trifásico: Determinação de Parâmetros e Simulações
Janneson José Ferreira de Lima John Lennon Nunes de Souza Engenharia Elétrica Engenharia Elétrica Universidade Federal Rural do Semi-Árido Universidade Federal Rural do Semi-Árido Caraúbas, RN - Brasil Caraúbas, RN - Brasil janneson.lima@alunos.ufersa.edu.br john.souza@alunos.ufersa.edu.br
Resumo— O presente artigo apresenta um estudo II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
experimental de um motor trifásico de indução. Será percorrido neste estudo uma breve introdução sobre os Os motores são elementos conversores de energia conceitos dos motores de indução, onde a partir de valores elétrica em energia mecânica. São chamados de máquinas obtidos em laboratório será possível mensurar os rotativas e podem ser do tipo síncronas ou assíncronas, parâmetros elétricos intrínsecos do motor podendo alimentadas por corrente alternada. As máquinas síncrona modelá-lo através de um circuito equivalente, os tipos de ensaios realizados foram: CC, em vazio e rotor bloqueado. necessitam de uma aplicação CA no estator e CC no rotor, Ainda poderá ser levado em consideração um comparativo onde irão girar em uma velocidade de sincronismo. Já as entre os valores reais e os valores simulados através dos máquinas assíncronas não necessitam de tensão contínua softwares PSIM e MATLAB. Além disso, é possível verificar, para funcionarem [3]. também por simulação, a curva característica conjugado x velocidade. Por fim, foi realizado um breve estudo estatístico A. Construção do Motor de Indução sobre a veracidade dos dados experimentais e simulados O circuito elétrico do estator, que forma o campo através de uma mensuração de erros. girante, é formado por três bobinas defasadas umas das outras no espaço e alimentadas por correntes defasadas no Palavras-Chave—Motores de Indução, Curva Conjugado x tempo [2]. Essa é a única diferença entre um motor de Velocidade, Simulação, Parâmetros Elétricos. indução trifásico do motor normal. Assim, é possível apresentar uma visão geral do motor, como apresentado I. INTRODUÇÃO na Figura 1. Os motores elétricos fazem parte de uma predominância de aplicações que influem na utilização de esforços mecânicos a partir de um estímulo elétrico. A conversão eletromecânica de energia possibilita que a eletricidade seja convertida em grandeza mecânica [1]. Nesse contexto, os motores elétricos são essenciais para diversas aplicações como: bombas d' água, diversos eletrodomésticos, guindastes e entre outros. Dentre os motores elétricos, o tipo que se destaca entre eles são os motores de indução, onde são amplamente usados devido sua robustez, fácil manuseio e viável financeiramente [2]. Sua aplicação não é algo novo na sociedade, hoje em dia se tem várias tecnologias associadas a esse tipo de motor que auxilia na facilidade de manuseio, permitindo mais economia de energia e mais autonomia de trabalho, um exemplo disso é a aplicação de Fig. 1 Partes de um motor de indução trifásico controles de acionamentos. As partes principais deste motor são o rotor e um No aspecto de se estudar sobre esses tipos de motores estator. O estator é a parte fixa do motor onde é pode-se ser realizado experimentos que permitam o constituída por chapas ferromagnéticas empilhadas e conhecimento das características intrínsecas dos motores isoladas entre si. Nessas chapas, são colocados como suas propriedades elétricas, como corrente nominal, enrolamentos que são alimentados por uma corrente resistências e potências de serviço submetendo um motor alternada. O rotor é a parte móvel constituída por um trifásico de indução à ensaios de corrente contínua (CC), a núcleo ferromagnético, movimento de rotação dos rotores vazio (sem carga mecânica) e com rotor bloqueado. Estes que é causado pela interação entre os enrolamentos e os parâmetros serão apresentados e analisados neste artigo. campos magnéticos que produzem um torque em torno do eixo do rotor [2]. Além disso, em caráter de potencialização do trabalho, será realizada uma comparação com o