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LABORATÔRIO DE MÁQUINAS
GUIA DO EXPERIMENTO
Máquina de indução
1. Introdução
A análise preliminar para se entender o funcionamento de uma máquina elétrica trifásica
deve ser começada pela compreensão do campo magnético girante, (produzido pelo fluxo de
correntes no enrolamento polifásico de uma máquina CA Corrente Alternada).
O funcionamento de uma máquina de indução se dá devido à forma como estão distantes os
enrolamentos das fases entre si, 120º elétricos no espaço e, as correntes que alimentam estas bobinas
são equilibradas, isto é, tem a mesma amplitude também estão defasadas em 120º. Para as correntes
temos:
Mas as amplitudes de fmm variam com o tempo de acordo com as variações das correntes.
Assim com a origem do tempo arbitrariamente tomada no instante em que a corrente de a é um
máximo positivo, temos:
A onda descrita pela equação final acima é uma função senoidal do ângulo espacial . Ela
tem uma amplitude constante e um ângulo de fase espacial que é uma função linear do tempo. O
ângulo t provê a rotação da onda inteira ao redor do entreferro à velocidade angular constante .
Portanto, para um sistema bifásico, podemos concluir que como , teremos que
.
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Abaixo segue o esquema das ligações das bobinas do estator para se obter um estator
trifásico ligado em estrela para dois e quatros pólos.
Fig.1
1. INTRODUÇÃO
Os experimentos a ser realizados sobre a máquina de indução têm como objetivo apresentar a
versatilidade da utilização deste tipo de máquina, bem como a apresentação dos métodos de medição
utilizados para identificar as características e parâmetros da mesma.
Rotor Bobinado
As figuras abaixo mostram um motor com rotor bobinado aberto e a variação das
curvas de conjugado com o aumento da resistência do rotor respectivamente.
A curva conjugado versus velocidade varia de acordo com a resistência do rotor, esta
resistência pode ser alterada no rotor já que os terminais de suas bobinas são
expostos.
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(a) (b)
Figura - Circuito equivalente por fase do motor de indução (a)em carga (b)em vazio.
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É sabido que para girar o rotor de uma máquina elétrica é necessário criar um campo girante
no entreferro, de modo a produzir uma interação magnética entre os núcleos capaz de forçar o
movimento no rotor.
Para comprovar a existência do campo girante na máquina de indução será utilizado um
estator de um motor de indução e o rotor de um motor de indução separadamente, o estator será
alimentado com tensões trifásicas devidamente defasadas de 120° e então será suspenso um rotor de
diâmetro menor no interior da circunferência do estator, resultando no movimento giratório deste
rotor.
A máquina apresenta em seu modelo cinco parâmetros essenciais para sua caracterização,
que são as resistências dos enrolamentos de estator e rotor, as reatâncias de dispersão e a de
magnetização.
Para especificar estes parâmetros são realizados dois ensaios sobre a máquina sincrona: rotor
bloqueado e a rotor aberto. A partir das medições de tensão, corrente, potência total de entrada e
conhecendo-se a frequência das grandezas do circuito, são utilizadas equações que relacionam essas
grandezas com os parâmetros desejados.
O motor de indução também pode ser utilizado como um gerador de frequência. Sabendo-se
que as frequências das tensões induzidas no rotor estão de acordo com a relação entre a velocidade
do rotor e a frequência do estator, podendo-se ter frequências de apenas alguns hertz, quando opera
próximo à velocidade síncrona, e a frequência da rede quando na partida.
Com base nessas características do motor de indução, alimentando o estator com tensões de
determinada frequência, pode-se obter tensões com frequência variável nos terminais do rotor,
apenas controlando a velocidade com a qual o rotor gira.
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A máquina de indução apresenta a possibilidade de ser acionada pelo rotor para operar como
motor, esta configuração é chamada de Motor Invertido. Para mostrar esta possibilidade, a máquina
foi alimentada pelo rotor bobinada com tensões trifásicas equilibradas, resultando no movimento
giratório do próprio rotor.
com a bobina monofásica original, por onde deve circular uma corrente adiantada (mais próxima de
90° possível) em relação aquela da primeira bobina. A justificativa deste procedimento encontra-se
no fato de se obter uma estrutura de estator próxima a de uma máquina bifásica (bobinas estatóricas
defasadas no espaço de 90° elétricos, alimentadas por duas correntes equilibradas do tipo:
Imcos(wst) e Imsen(wst) que origina um campo girante do estator). Para a obtenção da corrente
adiantada da bobina auxiliar pode-se utilizar um capacitor em série com esta bobina (Fig. 1.2b).
Uma característica muito importante a ser observada em um motor é seu fator de potência,
pois a concessionária de energia também cobra pela potência reativa que percorre os cabos de
alimentação quando o fator é inferior a 0,92. Dessa forma, se o motor tiver fator de potência abaixo
de 0,92, é necessário corrigi-lo para que esteja acima do valor mínimo, e uma técnica usada para
fazer isso é a inserção de um banco de capacitores.
