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17/04/2023, 12:23 Terapêutica Medicamentosa

TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
FARMACOLOGIA: CONCEITOS GERAIS,
FORMAS FARMACÊUTICAS E VIAS DE
ADMINISTRAÇÃO

Danielle Rachel dos Santos Carvalho

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Introdução
Você sabia que desde a Antiguidade remédios ou substâncias, principalmente plantas, eram utilizadas para
tratar doenças? Acredita que foi somente no século XIX, com os avanços das técnicas de química orgânica, que
se iniciou o processo de identificação e purificação das estruturas químicas de drogas, culminando com a
evolução para a Farmacologia que conhecemos hoje? 
No século XX, surgiu a indú stria farmacêutica. No entanto, por que ela foi tão importante? Porque a partir
desse momento se iniciou a produção de medicamentos em larga escala, contribuindo para a descoberta de
novos conceitos e novas teorias que foram fundamentais para embasar a Farmacologia moderna. Não
podemos esquecer que toda essa trajetó ria também foi essencial para a descoberta de inú meros
medicamentos usados até hoje.
Você, como futuro profissional da área da Saú de, já deve ter se perguntado como se define qual é a forma
farmacêutica ideal para determinado medicamento e qual é a melhor via para administrá-lo. Ao se fazer essas
perguntas, com certeza um questionamento que também já deve ter feito é: ao tomar o medicamento,
considerando tudo o que foi mencionado anteriormente, como garantir que a terapia medicamentosa seguida
pelo paciente será eficaz? 
Essas reflexõ es são importantes para você iniciar os estudos desta unidade, em que vamos abordar os
conceitos fundamentais da Farmacologia. Dessa forma, poderemos entender, por exemplo, a diferença entre
fármaco, droga, remédio e medicamento. Você já tinha pensado nisso? Será que existe, de fato, diferença? 
Além disso, vamos conhecer como os medicamentos produzem o efeito desejado ao entrar em nosso
organismo e seus tipos de ação. Vamos estudar, também, as principais formas farmacêuticas e suas vias de
administração, aprendendo a diferenciar vantagens e desvantagens de cada via de administração dos
medicamentos. 
Vamos iniciar os estudos? Boa leitura!

1.1 Farmacologia: conceitos gerais


Para muitas pessoas, remédio e medicamento significam exatamente a mesma coisa. Por exemplo, quando
você precisa ir à farmácia, certamente é porque você está precisando comprar um medicamento ou remédio,
certo? Qual desses termos você usa? Para grande parte da população tanto faz. No entanto, elas não significam
a mesma coisa.
Os termos “droga” e “fármaco” também são frequentemente empregados para se referir à mesma coisa. Você
já percebeu isso? 
A seguir, vamos estudar as diferenças entre medicamento, remédio, fármaco e droga e você aprenderá a
diferenciar cada um deles de acordo com os conceitos corretos.

1.1.1 Droga x fármaco x medicamento x remédio


O pró ximo passo é conhecer as definiçõ es dos termos “droga”, “fármaco”, “medicamento” e “remédio”
(BRASIL, 2019; GOLAN et al., 2014). Para isso, clique nas abas a seguir.

DROGA
Refere-se a qualquer substância de origem animal, vegetal ou mineral que pode promover alteraçõ es na
estrutura e função do organismo. Estas substâncias podem causar efeitos benéficos, sendo chamado de
fármaco, e maléficos, sendo chamado de agente tó xico.

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FÁRMACO
Refere-se à uma substância química com estrutura já definida, que é o princípio ativo do medicamento. Seus
efeitos no organismo também já são conhecidos, pois foram estudados. No geral, produzem alteraçõ es
bioquímicas e fisioló gicas no organismo com a finalidade de gerar um efeito benéfico. 

MEDICAMENTO
São substâncias ou preparaçõ es elaboradas a partir de um fármaco ou da combinação de fármacos. Ao serem
produzidos por manipulação ou pela indú stria seguem todos os requisitos legais que no Brasil são definidos
pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). É importante mencionar que os medicamentos não
têm como finalidade ú nica a cura de doenças, mas também o diagnó stico, a prevenção e o alívio dos sintomas
da doença em questão.

