais definidos é
contidos os enrolamentos de campo, ou imãs permanentes, que possível traçar um diagrama fasorial, como mostrado na figura
são responsáveis pela criação de um campo eletromagnético 1 abaixo.
que irá interagir com o de armadura. Já o estator é a parte
estática da máquina, sendo que, nele estão contidos os
enrolamentos de armadura. Como esses enrolamentos são
alimentados com corrente alternada, a intensidade do campo
magnético que atravessa o estator irá variar no tempo e,
devido a lei de Faraday, como mostrado na equação 1, surgirá
uma tensão induzida nos terminais da máquina.

Ao fazer-se algumas suposições e simplificações é possível


demonstrar que a tensão induzida, ao considerar um fluxo
constante de entreferro será dado por :

Considerando uma geração trifásica equilibrada, com uma


bobina por fase , sabe-se que as fases “b” e “c” terão a mesma
forma que a equação (2), porém, com 120 graus atrasado e 120
graus adiantado, respectivamente. Figura 1: Diagrama vetorial de uma máquina síncrona com carga
Para a construção dos diagramas fasoriais assumem-se indutiva [1]
como vetores de distribuição Ff e Bf, que giram juntamente
Levando em conta os parâmetros já mencionados é possível
com o rotor. Já as tensões induzidas podem ser representadas
determinar circuitos equivalentes para as máquinas síncronas,
pelo vetor Ef. Ao admitir-se impedâncias ligadas na armadura,
como mostrado na figura 2.
é notório o surgimento de um vetor de correntes I, que
também é girante e está defasado da tensão. O sentido desse
vetor coincide com a componente de campo pelas referidas
correntes, sendo seu módulo a máxima corrente instantânea. O
2

Ela possui essa nomenclatura tendo em vista que é obtida


para a máquina operando em condições não saturadas. Já a
reatância síncrona saturada pode ser calculada por:

Ainda no ensaio de curto circuito é possível determinar a


Figura 2: Modelo de uma máquina síncrona resistência do estator. Primeiramente é necessário determinar
as perdas de curto circuito, que consiste nas perdas ôhmicas
no enrolamentos de armadura, perdas locais no núcleo
Pela figura 2 e utilizando a teoria de circuitos elétricos causadas pelo fluxo de dispersão de armadura e perdas
observa-se que : causadas pelo fluxo resultante, no núcleo. Logo, as perdas
resistivas podem ser dadas por:
Essa equação nada mais é que uma forma diferente de
escrever a equação (5). Na qual Rcc deve ser medida e corrigida, se necessário, em
Nas máquinas síncronas a característica de circuito aberto, relação a temperatura dos enrolamentos. Para os condutores de
considerando o giro em velocidade síncrona, é basicamente a cobre a correção é dada por:
curva da tensão terminal a vazio pela corrente de excitação de
campo. Basicamente, representa a relação entre o fluxo de
entreferro e a FMM.. Já a característica de curto circuito é a Logo, a partir das equações (10) e (11), calcula-se o valor da
curva da corrente de terminal em curto circuito pela corrente
resistência de estator.
de campo. Ambas as curvas características podem ser
observadas na figura 3.
Anteriormente, foi determinado um método para o cálculo
da reatância síncrona não saturada e, obviamente, a partir do
momento no qual a máquina entra em saturação esse valor
muda. Para o cálculo dessa nova grandeza, também conhecida
por reatância de Potier é necessário fazer a caracterização de
saturação em carga sob o fator de potência indutivo nulo. Para
traçar a curva que permitirá o cálculo da resistência de Potier é
necessário manter a máquina com corrente de armadura e
velocidades constantes e deve-se alimentar uma carga indutiva
com baixo fator de potência. Com todas as informações em
mãos é possível traçar um gráfico como mostrado na figura 4.

