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UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA

AFRO-BRASILEIRA

INSTITUTO DE ENGENHARIAS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


CURSO ENGENHARIA DE ENERGIAS

EEN116 - LABORATÓRIO DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA - T01

PROFESSOR(A): HERMINIO MIGUEL DE OLIVEIRA FILHO

DISCENTES:

WENDELL MILHOME RIBEIRO

LOURENÇO PASSOS JOÃO

REDENÇAO – CE

2023
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1. INTRODUÇÃO

As máquinas síncronas são basicamente máquinas de corrente alternada onde a frequência


da tensão induzida e a velocidade possuem uma relação constante. Assim como as
máquinas de indução (assíncronas) e as máquinas de corrente contínua (CC), as máquinas
síncronas podem operar tanto como motor quanto como gerador. Os geradores síncronos
são responsáveis por produzir grande parte da energia elétrica consumida no mundo, são
utilizados na maior parte das Termoelétricas e Centrais Hidroelétricas. Por outro lado, os
motores síncronos são requisitados em alguns casos específicos, apesar do alto custo em
relação aos motores de indução. Merece destaque o fato de que esses motores possuem
um fator de potência regulável, podendo adiantar ou atrasar a corrente em relação à
tensão. A quantidade de máquinas síncronas equipadas com ímãs permanentes de baixa e
média potência cresce de forma notável, essencialmente quando são necessárias respostas
rápidas e velocidade variável. O termo “síncrono” é utilizado devido à igualdade entre a
frequência elétrica e a frequência angular, pois o rotor gira na mesma velocidade do
campo magnético rotativo criado pelo estator por meio da corrente alternada trifásica
(CA) de alimentação, ou seja estão em sincronismo através de um acoplamento
magnético. Este trabalho busca aprofundar o conhecimento sobre o princípio de
funcionamento das máquinas síncronas, formulando e esclarecendo os conceitos
necessários para esse entendimento.

2. OBJETIVO
 Determinar as características em vazio e em curto-circuito das máquinas
síncronas.
 Determinar as reatâncias síncronas não-saturada ( Xsnsat ) e saturada à tensão
nominal (Xs).
 Calcular a Relação de Curto-Circuito (RCC).

3. METODOLOGIA E MATERIAIS USADOS


3.1 MONTAGEM DO CIRCUITO

Na figura abaixo, será mostrado um esquema das ligações das máquinas.


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Figura 1 - Esquema das ligações da máquina de indução.

Figura 2: Esquema de ligação da máquina síncrona.


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4.2.Forneça os dados de placa da máquina ensaiada.

3.2 MATERIAIS UTILIZADOS


 Fonte Regularizador de Tensão Monofásica
 Máquina síncrona
 Multímetros
 Osciloscópio
 Amperímetro do Osciloscópio
 Voltímetro do Osciloscópio
 Gerador síncrono
 Cabos de contatos

4. RESULTADOS

𝑉𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎
Equação para a tensão corrigida: 𝑉𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 = 𝑥(1800𝑟𝑝𝑚)
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

Tabela 1 – Medições do circuito – Característica em Vazio.

Corrente de excitação Tensão da Armadura Velocidade Tensão Corrigida


(Amperes) (Volts) (rpm) (Volts)
0 0 1754 1,026
0,42 43 1754 44,23
0,83 72 1745 74,27
1,22 87 1736 90,2
1,61 96 1730 99,89
1,83 99 1726 103,24
5

2,01 102 1720 106,74

𝐼𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎
Equação para corrente corrigida: 𝐼𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 = 𝑥1800𝑟𝑝𝑚)
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

Tabela 2 – Medições de circuito – Característica Curto-Circuito.

Corrente de Campo Corrente de Armadura Velocidade Corrente Corrigida


(Amperes) (Amperes) (rpm) (Amperes)
0 0,08 1749 0,082
0,13 0,41 1749 0,42
0,31 0,83 1743 0,857
0,47 1,2 1729 1,25
0,64 1,6 1709 1,68
0,72 1,8 1697 1,9
0,79 1,98 1683 2,11

4.1. CURVAS GERADAS

Figura 1: Curva em Vazio

Curva em Vazio
120

100

80

60

40

20

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5

Tensão da Armadura (Volts) Tensão Corrigida (Volts)


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Figura 2: Curva em Curto-Circuito

Curva em Curto-Circuito
0,9

0,8

0,7

0,6

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5

Corrente de Armadura (Amperes) Corrente Corrigida (Amperes)

4.2. PÓS LABORATORIO

Calcule os valores de:

Reatância síncrona não-saturada (Xsnsat ).

Vai ser o somatório de todos os valores de tensão e soma de todos os valores de corrente
nominais tudo no circuito aberto.

