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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 6

2 FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL .................................... 7

3 PSICOFARMACOLOGIA ............................................................................ 8

4 HISTÓRICO DA PSICOFARMACOLOGIA ............................................... 10

4.1 Classificação dos psicofármacos ....................................................... 11

4.2 Cebrid ................................................................................................. 12

5 FARMACODINÂMICA............................................................................... 13

6 FARMACOCINÉTICA ............................................................................... 14

6.1 Principais vias de administração ........................................................ 15

6.2 Distribuição ......................................................................................... 16

6.3 Metabolização .................................................................................... 17

6.4 Excreção ............................................................................................ 18

6.5 Interação entre drogas ....................................................................... 18

6.6 Tipos de antagonismo ........................................................................ 19

7 A NEUROPSICOFARMACOLOGIA .......................................................... 20

8 NEUROTRANSMISSORES ...................................................................... 23

8.1 Serotonina (5ht).................................................................................. 25

8.2 Noradrenalina (NA) ............................................................................ 26

8.3 Dopamina (DA) ................................................................................... 27

8.4 Acetilcolina (ACh) ............................................................................... 27

8.5 Glutamato ........................................................................................... 29

8.6 Gaba................................................................................................... 30

8.7 Receptores de neurotransmissores .................................................... 31

9 AGONISTAS E ANTAGONISTAS COLINÉRGICOS ................................ 32

9.1 Agonistas e antagonistas colinérgicos naturais .................................. 33

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10 CATECOLAMINAS ................................................................................ 34

10.1 Catabolismo da catecolamina ......................................................... 35

10.2 Neurotransmissores x neuromoduladores....................................... 35

10.3 Identificação dos neurotransmissores ............................................. 36

10.4 Regulação neural ............................................................................ 37

10.5 Etapas da neurotransmissão........................................................... 37

11 PEPTÍDEO ............................................................................................ 38

11.1 Função biológica ............................................................................. 39

11.2 Efeitos dos fármacos ....................................................................... 40

11.3 Fase de absorção ........................................................................... 42

11.4 Processo de biotransformação........................................................ 42

12 FATORES ENVOLVIDOS NA ABSORÇÃO .......................................... 43

12.1 Ligados ao fármaco ......................................................................... 43

12.2 Ligados ao organismo ..................................................................... 43

12.3 Fase de distribuição ........................................................................ 44

12.4 Fase de eliminação/excreção.......................................................... 44

12.5 Psicoestimulantes ........................................................................... 44

13 TIPOS DE FORMULAÇÃO DOS PSICOESTIMULANTES - DURAÇÃO


DO EFEITO 47

13.1 Ritalina ............................................................................................ 47

13.2 Anfetamina ...................................................................................... 48

13.3 Dextroanfetamina ............................................................................ 49

13.4 Metanfetamina ................................................................................ 50

13.5 Piracetam ........................................................................................ 51

13.6 Reguladores ou estabilizadores de humor ...................................... 52

13.7 Depressores .................................................................................... 53

13.8 Hipnóticos ....................................................................................... 55

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13.9 Antidepressivos ............................................................................... 61

13.10 Mecanismo fisiopatológico da depressão: a hipótese amina .......... 62

13.11 Inibidores da monoaminoxidase (MAO) .......................................... 64

13.12 Antidepressivos tricíclicos (ADT) e afins ......................................... 64

13.13 Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ssri) .................. 65

13.14 Inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina


(snri) 66

13.15 Inibidores da recaptação neuronial da dopamina ........................... 66

13.16 Terapêuticas de combinação .......................................................... 66

13.17 Antidepressivos tricíclicos (adt) e inibidores da mao ...................... 67

13.18 Ssri’s e antidepressivos tricíclicos (ADT) ........................................ 67

13.19 SSRI’S e bupropiom ....................................................................... 68

13.20 Ssri’s/ snri’s e mirtazapina .............................................................. 68

13.21 O papel do farmacêutico ................................................................. 68

14 FARMACODEPENDÊNCIA ................................................................... 70

14.1 Sinais do vício em medicamentos ................................................... 71

14.2 Fatores relacionados ....................................................................... 71

14.3 Variáveis que influenciam ............................................................... 71

14.4 Indivíduo.......................................................................................... 72

14.5 Ambiente ......................................................................................... 72

14.6 Diagnóstico de dependência ........................................................... 72

14.7 Como ocorre o tratamento .............................................................. 73

15 SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA............................................................. 74

15.1 Conceito .......................................................................................... 74

15.2 Caso clínico..................................................................................... 76

15.3 Quadro provável .............................................................................. 76

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16 O CID - CLASSIFICAÇÃO ESTATÍSTICA INTERNACIONAL DE
DOENÇAS 76

16.1 A nova CID ...................................................................................... 79

17 PSICOTERAPIA .................................................................................... 80

17.1 Terapia ocupacional: interferência dos psicofármacos no tratamento


81

18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 83

19 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 88

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
A Rede Futura de Ensino, esclarece que o material virtual é semelhante ao da
sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta
, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse
aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta.
No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão
ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!

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2 FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

O tecido nervoso é dividido em sistema nervoso central (SNC) e sistema


nervoso periférico (SNP). O sistema nervoso periférico é dividido em gânglios, nervos
e receptores. Esse sistema é capaz de conduzir os estímulos do sistema nervoso
central até os órgãos. O sistema nervoso central é o sistema que sente, pensa e, em
geral, controla nosso organismo.
Ele é dividido em medula espinhal e encéfalo, que por sua vez é composto por
três partes: cérebro, cerebelo e tronco encefálico, enquanto o tronco também possui
três subdivisões: mesencéfalo, ponte e bulbo.
O sistema nervoso central desempenha três principais funções:
 Função sensorial;
 Função integrativa (pensamento e memória);
 Função motora.
A unidade funcional desse sistema é o neurônio, que pode ser aferente ou
sensitivo (conduz o impulso ao sistema nervoso central), eferente ou motor (conduz
as informações do sistema nervoso central aos músculos e glândulas).
Esses neurônios, quando não estão conduzindo estímulos, estão no que
chamamos de potencial de repouso. Isso significa que o interior da célula está
eletricamente negativo em relação ao meio extracelular, caracterizando uma diferença
no potencial nas faces das membranas; graças a esse potencial nas faces interna e
externa durante a condução do impulso nervoso é que temos o potencial de ação.
O neurônio é composto por corpo celular, axônio e dendritos. Corpo celular é a
principal parte do neurônio, a qual contém o núcleo, ribossomos, retículo
endoplasmático e a mitocôndria. Se o corpo celular morrer, o neurônio também morre.
Dendritos ou terminação nervosa são prolongamentos oriundos do corpo
celular, responsáveis por transmitir os impulsos nervosos (mensagem eletroquímica)
de outras células ao corpo celular.

O principal componente do sistema nervoso central é o neurônio, também


temos o dendrito que é a recepção de informação do neurônio e o que
transmite informações é o axônio ele transmite informações para todas as
outras células (Klein 2006 apud; Mendonça E,2008).

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Cada neurônio possui um axônio, que também recebe o nome de fibra nervosa.
Seu tamanho é variável e sua função é transmitir os impulsos nervosos do corpo
celular para a célula seguinte no cérebro. Dependendo do neurônio, esse axônio pode
ser coberto por uma fina camada denominada mielina, e sua função consiste em
acelerar a transmissão do impulso nervoso.
A comunicação entre um neurônio e outro ocorre por meio das sinapses, as
quais são responsáveis pela transmissão do impulso nervoso de um neurônio a outro;
nessa região ocorre a liberação das substâncias transmissoras (neurotransmissores)
que podem ser excitatórias ou inibitórias, responsáveis pela estimulação ou inibição
do outro neurônio.

Fonte: psiqweb.med.br

3 PSICOFARMACOLOGIA

A psicofarmacologia é um ramo de estudo da farmacologia e dos


psicofármacos, e de substâncias psicotrópicas, também conhecidas como agentes
psicotrópicos que atuam no sistema nervoso central e são definidos como agentes
que afetam o humor e o comportamento.
A palavra psicotrópica, amplamente utilizada quando nos referimos aos
psicofármacos, pode ser mais bem compreendida se dividirmos a palavra em duas
partes: psico e trópico. Psico, de origem grega, refere-se ao nosso psiquismo (o que
pensamos, sentimos); já a palavra trópico significa ter tropismo por algo, ou seja, ter

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atração por algo. Juntando os conhecimentos definimos drogas psicotrópicas como
aquelas que atuam no nosso cérebro e o alteram.
Essas drogas de ação central estão entre as primeiras descobertas pelos seres
humanos primitivos e ainda nos dias de hoje constituem um dos grupos
farmacológicos mais amplamente utilizados no mundo.
Seu grande valor clínico se deve a diferentes áreas de atuação para aliviar a
dor, suprimir movimentos desordenados, induzir o sono ou o despertar, reduzir a
vontade de comer, auxiliar no tratamento e na melhora da qualidade de vida de
pacientes portadores de doenças neurodegenerativas ou até mesmo de dependentes
químicos.
Além do uso terapêutico, essas substâncias são o maior grupo de substâncias
usadas por pessoas que se automedicam por motivos não terapêuticos, apenas para
benefício próprio. São exemplos a maconha, a cocaína e até mesmo o café. Muito
embora apresentem significados distintos, droga e fármaco são amplamente utilizados
como sinônimos na classe médica, e assim também serão usados por nós durante
esta revisão.
Droga: o termo tem sua origem na palavra droog, que significa folha seca, pois
antigamente a maioria dos medicamentos era feita à base de vegetais. Atualmente, o
termo pode ser definido como qualquer substância capaz de promover alterações
fisiológicas ou farmacológicas, ou ainda, modificação de quadros patológicos, com ou
sem a intenção de beneficiar o indivíduo. Exemplo: álcool.
Medicamento ou fármaco: droga de ação preventiva, paliativa ou curativa no
organismo doente. Exemplo: Diazepam.
Remédio: tudo o que provoca alívio de um sinal e/ou sintoma. Exemplo:
acupuntura.

A psicofarmacologia é o ramo da farmácia que trata de substâncias


conhecidas como psicotrópicas. As drogas psicotrópicas ou psicofármacos
atuam de forma seletiva no sistema nervoso central (SNC), sendo também
conhecidas como agentes psicoativos ou psicoterápicos. Desta forma,
incluem nesta classe os fármacos que deprimem ou estimulam seletivamente
as ações do SNC, que devido a tais propriedades, fizeram reduzir de forma
considerável o número de internações em hospitais psiquiátricos (korolkovas
a; burckhalter j.h. apud Pires J .2010).

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4 HISTÓRICO DA PSICOFARMACOLOGIA

O tratamento com psicofármacos trouxe uma revolução para aqueles pacientes


denominados “loucos”, pois veio para substituir o tratamento com choque e camisas
de força, e inserir esses indivíduos novamente na sociedade após a compreensão de
que doentes acometidos pelas patologias psiquiátricas devem ser diagnosticados e
tratados.
Na década de 1940, teve início a psicofarmacologia moderna. Nessa época
surgiram os primeiros fármacos para tratamento de transtornos psiquiátricos.
Especificamente em 1949, cadê relatou o primeiro uso de lítio para tratamento de
mania, e em 1952, Delay e Deniker descreveram os efeitos da clorpromazina, um
fármaco antipsicótico. Ainda nessa década, em 1950, surgiram os primeiros
ansiolíticos, como o Clordiazepóxido e Meprobamato.

Pode-se dizer que a psicofarmacologia emergiu empiricamente. Por exemplo,


a origem dos antidepressivos inibidores da monoaminoxidase (IMAO) foi a
partir da observação de que a iproniazida, usada no tratamento da
tuberculose, era capaz de produzir elevação de humor e euforia. A iproniazida
foi introduzida no tratamento de pacientes hospitalizados com depressão
após os estudos iniciais de Crane e Kline, de 1956 e 1958, respectivamente.
Quase simultaneamente à introdução dos IMAO, a pesquisa de novos
compostos anti-histamínicos conduziu ao aparecimento da imipramina
(1958), que foi o primeiro de uma série de antidepressivos tricíclicos (Revista
Brasileira Psiquiatra, 21 (1), 1999 apud; Scavone C,2010).

A descoberta de novos fármacos ocorreu de forma empírica, ou seja,


baseando-se apenas nas observações dos efeitos que os fármacos produziam. A
Iproniazida, por exemplo, era utilizada no tratamento da tuberculose, mas com a
observação da melhora do humor nos pacientes por ela tratados, a substância passou
a compor uma importante classe terapêutica dos antidepressivos, os inibidores da
enzima monoaminoxídase.
Nos anos seguintes, o uso de psicofármacos se disseminou amplamente, e o
número de drogas também aumentou progressivamente, muito embora em termos de
eficácia, os compostos mais recentes pouco se diferenciavam dos originais. Um ponto
que evoluiu marcantemente foi a seletividade do fármaco.
Um fármaco seletivo é aquele que atua especificamente sobre um local
desejado; os efeitos colaterais que os fármacos apresentam estão diretamente
relacionados à sua seletividade, ou seja, quanto menor a seletividade, maior a ligação

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do fármaco a outros receptores, e isso pode acarretar um efeito não desejado no
organismo.
Avançando no tempo, na década de 1960 surgiram várias teorias para a origem
da depressão, assim como da esquizofrenia; essas teorias embasam a indústria
farmacêutica até os dias de hoje no desenvolvimento de novos fármacos. Mas a
decisão de se utilizar ou não um psicofármaco depende do quadro clínico que o
paciente apresenta.
Para muitos transtornos mentais, os medicamentos são o tratamento
preferencial, como no caso de esquizofrenia, transtorno bipolar, depressões ou
ataques de pânico.
Em outros, como nas fobias específicas - por exemplo, aracnofobia (medo de
aranhas) - e transtornos de personalidade, as psicoterapias podem ser a primeira
opção. Também existem situações nas quais o melhor tratamento consiste na
associação de terapia e medicamentos.
O médico é o profissional habilitado para decidir qual restrito; melhor tratamento
para cada paciente. Essas substâncias têm seu uso controlado e restrito, apenas
quem possui um receituário médico pode comprar essas medicações, segundo as
especificações da Portaria nº 344/1998.
Todo esse controle ocorre principalmente porque essas medicações
apresentam um alto risco de causar dependência química. Portaria nº 344, de 12 de
maio de 1998. Aprova o regulamento técnico sobre substâncias e medicamentos
sujeitos a controle especial.

4.1 Classificação dos psicofármacos

A maneira mais aceita e difundida de classificação dos psicofármacos é a


divisão em três grandes grupos, conforme a seguir:
Grupo 1: estimulantes do sistema nervoso central
Estimulantes do sistema nervoso central são amplamente conhecidos como
psicoanalépticos, noanalépticos, timolépticos. Esses estimulantes são fármacos
que produzem um estado de alerta e aumento da vigília. Fazem com que as pessoas
fiquem “ligadas”, “elétricas”.

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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), esses fármacos produzem
alterações de comportamento, humor e cognição, possuindo grande propriedade
reforçadora, sendo, portanto, passíveis de autoadministração (indivíduos usam para
o seu próprio prazer, sem indicação médica). Em outras palavras, essas drogas levam
à dependência química. Exemplos: anfetamina, cocaína e cafeína.
Grupo 2: depressores do sistema nervoso central
Depressores ou psicolépticos são fármacos que diminuem ou inibem a
atividade do sistema nervoso central. Fazem com que as pessoas fiquem “lentas”,
“desligadas”. Geralmente estão associados a alguma ação analgésica. Exemplos:
álcool, tranquilizantes ou calmantes, soníferos, inalantes, solventes (cola de sapato,
tinta, removedores) e opiláceos (morfina).
Grupo 3: perturbadores do sistema nervoso central
Perturbadores do sistema nervoso central, psicoticomiméticos, psicodélicos
ou psicometamórficos, não alteram o cérebro de forma quantitativa, não ativam e
nem inibem o sistema nervoso central; eles promovem uma mudança qualitativa do
funcionamento do sistema, provocam uma ação perturbadora e o cérebro passa a
funcionar de maneira desordenada. Exemplos: mescalina, ecstasy e maconha.
Psicofármacos podem ser estimuladores, inibidores ou perturbadores do
sistema nervoso central.
Estimuladores aumentam ou ativam o funcionamento do cérebro, enquanto
depressores diminuem ou inativam as funções cerebrais. Já os perturbadores causam
confusão e alucinações no sistema nervoso central.

4.2 Cebrid

O CEBRID é o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas e


está localizado na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Iniciou suas
atividades em 1978, e desde então vem contribuindo com levantamentos sobre o
consumo de drogas pela população brasileira. No CEBRID também existe uma
divisão de estudos sobre plantas medicinais, visando, quem sabe, a descoberta de
medicamentos fitoterápicos capazes de substituir drogas indutoras de dependência
química.