experimento B. Princípio de Funcionamento simulado nos Software PSIM e MATLAB, onde será De acordo com Bertolucci (2022), é defendido que a possível ser visto as curvas de velocidade x conjugado, Lei Indução de Faraday estabelece que, quando uma que são os parâmetros principais desses motores, bem corrente elétrica circula em uma bobina, um campo como uma comparação com os valores obtidos em ensaio magnético é gerado, proporcional à corrente. Se a corrente laboratorial. é alternada, o campo gerado também será. Se houver uma segunda bobina próxima à primeira, será gerada uma tensão induzida. Os enrolamentos do estator são
alimentados em correntes alternadas, em um sistema III. ANÁLISE QUANTITATIVA E SIMULAÇÃO trifásico equilibrado onde são defasadas em 120º. Nesta seção serão apresentados os ensaios, os cálculos Em resumo, o funcionamento se dá pelos seguintes realizados e as simulações nos softwares. passos: campo magnético girante no estator -> o campo induz uma força eletromotriz no rotor -> circulam A. Ensaios correntes no rotor -> Geram-se forças eletromagnéticas Para a obtenção dos parâmetros do motor de indução, entre as correntes do rotor e o campo magnético do estator foram realizados 3 ensaios, sendo estes: Ensaio em CC, -> o rotor roda. A velocidade que esse rotor roda é ensaio com o rotor livre e ensaio com o rotor bloqueado. chamada de velocidade síncrona, dada por: O ensaio em corrente contínua consiste em utilizar 𝑛𝑠 = 120𝑓 (1) uma fonte de tensão contínua variável, conectar o estator 𝑃 do motor em estrela (preferencialmente) e conectar a ns = velocidade síncrona; fonte de tensão DC a duas fases, variando o seu valor de tensão até que a corrente fornecida pela fonte tenha o f = frequência da rede; mesmo valor da corrente nominal de fase do motor (que P = número de pólos do motor. para o motor utilizado, era de 1,5A). O ensaio em corrente contínua permite ao operador mensurar a resistência do O campo girante do rotor tende a se alinhar com o estator do motor, uma vez que os elementos indutivos estator, fazendo o rotor girar. Essa tendência de funcionarão como um curto circuito (0 Hz) e a influência alinhamento é chamada de escorregamento (s), que é a no núcleo e do rotor podem ser desprezadas, restando diferença de sincronismo entre eles. É dada pela diferença apenas o elemento resistivo do estator. entre a velocidade síncrona (ns) e a velocidade do rotor (nr) sobre a velocidade síncrona. 𝑛𝑠 − 𝑛𝑟 𝑠= 𝑛𝑠 * 100% (2)
C. Circuito Equivalente e Parâmetros
Este circuito é bastante parecido com o circuito equivalente de um transformador, o que realmente faz sentido, pois é um transformador de energia elétrica em Fig. 3 Ensaio em Corrente contínua mecânica. O circuito equivalente de um motor de indução trifásico é uma ferramenta útil para analisar o É importante salientar a importância de se utilizar este comportamento elétrico do motor em diferentes condições arranjo, uma vez que como a resistência R1 será de operação, como em partida, carga e regime duplicada (a corrente fluirá pela resistência R1 de duas permanente, e pode ser utilizado para projetar e otimizar o das fases), no caso de motores de um maior porte isso desempenho do motor em aplicações práticas. permite ao operador uma maior segurança e facilidade no controle dos níveis de corrente, visto que para alcançar o valor nominal de corrente o mesmo terá uma maior intervalo para variar a tensão e chegar ao valor nominal de corrente. Além disso, pode-se utilizar ainda um resistor em série com circuito, de valor conhecido pelo operador para limitar ainda mais os níveis de corrente e diminuir a sensibilidade da mesma às variações na tensão. Após realizar o procedimento, o valor da resistência Fig. 2 Circuito Equivalente de Motor de Indução R1 é dado pela equação abaixo: Os parâmetros são obtidos através de ensaios, são ele: 𝑅1 = 𝑉𝐶𝐶 (3) R1 = Resistência do estator; 2𝐼𝑁
X1 = Reatância de dispersão do estator; Para o ensaio em questão, os resultados obtidos estão
Rc = Resistência do núcleo; disponíveis na tabela a seguir.