Figura 3: Curvas dos ensaios CA e CC

Pela figura 3 observa-se que a curva característica de curto


circuito é linear. Isso ocorre, pois nesse tipo de ensaio não
ocorre a saturação da máquina, tendo em vista que o campo de
rotor é quase que completamente anulado pelo campo de
estator. Ou seja, a densidade de campo magnético restante é
muito pequena, não saturando, assim, o material
ferromagnético.
Já o teste de circuito aberto é realizado mantendo-se a
máquinas girando em velocidade nominal, rewtirando toda a
carga presente nos terminais da máquina e mantendo a
corrente de campo, inicialmente, nula. Para traçar a
característica, incrementa-se a corrente de campo e mede-se a
tensão terminal resultante. Já para o teste de circuito aberto,
criam-se curtos nos terminais do gerador e , inicialmente, zera-
Figura 4: Pontos característicos para determinação do triângulo de
se a corrente de campo. Logo em seguida, aumenta-se a Potier
corrente de campo gradativamente, medindo a corrente de
armadura, o que permite com que a curva seja traçada. É notório que a figura 4 apresenta alguns pontos ainda não
Com os dados de ambos os testes em mãos é possível calculados que podem – e devem- ser determinados.
calcular a reatância síncrona não saturada: Primeiramente, obtém-se o ponto Ω, que coincide com o ponto
R pelo ensaio de curto circuito. Por esse ponto traça-se uma
reta tal que ̅̅̅̅ ̅̅̅̅.Logo em seguida, pelo ponto S, traça-se
uma reta paralela a curva de entreferro, obtendo-se o ponto P.
3

Por fim, do ponto P traça-se uma perpendicular a SR, obtendo- Para uma medição mais precisa foram realizadas três
se o ponto Q. ligações distintas, que coincide com as fases ligadas duas a
Uma vez definidos os pontos tem-se o triângulo de Potier, que duas, e foi tirada a média dos valores encontrados. Ainda
permite o cálculo de alguns parâmetros. Como já mencionado, nesse experiemento, foi necessário fazer a correção de
está-se interessado pela reatância de Potier, que pode ser dada temperatura, como indicado pela equação 11.
por :
B. Característica de saturação a vazioe curva de
entreferro
Vale ressaltar que a equação 13, na verdade calcula a
reatância de dispersão , porém, ela tem um valor muito Nesse próximo experiemento tem-se como objetivo traçar
próximo da de Potier, fazendo com que a aproximação seja a curva de saturação a vazio. Para isso, primeiramente, é
possível. necessário manter a máquina girando com velocidade
síncrona constante. Isso é feito controlando a corrente de
campo da máquina CC. Além disso, os terminais do estator
devem estar a vazio, ou seja, é necessário retirar toda a
III. METODOLOGIA carga.
Nesse experimento utilizou-se a máquina CC como
Como evidenciado pelo título da prática é de grande
motor, a qual permite que a máquina síncrona funcione
interesse a determinação de algumas curvas e parâmetros,
como gerador e rotacione na velocidade síncrona. Além
como as características de circuito aberto e curto circuito, e as
disso, para a ligação do motor é necessário utilizar um
impedâncias da máquina síncrona, como a retância de Potier.
demarrador por dois motivos. O primeiro é por ele possuir
Para isso ser atingido, foram realizados quatro experiementos
um reostato e o segundo por possuir um relé que irá desligar
e montagens distintas. Os materiais e equipamentos utilizados
o motor mediante alguma falha, como a desconexão de um
podem ser vistos abaixo:
cabo, por exemplo. Ainda sobre a máquina CC, utilizou-se
 Máquinas CC um reostato com finalidade da corrente de campo, o que
 Máquina síncrona permite o controle, também, da velocidade. O esquema de
 Cabos ligação da máquina CC pode ser verificado na figura 6.
 Reostatos
 Indutores
 Demarrador
 Multimetros Fluke 179
 Tacômetro

A. Medição da resistência de armadura


Primeiramente é importante ressaltar que, pelo fato de
estar-se trabalhando com uma máquina trifásica, existem três
resistências de armadura distintas. Para realizar a medição é
necessário aplicar uma corrente contínua entre duas fases da
máquina, mantendo-a com velocidade nula. Tal corrente foi Figura 6: Esquemático da montagem da geração de corrente de
obtida a partir da aplicação de um tensão contínua de 5V e foi campo na máquina CC
utilizado um reostato para a limitar a corrente a 10% do seu
valor nominal, ou seja, 500mA. É importante também ressaltar Já na máquina síncrona, que é o objeto de estudo, está-se
que o multímetro utilizado para medir a resistência indica o interessado em verificar o comportamento da tensão
dobro da resistência, já que engloba duas fases, como pode ser terminal, medida com um voltímetro, em paralelo com
verificado no esquema ligação da máquina síncrona,na figura enrolamentos de armadura, de acordo com a variação da
5 abaixo. corrente de campo. Primeiramente é necessário iniciar o
experimento com a corrente de campo nula. Esta, por sua
vez, será incrementada a fim de que sejam selecionados
alguns pontos, que dependem da tensão terminal, no caso
Vn=132,6V :
 6 pontos entre 0% e 60% da tensão nominal
 10 pontos entre 60% e 110% da tensão nominal
 1 ponto em 115% da tensão nominal
 1 ponto em 120% da tensão nominal
Após a determinação da curva de circuito aberto, é possível
também, determinar a linha de entreferro. Para isso, coleta-
se os pontos que apresentem relação linear e, por meio de
Figura 5: Esquemático da montagem de medição de Ra uma regressão linear, determina-se a equação que descreve o
entreferro/
4