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5 FARMACODINÂMICA

A farmacodinâmica é como uma determinada substância farmacológica atua


em nosso corpo. Assim, quando o fármaco é administrado, ele atua em locais
específicos do organismo, e o local primário onde esses fármacos vão atuar são o que
chamamos de alvo primário de fármacos ou receptores. Estamos nos referindo a
enzimas, moléculas transportadoras e, canais de íons receptores.
A seguir teremos alguns exemplos:
Enzimas são proteínas essenciais para o bom funcionamento do nosso
organismo. Elas possuem a função de catalisador, isso é, elas aumentam a velocidade
das reações químicas que ocorrem no nosso corpo. Vale destacar que elas apenas
aumentam a velocidade, mas não alteram essas reações.
Fármacos da classe terapêutica dos antidepressivos como Selegilina e
Fenelzina atuam sobre a enzima monoamino-oxidase, também conhecida como MAO,
resultando em melhora da depressão.
Moléculas transportadoras:
Também conhecidas como proteínas transportadoras, realizam o transporte
de substância de um local para o outro. Em sua maioria, as substâncias transportadas
têm uma origem hidrofílica e as membranas que devem atravessar têm uma origem
lipofílica. Assim, o transporte não seria possível sem essas moléculas transportadoras
devido a essa diferença de polaridade.
Antidepressivos como amitriptilina intensificam sua ação por bloquearem a
recaptação de noradrenalina por essas moléculas.
Canais de íons:
São proteínas que se localizam ou estão inseridas nas membranas celulares.
Por esses canais passam íons do meio intracelular para o meio extracelular e o
contrário também acontece, ou seja, do meio extracelular para o meio intracelular.
Benzodiazepínicos atuam sobre os receptores do ácido gama-aminobutírico (GABA),
especificamente nos canais do íon cloreto, promovendo a abertura desses canais.
Receptores se referem:
Ao local onde o fármaco interage e produz o efeito terapêutico. Opiáceos como
a morfina se ligam no seu receptor µ e desencadeiam seu efeito de analgesia.

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Uma substância que se liga a um receptor e produz um efeito de “ativação” é
denominada substância agonista do receptor.
Essa ativação se refere à capacidade de a molécula do fármaco desencadear
uma resposta onde se ligou. Já uma substância que se liga ao receptor sem causar
ativação, impedindo consequentemente a ligação do agonista, é denominada
antagonista do receptor.
Eficácia x afinidade x potência
Esses três termos técnicos diferenciam os tipos de fármacos utilizados na
terapêutica: eficácia é a capacidade de uma droga que, uma vez ligada ao receptor,
desencadeia uma resposta; afinidade é a tendência de o fármaco se ligar ao seu
receptor e, por fim, potência pode ser definida como a capacidade de uma droga
produzir efeitos em baixas concentrações.

6 FARMACOCINÉTICA

Corresponde ao que o corpo faz com a substância que é ingerida. A


farmacocinética é dividida em absorção, distribuição, metabolização e excreção de
drogas. Esses fatores farmacocinéticos dependem do seu transporte através das
membranas plasmática, das células até chegar ao seu referido local de ação.
Os mecanismos básicos de transporte da membrana são:
 Difusão passiva: difusão simples de um soluto através da membrana
plasmática;
 Difusão facilitada: difusão facilitada por um transportador de membrana.
A maioria dos fármacos são ácidos ou bases fracas, presentes em solução sob
as formas ionizadas e não ionizadas. Em geral, as moléculas não ionizadas são mais
lipossolúveis, e por isso podem difundir-se facilmente pela membrana celular. Por
outro lado, as moléculas ionizadas geralmente não conseguem penetrar na membrana
lipídica por apresentar pouca lipossolubilidade.
É por isso que a droga ácida é mais bem absorvida em meio ácido, já que fica
na forma não ionizada, o que facilita a difusão entre a membrana, enquanto droga
básica é mais bem absorvida em meio básico, porque fica na forma não ionizada.

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Absorção
É a transferência do fármaco do seu local de administração para o local de
ação.
Os fatores que influenciam a absorção de fármacos são:
Fatores referentes à droga:
 Lipossolubilidade: quanto maior a lipossolubidade, maior a absorção, e
o contrário também é verdadeiro – quanto menor a lipossolubilidade,
menor a absorção.
 Forma farmacêutica: fármacos líquidos são mais rapidamente
absorvidos do que fármacos sólidos.
Fatores referentes ao local:
 Fluxo sanguíneo, visto que áreas irrigadas com maior fluxo sanguíneo
favorecem a absorção.
 O pH determina ou não a ionização de drogas, e já estudamos que
drogas não ionizadas penetram facilmente na membrana celular.
 Barreiras biológicas dificultam a passagem do fármaco.

6.1 Principais vias de administração

Via oral (VO):


Mais comumente utilizada, é mais segura, conveniente e econômica. A VO
apresenta como desvantagem: absorção limitada, vômitos (irritação da mucosa),
destruição de alguns fármacos pelas enzimas digestivas ou pH gástrico, necessidade
da colaboração do paciente. Pode ocorrer também o efeito de primeira passagem, no
qual parte do fármaco passa pelo sistema porta hepático e vai diretamente para a
biotransformação, sem realizar seu efeito terapêutico.
Via sublingual (SL):
Superfície de absorção pequena, rápida ação, sem efeito de primeira
passagem. Como desvantagem, temos: é uma via incômoda, o gosto do medicamento
pode ser desagradável e o uso dessa via requer a cooperação do paciente.
Via retal (VR):
Via utilizada quando a ingestão oral estiver comprometida, o paciente está
inconsciente ou quando apresenta vômito. Assim, a amplitude de efeito de primeira

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passagem é menor que pela via oral, entretanto, a absorção é irregular e incompleta,
mas a cooperação do paciente não é necessária.
Via intravenosa (IV):
Efeito rápido e completo do fármaco, porém por essa via não é possível reverter
os efeitos do que foi administrado, porque não existe a absorção do fármaco, o qual
passa direto para a corrente sanguínea.
Via subcutânea (SC):
Apenas utilizada para fármacos que não causam irritação dos tecidos, caso
contrário pode ocorrer necrose. Não necessita de cooperação do paciente.
Via intramuscular (IM):
Via ideal para substâncias oleosas, que depende diretamente da taxa de fluxo
sanguíneo local. Em relação à rapidez de efeito terapêutico, temos as três vias
injetáveis na seguinte classificação: IV, IM e SC.
Via tópica:
Alguns fármacos são aplicados nas mucosas da conjuntiva, nasofaringe,
orofaringe, vagina, colo, uretra e bexiga, pois por causa de o efeito ser local, as drogas
são absorvidas com maior rapidez.
Via pulmonar:
Contanto que não causem irritação, fármacos gasosos e voláteis podem ser
inalados e absorvidos pelo epitélio pulmonar e pelas mucosas do trato respiratório. O
acesso a essa via é rápido, tendo em vista o tamanho da área pulmonar. Sua grande
vantagem é a absorção quase que instantânea do fármaco pela corrente sanguínea e
a ausência do efeito de primeira passagem.
Como desvantagem, pode-se citar: é uma via incômoda, requer cooperação do
paciente e é apenas útil para drogas voláteis e gasosas, e não se tem controle da
dose.

6.2 Distribuição

Depois da absorção ou administração sistêmica na corrente sanguínea, o


fármaco distribui-se para todo o corpo, chegando primeiramente aos órgãos mais
irrigados (maior fluxo sanguíneo) como fígado, rins e cérebro, e depois aos órgãos
menos irrigados, como músculos, vísceras, pele e tecido adiposo.

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Para ser transportado, o fármaco precisa se ligar às proteínas plasmáticas,
sendo a albumina a primeira escolha para os fármacos ácidos, enquanto a
glicoproteína ácida α1, por exemplo, é uma escolha para fármacos básicos.
Essa ligação do fármaco às proteínas é reversível e pode ser afetada por
fatores relacionados com doenças, como hipoalbuminemia secundária e doença
hepática grave. Durante a distribuição, alguns fármacos tendem a acumular-se em
locais específicos, e a este processo damos o nome de reservatório de fármacos; isso
prolonga a ação do fármaco, que pode acarretar efeitos tóxicos, porém é um processo
reversível. Exemplo de formação de reservatório é a tetraciclina, um antibiótico que
se acumula nos ossos.

6.3 Metabolização

É considerado um conjunto de alterações químicas que a droga sofre no


organismo, geralmente promovidas por enzimas, tendo a finalidade de facilitar a
excreção do fármaco. Ocorre a incorporação de moléculas hidrofílicas que diminuem
a lipossolubilidade do fármaco, preparando-o para ser eliminado do organismo.
Essas enzimas responsáveis pela metabolização de substâncias estão
presentes em muitos tecidos do corpo, porém em níveis mais altos no fígado e no
intestino delgado. Exemplos de enzimas são as do sistema Citocromo P450.
Em alguns casos, ao invés de tornar a droga inativa e facilitar sua excreção, o
metabolismo promove a bioativação do fármaco, e isso quer dizer que seus
metabolitos se tornam um composto ativo, que nesse caso são conhecidos como pró-
fármacos. Exemplos de pró-fármacos: Ciclofosfamida e Azatioprina.
Os fatores que afetam o metabolismo de fármacos são:
 Idade: tanto neonatos quanto idosos têm uma diminuição da
funcionalidade dessas enzimas.
 Fatores genéticos: pessoas com deficiência de enzimas responsáveis
pelo metabolismo dos fármacos. Exemplo: asiáticos têm uma menor
quantidade da enzima responsável pelo metabolismo do álcool, fato
esse que justifica a maior tendência que eles têm de sentir os efeitos
tóxicos do álcool.

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 Patologias: doenças que acometem o fígado e intestino delgado, que
são os principais órgãos que realizam a metabolização, podem
comprometer essa etapa da farmacocinética.
 Indução ou inibição enzimática: a indução enzimática aumenta a
biotransformação (lipossolubilidade para hidrossolubilidade) do fármaco.
Exemplos: fenobarbital, rifampicina, fenítoina, carbamazepina e etanol
(uso crônico). A inibição enzimática diminui a biotransformação dos
fármacos. Exemplos de fármacos: cloranfenicol, dissulfiram e etanol
(uso agudo).

6.4 Excreção

Ocorre quando os fármacos são eliminados pelo processo de excreção sem


qualquer alteração ou são convertidos em metabolitos. As vias excretórias são: renal
(urina), biliar, fecal, suor, leite, lacrimal e salivar.
Fatores que influenciam a excreção renal:
 PATOLOGIA RENAL: qualquer doença que afete o rim e que pode
comprometer essa etapa da farmacocinética.
 PH DA URINA: na urina ácida, a droga ácida fica na forma não ionizada,
sendo facilmente reabsorvida; já a droga básica fica ionizada, sendo
facilmente excretada.
Drogas ácidas são mais bem excretadas em um meio (pH) básico, porque ficam
na forma ionizada. Drogas básicas são mais bem excretada em um meio (pH) ácido,
porque ficam na forma ionizada.

6.5 Interação entre drogas

É a ação combinada de uma ou mais drogas, administradas sucessiva ou


simultaneamente, podendo induzir a efeitos benéficos ou maléficos. Essas interações
podem ser do tipo sinérgica ou antagônica.
Tipos de sinergismo:
Adição: os efeitos de duas drogas são iguais aos efeitos de cada uma delas
isoladamente (efeito AB = A + B).

18
Potencialização: cocaína inibe a captação de noradrenalina e epinefrina, a
aumentando a contração muscular (efeito AB > A + B).

6.6 Tipos de antagonismo

Antagonismo químico: droga A e droga B interagem em solução (antes da


administração) e ocorre inativação, precipitação ou diminuição do efeito de uma delas.
Exemplo: quelantes se ligam aos metais pesados e diminuem sua toxicidade.
Antagonismo fisiológico ou funcional: efeito da droga A é oposto ao da
droga B, de modo que uma droga anula o efeito da outra. Exemplo: curare que atua
como relaxante muscular, diminuindo o efeito da estricnina, que tem ação
convulsivante.
Antagonismo farmacológico competitivo: droga A e droga B se ligam ao
mesmo receptor e competem por ele quando administradas sucessiva ou
simultaneamente.
Antagonismo competitivo reversível: uma droga antagonista se liga ao
receptor e impede a ligação da droga agonista. No entanto, quando se aumenta a
concentração do agonista, ele desloca o antagonista do receptor e se liga ao receptor.
Em outras palavras, a substância com maior concentração no receptor é quem se liga
e desenvolve seu efeito.
Antagonismo competitivo irreversível: a droga antagonista se liga
irreversivelmente ao receptor, levando ao aumento da concentração do agonista, sem
deslocar o antagonista do receptor.
Antagonismo farmacocinético: droga A interfere na absorção, distribuição,
metabolismo ou excreção da droga B.
Exemplo de absorção: antiácidos como sal de frutas aumentam o pH
estomacal e diminuem a absorção de drogas ácidas como ácido acetilsalicílico (AAS).
Exemplo de distribuição: a fenilbutazona, um anti-inflamatório, diminui a
ligação da warfarina, um anticoagulante, às proteínas plasmáticas, aumentando sua
distribuição e, em consequência, seus efeitos (hemorragias).
Exemplo de metabolismo: Dissulfiram diminui o metabolismo da warfarina,
reduzindo a coagulação sanguínea e favorecendo a hemorragia.

19
Exemplo de excreção: bicarbonato de sódio aumenta a excreção urinária de
fármacos ácidos como ácido acetilsalicílico (AAS).

7 A NEUROPSICOFARMACOLOGIA

Fonte: foxcursoseconcursos-es.com.br

 Neuro = Essa palavra se fez a partir do Grego NEURON, “nervo”,


inicialmente “tendão”;
 Psico = também do grego que significa sopro, alma;
 Farmaco = palavra derivada do grego que significa medicamento;
 Logia = que significa ciência, linguagem e razão.
Um dos temas mais agudos de toda e qualquer perquirição acerca dos limites
da psiquiatria e da psicoterapia, diz respeito ao estatuto de separação e/ou
complementaridade das disciplinas.
A neurociência tem progredido bastante no afã de delimitar os campos de
atuação dos psicofármacos, mas persiste ainda uma questão crucial: as psicoterapias
estarão com os dias contados, até que se descubra droga capaz de dirimir celeumas
conjugais ou atenuar o sintoma neurótico recalcitrante? (NERO, 2016).

20
Esses três níveis se inter-relacionam de maneira complexa e fugiria deste artigo
dirimir todas as nuanças pertinentes a eles. Existe, porém, uma alegoria que permite
que nos aproximemos num primeiro momento do nível da máquina-cérebro, do nível
do hábito-programa e do nível da circunstância-arquivo.
Toda quanta pessoa já teve acesso a um computador sabe que há três
componentes distintos: a máquina propriamente dita, os programas que se escolhe
para instalar (processadores de textos, planilhas, processadores de imagem) e
finalmente os arquivos pessoais que gravamos a cada trabalho que realizamos.
De maneira sucinta pode-se dizer que o cérebro corresponde à máquina, as
funções automatizáveis e susceptíveis ao desenvolvimento de bons, e às vezes maus,
hábitos correspondem a programas e, finalmente, as circunstâncias históricas e
contextuais constituem arquivos que gravamos nos diferentes locais da máquina e nos
diferentes programas de tal sorte que constituam nossa história pessoal.
Há quem defenda que somente pode haver patologia no nível físico, porém isso
deixaria o problema dos hábitos, compulsões e outros problemas sem solução porque
sabemos que a solução para esses casos, embora fortemente dependente de uso de
drogas, requer, paralelamente, o uso de alguma estratégia psicoterapêutica interativa.
Alegar que o problema dos arquivos não corresponde a qualquer patologia
porque nível virtual absoluto é o mesmo que alegar que uma rede internacional de
pedofilia que nos chega pela Internet não pode ser patológica porque, no limite,
constituída por uma série de bits e mensagens codificadas.
O problema da caracterização dos três níveis é difícil e requer que façamos a
distinção de alguns sinais e sintomas que nos auxiliam na distinção, na maior ênfase
ou não no uso de psicofármacos ou psicoterapias de diferentes matizes (para não
entrar na complicada seara de distingui-las e valorá-las).
De maneira geral o distúrbio mais ligado às funções de máquina – logo
cerebralmente determinado de maneira forte – tende a apresentar ritmicidade e alguns
sintomas e sinais claros: insônia, queda de atenção, rendimento físico deficitário, etc.
Os problemas concernentes aos maus hábitos normalmente conjugam sinais e
sintomas relatados pelos pacientes, mas também uma nítida gama de insuficiências
no plano psicossocial.

