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Resumos ___________________
Universidade de Aveiro
Biologia Molecular – Resumos
Índice
Estrutura e Função do DNA ....................................................................................................... 5
Introdução................................................................................................................................ 5
Formação de nucleótidos e cadeias ........................................................................................ 5
Nomenclatura de nucleótidos ................................................................................................. 6
Estrutura Secundária do DNA e Regras de Chargaff.......................................................... 6
Conformação em Dupla Hélice .............................................................................................. 7
Estruturas em Dupla-Hélice Alternativas ............................................................................. 8
Estruturas de DNA incomuns ................................................................................................ 9
Desnaturação do DNA .......................................................................................................... 10
Efeitos da salinidade e do conteúdo GC na desnaturação ................................................. 11
Replicação e Ciclo Celular ........................................................................................................ 12
Eucariotas .............................................................................................................................. 12
Passos da Replicação do DNA .............................................................................................. 12
Enzimas e reações na forquilha de replicação .................................................................... 13
Origens de Replicação nos Eucariotas ................................................................................ 14
Formação do Complexo de Pré-Replicação: ................................................................... 15
Ciclo Celular .......................................................................................................................... 16
Regulação nos checkpoints internos ................................................................................ 16
Licenciamento de Replicação ........................................................................................... 16
O Processo de Replicação está dividido em 2 passos .......................................................... 17
Eventos de Licenciamento de Replicação levam à ativação da origem apenas uma vez
por ciclo celular ................................................................................................................. 18
Regulação do sistema de licenciamento de replicação pelas CDKs .............................. 18
Fator de Crescimento Eucariótico – Teórica 4 ....................................................................... 19
A via de transdução de sinal do fator de crescimento eucariótico .................................... 19
Revisão: Resposta Celular ................................................................................................ 19
Checkpoint controlo para entrada na Fase S ..................................................................... 23
O exemplo do checkpoint controlado por p53 ................................................................ 24
Células não danificadas progridem através de G1 ............................................................. 25
Origens de Replicação de DNA – Teórica 5 ............................................................................ 26
Archaea .................................................................................................................................. 26
Modelo de Replicação dos Archaea ................................................................................. 26
Revisão do modelo de replicação para todos os domínios de vida .................................... 27
Replicação do organelo DNA: mitocôndria de mamíferos ................................................ 28
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Introdução
A função do DNA não pode ser compreendida sem o conhecimento da sua estrutura. O
Objetivo é, então, descrever a estrutura do DNA, tendo em conta a sua função celular.
Uma molécula de ácido desoxirribonucleico (DNA) consiste em duas cadeias ligadas em
dupla hélice por pontes de hidrogénio entre as bases dos nucleótidos, tal como mostrado na
figura.
Nucleótidos: são compostos por uma pentose, um grupo fosfato e bases azotadas que
podem ser citosina (C), Timina (T), Adenina (A), Guanina (G) e Uracilo (U).
Existem dois tipos de pentoses (ribose e desoxirribose) que diferem uma da outra pela
presença ou ausência de um grupo hidroxilo no carbono C2’ da pentose.
Ligações Fosfodiéster:
O grupo fosfato dá a propriedade de ácido ao DNA e ao RNA ao libertar iões H+ na
solução. Isto acontece quando há a ligação de um grupo OH no carbono 3’ de um nucleótido
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com o grupo OH presente no fosfato do carbono 5’ de outro nucleótido, trata-se de uma reação
de condensação, tal como mostra a imagem.
As Ligações fosfodiéster (entre
o fosfato e a pentose) são estáveis,
mas facilmente quebráveis por hi-
drólise enzimática.
É esta ligação fosfodiéster no
sentido 5’ → 3’ que permite determi-
nar a polaridade da cadeia e que é a
chave para entender processos como
a replicação, a transcrição ou a lei-
tura de sequências de DNA.
Nomenclatura de nucleótidos
Quando estão livres na célula, os nucleótidos tendem a ocorrer como trifosfatos. A forma
trifosfatada serve como um bloco de construção precursor do DNA e do RNA durante a sua sín-
tese e, habitualmente, são usadas abreviaturas para os seus nomes.
As ligações de hidrogénio entre as bases nitrogenadas nas cadeias opostas de DNA são
termodinamicamente estáveis.
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Em 1951, Chargaff descobriu que numa molécula de DNA, a relação entre purinas e pi-
rimidinas é constante na maioria das espécies animais, estabelecendo então algumas regras.
1ª Regra: Numa molécula de DNA em dupla hélice, a %A = %T e a %G = %C
2ª Regra: Existe uma razão estequiométrica de 1:1 entre purinas e pirimidinas, ou seja,
A+G = T+C.
Regra de Agrupamento: As purinas (A e G) tendem a agruparem-se em cadeias não-
modelo e as pirimidinas (T e C) agrupam-se em cadeias modelo, quer isto dizer que as se-
quências codificantes, o número de purinas irá exceder o número de pirimidinas.
Regra GC: A proporção de G+C tende a ser maior em exões do que em intrões.
As bases azotadas são apolares e, por isso, hidrofóbicas. Para se tornarem solúveis em
água, elas são ligadas a um açúcar e a uma pentose formando um nucleótido. A insolubilidade
destas bases tem um papel muito importante de restrição na conformação do DNA em solução.
Uma molécula de DNA em dupla hélice é feita com bases nitrogenadas empilhadas, for-
mando um núcleo hidrofóbico.
Este empilhamento, elimina qualquer
espaçamento entre as bases e qualquer mon-
tante máximo de água que exista dentro da du-
pla hélice.
Devido a serem solúveis em água, os
açúcares e os fosfatos estão orientados para o
exterior da hélice, onde os grupos fosfato po-
lares possam interagir com o ambiente polar
que o rodeia.
Watson & Crick descobriram que para
que haja ligações de hidrogénio, a polaridade
das duas cadeias de DNA tem de estar em dire-
ções opostas, ou seja, as duas cadeias de DNA
em dupla hélice são antiparalelas (5’→3’ e 3’→5’).
A superfície da molécula é irregular, formando dois sulcos ou depressões de diferentes
tamanhos, que aparecem ao longo do seu comprimento:
• Sulco Menor (Minor Groove): corresponde à depressão entre duas cadeias com-
plementares.
• Sulco Maior (Major Groove): equivalente à depressão existente entre curvas
adjacentes.
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Dada a hidrofobicidade das bases azotadas, o sulco maior tem um papel mais proemi-
nente no que toca a interações DNA-proteínas. Maior parte dos fatores de transcrição (proteínas
envolvidas na regulação da expressão de genes), ligam-se ao DNA no sulco maior.
Em adição a estas três diferentes conformações, ainda há outras estruturas de DNA que
podem ser formadas sob várias condições.
Existem muitas mais estruturas de DNA para além da mera conformação B-DNA imple-
mentada por Watson & Crick.
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A expressão da informação contida numa sequência de DNA linear pode ser regulada
através de mudanças dinâmicas na estrutura secundária e terciária, especificamente determina-
das pela sequência.
Estruturas Escorregadias:
Cruciforme:
O desemparelhamento de
pequenas sequências de DNA
pode ser estabilizado por estrutu-
ras cruciformes.
Estas estruturas resultam
de formações de loops emparelha-
dos e podem atuar como elemen-
tos reguladores na replicação do
DNA e na expressão de genes.
Por outro lado, estão tam-
bém associadas a sequências palindrómicas:
- São uma curta secção de bases (normalmente entre 3 a 5 de comprimento), seguidas
pelas suas bases complementares no sentido contrário, tal como demonstra a figura.
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Tripla Hélice:
É favorecida pela presença de sequências
que contêm repetições e simetria espelhada. A dupla
cadeia de purinas associa-se a uma terceira cadeia
através do sulco maior.
A estrutura inicial de B-DNA é mantida
nesta nova conformação. Esta estrutura tem alguma
relevância, devido à ocasional relação com terapias de cancro e doenças genéticas.
