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Farmacologia

Veterinária
MSc. Claudiane Marques Ferreira
Médica Veterinária
Aditivos utilizados
na produção animal
REGULAMENTO DA INSPEÇÃO INDUSTRIAL E SANITÁRIA DE
PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL – RIISPOA
A inspeção é privativa da Divisão da Inspeção de Produtos de
Origem Animal (D.I.P.O.A), do Departamento Nacional de
Origem Animal (D.N.P.A.), do Ministério da Agricultura
(M.A.), sempre que se tratar de produtos destinados ao
comércio interestadual ou internacional.
A inspeção pode ainda ser realizado pela Divisão de Defesa
Sanitária Animal (D.D.S.A.), do mesmo Departamento, nos
casos previstos neste Regulamento ou em instruções
especiais.
Aditivos
Probióticos
São microrganismos vivos em estado latente.
Para bovinos são usados as bactérias (Bacillus
cereus, Enterococcus faecium, Lactobacillus
acidophilus, Ruminobacter amylophilum, Ruminobacter
succinogenes e Succinovibrio dextrinosolvens) e também
leveduras (como Saccharomyces cerevisiae) que já fazem parte
da flora intestinal dos bovinos — mas que, por diversas razões,
encontram-se em pequenas quantidades.
Prebióticos
São fibras para alimentarem os microrganismos
Farmacologia
Veterinária
MSc. Claudiane Marques Ferreira
Médica Veterinária
Farmacologia
Veterinária
MSC. CLAUDIANE MARQUES FERREIRA
MÉDICA VETERINÁRIA
ANTIBIÓTICOS BACTERICIDAS
QUE INTERFEREM NA SÍNTESE
PROTEÍCA
AMINOGLICOSÍDIOS

Ligam-se irreversivelmente as
subunidades 30 S do ribossomo
bacteriano.
AMINOGLICOSÍDIOS
ANTIBIÓTICOS
BACTERIOSTÁTICOS QUE
INTERFEREM NA SÍNTESE DE
PROTEÍNAS
ANTIBIÓTICOS

Macrolídios
Lincosamidas
Pleuromutilinas
Estreptograminas
Tetraciclinas
Anfenicóis
LINCOSAMIDAS
PLEUROMUTILINAS
PLEUROMUTILINAS
TETRACICLINAS
ANFENICÓIS
 CLORANFENICOL
Farmacologia
Veterinária
MSc. Claudiane Marques Ferreira
Médica Veterinária
ANTIBIÓTICOS INIBIDORES
DA PAREDE CELULAR
PRODUÇÃO
• Algas, líquens, animais e planta
• Fermentação
• Compostos semi-sintéticos
• Sintéticos
INIBIDORES DA PAREDE CELULAR
Betalactâmicos
Penicilinas
cefalosporinas
Penicilinas
Fermentação do fungo Penicillium

Cefalosporinas
Fermentação do fungo Cephalosporium acremonium
(atualmente Acremonium strictum)
Penicilinas
PENICILINAS

Penicilinas naturais
Benzilpenicilinas Aminopenicilinas
Procaína Ampicilinas
Benzatina Amidopenicilinas
Fenoximetilpenicilina Mecilinam
Isoxazolilpenicilinas Carboxipenicilinas
Oxacilina Carbenicilina
Cloxacilina Ticarcilina
Dicloxacilina
Flucloxacilina Ureidopenicilinas
Meticilina Azlocilina
Nafcilina Mezlocilina
Piperacilina
Cefalosporinas
Farmacologia
Veterinária
MSc. Claudiane Marques Ferreira
Médica Veterinária
ANTIBIÓTICOS QUE
INTERFEREM NA SÍNTESE DA
PAREDE CELULAR E DA
MEMBRANA PLASMÁTICA
CLASSES
Bacitracina
Glicopeptídios
Vancomicina
Teicoplanina
Fosfomicina
FOSFOMICINA

