Estudo Dirigido 10: Caracterização de

Núcleos Ferromagnéticos

Ana Cecília Morais Evangelista, Letícia Costa de Paiva, Pedro Henrique Gomes Vilela e Tiago Coelho
Fonseca e Oliveira

I. INTRODUÇÃO

Para realizar ensaios de máquinas em laboratórios são

feitos dois procedimentos: ao acoplar duas máquinas em
um mesmo eixo, conforme mostrado na Figura 1, uma
funciona como gerador e outra como motor, de forma que
uma forneça a energia complementar que a outra necessita:
o motor fornece conjugado no eixo do gerador e o gerador Figura 2. Circuito simulado no Simulink.
fornece potência elétrica.

Assim, é possível analisar o comportamento das III. RESULTADOS

máquinas operando como gerador e motor a partir do seu A. Ensaio a vazio
tipo de excitação e observando seus parâmetros. Nesse Para realizar esse ensaio, os terminais da máquina
caso, serão avaliadas duas máquinas de corrente contínua analisada são deixados em circuito aberto.
com excitação independente operando a vazio e com carga.  Máquina operando como gerador
Em cada um dos casos, a máquina em questão será Foram obtidos 6 valores de tensão de armadura para
analisada como gerador e como motor. cada parâmetro variado. A corrente de campo foi variada
de 0,167 A a 1 A, com um passo de 0,167 A, enquanto a
No caso em que a máquina opera como gerador, o
ensaio a vazio nos permite observar a variação da tensão velocidade foi variada de 22,222 rad/s a 133,333 rad/s ,
com um passo de 22,222 rad/s. Os resultados são
de armadura em função da velocidade e da corrente de
mostrados abaixo.
campo, enquanto o ensaio com carga nos permite observar
a regulação de tensão. Já no caso em que máquina opera
como motor, o ensaio a vazio nos permite observar a
velocidade em função da tensão de armadura e da corrente
de campo e no ensaio com carga é observada a regulação
de velocidade.

Tabela 1. Tensão de armadura em função da corrente

de campo e tensão de armadura – gerador a vazio.

Figura 1. Máquinas de corrente contínua acopladas em

um mesmo eixo.

II. METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste estudo, foi utilizado o

Simulink, ferramenta do software MATLAB. A montagem
do circuito foi feita de acordo com o que foi passado pelo
professor e os parâmetros necessários para realizar os
ensaios foram variados. O circuito montado é mostrado Figura 3. Gráfico tensão de armadura × velocidade –
abaixo. gerador a vazio.
 B. Com carga

Figura 4. Gráfico tensão de armadura × corrente de

campo – gerador a vazio. Tabela 3. Tensão de armadura em função da corrente
de campo e velocidade – motor.
 Máquina operando como motor

Tabela 2. Velocidade em função da corrente de campo

e tensão de armadura – motor a vazio.
Figura 7. Gráfico velocidade × corrente de armadura –
motor com carga

Figura 5. Gráfico velocidade × tensão de armadura –

motor a vazio.
Figura 8. Gráfico velocidade × conjugado – motor
com carga.

C. Ao apresentar os resultados busque responder as

seguintes questões:
C.1 O que é curva de magnetização?

A curva de magnetização é um gráfico que descreve o

comportamento da permeabilidade magnética de um
material ferromagnético. Ele fornece a densidade de fluxo
B em função da intensidade de campo magnético H,
relacionados entre si por μ, que muda de acordo com o
material, ou do fluxo magnético em função da corrente.
Figura 6. Gráfico velocidade × corrente de campo –
motor a vazio. C.2 Como funciona um tacogerador?
 O tacogerador é um sensor analógico de velocidade,
utilizado em controle e automação em servomecanismos de
circuito fechado. Seu funcionamento é baseado no
princípio do motor de corrente contínua com escovas que
funcionam como gerador. O campo magnético é obtido por
meio de um ima permanente cujos pólos encontram-se
dispostos nas faces. Este dispositivo é normalmente
acoplado diretamente (ou não) ao veio do motor cuja
velocidade se pretende controlar. O tacogerador, quando
em rotação, utiliza f.e.m. induzidas a tensão analógica CC
aos terminais do dispositivo diretamente proporcional à
velocidade de rotação, sendo essa proporcionalidade uma
constante característica de cada modelo.
não for convertida em potência mecânica, pode queimar o
isolante do enrolamento.
C.5 Apenas Ra interfere na regulação de tensão?
Não, como podemos comprovar pela Eq. 1, vê-se que
outros parâmetros interferem na regulação de tensão.
C.6 Como relacionar a potência dissipada na carga
elétrica do gerador com o conjugado mecânico aplicado
no eixo do motor ensaiado?
A equação abaixo apresenta a definição do conjugado
no eixo do motor.

C.3 Como variar a velocidade em um motor CC? Τ = 𝑘𝜙𝐼𝑎

Pode-se calcular a velocidade de um motor CC a Podemos, portanto observar que o aumento do conjugado
partir da seguinte equação: aplicado, implica em um aumento da corrente de armadura
e consequentemente da potência dissipada na carga elétrica
do gerador.

Eq. 1 IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Em que:
n=velocidade de rotação em rpm
k=constante do motor que depende do tamanho do rotor,
tipo de enrolamento e número de polos do estator
[1]https://www.youtube.com/watch?v=d8WmgMT7x
KE
[2] FITZGERALD, A. E; KINGSLEY JR., Charles;
UMANS, Stephen D. Máquinas Elétricas, 7ª edição.
McGraw Hill Education, 2014.

Uma máquina CC é projetada para ter pequena

resistência de armadura Ra de modo a ter uma queda de
tensão muito pequena nesta. Podemos simplificar a
equação anterior assim:

Eq.2

Em que:

𝜑=fluxo magnético no entreferro

Assim, o controle de velocidade de um motor CC

pode ser feito por meio da variação da tensão de armadura
mantendo-se um fluxo constante (excitação independente).
Pode-se ainda manter uma alimentação constante e
diminuir o fluxo (diminuir corrente de campo já que são
proporcionais).

C.4 Por que ao energizar um motor cc deve-se sempre

garantir que haja campo antes de circular a corrente de
armadura?

Deve-se energizar primeiro o enrolamento de

campo, pois o enrolamento de armadura está sujeito a
maiores correntes, ou seja, se a potência que circula por ele