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UFC – Universidade Federal do Ceará – Campus Russas

Motores Elétricos e Acionamentos

MOTORES ELÉTRICOS
Rafael Alex Vieira do Vale
MOTOR ELÉTRICO
O motor elétrico é um equipamento usado para
transformar energia elétrica em energia cinética
de rotação;
 O funcionamento deste equipamento é baseado
na interação eletromagnética entre um campo
magnético e a corrente elétrica que circula
pelo motor;
 Esta interação provoca o aparecimento de uma
força de origem magnética sobre o eixo do
motor proporcionando o aparecimento de um
torque eletromagnético;
MOTOR ELÉTRICO
O motor elétrico pode ser entendido pelo
seguintes esquema:
MOTOR ELÉTRICO
 De acordo com o esquema da figura anterior
um imã promove o campo magnético inicial
para o motor;
 Uma espira é colocada na região entre os polos
do imã e percorrida por uma determinada
corrente elétrica;
 A interação entre o campo magnético criado
pelo imã e o campo magnético criado pela
corrente elétrica que circula pela espira ocorre a
rotação;
MOTOR ELÉTRICO
A rotação provocada pela interação
eletromagnética é resultado da transformação
da energia elétrica implantada ao motor em
energia cinética de rotação;
 O aproveitamento desta energia final pode ser
usada para diversas aplicações tais como:
bombeamento de água, elevação de corpos
pesados, sucção de fluidos entre outras
aplicações;
 A parte girante é denominada rotor e a parte
estática do motor é denominada estator;
EVOLUÇÃO DO MOTOR ELÉTRICO
 As tecnologias usadas para construções de
motores elétricos foram importantes para deixá-
los mais seguros e mais compactos;
 O desenvolvimento de condutores esmaltados,
papeis e filmes isolantes sintéticos, chapas
magnéticas, ligas de alumínio e materiais
plásticos contribuíram para este avanço;
 Os motores atuais apresentam em torno de 8%
o peso em relação aos primeiros motores
construídos;
EVOLUÇÃO DO MOTOR ELÉTRICO
MOTOR ELÉTRICO MONOFÁSICO
 Os motores monofásicos são assim
denominados porque seus enrolamentos de
campo são ligados diretamente a uma fonte
monofásica;
 Os motores monofásicos de indução são
usados em alternativa aos motores de indução
trifásicos na ausência da rede trifásica;
 O uso de motores monofásicos é adequado
para pequenas potências de 1 a 2kW;
MOTOR ELÉTRICO MONOFÁSICO
 Dentre os motores monofásicos podem ser
destacados os motores monofásicos do tipo
gaiola;
 São amplamente usados devido a sua fácil
fabricação, robustez e manutenção reduzida;
 Por apresentarem somente uma fase estes
motores não apresentam campo girante como
motores trifásicos;
 A partida é realizada com o uso de um
capacitor;
MOTOR ELÉTRICO MONOFÁSICO
O capacitor provoca uma defasagem entre o
campo do estator alimentado pela rede e a
corrente gerada que circula pelo capacitor e sua
bobina auxiliar;
 A diferença relativa da posição dos sinais de
corrente do estator e da bobina auxiliar cria
uma interação eletromagnética fazendo a o
rotor entrar em movimento;
MOTOR ELÉTRICO MONOFÁSICO
MOTOR ELÉTRICO TRIFÁSICO
 Os motores trifásicos apresentam bobinas de
campo alimentadas em um sistema trifásico;
 Este campo produzido pela rede trifásica é
denominado de campo girante;
MOTOR ELÉTRICO TRIFÁSICO
 Osmotores trifásicos são divididos basicamente
em dois grupos básicos:

 Motor Síncrono;
 Motor Assíncrono;

