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Capítulo 2 Magnetismo e
eletromagnetismo
2.1- INTRODUÇÃO
Em remota antiguidade, os gregos descobriram que um certo tipo de rocha, que eles
encontravam inicialmente perto da cidade de Magnésia, na Ásia Menor tinha o poder de atrair
e segurar pedaços de ferro, A rocha encontrada na realidade era um tipo de minério de fero,
chamado magnetita, e por isso o seu poder de atração foi chamado de magnetismo. As rochas
que contêm o minério que apresenta esse poder de atração são chamadas de ímas naturais.
Os ímãs naturais foram pouco usados, até que se descobriu que um ímã montado em
liberdade de movimento giraria de tal maneira que um dos seus extremos sempre apontaria
para o norte. Os pedaços de “magnetita”, suspensos por um fio, foram chamados de “pedras
guias”, e foram usados pelos chineses, há mais de 2000 anos como bússulas primitivas para
viagens nos desertos. Bússolas primitivas feitas de ímãs naturais, forma também usadas pelos
matinheiros nos primeiros descobrimentos marítimos. A própria Terra é um grande ímã natural
e a orientação dos ímãs na direção norte-sul é causada pelo magnetismo da terra.
O campo magnético ao redor do ímã pode ser explicado sob a forma de linhas invisíveis,
que deixam o ímã em um ponto e entram em um outro. Denominamos a essas regiões pólos de
um ímã, que por convenção, devido o magnetismo terrestre, se chamam Pólo Norte e Pólo Sul
de um ímã.
Figura 2.1
Se você aproximar dois ímãs, de acordo com a figura 2.2, de modo que dois pólos Norte
se defronte, você sentirá uma força de repulsão, mas um pólo Norte colocado defronte a um
pólo sul produzirá uma força de atração. Podemos então dizer que pólos de mesmo nome se
repelem e de nomes diferentes se atraem.
Figura 2.2
Uma outra propriedade interessante que observamos em relação aos ímãs, é que seus
pólos são inseparáveis, ou seja, se quebramos um ímã ao meio, não teremos um pólo Sul
separado de um Norte o vice versa, e sim dois, ou três novos ímãs dependendo de quantos
partes quebramos o ímã.
Figura 2.3
ímã
S N
Figura 2.4
Qualquer outro material que não possuir seus domínios alinhados podem ser divididos
em três classes de materiais:
Materiais cujos domínios magnéticos são alinhados com o campo magnético do ímãs,
tais materiais são fortemente atraís pelos ímãs (Ferro, níquel, cobalto, ligas de aço, etc).
Figura 2.5
Figura 2.6
Seus domínios se alinham de acordo com o ímã, porém nem todos, ocasionando uma
levíssima atração.
Figura 2.7
Figura 2.8
.i
B=
2d
A figura 2.10 mostra a convenção que utilizaremos toda vez que um vetor estiver
entrando no plano do papel e quando estiver saindo do plano do papel.
Figura 2.10
Utilizando esta convenção podemos simplificar os desenhos, como mostra a figura 2.11.
Figura 2.11
.i
B=N
2R
Figura 2.15
Onde N é o número de espiras.
. N.i
B= Figura 2.16
L
F =q.v.B.sen
Obs: A regra da mão direita foi definida para cargas elétricas positivas, como o sentido
da força é indicado pelo polegar, se a carga elétrica for negativa, o sentido da força será
contrário ao do polegar.
Figura 2.19
F=q.v.B
∑ F=m. a centrípeta
A única força que atua sobre a partícula é a própria força magnética FMag=q.v.B ,
então:
FMag=m.a centrípeta
q.v.B=m .acentrípeta
2
v
q.v.B=m.
R
m. v
R=
q .B
S
T=
v
S =2 R
2 R
T= ,
v
m .v
2
q .B
T=
v
2 m
T=
q .B
Figura 2.21
F=B.i.L.sen
Figura 2.22
Procure observar que é o ângulo entre a
direção do condutor e a direção de B. Se o condutor
estiver disposto paralelamente a B, então = 0°
ou = 180° e sen = 0. Em conseqüência, a
força será nula.
Figura 2.23
Este fenômeno também é conhecido como o
princípio do motor.
Figura 2.24
=B.A.cos
No entanto sabemos que só pode existir corrente elétrica num circuito se nele atuar
uma força eletromotriz. Segundo Faraday, essa f.e.m. induzida no circuito é devido a variação
do fluxo magnético, podendo se calculada por:
−
=
t
A lei de Lenz (Henrich F. Emil Lenz) permite determinar a polaridade da f.e.m. induzida
e, conseqüentemente, o sentido da corrente elétrica, se esta existir. O seu enunciado é descrito
a seguir:
Figura 2.26
Figura 2.27
=B.L.v
Figura 2.28
Onde L é o comprimento do condutor imerso
no campo magnético.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS__________________________________________________________________________
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2.1- Um longo fio retilíneo é percorrido por uma corrente de intensidade igual a 2 A. Sendo µ =
4π.10–7 Tm/A, calcule a intensidade de campo magnético produzido por este fio a 20 cm dele.
2.2- Se aumentássemos a corrente do exercício anterior para 4 A, qual seria o valor do campo
magnético produzido no mesmo ponto? Que relação podemos obter entre corrente elétrica e
campo magnético?
i1
2.3- Dois longos fios retilíneos, estendidos no plano Região I Região II
do papel, se cruzam perpendicularmente sem que
haja contato elétrico entre eles.