C. Característica de curto circuito IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES


Como o nome da seção sugere, nesses experimentos está-
se interessado em traçar a curva de curto circuito da máquina A. Medição da resistência de armadura
síncrona. Novamente, como mencionado na seção anterior, a As tensões e correntes medidas, assim como a resistência
máquina CC será utilizada como motor e suas ligações e calculada, nas três combinações podem ser verificadas na
funções serão as mesmas (Figura 6). tabela abaixo.
Para que a característica de curto circuito seja obtida é
necessário realizar um curto entre os terminais da máquina Tabela 1: Cáculo de Ra
síncrona e, mantendo-a na velocidade síncrona, mede-se a Ensaio 1: Medição da resistência de armadura
corrente de armadura, por meio de um amperímetro em Fases
série. Nesse ensaio, a corrente de armadura da máquina
L1-L2 0,494 1,411 1,43
síncrona varia com a corrente de campo. Sendo assim,
partindo de = 0 serão coletados 5 pontos equidistantes e , L1-L3 0,490 1,398 1,43
tendo-se a corrente de campo e de armadura, é possível L2-L3 0,491 1,399 1,42
traçar a curva característica, que deve se aproximar de uma
reta,como visto na figura 3. Vale ressaltar que a corrente de Logo, a resistência de armadura é a média das 3 possíveis
armadura não deve passar de 5 A, tendo em vista que é a combinações:
corrente nominal para a ligação em estrela realizada.
Também é interessante mencionar que, para efeito de testes, Como os enrolamentos da máquina ficam a 90 graus no
realiza-se-á as medições com o neutro desconectado do funcionamento, é necessário realizar a correção de
circuito, ou seja, as três fases da máquina estaram curto temperatura, dada pela equação 11.
circuitadas em um mesmo ponto comum.
D. Método de Potier
Tomando como base a figura 4 é de interesse a
determinação dos pontos que permitam que o triângulo de
Potier seja traçado, para assim calcular a reatância de Potier e B. Caracterítica de saturação a vazio e curva de
traçar a curva dewattada. Como mencionado anteriormente, entreferro
esse experimento é realizado para fator de potência nulo, ou Os valores obtidos no experiemento podem ser verificados
seja, devem ser usados indutores nos terminais da máquina na tabela 2.
síncrona. Além disso, é importante ressaltar que a máquina CC Tabela 2: Pontos obtidos no ensaio a vazio
foi usada como motor, da mesma forma de que nos Ensaio 2: Característica de Saturação a vazio
experimentos anteriores (figura 6). A figura 7 mostra o
esquema de montagem da máquina CA. Como se pode
perceber, os enrolamentos de armadura da máquina CA estão 0% a 60% da Tensão nominal ( 0-79.68V)
ligados em estrela ao passo que a carga está ligada em 0.01 2.2
triângulo.
0.077 22.3
0.137 40.9
0.177 52.4
0.229 65.8
0.286 79.2
60% a 110% da Tensão nominal ( 79.68-146.08V)
0.320 86.0
0.363 94.6
0.395 100.3
Figura 7: Esquemático da montagem 0.427 105.9
0.463 111.9
Esse experiemento permite apenas a determinação do ponto
R da figura 4, tendo em vista que ele é o ponto no qual a 0.528 120.7
corrente de armadura vale 5A .Pelo diagrama de montagem da 0.570 125.9
figura 7, medir-se-á a tensão terminal e a corente de campo da
0.636 132.6
máquina síncrona, que definirão o ponto R. Com o ponto R
determinado, por meio do procedimento descrito em II é 0.712 139.8
possível obter a curva dewattada e o triângulo de Potier. Por 0.788 146.0
fim, determina-se a reatância de Potier pela equação (13).
5

110% a 120% da Tensão nominal ( 146.08-159.1V)


0.899 153.2 A figura 10 mostra graficamente a curva CA e a linha de
entreferro sobrepostas. Como é possível observar a regressão
0.992 159.1 obtida foi bastante satisfatória.