Desnaturação do DNA
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Eucariotas
Uma das características mais importantes da replicação do DNA nos eucariotas mais de-
senvolvidos é a sua elevada plasticidade. Um exemplo disso é a rápida replicação do genoma
inteiro dos ovos fertilizados de anfíbios (20-30 min) comparado com a replicação do genoma de
células somáticas que leva entre 8 e 10 horas.
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Nucleases
Removem os iniciadores
de RNA
Proteína de Replicação A
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Nos eucariotas, a replicação bidirecional não começa no fim dos cromossomas lineares,
mas sim em muitas zonas internas.
Origin of Replication: é uma sequência particular num genoma onde a replicação é ini-
ciada.
As sequências de Origem de DNA têm imensos pares AT – são ricas em AT (mas apenas
em eucariotas unicelulares).
Em Saccharomyces cerevisiae existe uma sequência chamada autonomous replicating
sequence (ARS) – Sequência de replicação autónoma, onde Y é uma pirimidina (T ou C) e R é
uma purina (A ou G).
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Depois disso, há remoção das histonas nas origens de replicação, o que permite, ao com-
plexo Pré-RC, acesso à cadeia de DNA.
Uma vez ligado, ORC recruta pelo me-
nos duas proteínas adicionais, Cdc6 e Cdt1.
A hidrólise do ATP em Cdc6 leva ao es-
tabelecimento do complexo MCM e à libertação
de Cdt1.
A dissociação de Cdc6 da origem de re-
plicação completa, assim, a formação do com-
plexo de pré-replicação (Pré-RC).
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Ciclo Celular
Interfase
Fase G1 – as células controlam o seu ambiente e, quando os sinais necessários são rece-
bidos, as células sintetizam RNA e proteínas para induzir o seu crescimento.
Fase S – quando as condições são ideais, as células sintetizam DNA e replicam o seu
DNA cromossomal.
Fase G2 – as células continuam o seu crescimento e preparam-se para a mitose.
Licenciamento de Replicação
O DNA apenas se replica uma vez por ciclo celular e a sua síntese é restrita a uma fase
específica deste ciclo, a fase S.
O sistema de licenciamento de replicação garante uma regulação rigorosa da formação
e ativação dos complexos Pré-RC aos níveis das cyclin-dependent kinases (CDKs).
As quinases fosforilam serinas e treoninas selecionadas em proteínas específicas – estão
a modelar as suas funções específicas.
As CDKs são proteínas quinases que, quando completamente ativas, podem fosforilar e,
assim, ativar outras proteínas que avançam no ciclo celular ao passar por um checkpoint.
Para tornar-se completamente ativa, uma CDK deve ligar-se a uma proteína ciclina e de-
pois ser fosforilada por outra quinase.
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Existe uma correlação direta entre a acumulação de ciclinas e os três checkpoints do ciclo
celular, representados por setas na imagem seguinte. As ciclinas vão-se acumulando durante a
interfase e são brutamente destruídas durante a mitose. As CDKs são ativadas durante a fase G1
tardia.
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• Apenas origens licenciadas que contêm MCM 2-7 podem iniciar um par de for-
quilhas de replicação.
• A atividade da helicase do complexo desenrola o DNA antes de cada bolha de
replicação.
• Uma vez que as forquilhas são iniciadas, MCM 2-7 é deslocada da origem e
move-se juntamente com a bolha de replicação. (imagem página 13)
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Noutra parte do organismo, o gene para o devido fator de crescimento deve ser ex-
presso, ativando a via de transdução de sinal, há comunicação de qual sinal de fator de cresci-
mento deve crescer (desde a sua fonte fora da célula até ao núcleo).
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Em alguns casos, pode ser percebida uma resposta celular tanto a nível molecular como
ao nível macroscópico:
- Ao nível molecular: Por exemplo, o aumento da transcrição de certos genes ou a ativi-
dade de enzimas particulares.
- Ao nível macroscópico: Por exemplo, mudanças no comportamento externo ou na apa-
rência da célula, tal como o crescimento celular ou a morte celular, que são causados por altera-
ções moleculares. (A resposta pode alterar o metabolismo da célula, forma e a expressão de genes)
Participantes
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RAS-GDP inativa e RAS-GTP ativa estão num equilíbrio dinâmico controlado pelo
GEF (fator de troca de nucleótidos de guanosina (como SOS) e outro conjunto de proteínas.
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A transição de G1 para S
• A célula deve crescer até um tamanho específico;
• Não deve haver nenhum DNA danificado (As células não devem replicar DNA
danificado!).
Para assegurar tal as CDKs/Complexos de Ciclinas são controlados por proteínas de
checkpoint.
Proteínas de Checkpoint: Fatores de Transcrição p53 e Rb (tumor supressor proteins).
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Archaea
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Uma bactéria pode ser um hóspede para unidades genéticas de replicação independente:
- Plasmídeos:
• Genomas de DNA livre
• Mantidos na célula num número de cópias estável e característico.
- Fagos:
• Ácidos nucleicos são empacotados numa capa de proteína e são libertados da bactéria no
final de um ciclo infecioso.
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• A repli-
cação de uma cadeia é usada para gerar cópias de algumas moléculas circulares: Círculos
Rolantes;
• Um corte abre uma cadeia e, depois, a extremidade 3’-OH livre criada pelo corte é ex-
tendida pela DNA polimerase;
• A nova cadeia sintetizada desloca a cadeia original parental;
• À medida que se move, a bolha de replicação extende a cadeia externa e desloca a anterior.
O destino da cauda deslocada determina o tipo de produtos criados pelos círculos rolantes:
• Clivagem em unidades de comprimento gera monó-
meros, que podem ser convertidos em formas duplas e circu-
lares;
• Clivagem de multímeros gera séries de cópias repetidas
em tandem/comboio da unidade original.
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Conceitos-Chave:
• O plasmídeo F livre é um replicão que é mantido ao nível de um plasmídeo por
cromossoma bacterial;
• Um plasmídeo F pode integrar no cromossoma bacterial, caso este onde o seu
próprio sistema de replicação é suprimido;
• O plasmídeo F codifica um complexo de translocação de DNA e pili específicos
que se formam na superfície da bactéria;
• Um pilus-F permite que uma bactéria F-positiva entre em contacto com uma bac-
téria F-negativa e permite que inicie a conjugação.
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Epissoma:
• Um plasmídeo que pode integrar o ge-
noma;
• Plasmídeo e epissoma são dois tipos de
elementos de DNA que existem independen-
temente do genoma. Em geral, ambos podem
sofrer uma replicação autónoma.
• Semelhantes aos bacteriófagos lisogéni-
cos
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Lisogénico
Plasmídeo F e Conjugação
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• Bactérias F-positivas são capazes de conjugar apenas com bactérias que são F-
negativas;
• A conjugação envolve contacto físico e direto entre as bactérias dadora (F-po-
sitivo) e recipiente (F-negativo);
• O contacto é seguido por uma transferência de sentido único do plasmídeo F;
• Se o plasmídeo F existir como um plasmídeo livre: depois do processo de infeção
o recipiente negativo torna-se num estado F-positivo.
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Região de Transferência:
Região Reguladora:
• traM e traJ são expressos separadamente;
• traJ é um regulador que ativa traM e traY-I.
No lado oposto da cadeia, finP é um regulador que codifica para um pequeno RNA anti-
sentido que desliga traJ.
Apenas quatro dos genes tra e trb estão diretamente ligadas com a transferência de DNA
(traD, trai, traM e traY). Maior parte deles codificam proteínas que formam uma larga membrana
que abrange um complexo proteico chamado sistema de secreção de tipo 4 (T4SS).
Tal como a imagem em cima demonstra, as bactérias conjugadas estão inicialmente co-
nectadas quando o F-pili do dador contacta a bactéria recipiente.