O uso deste tipo de motor é devido ao alto nível


de potência elétrica a ser usada acima de 2kW
em tensões trifásica de 220, 380, 440, 660 e
760 V;
MOTOR SÍNCRONO
 Os motores síncronos são aqueles que
apresentam sempre a mesma velocidade
independentemente da carga aplicada ao seu
eixo;
A velocidade de rotação é diretamente
proporcional a frequência de oscilação da rede
elétrica;
 É dito motor síncrono o motor que apresenta a
mesma velocidade do campo girante;
MOTOR SÍNCRONO
O motor síncrono é composto por um campo
girante e de um rotor bobinado;
MOTOR SÍNCRONO
O campo magnético criado pela excitatriz CC
interage com o campo girante trifásico
produzindo um torque no eixo do motor com
rotação igual ao campo girante;
 O torque do motor é limitado pela potência
elétrica que pode ser empregada no motor;
 O motor síncrono funciona, exclusivamente, na
velocidade síncrona em caso de não
sincronismo entre os campos o motor síncrono
para de girar;
MOTOR SÍNCRONO
 Os níveis de potência ativa e reativa que o
motor pode consumir depende diretamente da
intensidade de corrente presente na excitação
do rotor;
 Dependendo do nível de excitação do rotor o
motor síncrono pode ser usado como fonte de
energia reativa capacitiva podendo ser usado
para correção de fator de potência dispensando
o uso de banco de capacitores;
MOTOR SÍNCRONO
 Devidoao seu alto custo os motores síncrono
são usado em aplicações de potências altas ou
quando se deseja uma velocidade invariável no
processo;
O uso de motores síncronos pode ser
associada ao uso de inversores de frequência
que visa ajustar a velocidade através da
mudança da frequência do sinal alternado
gerado pelo inversor;
MOTOR SÍNCRONO
 Paracalcular a velocidade de rotação de um
motor síncrono pode-se usar:

120. 𝑓 60. 𝑓
𝑛𝑠 = =
2𝑃 𝑃

 Onde ns é a velocidade de rotação do motor, f


a frequência de oscilação do sinal alternado, P
o número de polos ou pares de polos do motor;
MOTOR ASSÍNCRONO
 Os motores assíncronos ou motores de indução
são motores mais robustos e mais baratos e
são os mais empregados na indústria;
 Este motor também apresenta um campo
girante trifásico com a velocidade síncrona;
 Em vazio, o motor de indução rotaciona em
velocidade síncrona, porém, a medida que se
coloca uma carga sobre o eixo do motor a
velocidade de rotação tende a diminuir;
MOTOR ASSÍNCRONO
 Essa redução na velocidade do motor
proporciona o aparecimento de correntes
induzidas devido a velocidade relativa do rotor
com a velocidade de campo girante;
 Esta corrente tende a promover um torque
eletromagnético no eixo do rotor com mesma
intensidade e sentido oposto ao conjugado
resistente;
MOTOR ASSÍNCRONO
 Para determinar a velocidade de um motor
assíncrono pode-se usar:

60. 𝑓
𝑛= . 1−𝑠
𝑃

 Onde s é o escorregamento do motor. O


escorregamento é a redução percentual de
velocidade do motor em relação a velocidade
síncrona;
PARTES DE UM MOTOR DE INDUÇÃO
O motor de indução é dividido nas partes:
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE UM MOTOR
DE INDUÇÃO

 Nos motores de indução quando a bobina


percorrida por corrente elétrica criando um
campo magnético em torno da bobina;
O enrolamento naturalmente passar a
apresentar uma polaridade norte e sul que
estabelecem o campo magnético no estator;
 O rotor não é ligado a nenhuma fonte de
alimentação externa;
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE UM MOTOR
DE INDUÇÃO

O campo magnético variável varre os


condutores elétricos do rotor;
 Desta forma, pela lei de Faraday, haverá o
surgimento de uma tensão induzida no rotor
promovendo a passagem de corrente elétrica
pelos condutores do rotor;
 A corrente elétrica induzida nos condutores do
rotor interage com o campo magnético do
estator produzindo um torque eletromagnético;
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE UM MOTOR
DE INDUÇÃO

 Em motores de indução trifásicos o estator


apresenta 3 grupos de bobinas;
 Quando alimentadas por uma rede elétrica
trifásica cria-se um campo girante;
 Este campo girante circula o estator e corta os
condutores elétricos do rotor;
 Desta forma, correntes elétricas no rotor são
induzidas fazendo com que apareça um torque
eletromagnético no eixo do motor e velocidade
de rotação menor que a velocidade do campo
girante;
TIPOS DE MOTORES DE INDUÇÃO
 Os motores de indução pode ser divididos em
vários tipos:

 Motor com rotor tipo gaiola;


 Motor com rotor de aneis;
 Motor de múltiplas velocidades;
 Motor de enrolamentos separados;
 Motor Dahlander;

 Motor de tripla velocidade;