21
Os problemas ditos biográficos, embora nem sempre descritíveis como
patologias puras ou claras, costumam levar a um sofrimento auto ou heteropessoal
que, à despeito da ausência de ritmicidades outras e clara inclusão em patologias
psiquiátricas conhecidas, não pode simplesmente ser visto como mero "jeito de ser"
ou traço de personalidade.
Do ponto de vista neurocientífico podem-se distinguir três instâncias que
respondem de maneira mais ou menos precisa pelo dito anteriormente e que vem de
ser defendidas em tese de doutoramento pela Dra. Lucia Maciel no Núcleo de
Neurociência e Comportamento da USP sob a orientação do Prof. José Roberto
Piqueira.
Do ponto de vista neurocientífico podem-se distinguir três instâncias que
respondem de maneira mais ou menos precisa pelo dito anteriormente e que vem de
ser defendidas em tese de doutoramento pela Dra. Lucia Maciel no Núcleo de
Neurociência e Comportamento da USP sob a orientação do Prof. José Roberto
Piqueira. As dinâmicas filogenéticas seguem-se duas dinâmicas ontogenéticas, uma
lenta e outra rápida, ambas capazes de dar conta de processos maturacionais do
organismo e também de gravar-lhe a experiência pretérita.
Se a dinâmica lenta maturacional dá conta de fenômenos de aprendizado e de
segregação funcional como o domínio da fala, escrita e modalidades de habilidades,
também a dinâmica rápida de aporte de sensações e informações constitui intenso
cabedal de redirecionamentos intencionalmente mediados de atos e omissões.
Freud apontou para esses fatores no seu célebre Projeto, abandonando-o logo
em seguida e construindo uma teoria da vida mental que mais pareceria culturalista
que propriamente cerebralista.

Segundo Martins (2010) “a rejeição dos enunciados biológicos realizada


pelos comentadores parece não se basear única e exclusivamente na leitura
fiel de sua obra, mas em certa tendência interpretativa que pressupõe a
existência da incompatibilidade entre diferentes disciplinas – no caso em
questão, a psicanálise e a biologia. ” (Freud 1894; apud Martins 2010).

Engana-se, no entanto, quem vê no Freud do Projeto uma história de insucesso


já superado pelos cem anos que dele nos distanciam.
Freud, ao deparar-se com a dinâmica filogenética e ontogenética lenta, pode
lançar mão de variáveis extralinguísticas e tentar modelar-lhes padrões dinâmicos de
tipo redes neurais (não à toa seu Projeto é visto como precursor das atuais redes

22
neurais artificiais). Porém, quando se lança a explicar a dinâmica ontogenética
contextual rápida, biografia em suma, depara-se com a difícil, se não impossível,
transposição de significados expressos na cadeia narrativo-discursiva e seus
equivalentes neurais.

Embora seu poder patogênico, somente seja, em geral, apenas acessório em


relação ao da herança, há um grande interesse prático ligado ao
conhecimento dessa etiologia, que dará acesso ao nosso trabalho
terapêutico, enquanto a predisposição hereditária, previamente fixada para o
paciente desde seu nascimento, opõe um obstáculo inabordável a nossos
esforços (Freud 1896, apud Martins 2010).

Modelar uma história pessoal é ainda impossível dada a dificuldade, por ora
esperamos, de estabelecer mapas que vão do significado às variedades neuronais.
Excluídas as patologias que requerem nítida e, às vezes única, intervenção
medicamentosa, e também aquelas concernentes a automatismos e hábitos em que
fármacos e terapias comportamentais devem ser indicadas, sobra uma imensa gama
de transtornos de dinâmica ontogenética rápida - significado em constante mutação -
e que costumam dar muita "dor de cabeça" aos pacientes e circundantes e tem
empobrecido o cenário da psiquiatria biológica ao se fazerem ausentes porque,
aparentemente, pouco objetiváveis ou físicas.(NERO, 2016).

8 NEUROTRANSMISSORES

Os neurotransmissores são pequenas moléculas responsáveis pela


comunicação das células no Sistema, na sua maioria são provenientes de precursores
de proteínas, e são normalmente encontradas nos terminais sinápticos dos neurônios.
Essas moléculas são liberadas na fenda sináptica e agem em receptores pós-
sinápticos localizados no neurônio pós-sináptico, fazendo com que esses receptores
se abram dando liberação na maioria das vezes à íons, dando origem ao que
chamamos de transmissão sináptica, onde um impulso nervoso é passado para outra
célula.
Os neurotransmissores são pequenas moléculas responsáveis pela
comunicação das células no Sistema, na sua maioria são provenientes de precursores
de proteínas, e são normalmente encontradas nos terminais sinápticos dos neurônios.
Essas moléculas são liberadas na fenda sináptica e agem em receptores pós-

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sinápticos localizados no neurônio pós-sináptico, fazendo com que esses receptores
se abram dando liberação na maioria das vezes à íons, dando origem ao que
chamamos de transmissão sináptica, onde um impulso nervoso é passado para outra
célula. Os neurônios são as células da comunicação química do cérebro.
O cérebro humano é constituído por dezenas de bilhões de neurônios, cada um
dos quais ligado a milhares de outros neurônios. Assim, o cérebro tem trilhões de
conexões especializadas, as sinapses. Os neurônios têm muitos tamanhos,
comprimentos e formatos que determinam suas funções.
Sua localização no cérebro também determina a função desempenhada.
Quando os neurônios não funcionam adequadamente, podem surgir sintomas
comportamentais. Quando a função neuronal é alterada por fármacos, os sintomas
comportamentais podem ser aliviados, agravados ou produzidos.
De modo complementar ao enfoque anatômico do sistema nervoso, existe o
enfoque químico, que forma a base química da neurotransmissão: isto é, como sinais
químicos são codificados, descodificados, transduzidos e enviados ao longo da via. A
compreensão dos princípios da neurotransmissão química é fundamental para
entender como os agentes psicofarmacológicos atuam, visto que são direcionados
para moléculas essenciais envolvidas nesse processo.

As respostas dadas pelos neurônios à um estímulo vai depender da


característica do neurotransmissor e do receptor, essas respostas podem ser
excitatórias ou inibitórias (Universidade Braz Cubas, UBC, 2012 apud
MOREIRA, 2012).

Há pouco mais de uma dúzia de neurotransmissores conhecidos ou de


existência suposta no cérebro. Para os psicofarmacologistas, é particularmente
importante conhecer os seis principais sistemas de neurotransmissores que são
alvos das substâncias psicotrópicas:
 Serotonina
 Noradrenalina
 Dopamina
 Acetilcolina
 Glutamato
 GABA (ácido γ-aminobutírico).

24
8.1 Serotonina (5ht)

Fonte: clustersalud.americaeconomia.com

Envolvido nas desordens do humor, seu entendimento é importante para o


tratamento da desordem obsessiva compulsiva, latência do
sono, ansiedade, depressão e outros transtornos do humor.
Fármacos que atuam no bloqueio de sua degradação ou receptação podem
elevar os níveis deste neurotransmissor reduzindo os sintomas destas patologias. O
leite é um alimento rico em triptofano, aminoácido necessário para a síntese de 5HT,
sua ingestão antes de dormir pode elevar níveis de 5HT facilitando o sono.
(MOREIRA, 2012).
A serotonina é um neurotransmissor que está intimamente relacionado
com transtornos a nível:
 Do humor e da ansiedade:
 Do sono;
 Dá atividade sexual;
 Do apetite;
 Do ritmo circadiano e funções neuroendócrinas;
 Da temperatura corporal;
 Da sensibilidade à dor e mesmo da atividade motora e funções
cognitivas.
25
Fora do SNC, a serotonina tem um papel importante em funções
gastrointestinais e cardiovasculares (FRANCISCO, 2010).

8.2 Noradrenalina (NA)

É um neurotransmissor envolvido em diversos aspectos como humor, atenção,


alerta, aprendizado, memória e excitação mental e física. Também está
relacionado com a transmissão do sistema nervoso autônomo simpático e sua
sinalização neste sistema dá origem a dilatação dos brônquios, vasos sanguíneos, e
pupilas, aumento dos batimentos cardíacos entre outros.
A noradrenalina também é usada no sistema que nos faz ficar alertas, e ter uma
boa memória. O desequilíbrio entre ela e outras substâncias pode causar diversas
doenças.

Fonte: ytimg.com

Também está relacionado com a transmissão do sistema nervoso autônomo


simpático e sua sinalização neste sistema dá origem a dilatação dos brônquios, vasos
sanguíneos, e pupilas, aumento dos batimentos cardíacos entre outros.

26
8.3 Dopamina (DA)

É um inibidor e, dependendo do local onde atua, apresenta diferentes funções.


Com por exemplo, a dopamina no gânglio basal (no interior do cérebro) é essencial
para execução de movimentos suaves e controlados - a falta de dopamina é a causa
da doença de Parkinson, a qual faz a pessoa perder a habilidade de controlar seus
movimentos. A dopamina se move até o lóbulo frontal regulando o grande número de
informações que vem de outras partes do cérebro.
Portanto, comprometer as quantias do neurotransmisor pode resultar em
pensamentos incoerentes, como na esquizofrenia. Também é responsável pelo
sentimento de euforia, assim como a endorfina. É capaz de acalmar a dor e aumentar
o prazer se estiver em grande quantidade no lóbulo frontal.

Responsável por controlar o nível de estimulação no sistema motor, sua


diminuição leva a tremores e até a impossibilidade de locomoção voluntária.
Na doença de Parkinson há morte de neurônios que liberam dopamina na via
nigroestriatal, essa é importante para o controle do movimento refinado, sua
destruição pode levar a tremores, até mesmo a incapacidade de se mover de
forma voluntária (Universidade Braz Cubas, UBC, 2012 apud ,MOREIRA,
2012).

Este transmissor também é responsável pelo estímulo prazeroso. A ingestão


de alimentos, prática de sexo e algumas drogas de abuso são estimulantes da
liberação de dopamina em regiões como o núcleo accumbens e córtex pré-frontal.
Muitos outros neurotransmissores são derivados de precursores de proteínas, os
chamados peptídeos neurotransmissores.
Demonstrou-se que cerca de 50 peptídeos diferentes têm efeito sobre as
funções das células neuronal. Vários desses peptídeos neurotransmissores são
derivados da proteína pré-opiomelanocortina (POMC). Os neuropeptídios são
responsáveis pela mediação de respostas sensoriais e emocionais tais como a fome,
a sede, o desejo sexual, o prazer e a dor.

8.4 Acetilcolina (ACh)

A acetilcolina estimula o impulso a ser transmitido. Está envolvida na


transmissão de impulsos de células nervosas, de músculos cardíacos à algumas
glândulas, e de células motoras para os músculos do esqueleto.

27
É o neurotransmissor encontrado em maior quantidade no corpo: estômago,
baço, bexiga, fígado, glândulas sudoríparas, vasos sanguíneos e coração são apenas
alguns órgãos que este neurotransmissor controla.
A acetilcolina ajuda no controle dos tônus musculares, no aprendizado, e nas
emoções. Também controla a liberação do hormônio da pituitária, a qual está
envolvida no aprendizado e na regulação da produção de urina.
A síntese de acetilcolina pelo organismo é vital, pelo seu papel relativo aos
movimentos e à memória - baixos níveis de acetilcolina contribuem para falta de
concentração e esquecimento.
O corpo sintetiza acetilcolina a partir dos nutrientes colina, lecitina, e DMAE, e
vitamina C, B1, B5, e B6, e minerais zinco e cálcio. Também é relacionada à
performance sexual, controlando a pressão sanguínea e batimento cardíaco durante
a relação sexual.

Fonte: natalben.com

Este neurotransmissor está envolvido em muitos comportamentos dentre eles


o aprendizado, a memória, e a atenção (testes feitos em animais revelaram que o
bloqueio da liberação desse neurotransmissor é responsável pelo déficit desses
aspectos cognitivos).

É o neurotransmissor do sistema nervoso autônomo parassimpático e sua


sinalização neste sistema dá origem a constrição dos brônquios, vasos

28
sanguíneos, e pupilas, reduz batimentos cardíacos, produz ereção entre
outros. Esse transmissor é importante para a movimentação do nosso corpo
pois sua liberação em músculos promove a contração das fibras musculares.
(Andrade R. 200 apud; MOREIRA, 2012).

A acetilcolina (ACh) é uma molécula simples sintetizada a partir de colina e


acetil-CoA através da ação da colina acetiltransferase. Os neurônios que sintetizam e
liberam ACh são chamados neurônios colinérgicos.
Quando um potencial de ação alcança o botão terminal de um neurônio pré-
sináptico, um canal de cálcio controlado pela voltagem é aberto. A entrada de íons
cálcio, Ca2+, estimula a exocitose de vesículas pré-sinápticas que contém ACh, a qual
é consequentemente liberada na fenda sináptica. Uma vez liberada, a ACh deve ser
removida rapidamente para permitir que ocorra a repolarização; essa etapa, a
hidrólise, é realizada pela enzima acetilcolinesterase.
A acetilcolinesterase encontrada nas terminações nervosas está ancorada à
membrana plasmática através de um glicolipídeo.
Os receptores ACh são canais de cátions controlado por ligantes, composto por
quatro unidades subpeptídicas dispostas na forma [ (a2) (b) (g) (d) ]. Duas classes
principais de receptores de ACh foram identificadas com base em sua reatividade ao
alcaloide, muscarina, encontrada no cogumelo e à nicotina, respectivamente,
os receptores muscarínicos e os receptores nicotínicos.
Ambas as classes de receptores são abundantes no cérebro humano. Os
receptores nicotínicos ainda são divididos conforme encontrados nas junções
neuromusculares e aqueles encontrados nas sinapses neuronais. A ativação dos
receptores de ACh pela ligação com o ACh provoca uma entrada de Na + na célula e
uma saída de K+, provocando a despolarização do neurônio pós-sináptico e no início
de um novo potencial de ação.

8.5 Glutamato

O glutamato é o aminoácido livre mais abundante do sistema nervoso central


(SNC), em sua maioria apresentando funções metabólicas idênticas às exercidas em
outros tecidos, preponderantemente biossíntese de proteínas. Além disso, atua como
principal neurotransmissor excitatório. Considera-se também sua participação no
desenvolvimento neural, na plasticidade sináptica, no aprendizado, na memória, na

29
epilepsia, na isquemia neural, na tolerância e na dependência a drogas, na dor
neuropática, na ansiedade e na depressão.
Este aminoácido não atravessa a barreira hematoencefálica, por isso deve ser
sintetizado no tecido nervoso a partir de glicose e outros precursores. As enzimas de
seu metabolismo estão localizadas nos neurônios e nas células da glia.
A função dos transportadores de glutamato é regular o tempo de sua
concentração na fenda sináptica, muitos deles sendo ativados por uma concentração
baixa desse aminoácido ou sendo levados à morte pelas altas concentrações do
mesmo (10-100µM). No entanto seus papéis fisiológicos ainda são alvos de pesquisa.
Até então não se sabe por que um organismo precisa de tantas formas de transporte
para somente um substrato.

8.6 Gaba

O ácido gama-aminobutírico é um aminoácido de baixo peso molecular, que


atua como o principal neurotransmissor inibitório em diferentes vias do Sistema
Nervoso Central (SNC). Ele desempenha um papel importante na regulação da
excitabilidade neuronal ao longo de todo o sistema nervoso.
Seu efeito nootrópico é observado devido à sua ação sobre os denominados
canais de cloro, localizados na membrana sináptica, causando hiperpolarização
neuronal e reduzindo, portanto, tanto a hiperexcitabilidade, como também a ação dos
neurônios inibitórios. Promove, desta forma, um equilíbrio entre excitação/inibição
neuronal. Nos seres humanos, o GABA também é diretamente responsável pela
regulação dos tônus musculares.
GABA (Gamma-AminoButyric Acid) naturalmente estimula a produção e
lançamento de hormônio de crescimento humano (HGH) da glândula pituitária.
Estudos mostraram isso aumentado níveis de HGH é associado com anabolismo e
ação de lipotrófica, ou a formação de músculo magro e utilização de gordura de corpo
respectivamente. Além disso, GABA também é reconhecido como um analgésico
efetivo e pode reduzir dor dos músculos e articulações.
GABA é indicado como ativador do metabolismo cerebral no déficit de memória
e na dificuldade de atenção e concentração; acidentes do SNC e suas sequelas;

30
agitação psicomotora; nos quadros de sedação; e é anticonvulsivo em casos de
epilepsia.

8.7 Receptores de neurotransmissores

Fonte: ugc.kn3.net

De acordo com Goldman (2010) os receptores de neurotransmissores de


primeira classe são canais iônicos ativados por ligantes, também conhecidos
por receptores ionotrópicos. Eles passam por uma mudança na forma quando o
neurotransmissor se liga, causando a abertura do canal. Isso pode ser um efeito
excitatório ou inibitório, dependendo dos íons que possam passar pelos canais e suas
concentrações dentro e fora da célula.
Uma vez que as moléculas do neurotransmissor são liberadas de uma célula
como resultado do disparo de um potencial de ação, elas se ligam a receptores
específicos na superfície da célula pós-sináptica. Em todos os casos nos quais esses
receptores foram clonados e caracterizados em detalhe, demonstrou-se que existem
muitos subtipos de receptores para um determinado neurotransmissor.
Além de estar presente nos neurônios pós-sinápticos, os receptores de
neurotransmissores são encontrados nos neurônios pré-sinápticos. Em geral, os
receptores dos neurônios pré-sinápticos agem para inibir a liberação de mais
neurotransmissores.
31
A grande maioria dos receptores de neurotransmissores pertence a uma classe
de proteínas conhecida como receptores em serpentina. Essa classe exibe uma
estrutura transmembrana característica. Isto é, ela cruza a membrana celular, não
apenas uma e sim sete vezes.
A ligação entre os neurotransmissores e o sinal intracelular é realizado através
da associação ou com proteínas G (pequenas proteínas que se ligam e hidrolizam a
GTP) ou com as enzimas proteína-kinases, ou com o próprio receptor na forma de um
canal de íon controlado pelo ligante (por exemplo, o receptor de acetilcolina). Uma
característica adicional dos receptores de neurotransmissores é que eles estão
sujeitos a dessensibilização induzida pelo ligante: isto é, eles podem deixar de
responder ao estímulo em seguida a uma exposição prolongada a seus
neurotransmissores (KING, 2010).