REMÉDIO
Está relacionado com tudo o que pode ser feito para aliviar, tratar ou até mesmo curar um indivíduo. Pode ser
um medicamento, um banho, um chá, uma massagem, uma oração, ou seja, não há limites desde que traga
benefícios para o indivíduo. 

Agora que você já estudou o que significa cada termo, você deve ter clareza de que todo fármaco é uma droga,
mas nem toda droga é um fármaco. Além disso, não confunda mais medicamento e remédio. Lembre-se de
que todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um medicamento.

VOCÊ QUER VER?

No vídeo intitulado Remédio x Medicamento, o mé dico Drauzio Varela aborda a


diferença entre remé dio e medicamento, oferecendo alguns exemplos que ajudarã o a
consolidar os dois conceitos. Assista o vídeo completo em:
https://www.youtube.com/watch?
v=wnk9N9U0oPg&list=PLLcA2I5B3SEMQowyetYTAC2r67VAT4-of&index=71&t=0s.

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Vamos praticar o que estudamos até aqui? A partir de seus conhecimentos sobre fármaco e droga, clique e
arraste os nomes das substâncias apresentadas para os lugares adequados.
Da mesma forma, vamos praticar o que estudamos sobre medicamento e remédio. Para isso, clique e arraste
os nomes das substâncias apresentadas para os lugares adequados.
Agora que você já sabe a diferença entre fármaco, droga, medicamento e remédio, vamos estudar sobre os
tipos de medicamentos. Vamos lá?

1.1.2 Tipos de medicamentos 


Você já sabe o que significa a palavra “medicamento”, mas sabia que eles podem ser divididos em três
principais tipos? A Lei nº 9.787/1999 nos apresenta os três tipos (BRASIL, 1999). Clique nos itens a seguir e
confira quais são.

Medicamento de Referência

Produto inovador registrado na ANVISA e comercializado no país.


Sua eficácia, segurança e qualidade são comprovadas
cientificamente pela ANVISA.

Medicamento similar a um produto de referência ou inovador,


Medicamento Genérico geralmente produzido apó s a expiração ou renú ncia da proteção
patentária ou de outros direitos de exclusividade. Possui o mesmo
princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica, administrado
pela mesma via, tem a mesma posologia e indicação terapêutica,
tendo sua eficácia, segurança e qualidade comprovadas
cientificamente. Ele é intercambiável com o medicamento de
referência, ou seja, o substitui de forma segura, pois os testes de
equivalência terapêutica, equivalência farmacêutica e
bioequivalência são obrigatoriamente realizados.

Medicamento Similar
Aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos,
apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de
administração, posologia e indicação do medicamento de referência
registrado na ANVISA, podendo diferir somente em características
relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade,
embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser
identificado por nome comercial ou marca.

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Muito bem, e como saber diferenciar os tipos de medicamentos na hora da compra? 


Para fazer a distinção entre os três tipos, o Ministério da Saú de instituiu um diferencial gráfico nas
embalagens dos genéricos. Você pode conhecer mais sobre esse assunto a partir da Lei dos Genéricos, Lei nº
9.787/1999. 

VOCÊ QUER VER?

No vídeo Diferenças entre genérico, similar e de referência, o mé dico Drauzio Varela


aborda as diferenças entre medicamentos gené rico, similar e de referê ncia. Aproveite
para reforçar os conceitos já estudados. Assista em:
https://www.youtube.com/watch?v=GXArFeMzZag
(https://www.youtube.com/watch?v=GXArFeMzZag). 

A histó ria dos medicamentos genéricos iniciou-se nos Estados Unidos, por volta dos anos 1960. Porém, no
Brasil, os medicamentos genéricos foram efetivamente introduzidos na década de 1990.  

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VOCÊ O CONHECE?

Em 1999, enquanto ministro da Saú de do governo Fernando Henrique Cardoso, José


Serra foi o responsável pela Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, conhecida como
a Lei do Medicamento Gené rico, que efetivamente introduziu esse tipo de
medicamento no Brasil. 

A seguir, vamos estudar sobre os medicamentos e sua toxicidade. 