 Motor com freio;
MOTOR TIPO GAIOLA
 Os motores do tipo gaiola são chamados
também de gaiola de esquilo;
 Segundo Franchi (2008), os rotores tipo
gaiola são mais robustos;
 Este tipo de motor não exige escovas e
nem comutadores evitando o desgaste
do motor e manutenções com grande
frequência;
MOTOR TIPO GAIOLA
A forma mais simples desse tipo de motor
apresenta um fraco conjugado de partida;
 A corrente de partida do motor do tipo gaiola
pode alcançar em 10 vezes a corrente nominal
do motor;
 Alguns aspectos podem ser melhorados com a
construção do rotor;
MOTOR COM ROTOR DE ANÉIS
O motor com rotor de anéis possui as mesmas
características de um motor de indução básico
com relação ao estator;
 Porém, o rotor é um rotor bobinado trifásico que
são acessíveis por três aneis com escovas
coletoras no eixo;
MOTOR COM ROTOR DE ANÉIS
 Devido a possibilidade de ajuste da curva de
conjugado x rotação através do uso de
resistências externas estes motores são usados
em aplicações de sistemas de grande inércia;
 E também, em casos que o torque resistente
em baixas rotações seja alto, comparando-se
ao torque nominal;
 Por outro lado com baixa inércia, esses motores
apresentar correntes de aceleração reduzidas;
MOTOR COM ROTOR DE ANÉIS
MOTOR DE MÚLTIPLAS VELOCIDADES
 Este motor de múltiplas velocidades apresenta
várias velocidades para o mesmo eixo;
 Em geral, estes motores são utilizados apenas
para um valor de tensão, pois, as religações
disponíveis permite somente a troca das
velocidades;
 A potência e a corrente para cada rotação é
diferente;
 Existem os motores de enrolamentos
separados e o motor Dahlander;
MOTOR DE ENROLAMENTOS SEPARADOS
A rotação dos motores de indução depende
diretamente do numero de polos magnéticos
formados no estator;
 Este tipo de motor no mesmo estator apresenta
dois enrolamentos independentes e bobinados
com o número de polos diferentes;
 Ao alimentar um ou outro haverá a
possibilidade de duas rotações uma baixa e
outra alta;
MOTOR DE ENROLAMENTOS SEPARADOS
 As rotações dependerão da construção do
motor existindo a necessidade da relação entre
alta e baixa velocidade;

 Exemplos de relações de velocidades:


 6/4 polos (1200/1800 RPM);
 12/4 polos (600/1800 RPM);

 Estes motores apresentam características


peculiares;
MOTOR DAHLANDER
O motor Dahlander é um motor especial que
pode receber dois fechamentos diferentes;
 Estes fechamentos tem a função de alterar a
quantidade de polos do estator;
 Assim, as velocidades de um motor Dahlander
sempre com relação 1:2;
 Exemplos de relação de velocidades:
 4/2 polos (1800/3600 RPM);
 8/4 polos (900/1800 RPM);
MOTOR DAHLANDER
O motor Dahlander pode ser aplicado em talhas
elevadores, correias transportadoras, máquinas
e equipamentos em geral ou outras aplicações
que requeiram motores assíncrono de duas
velocidades;
MOTOR DE TRIPLA VELOCIDADE
 Um motor de três velocidades poder ser
construído basicamente de duas formas:

 Três enrolamentos separados ou


 Um enrolamento comum com um Dahlander;
MOTOR COM FREIO
O motor com freio é constituído de um motor
trifásico de indução com freio a disco;
 O motor é fechado, com ventilação externa, e o
freio é constituído com duas pastilhas e com o
mínimo de partes móveis, provendo pouco
aquecimento do motor;
 O sistema de ventilação é usado para a
refrigeração do motor;
 O freio é ativado por um eletroimã cuja bobina
opera normalmente dentro de uma faixa de
tensão de alimentação;
MOTOR COM FREIO
A alimentação do eletroimã de freio é feita
através de corrente contínua por uma fonte
retificadora alimentada diretamente pela rede
local;
 O circuito de alimentação do eletroimã é
acionado pelo mesmo circuito de comando do
motor;
 Assim, quando o circuito de comando do motor
é desligado, a fonte de alimentação cessa,
liberando as molas de pressão que pressionam
as pastilhas de metal do disco de frenagem;
MOTOR COM FREIO
 As pastilhas são comprimidas pelas duas
superfícies de atrito, sendo uma formada pela
tampa e a outra pela armadura do motor;
O eletroimã é energizado, atraindo sua
armadura na direção oposta á força da mola
permitindo que o disco de frenagem gire livre de
atrito;
MOTORES DE INDUÇÃO EM FREQUÊNCIAS
VARIÁVEIS

