Você está na página 1de 7

1 MOTORES ELÉTRICOS TRIFÁSICOS

Motores elétricos são classificados como máquinas girantes que


convertem energia elétrica em energia mecânica e são aplicados em diversas
circunstâncias industriais, desta forma, são divididos em síncronos e
assíncronos.
Os motores trifásicos assíncronos são encontrados em grande escala
nas indústrias devido a sua fácil manutenção e pela corrente utilizada, a
corrente alternada (CA), esse tipo de sistema é específico para instalações que
demandam potências maiores, proporcionando uma configuração mais
econômica nos motores assíncronos, também conhecidos como motores de
indução.

Estima-se que o mercado mundial de motores elétricos de


todos os tipos seja da ordem de uma dezena de bilhões de
dólares por ano. No campo de acionamentos industriais, avalia-
se que de 70 a 80% da energia elétrica consumida pelo
conjunto de todas as indústrias seja transformada em energia
mecânica através de motores elétricos. (FRANCHI, 2008, p.17)

1.1 CARACTERÍSTICAS DO MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO


   Motores de indução são compostos por diversos componentes, entre
eles se destacam os rotores e estatores, que são fundamentais para a
conversão de energia nas máquinas elétricas em geral. Existem dois tipos de
rotores nos motores de indução, são eles: rotor gaiola de esquilo e rotor
bobinado. O rotor gaiola de esquilo, composto por um núcleo ferromagnético,
barras de alumínio e anéis condutores, encontra-se dentro do estator, sendo a
parte girante ligada ao eixo que acionará uma carga mecânica. Já na parte
traseira do motor, encontra-se instalada ao eixo uma ventoinha que ajuda a
resfriar a máquina. A principal vantagem sobre o rotor bobinado é a rápida
indução.
O estator também é composto por um núcleo ferromagnético, nele estão
posicionados três enrolamentos idênticos conectados a fonte CA trifásica
responsáveis pelo campo magnético, dispostos geometricamente a 120°,
assim, a interação dos campos magnéticos oriundos das fases energizadas,
originam um campo magnético resultante, o qual é denominado como campo
magnético girante.
Figura 1: Aspectos construtivos Motor indução trifásico (em corte).
Fonte: 36 DT-6 - Motores elétricos assíncronos e síncronos de média tensão – especificação,
características e manutenção (2015).

Conforme a figura apresentada acima, motores indutivos de média tensão são


constituídos pelos seguintes componentes:
1- Carcaça: Estrutura de suporte do conjunto que constitui a máquina por
completa.
2- Núcleo de chapas: Chapas de aço magnético específicas a fim de
reduzir ao mínimo as perdas no ferro.
3- Núcleo de chapas: Chapas de aço magnético específicas a fim de
reduzir ao mínimo as perdas no ferro.
4- Tampas do mancal.
5- Ventilador interno e externo.
6- Tampa defletora ou proteção do ventilador.
7- Eixo: Transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor, evitando
problemas como empenamento e fadiga.
8- Enrolamento trifásico: Três conjuntos semelhantes de bobinas, formando
um sistema trifásico ligado à rede trifásica de alimentação.
9- Caixa de ligação de força.
10-Placas de bornes com isolador e pino de ligação.
11-Rolamento.
12-Gaiola ou enrolamento do rotor: É composta de barras e anéis de curto-
circuito no motor tipo gaiola e de bobinas em motor tipo de anéis.

1.2 FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO


Linhas de campo magnético surgem a partir da circulação de elétrons
em um condutor, ou seja, quando há circulação de corrente nos condutores.
Seguindo esse princípio, o eixo do rotor é induzido a partir das tensões
transmitidas para as suas barras, gerando corrente e linhas de campo
magnético em polaridade oposta ao campo do estator. Como polaridades
opostas se atraem, o rotor tende a acompanhar a rotação desenvolvendo
torque e finalmente girando o eixo.

Durante o funcionamento do motor de indução trifásico o rotor


roda com uma velocidade ligeiramente inferior à velocidade do
campo magnético girante, e com uma diferença que depende
dos binários de carga (binário resistente) no veio do motor.
Assim, o motor de indução trifásico é uma máquina elétrica
Assíncrona – porque não existe uma relação constante entre a
velocidade de rotação da máquina e a frequência das
grandezas elétricas de alimentação. (GUEDES, 1994, p. 23)

1.3 CONEXÃO ELÉTRICA DOS TERMINAIS DO MOTOR


Os motores de indução podem possuir 06, 09 ou 12 terminais de
conexão, nos motores de 06 terminais, as ligações elétricas podem ser
realizadas em estrela ou triângulo, o que permite que o motor possa ser
alimentado em dois níveis de tensão elétrica, nesse sentido o nível de tensão
de alimentação do mesmo será fator determinante para a escolha do esquema
de interligação de seus terminais.

1.3.1 LIGAÇÃO TRIÂNGULO


O fechamento em triângulo proporciona ao motor a menor tensão
suportada.

Figura 2: Ligação triângulo.


Fonte adaptada de: Sala da elétrica.
1.3.2 LIGAÇÃO ESTRELA
O fechamento em estrela proporciona ao motor a maior tensão
suportada.

Figura 3: Ligação estrela.


Fonte adaptada de: Sala da elétrica.

1.4 CHAVES DE PARTIDA DO MOTOR


  As chaves de partidas de um motor caracterizam-se como a forma em
que o mesmo será alimentado, seja ela de forma direta ou indireta. As partidas
dependem do funcionamento do motor e da sua objetividade, bem como
obedecer a condições de funcionamento impostas por normas técnicas. As
mais utilizadas nas indústrias são: Partida direta, Partida estrela-triângulo e
Partida chave compensadora.