Síntese da parede celular


Síntese dos precursores dos
peptidoglicanos. UDP, N-
acetilmurâmico e UDP-N-
acetilglicosamina Inibe a síntese de
UDP-N-acetilglicosamina
Os precursores vão para a
membrana externa com a ajuda do
transportador bactoprenol
Desligamento do bactropenol.
Organização das moléculas para
formar peptidoglicano (parede): a
transpeptidase cliva a D-alanina de
uma molécula para que ela se ligue a
outra.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
HOSPITAL DAS CLÍNICAS
COORDENAÇÃO DE FARMÁCIA

Guia de Interações Medicamentosas

Goiânia, 2011
Duplas de Medicamentos
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação

Tontura; diarréia; vômito; Não Monitorar aumento dos efeitos tóxicos do tenofovir
Aciclovir Tenofovir Moderada
neuropatia especificado (tontura; diarréia; neuropatia; vômito).

Aciclovir Zidovudina Letargia e fadiga grave Moderada Rápido Observar a ocorrência de letargia e fadiga.

Monitorar paciente via hemograma, TAP e TTPA.


Ácido épsilon Não Monitorar o paciente quanto aos sinais clínicos como dor
Tretinoína ↑ risco de trombose; Grave
aminocapróico especificado no peito, falta de ar, hemoptise, hematúria, perda súbita
da visão, dor, vermelhidão ou inchaço em uma
O uso concomitante deve ser evitado. Os doentes devem
ser monitorizados atentamente quanto a toxicidade
Ocorrência de anorexia, ulceração
Não potencial da capecitabina, como neutropenia,
Ácido fólico Capecitabina da boca, diarréia com sangue, Grave
especificado trombocitopenia, estomatite, hemorragia
sangramento vaginal.
gastrointestinal, diarréia grave, vômito, reações cutâneas,
e neuropatia. Monitorar paciente via hemograma.

AINEs: Diclofenaco/
Amicacina/ Não Monitorar aumento dos efeitos nefrotóxicos dos
Ibuprofeno/ ↑ ocorrência de nefrotoxicidade Moderada
Gentamicina especificado aminoglicosídeos (amicacina/gentamicina).
Naproxeno
Amicacina/ Não Monitorar aumento dos efeitos nefrotóxicos dos
Cefalotina ↑ ocorrência de nefrotoxicidade Moderada
Gentamicina especificado aminoglicosídeos (amicacina/gentamicina).
Considerar modificação da terapia. Monitorar aumento
Bradcardia, parada sinusal e ↓ Não
Amiodarona Diltiazem/ Verapamil Grave dos efeitos terapêuticos da Amiodarona e sinais de
débito cardíaco especificado
toxicidade.
Atazanavir/ Arritmias cardíacas potencialmente Não
Amiodarona Grave Uso concomitante deve ser evitado.
Lopinavir/ Ritonavir letais especificado
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Propranolol/ Hipotensão arterial, bradcardia e Não Monitorar sinais e sintomas de bradcardia. Monitorar a
Amiodarona Grave
Metoprolol parada cardíaca especificado pressão arterial. Exceção: Atenolol.
↑ efeito terapêutico da ciclosporina Não
Amiodarona Ciclosporina Moderada Considerar modificação na terapia ou ajuste de dose.
(imunossupressão) especificado
Considerar modificação da terapia ou redução de um
Náusea, vômito e arritmia
Amiodarona Digoxina Moderada Demorado terço da dose da Digoxina. Monitorar efeitos tóxicos
(toxicidade pela digoxina)
(náusea, vômito e arritmia).
Não Monitorar aumento da toxicidade da Lidocaína
Amiodarona Lidocaína Crises convulsivas Moderada
especificado (convulsões).
Não Uso concomitante deve ser feito com cautela. Observar
Amiodarona Amitriptilina Arritmias ventriculares Grave
especificado risco-benefício. Monitorar ocorrÊncia de arritmias.