 Para motores em frequências diferentes deve-


se ter os seguintes cuidados:
 Ligar um motor de 50 Hz com a mesma tensão
para uma frequência em 60 Hz;
 Potência do motor é a mesma;
 A corrente nominal deve ser a mesma;
 A corrente de partida reduz em 17%;
 O conjugado de partida e máximo é reduzido em
17%;
 A velocidade nominal aumenta 20%
MOTORES DE INDUÇÃO EM FREQUÊNCIAS
VARIÁVEIS

 Os valores de potência requeridos para motores


que acionam equipamentos possuem
conjugados variáveis com a rotação;
 Alterar a tensão proporcional à frequência:
 A potência pode aumentar em torno de 20%;
 A corrente nominal é a mesma;
 A corrente de partida será aproximadamente a
mesma;
 O conjugado será praticamente o mesmo;
 A rotação nominal deve aumentar em torno de
20%;
PROBLEMAS CAUSAS PROVÁVEIS

PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE OCORREM EM UM


- Acoplamento mal equilibrado;
MOTOR DE INDUÇÃO
Marcha trepidante
-
-
Condutor de alimentação interrompido;
Corpo estranho no entreferro;

- Carcaça mal fixada;


- As escovas não assentam sobre os anéis;
- Tensão excessivamente baixa;
Motor não gira (interrupção da alimentação)
- Interrupção no arrancador;

- Resistência demasiadamente baixa no arranque (rotor bobinado);


- Arrancador parcialmente interrompido ou com contatos
queimados;
- Arrancador mal ligado;
Arranque brusco - Curto-circuito entre espiras do enrolamento do rotor;

- Tensão da rede muito baixa;


- Queda de tensão excessiva;
O motor arranca com dificuldade
- Carga excessiva;
- Um terminal do motor trifásico está ligado por erro ao neutro;

- Resistência diferentes no reostato de arranque;


O motor produz zumbido no arranque - Curto-circuito entre as espiras do rotor;
- Interrupção num enrolamento do rotor;
Aquecimento excessivo do motor em funcionamento - Carga excessiva;
- Tensão elevada;
- Tensão muito baixa;
- Condutor de fase partido;
- Interrupção em um dos enrolamentos do estator);
CARACTERÍSTICAS E ESPECIFICAÇÕES DOS
MOTORES ELÉTRICOS

 Na especificação do motor elétrico deve ser


levado em consideração os seguintes
parâmetros:

 Características da rede de alimentação – tipo,


frequência, tensão e etc;
 Características do ambiente – altitude,
temperatura, agressividade etc;
 Características da carga acionada – potência,
rotação, esforços mecânicos, torques
requeridos e etc;
CARACTERÍSTICAS E ESPECIFICAÇÕES DOS
MOTORES ELÉTRICOS

 Os motores são divididos por:


CARACTERÍSTICAS E ESPECIFICAÇÕES DOS
MOTORES ELÉTRICOS

 Destaforma os motores são divididos em dois


grupos básicos;

 Motores de corrente contínua: São motores com


custos mais elevados que necessitam de uma
fonte contínua ou de um dispositivo que converta
corrente alternada em contínua; Podem funcionar
com velocidade ajustável entre amplos limites e se
prestam a controles de grande flexibilidade e
precisão. Por isso são usados em aplicações
especiais em que as exigências compensem o
investimento;
CARACTERÍSTICAS E ESPECIFICAÇÕES DOS
MOTORES ELÉTRICOS

 Motores de corrente alternada: São motores que


são amplamente utilizados, pois, a distribuição de
energia é feita em corrente alternada compatível com
o equipamento sem a necessidade de conversor. Os
principais tipos são os motores de indução e os
motores síncronos;
DADOS DO MOTOR ELÉTRICO
 As características mecânicas e elétricas dos
motores elétricos são descriminadas na sua
placa de identificação;
DADOS DO MOTOR ELÉTRICO
 Os dados de placa apresentam as seguintes
características;
 Modelo;
 Potência elétrica;
 Número de fases;
 Tensões nominais;
 Frequência nominal;
 Categoria;
 Correntes nominais;
 Velocidade nominal;
 Fator de serviço;
 Classe de isolação;
 Letra-código;
 Regime de trabalho;
 Ligações elétricas;
 Relação entre a corrente de partida e a nominal;
CONJUGADO OU TORQUE DO MOTOR
O conjugado ou torque do motor é a medida do
esforço necessário para se gira o eixo do motor;
 O conjugado é o produto da distância com a força
aplicada pelo motor conhecido como momento,
par e binário;