1.1.3 Toxicidade e medicamentos


Você já estudou que os medicamentos podem ser muito benéficos. Lembre-se de que para que isso ocorra
sempre é necessário usá-los de forma correta e com orientação de profissionais responsáveis. 
Quando os efeitos desejáveis não ocorrem, mesmo que você esteja fazendo tudo de acordo com o prescrito,
passamos a falar de toxicidade dos medicamentos. A toxicidade também pode acontecer quando um
medicamento é usado de forma inadequada. Vamos conhecer um pouco mais sobre alguns conceitos
relacionados à toxicidade? Clique nas abas abaixo e confira os termos apresentados no glossário da Resolução
RDC nº 4/2009 da ANVISA (BRASIL, 2009) e no “Safety Monitoring of Medicinal Products” (UMC, 2000).

EFEITO COLATERAL

Todo efeito, podendo ser benéfico ou prejudicial, porém não


intencional de um medicamento, que ocorre em doses terapêuticas. 

REAÇÃ O ADVERSA A
MEDICAMENTO (RAM)

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Toda resposta prejudicial ou indesejável,  não intencional, a um


medicamento, usado em doses terapêuticas.

EVENTO ADVERSO
Qualquer ocorrência médica desfavorável, que pode ocorrer durante
o tratamento com um medicamento, mas que não possui,
necessariamente, relação causal com esse tratamento. Alguns
exemplos são: erros de medicação, eventos adversos por desvios da
qualidade de medicamentos, entre outros.

INTOXICAÇÃ O MEDICAMENTOSA

Resposta prejudicial decorrente do uso, intencional ou  não, de um


medicamento em doses elevadas àquelas usualmente empregadas
em doses terapêuticas.

Agora que você já estudou os conceitos que transpassam a toxicidade dos medicamentos é importante ter
ciência sobre os riscos da automedicação e do consumo excessivo de medicamentos. 

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CASO
A amiodarona é um fá rmaco usado para o tratamento de arritmias ventriculares e
supraventriculares. De acordo com o estudo de Stelfox et al. (2004), entre 34 a 93%
dos pacientes tê m algum tipo de reaçã o adversa ao usar amiodarona, sendo que o
desenvolvimento da toxicidade parece ser dependente da dose e duraçã o da terapia.
É importante enfatizar que a toxicidade que afeta parte dos pacientes (25%) é de
natureza grave, por isso é importante monitorizaçã o do tratamento. 

No estudo de Melo, Jaraquemada e Gonçalves (2005), é apresentado o caso de um


paciente do sexo masculino, 49 anos, que fazia uso de amiodarona 200 mg/dia há
dois anos, apresentou sintomas de astenia, anorexia e emagrecimento acentuados,
icterícia, rouquidã o e trê mulo dos membros superiores. O diagnóstico foi de
toxicidade mú ltipla da amiodarona (tiroideia, hepá tica, cutâ nea, ocular). Após
suspender a medicaçã o, já no primeiro dia, verificou-se boa evoluçã o clínica, com alta
após trê s semanas de internamento. A conclusã o dos mé dicos foi que mesmo fazendo
uso de uma baixa dose da medicaçã o, a reaçã o adversa se manifestou.

Com certeza você já deve ter tomado medicamentos em diferentes formas e formatos. Vamos saber mais
sobre esse assunto no tó pico a seguir.

1.2 Formas farmacêuticas


Quando falamos de forma farmacêutica, estamos nos referindo ao formato que determinado medicamento é
apresentado ao pú blico. Para a definição da forma farmacêutica de um medicamento há muita pesquisa
científica envolvida, pois raramente um fármaco é administrado em sua forma original. Ou seja, eles são
incorporados à fó rmula farmacêutica, combinado um ou mais princípios ativos e outras substâncias
auxiliares. 
Para conhecer a definição de forma farmacêutica (INFARMED, 2006, p. 7), clique no quadro a seguir. 

Forma farmacêutica

Estado final que as substâncias ativas ou excipientes apresentam depois de submetidas às


operaçõ es farmacêuticas necessárias, a fim de facilitar a sua administração e obter o maior
efeito terapêutico desejado.

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Antes de escolher a forma farmacêutica de um medicamento, Rodríguez, Rodríguez e Corredera (2002)


mencionam que se deve levar em conta três fatores. Clique nos itens a seguir para conhecê-los.

Efeito terapêutico desejado

Características individuais do paciente

Características físico-químicas do medicamento.