Xm = Reatância de Magnetização; R2 = Resistência do rotor referida ao lado do estator; Ensaio CC
X2 = Reatância de dispersão do rotor referida ao lado do Tensão Corrente
estator. 44V 𝐼𝑁 = 1, 5𝐴
Tab. 1 Parâmetros de Ensaio
Logo, utilizando a Eq.(3) com os valores obtidos no ensaio CC, temos: 𝑅1 = 14. 667Ω O segundo ensaio a ser realizado foi o ensaio com o Logo, com o experimento é possível determinar rotor livre, deixando o mesmo girar em vazio. O ensaio apenas o somatório das componentes, contudo, no permite mensurar a impedância do estator, como a próximo ensaio é possível determinar o valor de X1 e com reatância indutiva dos enrolamentos e de excitação, além isso, determinar XM. Aplicando Vo, IL e R1 na equação da influência da resistência de estator R1, já calculada acima, encontramos: anteriormente, e as perdas rotacionais. O ensaio consiste em deixar o motor girar em vazio, submetendo o mesmo 𝑋1 + 𝑋𝑀 = 188 Ω ao valor de tensão nominal. O operador deve ser capaz de O terceiro ensaio realizado foi o ensaio com rotor medir a corrente em cada fase, bem como a potência bloqueado, consistindo em travar o rotor do motor de dissipada em cada uma delas. Para o ensaio, como o indução para que o mesmo não gire, enquanto que a fonte motor está operando em vazio, considera-se que o de tensão de trifásica deve ser ajustada para a corrente escorregamento é aproximadamente zero, com isso, a seja a nominal do motor. Após isso, o operador anotou os resistência do rotor tende ao infinito e a circulação de valores de potência dissipada, tensão, fator de potência e corrente no mesmo é desprezível. O circuito equivalente corrente, ambos por fase. está disponível abaixo: Tomando com base a Figura 2, contendo o modelo equivalente do motor de indução com o rotor refletido para o lado do estator, é possível fazer algumas considerações, como o escorregamento s=1, visto que o rotor estará bloqueado. Outro consideração que podemos fazer é desconsiderar o ramo de excitação(XM e RC), visto que R2 + jX2 é muito menor que ambos, logo, é possível visualizar na Figura 5 o modelo equivalente Fig. 4 Modelo elétrico para o ensaio em vazio considerado. Os valores calculados estão disponíveis na tabela a seguir: Os resultados obtidos estão disponíveis na tabela a seguir: Ensaio em vazio Ensaio com rotor bloqueado Fase Tensão Corrente Potência FP Fase Tensão Corrente Potência FP A 220 V 1.19 A 61.3 W 0.23 A 54 V 1.50 A 56.5 W 0.70 B 220 V 1.17 A 50.9 W 0.20 B 53.3 V 1.50 A 56.8 W 0.71 C 220 V 1.14 A 61.5 W 0.24 C 53.7 V 1.50 A 57.2 W 0.71 Tab 2. Parâmetros de Ensaio a Vazio Tab. 3 Parâmetros de Ensaio com Rotor Bloqueado Para os cálculos das componentes, será utilizada a média das corrente de fase e da potência dissipada, uma Para os cálculos das componentes, será utilizada a média vez que no modelo por fase utilizado os mesmos devem das tensões de fase e da potência dissipada, uma vez que ter o mesmo valor. Logo, a corrente de fase (IL) e a no modelo equivalente por fase utilizado, os mesmos potência dissipada adotados serão: devem ter o mesmo valor. Logo, a tensão de fase (𝑉ϕ) e a 𝐼𝐿 = 1. 167 𝐴 potência dissipada (𝑃𝑅𝐵) adotados serão:
𝑃𝑂 = 57. 9 𝑊 𝑉ϕ = 53. 667 𝑉
É possível determinar as perdas rotacionais 𝑃𝑅𝐵 = 56. 833 𝑊