(a) (b)
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A máquina síncrona também foi experimentada em seu modo de operação como gerador,
para isso é necessário fornecer ao eixo da máquina uma velocidade angular maior que a velocidade
síncrona. A figura 4 mostra a curva de conjugado x escorregamento da máquina de indução.
Para fornecer o conjugado no eixo do gerador, foi utilizado o motor de corrente contínua
como máquina primária, fazendo-o girar a uma velocidade acima da velocidade síncrona da
máquina síncrona. O fenômeno da geração pôde ser visualizado pela ligação de lâmpadas
incandescentes.
2. Objetivos
Figura 2 – Fonte de corrente contínua para medição das resistências dos enrolamentos.
Para determinar os parâmetros por fase do circuito equivalente da máquina assíncrona, faz-se
necessário o ensaio de circuito aberto (motor em vazio) e o ensaio de curto circuito (rotor
bloqueado).
Figura 3 – Diagrama elétrico para ensaio do motor de indução em vazio e de rotor bloqueado.
86,15 19,63
2 2 2 2
X ca Z ca Rca X ca 83,88
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86,60 23,77
2 2 2 2
X cc Z cc Rcc X cc 83, 27
Determine as perdas no ferro e as perdas mecânicas devido ao atrito, ventilação e perdas nas
resistências dos enrolamentos a partir dos ensaios de circuito aberto e o rotor em aberto.
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Figura 3.1 – Diagrama elétrico para ensaio do motor de indução com rotor bobinado.
método dos dois wattímetros) e meça a velocidade utilizando um tacômetro digital. Em seguida
adicione seqüencialmente as cargas ao gerador síncrono, mantendo a tensão terminal constante
através do sistema de excitação. Preencha as medições na tabela 6. A partir destas medições calcule
o escorregamento S, a velocidade em rpm, a potência útil, o conjugado, a potência aparente (VA), a
potencia ativa total de entrada, a potência reativa (var), o rendimento, e o fator de potencia.
Wm(rps) = Wm(rpm)/60
We(rad/s) = Wm(rps)*2
S= [(Ws – Wm)/Ws]
Pag = Wtot – 3Rs(Imed)²
Pútil = (1 – S)Pag
Cútil = Pútil/We(rad/s)
F.P = Wtot/(380.Imed)
S = (3)½.380.Imed
Q = [(S)² - (P)²]½
Trace as curvas das grandezas do motor de indução com carga da tabela 6 em relação a velocidade.
6.1 Ensaio do motor de indução com carga e com correção do fator de potencia
Neste ensaio aproveite a montagem do ensaio 6, e insira um banco de capacitores para corrigir o
fator de potência do motor de indução.
Observe e comente a variação da corrente do motor de indução com carga com e sem banco de
capacitor.
Neste ensaio é utilizada uma máquina CC funcionando como motor série com o eixo
acoplado ao gerador de indução, assim que a velocidade da máquina Série atinja 20% acima da
velocidade síncrona do Gerador Assíncrono, coloque medidores de tensão e corrente na saída do
gerador e ligue o banco de capacitores previamente carregados aos terminais do Gerador, note que o
gerador deve começar a gerar tensão, ajuste a velocidade do motor CC para que a tensão de saída
seja 220V, logo ligue o gerador a um conjunto de cargas resistivas (lâmpadas de várias potências)
aumentando a velocidade do motor CC a medida que da carga e diminua a medida que retira carga.
Esse esquema representa um gerador assíncrono onde a força motora para girar o rotor é proveniente
do eixo do motor de CC.
Inicialmente pôs-se o gerador de indução um capacitor entre as fases ou um conjunto de 3
capacitores, logo coloque a girar a máquina CC acima da velocidade síncrona e obtenha as medidas
das correntes em uma das fases, obtenha as potências e meça a velocidade utilizando um tacômetro
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Capacitores
Varivolt Ponte
de
retificadora
excitação
Neste ensaio utiliza-se um motor de indução linear alimentado por um varivolts trifásico,
variando a tensão observe o descolamento horizontal do motor linear montado sobre um cano de
cobre, invertendo as fases observe a inversão do sentido de deslocamento do motor linear.
10 Conclusões
Apresente as suas considerações finais sobre o experimento.
11 – BIBLIOGRAFIA
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[1] SEN, P. C. Principles of Electric Machines and Power Electronics, John Wiley & Sons, New
York, 1989.
[2] FITZGERALD, A. E. & KINGSLEY Jr, Charles & KUSKO, Alexander, Máquinas Elétricas,
McGraw-Hill do Brasil Ltda.
[3] CHAPMAN, S. J. Electric Machinery Fundamentals, 1ª ed., New York, McGraw-Hill, 1975.