Levofloxacino/ Não Uso concomitante deve ser feito com cautela. Observar
Amiodarona Arritmias ventriculares Grave
Moxifloxacino especificado risco-benefício. Monitorar ocorrÊncia de arritmias.

Não Uso concomitante deve ser feito com cautela. Observar


Amiodarona Claritromicina Arritmias ventriculares Grave
especificado risco-benefício. Monitorar ocorrÊncia de arritmias.

Não Uso concomitante deve ser feito com cautela. Observar


Amiodarona Clorpromazina Arritmias ventriculares Grave
especificado risco-benefício. Monitorar ocorrÊncia de arritmias.

Não Uso concomitante deve ser feito com cautela. Observar


Amiodarona Domperidona Arritmias ventriculares Grave
especificado risco-benefício. Monitorar ocorrÊncia de arritmias.

Não Uso concomitante deve ser feito com cautela. Observar


Amiodarona Octreotida Arritmias ventriculares Grave
especificado risco-benefício. Monitorar ocorrÊncia de arritmias.

Não Uso concomitante deve ser feito com cautela. Observar


Amiodarona Voriconazol Arritmias ventriculares Grave
especificado risco-benefício. Monitorar ocorrÊncia de arritmias.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Risco de arritmias; Hipocalemia; Não Monitorar frequência cardíaca e níveis séricos de potássio
Amiodarona Hidrocortisona Grave
Hipomagnesemia especificado e magnésio.
Risco de arritmias; Hipocalemia; Não Monitorar frequência cardíaca e níveis séricos de potássio
Amiodarona Ondansetrona Grave
Hipomagnesemia especificado e magnésio.
↑ ocorrência de hipersensibilidade Não Monitorar o aumento da incidência de reações de
Ampicilina Alopurinol Moderada
cutânea à ampicilina especificado hipersensibilidade.
↓ efeitos terapêuticos da Não Administrar os medicamentos com intervalo de pelo
Ampicilina Doxiciclina Grave
Ampicilina especificado menos duas horas.
Amicacina/ ↑ efeito nefrotóxico dos Não
Anfoterecina B Moderada Monitorar função renal.
Gentamicina aminoglicosídeos especificado
Não
Anfoterecina B Ciclosporina ↑ efeito nefrotóxico da ciclosporina Moderada Monitorar função renal.
especificado
Monitorar o aumento dos efeitos terapêuticos
Ritonavir/ Lopinavir/ ↑ efeitos terapêuticos e tóxicos do Não
Anlodipino Moderada (hipotensão arterial) e tóxicos (fadiga; edema; alterações
Atazanavir anlodipino especificado
do ritmo cardíaco).
Atenolol/
↑ Efeito hipotensor do anlodipino e Não Monitorar ocorrência de bradicardia, hipotensão arterial,
Anlodipino Metoprolol/ Moderada
ocorrência de bradicardia especificado ou sinais de insuficiência cardíaca.
Propranolol
Não
Anlodipino Carbamazepina ↓ efeito terapêutico do anlodipino Moderada Monitorar a pressão arterial.
especificado
Não
Anlodipino Carbonato de Cálcio ↓ efeito terapêutico do anlodipino Moderada Monitorar a pressão arterial.
especificado
Monitorar o aumento dos efeitos terapêuticos
↑ efeitos terapêuticos e tóxicos do Não
Anlodipino Ciclosporina Moderada (hipotensão arterial) e tóxicos (fadiga; edema; alterações
anlodipino especificado
do ritmo cardíaco).
Anlodipino/
Cetoconazol/ Monitorar o aumento dos efeitos terapêuticos
Nifedipino/ ↑ efeitos terapêuticos e tóxicos dos Não
Itraconazol/ Moderada (hipotensão arterial) e tóxicos (fadiga; edema; alterações
Nimodipino/ bloqueadores de canal de cálcio especificado
Miconazol do ritmo cardíaco).
Diltiazem/ Verapamil
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Anlodipino/
Atracúrio/ Monitorar o aumento/prolongamento dos efeitos
Nifedipino/ ↑ efeito bloqueador neuromuscular Não
Pancurônio / Grave terapêuticos (paralisia muscular) de agentes
Nimodipino/ do atracúrio/pancurônio especificado
Suxametônio bloqueadores neuromusculares (não despolarizantes).
Diltiazem/ Verapamil