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Conceitos-Chave:
➢ Plasmídeos de cópia única existem em uma cópia de plasmídeo por origem de cromos-
soma bacteriano;
➢ Plasmídeos de cópia múltipla (multicópia) existem em mais do que uma cópia de plas-
mídeo por origem de cromossoma bacteriano;
➢ Os sistemas de partição asseguram que plasmídeos duplicados são segregados para di-
ferentes células filhas produzidas pela divisão.
➢ Sistemas de controlo de cópia simples: assemelha-se ao do cromossoma bacteriano e
resulta numa replicação por ciclo celular. Um plasmídeo de cópia única mantém efetiva-
mente paridade com o cromossoma bacteriano.
➢ Sistemas de controlo de cópia múltipla: Permitem múltiplos eventos de iniciação por
ciclo celular, com o resultado de existirem várias cópias do plasmídeo por bactéria.
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Complexo de Partição:
➢ O complexo de parB com parS.
➢ A formação deste complexo inicial permite que moléculas de parB se liguem cooperati-
vamente, formando um grande complexo proteína-DNA.
➢ Estes complexos mantêm os plasmídeos filhos juntos em pares até que estejam prontos
para interagir com o para.
➢ A atividade de para é necessária para o posicionamento dos plasmídeos na célula para
que pelo menos uma cópia esteja em cada lado do septo divisor da célula.
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Os plasmídeos num grupo de compatibilidade simples têm origens que são reguladas por
um sistema de controlo comum.
Incompatibilidade de Plasmídeos: está relacionada com a regulação do número de có-
pias de plasmídeo e com a segregação.
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É dito que a vida começou a partir de RNA auto-replicante, moléculas capazes tanto de
catálise como de transporte de informação genética.
As proteínas assumiram a catálise – maior variedade de sequências e estruturas.
As ligações na cadeia principal de fosfato e açúcar do RNA são vulneráveis a mudanças
leves no pH e podem sofrer hidrólise alcalina.
O DNA emergiu como a molécula preferida para carregar informação genética, pois é
mais estável e resistente à degradação.
A transcrição mantém a ligação entre estas duas moléculas e permite à célula usar um
ácido nucleico estável como material genético, enquanto retém maior parte da maquinaria de sín-
tese de proteínas.
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Devido à desoxirribose, que contém um oxigénio a menos, o DNA é mais estável que o
RNA, sendo uma molécula útil para manter a informação genética segura.
O RNA, como contém ribose, é mais reativo e não é estável em condições alcalinas. Os
sulcos helicoidas maiores do RNA fazem com que este seja mais sujeito a ação enzimática.
Transcrição em procariotas
A transcrição é feita no sentido 5’ para 3’ a partir de uma cadeia molde de DNA que é 3’
para 5’.
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Passos da Transcrição:
1. Polimerase liga-se ao modelo de DNA na região promotora (região no ínicio do
gene que vai ser transcrito);
2. O primeiro par de bases que é transcrito é incluído no promotor – ponto de par-
tida (+1);
3. A polimerase sintetiza RNA até chegar à região terminal;
4. A região desde o promotor até ao terminador é chamada unidade de transcrição.
Uma única molécula de RNA é produzida a partir de uma unidade de transcrição. Uma
unidade de transcrição pode conter um ou mais genes.
O produto de transcrição é chamado transcrito primário, que contém a extremidade 5’.
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O dímero formado pelas duas subunidades α serves como um andaime para a formação
do núcleo enzimático.
Nas bactérias, um único tipo de RNA polimerase sintetiza rRNA, mRNA e tRNA (o que
não é o caso para os eucariotas).
A RNA polimerase de E. coli pesa 406 kD quando completa (holoenzima) e é composta
pelo núcleo enzimático e pelo fator sigma.
β e β’ formam o centro ativo. Elas são conservadas com subunidades maiores de RNA
polimerase de bactérias, archaea e eucariotas.
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A transcrição produz uma cadeia de RNA idêntica (em termos de sequências) com uma
cadeia de DNA, a cadeia codificante. Esta cadeia é feita de 5’ para 3’ e é complementar à cadeia
molde que é 3’ para 5’. Ou seja, a cadeia codificante é a cadeia não-molde e a cadeia comple-
mentar é a cadeia molde para a transcrição.
A síntese de RNA é catalisada pela RNA Polimerase e a transcrição começa quando esta
enzima se liga a uma região denominada, o promotor (que se encontra no ínicio do gene). O
promotor inclui: o primeiro par de bases que é transcrito para o RNA (start point - +1), assim
como as bases que o rodeiam.
Uma unidade de transcrição é uma sequência de DNA transcrito num único RNA, co-
meçando num promotor e acabando num terminador.
A Holoenzima da RNA Polimerase consiste no núcleo da enzima (α2ββ′ω) e no fator
sigma.
É o núcleo que catalisa a transcrição e o fator sigma só é requerido para a iniciação. Este
fator também altera as propriedades das ligações ao DNA da RNA Polimerase para que a afini-
dade geral ao DNA seja reduzida e a sua afinidade aos promotores seja aumentada.
O núcleo da enzima tem uma afinidade para com o DNA, principalmente devido às inte-
rações eletrostáticas entre a proteína (básica) com o DNA (ácido). Quando a enzima se liga ao
DNA desta forma, o DNA permanece na forma de dupla cadeia e o núcleo da enzima tem a capa-
cidade de sintetizar RNA na cadeia de DNA, mas não consegue reconhecer promotores.
Desta forma, o fator sigma é o responsável para que haja reconhecimento dos promotores
e haja, então, um início da transcrição.
Uma vez terminada a iniciação, o fator sigma liberta o núcleo da enzima, que vai proceder
para a elongação, antes que o RNA contenha cerca de 10 nucleótidos.
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A figura mostra que o processo é suscetível de ser acelerado porque o alvo inicial da RNA
Polimerase é o genoma inteiro e não uma sequência promotora específica. Ao aumentar o tama-
nho do alvo, a taxa constante de difusão do DNA é correspondentemente aumentada e não é mais
limitante.
Porém, como é que a enzima se move de uma zona a que se ligou aleatória no DNA para
um Promotor?
Ocorrem, pelo menos, três processos diferentes que contribuem para a procura do promo-
tor pela RNA Polimerase.
Em primeiro lugar, a enzima deve-se mover numa caminha aleatória unidimensional ao
longo do DNA, processo este denominado sliding.
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O próximo passo é incorporar os dois primeiros nucleótidos e formar uma ligação fosfo-
diéster entre eles. Isto gera um complexo ternário que contém RNA, assim como DNA, e a en-
zima. Na maioria dos promotores, após cada nucleótido ter sido adicionado, existe uma probabi-
lidade da enzima se libertar da cadeia de RNA, resultando em produtos de iniciação abortiva.
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altamente expressos, como aqueles nos genes do rRNA. Esta região é referida como o
elemento UP.
Mutações baixas (mutações onde há redução dos genes transcritos) diminuem a eficiência
do promotor geralmente diminuindo a conformidade com as sequências de consenso, enquanto as
mutações altas (mutações onde há um aumento da transcrição a partir do promotor) têm o efeito
oposto.
Mutações na sequência -35 podem afetar a ligação inicial da RNA Polimerase. Já as mu-
tações na sequência -10 podem afetar ou a ligação ou a reação de desnaturação que converte um
complexo fechado para um complexo aberto.
Muito basicamente, os efeitos das mutações podem fornecer informação sobre a função
do promotor.
(O Capítulo até é grande mas acho que o sor não quer saber muito mais disto)
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A estrutura do fator sigma σ70 muda quando associada com o núcleo da enzima, permi-
tindo às regiões que se ligam ao DNA que interajam com o promotor. Múltiplas regiões no fator
sigma σ70 interagem com o promotor.
A subunidade α também contribui para o reconhecimento do promotor.
A identificação de séries de diferentes séries de sequências de consenso reconhecidas por
holoenzimas que contêm diferentes fatores sigma implica que a subunidade do fator sigma con-
tacte com o DNA. Isto sugere que os diferentes fatores sigma se liguem, à semelhança do núcleo
enzimático, para que as superfícies de reconhecimento de DNA, nos diferentes fatores sigma,
sejam posicionadas de forma semelhante para fazer contactos críticos com as sequências do pro-
motor nas proximidades das sequências -35 e -10.
