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TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
FARMACOLOGIA: CONCEITOS GERAIS,
FORMAS FARMACÊUTICAS E VIAS DE
ADMINISTRAÇÃO
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Introdução
Você sabia que desde a Antiguidade remédios ou substâncias, principalmente plantas, eram utilizadas para
tratar doenças? Acredita que foi somente no século XIX, com os avanços das técnicas de química orgânica, que
se iniciou o processo de identificação e purificação das estruturas químicas de drogas, culminando com a
evolução para a Farmacologia que conhecemos hoje?
No século XX, surgiu a indú stria farmacêutica. No entanto, por que ela foi tão importante? Porque a partir
desse momento se iniciou a produção de medicamentos em larga escala, contribuindo para a descoberta de
novos conceitos e novas teorias que foram fundamentais para embasar a Farmacologia moderna. Não
podemos esquecer que toda essa trajetó ria também foi essencial para a descoberta de inú meros
medicamentos usados até hoje.
Você, como futuro profissional da área da Saú de, já deve ter se perguntado como se define qual é a forma
farmacêutica ideal para determinado medicamento e qual é a melhor via para administrá-lo. Ao se fazer essas
perguntas, com certeza um questionamento que também já deve ter feito é: ao tomar o medicamento,
considerando tudo o que foi mencionado anteriormente, como garantir que a terapia medicamentosa seguida
pelo paciente será eficaz?
Essas reflexõ es são importantes para você iniciar os estudos desta unidade, em que vamos abordar os
conceitos fundamentais da Farmacologia. Dessa forma, poderemos entender, por exemplo, a diferença entre
fármaco, droga, remédio e medicamento. Você já tinha pensado nisso? Será que existe, de fato, diferença?
Além disso, vamos conhecer como os medicamentos produzem o efeito desejado ao entrar em nosso
organismo e seus tipos de ação. Vamos estudar, também, as principais formas farmacêuticas e suas vias de
administração, aprendendo a diferenciar vantagens e desvantagens de cada via de administração dos
medicamentos.
Vamos iniciar os estudos? Boa leitura!
DROGA
Refere-se a qualquer substância de origem animal, vegetal ou mineral que pode promover alteraçõ es na
estrutura e função do organismo. Estas substâncias podem causar efeitos benéficos, sendo chamado de
fármaco, e maléficos, sendo chamado de agente tó xico.
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FÁRMACO
Refere-se à uma substância química com estrutura já definida, que é o princípio ativo do medicamento. Seus
efeitos no organismo também já são conhecidos, pois foram estudados. No geral, produzem alteraçõ es
bioquímicas e fisioló gicas no organismo com a finalidade de gerar um efeito benéfico.
MEDICAMENTO
São substâncias ou preparaçõ es elaboradas a partir de um fármaco ou da combinação de fármacos. Ao serem
produzidos por manipulação ou pela indú stria seguem todos os requisitos legais que no Brasil são definidos
pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). É importante mencionar que os medicamentos não
têm como finalidade ú nica a cura de doenças, mas também o diagnó stico, a prevenção e o alívio dos sintomas
da doença em questão.
REMÉDIO
Está relacionado com tudo o que pode ser feito para aliviar, tratar ou até mesmo curar um indivíduo. Pode ser
um medicamento, um banho, um chá, uma massagem, uma oração, ou seja, não há limites desde que traga
benefícios para o indivíduo.
Agora que você já estudou o que significa cada termo, você deve ter clareza de que todo fármaco é uma droga,
mas nem toda droga é um fármaco. Além disso, não confunda mais medicamento e remédio. Lembre-se de
que todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um medicamento.
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Vamos praticar o que estudamos até aqui? A partir de seus conhecimentos sobre fármaco e droga, clique e
arraste os nomes das substâncias apresentadas para os lugares adequados.
Da mesma forma, vamos praticar o que estudamos sobre medicamento e remédio. Para isso, clique e arraste
os nomes das substâncias apresentadas para os lugares adequados.
Agora que você já sabe a diferença entre fármaco, droga, medicamento e remédio, vamos estudar sobre os
tipos de medicamentos. Vamos lá?