Anlodipino/
Nifedipino/ AINEs: Diclofenaco/ ↓ efeito anti-hipertensivo dos Não
Leve Monitorar pressão arterial.
Nimodipino/ Ibuprofeno/ bloqueadores de canal de cálcio especificado
Diltiazem/ Verapamil Naproxeno

Anlodipino/
Nifedipino/ ↓ efeito anti-hipertensivo dos Não
Carbonato de Cálcio Moderada Monitorar pressão arterial.
Nimodipino/ bloqueadores de canal de cálcio especificado
Diltiazem/ Verapamil

Anlodipino/
Monitorar o aumento dos efeitos terapêuticos
Nifedipino/ ↑ efeitos terapêuticos e tóxicos dos Não
Fluconazol Moderada (hipotensão arterial) e tóxicos (fadiga; edema; alterações
Nimodipino/ bloqueadores de canal de cálcio especificado
do ritmo cardíaco).
Diltiazem/ Verapamil

Anlodipino/
Nifedipino/ Nitroprussiato de ↑ efeito hipotensor do Usar com cautela. Redução da dose de Nitroprussiato
Moderada Rápido
Nimodipino/ sódio Nitroprussiato pode ser necessária para controle pressórico adequado.
Diltiazem/ Verapamil

Anlodipino/
Nifedipino/ ↓ efeito anti-hipertensivo dos Não
Rifampicina Moderada Monitorar pressão arterial.
Nimodipino/ bloqueadores de canal de cálcio especificado
Diltiazem/ Verapamil
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Anlodipino/
Nifedipino/ Não Monitorar ocorrência de efeitos tóxicos (depressão do
Fenitoína ↑ efeitos tóxicos da Fenitoína Moderada
Nimodipino/ especificado SNC, nistagmo, vertigem, sonolência, ataxia).
Diltiazem/ Verapamil

Anlodipino/ Monitorar o aumento dos efeitos terapêuticos


Nifedipino/ ↑ efeitos terapêuticos e tóxicos dos Não (hipotensão arterial) e tóxicos (fadiga; edema; alterações
Claritromicina Moderada
Nimodipino/ bloqueadores de canal de cálcio especificado do ritmo cardíaco). Considerar troca por macrolídeo não
Diltiazem/ Verapamil interagente (Azitromicina).
↓ efeito anti-hipertensivo do beta- Não
Atenolol Ampicilina Moderada Monitorar pressão arterial.
bloqueador (atenolol) especificado
Não
Captopril/ Enalapril AAS ↓ resposta anti-hipertensiva Moderada Monitorar pressão arterial.
especificado
Não
Captopril/ Enalapril Trimetropina ↑ hipercalemia Moderada Monitorar níveis séricos de potássio.
especificado
AINEs (Diclofenaco; Monitorar pressão arterial.
↓ resposta anti-hipertensiva; ↑ Não
Captopril/ Enalapril Ibuprofeno; Moderada Considerar terapia antiinflamatória alternativa
risco de disfunção renal especificado
Naproxeno) (principalmente pacientes com ICC).