Durante a Fuga aos Promotores:
• A interação entre o fator sigma e o núcleo enzimático altera para a fuga a promotores;
• A fuga a promotores necessita de rearranjos no fator sigma – uma parte do fator sigma
vai ocupar o canal de saída do RNA.
• Este domínio necessita que ocorra a síntese de RNA deslocada.
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fator rho auxiliar – necessitam de um gancho rico em G+C para formar uma estrutura secundária
no RNA que está a ser transcrito. Assim, a terminação depende do produto de RNA e não é
determinada simplesmente pela sequência de DNA durante a transcrição.
A segunda característica é uma série de até 7 resíduos de uracilo (resíduos de timina no
DNA a seguir ao caule do gancho, mas que precedem a atual posição de terminação.
Aproximadamente metade dos transcritos de E. coli são terminados através do uso de
terminadores intrínsecos.
Porém, os terminadores variam demasiado na sua eficiência:
• Readthrough transcripts (transcritos de leitura) – refere-se à fração de transcritos que
não são parados por um terminador.
• Antiterminação – refere-se a uma situação onde a terminação pode ser evitada por fato-
res auxiliares específicos que interagem com o RNA ou com a RNA Polimerase.
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A estrutura do Rho dá algumas ideias de como ele funciona. Ele enrola RNA desde a
extremidade 3’ à volta do exterior dos domínios N-terminais e empurra a extremidade 5’ para a
região de fronteira interior, onde está ligado por um domínio secundário de RNA-Ligado em do-
mínios de terminais-C.
Podem ser formados complexos de Anti-terminação que inibem a ação do Rho.
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Uma cascada de fatores sigma é criada quando um fator é necessário para transcrever o
gene que codifica o próximo fator sigma. Os primeiros genes do fago SPO1 são transcritos pela
RNA Polimerase.
Um dos primeiros genes codifica o fator sigma que faz com que a RNA Polimerase trans-
creva os genes do meio. Dois dos genes do meio codificam subunidades de um fator sigma que
fazem com que a RNA Polimerase transcreva os últimos genes.
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Introdução
A cromatina necessita de ser aberta antes que a RNA Polimerase se ligue ao promotor.
A iniciação da transcrição num modelo de cromatina que já foi aberto, necessita que a
enzima RNA Polimerase se ligue ao promotor e que os fatores de transcrição se liguem a intensi-
ficadores/melhoradores (enhancers).
Diversos fatores de transcrição atuam ao reconhecerem zonas de ação-cis no DNA. Po-
dem também reconhecer outro fator, reconhecer a RNA Polimerase ou serem incorporados no
complexo de iniciação na presença de outras proteínas.
Uma diferença significativa entre a transcrição nos eucariotas e nos procariotas é que, nas
bactérias, a transcrição dá-se num modelo de DNA, enquanto que nos eucariotas toma lugar na
cromatina.
A cromatina muda tudo e deve ser tomada em conta em todos os passos. Esta deve estar
numa estrutura aberta e, mesmo estando aberta, os octâmeros nucleossómicos devem ser movidos
ou removidos das sequências dos promotores antes que os fatores de transcrição ou a RNA Poli-
merase se liguem.
Uma segunda grande diferença é que a RNA Polimerase bacteriana, junto com o fator
sigma, conseguem ler uma sequência de DNA para encontrar e se ligar ao promotor. Já a RNA
Polimerase eucariota não consegue ler DNA. A iniciação em promotores eucarióticos envolve
um vasto número de fatores que se devem ligar previamente a uma variedade de elementos de
ação-cis e a outros fatores já ligados ao DNA, antes que a RNA Polimerase se ligue – estes fatores
chamam-se de fatores de transcrição basal.
A RNA Polimerase liga-se, então, a este complexo de fator de transcrição basal – DNA.
Esta região de ligação é definida como núcleo do promotor, região esta que contém todas
as zonas necessárias à ligação da RNA Polimerase para esta se ligar e funcionar.
A própria RNA Polimerase liga-se à volta do start point da transcrição, mas não contacta
diretamente com a região a montante do promotor.
Ao contrário das bactérias que têm uma única RNA Polimerase que transcreve as três
classes principais de genes, a transcrição em células eucarióticas é dividida em três classes, sendo
cada classe transcrita por uma RNA Polimerase diferente.
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Rocha. H
Biologia Molecular – Resumos
Os fatores de transcrição basais são precisos para a iniciação, mas muitos não são neces-
sários posteriormente. Para as três RNA Polimerases eucarióticas, os fatores de transcrição são
responsáveis pelo reconhecimento da sequência promotora, em vez da própria RNA Polimerase.
Para todas as RNA Polimerases eucarióticas, os fatores de transcrição basal criam uma
estrutura no promotor para fornecer o alvo que é reconhecido pela RNA Polimerase.
Para as RNA Polimerases I e III, estes fatores são relativamente simples, mas para a
RNA Polimerase II eles formam um grupo considerável.
Os fator basais juntam-se à RNA Polimerase II para formar um complexo que envolve o
start point e eles determinam a zona de iniciação. Os fatores basais, junto com a RNA Polimerase,
constituem o Aparelho de Transcrição Basal.
Os promotores da RNA Polimerase I e II encontram-se (maior parte) a montante do start
point, mas um vasto número de promotores para a RNA Polimerase III, encontram-se a jusante
(junto da unidade de transcrição) do start point. Cada promotor contém conjuntos característicos
de pequenas consequências conservadas que são reconhecidas pela classe apropriada de fatores
de transcrição basais.
As RNA Polimerases I e III cada uma reconhece um conjunto restrito de promotores e
assim baseiam-se num menor número de fatores acessórios.
Os promotores utilizados pela RNA Polimerase II mostram uma maior variação na se-
quência e têm uma organização modular. Todos os promotores da RNA Polimerase II têm ele-
mentos de sequência perto do start point da transcrição que estão ligados pelo aparelho basal e
pela polimerase para estabelecer a zona de iniciação.
Outras sequências mais a montante ou mais a jusante, chamadas de sequências de me-
lhoramento, determinam se um promotor é expresso e, se for expresso, determinam se tal ocorre
em todos os tipos de células ou num tipo de célula específico.
As sequências de melhoramento são um segundo tipo de zona envolvida na transcrição e
é identificada por sequências que estimulam a iniciação. Os elementos de melhoramento são mui-
tas vezes alvos para regulação temporal.
Algumas sequências de melhoramento ligam fatores de transcrição que funcionam por
interações de curto alcance e que estão localizados perto do promotor, enquanto outros podem ser
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Rocha. H
Biologia Molecular – Resumos
Uma zona reguladora que liga mais reguladores negativos do que positivos para controlar
a transcrição chama-se silencer (silenciador). Tal como pode ser visto na figura, promotores e
enhancers são sequências que ligam uma variedade de proteínas que controlam a transcrição.
Os Enhancers, tal como os promotores, podem também ligar a RNA Polimerase e iniciar
a transcrição de um RNA, denominado enhancer RNA (eRNA). Estes eRNAs podem promover
interações entre o enhancer e o promotor por looping de DNA, muitas vezes por intermediários
chamados coativadores.
Os componentes de um enhancer ou de um silencer assemelham-se aos de um promotor
na medida em que consistem de uma variedade de elementos modulares que podem ligar regula-
dores positivos ou reguladores negativos num conjunto bem organizado.
Por outro lado, os enhancers (melhoradores) não necessitam de estar perto do promotor.
Eles podem estar a montante, dentro do gene ou para além do fim do gene e a sua orientação,
relativamente ao gene, não interessa.
Os promotores que são constitutivamente expressos e necessários em todas as células (por
vezes os seus genes são chamados de genes domésticos) têm sequências de elementos a montante
que são reconhecidas por ativadores omnipresentes.
