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NOTA: 8,0

Universidade de São Paulo


Escola de Engenharia de São Carlos
Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação
SEL423 - Laboratório de Máquinas Elétricas

Felipe Scrideli Stefanoni - 8551563


Lucas Ronco - 6812772
Murilo Atique Claudio - 8551462
Otávio Henrique Gotardo Piton - 8551476

Roteiro
Gerador de indução

Prof. José Carlos de Melo Vieira Jr.

São Carlos
2016
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Curva de magnetização GI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


Figura 2 – Auto-excitação do GI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Figura 3 – Modelo para carga RL Paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Figura 4 – Conexão do gerador isolado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Figura 5 – Autoexcitação do gerador de indução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Figura 6 – Conexão do gerador com a rede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO

1 Máquina assíncrona . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Método para determinação da curva de magnetização . . . . . . . . . . . 4
3 Determinação da faixa de capacitores necessária para a autoexcitação . . 5
4 Ligação do gerador isolado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
5 Ligação do gerador junto à rede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
6 Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1 MÁQUINA ASSÍNCRONA
Atualmente, sistemas alternativos de energia requerem máquinas que permitem a redu-
ção do custo e maior facilidade de implantação e manutenção. Com sua alta robustez, custo
reduzido e disponibilidade no mercado, a máquina de indução (MI) tornou-se muito atrativa
para estes sistemas de geração de baixo custo, pois ela também pode operar como gerador
devido à sua característica de magnetização não linear. Essas suas características construtivas
e de operação difundiram seu uso na indústria e em diversas aplicações.
Ao conectar uma máquina de indução a um banco de capacitores, obtemos um sistema
que chamamos de gerador de indução (GI), que exerce uma auto-excitação para manter-se ope-
rando. Para compreender como funciona um GI e sua associação com o banco de capacitores
iremos abordar nesse relatório suas características que mais diferem de outros tipos de gerado-
res, buscando formas de reduzir problemas como regulação de tensão insatisfatória e frequência
variável, dependentes da carga e da velocidade de acionamento do gerador de indução. Utiliza-
remos circuitos equivalentes do GI, característica de magnetização, princípio de funcionamento,
regulação de tensão e variação de frequência para realizar esta análise.

2 MÉTODO PARA DETERMINAÇÃO DA CURVA DE MAGNETIZA-


ÇÃO
Para a determinação do ponto de operação do gerador de indução é necessário conhecer
sua curva de magnetização. Sabe-se do modelo de uma máquina de indução que existe um divisor
de corrente entre a reatância de magnetização 𝑋𝑚 e a resistência que representa o rotor 𝑅𝑠2 .
Assim, para que a magnetização se mantenha predominante é necessário que o escorregamento
s seja próximo de zero.
Dessa forma, o método consiste em acionar o GI com um motor CC girando à velocidade
nominal e conectar aos terminais do estator uma tensão de alimentação com frequência nominal
de 60 𝐻𝑧 de maneira que o escorregamento seja praticamente nulo. Assim, é possível montar a
curva V x I para valores de tensão de 0 a 1,25 do valor nominal.

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Figura 1: Curva de magnetização GI

3 DETERMINAÇÃO DA FAIXA DE CAPACITORES NECESSÁRIA


PARA A AUTOEXCITAÇÃO
Para a operação do gerador de indução é necessário que o mesmo seja excitado. Logo, é
necessário de um capacitor conectado aos seus terminais para que o fenômeno da auto-excitação
ocorra.
O gerador ao seu acionado com uma rotação adequada gera uma tensão nos terminais do
capacitor que, com caráter ressonante, reflete para os terminais do estator e assim por diante.
Sabe-se que a curva V x I da reatância de um capacitor é linear e que sua intersecção com a
curva de magnetização do GI determina o ponto de operação:

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Figura 2: Auto-excitação do GI

A escolha de um ponto de operação do GI determina o capacitor a ser utilizado da


seguinte maneira:
𝐼
𝐶= (1)
2𝜋𝑓 𝑉
Entretanto, para uma carga RL a capacitância do sistema passa a ser alterada, isso
demonstra a sensibilidade do GI à variações de carga. Uma vez que o ponto de operação muda
drasticamente devido a mudança da capacitância equivalente.