Plotando esses valores no software MATLAB obteve-se a


curva de saturação a vazio apresentada na figura 8.

Figura 10: Linha de entreferro e curva CA

C. Característica de curto circuito

Figura 8: Curva de saturação a vazio Os dados obtidos para esse experiemento podem ser
observados na tabela 3.
Logo em seguida, realizou-se um ajuste polinomial de
segunda ordem na curva exibida na figura 8, obtendo a Tabela 3: Pontos obtidos no ensaio de curto circuito
seguinte expressão, cujo a forma de obtenção pode ser
Ensaio 3: Característica Curto Circuito
verificado no anexo A.

0.595 4.8
Graficamente, o ajuste pode ser observado na figura 9 . 0.366 3.1
0.301 2.6
0.239 2.1
0.114 1.0
0.0 0.0

Com os dados da tabela 3 traçou-se a curva de curto


circuito, mostrada na figura 11.

Figura 9: Ajuste polinomial da curva CA

Partindo da figura 8, escolheu-se os 4 primeiros pontos e,


com eles, realizou-se uma regressão linear, como pode ser
visto mais detalhadamente no anexo A. A equação que
descreve a regressão pode ser dada por:
6

Figura 13: Curvas CA,CC e linha de entreferro sobrepostas


Figura 11: Característica de Curto Circuito
Baseando-se na figura 4, primeiramente era necessário
Da mesma forma como feito para o ensaio de circuito
obter o ponto R. Tal ponto foi obtido por meio de um
aberto, foi realizado um ajuste. Como o comportamento da
experimento, como indicado em III.D. Logo as coordenadas
curva de curto circuito é linear, bastou fazer uma regressão
do ponto P são (1.177, 111.4). Em seguida, por meio do ensaio
linear. O procedimento descritivo da regressão pode ser
de curto circuito determinou-se o ponto Ω. Para obter seu
verificado no anexo A. Logo, a curva CC é descrita por:
valor numérico, verificou-se em qual a corrente de campo
quando a corrente de armadura fosse 5A . Obteve-se então que
Ω =( 0.64 , 0) . Sendo assim, o segmento de reta ̅̅̅̅ ̅̅̅̅
Graficamente, a equaçao (16) pode ser representada por: . Para obter o ponto P, traçou-se uma reta paralela a linha
de en treferro, sendo que a nova reta deveria conter o ponto S.
Como̅̅̅̅ já foi determinado e o ponto R também o ponto S
tem as coordenadas S= (0.557,111.4). Logo, com um ponto e a
inclinação da reta já determinada tem-se que a equação da reta
que passa em P e em S é:

Graficamente, tanto a linha de entreferro quanto a reta descrita


pela equação 11 podem ser vistas na figura 14.

Figura 12: Regressão linear da curva CC

D. Método de Potier
Antes de aplicar o método de Potier propriamente dito é
interessante – e essencial – apresentar as curvas de circuito
aberto, curto circuito e entreferro, tendo em vista que elas
serão necessárias. A sobreposição dessas curvas pode ser vista
na figura 13.
Figura 14: Determinação da reta que une P e S

Em seguida, verificou-se em qual ponto a reta da equção (14)


cruzava com a curva do ensaio de circuito aberto. Como pode
ser observado na figura 15, as coordenadas do ponto P são:
P = (0.64,135. 7).
7

1.436 128.9
1.529 134.8
Utilizando os pontos da tabela 4 controi-se a curva
dewattada, como mostrado na figura 16.

Figura 15: Determinação de P

Traçando uma perpendicular partindo de P e indo até 111.4 V,


que é a coordenada y dos pontos R e S, obtem-se o ponto Q
cujas coordenadas são: Q =(0.64,111.4).
Sendo assim, sabe-se que: Figura 16: Triângulo de Potier e curva dewattada
1. ̅̅̅̅
2. ̅̅̅̅ Uma outra imagem mais completa pode ser verificada na
Com ambos os segmentos de reta e com base na curva obtida figura 17
no ensaio CA é possível obter, matematicamente, os pontos
que determinam a curva dewattada. Como mencionado na
seção II, para obter a curva dewattada basta adcionar +̅̅̅̅ no
eixo das abssissas e -̅̅̅̅ no eixo das ordenadas, obtendo a
tabela 4.