𝜏 = 𝐹 𝑥 𝑑 (𝑁. 𝑚 𝑜𝑢 𝑘𝑔𝑓. 𝑚)

 Quando movimentamos uma carga por meio de um


motor, a força que ele exerce está diretamente
ligada do braço de alavanca, a partir do centro do
eixo do motor;
CONJUGADO OU TORQUE DO MOTOR
O conjugado está diretamente relacionada com
o nível de tensão aplicado no motor;
 Se a tensão reduzir o conjugado promovido
pelo eixo do motor também reduz;
 O conjugado é diretamente ligado a rotação do
motor apresentando um comportamento não
linear;
 A rotação também depende do nível de tensão
aplicado ao motor elétrico;
CONJUGADO OU TORQUE DO MOTOR
Arelação entre o conjugado e a velocidade do
motor pode ser vista de acordo com:
CONJUGADO OU TORQUE DO MOTOR
 No momento da partida do motor, o conjugado não
é afetado diretamente pela carga aplicada no seu
eixo;
 O conjugado de partida é proporcional à tensão
aplicada ao enrolamento do estator;
 Reduzindo a tensão o conjugado de partida tende a
reduzir;
 A corrente também reduz, o processo de redução
da corrente é amplamente usado em motores de
grande porte do tipo gaiola, nos casos que a
redução no conjugado não comprometa o
acionamento da carga;
CONJUGADO OU TORQUE DO MOTOR
 De acordo com o gráfico e com as
características do motor elétrico pode-se
estudar as seguintes especificações:
 Co – Conjugado Básico: O conjugado básico
é o conjugado calculado em função da potência
e da velocidade do rotor:

𝑃 974. 𝑃
𝐶𝑜 = = 𝑘𝑔𝑓. 𝑚
𝑛 𝑛

9555. 𝑃
𝐶𝑜 = (𝑁. 𝑚)
𝑛
CONJUGADO OU TORQUE DO MOTOR
 Cn – Conjugado Nominal: é o conjugado
desenvolvido pelo motor em potência nominal,
sob tensão e frequências nominais;
 Cp – Conjugado de partida: é o conjugado
mínimo desenvolvido pelo rotor bloqueado, para
todas as posições angulares do rotor, sob
tensão e frequências nominais.
 Este conjugado pode ser expresso em valores
nominais N.m ou em termos percentuais;
CONJUGADO OU TORQUE DO MOTOR
 Na prática, o conjugado do rotor bloqueado
deve ser maior que o conjugado nominal e o
maior possível para que o rotor vença a inércia
inicial da carga e possa acelerar rapidamente;
 O dimensionamento de motores elétricos e
suas especificações pode ser obtido pela NBR
7094;
 Os pontos de conjugados encontrados na figura
anterior são normatizados pela NBR 7094;
CONJUGADO OU TORQUE DO MOTOR
 Cmin – Conjugado Mínimo: O conjugado
mínimo é o menor conjugado desenvolvido pelo
motor ao acelerar do repouso até o conjugado
máximo.
 Na prática este valor não deve ser muito baixo,
pois, o motor elétrico demora a acelerar
superaquecendo, especialmente em casos de
partida de alta inércia ou com tensão reduzida;
CONJUGADO OU TORQUE DO MOTOR
 Cmáx – Conjugado Máximo: é o maior
conjugado desenvolvido pela máquina sob
tensão e frequência nominais, sem queda
brusca de velocidade;
 Este conjugado dever ser o mais alto possível
devido as razões:
 O motor deve ser capaz de vencer, sem grandes
dificuldades, eventuais picos de carga que podem
acontecer em certas situações;
 O motor não deve parar, ou seja, perder a
velocidade ou quando ocorrerem quedas de tensão
excessivas;
CONJUGADO OU TORQUE DO MOTOR
O motor de indução apresenta conjugado nulo
na velocidade síncrona;
 A medida que a carga vai aumentando a
rotação do motor cai e o conjugado aumenta
até o seu valor máximo;
 Se o conjugado da carga aumentar mais a
rotação irá cair até travar o motor;
MOMENTO DE INÉRCIA
O momento de inércia é a resistência que o
corpo oferece a mudança de sua posição
angular;
 O momento de inércia depende do eixo, da
forma do corpo e de como a massa é
distribuída por ele;
 De acordo com Goedtell, o momento de inércia
é a segunda variável da mecânica de suma
importância para o dimensionamento do motor
elétrico.
MOMENTO DE INÉRCIA
 Da mesma forma que o conjugado, o dado
relativo ao momento de inercia raramente é
fornecido ao projetista da parte elétrica de
máquinas e equipamentos;
 O valor máximo de momento de inércia
admitido em cargas acionada por motores de
indução trifásicos é normalizado pela NBR
7094;
 O momento de inércia total é a soma do
momento de inércia da carga com o momento
de inércia do motor;
TENSÃO NOMINAL, CORRENTE NOMINAL E DE
PARTIDA
A tensão que pode ser aplicada ao motor é a
tensão nominal;
 A ligação para uma tensão específica pode ser
feita em estrela ou em triângulo;
 Geralmente, os motores têm alimentação de
220 e/ou 380V;
 A corrente nominal é lida na placa de
identificação do motor;
 É a corrente consumida da rede em condições
nominais;
TENSÃO NOMINAL, CORRENTE NOMINAL E DE
PARTIDA
 Quando há mais de um valor na placa de
identificação, refere-se as diferentes tensões ou
diferentes velocidades;
 A corrente de partida é a corrente solicitada da
rede elétrica para a partida do motor;
 Este valor supera de 6 a 10 vezes a corrente
nominal;
 Este valor depende diretamente das
características construtivas do motor e não da
carga acionada.
TENSÃO NOMINAL, CORRENTE NOMINAL E DE
PARTIDA
A carga influencia somente no instante o qual a
corrente elétrica de partida circula pelo motor;