𝑉𝑛𝑠 = 1 + 43 + 72 + 87 + 96 + 99 + 102 = 500

𝐼𝑎 = 0,0 + 0,42 + 0,83 + 1,22 + 1,61 + 1,83 + 2,01 = 7,92

𝑍𝑛𝑠 = 𝑉𝑛𝑠/𝐼𝑎 = 500/7,92 = 63,13𝑉

Reatância síncrona saturada à tensão nominal (Xs).

Para calcular a reatância sincrona saturada a tensão nominal, primeiro vai calcular a R,
usando a lei de resistência, assim.

𝑉𝑛𝑠 2 5002
𝑃 = 3(500)𝑥 (7,92)2 = 94,09𝐾𝑊 𝑅= = = 2,66Ω
𝑃 94,09𝑥10³
7

2 2
𝑋𝑠 = (√ 𝑧𝑛𝑠) − 𝑅 2 = (√63,13) − (2,66)2 = 56,05Ω

Relação de Curto-Circuito (RCC).

A relação de curto-circuito (RCC) é definida como a razão entre CCVA e CCCC e,


portanto, é igual ao inverso da reatância sincrona saturada por unidade Xs

5. QUESTÕES ADICIONAIS

[1]. Para que servem os ensaios de curto circuito e circuito aberto nos geradores
síncronos?

O ensaio de circuito-aberto é usado para obter o circuito equivalente em série Req+JXep,


O curto-circuito é aplicado ao secundário do transformador e tensão induzida ao primário.
O ensaio de curto-circuito aberto ou chamado de ensaio a vazio é realizado com
secundário em aberto e a tensão nominal aplicado ao primário assim facilitando a
circulação de corrente de excitação.

[2]. Qual a finalidade dos enrolamentos amortecedores?

Este enrolamento destina-se a amortecer oscilações de binário mecânico que provoquem


quebra de sincronismo e que poderiam causar a saída de serviço da máquina uma vez que
fora de sincronismo esta deixa de produzir binário útil (motor gerador)

[3]. Sabendo-se que o gerador existente no laboratório tem os seguintes valores


nominais: Vnom = 240 V Inom = 12 A If = 12 A

[4]. Pede-se quais instrumentos e escalas deverão ser utilizadas no ensaio em curto
circuito e no ensaio em vazio.

**Ensaio em Curto-Circuito:**

- Medição de Tensão: Para medir a tensão no ensaio em curto-circuito, deve-se usar um


voltímetro digital ou analógico. A tensão nominal do gerador é de 240 V, portanto, você
deve selecionar uma escala próxima a esse valor, como 250 V ou 300 V.

- Medição de Corrente: Para medir a corrente no ensaio em curto-circuito, deve-se usar


um amperímetro digital ou analógico. A corrente nominal é de 12 A, portanto, você deve
selecionar uma escala próxima a esse valor, como 20 A ou 30 A.

**Ensaio em Vazio:**
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- Medição de Tensão: Para medir a tensão no ensaio em vazio, deve-se usar um voltímetro
digital ou analógico. Mais uma vez, a tensão nominal do gerador é de 240 V, portanto,
uma escala próxima a esse valor, como 250 V ou 300 V, é apropriada.

- Medição de Corrente:** No ensaio em vazio, a corrente é geralmente muito baixa,


próxima a zero. Portanto, deve-se usar um amperímetro com uma escala de corrente muito
baixa, como 0-1 A ou 0-100 mA, dependendo da precisão desejada.

[5]. Por que a frequência de um gerador síncrono depende da velocidade de rotação


do eixo?

A frequência de um gerador síncrono depende da velocidade de rotação do seu eixo


devido ao princípio da indução eletromagnética, que é fundamental para a geração de
energia elétrica em sistemas de geração síncrona

[6]. Explique brevemente como pode ser obtida a impedância síncrona e a resistência
do induzido de um gerador síncrono.

A impedância síncrona e a resistência do induzido de um gerador síncrono podem ser


obtidas através de testes de curto-circuito e ensaios de circuito aberto.

**Impedância Síncrona (Zs):**

- Teste de Curto-Circuito: No teste de curto-circuito, o gerador síncrono é conectado a


uma carga de curto-circuito. A tensão aplicada ao gerador é reduzida gradualmente até
que uma corrente de curto-circuito seja estabelecida. Durante esse teste, a corrente de
curto-circuito, a tensão de curto-circuito e a potência de curto-circuito são medidas.

- A impedância síncrona (Zs) pode ser calculada usando a fórmula:

Zs = Vs / Is

Onde:

- Zs é a impedância síncrona.

- Vs é a tensão de curto-circuito medida.

- Is é a corrente de curto-circuito medida.

**Resistência do Induzido (Ri):**


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- Ensaio de Circuito Aberto (Ensaio em Vazio): No ensaio de circuito aberto, o gerador


síncrono é operado sem carga, e a tensão de saída e a corrente de campo são medidas.