Antiácidos
(Carbonato de
Não Monitorar pressão arterial.
Captopril/ Enalapril Cálcio/ Bicarbonato ↓ resposta anti-hipertensiva; Moderada
especificado Administrar com intervalo de no mínimo 2 horas.
de sódio/ Hidróxido
de alumínio)
↑ risco de reações alérgicas ao Observar evidências de hipersensibilidade ao alopurinol
Captopril/ Enalapril Alopurinol Grave Rápido
alopurinol por no mínimo 5 semanas.
↑ efeito neutropênicos da Não Monitorar aumento de efeitos tóxicos da Azatioprina
Captopril/ Enalapril Azatioprina Moderada
Azatioprina especificado (neutropenia).
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Monitorar função renal. Manter hidratação adequada
Captopril/ Enalapril Ciclosporina ↑ efeito nefrotóxico da ciclosporina Grave Demorado
(Cautela quanto ao uso de diuréticos)
↑ efeito hipercalêmico dos IECA Não Monitorar níveis séricos de potássio (principalmente na
Captopril/ Enalapril Espironolactona Moderada
(Captopril/Enalapril) especificado ICC).
Hipotensão postural; ↑ Observar evidências de hipotensão postural no início do
Não
Captopril/ Enalapril Hidroclorotiazida efeito nefrotóxico dos IECA Moderada tratamento.Observar sinais e sintomas de disfunção
especificado
(Captopril/Enalapril) renal.
Hidróxido de ferro ↑ efeitos adversos/tóxicos dos sais
Não Observar o desenvolvimento desses efeitos adversos
Captopril/ Enalapril polimaltosado de ferro (náusea; vômito e Moderada
especificado durante administração intrevenosa dos sais de ferro.
(Noripurum®) hipotensão arterial)
↑ efeitos adversos/tóxicos da Não Monitorar efeitos tóxicos (ataxia, sonolência, fadiga,
Carbamazepina Diltiazem/ Verapamil Moderada
Carbamazepina especificado leucopenia, trombocitopenia, outros).
Cetoconazol/
Miconazol/ ↑ efeitos adversos/tóxicos da Não Monitorar efeitos tóxicos (ataxia, sonolência, fadiga,
Carbamazepina Moderada
Itraconazol/ Carbamazepina especificado leucopenia, trombocitopenia, outros).
Voriconazol
↑ efeitos adversos/tóxicos da Monitorar efeitos tóxicos (ataxia, sonolência, fadiga,
Carbamazepina Alopurinol Moderada Demorado
Carbamazepina leucopenia, trombocitopenia, outros).
↑ efeitos adversos/tóxicos da Monitorar efeitos tóxicos (ataxia, sonolência, fadiga,
Carbamazepina Isoniazida Moderada Rápido
Carbamazepina leucopenia, trombocitopenia, outros).
Atazanavir/ ↑ efeitos adversos/tóxicos da Não Monitorar efeitos tóxicos (ataxia, sonolência, fadiga,
Carbamazepina Moderada
Lopinavir/ Ritonavir Carbamazepina especificado leucopenia, trombocitopenia, outros).

↓ efeito terapêutico da
Não Monitorar a diminuição dos efeitos terapêuticos (efeito
Carbamazepina Amitriptilina Amitriptilina (efeito antidepressivo Moderada
especificado antidepressivo e propriedades sedativas).
e propriedades sedativas)

↓ efeito terapêutico da ciclosporina Não


Carbamazepina Ciclosporina Moderada Considerar ajuste de dose da ciclosporina.
(imunossupressão) especificado
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Não Monitorar tempo de protrombina (TAP) e aumento das
Carbamazepina Varfarina ↑ risco de sangramento Moderada
especificado evidências de sangramento. Ajuste de dose da varfarina.
Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos.
Não
Carbamazepina Doxiciclina ↓ efeito terapêutico da doxiciclina Moderada Considerar o aumento de dose da doxiciclina ou utilizar
especificado
outro derivado de tetraciclina.
Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos.
Não
Carbamazepina Haloperidol ↓ efeito terapêutico do haloperidol Moderada Considerar o aumento de dose do haloperidol ou utilizar
especificado
outro antipsicótico alternativo.
↓ efeito terapêutico do
Não Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos e
Carbamazepina Paracetamol paracetamol e aumenta risco de Moderada
especificado hepatotoxicidade.
dano hepático
Evitar uso concomitante. Caso seja extremamente
Caspofungina Ciclosporina ↑ ocorrência de hepatotoxicidade Grave Rápido necessário, monitorar aumento de transaminases
(ALT/AST).