A corrente de partida é representada na placa


pela relação:

𝐼𝑃
𝑘=
𝐼𝑛
ESCORREGAMENTO
O escorregamento é uma variável do motor que
depende diretamente da carga aplicada ao seu
eixo;
 Em um motor de indução é a diferença
percentual entre a velocidade síncrona e a
velocidade do rotor expresso por:

𝑛𝑠 − 𝑛
𝑠= 𝑥 100 (%)
𝑛𝑠
INVERSÃO DA ROTAÇÃO E DETERMINAÇÃO DA
ROTAÇÃO
 Em qualquer motor trifásico, a inversão do
sentido de rotação é feita trocando-se duas
fases quaisquer entre si;
 Difere dos motores monofásicos, pois, em
motores monofásicos é trocada a ligação do
motor elétrico;
 A rotação do motor elétrico trifásico é definido
pelo número de polos e pela frequência da rede
elétrica associada;
 A quantidade de polos determina o número
ranhuras e o passo da bobina;
POTÊNCIA MECÂNICA E ELÉTRICA
A potência mecânica é a potência que o motor
aplica no deu eixo de rotação para uma
determinada função:

𝑃𝑚 = 𝑇. 𝜔

 Pm é a potência mecânica aplicada ao eixo, T o


torque do motor e ω a velocidade angular do
motor e rad/s;
POTÊNCIA MECÂNICA E ELÉTRICA
A potência elétrica é a potência absorvida pelo
motor em relação a rede elétrica que está sendo
usada;
 Para motores monofásicos a potência ativa
associada ao funcionamento do motor pode ser
calculado por:

𝑃 = 𝑉. 𝐼. 𝑐𝑜𝑠 𝜃

 Onde V é a tensão da rede, I a corrente consumida


pelo motor elétrico e Cos(θ) é o fator de potência
da máquina;
POTÊNCIA MECÂNICA E ELÉTRICA
 Em motores trifásicos a potência elétrica
associada é a soma das potências ativas
consumidas pelas três fases do motor;
 Assim, pode-se calcular a potência ativa
trifásica de acordo com:

𝑃3∅ = 3. 𝑉𝑓 . 𝐼𝑓 . cos 𝜃

 Vf e If são respectivamente a tensão e a


corrente de fase do motor;
POTÊNCIA MECÂNICA E ELÉTRICA
 Em sistemas trifásicos as tensões e corrente
elétricas podem ser divididas em tensões e
correntes de linha e de fase;
 As correntes e tensões de linhas são tensões e
correntes presentes entre duas fases podendo
ter as seguintes relações:

𝑉𝐿 = 3𝑉𝐹

𝐼𝐿 = 3𝐼𝐹
POTÊNCIA MECÂNICA E ELÉTRICA
 Desta forma pode-se determinar a potência
ativa trifásica usando a seguinte equação:

𝑃3∅ = 3𝑉𝐿 . 𝐼𝐿 . 𝑐𝑜𝑠 𝜃

 Estaexpressão é usada para o calculo da


potência trifásica equilibrada;
RENDIMENTO
O rendimento ou eficiência do motor é a relação
entre a potência útil, aquela que efetivamente,
realiza trabalho, e a potência total absorvida
pelo motor;