Nenhuma combinação fator/elemento é um componente essencial do promotor, o que su-
gere que a iniciação pela RNA Polimerase II possa ser regulada de várias formas.
Os promotores que são expressos apenas em certos períodos ou locais têm elementos
sequenciais que necessitam de ativadores que apenas estão disponíveis nesses locais ou períodos.
Devido à cromatina ser, em geral, um regulador negativo, a transcrição eucariótica está
muitas vezes sobre regulação positiva. Um fator de transcrição é fornecido sob controlo específico
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Rocha. H
Biologia Molecular – Resumos
dos tecidos para ativar um promotor ou um conjunto de promotores que contêm uma sequência
alvo comum. Este é um processo em várias etapas:
1. Abrir a cromatina e ligação dos fatores de transcrição basal;
2. Ligação da RNA Polimerase.
Uma unidade de transcrição eucariótica, geralmente, contém um único gene e a termina-
ção ocorre para além do fim da região codificante. A terminação carece da importância regulatória
que se aplica em sistemas procarióticos.
A RNA Polimerase I e III terminam em sequências discretas em reações definidas,
mas o modo de terminação da RNA Polimerase II ainda não é clarificado.
Contudo, o acontecimento importante em criar a extremidade 3’ de um mRNA não é o
evento de terminação em si, mas sim a reação de clivagem no transcrito primário.
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Biologia Molecular – Resumos
Todas as RNA Polimerases eucarióticas têm cerca de 12 subunidades e cerca de 500 kDa.
Algumas subunidades são comuns às três RNA Polimerases.
A maior subunidade na RNA Polimerase II tem um domínio carboxi-terminal (CTD)
que consiste em múltiplas repetições de uma sequência heptamérica.
As três RNA Polimerases eucarióticas têm diferentes localizações no núcleo, o que cor-
responde aos diferentes genes que elas transcrevem.
Na figura seguinte, pode-se observar a constituição geral de uma RNA Polimerase II eu-
cariótica.
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Biologia Molecular – Resumos
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Biologia Molecular – Resumos
A RNA Polimerase I existe como uma holoenzima que contém fatores adicionais neces-
sários para a iniciação e é recrutada pelos fatores de transcrição diretamente, como um complexo
gigante, para o promotor.
A eficiência do núcleo do promotor é bastante aumentada pelo upstream promoter ele-
mento, UPE. Esta RNA Polimerase necessita de dois fatores de transcrição auxiliares para reco-
nhecer a sequência do promotor.
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Biologia Molecular – Resumos
O fator que se liga ao núcleo do promotor é o SL1, que consiste em 4 subunidades pro-
teicas. Dois dos componentes do SL1 são a TATA-binding protein (TBP), um fator que também
é necessário para a iniciação pelas outras duas RNA Polimerases, e um segundo componente que
é homólogo ao fator TFIIB da RNA Polimerase II.
Basicamente, SL1 permite que a RNA Polimerase I seja iniciada a partir do promotor a
uma frequência basal baixa.
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Biologia Molecular – Resumos
Os promotores desta RNA Polimerase podem-se dividir em três classes gerais que são
reconhecidos de maneiras diferentes por diferentes grupos ou fatores.
Os promotores das classes I e II, 5S e genes tRNA são internos e encontram-se a jusante
do start point. Os promotores para genes de snRNA de classe III encontram-se a montante do start
point.
Tanto nos promotores internos como nos externos, os elementos individuais necessários
para a função do promotor consistem, exclusivamente, de sequências reconhecidas por fatores de
transcrição, que, por sua vez, direcionam a ligação da RNA Polimerase.
A estrutura dos três tipos de promotores da RNA Polimerase III encontra-se sumarizada
na figura seguinte.
Dois dos tipos de promotores são promotores internos e, cada um, contém uma estrutura
bipartida, onde duas sequências de consenso estão separadas por uma sequência variável.
As interações detalhadas são diferentes nos dois tipos de promotores internos, mas o prin-
cípio é o mesmo.
O TFIIIC liga-se a jusante do start point, quer seja independentemente (apenas nos pro-
motores de tipo 2 de tRNA) ou em conjunção com TFIIIA (nos promotores de tipo 1 de 5S). A
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Biologia Molecular – Resumos
presença de TFIIIC permite que o fator de posicionamente TFIIIB se ligue ao start point e, deste
modo, a RNA Polimerase III é recrutada.
A figura seguinte sumariza as várias fases da reação num promotor interno de tipo 2 usado
para genes de tRNA. A distância entre a boxA e a boxB pode variar porque vários genes de tRNA
contêm um pequeno intrão. TFIIIC liga-se a ambos boxA e boxB, o que vai permitir que TFIIIB se
ligue ao start point. A partir deste ponto, a RNA Polimerase III pode-se ligar.
A diferença em promotores internos do tipo 1 é que TFIIIA se deve ligar à boxA para
permitir que TFIIIC se ligue à boxC. O TFIIIA é um fator de ligação específico da sequência 5S
que se liga ao promotor e ao RNA 5S como um chaperone e regulador génico.
A figura seguinte, mostra, então, que , uma vez que TFIIIC se tenha ligado, os eventos
decorrem o mesmo percurso que os promotores de tipo 2, com TFIIIB (que contém a TBP omni-
presente) a ligar-se ao start point e, posteriormente, a RNA Polimerase III a juntar-se ao com-
plexo.
Os promotores do tipo 1 são encontrados apenas em genes de 5S rRNA.
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Biologia Molecular – Resumos
Diz-se, assim, que TFIIIA e TFIIIC são fatores de montagem (assembly factors) cuja
função é assistir a ligação do fator de posicionamento TFIIIB na localização correta.
Uma vez que TFIIIB se tenha ligado, estes dois fatores podem ser removidos do promotor
sem afetar a reação de iniciação.
No entanto, TFIIIB mantém-se ligado nos arredores do start point e a sua presença é o
suficiente para permitir que a RNA Polimerase III identifique e se ligue ao start point.
Assim, TFIIIB é o único fator de iniciação verdadeiramente necessário pela RNA Polime-
rase III.
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Biologia Molecular – Resumos
O start point não tem uma extensa homologia de sequência, mas existe uma tendência
para a primeira base do mRNA ser uma adenina, flanqueado de ambos os lados por pirimidinas.
Esta região é chamada de iniciador (Inr) e pode ser descrita na forma geral de Py2CAPy5 onde
Py significa qualquer pirimidina. O iniciador está contido entre as posições -3 e +5.
Muitos promotores têm uma sequência denominada TATA box, normalmente localizada
aproximadamente a 25 bp a montante do start point em eucariotas avançados. Os promotores que
não contêm o elemento TATA são chamados de TATA-less promoters. Cerca de mais de 50%
dos promotores não são TATA-Less. Quando um promotor não contém a TATA box, normal-
mente contém outro elemento, o elemento promotor a jusante (DPE) que está localizado de +28
a +32, dentro da unidade de transcrição.
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Biologia Molecular – Resumos
Cada classe de RNA Polimerase é assistida por um fator de posicionamento que contém
TBP associado com outros componentes.
É de recordar que TBP significa TATA-binding protein, que foi assim denominada por
ser uma proteína que se ligava à TATA box nos genes da RNA Polimerase II.
Mais tarde foi descoberto que também fazia parte do fator de posicionamento SL1 para a
RNA Polimerase I e do TFIIIB para a RNA Polimerase III. Para estas duas últimas polimerases,
TBP não reconhece a sequência da TATA box (à exceção dos promotores do tipo 3 da polimerase
III), sendo o nome enganador.
Para além disso, muitos promotores de RNA Polimerase II carecem de TATA boxes, mas
ainda necessitam da presença de TBP.
Para a RNA Polimerase II, o fator de posicionamento é TFIID, que consiste em TBP
associada com 14 subunidades denominadas TAFs (fatores associados a TBP).