9 AGONISTAS E ANTAGONISTAS COLINÉRGICOS

Foram identificados numerosos compostos que agem ou como agonistas ou


antagonistas dos neurônios colinérgicos. A principal ação dos agonistas colinérgicos
é a excitação ou inibição de células efetoras autônomas que são inervadas pelos
neurônios parassimpáticos pós-ganglionares e como tal são chamados de agentes
parassimpatomiméticos.
Os agonistas colinérgicos incluem os ésteres de colina (tais como a própria
ACh) assim como seus compostos protéicos ou alcaloides. Demonstrou-se que vários
compostos que ocorrem naturalmente agem sobre os neurônios colinérgicos, seja
positiva ou negativamente.

Agonista: Fármacos que se ligam aos receptores fisiológicos e simulam os


efeitos dos compostos endógenos. Agonistas Totais / Parciais: Agonistas
totais são aqueles que conseguem uma resposta de 100% do receptor
quando ligados ao mesmo. Enquanto os agonistas parciais, independente da
dose utilizada, não conseguem obter uma resposta total do receptor.
Agonistas inversos: São fármacos que estabilizam o receptor em seu estado
inativado. Logo, não podem ser chamados de antagonistas, pois alteram a
conformação do receptor. Esta é a principal diferença deles para
os Antagonistas que possuem eficácia zero (não alteram a conformação do
receptor – Ativa ou Inativa). Antagonista Competitivos: Fármacos que se
ligam aos receptores bloqueando o sítio de ligação do agonista, devido a
competição entre o agonista e o antagonista pelo receptor. Normalmente os
antagonistas apresentam maior afinidade pelos receptores no que
comparado aos agonistas do mesmo receptor. Sendo assim, os antagonistas
competitivos podem deslocar o agonista correspondente de seu sitio de
32
ligação. Vale ressaltar que no antagonismo competitivo, o aumento da
concentração do agonista na biofase irá deslocar o antagonista de seu sítio
de ligação, logo a concentração do agonista influência diretamente. (Rang
HP, Dale MM. Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2011 apud,
Victor C. 2015).

As respostas dos neurônios colinérgicos podem ser ampliadas pela


administração de inibidores de colinesterase (ChE). Os inibidores ChE tem sido
utilizado como componentes dos gases paralisantes, mas também tem significativas
aplicações medicinais no tratamento de doenças como a glaucoma e a miastenia
grave bem como para terminar o efeito de agentes bloqueadores neuromusculares
tais como a atropina.

9.1 Agonistas e antagonistas colinérgicos naturais

Agonistas
 Nicotina: Alcaloide predominante no tabaco. Ativa os receptores de ACh
da classe nicotínica, trava o canal aberto
 Muscarina: Alcaloide produzido pelo cogumelo Amanita muscaria. Ativa
os receptores de ACh da classe muscarínica.
 A-Latrotoxina: Proteína produzida pela aranha "viúva negra". Induz
liberação maciça de ACh, talvez agindo como um ionóforo Ca 2+.
Antagonistas
 Atropina (e compostos relacionados a escopolamina): Alcaloide
produzido pela "dama da noite", atropa belladonna. Bloqueia a ação da
ACh apenas nos receptores muscarinicos.
 Toxina Botulínica: Oito proteínas produzida peloClostridium botulinum.
Inibe a liberação de ACh.
 A-Bungarotoxina: Proteína produzida por cobras do gênero Bungarus.
Impede a abertura do canal receptor de Ach.
 D-Tubocurarina: Ingrediente ativo do curar. Impede a abertura do canal
receptor de ACh na placa motora.

33
10 CATECOLAMINAS

Fonte: slidesharecdn.com
As principais catecolaminas são a norepinefrina, a epinefrina e a dopamina.
Esses compostos são formados de fenilalanina e tirosina. A tirosina é produzida no
fígado a partir da fenilalanina através da fenilalanina hidroxilase. A tirosina é então
transportada para neurônios secretores de catecolamina onde uma série de reações
a convertem em dopamina, norepinefrina e por fim epinefrina (KING, 2010).
As catecolaminas exibem efeitos excitatórios e inibitórios do sistema nervoso
periférico assim como ações no SNC, tais como a estimulação respiração e aumento
da atividade psicomotora. Os efeitos excitatórios são exercidos nas células dos
músculos lisos dos vasos que fornecem sangue à pele e às membranas mucosas.
A função cardíaca também está sujeita aos efeitos excitatórios, que levam a um
aumento dos batimentos cardíacos e da força de contração. Os efeitos inibitórios, ao
contrário, são exercidos nas células dos músculos lisos na parede do estômago, nas
árvores brônquicas dos pulmões, e nos vasos que fornecem sangue aos músculos
esqueléticos.
Além de seus efeitos como neurotransmissores, a norepinefrina e a epinefrina
podem influenciar a taxa metabólica. Essa influência funciona tanto pela modulação
da função endócrina como a secreção de insulina e pelo aumento da taxa de
glicogenólise e a mobilização de ácidos graxos. As catecolaminas ligam-se a duas
classes diferentes de receptores denominados receptores a- e b-adrenérgicos.

34
As catecolaminas, portanto, são também conhecidas como neurotransmissores
adrenérgicos; os neurônios que os secretam são os neurônios adrenérgicos. Os
neurônios que secretam a norepinefrina são os noradrenérgicos. Os receptores
adrenérgicos são receptores em serpentina clássica que se acoplam a proteínas G
intracelulares. Parte da norepinefrina liberada dos neurônios pré-sinápticos e reciclada
no neurônio pré-sináptico por um mecanismo de reabsorção.

10.1 Catabolismo da catecolamina

A epinefrina e a norepinefrina são catabolizadas em compostos inativos pela


ação sequencial das enzimas catecolamine-O-metiltransferase (COMT) e monoamina
oxidase (MAO). Demonstrou-se que os compostos que inibem a ação da MAO
apresentam efeitos benéficos no tratamento de depressão clínica, mesmo quando os
antidepressivos tricíclicos não ineficazes.
A utilidade dos inibidores de MAO foi descoberta por acaso quando os
pacientes submetidos a tratamento da tuberculose com isoniazida mostraram
melhoras em seu humor; depois descobriu-se que a isoniazida funcionava inibindo a
MAO.

10.2 Neurotransmissores x neuromoduladores

Fonte: amazonaws.com

35
Existem diversas substâncias capazes de promover comunicação das células
neuronais, dentre elas também temos os neuromoduladores (estes exercem ações
moduladoras em relação aos neurotransmissores). Os neurônios sintetizam
mediadores conhecidos como neuromoduladores cujo efeito é o modular (controlar,
regular) a transmissão sináptica. (NISHIDA, 2012).
Porém algumas características são fundamentais para a diferenciação
destes, estas são:
 Deve ser sintetizado dentro do neurônio;
 Deve ser encontrado na terminação pré-sináptica e secretado em
quantidades suficientes para agir no local de ação;
 Deve imitar a ação de um transmissor endógeno, quando este for
aplicado exogenamente;
 Deve apresentar mecanismos específicos para sua remoção.

10.3 Identificação dos neurotransmissores

Neurotransmissores excitatórios: Estes tipos de neurotransmissores têm


efeitos excitatórios sobre o neurônio; eles aumentam a probabilidade de o
neurônio disparar um potencial de ação. Alguns dos principais
neurotransmissores excitatórios incluem epinefrina e norepinefrina.
Neurotransmissores inibitórios: Estes tipos de neurotransmissores têm
efeitos inibitórios sobre o neurônio; eles diminuem a probabilidade de o
neurônio disparar um potencial de ação. Alguns dos principais
neurotransmissores inibidores incluem serotonina e GABA. (Psicoativo 2016
apud; Cherry Kendra 2016).

Ocorrem nos terminais pré-sinápticos e fazem a liberação concomitante


atividade neural. Aplicados nas células produzem efeitos idênticos a estimulação pré-
sináptica e podem coexistir numa mesma sinapse. Neurotransmissores desempenham
um papel importante na vida cotidiana.
Os cientistas ainda não sabem exatamente quantos existem, mas mais de 100
mensageiros químicos foram identificados. Quando neurotransmissores são afetadas
por doenças ou drogas, pode haver uma série de diferentes efeitos adversos no corpo.
Doenças como Alzheimer e Parkinson são associadas com déficits desses elementos.

36
Como identificar
A identificação real de neurotransmissores, na verdade, pode ser muito
difícil. Devido a isso, os neurocientistas têm desenvolvido uma série de diretrizes para
determinar se um produto químico deve ser chamado de neurotransmissor ou não:
 O produto químico deve ser produzido dentro do neurônio.
 As enzimas necessárias precursoras devem estar presentes no
neurônio.
 Deve haver suficiente produto químico presente para realmente ter um
efeito no neurônio pós-sináptico.
 O produto químico deve ser liberado pelo neurônio pré-sináptico e o
neurônio pós-sináptico deve conter receptores a que o produto químico
se ligará.
 Tem de haver um mecanismo ou recaptação de enzima presente que
inibe a ação química.

10.4 Regulação neural

 Neurohormônios: secreção na corrente sanguínea.


 Neuromoduladores: secreção a partir de sítios não sinápticos,
influenciam atividade.
 Neuromediadores: secreção em sítios específicos celulares
(mensageiros).
 Fatores neurotróficos: produzidas no SNC para reparar lesões (NGF).

10.5 Etapas da neurotransmissão

Consiste na síntese e armazenamento, liberação na fenda sináptica, difusão e


reconhecimento pelos receptores pós-sináptico, transdução do sinal, transmissão
rápida, transmissão lenta, recaptura do transmissor e desativação do
neurotransmissor.

37
11 PEPTÍDEO
O termo peptídeo refere-se à união de dois ou mais aminoácidos por intermédio
de ligações peptídicas, que ocorrem entre o grupo carboxila de um aminoácido e o
grupo amina de outro. Quando esses grupos se ligam, ocorre a formação de água
(reação de desidratação) em virtude da perda de uma hidroxila do grupo carboxila e
de hidrogênio do grupo amina.
Observe o esquema de uma ligação peptídica:

Fonte: uol.com.br
Os peptídeos diferem-se uns dos outros pelo número de aminoácidos e pela
sequência dessas moléculas. De acordo com o número de aminoácidos que possuem,
podemos classificá-los em dipeptídeos, quando são formados por dois
aminoácidos; tripeptídeos, quando são formados por três; tetrapeptídeos, quando são
formados por quatro aminoácidos, e assim por diante. Quando temos vários
aminoácidos ligados, usamos a denominação polipeptídeo.
Quando a molécula formada contém poucos aminoácidos ela é chamada de
oligopepetídeo. Quando há muitos aminoácidos ela é chamada de polipeptídio. Como
cada aminoácido de uma cadeia peptídica perdeu um átomo hidrogênio (H) ou uma
hidroxila (OH), cada unidade de aminoácido é chamada de resíduo.
Quando vamos atribuir um nome a um peptídeo pequeno, seguimos a
sequência dos seus aminoácidos constituintes. Começamos pelo resíduo
aminoterminal, que fica na extremidade esquerda e terminamos no resíduo
carboxilaterminal ou N-terminal, que consiste em um grupo carboxila livre (SANTOS,
2016).

38
11.1 Função biológica

Os grandes peptídeos constituem proteínas, que possuem extrema importância


biológica. Porém, muitos oligopeptídeos e peptídeos pequenos possuem grande
importância biológica, exercendo sua função mesmo em quantidades muito pequenas.
Alguns hormônios e vertebrados, como a insulina, glucagon e corticotrofina são
compostos por menos de 50 resíduos de aminoácidos.
Como peptídeos pequenos de ocorrência natural também podemos citar
a ocitocina, bradicinina, tireotrofina e encefalinas. Os venenos de fungos também são
peptídeos pequenos. Os peptídeos estão presentes em praticamente todas as células
do nosso corpo e exercem várias funções importantes.
Enzimas: uma função dos peptídeos é a produção de enzimas. As enzimas
são essenciais em diversos processos metabólicos, que incluem a quebra de
substâncias complexas que precisam ser absorvidas pelo organismo em porções
menores e mais simples. Isso inclui o metabolismo de carboidratos, proteínas e
gorduras através da dieta.
Sistema imunológico: outra função é a criação de antibióticos ou anticorpos
para o sistema imunológico. Quando a pele é desgastada por danos causados pelo
sol, por lesões ou até mesmo por acnes, por exemplo, o corpo monta defesas no
organismo para se preparar para uma possível invasão de micróbios. O organismo
gera então um aumento de glóbulos e peptídeos antimicrobianos para lutar contra uma
possível infecção.
Colágeno:
Os peptídeos também podem ser usados na indústria de cosméticos. Existem
vários produtos como cremes antienvelhecimento que apresentam uma grande
variedade de peptídeos em sua composição. Estudos científicos na área indicam que
há uma relação entre a quantidade de peptídeos e os resultados positivos sobre
processos inflamatórios ou em lesões e também no estímulo à produção de colágeno.
Durante o envelhecimento, a produção de proteínas como o colágeno diminui.
O colágeno é responsável por dar elasticidade a um ar jovem a pele. O uso externo
de peptídeos de colágeno diretamente na pele faz com a produção de colágeno
aumente deve à intensa absorção de aminoácidos. Isso resulta na diminuição e
prevenção de rugas e marcas na pele relacionadas com o processo de
envelhecimento e em uma pele mais suave, hidrata e firme.
39
Hormônios
Os peptídeos podem aumentar a produção de hormônios que controlam
processos importantes como crescimento e desenvolvimento sexual. Vários
aminoácidos são necessários para produzir o hormônio do crescimento humano, por
exemplo. A ocitocina e a insulina, por exemplo, são peptídeos importantes para a
nossa saúde, que na verdade são hormônios relacionados com a função reprodutiva
feminina e com o controle dos níveis de açúcar no sangue.
Atividade física
Existem ainda peptídeos que controlam e influenciam em como o nosso corpo
reage à dieta e ao exercício físico. Muitas pessoas que treinam com objetivo de
hipertrofiar os músculos já buscam suplementos de peptídeos que são recomendados
para diversas funções como construção de músculos, queimas de gordura e melhoria
do desempenho.
A vantagem disse é que os peptídeos são digeridos e usados prontamente pelo
organismo, pois já são fornecidos em tamanhos menores. Dessa forma, o corpo não
precisa quebrar uma molécula enorme de proteína obtida através da alimentação para
obter os aminoácidos necessários para a síntese dos peptídeos. Além disso, existem
indícios de que os peptídeos são mais estáveis no corpo e assim são mais benéficos
do que os aminoácidos que são moléculas mais instáveis.
Os peptídeos de glutamina e creatina são os suplementos mais populares para
quem treina. Eles proporcionam uma absorção mais rápida e poucos efeitos
colaterais. A possibilidade de aplicações dos peptídeos é enorme, podendo ser usado
também como ferramenta de diagnóstico de doenças.
Além de serem usados em vários processos metabólicos, os peptídeos
produzidos sinteticamente em laboratório podem servir como uma ferramenta de
diagnóstico. Isso porque os peptídeos são moléculas que reagem facilmente com
outras substâncias, podendo até mudar de cor ou ficar fluorescentes de acordo com
os estímulos recebidos.

11.2 Efeitos dos fármacos

Os fármacos que atuam sobre o SNC o fazem sobre sistemas neurais


específicos de forma aditiva ou competitiva.

40
De acordo com Gilman AG, et al, a definição para a classe desses fármacos, e
suas características, seria, Classe de fármacos que produz efeitos fisiológicos e
psicológicos através de vários mecanismos. Podem ser divididos em fármacos
"específicos" por exemplo, aqueles que afetam um mecanismo molecular identificável
próprio das células alvo, as quais apresentam receptores para aquele fármaco -- e os
agentes "não específicos" que produzem efeitos em diferentes células alvo e agem
através de diversos mecanismos moleculares.
Aqueles que apresentam mecanismos não específicos geralmente são
classificados de acordo com a produção de comportamento depressivo ou
estimulante. Aqueles que apresentam mecanismos específicos são classificados por
local de ação ou pelo uso terapêutico específico.
As condições fisiológicas dos indivíduos influenciam os efeitos de
fármacos no SNC:
Ex.: hipnóticos são menos efetivos em indivíduos hiperexcitados.
Estudo do modo como as propriedades físico-químicas do fármaco, a forma
farmacêutica e a via de administração afetam a velocidade e a extensão de absorção
do fármaco. Fazem parte desta fase as etapas de desintegração e a dissolução do
fármaco (MOURA JUNIOR, 2015).
Se pode afirmar que este processo está determinado pela tecnologia com o
qual o medicamento foi fabricado, por exemplo o grau de compressão. Quanto maior
a compressão do medicamento comprimido, menor será o processo de desintegração
do medicamento. Quanto menor a compressão do medicamento comprimido, mais
rápido será o processo de desintegração do medicamento.
O grau de compressão é calculado em estudos afim de que a desintegração
do medicamento ocorra no melhor tempo possível para que seja atingido a
concentração plasmática adequada afim de atingir o objetivo terapêutico do
medicamento. Medicamentos comprimidos efervescentes não passam pela fase de
desintegração, está ocorrendo na água antes de ser ingerida.
No momento da administração da solução, estes se apresentam em pequenas
partículas ao serem ingeridas. A Fase Biofarmacêutica ocorre apenas com
comprimidos, pílulas, cápsulas, etc.

