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Tópico 6 : OPERAÇÃO DO MOTOR DE


INDUÇÃO SOB CARGA
Autor: Pedro Sartori Locatelli – (pedrosartloc@gmail.com)

 Tabela 2: Dados coletados para a máquina CC


Vt (V) Ia (A) Nr
(rpm)
I. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 185,1 9,29 1663
Primeiramente, é importante ressaltar que as seções 191,8 9,02 1675
“Apresentação dos resultados” e “Análise dos resultados” 200,1 6,71 1695
foram compactadas em uma só tendo em vista que não será
possível traçar um paralelo entre os resultados obtidos nesse 208,1 5,232 1712
experimento com os obtidos no experimento 5, já que a 216,7 3,65 1733
máquina utilizada foi diferente. Logo, não faria sentido fazer 226,2 1,908 1756
uma comparação de máquinas diferentes. Além disso, não
julgou ser necessária uma seção apenas para analisar os 235,6 0,002 1786
resultados encontrados, tendo em vista que é mais fácil
comentar sobre cada curva obtida imediatamente após mostra- Para o cálculo dos parâmetros de interesse, tais como o
la. conjugado e diversas potências é necessário conhecer os
Inicialmente, serão apresentados todos os dados coletados parâmetros de circuito equivalente da máquina. Na tabela 3
experimentalmente, que serviram de base para o cálculo de são apresentados os parâmetros da máquina, sendo eles
demais grandezas. Inicialmente, coletaram-se grandezas de calculados pelo procedimento realizado na prática 5. Vale a
tensão, corrente e potência da máquina de indução trifásica, pena ressaltar que nos parâmetros a correção de temperatura já
que nesse experimento atua como motor. Os dados coletados está aplicada.
podem ser observados na tabela 1.

Tabela 1: Dados coletados para a MIT Tabela 3: Parâmetros de circuito equivalente


Vab(v) Vbc(V) Vca(V) Ia (A) Ib (A) Ic( A)
Parâmetro Rs(Ω) Xls(Ω) Rc(Ω) Xm(Ω) Rr(Ω) Xlr(Ω)
215,8 217,9 217,4 8,61 8,66 8,8
212,8 214,7 214,4 7,79 7,81 7,97
Valor 0,789 2,082 355 28,835 1,836 2,082
214,8 216,8 216,5 6,89 6,91 7,1
215,6 217,2 217,3 6,03 5,99 6,22
216,4 217,9 217,9 5,23 5,18 5,42 Com os valores apresentados é possível calcular,
216,8 218,2 218,4 4,38 4,28 4,56 inicialmente, o conjugado eletromagnético de acordo com a
217,4 218,9 219 4,07 3,91 4,23 equação 1. Vale ressaltar que, embora a tabela 1 apresente a
tensão de linha e a tabela 2 a velocidade em rpm, essas
grandezas devem ser convertidas para a unidade correta. Logo,
Também foram coletados os dados para a máquina CC, que
as tensões foram divididas por um fator de √ e a velocidade
atua como gerador. Como mostrado na tabela 2.
Nr foi multiplicada por um fator de . Esse cálculo pode ser
observado no script MATLAB em anexo.

( )
( ) ( )

Onde são as impedâncias de Thévenin, é a tensão


de Thevenin, é a velocidade síncrona em rad/s,
são as impedâncias de rotor do circuito equivalente e s é o
escorregamento.
2

Além disso, o conjugado mecânico pode ser determinado por


meio do circuito de armadura da máquina CC. Assim, pela
equação 2:
( )
( )
Os valores encontrados, por meio do script MATALB no
anexo A, podem ser observados na tabela 4.

Tabela 4: Conjugados calculados


Tem(N.m) Tmec(N.m)
8,51 11,19
7,58 11,09
6,55 8,24
5,56 6,48
4,3 4,55
2,86 2,4
Figura 2: Comportamento Conjugado Mecânico x Velocidade
0,93 0,0025
Por meio dessas figuras é possível perceber que os
Os demais parâmetros, como potência útil e rendimento, que conjugados tenderam a linearidade, principalmente, o
também serão utilizados para plotar alguns gráficos , assim eletromagnético, o que era esperado. Porém, de acordo com a
como seus respectivos cálculos , podem ser encontrados no equção (1) o conjugado eletromagnético não deveria tender a
script MATLAB em anexo. Eles não serão exibidos nessa linearidade. Contudo, essa linearidade observada pode ser
seção em tabelas por julgar ser desnecessário. atribuída a pequena região de operação observada, que foi
Com todos esses valores medidos e calculados, é possível apenas uma fração dos limites da máquina. Além disso, foi
traçar diversas características do motor, no caso, a máquina de possível perceber que o conjugado mecânico apresentou um
indução. Inicialmente, verificou-se o comportamento dos maior vaior, o que também era de se esperar tendo em vista o
conjugados, tanto o eletromagnético, quanto o mecânico, calculado na tabela 4.
apresentados, respectivamente, nas figuras 1 e 2. Logo em seguida verificou-se o comportamento das correntes
de estator e rotot, apresentadas, respectivamente, nas figuras 3
e 4.