A figura seguinte mostra que o fator de posicionamento reconhece o promotor de uma
maneira diferente em cada caso. Nos promotor para a RNA Polimerase III, TFIIIB liga-se adja-
cente a TFIIIC.
Nos promotores para a RNA Polimerase I, SL1 liga-se em conjunção com UBF.
Já TFIID é unicamente responsável pelo reconhecimento dos promotores da RNA Poli-
merase II. Para um promotor que contém um elemento TATA, TBP liga-se especificamente à
TATA box, mas nos promotores que não contém este elemento, os TAFs têm a função de reco-
nhecer outros elementos do promotor como o iniciador e o DPE.
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Biologia Molecular – Resumos
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Biologia Molecular – Resumos
O processo de iniciação necessita que os fatores de transcrição basal atuem numa ordem
definida para construir um complexo ao qual se juntará a RNA Polimerase. A série de eventos
que ocorre está sumarizada na figura seguinte.
É importante relembrar que os promotores da RNA Polimerase II são estruturalmente
bastante diversos. Uma vez que a polimerase se liga, a sua atividade é, então, controlada pelos
fatores de transcrição que reforçam a ligação.
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Biologia Molecular – Resumos
• TFIIB, TFIIE e TFIIH são necessários para desnaturar DNA, permitindo o movimento da
polimerase.
• A fosforilação do Domínio carboxi-terminal (CTD) é necessária para que a libertação do
promotor e elongação comecem.
• Uma posterior fosforilação do CTD é necessária em alguns promotores para evitar pausas
e iniciações abortivas.
• Os octâmeros de histonas devem ser temporariamente modificados durante o movimento
da RNA Polimerase.
• O CTD coordena o processamento do RNA com a transcrição.
• Os genes transcritos são preferencialmente reparados quando ocorrem danos no DNA.
• TFIIH fornece a ligação para um complexo de reparação de enzimas.
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Introdução
Todos os RNAs estudados são transcritos dos seus genes respetivos e necessitam de pos-
terior processamento para se tornarem maduros e funcionais.
A discrepância entre a organização interrompida do gene e a organização ininterrupta do
mRNA necessita do processamento do produto de transcrição primário.
O Transcrito primário tem a mesma organização que o gene e, por isso, chama-se pré-
mRNA.
A remoção dos intrões é o papel principal do processamento dos RNAs em todos os eu-
cariotas. O processo pelo qual os intrões são removidos é denominado de RNA splicing.
O processo de splicing ocorre no núcleo, junto das outras modificações que são feitas aos
novos RNAs sintetizados.
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Biologia Molecular – Resumos
• Os Splice Sites são sequências que rodeiam imediatamente as fronteiras exão-intrão. Eles
são nomeados de acordo com as posições relativas ao intrão.
• O 5’Splice Site na extremidade 5’ (esquerda) do intrão, inclui a sequência de consenso
GU.
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Biologia Molecular – Resumos
Desta forma, os exões podem-se classificar como constitutivos, se forem sempre incluí-
dos no mRNA, ou como alternativos, caso não sejam sempre incluídos no mRNA.
Mas, como é que os intrões ou os conjuntos intrão/exão/intrão (Splicing Alternativo) são
excisados do pré-mRNA?
Primeiramente, os elementos acabados de referir devem ser reconhecidos como elemen-
tos a serem excisados, enquanto que os exões devem ser mantidos no mRNA. Para além disso,
a remoção de um segmento do pré-mRNA e a junção dos exões tem de ocorrer.
1. As sequências de nucleótidos dos Splicing Sites e o Branchpoint/ Ponto de ancoragem
(dentro do intrão) são importante para as reações químicas que devem ocorrer – transes-
terificação.
2. A catálise das reações requer o spliceossoma (um enorme complexo de RNA-proteínas
que promove a dobragem no splicing e a reação de remoção)
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Biologia Molecular – Resumos
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Terminação e Poliadenilação
A terminação da transcrição, na maioria dos genes, ocorre em várias posições e não numa
única zona e nenhuma sequência consenso de terminação foi identificada.
A maioria das extremidades 3’ dos mRNAs são produzidas pela clivagem do pré-mRNA
entre AAUAAA conservado e elementos de sequência ricos em G/U.
As regiões são reconhecidas pelos fatores específicos de clivagem e poliadenilação
(CPSF) e pelo fator estimulante da clivagem (CstF), respetivamente.
1. Os Fatores de Clivagem reconhecem e ligam-se ao PAS (Poli(A) Site) e às sequências
ricas em GU;
2. A interação dos dois fatores de clivagem desencadeia a clivagem do pré-mRNA pela
subunidade com atividade de endonuclease do CPSF.
3. O CPSF aumenta a afinidade de uma poliadenilato polimerase (PAP) ao RNA, que
adiciona várias adenosinas à extremidade 3’ do pré-mRNA.
4. As Poli(A)-binding proteins (PABP) ligam-se às oligoadenosinas e aumentam a proces-
sividade da PAP, que irá adicionar uma cauda de 100-250 adenosinas.
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Biologia Molecular – Resumos
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Biologia Molecular – Resumos
Trans-Splicing
Como sugerido pelo nome, envolve o splicing de duas moléculas de pré-mRNA diferentes
e é frequentemente encontrado em tripanossomas.
Na maioria dos pré-mRNAs, os exões são unidos apenas dentro de um pré-mRNA indi-
vidual. No entanto, em casos raros, um exão de um pré-mRNA pode unir-se a um exão de outro
pré-mRNA num processo denominado trans-splicing.
É o processo molecular através do qual algumas células conseguem fazer alterações dis-
cretas a sequências específicas de nucleótidos contidas no RNA após a transcrição.
Para além disso, é um processo mediado por proteínas, principalmente deaminases, que
atuam nos tRNAs, mRNAs e em pequenos RNAs.
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Biologia Molecular – Resumos
Maturação do pré-mRNA
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Agora, nos eucariotas, os pré-rRNAs são transcritos por diferentes RNA polimerases.
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Nos processos de modificação química, os snoRNAs dos complexos snoRNP têm regiões
que são complementares às regiões de pré-rRNA. Eles fazem par com essas regiões e controlam
a atividade da modificação das enzimas incluídas no complexo snoRNP.
Com isto, sabe-se que os rRNAs maduros (transcritos pela Polimerase I), mais o rRNA
5S (transcrito pela Polimerase III), junto das proteínas S e L (produto da RNA Polimerase II)
formam o ribossoma.
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Biologia Molecular – Resumos
Nos tRNAs, A-to-I é uma modificação comum encontrada no loop do anticodão, isto é,
se um nucleótido do anticodão for adenosina, este é editado para inosina que consegue estabilizar
a ligação com mais nucleótidos de uracilo.
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Não é surpresa que a via depende de desadenilação seja a mais comum visto que a cauda
Poli(A) e as suas proteínas (PABPs) previnem a degradação do mRNA em certa medida, mas as
caudas de Poli(A) são encurtadas gradualmente pela ação de pol(A)nucleases, também conhecidas
como desadenilases (deA). Deste modo, a remoção da cauda poli(A) pode desencadear duas vias
de degradação do mRNA.
1. Remoção da cauda poli(A) por desadenilação – Após a primeira ronda de tra-
dução, o CBC nuclear é substituído por eIF4F. Também, durante a tradução,
existe uma interação física entre as PABPs e o complexo eIF4F. A libertação de
PABP desestabiliza a interação entre o cap e eIF4F.
2. Ligação das proteínas ativadoras que removem o cap da extremidade 3’.
3. Ativação do complexo decapping.
4. Degradação por uma exonuclease 5’-3’.
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Biologia Molecular – Resumos
Algumas sequências específicas contidas num mRNA (elementos cis) são conhecidas por
afetarem a sua estabilidade. Os mRNAs maduros retêm múltiplas zonas de ligação (elementos cis)
para diferentes proteínas reguladoras ou para miRNA/siRNAs, principalmente, nas regiões não
codificantes das extremidades 5’ ou 3’, mas principalmente nas UTRs 3’.