41
11.3 Fase de absorção

 É a transferência de um fármaco desde o seu local de administração até


a corrente sanguínea
 A velocidade e a eficiência da absorção dependem da via de
administração que o fármaco é aplicado
 A absorção, é a primeira etapa que começa com a escolha da via de
administração até o momento que a droga entra na corrente sanguínea.
 Todo medicamento oral é absorvido no TGI (maioria no intestino e
alguns ácidos fracos e substâncias neutras podem ser, em determinada
proporção, no estômago e, através da circulação porta, vai inicialmente
para o fígado, onde é submetido ao processo enzimático de
biotransformação ou degradação.

11.4 Processo de biotransformação

Efeito de primeira passagem ou metabolismo enzimatico de primeira


passagem:
 É a metabolização do medicamento pelo fígado e pela microbiota
intestinal, antes que o fármaco chegue à circulação sistêmica.
 Após uma droga ser ingerida, ela é absorvida pelo sistema digestivo e
entra no sistema porta hepático. Antes de atingir o resto do corpo, ela é
carregada através da veia porta hepática para o fígado.
 O fígado metaboliza muitas drogas, às vezes de tal maneira que
somente uma pequena quantidade de droga ativa é lançada a partir do
fígado em direção ao resto do sistema circulatório do corpo.
 Os medicamentos administrados pela via oral, sofrem essa
biotransformação no fígado, diminuindo significativamente a
biodisponibilidade da droga no sangue.
 Vias de administração alternativas podem ser usadas, como
intravenosa, intramuscular, sublingual, transdérmica e via retal. Estas
vias evitam o efeito de primeira passagem pois permitem que a droga
seja absorvida diretamente na circulação sistêmica

42
 A degradação do fármaco no fígado depende de sua estrutura química,
pode ser completamente metabolizado ou inativado.
 O fígado é o órgão que prepara a droga para a excreção, necessário
para tornar as substâncias mais polares, mais hidrossolúveis para serem
facilmente eliminadas pelos rins, a mais importante via de eliminação.
 Principal órgão de metabolização: fígado
 Demais órgãos: rins, pulmões, intestino, pele. (MOURA JUNIOR, 2015).

12 FATORES ENVOLVIDOS NA ABSORÇÃO

12.1 Ligados ao fármaco

 Fase farmacêutica
 Propriedades físico-químicas (lipossolubilidade, peso molecular, grau de
ionização, concentração)
 Via de administração

12.2 Ligados ao organismo

 Vascularização do local: quanto mais vascularizado, maior a quantidade


de circulação sanguínea e assim, maior a quantidade de droga
circulante.
 Superfície de contato
 Dose da droga a ser administrada
 Concentração da droga na circulação sistêmica,
 Concentração da droga no local de ação
 Enfermidades / Patologias
 Fluxo sanguíneo
 Motilidade do TGI
 Velocidade de esvaziamento gástrico
 Idade
 Sexo
 Peso corporal
43
 PH do meio

12.3 Fase de distribuição

 Ocorre após a administração do fármaco, seja via oral ou parenteral;


 Nesta etapa a droga é distribuída no organismo através da circulação
 O processamento da droga no organismo passa primeiramente nos
órgãos de maior vascularização (como SNC, pulmão, coração) e depois
sofre redistribuição aos tecidos de menos irrigação (tecido adiposo, por
exemplo).
 Após a absorção, o fármaco precisa ser distribuído para o corpo, função
desempenhada pela corrente sanguínea.
 É nessa etapa em que a droga chega ao ponto onde vai atuar.
 O fármaco pode ser distribuído “livre” ou “complexado” a proteínas
plasmáticas (MOURA JUNIOR, 2015).

12.4 Fase de eliminação/excreção

 Pela excreção, os compostos são removidos do organismo para o meio


externo.
 O principal sítio de excreção é o Rim. Além dele, podemos incluir os
pulmões, fezes, secreção biliar, suor, lágrima, saliva e leite materno.
Retirando desta lista os pulmões para os fármacos gasosos ou voláteis,
os demais sítios são quantitativamente menos importantes (JUNIOR,
2015).

12.5 Psicoestimulantes

Um estimulante (do latim stimulare) ou psicoestimulante ou psicotônico é, em


geral, uma droga que aumenta os níveis de atividades motoras e cognitivas, reforça a
vigília, o estado de alerta e a atenção, e, algumas vezes, tem potencial euforizante.
Seu efeito é considerado como semelhante à adrenalina na atividade motora, daí a

44
denominação de adrenérgico, contudo esse não é o único mecanismo de ativação
metabólica do organismo.
Os psicoestimulantes, na Farmacodinâmica, como sugere o próprio nome, são
drogas capazes de estimular a atividade, a vigília e a atenção. São agonistas das
catecolaminas, aumentando a disponibilidade de noradrenalina e dopamina nos
receptores. Os psicoestimulantes na farmacocinética são em sua maioria
administrados via oral, sendo rapidamente absorvidos pelo trato gastrointestinal.
Atravessam rapidamente a barreira hemato encefálica, sendo eliminado do corpo em
24 horas (DIENER, 1991). As dosagens sanguíneas dos estimulantes, como guia de
ajuste das doses, não parecem úteis (SWANSON, 1988).

A tolerância a essas drogas não foi estabelecida em estudos científicos, há,


contudo, relatos sugerindo que ocorre uma diminuição na sua eficácia com o
uso prolongado (DULCAN, 1990 apud; portal educação 2017).

O mecanismo de ação central dos psicoestimulantes não é totalmente


conhecido. Acredita-se que a dextroanfetamina aumente as atividades das
catecolaminas no sistema nervoso central (SNC), sobretudo pelo aumento da
disponibilidade de noradrenalina e dopamina na fenda senáptica.
O metilfenidato tem uma estrutura química semelhante à da dextroanfetamina
sendo que o seu efeito parece ser predominantemente dopaminérgico. Há duas
hipóteses em voga sobre os efeitos centrais dos psicoestimulantes. (GUALTIERI ET
AL, 1983), defendem que os estimulantes atuam diminuindo as flutuações na vigília,
atenção e reatividade do SNC, aumentando a tenacidade pelo aumento da inibição
cortical. (HAENLEIN; CAUL, 1987), propõem que os estimulantes aumentam a vigília
do SNC, criando uma persistência nas respostas ás atividades.
O metilfenidato é o psicoestimulante mais popular na América do Norte, sendo
o único disponível no Brasil até o momento. O início de ação se dá 30 a 60 minutos
após a ingestão, sendo o pico plasmático atingido após 1,5 a 2,5 horas. A meia-vida
plasmática varia entre 2 a 4 horas, sendo a droga inteiramente metabolizada após 12
a 24 horas (WARGIN ET AL., 1983).
Os efeitos comportamentais atingem o auge 1 a 3 horas após a ingestão e se
dissipam após 3 a 6 horas. A meia-vida plasmática da apresentação de liberação lenta
(não disponível no Brasil) é cerca do dobro da preparação padrão (BIRMAHER ET
AL., 1989).

45
Os efeitos comportamentais aparecem após 1 a 2 horas, o pico entre 3 e 5
horas, diminuindo gradativamente até 8 horas após a ingestão. Os efeitos colaterais
dessa droga são poucos, sendo a diminuição do apetite o mais importante. Pode
também reduzir o limiar de convulsão. Não existem efeitos colaterais decorrentes do
uso prolongado do Metilfenidato (WEISS, 1996).
Os psicoestimulantes, na Farmacodinâmica, como sugere o próprio nome, são
drogas capazes de estimular a atividade, a vigília e a atenção. São agonistas das
catecolaminas, aumentando a disponibilidade de noradrenalina e dopamina nos
receptores. (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2016).
Os psicoestimulantes tem por função potencializar o funcionamento cerebral,
atuando sobre o neurotransmissor dopamina; com isto, ocorre a redução dos sintomas
especialmente da distração e da hiperatividade. Justamente por sua interferência no
metabolismo da dopamina, que é a substância orgânica que envolvida no controle da
motivação, níveis de energia e do prazer, os psicoestimulantes compõem uma
categoria de drogas muito controladas.
Por potencializar o funcionamento do cérebro, os psicoestimulantes
conseguem aumentar a concentração, a memória operacional e a velocidade mental;
também a capacidade de sustentar o esforço mental por tempo mais longo; iniciar e
realizar atividades até o final. Também tem efeito sobre a hiperatividade, por estimular
as áreas cerebrais que comandam a inibição da motricidade (melhoram os freios
comportamentais). Os pensamentos se tornam mais claros, pela melhor organização
das ideias e redução das distrações. (JUNDURIAN, 2018).
Psicoestimulantes não são apenas "tarja-preta", que demandam receita para
serem comprados. Exigem uma receita ainda mais restrita (receituário amarela), da
mesma categoria usada, por exemplo, para a prescrição de opiáceos, como derivados
de morfina. São medicações que trazem riscos de efeitos colaterais sérios, bem como
risco de desenvolver dependência.
Os psicoestimulantes são comercializados em dois tipos de formulação: de
ação imediata ou de longo alcance (LA). A diferença entre ambos está no mecanismo
de liberação da droga a partir da cápsula, o que afeta diretamente o processo de
absorção pelo organismo. Com a ação imediata, a droga entra na corrente sanguínea
quase que imediatamente - em cerca de 15 minutos já se percebe seu efeito; é
rapidamente metabolizado e "sai" do organismo.

46
As formulações de longo alcance têm sempre dois pontos de liberação, o que
permite usar apenas uma cápsula por dia e um efeito mais duradouro.

13 TIPOS DE FORMULAÇÃO DOS PSICOESTIMULANTES - DURAÇÃO DO


EFEITO

13.1 Ritalina

Fonte: tarobanews.com

A Ritalina de 10mg é ainda a droga mais vendida, podendo funcionar bem como
alternativa de curto prazo - seus efeitos normalmente aparecem bem rapidamente e
duram por bem pouco tempo - entre 3 a 4 horas, o que torna necessário tomar o
remédio duas ou mais vezes por dia. Há também algumas outras formulações de
metilfenidato com liberação lenta (de longa duração) como Ritalina LA ou Concerta,
que podem durar entre 6 e 8 horas.
A ritalina é um fármaco psicoestimulante fraco, que atua no sistema nervoso
central, proporcionando efeitos mais evidentes sobre as atividades mentais do que
sobre as motoras. Seu mecanismo de ação ainda não é bem compreendido, porém,
o resultado de seu uso é bem reconhecido e bastante estudado. Sua absorção pode
ser acelerada, se ingerido junto com alimento.

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Com o Venvanse, que também é uma formulação de longa duração, se
consegue um efeito mais prolongado - até 12 horas. Isto se deve especialmente à
categoria da droga, da família das anfetaminas, que é mais potente que o metilfenidato
(AMORIM, 2016).

A ritalina é um medicamento indicado para tratar normalmente crianças com


TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) entre outras
doenças do sistema nervoso central. O medicamento foi patenteado em 1994,
e os efeitos colaterais mais frequentes são a ação broncodilatadora, insônia
e a redução do apetite, alterações no humor, reação no sistema digestivo. A
princípio o medicamento tem o poder de tranquilizar o paciente, estimulando
sua concentração e sua capacidade de focalizar-se em uma atividade por
mais tempo, sem a sensação ou aparência de quem está dopado, ao mesmo
tempo sem ficar agitado. (COUTINHO, 2009 apud Ferraz Gomes 2010).

13.2 Anfetamina

A anfetamina surgiu no século 19, tendo sido sintetizada pela primeira vez na
Alemanha, em 1887. Cerca de 40 anos depois, a droga começou a ser usada pelos
médicos para aliviar a fadiga, dilatar as passagens nasais e bronquiais e estimular o
sistema nervoso central. Na década de 30, o propósito era o tratamento do transtorno
de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), então denominado hiperatividade ou
disfunção cerebral mínima (RIBEIRO; MARQUES, 2002, apud MARCON, 2012).
Anfetaminas são substâncias simpatomiméticas que têm a estrutura química
básica da beta-fenetilamina. Sob esta designação, existem três categorias de drogas
sintéticas que diferem entre si do ponto de vista químico. As anfetaminas,
propriamente ditas, são a dextroanfetamina e a metanfetamina. A anfetamina é uma
droga estimulante do sistema nervoso central, que provoca o aumento das
capacidades físicas e psíquicas.
Atualmente, as anfetaminas de uso não terapêuticos são proibidas em vários
países, incluindo o Brasil (desde 2011). Em alguns países da Europa a substância foi
totalmente proibida, sendo encontrada somente de forma clandestina, vinda de outros
locais. A maior parte dos usuários são mulheres que utilizam a droga para o
emagrecimento.

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13.3 Dextroanfetamina

A Dextroanfetamina é uma substância sintética criada no século XX. Ela é um


tipo de anfetamina (substâncias simpatomiméticas que tem a estrutura química básica
da beta-fenetilamina). É um tipo de droga sintética.
A BVS – Biblioteca Virtual de Saúde, define a Dextroanfetamina como, é um
estimulante do sistema nervoso central e um simpatomimético. Foi também utilizada
no tratamento da narcolepsia e nos distúrbios envolvendo déficits de atenção e
hiperatividade em crianças. Dextroanfetamina possui múltiplos mecanismos de ação
incluindo o bloqueio de adrenérgicos e dopamina, estimulação da liberação de
monoaminas e inibindo a monaminoxidase. É também uma droga de abuso e um
psicotomimético.
Quando a Dextroanfetamina é absorvida rapidamente por via oral, esta alcança
seu pico plasmático cerca de 1 a 3 horas após sua administração. Possui uma meia-
vida de aproximadamente 8 a 12 horas, o que faz com que seja necessária à sua
administração em dois a três tomadas por dia. Metade de sua eliminação é feita
através de metabolização hepática e metade é eliminada inalterada na urina. A
acidificação da urina acelera sua excreção.
A dextroanfetamina é o mais potente dos simpaticomiméticos (substâncias que
estimulam o sistema nervoso simpático) devido a sua capacidade de atuar tanto no
sistema dopaminérgico quanto sistema da norepinefrina. No Brasil é comercializada
para o tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, sob o nome
comercial de Venvanse.
Algumas características da Dextroanfetamina:
 Foi também utilizada no tratamento da narcolepsia e nos distúrbios
envolvendo déficits de atenção e hiperatividade em crianças.
 É usado na forma de sulfato ou de cloridrato como estimulante do
sistema nervoso central.
 Possui múltiplos mecanismos de ação incluindo o bloqueio de
adrenérgicos e dopamina, estimulação da liberação de monoaminas e
inibição da enzima monoaminoxidase. É também uma droga de abuso e
um psicotomimético.

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 A Dextroanfetamina está incluída em um dos três principais
simpaticomiméticos utilizados atualmente na prática clínica (os outros
são Metilfenidato e Pemolide) e seus principais efeitos são transtorno do
déficit de atenção com hiperatividade (DDAH) e a Narcolepsia.
 Sua fórmula química é C9H13N.
 Seu peso molecular é de 135.206.
 Seu metabolismo é hepático.

13.4 Metanfetamina

Fonte: seligasaude.com

A metanfetamina (N-methylamphetamine), é uma droga muito potente e


altamente viciante, cujos efeitos se manifestam no sistema nervoso central e
periférico. Segundo Amaral 2012, A metanfetamina é uma droga estimulante do
sistema nervoso central usada com objetivo terapêutico ou como droga de abuso
quando consumida em doses acima do recomendado.
Ela tem-se vulgarizado como droga de abuso devido aos seus efeitos
agradáveis intensos tais como a euforia, aumento do estado de alerta, da autoestima,
do apetite sexual, da percepção das sensações e pela intensificação de emoções. Por
outro lado, diminui o apetite, a fadiga e a necessidade de dormir.
Não há uso médico da metanfetamina. Drogas da família das anfetaminas,
como o metilfenidato, são usados para tratamento de algumas doenças, como
50
a narcolepsia, e o Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em crianças e
adultos. Porém, o potencial de dependência do metilfenidato é muito baixo.
A metanfetamina possui um grande potencial de dependência, e a sua
utilização crônica pode conduzir ao aparecimento de comportamentos psicóticos,
além de outros transtornos mentais como depressão, e principalmente, dependência
química de difícil tratamento.