Figura 1: Comportamento Conjugado Eletromagético x Velocidade


Figura 3: Comportamento Corrente de estator x Velocidade
3

Já nas figuras 6 , 7 e 8 é possível observar o comportamento


de diversas potências em relação a velocidade, sendo elas ,
respectivamente, a de entrada, a eletromagnética e a útil.

Figura 4: Comportamento Corrente de rotor x Velocidade

De imediato é possível perceber que a corrente de estator


foi maior do que a de rotor, especificamente, 43% maior. Isso Figura 6: Comportamento Potência de entrada x Velocidade
ocorre pois na partida realizada foram inseridas resistências
em série com o rotor, fazendo com que sua corrente
diminuísse.Além disso, percebeu-se um comportamento
praticamente linear da corrente de rotor, tendo em vista que as
resistências são predominantes no rotor, o que não pode ser
visto na de estator, a qual apresentou três inclinações distintas.
O comportamento da corrente de estator pode ser explicado
pela presença da reatância de estator e da reatância de
magnetização, que afetam consideravelmente a impedância
equivalente do modelo da MIT.
Em seguida, observous-se o comportamento do fator de
potência em relação à velocidade, como apresentado na figura
5.

Figura 7: Comportamento Potência Eletromagnética x Velocidade

Figura 5: Comportamento Fator de Potência x Velocidade

É interessante observar que o fator de potência decaiu em


um fator praticamente quadrático, sendo o maior valor
encontrado de 0,71 em 1665 rpm e o menor de 0,21 em 1785
rpm Além disso, como é de se esperar ele tende a atingir um
valor nulo próximo da velocidade síncrona.
Figura 8: Comportamento Potência Útil x Velocidade
4

Dessas três características é interessante observer que a parâmetros medidos e calculados. Mesmo assim, acredita-se
potência útil apresentou o comportamento mais linear, ao que a prática foi cumprida com êxito, tendo em vista que todas
passo que a de entrada foi o menos linear. Também é as curvas puderam ser levantadas. A parte mais interessante do
interessante observar que a potência de entrada apresentou um experiemento foi verificar, na prática, o balanço do fluxo de
comportamento similar a da corrente de estator, mostrada na potências, tendo em vista que a potência de entrada calculada
figura 3, tendo em vista que elas estão relacionadas foi a maior, ao passo que a útil foi a menor, ou seja, do inicio
diretamente. Ademais, nota-se que a potência de entrada do circuito até o final, a máquina perdeu mais de 50% de sua
apresentou o maior módulo, seguido pela potência potência de entrada.
eletromagnética e depois pela potência útil. Isso era esperado Infelizmente, como mencionado no início do relatório a
tendo em vista o fluxo de potências de uma MIT, como parte de análise de resultados, embora tenha sido feita
mostrado na figura 9. detalhadamente na seção I, ficou um pouco vaga, tendo em
vista a impossibilidade de traçar um paralelo com a prática 5.
Além disso, também não se teve acesso aos dados de placa e,
por isso, esse comparativo também não foi feito.

REFERÊNCIAS

[1] JORDÃO, r.g: MÁQUINAS SÍNCRONAS, 1ª edição,


livros técnicos e científicos editora s.a., rio de janeiro,
1980.
[2] Fitzgerald, a.e.: MÁQUINAS ELÉTRICAS: Com
Introdução à Eletrônica de Potência, 6ª edição, Bockman,
2008
[3] Guia referente à prática 6
Figura 9: Diagrama do fluxo de potência

Por fim, observou-se o comportamento do rendimento com


a velocidade, como mostrado na figura 10.

Figura 10: Comportamento Rendimento x Velocidade

Pela figura 10 percebe-se que o rendimento é máximo na


velocidade de 1675 rpm e atinge um valor de 45,5 %.
Contudo, após 1720 rpm percebe-se que a inclinação da curva
aumenta muito, fazendo com que ele atinja um valor próximo
a 10% em 1786 rpm.