Figura 3: Modelo para carga RL Paralelo

O cálculo da nova capacitância equivalente para o novo ponto de operação é dado da


seguinte maneira:
𝑅𝑝 𝑋𝑝2
𝑅𝑐𝑠 = 2 (2)
𝑅𝑝 + 𝑋𝑝2

6
𝑋𝑝 𝑅𝑝2
𝑋𝑐𝑠 = (3)
𝑅𝑝2 + 𝑋𝑝2

𝐿𝑐𝑠
𝐶𝑒𝑞 = 𝐶 − ( ) (4)
(𝜔𝐿𝑐𝑠 )2 + 𝑅𝑐𝑠
2

4 LIGAÇÃO DO GERADOR ISOLADO


O gerador de indução precisa proporcionar a conversão de energia mecânica em energia
elétrica, para isto é preciso que haja um magnetismo residual em seu rotor que junto com
a rotação possibilite a indução de tensão no estator. Porém, com a pequena intensidade de
magnetismo no rotor, de operações anteriores como motor ou ligação de baterias, assim as
tensões induzidas serão muito baixas e insuficientes para a utilização em carga.
Para o magnetismo residual seja aumentado é necessário o fornecimento de potência
reativa, por meio de capacitores. A autoexcitação acontece pela ligação de bancos de capacitores
em paralelo aos terminais do estator, que implica em um avanço nafase da corrente de excitação.
Essa corrente passando pelo estator produz um fluxo magnético de mesmo sentido do fluxo
residual, possibilitando um aumento da magnetização da máquina.
A Figura 5 mostra a interação da corrente do banco de capacitores com a tensão induzida
do estator pelo fluxo residual. No começo o ponto P1 tem a tensão residual e corrente zero,
depois do início da autoexcitação uma corrente de magnetização é gerada pela tensão nos
terminais dos capacitores, com esta corrente o fluxo no rotor i´ra aumentar, gerando assim uma
tensão maior nos terminais do estator. Para esta tensão existirá uma corrente de magnetização
maior e o processo será repetido até que a curva de magnetização encontre a reta de capacitância
Xc encontrando o ponto de saturação P2.

Figura 4: Conexão do gerador isolado

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Figura 5: Autoexcitação do gerador de indução

O correto funcionamento corresponde a intersecção entre a reta dos capacitores com


a curva de magnetização na velocidade síncrona. A reatância capacitiva é menor ou igual a
reatância de magnetização não saturada da máquina. Assim a inclinação da reta dos capacitores
tem que ser menor que a linha de entreferro. A capacitânica máxima deve ser um valor para
que a corrente do estator não ultrapasse o valor nominal em vazio. Então é importante que a
capacitância não tenha um valor próximo da linha de entreferro.

5 LIGAÇÃO DO GERADOR JUNTO À REDE


O gerador síncrono precisa estar sincronizado com a rede em tensão frequência e fase,
já o gerador de indução não precisa estar sincronizado com a rede deste modo. Para a conexão
do gerador de indução com a rede é necessário seguir os procedimentos a seguir.
Com o gerador de indução ainda desconectado da rede aumenta-se a velocidade da
máquina até atingir a velocidade síncrona. Assim quando colocar tensões nos terminais do
estator, não terá movimentos relativos entre o campo e o rotor, evitando assim grandes picos
de corrente. E assim o gerador já pode ser conectado com a rede.
Entretanto mesmo assim uma corrente de in-rush será gerada no momento de conexão,
esta corrente é causada porque o gerador de indução é para a rede um curto circuito enquanto

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o estator não está magnetizado. Geralmente com menos de 10ms essa corrente não gerará
problemas. Os capacitores que podem ser utiizados para a correção do fator de potência podem
estar conectados em paralelo com as fases no momento da conexão.
Depois da conexão o aumento da velocidade da máquina primária irá colocara a máquina
em modo gerador e para de crescer quando a corrente que vai da máquina para a rede atingir
o valor de placa.
Para uma possível desconexão o processo é inverso. A velocidade da máquina deve ser
reduzida até a velocidade síncrona e o gerador de indução juntamente com os capacitores podem
ser desconectados. Também é importante que os resistores sejam conectados em paralelo com
o banco de capacitores para descarregá-los e e evitar descargas elétricas posteriores.

Figura 6: Conexão do gerador com a rede

A capacitância no caso para melhorar o fator de potência pode ser encontrada utilizando
a Equação 5

Δ𝑄
𝐶= (5)
3𝑉𝑙2 (2𝜋𝑓 )

Δ𝑄: Potência reativa a ser compensada.


Δ𝑄 = potência reativa antes da compensação - potencia reativa depois da compensação.
𝑉𝑙 : Tensão de linha conectado em delta.
𝑓 : Frequência da rede.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. McPersonn & Laramore, Electrical Machines and Transformers
2. E. Fitzgerald, Charles Kingsley Jr., Stephen D. Umans, Electric Machinery
3. JORDÃO , R. B. Máquinas Síncronas . São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 1980

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