- A resistência do induzido (Ri) pode ser calculada usando a fórmula:

Ri = (Voc - Ef) / If

Onde:

- Ri é a resistência do induzido.

- Voc é a tensão de circuito aberto medida (tensão de saída sem carga).

- Ef é a tensão de campo aplicada.

- If é a corrente de campo medida.

[7]. Por que se deve reduzir a potência nominal de um gerador síncrono de 60 Hz


quando operado a 50 Hz? Em quanto se deve reduzir a potência nominal?

Quando um gerador síncrono projetado para operar a 60 Hz é utilizado em uma rede


elétrica de 50 Hz, é necessário reduzir a potência nominal para garantir o funcionamento
seguro e eficiente do gerador. Isso ocorre por causa de várias razões:

1. Velocidade de Rotação Reduzida: A frequência da corrente alternada (CA) está


diretamente relacionada à velocidade de rotação do gerador síncrono. Em sistemas de 60
Hz, o gerador é projetado para girar a uma velocidade específica que corresponde à
frequência de 60 Hz. Quando você opera esse gerador em uma rede de 50 Hz, a velocidade
de rotação deve ser reduzida para corresponder à frequência mais baixa

2. Redução da Frequência de Campo: Para gerar tensão síncrona, é necessário aplicar uma
frequência de campo apropriada ao rotor do gerador. Quando a frequência da rede é
reduzida para 50 Hz, a frequência de campo também deve ser reduzida para corresponder
a essa frequência mais baixa. Isso significa que o gerador precisa operar em uma condição
de campo mais baixa, o que reduz a capacidade de geração de energia.

3. Redução da Potência Aparente: A potência aparente (S) de um gerador síncrono é o


produto da tensão e da corrente gerada. Quando você reduz a frequência da rede de 60 Hz
para 50 Hz sem ajustar o gerador, a tensão síncrona geralmente permanece a mesma. No
entanto, a corrente necessária para atingir a potência nominal (S) será maior em uma
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frequência mais baixa. Isso significa que, sem reduzir a potência nominal, a corrente de
saída aumentaria, o que poderia sobrecarregar o gerador e os equipamentos conectados.

A magnitude da redução da potência nominal depende das especificações do gerador e


das condições operacionais específicas. Geralmente, a redução típica da potência nominal
quando se opera um gerador síncrono projetado para 60 Hz em uma rede de 50 Hz é de
aproximadamente 83%. Isso significa que a capacidade de geração efetiva do gerador será
reduzida em cerca de 17% quando operado em uma frequência mais baixa.

[8]. Deveria se esperar que um gerador síncrono de 400 Hz for maior ou menor que
um gerador de 60 Hz com a mesma potência e tensão nominal? Por que?

Um gerador síncrono de 400 Hz geralmente será menor em tamanho e peso do que um


gerador de 60 Hz com a mesma potência e tensão nominal. Isso ocorre por várias razões:

1.Velocidade de Rotação Maior: A frequência da corrente alternada (CA) está diretamente


relacionada à velocidade de rotação do gerador síncrono. Um gerador de 400 Hz deve
girar a uma velocidade muito maior do que um gerador de 60 Hz para produzir a
frequência mais alta. Isso significa que o gerador de 400 Hz pode ter um rotor de menor
diâmetro, o que contribui para o tamanho compacto.

2. Redução do Tamanho dos Enrolamentos: Com uma frequência mais alta, os


enrolamentos do estator (as bobinas onde a tensão é gerada) podem ser projetados com
menos voltas de fio, pois a taxa de variação do fluxo magnético é maior. Isso reduz o
tamanho e o peso dos enrolamentos, tornando o gerador mais compacto.

3. Materiais Mais Leves: Devido às cargas mais leves nas bobinas e nas partes giratórias
do gerador de 400 Hz, materiais mais leves podem ser usados na construção, o que
também contribui para um tamanho menor e um peso reduzido.

4. Aplicação Específica: Geradores de 400 Hz são frequentemente utilizados em


aplicações aeroespaciais e militares, onde o espaço e o peso são críticos. Portanto, esses
geradores são projetados para serem compactos e leves, o que é uma prioridade nessas
aplicações.

No entanto, é importante notar que geradores de 400 Hz são menos comuns do que os de
60 Hz e são mais específicos para certas aplicações, como aviões e equipamentos
militares. Em sistemas de distribuição de energia convencionais, a frequência padrão é de
60 Hz (em países como os Estados Unidos) ou 50 Hz (em muitos outros países), de modo
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que os geradores síncronos de 60 Hz são mais amplamente usados em redes de energia


convencionais.
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6. REFERÊNCIAS:

FITZGERALD & KINGSLEY. Máquinas elétricas. 7ª Edição, Ed. Bookman, 2014.

CHAPMAN, Stephen J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5ª Edição. Ed. Bookman,


2013.

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