Os elementos estabilizadores (SE) e os elementos desestabilizadores (DE) são os mais
estudados dentro dos elementos cis aos quais as proteínas reguladoras se ligam.
A ligação dessas proteínas aos DEs recrutam a maquinaria para degradação, aumentando
a extensão do processo. Já a ligação aos SEs protege o mRNA da desadenilação e inibe a função
dos DEs, prevenindo a degradação do mRNA.
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Tradução – Teóricas 12 e 13
Introdução à Tradução
Um RNA mensageiro transcrito (mRNA) carrega uma série de codões que interagem com
os anticodões dos tRNAs-aminoacil, para que a série de aminoácidos correspondente seja incor-
porada numa cadeia polipeptídica.
O ribossoma fornece o ambiente para controlar a interação entre o mRNA e o aminoacil-
tRNA. O ribossoma comporta-se como uma pequena fábrica migratória que se move ao longo da
cadeia de mRNA, envolvendo-se em ciclos rápidos de síntese de ligações peptídicas para construir
um polipeptídico.
Os aminoacil-tRNAs penetram no ribossoma a um ritmo incrivelmente rápido para depo-
sitar aminoácidos e as proteínas do fator de elongação associam-se e desassociam-se ciclica-
mente do ribossoma.
Junto com os seus fatores acessórios, a estrutura ribossomal fornece toda a gama de ati-
vidades necessárias para todos os passos da tradução.
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O ribossoma consiste em duas subunidades (maior e menor) que têm papeis específi-
cos na tradução.
Cada subunidade ribossomal contém um rRNA principal e um número de pequenas
proteínas.
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“esqueleto” de cada subunidade – uma sequência contínua cuja presença domina a estrutura e
determina a posição das proteínas ribossomais.
Os ribossomas no citoplasma dos eucariotas são maiores do que os dos procariotas. O
conteúdo total tanto de RNA como de proteínas é maior, as moléculas de RNA principais são
maiores (chamadas 18S e 28S rRNAs) e existem mais proteínas.
Porém, o RNA continua a ser o componente predominante em massa.
Os ribossomas das mitocôndrias e cloroplastos eucarióticos são distintos do ribossomas
do citoplasma e podem ter várias formas. Em alguns casos, eles são praticamente do tamanho dos
ribossomas dos procariotas e têm cerca de 70% de RNA. Noutro casos, só são compostos por
60S rRNA e têm menos de 30% de RNA na sua composição.
O ribossoma possui diversos centros ativos, cada um construído a partir de um grupo de
proteínas associadas com uma região do rRNA. Os centros ativos necessitam da participação di-
reta do rRNA num papel estrutural ou mesmo catalítico (onde o RNA funciona como uma ribo-
zima) com proteínas suportando estas funções em papeis secundários.
Algumas funções catalíticas necessitam de proteínas individuais, mas nenhuma das ativi-
dades pode ser reproduzida por proteínas isoladas ou grupos de proteínas. Estas apenas funcio-
nam no contexto do ribossoma.
Então, duas abordagens experimentais podem ser tomadas na análise das funções dos
componentes estruturais do ribossoma:
• Os Efeitos das Mutações nos genes para proteínas ribossomais particulares ou em posições
específicas do genes de rRNA iluminam na participação destas moléculas em reações parti-
culares.
• A análise estrutural, incluindo modificação direta dos componentes do ribossoma e compa-
rações para identificar características conservadas no rRNA, identificam os locais físicos dos
componentes envolvidos em funções particulares.
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Para um ribossoma formar uma ligação peptídica, deve ser quando o peptidil-tRNA se
encontra na zona P e o aminoacil-tRNA se encontra na zona A. A formação da ligação peptídica
ocorre quando o polipéptido carregado pelo peptidil-tRNA é transferido para o aminoácido
carregado pelo aminoacil-tRNA.
Este passo necessita o correto posicionamento dos terminais aminoacil dos dois tRNAs
na subunidade maior. Esta reação é catalisada pela subunidade maior do ribossoma.
A transferência do polipeptídeo cria o ribossoma representado na figura a seguir pelo
passo 2, no qual o tRNA desacetilado, com falta de aminoácidos, se encontra na Zona P e um
novo peptidil-tRNA se encontra na Zona A.
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Biologia Molecular – Resumos
O tRNA desacetilado sai do ribossoma através de outra zona ligante de tRNA, a Zona E
(E Site). Esta zona é ocupada, de forma transitória, pelo tRNA que se encontra no caminho entre
sair da Zona P e ser libertado do ribossoma para o citoplasma.
Assim, o caminho do tRNA através do ribossoma é para a Zona A, seguido para a
Zona P e, finalmente, através da Zona E.
A figura seguinte compara o movimento do tRNA e do mRNA, que pode ser considerado
uma espécie de chave catraca onde a reação é impulsionada pela interação codão-anticodão.
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Biologia Molecular – Resumos
1. Iniciação:
a. Envolve reações que precedem a formação da ligação peptídica entre os dois pri-
meiros aminoácidos do polipéptido.
b. Necessita que o ribossoma se ligue ao mRNA, formando um complexo de inici-
ação que contém o primeiro aminoacil-tRNA.
c. É um passo relativamente lento na tradução e, normalmente, determina a taxa
com que um mRNA é traduzido.
d. A subunidade menor liga-se ao mRNA e só depois se une à subunidade maior.
2. Elongação:
a. Inclui todas as reações desde a formação da primeira ligação peptídica até à adi-
ção do último aminoácido.
b. Os aminoácidos são adicionados à cadeia um de cada vez.
c. A adição de um aminoácido é o passo mais rápido da tradução.
d. O mRNA move-se através do ribossoma e é traduzido em tripletos de nucleótidos
(embora seja geralmente referido que o ribossoma se move ao longo do mRNA,
é mais exato dizer que o mRNA é puxado através do ribossoma).
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Biologia Molecular – Resumos
3. Terminação:
a. Engloba todos os passos que são necessários para libertar a cadeia polipeptídica
completa.
b. Ao mesmo tempo, o ribossoma desassocia-se do mRNA.
c. O polipéptido é libertado, o mRNA é libertado e as subunidades individuais do
ribossoma separam-se e podem ser usadas de novo.
Os RNAs mensageiros podem ser traduzidos simultaneamente por diversos ribossomas
tanto em procariotas como em eucariotas.
Quando um ribossoma se tiver movido da zona de iniciação, outro ribossoma pode-se
ligar ao mRNA e começar a síntese de uma nova cadeia polipeptídica.
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Biologia Molecular – Resumos
A questão é que a enzima ou a ribozima devem ter algum mecanismo para discriminar os
substratos que são, estruturalmente, muito semelhantes.
A figura seguinte sumariza as taxas de erro nos passos que afetam a precisão da tradução.
É possível visualizar que erros na transcrição do mRNA são raros. A transcrição é uma fase muito
importante pois uma única molécula de mRNA pode ser traduzida em imensas cópias de polipép-
tidos.
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Biologia Molecular – Resumos
Embora a subunidade 30S esteja envolvida na iniciação, ela própria não é suficiente para
ligar o mRNA ao tRNA. Isto requer proteínas adicionais chamadas fatores de iniciação (IFs).
Estes fatores encontram-se apenas nas subunidades 30S e são libertados quando a subuni-
dade 30S se associa com a subunidade 50S para criar ribossomas 70S. Esta ação distingue fatores
de iniciação das proteínas estruturais do ribossoma.
Os fatores de iniciação estão apenas preocupados com a formação do complexo de inici-
ação, estão ausentes nos ribossomas 70S e não desempenham qualquer papel nas fases de alon-
gamento.
A figura seguinte sumariza as fases da iniciação.
Os procariotas utilizam três fatores de iniciação, numerados IF-1, IF-2 e IF-3. Eles são
necessários tanto para o mRNA como para o tRNA entrarem no complexo de iniciação.