considerando que a mesma é tudo aquilo que não foi dissipado em R1, logo, temos que: Logo, considerando o circuito mostrado acima, toda a 2 potência será dissipada nas resistências R1 e R2, logo, 𝑃𝑟𝑜𝑡 = 𝑃𝑂 − 𝑅1𝐼𝐿 sabendo o valor dissipado e conhecendo R1, é possível determinar R2 por meio da seguinte equação: 𝑃𝑟𝑜𝑡 = 37. 937 𝑊 𝑃𝑅𝐵 (5) 𝑅2 = 2 − 𝑅1 Para determinar os componentes imaginários, (𝐼𝑁) podemos calcular a impedância por fase e considerar que a parte real é composta por R1, logo, as componentes Substituindo os valores na Equação 5, temos: imaginárias que restam são a reatância de 𝑅2 = 10. 593 Ω magnetização(XM) e a reatância do estator(X1), conforme a equação abaixo: Para determinar os parâmetros restantes, é possível utilizar a impedância equivalente do circuito através da (4) tensão de fase e a corrente nominal. Conhecendo as 𝑉0 2 𝑋1 + 𝑋𝑀 = ( ) − (𝑅1) 2 resistências, é possível determinar o valor das reatâncias 𝐼𝐿 fazendo: 120*60𝐻𝑧 (6) 𝑃 = 1730 𝑟𝑝𝑚 = 4. 16 𝑝𝑜𝑙𝑜𝑠 𝑉 2 𝑋1 + 𝑋2 = ( 𝐼 ϕ ) − (𝑅1 + 𝑅2) 2 Contudo, o número de pólos deve ser um natural par e 𝑅𝐵 sabendo que o escorregamento no ponto de operação nominal gira em torno de 2% a 4%, é possível arredondar Substituindo os valores na equação acima, temos que: para o inteiro mais próximo, sendo 4 pólos. 𝑋1 + 𝑋2 = 25.338 Ω Para determinar o momento de inércia, é possível Logo, considerando que a curva característica do utilizar a equação abaixo, utilizando a massa do motor de motor seja de um rotor classe A, temos que 𝑋1 = 𝑋2, indução e o raio do rotor, temos: sendo possível encontrar os seus respectivos valores: 𝑀𝑜. 𝐼𝑛𝑒𝑟𝑀𝐼 = 𝑀𝑀𝐼* 𝑟𝑅𝑂𝑇𝑂𝑅 2 (7) 𝑋1= 12. 699 Ω 𝑋2= 12. 699 Ω Considerando a massa do motor do motor fornecida pelo De posse do valor de 𝑋1, é possível determinar o valor fabricante de 7.5 kg o raio de seu rotor sendo 53.8 mm, de 𝑋𝑀, logo, temos: temos: 2 2 𝑋𝑀 = 175. 331 Ω 𝑀𝑜. 𝐼𝑛𝑒𝑟𝑀𝐼 = 7. 5𝑘𝑔* (53. 8𝑚𝑚) = 0. 022 𝑘𝑔 * 𝑚
B. Simulação do PSIM e MatLAB Em posse de todos os parâmetros, é possível
De posse dos parâmetros, é possível realizar as configurar o modelo de MI gaiola de esquilo e realizar as simulações no PSIM e verificar o comportamento do MI, simulações. quando submetido a testes. Para realizar a simulação, o motor foi submetido a sua Para a simulação, foi utilizado um motor trifásico com carga nominal, sendo um conjugado de 2.022N.m e após rotor do tipo gaiola de esquilo, 6 terminais e foram 4s, foi adicionado um degrau de carga fazendo com que o inseridos os parâmetros obtidos anteriormente. Na figura motor passe a operar na sua carga máxima de regime a seguir, é possível visualizar o arranjo do circuito, de (125%), conforme o fator de serviço informado pelo maneira que o mesmo foi conectado em estrela a uma fabricante. Abaixo é possível visualizar o conjugado e a tensão de linha de 380V. Para os testes, foram utilizados velocidade da máquina desenvolvidos na simulação. A alguns sensores, como sendo o sensor conjugado(N.m), simulação está presente nos resultados. velocidade (rpm), potência aparente(VA) e fator de C. Dedução da Curva Característica potência. Para esboçar a curva de conjugado versus velocidade, primeiro foi feita a simplificação do circuito pelo equivalente de Thevenin. Para o equivalente, foram considerados os parâmetros no entreferro, de maneira que o circuito seria uma fonte de tensão e um impedância em série com jX2 e R2.