Medicamento de Referência
Medicamento Similar
Aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos,
apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de
administração, posologia e indicação do medicamento de referência
registrado na ANVISA, podendo diferir somente em características
relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade,
embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser
identificado por nome comercial ou marca.
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A histó ria dos medicamentos genéricos iniciou-se nos Estados Unidos, por volta dos anos 1960. Porém, no
Brasil, os medicamentos genéricos foram efetivamente introduzidos na década de 1990.
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VOCÊ O CONHECE?
EFEITO COLATERAL
REAÇÃ O ADVERSA A
MEDICAMENTO (RAM)
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EVENTO ADVERSO
Qualquer ocorrência médica desfavorável, que pode ocorrer durante
o tratamento com um medicamento, mas que não possui,
necessariamente, relação causal com esse tratamento. Alguns
exemplos são: erros de medicação, eventos adversos por desvios da
qualidade de medicamentos, entre outros.
INTOXICAÇÃ O MEDICAMENTOSA
Agora que você já estudou os conceitos que transpassam a toxicidade dos medicamentos é importante ter
ciência sobre os riscos da automedicação e do consumo excessivo de medicamentos.
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CASO
A amiodarona é um fá rmaco usado para o tratamento de arritmias ventriculares e
supraventriculares. De acordo com o estudo de Stelfox et al. (2004), entre 34 a 93%
dos pacientes tê m algum tipo de reaçã o adversa ao usar amiodarona, sendo que o
desenvolvimento da toxicidade parece ser dependente da dose e duraçã o da terapia.
É importante enfatizar que a toxicidade que afeta parte dos pacientes (25%) é de
natureza grave, por isso é importante monitorizaçã o do tratamento.
Com certeza você já deve ter tomado medicamentos em diferentes formas e formatos. Vamos saber mais
sobre esse assunto no tó pico a seguir.
Forma farmacêutica
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Vale lembrar que um mesmo fármaco pode ser apresentado ao pú blico em várias formas farmacêuticas.
Nesse caso, você deve estar se perguntando: mas porque existem diferentes formas farmacêuticas? Clique nos
itens a seguir e confira as principais razõ es.
•
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Você sabe como as diferentes formas farmacêuticas são classificadas? Veja a seguir.
As formas farmacêuticas só lidas são: adesivo, anel, barra, bastão, cápsula, comprimido, dispositivo
intrauterino, filme, gló bulo, goma de mascar, granulado, implante, pastilha, pó , rasura, sabonete, supositó rio e
tablete.
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Figura 1 - Comprimidos e cápsulas, de diferentes formatos e cores, são exemplos de formas farmacêuticas
só lidas que carregam os princípios ativos em doses precisas.
Fonte: Macrovector, Shutterstock, 2020.
Já as formas farmacêuticas líquidas são: emulsão, esmalte, espuma, líquido, sabonete líquido, solução,
suspensão, xampu e xarope.
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Figura 2 - O xarope é um dos exemplos mais populares de forma farmacêutica líquida que possui açú car em
altas concentraçõ es.
Fonte: Syda Productions, Shutterstock, 2020.
Quanto às formas farmacêuticas semissó lidas, temos: creme, emplasto, gel e pomada.
Figura 3 - O creme é a forma farmacêutica semissó lida que possui uma consistência mais espessa, nem
líquida, nem só lida.
Fonte: roger ashford, Shutterstock, 2020.
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Figura 4 - A forma de medicamento em gás pode ser encontrada em inaladores para tratar falta de ar em
pacientes com asma.
Fonte: zlikovec, Shutterstock, 2020.
Apó s estudar os diferentes tipos de formas farmacêuticas existentes no mercado, ao tomar um medicamento,
procure identificar qual é a forma do medicamento em questão: só lida, semissó lida, líquida, gasosa?
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VOCÊ SABIA?
Atualmente, temos muitos medicamentos disponíveis no mercado, contudo, poucos
sã o destinados ao pú blico infantil. Quando pensamos nesse pú blico, uma das
melhores soluções é recorrer à manipulaçã o de medicamentos que podem ser
personalizados ou adaptados à realidade individual de cada criança. O artigo
“Formas sólidas alternativas para administraçã o oral em pediatria”, de Joana
Marto, Ana Salgado e António Almeida, traz uma revisã o crítica dos medicamentos
mais recentes no mercado voltados para o pú blico infantil. Para saber mais, acesse
o artigo completo em:
http://revista.farmacoterapia.pt/index.php/rpf/article/view/85
(http://revista.farmacoterapia.pt/index.php/rpf/article/view/85).