Vale lembrar que um mesmo fármaco pode ser apresentado ao pú blico em várias formas farmacêuticas.
Nesse caso, você deve estar se perguntando: mas porque existem diferentes formas farmacêuticas? Clique nos
itens a seguir e confira as principais razõ es. 

Favorecer a administraçã o e/ou ingestã o

Garantir a precisã o da dose

Proteger a substâ ncia ativa durante o percurso


pelo organismo

Permitir que o fá rmaco chegue no seu local de


açã o

Facilitar a ingestã o da substâ ncia ativa

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Você sabe como as diferentes formas farmacêuticas são classificadas? Veja a seguir. 

1.2.1 Classificação e definição das formas farmacêuticas


As formas farmacêuticas podem ser classificadas em só lidas, líquidas, semissó lidas e gasosas. Segundo o
Vocabulário Controlado de Formas Farmacêuticas, Vias de Administração e Embalagens de Medicamentos
(BRASIL, 2011), temos 18 tipos de formas farmacêuticas só lidas, nove tipos de formas farmacêuticas
líquidas, quatro formas farmacêuticas semissó lidas e um tipo de forma farmacêutica gasosa. 

VOCÊ QUER LER?

No site da ANVISA você encontra o documento “Vocabulá rio controlado de formas


farmacê uticas, vias de administraçã o e embalagens de medicamentos”, que apresenta
com detalhes cada forma farmacê utica. Acesse o link a seguir para aprender mais:  
http://antigo.anvisa.gov.br/documents/33836/2501339/Vocabul%C3%A1rio+Contro
lado/fd8fdf08-45dc-402a-8dcf-fbb3fd21ca75
(http://antigo.anvisa.gov.br/documents/33836/2501339/Vocabul%C3%A1rio+Contr
olado/fd8fdf08-45dc-402a-8dcf-fbb3fd21ca75). 

As formas farmacêuticas só lidas são: adesivo, anel, barra, bastão, cápsula, comprimido, dispositivo
intrauterino, filme, gló bulo, goma de mascar, granulado, implante, pastilha, pó , rasura, sabonete, supositó rio e
tablete.

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Figura 1 - Comprimidos e cápsulas, de diferentes formatos e cores, são exemplos de formas farmacêuticas
só lidas que carregam os princípios ativos em doses precisas.
Fonte: Macrovector, Shutterstock, 2020.

Já as formas farmacêuticas líquidas são: emulsão, esmalte, espuma, líquido, sabonete líquido, solução,
suspensão, xampu e xarope.

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Figura 2 - O xarope é um dos exemplos mais populares de forma farmacêutica líquida que possui açú car em
altas concentraçõ es.
Fonte: Syda Productions, Shutterstock, 2020.

Quanto às formas farmacêuticas semissó lidas, temos: creme, emplasto, gel e pomada.

Figura 3 - O creme é a forma farmacêutica semissó lida que possui uma consistência mais espessa, nem
líquida, nem só lida.
Fonte: roger ashford, Shutterstock, 2020.

Por ú ltimo, a forma farmacêutica gasosa é: gás.

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Figura 4 - A forma de medicamento em gás pode ser encontrada em inaladores para tratar falta de ar em
pacientes com asma.
Fonte: zlikovec, Shutterstock, 2020.

Apó s estudar os diferentes tipos de formas farmacêuticas existentes no mercado, ao tomar um medicamento,
procure identificar qual é a forma do medicamento em questão: só lida, semissó lida, líquida, gasosa?  

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VOCÊ SABIA?
Atualmente, temos muitos medicamentos disponíveis no mercado, contudo, poucos
sã o destinados ao pú blico infantil. Quando pensamos nesse pú blico, uma das
melhores soluções é recorrer à manipulaçã o de medicamentos que podem ser
personalizados ou adaptados à realidade individual de cada criança. O artigo
“Formas sólidas alternativas para administraçã o oral em pediatria”, de Joana
Marto, Ana Salgado e António Almeida, traz uma revisã o crítica dos medicamentos
mais recentes no mercado voltados para o pú blico infantil. Para saber mais, acesse
o artigo completo em:
http://revista.farmacoterapia.pt/index.php/rpf/article/view/85
(http://revista.farmacoterapia.pt/index.php/rpf/article/view/85). 

No quadro a seguir, você vai encontrar as principais formas farmacêuticas existentes no mercado e suas
definiçõ es. 