Fig 5. Arranjo montado no PSIM.
Em posse dos parâmetros, foi feita a configuração do modelo no PSIM, de maneira que as reatâncias foram Fig. 6 Equivalente de Thevenin convertidas para indutância, considerando uma frequência Para determinar a tensão de Thévenin, é possível de 60Hz. Contudo, ainda seria necessário determinar o considerar o circuito acima como um divisor de tensão, número de pólos no estator e o momento de inércia do estando a tensão de Thévenin na impedância jXM. Logo, rotor. é possível determinar a tensão de Thevenin pela seguinte Para determinar o número de pólo, pode-se utilizar a equação: equação 1, deixando em evidência o número de pólos e 𝑉ϕ 𝑗𝑋𝑀 utilizando a velocidade nominal do motor. Dessa forma, 𝑉𝑇𝐻 = 𝑅1+𝑗(𝑋𝑀+𝑋1 ) temos: Para obtermos o módulo da tensão, é possível utilizar as coordenadas polares, com isso, temos: 𝑃= 120*𝐹𝑒 (6) 𝑉ϕ𝑋𝑀 𝑁𝑛𝑜𝑚 𝑉𝑇𝐻 = 2 2 𝑅1 + ( 𝑋𝑀 + 𝑋1 ) Considerando a frequência elétrica de 60Hz e a velocidade nominal sendo 1730rpm, logo, temos: Como (XM+X1)>>R1, podemos desprezar o termo R1, logo, temos que a tensão de Thévenin é dada por: 𝑅2 𝑉ϕ𝑋𝑀 𝑠𝑚𝑎𝑥 = =0.3723 2 2 𝑉𝑇𝐻 = 𝑋𝑀 + 𝑋1 𝑅𝑇𝐻+(𝑋𝑇𝐻+𝑋2) Substituindo o valor de escorregamento na expressão Para obtermos a impedância equivalente de Thévenin do conjugado induzido, temos o máximo valor de é possível transformar a fonte de tensão em um curto conjugado: circuito, com isso temos que a impedância equivalente é formada pelo paralelo de jXM com R1 + JX, logo, temos: 𝑗𝑋𝑀(𝑅1+𝑋1 ) 𝑇𝑚𝑎𝑥 = 8. 0946 𝑁. 𝑚 𝑍𝑇𝐻 = 𝑅1+𝑗(𝑋𝑀+𝑋1 ) Para obtermos o conjugado de partida, é necessário A impedância de Thévenin pode ser reescrita como apenas utilizar a equação do conjugado induzido para um uma resistência em série com uma reatância, de modo que escorregamento unitário, logo, temos: uma é formada pela parte real da impedância e a outra 𝑇𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑑𝑎 = 5. 9254 𝑁. 𝑚 com a parte imaginária: 𝑍𝑇𝐻 =𝑅𝑇𝐻 + 𝑗𝑋𝑇𝐻 III. RESULTADOS Considerando XM >> X1 e X1+XM >> R1, temos: A. Parâmetros Obtidos 𝑋𝑀 𝑅𝑇𝐻 = 𝑅1( 𝑋 2 ) Os parâmetros obtidos por cálculos foram: 𝑀 +𝑋1 R1 = 14.667 Ω 𝑋𝑇𝐻 =𝑋1 R2 = 10.593 Ω De posse da fonte de Thévenin conectada com o circuito do rotor refletido, é possível determinar a corrente X1 =12.669 Ω de entreferro em módulo, fazendo: X2 = 12.669 Ω 𝑉𝑇𝐻 𝐼𝐸𝐹 = Xm = 175.331 Ω 𝑅2 2 2 (𝑅𝑇𝐻+ ) +(𝑋𝑇𝐻+𝑋2) 𝑠 Com isso, o circuito equivalente com os parâmetros é Para obter a potência de entreferro, é possível utilizar apresentado na figura a seguir. a seguinte expressão: 𝑃 2 𝑅 2 𝐸𝐹=3𝐼𝐸𝐹 𝑠
Logo, substituindo 𝐼𝐸𝐹 na expressão acima, temos:
2 𝑅2 3𝑉𝑇𝐻 𝑠 𝑃𝐸𝐹 = 𝑅2 2 2 (𝑅𝑇𝐻+ 𝑠 ) +(𝑋𝑇𝐻+𝑋2)
Em posse da expressão acima, é possível calcular o