II. CONCLUSÃO
Após a realização dos experiementos foi possível observar,
inicialmente, o grande trabalho necessário para o
levantamento das curvas, tendo em vista a quantidade de
5

ANEXO A – Script MATLAB Is = Im; ylabel('Corrente de


% Corrente de rotor Rotor(A)')
clear all Vrot = Vm - Is.*(Rs+j*Xls); grid on;
clc Ir = (Vrot./(Rr./s+j*Xlr)); set(gcf,'color','white')
% Dados MCC % Fator de potência figure(5)
Vcc = [185.1 191.8 200.1 Ztot = Rs + j*Xls plot(rpm,
208.1 216.7 226.2 235.6]; +1./(inv(Rc)+inv(j*Xm)+1./( FP,'LineWidth',2.0)
Icc = [9.29 9.02 6.71 5.232 j*Xlr+Rr./s)); title('FP x n_{r}')
3.650 1.908 0.002]; FP = (cos(angle(Ztot))); xlabel('Velocidade do
rpm = [1663 1675 1695 1712 % Potência de entrada Rotor(rpm)')
1733 1756 1786]; Pin = 3*real(Vm.*Is); ylabel('Fator de Potência')
Wr = (pi/30).*rpm; % Potência útil grid on;
% Dados MIT Putil = Tem.*Wr; set(gcf,'color','white')
Ia = [8.61 7.79 6.89 6.03 % Rendimento figure(6)
5.23 4.38 4.07]; n = (Putil./Pin)*100; plot(rpm,
Ib = [8.66 7.81 6.91 5.99 % Plotando as curvas Pin,'LineWidth',2.0)
5.18 4.28 3.91]; figure(1) title('P_{in} x n_{r}')
Ic = [8.80 7.97 7.1 6.22 plot(rpm, xlabel('Velocidade do
5.42 4.56 4.23]; Tem,'LineWidth',2.0) Rotor(rpm)')
Vab = [215.8 212.8 214.8 title('\tau_{em} x n_{r}') ylabel('Potência de
215.6 216.4 216.8 217.4 ]; xlabel('Velocidade do Entrada(W)')
Vbc = [217.9 214.7 216.8 Rotor(rpm)') grid on;
217.2 217.9 218.2 218.9]; ylabel('Conjugado set(gcf,'color','white')
Vca = [217.4 214.4 216.5 Eletromagnético (Nm)') figure(7)
217.3 217.9 218.4 219]; grid on; plot(rpm,
% Parâmetros MIT set(gcf,'color','white') Pem,'LineWidth',2.0)
Ra= 2.6535; figure(2) title('P_{em} x n_{r}')
Rs = 0.789; plot(rpm, xlabel('Velocidade do
Xls = 2.082; Tmec,'LineWidth',2.0) Rotor(rpm)')
Xm = 28.835; title('\tau_{mec} x n_{r}') ylabel('Potência
Rr = 1.836; xlabel('Velocidade do Eletromagnética (W)')
Xlr = 2.082; Rotor(rpm)') grid on;
Rc = 355; ylabel('Conjugado Mecânico set(gcf,'color','white')
s = (1800-rpm)/1800 (Nm)') figure(8)
% Valores médios dos grid on; plot(rpm,
medidos set(gcf,'color','white') Putil,'LineWidth',2.0)
Vm = (Vab + Vbc + figure(3) title('P_{útil} x n_{r}')
Vca)/(3*sqrt(3)); plot(rpm, xlabel('Velocidade do
Im = (Ia + Ia + Ic)/3; abs(Is),'LineWidth',2.0) Rotor(rpm)')
% Conjugado eletromagnético title('I_{estator} x ylabel('Potência Útil (W)')
Zth = ((j*Xm) * (Rs + n_{r}') grid on;
j*Xls))/ (Rs + j*(Xls + xlabel('Velocidade do set(gcf,'color','white')
Xm)); Rotor(rpm)') figure(9)
Vth = Vm * (Xm /sqrt(Rs^2 + ylabel('Corrente de plot(rpm,
(Xls + Xm)^2)) ; Estator(A)') n,'LineWidth',2.0)
Tem grid on; title('\eta x n_{r}')
=3*abs(Vth).^2.*(Rr./s)./(1 set(gcf,'color','white') xlabel('Velocidade do
800*(pi/30)*((real(Zth)+Rr. figure(4) Rotor(rpm)')
/s).^2)+(imag(Zth)+Xlr).^2) plot(rpm, ylabel('Rendimento (%)')
% Conjugado mecânico abs(Ir),'LineWidth',2.0) grid on;
Tmec = (Vcc title('I_{rotor} x n_{r}') set(gcf,'color','white')
+Icc*Ra).*Icc./Wr xlabel('Velocidade do
Pem = Tmec.*Wr; Rotor(rpm)')
% Correntes de estator

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