1.4.1 PARTIDA DIRETA


É o esquema de partida em que o motor é conectado diretamente a
fonte geradora trifásica, através dos disjuntores ou dispositivos de manobra, no
qual a corrente de partida poderá ultrapassar a corrente nominal em até doze
vezes, ocorrendo risco de longa duração devido a inércia inicial do motor. A
partida direta é fundamental quando se deseja usufruir do desempenho
máximo de um motor elétrico, além dos custos de montagem serem reduzidos.

1.4.2 PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO


A vantagem na utilização desse esquema é a redução da corrente de
partida do motor, proporcionando uma partida suave e consequentemente mais
viável para a maioria das aplicações, entretanto, este tipo de partida não deve
ser utilizado em acionamentos onde o conjugado resistente da carga seja
elevado. Primeiramente o motor funcionará em um fechamento estrela e após
alguns segundos da sua partida, o sistema irá mudar para o modo triângulo.
1.4.3 PARTIDA CHAVE COMPENSADORA
Essa partida é utilizada em motores de potência elevada, acionando
cargas com alto índice de atrito em que a chave estrela-triângulo é inadequada,
utilizando um autotransformador. A sua vantagem, assim como a partida
estrela-triângulo é reduzir a corrente de partida do motor, porém o
autotransformador atua de maneira econômica, possuindo apenas um
rolamento, dessa forma, não possui necessidade de isolação elétrica entre o
rolamento primário e secundário, dispondo derivações de saída, conhecidas
como "Tap", o que possibilita a aplicação de tensão em valores distintos.

1.5 CARACTERÍSTICAS

1.5.1 ESCORREGAMENTO
A velocidade de rotação do rotor, quando comparada ao do campo
magnético gerado pelo estator é menor devido vários fatores, entre eles
destacam-se o atrito gerado entre os rolamentos e eixo do motor, como
também as cargas ligadas ao eixo. Esse episódio recebe o nome de
escorregamento, variando de motor para motor, no entanto, quanto maior o
motor, menor a porcentagem do escorregamento.

1.5.2 REGIME DE SERVIÇO


Todos os tipos de motores exigem uma determinada condição de carga,
pois quando submetido a uma carga maior que a desejada, ocorre a elevação
de temperatura sendo capaz de reduzir a vida útil do motor. Muitos motores
encontrados nas indústrias são projetados para regime contínuo, em que a
carga é constante, por tempo indefinido, e igual a potência nominal do motor.

1.5.3 FATOR DE SERVIÇO


O fator de serviço indica a sobrecarga permitida ao rolamento do motor,
ou seja, reserva de potência que proporciona condições de funcionamento em
situações específicas.  

1.5.4 CORRENTE DE PARTIDA


Durante o início da partida, o motor elétrico encontra-se em estado de
inércia, neste caso, considera-se que o escorregamento possui valor máximo,
devido à essa condição, durante a partida, o motor solicita uma corrente
elétrica bem acima do seu valor nominal, com o objetivo de aumentar o torque
e consequentemente diminuir o escorregamento inicial. Essa corrente elétrica
inicial, também conhecida como corrente elétrica de partida é estipulada
através da relação Ip/In, sendo que o intervalo de tempo ao qual o motor pode
ser submetido sob esta condição é denominado de tempo de rotor bloqueado.
Em função do valor elevado da corrente de partida, utilizam-se métodos de
partidas (partidas indiretas) que permitem diminuir este valor, o que possibilita
uma economia em termos de componentes e melhoramento da qualidade de
energia da instalação elétrica industrial.
1.5.5 GRAU DE PROTEÇÃO IP
Em muitas situações, os motores elétricos necessitam ser instalados em
ambientes que possuem condições extremas (vapor, umidade e exposição a
intempéries do tempo), sendo assim, o seu invólucro elétrico (carcaça do
motor) deve atender às condições expostas anteriormente. O grau de proteção
para invólucro elétrico é composto por dois algarismos, o primeiro indica a
proteção contra corpos sólidos e o segundo indica a proteção contra umidade,
sendo os mais aplicados em fábricas os de grau IP54 e IP55.

Figura 4: Tabela de grau de proteção IP


Fonte adaptada de: Legrand (2017)

1.5.6 VENTILAÇÃO
Devido o aquecimento gerado pelo motor elétrico, ocasionado pela
circulação de corrente elétrica absorvida da rede (Efeito Joule), é necessário
que exista troca de calor entre o meio interno e externo da máquina, assim, a
elevação de temperatura interna é evitada e dessa forma, o calor é dissipado
por meio da carcaça, evitando interferências no processo e no rendimento do
motor. Quando a máquina girante ultrapassa seus limites de temperatura,
provoca a queima do isolamento térmico denominado “esmalte sintético”,
ocasionando um curto-circuito nos enrolamentos do motor. Em vista disso, são
inseridos sensores térmicos nos enrolamentos a fim de preservar o
funcionamento dos mesmos.
Os tipos de ventilação mais comuns nos motores assíncronos são:
motor totalmente fechado e motor aberto.
1.5.6.1 MOTOR TOTALMENTE FECHADO
A troca de calor entre o meio interno e externo é feita por aberturas na
parte traseira do motor, permitindo a saída do aquecimento quando o mesmo
entra em operação.

1.5.6.2 MOTOR ABERTO


O ar existente no ambiente circula na parte interna do motor, dissipando
o calor presente.

    

Você também pode gostar