conjugado induzido no rotor, fazendo: 𝑃𝐸𝐹 Fig. 7 Modelo equivalente de um motor de indução 𝑇𝑖𝑛𝑑 = 𝑊𝑠𝑖𝑛𝑐 B. Simulações no software PSIM Substituindo a potência de entreferro na expressão A simulação ocorreu no PSIM e os datapoints foram acima, obtemos o conjugado induzido em função dos enviados para o MATLAB, com a finalidade de plotar os parâmetros do motor e do escorregamento. gráficos e inserir legendas e outras informações. 2 𝑅2 3𝑉𝑇𝐻 𝑠 𝑇𝑖𝑛𝑑 = 𝑅2 2 2 𝑊𝑠𝑖𝑛𝑐[(𝑅𝑇𝐻+ 𝑠 ) +(𝑋𝑇𝐻+𝑋2) ]
Em posse da expressão acima já é possível plotar a
curva de conjugado, para os valores de escorregamento variando de 1 a 0. Contudo, ainda é necessário obter o torque de partida, nominal e o torque máximo, bem como os escorregamentos que levam a esses pontos. O conjugado induzido máximo ocorre no ponto de maior potência, quando R2/s conforme a maior potência possível. Logo, pelo teorema da máxima transferência de potência, o ponto de máxima potência ocorre quando a resistência da carga é igual a resistência interna da fonte, logo, é possível obter o ponto igualando resistência do rotor com a impedância interna da fonte, fazendo: 𝑅2 Fig. 8 Gráficos conjugado x tempo e velocidade x tempo 2 2 𝑠 = 𝑅𝑇𝐻 + (𝑋𝑇𝐻 + 𝑋2) Logo, isolando o escorregamento e substituindo os Para a simulação, verifica-se que houve um ligeiro valores dos parâmetros já encontrados, temos que o ponto transitório no conjugado do motor, contudo, o mesmo de máxima potência/conjugado sendo: rapidamente se estabilizou e entrou em regime. Durante a simulação, foi possível validar o Analisando a curva de conjugado, é possível notar que funcionamento da máquina. Foi observado que o torque a mesma se assemelha com a curva dos motores de classe de partida e máximo foram equivalentes aos calculados A, de maneira que o comportamento também é visível na anteriormente. Além disso, notou-se que o rendimento do simulação da Figura 10. motor aumenta expressivamente com o aumento de carga em seu eixo. O fator de potência aumentou com o D. Análise de Erros aumento da carga até próximo do valor nominal, A tabela a seguir mostra o erros percentuais entre os evidenciando a correlação entre o aumento do fator de dados apresentados na placa do motor real e os dados potência e a diminuição do escorregamento. obtidos na simulação. Em sua maioria, os valores obtidos em simulação foram próximos dos valores nominais do motor. Destaca-se a corrente nominal, onde se obteve um erro acima 12%, isso se explica pelo fato do motor real se ter mais perdas e precisar de um pouco mais de corrente. Na simulação não foi utilizado a impedância dos cabos, o que faria com que se aproximasse mais do real. Esses dois fatos entram em concordância com outro valor em destaque na tabela, que é o rendimento (n), a simulação obteve um rendimento bem maior, onde pode, também, ser explicado pelos mesmos motivos da corrente nominal. Tabela de Erros Grandezas Simulação Dados no motor Real Erro (%) Pot._out (W) 367,78 370 0,60