Tabela 4: Ponto da curva Dewattada


Ensaio 4: Curva Dewwatada

0.547 -22.1
0.614 -2
0.674 16.6
0.714 28.1
0.766 41.5
0.823 54.9 Figura 17: Sobreposiçao de curvas utilizadas no método de Potier
0.857 61.7
Como mostrado na equação (13), a reatância de Potier pode
0.9 70.3 ser calculada por:
0.932 76 ̅̅̅̅
0.964 81.6
1 87.6 Já pelas equações (8) e (9) e com a figura 17, calculam-se as
1.065 96.4 reatâncias síncrona não saturada e saturada, respectivamente.
Assim,
1.107 101.6
1.173 108.3
1.249 115.5
1.325 121.7
8

Como , calcula-se que:

V. ANÁLISE DOS RESULTADOS


A. Diagramas Fasoriais
Tomando com base a figura 2 é notório que todos os
parâmetros necessários para estimar a tensão já foram ou
medidos, ou calculados ou são dados de placa. Para isso, serão
utilizadas a tensão e a corrente nominais contidas no dado de
placa, um fator de potência teórico, hora capacitivo, hora e
indutivo e por fim unitário e a reatâncias síncronas calculadas
em IV(D). Nas figuras 18, 19 e 20 é possível observar o
comportamento dos parâmetros da máquina síncrona, em
forma de diagrama fasorial.
Primeiramente, realizou-se a simulação para o fator de
potência unitário, como mostrado na figura 18.
Figura 19:Diagrams fasorias fp=0.8: Acima reatância síncrona
saturada e abaixo reatância síncrona não saturada

Por fim, alterou-se o fator de potência para 0.8 capacitivo,


obtendo os diagramas contidos na figura 20.

Figura 18: Diagrams fasorias fp=1: Acima reatância síncrona


saturada e abaixo reatância síncrona não saturada

Logo em seguida, mantendo-se os demais parâmetros


iguais alterou-se o fator de potência para 0,8 indutivo e Figura 20: Diagrams fasorias fp=-0.8: Acima reatância síncrona
observou o comportamento dos fasores, como mostrado na saturada e abaixo reatância síncrona não saturada
figura 19.
Ao utilizar-se um fator de potência capacitivo é
interessante observar que o fasor Eaf se atrasa do fasor Vt,
diferentemente dos demais casos onde o fasor Eaf estava
sempre adiantado.
A tabela 5 abaixo mostra o módulo dos fasores nas 6
situaçoes possíveis, para efeitos de comparação :

Tabela 5 : Módulos de Eaf

1 180.1 219.3
0.8 110.7 140.9
9

-0.8 123.6 151.2 Com base no exposto é notório que os objetivos foram
cumpridos e foi adquirido um vasto conhecimento no que diz
No que tange aos módulos do fasor é notório que, respeito a máquinas síncronas.
independentemente do fator de potência, ele apresentou maior
módulo quando a reatância não estava saturada. Isso acontece VII. APÊNDICE
pois a reatância síncrona saturada é menor, o que gera uma A. Regressões lineares e ajustes polinomiais
maior corrente e , consequentemente, maior queda de tensão
em Ra. Utilizando o aplicativo curve fitting do software MATLAB
B. Regulação de Tensão foi possível realizar as regressões lineares, para determinar a
A regulação de tensão é outro parâmetro que pode ser linha de GAP e a curva do ensaio de curto circuito, e o ajuste
usado para caracterizar uma máquina. Conceitualmente, tem polinomial para determinar a curva do ensaio de circuito
como objetivo e regra geral a avaliação da variação da tensão, aberto.
relacionando o comportamento da tensão em regime de carga
e em vazio. Logo, ela pode ser modelada por:

Onde é a tensão a vaizo e V a tensão com carga.