13.5 Piracetam

Fonte: doktersehat.com

O Piracetam é uma substância estimulante do cérebro que age no sistema


nervoso central, melhorando várias capacidades mentais como memória ou atenção,
sendo por isso muito utilizado para tratar vários tipos de déficits cognitivos.
O Piracetam pode ser encontrado nas farmácias convencionais com o nome
comercial de Cintilam, Nootropil ou Nootron, por exemplo, sob a forma de xarope,
cápsula ou comprimido.
O Piracetam está indicado para melhorar as atividades mentais como memória,
aprendizagem e atenção, sendo, por isso, usado no tratamento da perda de função
cerebral durante o envelhecimento ou após AVC.
No Brasil, é comercializado como substância pura sob os seguintes
nomes:
 Cintilan® (Medley);
 Nootrofic® (Cristália);
 Nootron® (Biosintética);
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 Nootropil® (Aventis);
 Piracetam® (Hexal).
Sob a forma associada ou combinada, para aplicação diferenciada, ocorre com
outros nomes comerciais.

13.6 Reguladores ou estabilizadores de humor

Estabilizadores do Humor são substâncias utilizadas para a manutenção da


estabilidade do humor, não sendo essencialmente antidepressivas nem sedativas.
Segundo a ADEP (Associação de apoio aos doentes Depressivos e Bipolares):
 Há, presentemente, três estabilizadores do humor comprovadamente
eficazes:
 O Lítio, comercializado, em Portugal, no medicamento Priadel;
 O Valproato, comercializado nos medicamentos Diplexil R e Depakine;
 A Carbamazepina (Tegretol).
Cada um destes três estabilizadores do humor tem diferentes ações químicas
no organismo. Se um não for eficaz no tratamento ou tiver efeitos adversos
persistentes o médico tem a possibilidade de escolher outro, ou de combinar dois em
doses que permitam uma melhor tolerância e eficácia. Há análises para determinar o
nível sanguíneo dos três estabilizadores do humor, permitindo o controle correto da
dose em cada doente.
Mais recentemente outras substâncias foram destinadas a esse fim, como o
Divalproato de Sódio, Oxcarbazepinas, Topiramato, Lamotrigina. Evidentemente
essa lista tende a aumentar progressivamente, de acordo com as novas pesquisas
psicofarmacológicas.
Alguns outros anticonvulsivantes estão merecendo estudos sobre sua eficácia
como Estabilizadoras do Humor, como é o caso da Lamorigina e da Gabapentina.
Mais comumente, à exceção do Lítio, todos os demais Estabilizadores do Humor são,
concomitantemente, anticonvulsivantes. A indicação exclusiva para Estabilizadores
do Humor são os Transtornos Afetivos Bipolares e os Episódios de Mania (Euforia) ou
de Hipomania.
O tratamento do Transtorno Afetivo Bipolar sem estes Estabilizadores do
Humor se complica devido ao fato dos antidepressivos estarem sujeitos a

52
desencadear crises de euforia, assim como os sedativos terem probabilidade de
desencadear a depressão. Desta forma, tanto o Carbonato de Lítio, quanto a
Carbamazepina são utilizados sempre como coadjuvantes quase indispensáveis do
tratamento.

13.7 Depressores

Antipsicoticos
Os antipsicóticos são classificados em típicos (ou de primeira geração ou
tradicionais) e atípicos (ou de segunda geração), de acordo com seu mecanismo de
ação – os típicos bloqueiam os receptores dopaminérgicos D2, enquanto que os
atípicos bloqueiam os receptores dopaminérgicos D2 e os receptores serotoninérgicos
5HT2A. Essa diferença no mecanismo de ação determina perfis distintos de efeitos
terapêuticos e efeitos colaterais de cada um desses grupos. (CORDIOLI, 2000).

Fonte: elsevier.es

Ansiolíticos
O CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas,
conceitua ansiolíticos como:
São medicamentos que têm a propriedade de atuar sobre a ansiedade e
tensão. Estas drogas foram chamadas de tranquilizantes, por acalmarem a pessoa
estressada, tensa e ansiosa. Atualmente, prefere-se designar esses tipos de

53
medicamentos pelo nome de ansiolíticos, ou seja, que "destroem" (lise) a ansiedade.
Também são utilizadas no tratamento de insônia e nesse caso também recebem o
nome de drogas hipnóticas, isto é, que induzem sono. Os ansiolíticos mais comuns
são substâncias chamadas benzodiazepínicos, que aparecem em medicamentos
como Valium®, Librium®, Lexotam®, Dormonid® etc.

Fonte: images.e-konomista.pt

Atuam no organismo do paciente afetando diretamente as áreas do cérebro


responsáveis por controlar a ansiedade e o estado de alerta. Seu efeito provoca uma
sensação de relaxamento. São chamados, também, de tranquilizantes e calmantes.
Em alguns casos, são recomendados para o tratamento de insônia, devido à
sonolência que podem provocar.
Os principais ansiolíticos utilizados são os benzodiazepínicos, que agem
diretamente nos neurotransmissores responsáveis por proporcionar o efeito sedativo
e tranquilizante das atividades do sistema nervoso central (SNC).
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país líder
em casos de Transtorno de Ansiedade, no qual 9,3% da população sofre com esta
doença. Ainda sobre doenças que afetam a saúde mental, a depressão afeta 5,3%
dos brasileiros. Quando falamos desses transtornos, é essencial entender como
funciona o tratamento. Nesse caso, especificamente, como funciona para quem sofre
com a ansiedade.
Ainda que os ansiolíticos não atuem como uma solução para o problema, eles
possibilitam que as pessoas dentro desse quadro possam realizar as atividades do
dia a dia, pois, com esses medicamentos, elas apresentam uma melhora nos sintomas
54
da doença. Os ansiolíticos não agem sozinhos, e nem devem. Tão importante quanto
um tratamento com medicamentos é a ajuda de um profissional especializado em
saúde mental, como os psicólogos e psiquiatras.
O uso indevido pode provocar diversos efeitos colaterais, proporcionando uma
progressão do quadro ou até mesmo risco de vida ao paciente. Também podem
causar dependência.

13.8 Hipnóticos

Anestésicos

Fonte: zitusti.cz

Antes da descoberta dos anestésicos, que hoje conhecemos, as dores


reduziam muito a possibilidade da intervenção cirúrgica. Os anestésicos gerais
promovem a depressão generalizada e reversível do Sistema Nervoso Central (SNC)
que promove o bloqueio das modalidades sensitivas de um modo geral, com a perda
da consciência.

55
O estado anestésico inclui perda da consciência, bloqueio ou insensibilidade à
dor, evitar reflexos autônomos, promover amnésia e relaxamento muscular. Os
anestésicos gerais se dividem em dois grupos:
Anestésicos inalatórios e intravenosos: A seleção do anestésico tem por
finalidade promover um regime anestésico seguro, tomando por base o tipo de
cirurgia, o estado do paciente e a farmacologia.
Agentes Inalatórios: Isoflurano (quase em desuso)
Enflurano
Sevoflurano (Atualmente o mais usado)
Desflurano
Gases anestésicos
Óxido nitroso (ainda usado)
Xenônio (Em estudo, uma esperança, mas nada comprovado).
Fármacos anestésicos intravenosos
Sedativos hipnóticos:
Propofol. – Anestésico de eleição, mas requer suplementação com narcóticos
para analgesia.
Midazolam – Benzodiazepínico. Muito utilizado. Também em anestesia
Pediátrica.
Tiopental – É um barbitúrico de ação rápida.
Etomidadto – Um derivado imidazólico, sua particularidade é estabilidade
cardiovascular.
Cetamina - Produz alucinações no período pós-anestésico
As fases da anestesia são:
1 - Indução: Inconsciência, com o uso de anestésicos, com ajuda dos
adjuvantes ou de anestésicos intravenoso, como por exemplo, o Tiopental.
2 - Manutenção: Quantidade de droga inalada ou infundida, baseada nos
parâmetros clínicos, fornecido pela monitorização.
3 - Recuperação: Retorno da consciência com a retirada do anestésico.
Todo o processo de analgesia e suas fases geram alguma resposta do
indivíduo que está sendo submetido a este procedimento, e algumas vezes estas
respostas são os efeitos colaterais ou reações adversas. As principais são:
 Ao corpo como um todo: Febre, Cefaleia, Calafrios.

56
 Relativos ao sistema digestivo: Náuseas, vômitos.
 Relativa o sistema nervoso: Agitação, tontura e sonolência.
O anestésico ideal seria o que apresentasse todas as características,
nenhum agente sozinho é um anestésico ideal:
 Indução rápida e confortável
 Relaxamento muscular adequado, para tipo de processo cirúrgico.
 Ampla margem de segurança.
 Sustentar a homeostasia durante a cirurgia.
 Rápidas alterações na profundidade anestésica.
 Ausência de toxicidade.
 Ausência de efeitos adversos.
 Eliminação rápida para proporcionar um fácil retorno à consciência.
Antiepilépticos

Fonte: setorsaude.com.br

O tratamento farmacológico inicial para suprimir ou reduzir a incidência das


crises está baseado no tipo específico da crise. Assim, as crises tônico-clônicas
(grande mal) são tratadas de modo diferente das crises de ausência (pequeno mal).
57
Muitos fármacos podem ser efetivos para ambas e a toxicidade do agente é
frequentemente a principal consideração na escolha do fármaco.
A monoterapia é instituída com um único fármaco, até que as crises sejam
controladas ou ocorram sinais de toxicidade. Quando a terapia com um único fármaco
é ineficaz, um segundo fármaco pode ser acrescentado ao regime terapêutico. A
terapia antiepiléptica para as crises tônico-clônicas nunca deve ser interrompida
abruptamente, caso contrário pode ocorrer convulsões.
Fenitoína:
A fenitoína é eficaz na supressão das convulsões tônico-clônicas e parciais e é
o fármaco de escolha para a terapia inicial, particularmente no tratamento de adultos.
1 – Mecanismo de ação:
A feitoína estabiliza a membrana neuronal para a despolarização por diminuir
o fluxo do íon sódio nos neurônios no estado de repouso ou durante a despolarização.
Também reduz o influxo de íons cálcio durante a despolarização e suprime o disparo
repetitivo dos neurônios.
2 – Ações:
A fenitoína não é depressor generalizado do SNC, como os barbitúricos, porém
promove algum grau de sonolência e letargia, sem progressão para a hipnose. A
fenitoína reduz a propagação de impulsos anômalos no cérebro.
3 – Usos terapêuticos:
A fenitoína é muito eficaz nas crises parciais (simples e complexas), crises
tônico-clônicas e no tratamento do estado epiléptico causado por crises tônico-
clônicas recorrentes. A fenitoína não é eficaz nas crises de ausência, que podem
mesmo piorar se o paciente for tratado com ela.
Carbamazepina:
1- Ações: A carbamazepina reduz a propagação de impulsos anômalos no
cérebro através do bloqueio de canais de sódio, inibindo assim a
geração de potenciais de ação repetitivos no foco epiléptico.
Usos terapêuticas: A carbamazepina é bastante eficiente em todas as crises
parciais (simples e complexas) e é frequentemente o fármaco de primeira escolha
nesses casos. Além disso, este fármaco é também muito eficaz nas crises tônico-
clônicas e é também usado no tratamento da neuralgia trigeminal.

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Tem sido ocasionalmente usado em pacientes maníaco-depressivos com o
sentido de melhorar seus sintomas.
Fenobarbital
1 – Ações: O fenobarbital apresenta atividade antiepiléptica, limitando a
expansão das descargas anômalas pelo cérebro e elevando o limiar de disparo. Seu
mecanismo de ação é desconhecido, porém pode envolver os efeitos inibitórios dos
neurônios mediados pelo ácido y-amino-butírico (GABA). As doses necessárias para
a ação antiepiléptica são menores do que as que causam pronunciada depressão do
SNC.
2 – Usos terapêuticos:
O fenobarbital promove taxa de resposta favorável de 50% em crises parciais
e não é muito efetivo em crises parciais complexas. Este fármaco tem sido visto como
de primeira escolha nas crises recorrentes da infância, inclusive as causadas pela
febre. Entretanto, o fenobarbital pode deprimir o desempenho cognitivo na criança
tratada por convulsões febris e, então, este fármaco deve ser usado com cautela.
O fenobarbital é também usado no tratamento das crises tônico-clônicas
recorrentes, especialmente em pacientes que não respondem ao diazepam com
fenitoína. O fenobarbital é também usado como sedativo suave no alívio da
ansiedade, tensão nervosa e insônia, apesar de os benzodiazepínicos serem
superiores.
Primidona
A primidona é estruturalmente relacionada ao fenobarbital e assemelha-se a
ele em sua atividade anticonvulsivante. A primidona é escolha alternante nas crises
parciais e tônico-clônicas. Muito da eficácia da primidona vem de seus metabólitos: o
fenobarbital e a fenil-etilmalonamida, que apresentam meias-vidas maiores que o
fármaco-mãe. O fenobarbital é efetivo nas crises tônico-clônicas e nas crises parciais
simples; e a fenil-etil-malonamida, nas crises parciais complexas.
A primidona é frequentemente usada em associação com a carbamazepina e
a fenitoína, permitindo que sejam utilizadas menores doses destes agentes. Ela é
ineficaz nas crises de ausência. A primidona é bem absorvida por via oral.
Ela mostra pouca ligação às proteínas. Este fármaco apresenta os mesmos
efeitos adversos que o fenobarbital.

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Ácido Valpróico
O ácido valpróico diminui a propagação da descarga elétrica anômala no
cérebro. Ele pode potenciar a ação do GABA nas sinapses inibitórias. O ácido
valpróico é o mais efetivo agente disponível para o tratamento das crises mioclônicas.
Ele diminui as crises de ausência, porém é de segunda escolha em razão de seu
potencial hepatotóxico. O ácido valpróico reduz a incidência e severidade das crises
tônico-clônicas.
Etosuximida
A etosuximida reduz a propagação da atividade elétrica anômala no cérebro e
é de primeira escolha na ausência de crises.
Benzodiazepínicos
Muitos benzodiazepínicos mostram atividade antiepiléptica. O clonazepam e o
clorazepato são usados em tratamentos crônicos, enquanto o diazepam é o fármaco
de escolha no tratamento agudo do estado epiléptico. O clonazepam impede o
espalhamento da crise do foco epileptógeno e é efetivo nas ausências e crises
mioclônicas, porém desenvolve tolerância. O clorazepato é efetivo nas crises parciais,
quando usado em associação a outros fármacos.
De todos os antiepilépticos, os benzodiazepínicos são os mais seguros e mais
livres de efeitos adversos severos. Todos os benzodiazepínicos apresentam
propriedades sedativas; assim, podem ocorrer letargia, sonolência e fadiga com doses
elevadas; também podem ocorrer ataxia, tonturas e alterações do comportamento.
Podem ocorrer depressões respiratória e cardíaca, quando usados por via intravenosa
em situações agudas.
Gabapentin e Lamotrigine
Pela primeira vez, em muitos anos, estão disponíveis novos fármacos
antiepilépticos. O gabapentin é substância análoga do GABA, porém seu mecanismo
de ação não é conhecido. O lamotrigine inibe a liberação de glutamato e aspartato,
bloqueia os canais de sódio e impede o disparo repetitivo. Ambos os fármacos estão
aprovados para o tratamento das crises parciais simples e complexas, além das crises
generalizadas tônico-clônicas.