Cefepime/ Cefalotina/ A menor dose eficaz de aminoglicosídeos e cefalosporinas


Amicacina/ Não
Ceftazidima/ ↑ risco de nefrotoxicidade Moderada deve ser utilizado quando são prescritos em combinação.
Gentamicina especificado
Ceftriaxona Monitorar função renal (uréia e creatinina).

Ceftriaxona/
Não Monitorar tempo de protrombina (TAP) e aumento das
Cefalotina/ Varfarina ↑ risco hemorrágico Moderada
especificado evidências de sangramento. Exceção: Cefepime
Cefoxitina/ Cefazolina

Monitorar aumento de evidências de redução da função


Cilostozol AAS ↑ do risco de sangramento Moderada Rápido
plaquetária.
AINEs (Diclofenaco;
Não Monitorar aumento de evidências de redução da função
Cilostozol Ibuprofeno; ↑ do risco de sangramento Moderada
especificado plaquetária.
Naproxeno)
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação

Oligoelementos Quando a co-administração não puder ser evitado,


↓absorção e efeitos terapêuticos da Não
Ciprofloxacino (magnésio, alumínio, Moderada quinolonas deve ser administradas ou 4 horas antes ou 6
ciprofloxacino (e outras quinolonas) especificado
cálcio, ferro e zinco) horas depois de cátions polivalentes.
Metilprednisolona/
Hidrocortisona/
↑ risco de tendinite e ruptura do Não Uso concomitante deve ser evitado. Monitorar paciente
Ciprofloxacino Dexametasona/ Grave
tendão especificado para sinais de dor, inchaço ou inflamação de um tendão.
Betametasona/
Prednisona
Cetoconazol/ ↑ efeitos terapêuticos e tóxicos dos Não Monitorar efeitos tóxicos dos antifúngicos (náusea,
Claritromicina Moderada
Itraconazol antifúngicos especificado vômito, dor abdominal, prurido).
Monitorar efeitos tóxicos do ácido valpróico (distúrbios
↑ problemas de deambulação, fala
Claritromicina Ácido valpróico Moderada Rápido na deambulação, fala e concentração). Considerar
e concentração
escolha de macrolídeo não interagente (Azitromicina).

Atazanavir/ Desenvolvimento de arritmias Não Considerar ajuste de dose da claritromicina ou


Claritromicina Grave
Lopinavir/ Ritonavir cardíacas especificado antibioticoterapia alternativa.
Observar a ocorrência dos efeitos tóxicos da
Aparecimento de cãibras, dor e Não
Claritromicina Bromocriptina Grave bromocriptina (cãibras, dor e isquemia nas
isquemia nas extremidades especificado
extremidades).
Ocorrência de tontura, sonolência, Não Considerar a escolha de um macrolídeo não interagente
Claritromicina Carbamazepina Moderada
ataxia, diplopia especificado (Azitromicina) e/ou ajuste de dose da Carbamazepina.

