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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

Relatório de Atividade Prática


Laboratório de Máquinas Elétricas

Experimento 2 - MÁQUINA DE CORRENTE CONTÍNUA: GERADOR EM


DERIVAÇÃO E MOTOR
DE CORRENTE CONTÍNUA

Alexandre Simões de Lima, 11201811638


Amanda Valente Teixeira, 11201810518
Gabriel Almeida de Carvalho, 11201722824
Gabriel Dias Ribeiro, 11201812117
Gabriel Santiago Missali Gonçalves da Silva, 11201811754
Gustavo Soares do Vale, 11201812068
Paloma Cristina Santana, 11201921396
Nikolas Avelino Grande, 11201920300

SANTO ANDRÉ - SP
2023.
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SUMÁRIO

1 OBJETIVOS............................................................................................................. 3
2 METODOLOGIA.......................................................................................................4
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL........................................................................5
4 CONTROLE DE VELOCIDADE PELA ARMADURA………………………………...9
5 CONTROLE DE VELOCIDADE PELO CAMPO.................................................... 10
6 CONCLUSÕES.......................................................................................................11
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 12
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1 OBJETIVOS
Este relatório tem como objetivo mostrar os resultados do experimento sobre
o funcionamento de um motor como um gerador em derivação por meio da
alimentação da máquina por potência mecânica. Diferentemente do experimento
anterior, será excitado através de uma ligação shunt.
Neste modelo de máquina, o enrolamento de campo é responsável por criar o
campo magnético necessário para a geração de energia. Ele é conectado em
paralelo com a carga e é chamado de "shunt" porque é derivado de uma ligação
paralela do circuito principal. Porém, ainda há a necessidade de se usar uma fonte
de energia externa, como uma bateria ou uma fonte de alimentação auxiliar, para
fornecer uma corrente constante ao enrolamento de campo. Essa corrente cria um
campo magnético estável ao redor do rotor e a intensidade dessa corrente de
campo determina a intensidade do campo magnético gerado.
Uma das principais vantagens do gerador CC com excitação shunt é a sua
capacidade de manter uma tensão relativamente constante, independentemente das
variações de carga. Isso ocorre porque a excitação shunt fornece um campo
magnético estável e de intensidade controlada, resultando em uma voltagem
consistente na saída do gerador. Além disso, também possui a vantagem de ser
mais fácil de controlar e regular a tensão em comparação com outros tipos de
geradores.
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2 METODOLOGIA
Uma máquina de Indução trifásica foi utilizada como motor, com a Máquina
de Corrente Contínua acoplada ao seu eixo. Dessa forma, a MCC pode funcionar
como um gerador, sendo acionada pela Máquina de Indução. Para essa
configuração, os seguintes itens foram considerados:
a) O ensaio para determinar as características em vazio: Alimentação
independente no motor de corrente contínua:
Conectado saída CC do variador monofásico ao campo da MCC para
medição de corrente;
A saída CC do variador trifásico foi conectada ao MCC para medição
de sua saída de corrente e tensão.
b) Conexões da máquina síncrona como gerador:
A fonte CC foi conectada ao campo da máquina síncrona para
medição da corrente;
A medição foi feita a partir de um voltímetro entre duas fases da
armadura da máquina síncrona.
c) Acionamento do motor c.c. em 1750 rpm:
Aplicado uma corrente de 220mA;
Aplicado uma tensão na armadura de 150V;
Realizado o controle de velocidade através da corrente de campo.
d) Medição da tensão de armadura em função da variação da corrente de
campo da máquina síncrona com rotação constante de 1750 rpm:
Aumento gradual da corrente de campo do gerador síncrono;
Medição da tensão do estator do gerador síncrono.

e) Para um ensaio de curto-circuito da máquina síncrona:


A partir do experimento antecedente, reduziu-se a corrente de campo
da máquina síncrona a zero;
Um amperímetro foi conectado aos terminais da armadura de uma das
fases da máquina;
Realizado curto-circuito dos terminais da armadura da máquina;
Realizado um aumento gradual da corrente de campo da máquina,
verificando-se o valor da corrente de armadura
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Aumentou-se a corrente de campo até a corrente de armadura atingir


o valor nominal com velocidade de eixo constante em 1750 rpm

3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

CURVA DE MAGNETIZAÇÃO

Dado o levantamento realizado em laboratório, o Quadro 1 apresenta os


valores da corrente e tensão de armadura que o sistema apresentou a cada
alteração de resistência inserida no circuito.

Quadro 1 - Valores de corrente e tensão de armadura

Carga I Armadura (A) V Armadura (v)

0 0 167,7

1R 0,443 161,7

2R 0,847 155,0

3R 1,213 148,4

4R 1,521 139,6

5R 1,791 131,7

6R 2,026 123,6

Figura 1 - Valores de corrente e tensão de armadura


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Fonte: Próprios autores

Este comportamento já é esperado pois quando uma carga é aplicada a essa


máquina, há uma demanda por corrente adicional para suprir a potência necessária.
No entanto, como a máquina está conectada em paralelo (ligação shunt), a tensão
nos terminais da máquina é geralmente mantida relativamente constante. Então, ao
aplicar uma carga crescente, a corrente exigida pelo circuito aumenta, e isso resulta
em um aumento da corrente de armadura e, como a corrente de armadura é
proporcional à carga aplicada, também aumenta à medida que a carga aumenta.
Analisando a tensão, como ela é mantida relativamente constante, de acordo
com a ligação shunt, o aumento da corrente de armadura faz com que a corrente
total fornecida pela máquina também aumente. No entanto, esse aumento não é
suficiente para compensar a demanda de potência da carga, resultando em uma
queda na tensão nos terminais da máquina. Dessa forma, a curva de magnetização
da máquina é apresentada na Figura 2. De certo modo, observa-se aqui um controle
de tensão com atuação na corrente.