• IF-3 tem múltiplas funções:
É necessário para estabilizar (libertar) subunidades 30S e para inibir a ligação
prematura da subunidade 50S;
Permite que as subunidades 30S se liguem às zonas de iniciação no mRNA;
Como parte do complexo 30S-mRNA, verifica a precisão de reconhecimento
do primeiro aminoacil-tRNA.
• IF-2 liga um tRNA iniciador especial e controla a sua entrada no ribossoma.
• IF-3 liga-se às subunidades 30S como parte do complexo de iniciação completo.
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• Uma Zona de Iniciação no mRNA bacteriano consiste no codão de iniciação AUG pre-
cedido pelo hexâmero de polipurina de Shine-Dalgarno a aproximadamente 10 bases
a montante.
• O rRNA da subunidade 30S bacteriana ribossomal tem uma sequência complementar que
emparelha com a sequência de Shine-Dalgarno durante a iniciação.
O sinal para iniciar uma cadeia polipeptídica é um codão de iniciação especial que marca
o início do reading frame (janela de leitura). Normalmente o codão de iniciação é o tripleto AUG
(metionina), mas em bactérias GUG (valina) ou UUG (leucina) também podem ser utilizados.
Um mRNA pode conter vários tripletos AUG, então como é reconhecido o codão de
iniciação correto como o starting point da tradução?
As zonas no mRNA onde a tradução é iniciada podem ser identificadas pela ligação do
ribossoma ao mRNA sob condições que bloqueiam a elongação, para que o ribossoma permanece
na zona de iniciação.
Quando a ribonuclease é adicionada ao complexo de iniciação bloqueado, todas as regiões
do mRNA fora do ribossoma são degradas, mas aquelas realmente ligadas a ele são protegidas,
tal como ilustrado na figura seguinte. Os fragmentos protegidos podem, então, ser recuperados e
caracterizados.
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O emparelhamento de bases não parece ocorrer entre mRNAs eucarióticos e o 18S rRNA.
Isto é uma diferença significativa entre procariotas e eucariotas no mecanismo de iniciação.
Nas bactérias, a subunidade 30S liga-se diretamente ao ribosome-binding site. Como re-
sultado, o complexo de iniciação forma-se numa sequência que rodeia o codão de iniciação AUG.
Quando o mRNA é policistrónico (codifica duas ou mais proteínas), cada região codificante co-
meça com um ribosome-binding site.
A natureza da expressão génica bacteriana significa que a tradução de um mRNA poli-
cistrónico bacteriano prossiga sequencialmente atraHHvés de cada um dos seus cistrões (regiões
codificantes). No momento em que os ribossomas se ligam à primeira região codificante, as re-
giões codificantes seguintes ainda não foram transcritas. Por essa altura, o segundo ribosome-
binding site está disponível, a tradução através do primeiro cistrão está bem encaminhada.
O que acontece entre as regiões codificantes varia entre mRNAs policistrónicos indivi-
duais. Na maioria dos casos, os ribossomas provavelmente ligam-se independentemente no início
de cada cistrão. A série de eventos mais comuns encontra-se ilustrada na figura seguinte.
Quando a síntese do primeiro polipeptídeo termina, o ribossoma deixa o mRNA e desas-
sociam-se em subunidades. Depois, um novo ribossoma deve formar-se na próxima região co-
dificante e começar a tradução do próximo cistrão.
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Assim, este tRNA é usado apenas para a iniciação. O tipo de tRNA responsável por reco-
nhecer apena codões AUG, a seguir ao codão de iniciação, ou seja, durante a elongação, é o
tRNAmMet. A sua metionina não pode ser formilada.
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O fator de iniciação IF-2 liga o fMet-tRNAf iniciador e permite-o entrar na zona P parcial
na subunidade 30S.
Na tradução bacteriana, o significado dos codões AUG e GUG dependem do seu contexto.
Quando o codão AUG é utilizado para a iniciação, uma formil-metionina começa o polipeptídeo,
mas quando é usado na região codificante, apenas uma metionina normal é adicionada ao po-
lipeptídeo.
A figura seguinte demonstra o papel decisivo do ribossoma quando atua em conjunto com
os fatores acessórios.
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as subunidades 30S bacteriana e 40S eucariótica encontram as suas zonas de ligação (binding
sites) para iniciar a tradução do mRNA.
Nos eucariotas, as subunidades menores primeiro reconhecem o 5’cap no final do mRNA
e depois, movem-se para a zona de iniciação, onde são unidos pelas subunidades maiores. (Nos
procariotas, as subunidades menores ligam-se diretamente à zona de iniciação).
A figura seguinte ilustra o modelo de “scanning” que contém a subunidade 40S a reco-
nhecer inicialmente o 5’cap e, de seguida, a migrar ao longo do mRNA. A análise a partir da
extremidade 5’ é um processo linear. Quando as subunidades 40S analisam a região principal,
elas podem desnaturam estruturas secundárias de ganchos (hairpins) com estabilidade menor que
-30 kcal, mas ganchos com maior estabilidade impede ou previnem a migração.
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O que acontece, quando existe um tripleto AUG na região 5’ não traduzida (UTR)?
Dois mecanismos de fuga são possíveis para um ribossoma que começa a analisar na
extremidade 5’.
O mais comum é que a análise tem fugas, isto é, o ribossoma pode continuar após um
AUG não iniciador porque não está no contexto correto.
No caso mais raro em que reconhece AUG, pode iniciar a tradução, mas terminá-la antes
do codão de iniciação adequado, retomando o scanning.
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▪ eIF2, junto com o Met-tRNA, eIF3, eIF1 e eIF1A ligam-se à subunidade 40S ribos-
somal para formar o complexo de pré-iniciação 43S.
▪ eIF4A, eIF4B, eIF4E e eIF4G ligam-se à extremidade 5’ do mRNA para formar o
Cap-binding Complex (CBC).
▪ Este complexo associa-se com a extremidade 3’ do mRNA através de eIF4G, que
interage com a PABP (Poli(A) binding protein).
▪ O complexo 43S liga os fatores de iniciação na extremidade 5’ do mRNA e analisa à
procura do codão de iniciação. Pode ser isolado como complexo de iniciação 48S.
EF-Tu é uma proteína G monomérica cuja forma ativa (isto é, ligada a GTP) se liga a
aminoacil-tRNA.
O complexo EF-Tu-GTP-aminoacil-tRNA liga-se à Zona A do ribossoma.
A figura seguinte retrata o papel do EF-Tu em levar o aminoacil-tRNA para a Zona A.
EF-Tu é uma proteína monomérica ligante a GTP que fica ativa quando se liga a GTP e inativa
quando se liga a GDP.
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▪ A translocação ribossomal
move o tRNA através do ribos-
soma por três nucleótidos.
▪ A translocação move o tRNA
desacetilado para a Zona E e o pep-
tidil-tRNA para a Zona P, dei-
xando livre a Zona A.
▪ O modelo de estado híbrido diz
que a translocação ocorre em dois
passos, no qual a subunidade 50S
se move relativamente à 30S e, de-
pois, a 30S, junto do mRNA,
move-se para restaurar a confor-
mação original.
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Os codões UAA, UAG e UGA terminam a tradução. Nas bactérias, eles são utilizados
mais comummente com frequências relativas de UAA > UGA > UAG.
O 16S rRNA tem um papel ativo nas funções da subunidade 30S. Ele interage direta-
mente com mRNA, com a subunidade 50S e com os anticodões dos tRNAs nas Zonas P e A.
Já a atividade de peptidil transferase reside exclusivamente no 23S rRNA.
▪ A tradução pode ser regulada pela UTR (5’ untraslated region) do mRNA.
▪ A tradução pode ser regulada pela abundância de vários tRNAs.
▪ Uma proteína repressora pode regular a tradução ao prevenir o ribossoma de se
ligar a um codão de iniciação.
▪ A acessibilidade de codões de iniciação num mRNA policistrónico pode ser contro-
lada por mudanças na estrutura do mRNA que ocorrem como resultado da tradução.
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