60
13.9 Antidepressivos

Os antidepressivos são os medicamentos usados no combate à depressão


podendo ser usados isoladamente ou em associação, de modo a obter uma
recuperação mais rápida e eficaz.
Os antidepressivos são medicamentos ou drogas que agem no sistema
nervoso, cuja função é normalizar o fluxo de neurotransmissores, que são moléculas
responsáveis pelo impulso nervoso de um neurônio para o outro.
Os neurotransmissores saem de um neurônio, atravessam a sinapse (espaço
entre dois neurônios) e ativam os receptores do neurônio seguinte. Os
neurotransmissores mais importantes são: serotonina, noradrenalina, dopamina,
acetilcolina, glutamato e GABA.
“São medicamentos cuja ação decorre no Sistema Nervoso Central,
normalizando o estado do humor, quando se encontra deprimido (o que equivale para
o doente a tristeza, angústia, desinteresse, desmotivação, falta de energia, alterações
do sono e do apetite e muitos outros sintomas). “ (ADEB, 2013).
Os mecanismos de ação são distintos de um antidepressivo para outro. Há
várias e diferentes classes. Há os inibidores seletivos da recaptação de serotonina ou
serotoninérgicos (fluoxetina, sertralina, paroxetina, citalopram e escitalopram).
Há os antidepressivos duais que inibem a recaptura tanto de serotonina quanto
de noradrenalina, conhecidos como os de duplo mecanismo de ação (venlafaxina,
desvenlafaxina e duloxetina).
Há certos antidepressivos que também atuam sobre outros neurotransmissores
ou têm mecanismos de ação completamente diferentes como a agomelatina que atua
como agonista em receptores de melatonina (hormônio produzido pela glândula pineal
do cérebro). Os efeitos colaterais variam de acordo com a classe ao qual o
antidepressivo pertence e também de acordo com a tolerância de cada pessoa.
Os antidepressivos mais antigos, conhecidos como tricíclicos (clomipramina,
imipramina, amitriptilina) costumam dar mais efeitos colaterais que os mais recentes
(inibidores da recaptação de serotonina e os de duplo mecanismo de ação). Parece
haver diferenças nas respostas aos antidepressivos entre homens e mulheres.
As mulheres até 50 anos de idade parecem ser mais respondedoras aos
antidepressivos serotoninérgicos enquanto os homens respondem melhor aos
tricíclicos e duais – porém, isso não é uma regra geral.
61
Entre os efeitos colaterais (variável de pessoa para pessoa e de acordo com o
tipo de antidepressivo utilizado) que podem ocorrer temos: alteração do sono e
apetite, alterações gastrintestinais (diarreia ou obstipação intestinal), retenção
urinária, alergias de pele, sudorese, diminuição da libido ou retardo da ejaculação,
aumento ou diminuição de peso, náusea, tontura, tremores – inclusive, alguns deles,
de forma paradoxal, podem aumentar até a ansiedade e agitação nos primeiros dias
de tratamento e por tempo limitado.
Os efeitos colaterais iniciais podem ser contornados e atenuados nos primeiros
dias ou semanas de tratamento, o médico deve sempre ser consultado e orientar o
seu paciente a respeito. Há alguns antidepressivos que podem ser hepatotóxicos e
exames de sangue devem ser solicitados. Deve-se evitar a parada da medicação por
conta própria. Há pessoas mais sensíveis aos efeitos colaterais, enquanto alguns não
os têm. É muito individual. É bom frisarmos que antidepressivos não causam
dependência e são confundidos habitualmente pelas pessoas com os
benzodiazepínicos (“calmantes”) como bromazepam, clonazepam, diazepam,
lorazepam e alprazolam.
Existem vários antidepressivos, embora com estruturas químicas e
mecanismos de ação diferentes. No entanto, todos têm em comum o aumento dos
neurotransmissores na fenda sináptica, particularmente o aumento da noradrenalina
e da serotonina. Com este aumento, os receptores pós-sinápticos (que se encontram
aumentados durante a depressão) sofrem uma diminuição e dessensibilização (down-
regulation).
Contudo, convém notar que, enquanto o aumento dos níveis dos
neurotransmissores é imediato, a diminuição dos seus receptores só se manifesta
após 2 a 3 semanas, podendo ser esta a razão pela qual existe um atraso entre o
início da terapêutica e os efeitos antidepressivos observados.

13.10 Mecanismo fisiopatológico da depressão: a hipótese amina

O mecanismo patogénico da depressão foi encontrado quase por acaso na


década de 50, após a introdução da reserpina, um agente anti-hipertensivo, onde se
verificou que os doentes tratados com este fármaco desenvolviam depressão.

62
Após vários estudos concluiu-se que o seu mecanismo de ação consistia em
inibir o armazenamento neuronial da serotonina e noradrenalina, ambos
neurotransmissores amínicos (Katzung, 2007). Consequentemente, deduziu-se que
a deficiência da transmissão destes neurotransmissores no SNC poderia causar
depressão (Bruton, Lazo e Parker, 2006).
Foi a partir desta descoberta que a depressão passou a ser encarada como
uma doença e não como um defeito caracterológico (Guimarães, Moura e Silva, 2006),
fornecendo a base daquilo que passou a ser conhecido como a hipótese amina da
depressão.
Mas um grande enigma na aplicação dessa hipótese permanecia. Embora as
ações farmacológicas dos antidepressivos existentes sejam imediatas, os efeitos
clínicos necessitam de várias semanas para se manifestar. A explicação para esta
observação tinha base nas respostas compensatórias lentas ao bloqueio inicial da
recaptação de aminas ou da inibição da MAO (Katzung, 2007).
A plausibilidade desta hipótese biológica gerou um grande interesse pelos
estudos genéticos, bioquímicos e clínicos para compreender melhor esta doença. No
entanto, apesar dos esforços ainda não se conseguiu comprovar, em seres humanos,
as alterações metabólicas previstas por esta hipótese. Além disso, os estudos
genéticos demonstraram que a hereditariedade era responsável por apenas uma parte
da fisiopatologia das doenças mentais, deixando espaço para outras hipóteses, como
as ambientais e psicológicas (Bruton, Lazo e Parker, 2006).
A hipótese amina forneceu assim os principais modelos experimentais para a
descoberta de novos fármacos antidepressivos. Em consequência, todos os
antidepressivos atualmente disponíveis, à exceção da bupropiona, são classificados
de acordo com as suas ações sobre o metabolismo, a recaptação ou o antagonismo
seletivo dos receptores de serotonina e noradrenalina ou ambas (Katzung, 2007).
Tratamento da depressão
Existem vários tratamentos para depressão que se podem optar consoante a
gravidade ou duração da doença. As opções de tratamento na fase aguda incluem a
psicoterapia, a farmacoterapia, a combinação da psicoterapia e da farmacoterapia e
a terapia eletroconvulsiva. Dentro destas, a escolha vai ser feita de acordo com o perfil
do doente e do que lhe é mais apropriado (Plesničar, 2014).

63
13.11 Inibidores da monoaminoxidase (MAO)

Os inibidores da MAO são uma classe de antidepressivos antiga e eficaz, mas


que, devido ao seu perfil de segurança não são usados como tratamento de 1ª linha
(Mitsch, 2013). Destacam-se alguns efeitos indesejáveis associados a este grupo,
como os distúrbios do sono, agitação, xerostomia, cefaleias, entre outros.
O seu mecanismo de ação consiste no bloqueio de uma importante via de
degradação intraneuronial dos neurotransmissores amínicos, provocando o aumento
destes na fenda sináptica. Têm, também, ações simpaticomiméticas e de bloqueio de
receptores adrenérgicos que podem contribuir para a ação antidepressiva.
Os inibidores da MAO não seletivos (tipo A e B) e os inibidores que inibem
reversivelmente a MAO-A são os que de facto têm ação antidepressiva.
Todos os inibidores da MAO têm a capacidade de inibir diversos fermentos,
especialmente os fermentos microssómicos hepáticos, que são necessários à
metabolização de substâncias exógenas e fármacos (Guimarães, Moura e Silva,
2006). Deste modo, estes medicamentos, com a exceção dos inibidores específicos
reversíveis de tipo A, são incompatíveis com alguns fármacos e alimentos, como por
exemplo os opiáceos. Em Portugal estão comercializados a moclobemida (Aurorix ®,
Zorix ®) e o pirlindol (Implementor ®).

13.12 Antidepressivos tricíclicos (ADT) e afins

Estes antidepressivos são assim chamados devido à sua estrutura química


(constituídos por três anéis) e são inibidores da recaptação da noradrenalina e da
serotonina, partilhando a maior parte deles as mesmas propriedades farmacológicas
e clínicas. Foram os primeiros antidepressivos eficazes a serem amplamente
utilizados no tratamento da depressão major no início da década de 60.
Este grupo tem como reações adversas a sedação (variando consoante o
princípio ativo); efeitos anticolinérgicos como a retenção urinária, quadros
confusionais, aumento da pressão intraocular, mucosas secas, obstipação;
hipotensão ortostática; alterações do ritmo cardíaco e agravamento da diabetes pré-
existente.
A sua utilização nos idosos e crianças está contraindicada mas se necessário,
podem ser utilizados nestes, mas com precaução, requerendo muitas vezes reduções
64
significativas da dose devido à manifestação de reações paradoxais. Doses
superiores a 100mg por dia estão associadas a um aumento do risco de morte súbita
cardíaca (Figueira e col., 2012).
Deste grupo fazem parte os seguintes antidepressivos: amitriptilina (ADT ®),
clomipramina (Anafranil ®), dosulepina (Protiadene ®), imipramina (Tofranil ®),
maprotilina (Ludiomil ®), mianserina (Tolvon ®), mirtazapina (Remeron Soltab ®),
nortriptilina (Norterol ®), reboxetina (Edronax ®), trazodona (Triticum ®) e trimipramina
(Surmontil ®).

13.13 Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ssri)

Fluoxetina (Prozac ®), sertralina (Zoloft ®), paroxetina (Stiliden ®, Dropax ®,


Seroxat ®, Denerval ®, Paxetil ®), fluvoxamina (Dumyrox ®), citalopram e
escitalopram (Cipralex ®) são os antidepressivos pertencentes a este grupo. Após a
introdução da fluoxetina nos anos 80, este grupo começou rapidamente a substituir os
antidepressivos tricíclicos como tratamento de 1ª linha na depressão, isto porque eram
mais seguros e melhor tolerados (Thase, 2013).
Eles bloqueiam imediatamente o transporte neuronal da serotonina
aumentando a disponibilidade sináptica deste neurotransmissor. A sua eficácia é
semelhante à dos outros antidepressivos, mas devido à sua seletividade para com
este receptor têm uma vantagem sobre eles, apresentando menos efeitos adversos
associados.

No entanto, os efeitos secundários deste grupo existem. Os mais frequentes


são as cefaleias, a disfunção sexual e sintomas gastrointestinais, por isso
deve-se adicionar um fármaco gastroprotetor nos idosos que sejam
medicados com anti-inflamatórios não esteróides (Figueira e col., 2012). Nos
idosos também podem causar hiponatrémia, a qual raramente se manifesta
nos jovens adultos (Ellison, Kyomen e Harper, 2012 apud Fernandes A;
2014).

Acredita-se que a combinação entre um SSRI e um inibidor da MAO é perigosa


pois pode ocorrer uma interação farmacológica que leva ao aumento acentuado de
serotonina nas sinapses. Este aumento pode provocar uma Síndrome de Serotonina,
que consiste em rigidez muscular, hipertermia, alterações drásticas no estado mental
e sinais vitais. Os antidepressivos deste grupo que apresentam um maior número de
interações medicamentosas são a fluoxetina, a fluvoxamina e a paroxetina, sendo que

65
este último está associado a um maior número de sintomas de descontinuação
(Figueira e col., 2012).

13.14 Inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina (snri)

Os antidepressivos pertencentes a este grupo, como o nome indica, bloqueiam


a recaptação pré-sináptica da serotonina, da noradrenalina e, em menor escala, da
dopamina.
Dos SNRI fazem parte a venlafaxina (Efexor XR ®), o milnacipram (Ixel ®) e a
duloxetina (Cymbalta ®). Os efeitos secundários são muito idênticos aos dos SSRI,
particularmente as náuseas, os vómitos, a disfunção sexual e os sintomas
relacionados com a descontinuação (que à semelhança dos SSRI atenuam-se com a
continuação do tratamento).
Porém, este grupo está mais associado a efeitos adversos dependentes da
ativação noradrenérgica, como o aumento da frequência cardíaca, dilatação pupilar,
sudação excessiva, obstipação e boca seca. O aumento da tensão arterial também é
um dos riscos deste grupo, sendo mais intenso na venlafaxina em doses diárias
superiores a 150mg (Figueira e col., 2012).

13.15 Inibidores da recaptação neuronial da dopamina

O bupropiom (Elontril ®, Wellbutrin XR ®, Zyban ®) é o exemplo desta classe.


O seu mecanismo de ação consiste na inibição da recaptação da dopamina, embora
também tenha alguma ação sobre a recaptação da noradrenalina e da serotonina. Os
efeitos secundários mais comuns são as cefaleias, sonolência, insónia, agitação,
diarreia, náuseas, entre outros (Ellison, Kyomen e Harper, 2012). Para além do
tratamento da depressão major também é utilizada na cessação tabágica, devido à
sua ação no SNC.

13.16 Terapêuticas de combinação

Embora exista uma grande variedade de antidepressivos, por vezes o uso


destes no singular não é eficaz. A verdade é que muitos doentes desenvolvem

66
resistência ao tratamento (quando o tratamento com dois antidepressivos diferentes
não mostra evidências de remissão da depressão (Li e col., 2013)), e a combinação
de antidepressivos, de estrutura e mecanismo de ação diferentes, parece ser uma
solução para este problema (Richelson, 2013).
Atualmente não existe nenhum fundamento suficientemente forte que suporte
esta prática. Porém, os cada vez mais seguros perfis de segurança dos
antidepressivos mais recentes, permitem que esta estratégia terapêutica seja cada
vez mais procurada.
As combinações mais usadas são geralmente seguras e são uma maneira de
minimizar os sintomas de descontinuação que muitas vezes se verificam quando se
faz a mudança de um antidepressivo para outro (Thase, 2013).

13.17 Antidepressivos tricíclicos (adt) e inibidores da MAO

Ao contrário do que se pensava há vinte anos atrás, os prescritores mais


experientes olham para esta combinação como sendo segura e uma mais valia para
aqueles doentes com estados depressivos mais avançados. No entanto, esta
estratégia nunca foi muito bem estudada e os estudos que existem não nos dão
segurança para afirmar que este tratamento é mais eficaz que a monoterapia (Thase,
2013).

13.18 Ssri’s e antidepressivos tricíclicos (ADT)

Após a sua introdução, os SSRI’s rapidamente substituíram os antidepressivos


tricíclicos como tratamento de 1ª linha na depressão. No entanto, muitos doentes
medicados com SSRI’s desenvolveram a chamada “depressão resistente aos SSRI’s”.
O tratamento para este tipo de depressão pode passar pela combinação entre um
SSRI e um ADT. Outra possibilidade é a substituição do SSRI pelo ADT, contudo
muitos doentes sofrem de sintomas de descontinuação aquando da suspensão da
toma do SSRI. Estudos realizados confirmam que esta combinação é mais segura que
a combinação entre ADT e Inibidores das MAO (Thase, 2013) e é a que oferece maior
probabilidade de remissão (Figueira e col., 2012).

67
13.19 SSRI’S e bupropiom

No final dos anos 90, esta combinação veio substituir a anterior por diversas
razões, destacando-se o melhor perfil de segurança e menos efeitos secundários a
nível sexual (Thase, 2013). Ainda não se fizeram ensaios clínicos suficientes que
ajudassem a suportar esta estratégia, no entanto há muitos médicos que optam por
esta terapêutica.

13.20 Ssri’s/ snri’s e mirtazapina

Desde a introdução da mirtazapina nos anos 90 que estas combinações têm


sido bastante prescrita pelos médicos pois acreditava-se que tinha efeitos sinergéticos
e aditivos (Thase, 2013). Não existe muita documentação que suporte esta
terapêutica, mas, a mirtazapina é muitas vezes prescrita em associação com um SSRI
ou a venlafaxina (Figueira e col., 2012).
De facto, as evidências existentes ainda não são suficientes para comprovar e
suportar as terapêuticas acima mencionadas, mas há certamente a necessidade de
encontrar tratamentos alternativos para os doentes que não respondem aos de 1ª e
2ª linha. Por esta razão, devia ser feita mais investigação nesse sentido (Thase, 2013).

13.21 O papel do farmacêutico

As doenças mentais, nas quais se inclui a depressão, são das doenças mais
difíceis de gerir. É necessária uma monitorização da terapêutica com o propósito de
melhorar as condições de vida do doente, controlando a adesão e reduzindo os efeitos
secundários (Salazar-Ospina e col., 2014).
O farmacêutico é uma peça essencial na gestão desta doença visto que é um
dos profissionais de saúde a quem as pessoas mais recorrem, devido à manutenção
de uma relação de proximidade e confiança com o doente. Para além de avaliar a
prescrição, identificando possíveis interações com medicação concomitante ou com
outras patologias (Khan, 2009), o farmacêutico deve informar os doentes (verbalmente
e por escrito) sobre a doença e o uso correto da medicação, bem como supervisionar
a efetividade e a segurança do tratamento.

68
Uma informação correta sobre o tratamento é muito importante já que muitas
vezes, por falta de conhecimento, os doentes abandonam a terapêutica (Costa, 2010).
Alguns estudos comprovam que a intervenção do farmacêutico no seguimento da
doença pode reduzir o risco de suicídio e minimizar as recaídas. Isto só pode ser
conseguido ao identificar, prevenir e solucionar problemas relacionados com a
terapêutica (Salazar-Ospina e col., 2014).
No entanto, esta prática apresenta algumas falhas, principalmente na farmácia
comunitária. A principal barreira é a falta de informação sobre a pessoa e o tratamento,
mas o próprio farmacêutico também está pouco educado para as doenças mentais. A
falta de tempo para um atendimento personalizado e a falta de privacidade da farmácia
também são alguns dos problemas que o farmacêutico tem de enfrentar (Liekens e
col., 2012). O farmacêutico deveria receber formação focada nas capacidades de
comunicação para poder saber interagir de uma forma adequada com esta população
em específico (Liekens e col., 2012).