Vel. mec. (rpm) 1736 1730 0,34
Fig. 9 Correntes e Tensões no Estator In [Y] (A) 1,31 1,50 12,66 C. Curva de conjugado versus velocidade Ip/In 5,33 5,40 1,29 Com os dados obtidos, é possível realizar a curva de conjugado x velocidade plotado no MATLAB, Cn (Kgfm) 0,206 0,208 0,96 onde se é mostrado na figura a seguir. n (%) 80,5 65 23,84 Tab.3 Erros percentuais. CONCLUSÃO Assim, no ponto de vista acadêmico a realização deste trabalho se mostrou satisfatória, uma vez que foram aplicados conceitos vistos na teoria e realizado análises mais aprofundadas através de dados reais. Infelizmente não foi possível a realização da obtenção de dados por motivos de força maior. Mas foi possível obter conhecimentos analíticos e técnicos como a utilização dos softwares. Partindo para uma visão experimental, foi possível observar a importância de se saber medir as características intrínsecas de um motor de indução, bem como saber realizar uma curva característica de velocidade x Fig. 11 Curva Conjugado x Velocidade conjugado, pois são parâmetros que facilitam a realização Como visto, o torque de partida já se encontra com um de determinada aplicação. Os valores obtidos estão de valor bem considerável, aproximadamente 6 Nm, com acordo com a teoria e simulação, obtendo erros isso é possível destacar uma característica muito percentuais não muito significativos. importante em motores de indução, que é entrar em REFERÊNCIAS movimento mesmo com uma carga em seu eixo. Em seguida ele atinge o torque máximo e decai muito [1] Pinto, Joel Rocha. "Conversão eletromecânica de energia." (2011). rapidamente à medida que se aumenta a velocidade até [2] Proença, Matheus Langendyk. Modelagem eletromagnética de um motor de indução trifásico. Trabalho de conclusão de curso, que se chegue em uma velocidade e um torque nominal de Universidade Federal do Paraná, 2019. operação. [3] Bertolucci, Gabriel Cardoso Modelagem e simulação de controle A curva apresentada se assemelha com a categoria escalar de velocidade de um motor de indução trifásico. tipo N das curvas de conjugado. Essa categoria apresenta Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/23572>. características do tipo: conjugado de partida normal, [4] WEG, Centro de Treinamento de Clientes. Seleção e aplicação de corrente de partida normal; baixo escorregamento. Que motores elétricos. 2010. 70 slides. Disponível em: segundo [4] , constituem a maioria dos motores <https://pt.scribd.com/doc/76519835/38111354-3-Selecao-de-moto encontrados no mercado e prestam-se ao acionamento de res>. cargas normais ,como bombas, máquinas operatrizes e ventiladores.