A tabela 6 abaixo mostra o valor da regulação de tensão para
as diferentes situações.
Figura 21: Regressão linear para a linha de entreferro

Tabela 6: Módulos de Eaf


| | | |
1 26.26 39.44
0.8 19.9 5.7 Figura 22: Ajuste polinomial para o ensaio de circuito aberto
-0.8 7.4 12.2

Pela tabela 6 não é possível concluir qual reatância


apresenta uma melhor regulação de tensão, tendo em vista
que hora a síncrona é melhor, hora a saturada é melhor.
No que diz respeito à diferença entre os fatores de potência,
esperava-se que a tensão efetiva na carga fosse maior que a
nominal para o fator de potência capacitivo (regulação
negativa) ao passo que para a carga indutiva, era esperado o Figura 23: Regressão linear para o ensaio CC
oposto (regulação positiva). Isso também não pôde ser
verificado. Sendo assim, possivelmente ocorreu algum erro B. Código em MATLAB
ou na simulação ou no cálculo das grandezas. %% Pratica 1
% Tracando curva CCA
VI. CONCLUSÃO clear all
clc
Os experimentos realizados permitiram verificar,
V=[2.2 22.3 40.9 52.4 65.8 79.2 86 94.6
praticamente, os procedimentos necessários para,
100.3 105.9 111.9 120.7 125.9 132.6 139.8
principalmente, encontrar os diversos parâmetros que
146 153.2 159.1];
descrevem o funcionamento e o comportamento de uma
I= [0.01 0.077 0.137 0.177 0.229 0.286
máquina síncrona. Por meio dos experimentos foi possível
0.320 0.363 0.395 0.427 0.463 0.528 0.570
obter uma estimativa resistência de armadura, as curvas
0.636 0.712 0.788 0.899 0.992 ]
características do ensaio a vazio e de curto circuito, além do
figure(1)
método de Potier, que permitiu que a curva dewattada fosse
plot(I,V,'o-')
traçada e as reatâncias síncrona saturada e não saturada fossem hold on
determinadas. Além disso, embora tenha sido um pouco title('Curva de Saturaçao a vazio')
diferente do esperado, devido a possíveis erros tanto de xlabel('Corrente de Campo(A)')
cálculo quanto de simulação, foi possível verificar os ylabel('Tensão de Fase(V)')
diagramas fasoriais para diversas situações , o que permitiu o legend(' Curva de saturação a vazio')
cálculo da regulação de tensão. set(gcf,'color','white')
%Tracando a reta de gap
10