Figura 2 - Curva de magnetização com carga aplicada


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Fonte: Próprios autores

A variação na velocidade do rotor de uma máquina de corrente contínua


influencia diretamente a tensão induzida na bobina exploratriz. À medida que a
velocidade do rotor aumenta, a tensão induzida na bobina também aumenta,
seguindo a Lei de Faraday. Por outro lado, uma diminuição na velocidade do rotor
resulta em uma redução da tensão induzida. Esse comportamento é regido pela
Equação 1.

𝐸 = 𝑘ω (1)

Nesta equação, a tensão induzida 𝐸 é diretamente proporcional ao valor do


fluxo dos pólos 𝑘 e a velocidade angular ω.
Já a resistência crítica é aquela a qual se for excedida, não ocorre
escorrimento e consequentemente não há o aumento progressivo da tensão gerada.
Ela é estimada através da equação 2.

𝑉𝑡
𝑅𝑐 = ( 𝐼𝑓 ) − 𝑅𝑎 [Ω] (2)

na qual 𝑉𝑡 é a tensão aplicada nos terminais do gerador, 𝐼𝑓 é a corrente de campo e


𝑅𝑎 é a resistência da armadura.
Como não temos o valor desta resistência de armadura, pode-se também
obter a resistência crítica pelo método gráfico. Nele, utilizando a curva de
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magnetização, traça-se uma reta da origem até seu tangenciamento com a curva.
Neste ponto, tomam-se os valores de tensão e corrente e obtêm-se o valor da
resistência, como mostra a equação 3.

𝑉𝑡
𝑅𝑐 = 𝐼𝑓 (3)
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4 CONTROLE DE VELOCIDADE PELA ARMADURA

Ajustando a corrente de campo em 200mA e variando a tensão de armadura,

obtêm-se os dados do Quadro 2.

Quadro 2 - Valores de Corrente da armadura e Velocidade

Va (Volts) Ia Velocidade

50 0,680 573,9

75 0,718 871,3

100 0,736 1187,0

125 0,756 1490,0

150 0,764 1794,0

Observamos que há um aumento na corrente, a velocidade também


aumenta(diretamente proporcionais). Transpondo novamente os valores para
gráficos, obtemos as Figuras 3 e 4.

Figura 3 - Relação da tensão de armadura com a corrente e velocidade

Fonte: Próprios autores


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5 CONTROLE DE VELOCIDADE PELO CAMPO

Novamente, mantendo a corrente de campo a 200mA, a tensão de armadura a 150V


e variando a corrente de campo, obteve-se os seguintes resultados:

Quadro 3 - Valores de Corrente de campo e Velocidade

If (mA) Velocidade (rpm)

200 1784

225 1686

250 1595

275 1520

300 1458

Como visto na tabela obtida pelo experimento, a velocidade é inversamente


proporcional à corrente de campo, ou seja, conforme If aumenta, a velocidade
reduz.
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6 CONCLUSÕES

Os experimentos e análises realizados demonstram que tanto o controle de


velocidade pela armadura como pelo campo são estratégias viáveis para ajustar a
velocidade de máquinas elétricas. No controle de velocidade pela armadura, ao
aumentar a tensão de linha, ocorre um aumento correspondente na corrente de
armadura e, consequentemente, na velocidade do motor. Isso significa que, ao
fornecer uma maior tensão à armadura, a corrente e a velocidade do motor
aumentam proporcionalmente.
Por outro lado, no controle de velocidade pelo campo, ocorre o contrário. Ao
aumentar a corrente de campo, a velocidade do motor de indução é reduzida. Nessa
abordagem, a velocidade é controlada ajustando-se a corrente de campo do estator.
Ambas as abordagens apresentam suas vantagens e limitações, e a escolha entre
elas dependerá das necessidades específicas da aplicação em questão. Por
exemplo, o controle da velocidade pela armadura pode ser utilizado em uma
máquina de lavar roupa, onde a velocidade do motor pode ser controlada
ajustando-se a tensão aplicada à armadura. Aumentar a tensão aumenta a
velocidade do tambor, enquanto diminuir a tensão a reduz.
E o controle pelo campo é mais comumente encontrado em motores de
indução. Nessa abordagem, a velocidade do motor é controlada ajustando-se a
corrente de campo do estator. Ao aumentar a corrente de campo, a velocidade do
motor de indução é reduzida. Essa abordagem é utilizada em aplicações como
ventiladores, bombas e sistemas de climatização, onde a redução da velocidade é
desejada para um funcionamento mais eficiente e adequado às necessidades do
sistema.
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REFERÊNCIAS

FITZGERALD, A. E.; KINGSLEY JR, C.; KUSKO, A. Máquinas elétricas. [S.l.]:


McGraw-Hill, 1975.

IMD. Aula 02 - Máquinas Elétricas: Máquinas de Corrente Contínua. 1. Motores


elétricos de corrente contínua. Disponível em:
<https://materialpublic.imd.ufrn.br/curso/disciplina/1/58/2/2>. Acesso em: 17 Jun.
2023.

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