2.4- Um fio condutor retilíneo muito longo, imerso em um meio cuja permeabilidade magnética
é µ = 4π.10–7 Tm/A, é percorrido por uma corrente i. A uma distância d = 1m do fio sabe-se que
o módulo do campo magnético é 10–6 T. Qual é a corrente elétrica i que percorre o fio?
2.5- A figura a seguir mostra uma pequena chapa metálica imantada que flutua sobre a água
de um recipiente. Um fio elétrico está colocado sobre esse recipiente. O fio passa, então, a
conduzir uma intensa corrente elétrica contínua, no sentido da esquerda para a direita.
A alternativa que melhor representa a posição da chapa metálica imantada, após um certo
tempo, é:
2.6- Pode-se obter o aspecto das linhas de indução de uma região de campo magnético
salpicando limalha de ferro sobre uma folha de papel colocada horizontalmente. As partículas
de ferro, na região do campo magnético, imantam-se e comportam-se como pequenos ímãs,
alinhando-se com o vetor indução magnética. Analise as afirmações e as figuras a seguir.
Figura I. Representa a distribuição da limalha de ferro na folha de papel, colocada sobre um ímã em
forma de barra.
Figura II. Representa a distribuição da limalha de ferro na folha de papel, colocada sobre um ímã em
forma de ferradura.
Figura III. Um fio, percorrido por corrente contínua, atravessa um pedaço de papel e a limalha de ferro se
arruma conforme a figura.
Figura IV. Fazendo as espiras de um solenóide, percorrido por corrente contínua, atravessarem o papel,
vê-se que a limalha de ferro forma linhas paralelas e eqüidistantes dentro do solenóide.
2.9- Deseja-se construir uma bobina com raio de 1 cm, para produzir um campo magnético em
seu interior de 2 T. Se construirmos a bobina enrolada em um pedaço de cano de pvc de
espessura desprezível, quantas espiras precisaremos enrolar sendo que a corrente que
circulará na bobina é de 4 A. Dado: µ = 4π.10–7 Tm/A.
2.12- Na figura a seguir, a resistência elétrica do solenóide, que tem 1000 espiras por metro, é
igual a 10 Ω. Supondo que haja ar no interior do solenóide ( µ = 4π.10–7 Tm/A ), determine:
10 Ω
2.13- Na figura a seguir, três partículas carregadas M, N e P penetram numa região onde existe
um campo magnético uniforme B (vetor), movendo-se em uma direção perpendicular a esse
campo. As setas indicam o sentido do movimento de cada partícula.
a) M, N e P são positivas.
b) N e P são positivas.
c) somente M é positiva.
d) somente N é positiva.
e) somente P é positiva.
2.14- Um feixe de elétrons passa inicialmente entre os pólos de um ímã e, a seguir, entre duas
placas paralelas, carregadas com cargas de sinais contrários, dispostos conforme a figura a
seguir. Na ausência do ímã e das placas, o feixe de elétrons atinge o ponto O do anteparo.
Em virtude das opções dos campos magnético e elétrico, pode-se concluir que o feixe:
a) passará a atingir a região I do anteparo.
b) passará a atingir a região II do anteparo.
c) passará a atingir a região III do anteparo.
d) passará a atingir a região IV do anteparo.
e) continuará a atingir o ponto O do anteparo.
2.18- Uma espira quadrada de 20 cm de lado está totalmente imersa num campo magnético
uniforme e constante, de intensidade 4,0 T. Calcule o fluxo de indução através dessa espira,
nos seguintes casos:
2.19- Um avião encontra-se em movimento retilíneo e horizontal, a 250 m/s, num local onde o
campo magnético terrestre possui uma componente vertical de 2,0 x 10 -5 T de intensidade.
Sabendo que a distância entre as extremidades de suas asas é igual a 20 m, calcule o módulo a
f.e.m. induzida entre esses pontos.
2.20- Do instante t1 = 1,0 s ao instante t2 = 1,2 s, o fluxo magnético através de uma espira
variou de 2,0 Wb para 8,0 Wb. Determine a f.e.m. induzida média na espira, no intervalo de
tempo entre t1 e t2.
+0,5
-0,5
2.22- Refaça o exercício 2.21 supondo que a freqüência do campo magnético dobre. Observe o
gráfico abaixo. Compare as respostas obtidas no exercício 2.21 e 2.22 e obtenha uma relação
entre a freqüência do campo magnético e o valor da f.e.m. induzida.
B(T)
+0,5
t(s)
0,01 0,03 0,05 0,07
-0,5
2.23- Uma bobina circular de raio R = 1,0 cm e 100 espiras de fio de cobre é colocada num
campo magnético constante e uniforme de módulo igual a 1,2 T, está inicialmente numa
posição tal que o fluxo de B através dela é máximo. Em seguida, num intervalo de tempo de
1,5 x 10-2 s, ela é girada para uma posição em que o fluxo de B através é nulo. Qual a f.e.m.
média induzida entre os terminais da bobina?
2.24- Uma espira quadrada d 0,3 m da lado é atravessada por um campo magnético uniforme
perpendicular ao plano da espira. O campo magnético varia só em módulo, passando de um
valor inicial igual a 0,2 T para um valor final igual a 0,8 T num intervalo de tempo de 0,04 s.
a) calcule o fluxo do campo magnético através da espira no instante inicial e no instante final.
b) supondo que a espira tenha uma resistência elétrica de 0,5 Ω, calcule a corrente induzida na
espira.
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