I1=[0:0.01:0.992] plot(I2,V2)
V1= 293*I1 -0.1968 title('Curva CA - Ajuste Polinomial')
figure(2) xlabel('Corrente de Campo(A)')
plot(I,V,'o-') ylabel('Tensão de Fase(V)')
hold on legend('Pontos medidos',' Curva ajustada
plot(I1,V1) : Ef=-155.2*If.^2 +308.8*If +1.473')
title('Curva CA e linha de entreferro') set(gcf,'color','white')
xlabel('Corrente de Campo(A)') %% Retas paralelas
ylabel('Tensão de Fase(V)') figure (4)
legend('Saturação a vazio','Entreferro') I1=[0:0.05:1]
set(gcf,'color','white') V1= 293*I1 -0.1968
I2=[0:0.05:1] plot(I1,V1)
V2= -155.2*I2.^2 +308.8*I2 +1.473 hold on
figure(3) I3=[0:0.01:1]
plot(I,V,'o') V3= (293*I3 -51.8)
hold on
plot(I3,V3) 0.964 1 1.065 plot(I3,V3,'-.') legend('Curto
title('Traçando a 1.107 1.173 hold on Circuito')
reta SP') 1.249 1.325 plot(I1,V1,'-.') set(gcf,'color','wh
xlabel('Corrente de 1.436 1.529] hold on ite')
Campo(A)') V4=[-22.1 -2 plot (trix,triy,'o- ic1=[0:0.01:0.595]
ylabel('Tensão de 16.6 28.1 ') ia1= 8.077*ic1
Fase(V)') 41.5 54.9 +0.0926
legend('Curva 61.7 70.3 76 title('Triangulo de
ajustada : 81.6 87.6 Potier') figure(2)
E_f=293*I_f -0.1968 96.4 101.6 xlabel('Corrente de plot(ic,ia,'o-')
', 'Curva paralela: 108.3 115.5 Campo(A)') hold on
E_f=293*I_f -51.8') 121.7 128.9 ylabel('Tensão de plot(ic1,ia1)
set(gcf,'color','wh 134.8] Fase(V)') title('Curva CC-
ite') V=[2.2 22.3 40.9 legend('Curva CCA', Regressão')
52.4 65.8 79.2 86 'Curva xlabel('Corrente de
%% Intersecao 94.6 100.3 105.9 dewwatada','Gap Campo(A)')
clc 111.9 120.7 125.9 deslocado','Linha ylabel('Corrente de
clear all 132.6 139.8 146 de Armadura(A)')
I2=[0:0.05:1] 153.2 159.1]; entreferro','Triang legend('Pontos
V2= -155.2*I2.^2 I= [0.01 0.077 ulo de Potier') Medidos','Curva
+308.8*I2 +1.473 0.137 0.177 0.229 gtext('R') ajustada
I3=[0:0.01:1] 0.286 0.320 0.363 gtext('P') I_a=8.077I_f+0.0926
V3= (293*I3 -51.8) 0.395 0.427 0.463 gtext('Q') ')
plot(I2,V2) 0.528 0.570 0.636 set(gcf,'color','wh set(gcf,'color','wh
hold on 0.712 0.788 0.899 ite') ite')
plot(I3,V3) 0.992 ] axis([0 2 0 inf]) %% Superplot -CCA e
title('Determinação I3=[0:0.01:1] CC
de P') V3= (293*I3 -51.8) %% Ensaio CC clc
xlabel('Corrente de I1=[0:0.01:0.992] clear all clear all
Campo(A)') V1= 293*I1 -0.1968 clc V=[2.1 2.2 22.3
ylabel('Tensão de reta=111.4 ic=[0.595 0.366 40.9 52.4 65.8 79.2
Fase(V)') % trix =[0.66 0.66 0.301 0.239 86 94.6 100.3 105.9
legend('Curva CCA', 1.197 0.66] 0.114 0] 111.9 120.7 125.9
'Reta SP: % triy=[135.5 111.4 ia=[4.8 3.1 2.6 2.1 132.6 139.8 146
E_f=293*I_f -51.8') 111.4 135.5] 1.0 0 ] 153.2 159.1];
set(gcf,'color','wh triy=[135.7 111.4 figure(1) I= [0 0.01 0.077
ite') 111.4 135.7] plot(ic,ia,'o-') 0.137 0.177 0.229
%% DEWATADA trix=[0.65 0.65 title('Curva de 0.286 0.320 0.363
clear all 1.173 0.65] Curto circuito') 0.395 0.427 0.463
clc xlabel('Corrente de 0.528 0.570 0.636
I4=[0.547 0.614 plot(I,V) Campo(A)') 0.712 0.788 0.899
0.674 0.714 hold on ylabel('Corrente de 0.992 ]
0.766 0.823 plot(I4,V4) Armadura(A)')
0.857 0.9 0.932 hold on
11

ic =[0.595 0.366 xlabel('Corrente de clear all subplot(1,2,1)


0.301 0.239 Campo(A)') Vt=132.6; compass(Eaf)
0.114] ylabel(AX(1),'Tensã Ra=1.426; hold on
ia1= 8.077*I o de Fase(V)') % fp=-0.8; compass(Vt,'g')
+0.0926 left y-axis theta=acos(fp); legend('Eaf','Vt')
I1=[0:0.01:0.992] ylabel(AX(2),'Corre Ia=5*exp(-i*theta) title('Fasores de
V1= 293*I1 -0.1968 nte de Xs=35.96 % nao tensão')
figure(1) Armadura(A)') % saturada subplot(1,2,2)
[AX,H1,H2] right y-axis %Xs=25.84 compass(Ia,'r')
=plotyy(I,V,I,ia1,' legend(' Curva de %saturada title('Fasor de
plot') saturação a Eaf=Vt-Ra*Ia- corrente')
hold on vazio','Entreferro' i*Xs*Ia legend('Ia')
plot(I1,V1,'g-.') ,'Curva de Curto a=phase(Eaf) set(gcf,'color','wh
title('Curva CCA,CC circuito') Eaf=abs(Eaf) ite')
e GAP') %% Diagramas Vt=abs(Vt)*exp(i*a)
clc Ia=Ia*exp(i*a)

REFERENCIAS

[1] JORDÃO, r.g: MÁQUINAS SÍNCRONAS, 1ª edição,


livros técnicos e científicos editora s.a., rio de janeiro,
1980. -fitzgerald, a.e.;
[2] MÁQUINAS ELÉTRICAS: Com Introdução à Eletrônica
de Potência, 6ª edição, Bockman, 2008

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