69
14 FARMACODEPENDÊNCIA

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

A OMS – Organização Mundial da Saúde, define a farmacodependência


como:
Um estado psíquico e algumas vezes também físico, resultante da interação
entre um organismo vivo e uma substância, caracterizado por um comportamento e
outras reações que incluem sempre compulsão para administrar a droga, de forma
contínua ou periódica, com a finalidade de experimentar seus efeitos psíquicos e às
vezes para evitar o desconforto de sua abstinência. A tolerância pode existir ou faltar
e o indivíduo pode ser dependente de mais de uma droga.
A Farmacodependência é uma doença reconhecida pela Organização Mundial
de Saúde e se trata de uma doença crônica, ou seja: o indivíduo é afetado a nível
físico, mental, emocional e espiritual.
O grande equívoco da maioria das pessoas quando se fala em vício é pensar
que ele só ocorre com drogas ilícitas ou substâncias como álcool e nicotina. Longe de
pensar que o remédio prescrito pelo seu médico pode ter efeitos tão devastadores
quanto, mas isso é mais comum do que imaginamos.

70
A propensão para o vício é maior para três classes de medicamentos:
estimulantes, normalmente prescritos para pessoas com déficit de atenção; opióides,
que servem para o tratamento de fortes dores; e tranquilizantes ou sedativos,
utilizados para o tratamento de transtornos de sono ou de ansiedade.

14.1 Sinais do vício em medicamentos

Quando os remédios prescritos são utilizados pelo tempo correto e na dose


exata indicada pelo médico, não há problemas.
O que pode ocorrer, no entanto, é o abuso nas doses dessas substâncias pelo
próprio paciente ou até sua ingestão irregular por familiar que tenha acesso fácil à
droga.
Existem alguns comportamentos que indicam o vício em medicamentos:
 Necessidade de prescrições frequentes, podendo até consultar mais de
um médico para conseguir várias receitas;
 Utilização de artifícios para conseguir novas prescrições, afirmando que
perdeu a receita anterior, por exemplo;
 Consumo do remédio em quantidade maior que a indicada;
 Furto de receitas de outras pessoas e até falsificação desses
documentos;
 Busca pelos medicamentos para compra via internet, às vezes por meios
ilícitos e de fontes duvidosas.

14.2 Fatores relacionados

 Fármaco
 Indivíduo
 Ambiente

14.3 Variáveis que influenciam

Droga
 Disponibilidade

71
 Custo
 Potência e grau de pureza
 Via de administração
 Farmacocinética

14.4 Indivíduo

 Fatores hereditários: predisposição tolerância inata, velocidade do


desenvolvimento de tolerância
 Transtornos psiquiátricos
 Experiência/expectativa anterior
 Propensão para “comportamento de risco”

14.5 Ambiente

 Atitudes da comunidade: ambiente social, contexto de época


 Disponibilidade de outros reforçadores (prazer e recreação)
 Estresse
Todas as drogas que induzem dependência aumentam a liberação de
dopamina no núcleo accumbens (DI CHIARA et al., p.227-241).

14.6 Diagnóstico de dependência

Pelo menos 3 durante os últimos 12 meses:


 Tolerância
 Abstinência
 Uso frequente de quantidades maiores ou por períodos mais prolongados do
que o pretendido
 Desejo persistente ou esforços malsucedidos para controlar o uso
 Muito tempo é consumido em conseguir, usar ou recuperar-se do uso
 Abandono ou redução de atividades sociais, ocupacionais ou recreativas
devido ao uso

72
 Uso mantido apesar do reconhecimento de problemas físicos ou psicológicos
persistentes ou recorrentes, causados ou agravados pelo uso

14.7 Como ocorre o tratamento

O tratamento deve ser acompanhado por um profissional, na medida em que a


súbita retirada dos medicamentos pode resultar em sérias complicações, como
convulsões, por exemplo, podendo até por em risco a vida do paciente. Além disso,
somente especialistas estão aptos a prescreverem medicação que corte os efeitos
daquela ingerida pelo paciente de forma segura e sem riscos.
O paciente é indicado para médicos que estão aptos ao acompanhamento, e
irão propor um processo de redução gradual do uso da substância, ao mesmo tempo
em que o paciente é encaminhado à análise de outros fatores psicológicos e
comportamentais que devem ser solucionados.
A abordagem comportamental para esses casos é feita de forma
individualizada ou inserindo o paciente em terapias de grupo ou familiares. A técnica
cognitiva-comportamental, em suas várias abordagens, é a mais indicada para o
trabalho com estes dependentes.
Com ela, o usuário é orientado a identificar e a corrigir problemas
comportamentais e emocionais que levam ao uso da substância. Também é feito um
trabalho de substituição da motivação interior, que leva o paciente a descobrir novas
formas mais saudáveis de buscar a solução para os conflitos internos.
A família também é muito importante nesse processo, e deve ser envolvida no
tratamento não só para resgatar os laços e auxiliar o dependente a retornar ao
convívio em sociedade e a ser mais produtivo, como também para evitar qualquer
processo de recaída.

A psicoeducação pode ser aplicada não somente em forma de sessão


individual, mas também por meio de exercícios, informações escritas tarefas,
orientações individuais e sessões em grupo. A psicoeducação pode levar ao
paciente maior compreensão sobre si mesmo, auxiliando no desenvolver de
seu tratamento a forma que é reconhecida e fortalecida o vínculo terapêutico
e social quando em grupo, junto com o reconhecimento de melhores opções
para o tratamento da dependência, funcionamento da mesma, etiologia e
qualquer outras características relevantes do caso. O paciente reconhece
através de quais métodos atingirem a melhora do diagnóstico, considerando
a direta influência do autoconhecimento e conhecimento de técnicas possui
no desenvolver do tratamento (ARGIMON et al., 2013 apud Santos, D 2014).

73
15 SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

15.1 Conceito

A Abstinência é uma síndrome psicoativa específica à substância após a


cessação de uso prolongado (implica em tolerância e indica dependência). É um
conjunto de sinais e sintomas decorrentes da falta de drogas em usuários
dependentes e caracteriza-se por sensações de mal-estar e diferentes graus de
sofrimento mental e físico, particulares para cada tipo de droga.
Pode se definir também como sendo a manifestação de um desajuste
metabólico no organismo provocado pela suspensão do uso de algumas substâncias
com quadro clínico que revela a falta que determinada substância está fazendo ao
metabolismo orgânico.
A característica essencial da Abstinência de Substância é o desenvolvimento
de uma alteração comportamental mal adaptativa e específica à substância, com
concomitantes fisiológicos e cognitivos, devido à cessação ou redução do uso pesado
e prolongado de uma substância.
A síndrome específica à substância causa sofrimento ou prejuízo clinicamente
significativo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes.

74
Os sintomas não se devem a uma condição médica geral nem são mais bem
explicados por outro transtorno mental.
A abstinência geralmente, mas nem sempre, está associada com Dependência
de Substância. A maior parte dos indivíduos com Abstinência (talvez todos) tem uma
premência por readministrar a substância para a redução dos sintomas.
O diagnóstico de Abstinência é reconhecido para os seguintes grupos de
substâncias: álcool; anfetaminas e outras substâncias correlatas; cocaína; nicotina;
opióides; e sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos.
Os sinais e sintomas de Abstinência variam de acordo com a substância usada,
sendo a maior parte dos sintomas o oposto daqueles observados na Intoxicação com
a mesma substância. A dose e a duração do uso e outros fatores tais como a presença
ou ausência de doenças adicionais também afetam os sintomas de abstinência.
A Abstinência desenvolve-se quando as doses são reduzidas ou cessadas, ao
passo que os sinais e sintomas de Intoxicação melhoram (gradualmente, em alguns
casos) após a cessação das doses. Algumas síndromes de abstinência podem ser tão
graves a ponto de colocar em risco a vida da pessoa, como é o caso da abstinência
do álcool e da heroína.
Síndrome (estado) de abstinência
 Conjunto de sintomas que se agrupam de diversas maneiras e cuja
gravidade é variável, ocorrem quando de uma abstinência absoluta ou
relativa de uma substância psicoativa consumida de modo prolongado.
O início e a evolução da síndrome de abstinência são limitados no tempo
e dependem da categoria e da dose da substância consumida
imediatamente antes da parada ou da redução do consumo. A síndrome
de abstinência pode se complicar pela ocorrência de convulsões.
Síndrome de abstinência com Delirium
 Estado no qual a síndrome de abstinência se complica com a ocorrência
de delirium, este estado pode igualmente comportar convulsões.
Segundo o “Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais”,
publicado pela Associação Psiquiátrica Americana1 (2000), a característica primordial
da dependência de substâncias corresponde à presença de um conjunto de sintomas
cognitivos, comportamentais e fisiológicos.

75
Esses sintomas evidenciam que o indivíduo continua a utilizar uma
determinada substância, apesar dos problemas significativos relacionados à mesma
tanto em termos de saúde quanto pessoais e sociais. Sendo assim, existe um padrão
de autoadministração repetida, o qual geralmente resulta em tolerância, abstinência e
comportamento compulsivo de consumo da droga. Resulta de neuroadaptação que
aparece como tolerância no decorrer do uso.
Favaro (2012, p.1) descreve a síndrome de abstinência como a doença da
adição (DA) acometendo homens e mulheres e não está relacionada somente às
drogas, mas qualquer outra manifestação compulsiva que a pessoa tenha
demasiadamente. O termo adição é utilizado para evitar a terminologia viciado, pois
vício tem conotação negativa que diminui a autoestima do adicto prejudicando sua
recuperação.

15.2 Caso clínico

Paciente ansioso, utilizando Valium® sob prescrição médica, passa a consultar


outros médicos na tentativa de conseguir um número maior de prescrições. Paciente
em alta hospitalar após tratamento com opióides apresenta intensas cólicas
abdominais, vômitos, diarreia e suores intensos.

15.3 Quadro provável

DEPENDENTE. Paciente em síndrome de abstinência pela retirada do opióide.

16 O CID - CLASSIFICAÇÃO ESTATÍSTICA INTERNACIONAL DE DOENÇAS

A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas


Relacionados com a Saúde, mais conhecida como CID, é uma das principais
ferramentas epidemiológica do cotidiano médico.
A Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde
(também conhecida como Classificação Internacional de Doenças – CID 10) é
publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e visa padronizar a codificação
de doenças e outros problemas relacionados à saúde.

76
A CID 10 fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande
variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, circunstâncias sociais e
causas externas para ferimentos ou doenças. A cada estado de saúde é atribuída uma
categoria única à qual corresponde um código CID 10.
A CID-10, como é conhecida, foi desenvolvida em 1992 para registar as
estatísticas de mortalidade.
A principal função do CID é monitorar a incidência e prevalência de doenças,
através de uma padronização universal das doenças, problemas de saúde pública,
sinais e sintomas, queixas, causas externas para ferimentos e circunstâncias
sociais, apresentando um panorama amplo da situação em saúde dos países e suas
populações.
O CID é utilizado por médicos, outros profissionais de saúde, pesquisadores e
gestores em saúde, empresas, seguros de saúde e organizações de pacientes, para
classificar doenças e problemas em saúde nos registros em saúde.
Esta ferramenta está traduzida em 43 diferentes línguas e presente em mais
de 115 países. A versão mais nova é o CID-10 lançado na 43a Assembleia Mundial
da Saúde, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em maio de 1990.
Uma nova versão está em revisão com lançamento previsto do CID-11 em 2018.

Fonte: image.slidesharecdn.com

O DATASUS disponibiliza o programa PESQCID, que permite a partir de um


nome, parte do nome ou código, localizar as informações sobre a CID. Este programa
está disponível para download na página do DATASUS.
77
Os seguintes códigos são usados pela Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde.

78
Fonte: scielosp.org

16.1 A nova CID

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou em junho de 2018 a nova


Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à
Saúde (CID-11) após 10 anos de preparação. A nova CID é totalmente eletrônica, ”
tornando-a mais fácil de usar e menos propensa a erros”, como afirma a OMS em seu
site oficial.

79
A CID é uma das principais ferramentas epidemiológicas do cotidiano médico
e a base para identificar tendências e estatísticas de saúde em todo o mundo. O novo
documento contém cerca de 55 mil códigos únicos para lesões, doenças e causas de
morte – a CID-10 continha 14.400.
Entre as novidades da publicação, estão a inclusão do transtorno dos jogos
eletrônicos como um dos problemas de saúde mental, além de capítulos inéditos
sobre medicina tradicional e saúde sexual.
Sua principal função é monitorar a incidência e prevalência de doenças, por
meio de uma padronização universal das mesmas, problemas de saúde pública, sinais
e sintomas, causas externas para ferimentos e circunstâncias sociais, apresentando
um panorama amplo da situação em saúde dos países e suas populações.
De acordo com Dr. Robert Jakob, coordenador da equipe de classificação de
terminologias e padrões da OMS, essa décima primeira edição também reflete o
progresso da medicina e os avanços na compreensão científica. O Dr. Jakob disse
também que outras seções que foram atualizadas de acordo com o conhecimento
atual incluem cardiologia, alergias e doenças do sistema imune, doenças infecciosas,
câncer, demência e diabetes.
O documento será apresentado oficialmente durante a Assembleia Mundial da
Saúde, em maio de 2019, e entrará em vigor em 1º de janeiro de 2022. A versão já
divulgada permitirá aos países planejar seu uso, preparar traduções e treinar
profissionais de saúde.
A CID também é utilizada por seguradoras de saúde cujos reembolsos
dependem da codificação de doenças; gestores nacionais de programas de saúde;
especialistas em coleta de dados; e outros profissionais que acompanham o
progresso na saúde global e determinam a alocação de recursos de saúde.

17 PSICOTERAPIA

A psicoterapia é uma técnica que usa dos mais variados instrumentos do


método em que é embasada. Sendo, portanto, uma técnica válida e positiva, visto que
utiliza de instrumentos, com eficácia comprovada cientificamente (RIBEIRO, 1984).

80
A psicoterapia é também, uma forma de autoconhecimento, de crescimento e
aprendizagem. Dessa forma, a psicoterapia não é apenas uma teoria ou técnica que
trata de pessoas doentes, mas uma ação entre duas pessoas, que resulta em maior
envolvimento de ambos com a realidade.
Consequentemente, psicoterapeuta e paciente, juntos, podem estabelecer uma
relação benéfica, que fará com que o paciente, ao adentrar sua própria realidade,
encontre meios para amenizar seu sofrimento psicológico (RIBEIRO, 1984).
A psicoterapia já é um efetivo recurso de mudança e, com a força do contato
humano e dos psicofármacos, quando necessários, garante a eficácia do tratamento.
“Isto nos permite sonhar com um futuro no qual a escolha do medicamento ou a
indicação de psicoterapia sejam feitas, especificamente, analisando as condições de
cada paciente, caso-a-caso” (BEZERRA, 2008, p. 2).
Atualmente, percebe-se que a psicoterapia e a psicofarmacologia são eficazes
no tratamento de pessoas com Transtornos Mentais, entretanto, ambas possuem
benefícios e limitações. Na psicofarmacologia, o alivio dos sintomas é mais rápido,
mas existem efeitos colaterais adversos.
Na psicoterapia, normalmente, o acompanhamento é feito semanalmente e o
progresso e observado no decorrer do tempo. No entanto, os casos de transtornos
mentais graves demandam uma ação mais imediata. Sendo assim, recentes estudos
indicam que os dois métodos terapêuticos, quando combinados, são mais eficazes
para a saúde mental do paciente do que isoladamente (FRANCO, 2012).

17.1 Terapia ocupacional: interferência dos psicofármacos no tratamento

A especificidade da Terapia Ocupacional reside no uso de atividades de forma


livre e criativa, que possam transformar o homem. Tem como implicação obrigatória
as relações constantes entre os elementos: terapeuta, materiais, ferramentas e
objetos concretos e pacientes.
O processo de tratamento terapêutico ocupacional está na relação paciente-
atividade-terapeuta, na qual o primeiro representa o singular, o segundo, os materiais
como mediadores da relação; e o terapeuta, um constante facilitador.
Um dos problemas mais comuns que um terapeuta ocupacional enfrenta é
determinar em uma avaliação específica se o que se apresenta como déficit cognitivo

81
no paciente é referente ao seu diagnóstico ou a efeitos adversos de psicofármacos de
que faz uso.
Se nessa avaliação não se pode afirmar ou definir algo concreto, pelo menos
um alerta deve ficar: Existe um déficit cognitivo real? Qual é? Os psicofármacos estão
de algum modo interferindo na cognição? O déficit motor apresentado para a
realização das atividades é decorrência de possíveis efeitos adversos dos
psicofármacos?
Visto que o terapeuta ocupacional não tem em sua formação específica um
curso de psicofarmacologia e nem mesmo em farmacologia, uma lacuna pode estar
presente ao planejar um tratamento. Por isso, deve recorrer quando possível para
cursos extracurriculares, ou até mesmo para um conhecimento prático no dia a dia de
sua clínica, buscando em livros específicos de medicina dirimir suas dúvidas.
A capacidade física do paciente de executar ações funcionais, a capacidade
cognitiva, as condições sociais e culturais, e as aptidões e interesses, são alguns
dos itens que uma avaliação criteriosa fornece como dados reais e importantes para
um plano de tratamento terapêutico ocupacional.
Sendo assim, se em algumas dessas áreas houver dúvidas, o plano de
tratamento pode ser comprometido, principalmente quanto à expectativa do paciente
e ou familiares.

82
18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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615.85.

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