𝑃𝑈
𝜂= 𝑥100
𝑃𝑇

O rendimento, geralmente, é sempre menor que


100%, pois, durante o processo de conversão
de energia ocorrem perdas de energia;
RENDIMENTO
 As perdas são referentes as são:

 forças de atrito envolvidas durante a rotação;


 perdas por calor durante a passagem de corrente
elétrica pelo enrolamentos;
 Perdas de energia pela histerese magnética no
material ferromagnético;
 Perdas por vibração mecânica;
 Perdas na transferência de energia do estator para
o rotor;
RENDIMENTO
O rendimento está diretamente relacionado a
carga mecânica aplicada e ao fator de potência
da máquina;
RENDIMENTO
 Quanto maior o rendimento as perdas dos
motores são menores;
 O aquecimento nos condutores do motor
elétrico também reduz;
 Desta forma a quantidade de energia elétrica
absorvida pela rede elétrica tende a ser menor
colaborando para um menor custo com o
consumo de energia;
 Assim, pode-se trabalhar com os motores
usando eficiência energética;
CARGA LINEAR E NÃO-LINEAR
O fator de potência relaciona a quantidade de
energia ativa usada para realizar trabalho
mecânico em relação a energia aparente
absorvida pela rede elétrica;
 Na carga linear a tensões e correntes elétricas
estão sempre em fase enquanto as cargas não-
lineares existem defasagens entre o sinal de
tensão e corrente elétrica;
 As cargas lineares são basicamente carga
resistivas já as não-lineares são cargas
puramente capacitivas ou indutivas;
CARGA LINEAR E NÃO-LINEAR
 Assim como em circuitos monofásicos as
circuitos trifásicos apresentam os três modos de
energia encontradas em corrente alternada;

𝑄3𝜙 = 3. 𝑉𝐿 . 𝐼𝐿 . 𝑠𝑒𝑛 𝜃

𝑆3𝜙 = 3. 𝑉𝐿 . 𝐼𝐿

𝑃3𝜙
𝐹𝑃 =
𝑆3𝜙
CARGA LINEAR E NÃO-LINEAR
 Desta forma, pode-se usar o triângulo de
potências para o entendimento das relações
entre as potências alternadas trifásicas;
APLICAÇÃO DE BANCO DE CAPACITORES
 Assim, como em sistemas monofásicos em
sistemas trifásicos de baixo fator de potência a
aplicação de banco de capacitores podem ser
colocados para correção do FP;
 Para motores de indução os capacitores podem
ser arranjados em esquemas em delta ou em
estrela para a correção do FP;
 A implantação de banco de capacitores podem
apresentar algumas vantagens para o motor e
para rede elétrica;
APLICAÇÃO DE BANCO DE CAPACITORES
 Estas vantagens são:

 Melhoria da Tensão: a corrente relativa a potência


reativa aparece somente na reatância indutiva. A
corrente elétrica é reduzida pelo capacitores com
isso a queda de tensão também é reduzida;
 Redução das perdas: Com menor nível de
corrente elétrica as perdas por condução por efeito
Joule pode ser reduzidas melhorando o rendimento
do motor elétrico;
FATOR DE SERVIÇO
O fator de serviço é um fator multiplicador que,
quando aplicado a potência nominal do motor
determina a carga que pode ser acionada
continuamente sobre tensão e frequências
nominais e com o limite de temperatura;
 As características mecânicas e elétricas
permanecem inalteradas;
 O uso dos motores no fator de serviço reduz a
vida útil da máquina com relação ao serviço em
carga nominal;
FATOR DE SERVIÇO
O fator de serviço não deve ser confundido com
a capacidade de sobrecarga momentânea que
o motor pode suportar.
 Para a capacidade de sobrecarga momentânea,
o valor de sobrecarga é de 60% acima da
nominal durante 15 segundos;
 Ou seja, o fator de serviço é uma tolerância
percentual de segurança para o motor trabalhar
em carga acima da nominal mantendo suas
características elétricas e mecânicas
constantes;
REGIME DE SERVIÇO
 Cada tipo de máquina exige uma condição de
carga diferente do motor;
 Uma bomba e um centrífuga, por exemplo,
solicita carga contínua já para o guindaste a
carga deve ser alternada e ou intermitente;
 O regime de serviço define a regularidade da
carga que o motor é submetido;
 A escolha do motor deve ser feita pelo
fabricante da máquina a ser acionada que irá
adquire de forma mais adequada;
REGIME DE SERVIÇO
 Os regimes padronizados estão definidos a seguir de
acordo com as especificações vistas em placa:

 Regime Contínuo (S1);


 Regime de tempo Limitado (S2);
 Regime intermitente periódico (S3);
 Regime intermitente periódico com partidas (S4);
 Regime intermitente periódico com frenagem elétrica (S5);
 Regime de funcionamento contínuo com carga intermitente
(S6);
 Regime de funcionamento contínuo com frenagem elétrica
(S7);
 Regime de funcionamento contínuo com mudança periódica
na relação carga/velocidade de rotação (S8);
 Regimes especiais;
CLASSE DE ISOLAMENTO
É a determinação da temperatura máxima de
trabalho que o motor elétrico pode suportar
continuamente em sua vida útil;
 A classe de cada motor é definida pelas suas
características construtivas com classes
padronizadas:

 Classe A – 105 °C;


 Classe E – 120 °C;
 Classe B – 130 °C;
 Classe F – 155 °C;
 Classe H – 180 °C
GRAU DE PROTEÇÃO (IP)
É a indicação das características físicas dos
equipamentos elétricos referentes à permissão da
entrada de corpos estranhos para seu interior;
 Definido pelas letras IP e por mais dois dígitos que
representam:
 Para o primeiro algarismo indica o grau de proteção
contra penetração de corpos sólidos estranho e
contato acidental:

 0 – Sem proteção;
 1 – Corpos estranhos de dimensões acima de 50mm;
 2 – Corpos estranhos com dimensões acima de 12 mm;
 3 – Corpos estranhos com dimensões acima de 1 mm;
GRAU DE PROTEÇÃO (IP)
 4 – Proteção contra acúmulo de poeiras prejudicial ao
equipamento;
 5 – Proteção total contra poeira;

 Para o segundo algarismo indica o grau de


proteção contra a penetração de água no interior
do equipamento:

 0 – Sem Proteção;
 1 – Pingos de água na vertical;
 2 – Pingos de água até a inclinação de 15° com a
vertical;
 3 – Água de chuva até inclinação de 60° com a vertical
GRAU DE PROTEÇÃO (IP)
 4 – Respingos de todas as direções;
 5 – Jatos de água de todas as direções;
 6 – Água de vagalhões;
 7 – Imersão temporária;
 8 – Imersão permanente;

 Exemplo: IP54 é a proteção completa contra toques,


acúmulo de poeiras nocivas e respingos de todas as
direções;
CATEGORIA
 Um motor elétrico não apresenta o mesmo
conjugado para diferentes rotações;
 À medida que vai acelerando, o valor do
conjugado se altera, adquirindo valores que vão
depender das características de construção do
motor elétrico;
 A variação do conjugado não é linear e não há
relação de proporcionalidade com a rotãção;
 Existem três categorias de conjugados
definidas pela NBR 7094/96 que determinam a
relação do conjugado com a velocidade e a
corrente de partida dos motores trifásicos;
CATEGORIA
 As categorias são:
 Categoria N: Conjugado de partida normal, corrente de
partida normal, baixo escorregamento. A maior parte
dos motores encontrados no mercado pertence a esta
categoria. São indicados para acionamentos de cargas
normais, como bombas e máquinas operatrizes;
 Categoria NY: O mesmo que a categoria N, porém é
prevista a partida estrela-triângulo;
 Categoria H: Conjugado de partida alto, corrente de
partida normal, baixo escorregamento. Empregado em
máquinas que exigem maior conjugado na partida,
como peneiras, transportadores carregadores, carga de
alta inércia
CATEGORIA
 Categoria HY: O mesmo que a categoria H, porém
é prevista a partida estrela-triângulo;
 Categoria D: Conjugado de partida alto, corrente
de partida normal, alto escorregamento. Usado em
prensas concêntricas e máquinas semelhantes,
nas quais a carga apresenta picos periódicos, em
elevadores e cargas que necessitem de
conjugados de partida muito altos e corrente de
partida limitada;
CATEGORIA
TOLERÂNCIAS
 Um motor elétrico não dever ter o rendimento
alterado de maneira considerável quando
funciona com tensões 10% acima ou abaixo da
nominal desde que a frequência permaneça na
nominal;
 Se a frequência variar ao mesmo tempo que a
queda de tensão o somatório as duas variações
não deve ultrapassar 10%;
 Para a frequência o valor limite é de 5% para
valores superiores e inferiores;

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