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Quadro 1 - Principais formas farmacêuticas e suas definiçõ es.


Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Agora que você já conhece as principais formas farmacêuticas, vamos estudar a ação dos medicamentos.

1.2.2 Ação dos medicamentos 


Ao definir a forma farmacêutica do medicamento, decide-se a via de administração e, então, consegue-se
identificar se será administrado diretamente no local de ação ou não. Vamos estudar as maneiras que os
medicamentos podem agir para produzir seu efeito.

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Clique nos itens a seguir e confira os tipos de ação. 

Ação Local

É quando o efeito ocorre no local da aplicação, ou seja, não passa


pela corrente sanguínea. Exemplo: Colírios.

Ação Geral ou Sistêmica

É quando ao ser administrado, independente da via, a medicação é


absorvida e entra na corrente sanguínea para atuar no local (ó rgão
ou tecido) de ação desejado. Exemplo: Medicamentos injetáveis.

Quais são as possibilidades de vias de administração de um medicamento? Vamos descobrir no pró ximo
tó pico. 

1.3 Vias de administração


Você sabe o que significa via de administração? Basicamente, é o caminho pelo qual o medicamento entra em
contato com nosso organismo para poder exercer sua ação. A escolha da via de administração de um
medicamento é de suma importância para garantir que a terapia medicamentosa prescrita ao paciente seja
eficaz. Isso porque a via de administração e o padrão de distribuição do fármaco no organismo podem
interferir diretamente sobre a duração e extensão da ação (DELUCIA et al., 2014).
Ou seja, sempre que um novo fármaco está sendo testado, a escolha da via de administração leva em
consideração como aproveitar da melhor forma possível as moléculas de transporte presentes no nosso
organismo, bem como os demais mecanismos que possibilitam a entrada do fármaco nos tecidos corporais
(GOLAN et al., 2014). 
Você sabe como a escolha da via de administração pode influenciar no seu tratamento medicamentoso?
Clique nos itens abaixo e descubra.

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A frequência (quantas vezes) da administraçã o e


a dose necessá ria (quantidade) de um
determinado medicamento está diretamente
relacionada à via de administraçã o (DELUCIA et
al., 2014)

Isso porque a definiçã o desses critérios depende


dos processos de perda do fá rmaco
(metabolizaçã o e excreçã o) quando se inicia o
processo de absorçã o pelo organismo.
Além disso, vale ressaltar que ao determinar a via de administração ideal de um medicamento, deve-se
escolher qual será a forma farmacêutica mais adequada. Isso significa qual irá garantir que a concentração
ideal do fármaco atinja o seu sítio de ação específico.

1.3.1 Principais vias de administração


As vias de administração de medicamentos podem ser divididas conforme esquema abaixo:

Figura 5 - O medicamento entra em contato com o organismo pelas vias de administração.


Fonte: Elaborada pela autora, 2020.

É importante entender que ao considerarmos as diferentes vias de administração dos medicamentos, temos
dois tipos de efeitos, o local e o sistêmico. O efeito local acontece quando os medicamentos são
administrados diretamente no local de ação. Já o efeito sistêmico ocorre quando os medicamentos

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administrados precisam ser absorvidos e distribuídos pelo organismo até atingir o local específico e, então,
exercer sua ação (DELUCIA et al., 2014).
Vamos iniciar os estudos com a via tópica que é a via que apresenta efeito local. Quando falamos em
administrar um medicamento usando a via tó pica, estamos nos referindo a um medicamento que será
aplicado diretamente na pele e mucosas, pois deseja-se um efeito local, evitando assim os efeitos sistêmicos. 
A epiderme, por ser uma camada rica em queratina, permite a passagem de fármacos lipossolú veis, ou seja,
para favorecer a penetração, o fármaco precisa ser incorporado em veículos lipossolú veis. Ao contrário da
pele, as mucosas não são cobertas por queratina e são bastante irrigadas, o que permite uma maior penetração
dos medicamentos (RODRÍGUEZ; RODRÍGUEZ; CORREDERA, 2002). 
Conheça as formas farmacêuticas mais usadas quando a administração é pela via tó pica: 
• formulações semissólidas: pomadas, cremes, géis e pastas;
• formulações líquidas: soluções e suspensões.
Agora, vamos conhecer as vias enteral e parenteral, que são as vias que apresentam efeito sistêmico.
Administrar um medicamento pela via enteral significa que ele irá fazer contato com qualquer segmento do
sistema digestó rio. Como exemplos de vias de administração que ocorrem pelo segmento enteral temos: via
oral, sublingual e retal. 
Clique nos itens e saiba mais sobre cada uma.
Quando a administração é por via oral, as formas farmacêuticas mais usadas são:

• formulações líquidas: soluções, emulsões, suspensões, xaropes,


entre outros;
• formulações sólidas: comprimidos, cápsulas, pós, drágeas, entre
outros.
Já para a administração por via sublingual, as formas farmacêuticas mais usadas são:

• formulações líquidas: gotas;


• formulações sólidas: comprimido sublingual.
E quando a administração é por via retal, as formas farmacêuticas mais usadas:

• formulações líquidas: enema;


• formulações sólidas: supositório.
Seguindo nosso estudo, vamos conhecer a via parenteral. Administrar um medicamento pela via parenteral
significa que ele não irá utilizar o trato gastrointestinal. Consiste na injeção de medicamentos diretamente na
circulação sistêmica, no líquido cefalorraquidiano, em tecido vascularizado ou em outro espaço tecidual
(GOLAN et al., 2014). É indicada quando se deseja um efeito mais rápido da medicação ou ainda quando o
medicamento se torna ineficaz em contato com o trato gastrointestinal.

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VOCÊ SABIA?
Um comprimido sublingual nunca deve ser engolido, ou seja, administrado por via
oral. Quando um fá rmaco é desenvolvido para ser administrado por via sublingual
significa que ele deve ser colocado embaixo da língua para dissolver de forma
rá pida e entã o exercer seu efeito. Se usado erroneamente por via oral, o
percentual de aproveitamento do fá rmaco pelo organismo é bem menor que o
necessá rio para exercer um efeito terapê utico, porque nã o conseguiria resistir ao
efeito de primeira passagem. Importante prestar atençã o à s recomendações dos
fabricantes e sempre conferir a via de administraçã o de cada medicamento. 

Como exemplos de vias de administração que ocorrem pelo segmento parenteral, temos: via subcutânea (SC),
intramuscular (IM), intravenosa (IV) ou endovenosa (EV), intradérmica e intratecal (IT).
Confira a seguir as diferentes formas de injetar um medicamento de acordo com a via de administração
selecionada.

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Figura 6 - De acordo com a via de administração escolhida, existem diferentes formas de injeção do
medicamento.
Fonte: GraphicsRF, Shutterstock, 2020.

É importante sabermos que todas essas vias que estudamos apresentam vantagens e desvantagens. Esse será
nossa abordagem no item a seguir. 

1.3.2 Vantagens e desvantagens das vias de administração


No quadro a seguir, você irá encontrar as vias que estudamos e as principais vantagens e desvantagens em
usá-las.

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Quadro 2 - Vantagens e desvantagens das vias de administração dos medicamentos.


Fonte: Elaborado pela autora, baseado em RANG et al., 2016; RODRÍGUEZ; RODRÍGUEZ; CORREDERA, 2002 e
GOLAN et al., 2014.

Sendo assim, podemos entender que apesar de existirem diferentes vias de administração todas apresentam
vantagens e desvantagens que precisam ser consideradas e ponderadas antes de serem escolhidas.

Conclusão
Concluímos a primeira unidade sobre as noçõ es gerais de Farmacologia, formas farmacêuticas e vias de
administração. Agora você já conhece os principais conceitos relacionados à ciência que estuda os fármacos. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

• conceituar termos básicos da Farmacologia;


• esclarecer como os fármacos produzem seus efeitos terapêuticos;
• identificar as principais formas farmacêuticas;
• identificar as principais vias de administração;
• examinar as vantagens e desvantagens das diferentes vias de
administração.

Bibliografia
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. DCB – Definições. Brasília, DF, 2019. Disponível em:
(http://portal.anvisa.gov.br/dcb/conceitos-e-definicoes)http://portal.anvisa.gov.br/dcb/conceitos-e-
definicoes (http://portal.anvisa.gov.br/dcb/conceitos-e-definicoes). Acesso em: 10 nov. 2019.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia Regulatório – ANVISA: glossário de acordo com a
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