No quadro a seguir, você vai encontrar as principais formas farmacêuticas existentes no mercado e suas
definiçõ es.
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Agora que você já conhece as principais formas farmacêuticas, vamos estudar a ação dos medicamentos.
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Ação Local
Quais são as possibilidades de vias de administração de um medicamento? Vamos descobrir no pró ximo
tó pico.
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É importante entender que ao considerarmos as diferentes vias de administração dos medicamentos, temos
dois tipos de efeitos, o local e o sistêmico. O efeito local acontece quando os medicamentos são
administrados diretamente no local de ação. Já o efeito sistêmico ocorre quando os medicamentos
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administrados precisam ser absorvidos e distribuídos pelo organismo até atingir o local específico e, então,
exercer sua ação (DELUCIA et al., 2014).
Vamos iniciar os estudos com a via tópica que é a via que apresenta efeito local. Quando falamos em
administrar um medicamento usando a via tó pica, estamos nos referindo a um medicamento que será
aplicado diretamente na pele e mucosas, pois deseja-se um efeito local, evitando assim os efeitos sistêmicos.
A epiderme, por ser uma camada rica em queratina, permite a passagem de fármacos lipossolú veis, ou seja,
para favorecer a penetração, o fármaco precisa ser incorporado em veículos lipossolú veis. Ao contrário da
pele, as mucosas não são cobertas por queratina e são bastante irrigadas, o que permite uma maior penetração
dos medicamentos (RODRÍGUEZ; RODRÍGUEZ; CORREDERA, 2002).
Conheça as formas farmacêuticas mais usadas quando a administração é pela via tó pica:
• formulações semissólidas: pomadas, cremes, géis e pastas;
• formulações líquidas: soluções e suspensões.
Agora, vamos conhecer as vias enteral e parenteral, que são as vias que apresentam efeito sistêmico.
Administrar um medicamento pela via enteral significa que ele irá fazer contato com qualquer segmento do
sistema digestó rio. Como exemplos de vias de administração que ocorrem pelo segmento enteral temos: via
oral, sublingual e retal.
Clique nos itens e saiba mais sobre cada uma.
Quando a administração é por via oral, as formas farmacêuticas mais usadas são:
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VOCÊ SABIA?
Um comprimido sublingual nunca deve ser engolido, ou seja, administrado por via
oral. Quando um fá rmaco é desenvolvido para ser administrado por via sublingual
significa que ele deve ser colocado embaixo da língua para dissolver de forma
rá pida e entã o exercer seu efeito. Se usado erroneamente por via oral, o
percentual de aproveitamento do fá rmaco pelo organismo é bem menor que o
necessá rio para exercer um efeito terapê utico, porque nã o conseguiria resistir ao
efeito de primeira passagem. Importante prestar atençã o à s recomendações dos
fabricantes e sempre conferir a via de administraçã o de cada medicamento.
Como exemplos de vias de administração que ocorrem pelo segmento parenteral, temos: via subcutânea (SC),
intramuscular (IM), intravenosa (IV) ou endovenosa (EV), intradérmica e intratecal (IT).
Confira a seguir as diferentes formas de injetar um medicamento de acordo com a via de administração
selecionada.
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Figura 6 - De acordo com a via de administração escolhida, existem diferentes formas de injeção do
medicamento.
Fonte: GraphicsRF, Shutterstock, 2020.
É importante sabermos que todas essas vias que estudamos apresentam vantagens e desvantagens. Esse será
nossa abordagem no item a seguir.
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Sendo assim, podemos entender que apesar de existirem diferentes vias de administração todas apresentam
vantagens e desvantagens que precisam ser consideradas e ponderadas antes de serem escolhidas.
Conclusão
Concluímos a primeira unidade sobre as noçõ es gerais de Farmacologia, formas farmacêuticas e vias de
administração. Agora você já conhece os principais conceitos relacionados à ciência que estuda os fármacos.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
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