↑ efeitos terapêuticos e tóxicos da Não


Claritromicina Ciclosporina Moderada Considerar modificação na terapia ou ajuste de dose.
ciclosporina (imunossupressão) especificado
Não Monitorar a evidências de redução da função plaquetária
Claritromicina Clopidogrel Risco hemorrágico Moderada
especificado (hemorragia).
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Não Observar ocorrência de efeitos tóxicos como cefaléia,
Claritromicina Sildenafil ↑ dos efeitos tóxicos do sildenafil Moderada
especificado rubor, taquicardia e visão turva.
Claritromicina/ ↑ do RNI e potencialização do Não Monitorar TAP. Observar ocorrência de hemorragia,
Varfarina Moderada
Azitromicina efeito (risco de hemorragia) especificado hematúria e equimoses.
Não
Clindamicina Eritromicina ↓ efeito terapêutico da eritromicina Grave O uso concomitante deve ser evitado.
especificado
Observar sinais e sintomas de crise hipertensiva.
↓ efeito anti-hipertensivo da
Clonidina Amitriptilina Moderada Demorado Monitorar pressão arterial. Retirar Clonidina
clonidina
gradualmente para hipertensão arterial de rebote.
Monitorar aumentos agudos de pressão arterial.
Atenolol/ ↑ efeito hipertensivo de rebote
Suspender betabloqueador vários dias antes da clonidina
Clonidina Metoprolol/ devido retirada abrupta de Grave Rápido
ser gradualmente retirada. Preferir utilização de
Propranolol Clonidina
betabloqueador cardiosseletivo.
Não Monitorar a evidências de redução da função plaquetária
Clopidogrel AAS Risco hemorrágico Moderada
especificado (hemorragia).
AINESs (Diclofenaco;
Não Monitorar a evidências de redução da função plaquetária
Clopidogrel Ibuprofeno; Risco hemorrágico Moderada
especificado (hemorragia).
Naproxeno)
Monitorar níveis plasmáticos de cálcio e sinais e sintomas
Não
Cloreto de potássio Captopril/ Enalapril ↑ risco de hipercalcemia Moderada de hipercalcemia (arritmias; alterações dos níveis de
especificado
conciência; constipação).
Evitar o uso concomitante (exceto hipocalemia
importante). Monitorar sinais de hipercalemia (fraqueza
Cloreto de potássio Espironolactona ↑ níveis plasmáticos de potássio Moderada Demorado muscular; fadiga; arritmias; bradicardia). Pacientes com
comprometicmento renal apresenta maiores riscos de
efeitos adversos.
Cloreto de potássio Losartana ↑ níveis plasmáticos de potássio Moderada Rápido Monitorar sinais e sintomas de hipercalemia.
Hipotensão arterial; ↑ de excreção Não
Codeína Clorpromazina Moderada Monitorar pressão arterial.
urinária. especificado
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
O uso concomitante deve ser evitado. Os doentes devem
ser monitorizados atentamente quanto a toxicidade
Ocorrência de anorexia, ulceração
Não potencial da capecitabina, como neutropenia,
Complexo B Capecitabina da boca, diarréia com sangue, Grave
especificado trombocitopenia, estomatite, hemorragia
sangramento vaginal.
gastrointestinal, diarréia grave, vômito, reações cutâneas,
e neuropatia. Monitorar paciente via hemograma.
Cetoconazol/ Bradicardia; Distúrbios do SNC; Monitorar ocorrência de efeitos tóxicos da digoxina
Digoxina Moderada Demorado
Itraconazol náusea e vômito (bradicardia, distúrbios do SNC, etc)
Claritromicina/ Bradicardia; Distúrbios do SNC; Monitorar ocorrência de efeitos tóxicos da digoxina
Digoxina Moderada Demorado
Azitromicina náusea e vômito (bradicardia, distúrbios do SNC, etc)
Atenolol/
Não
Digoxina Metoprolol/ Bradicardia excessiva; Arritimias Moderada Monitorar aumento de bradicardia.
especificado
Propranolol
Bradicardia; Distúrbios do SNC; Monitorar ocorrência de efeitos tóxicos da digoxina
Digoxina Ciclosporina Moderada Rápido
náusea e vômito (bradicardia, distúrbios do SNC, etc)
↑ risco de hemorragias anormais e Monitorar aumento dos efeitos antiplaquetários do AAS
Diltiazem/ Verapamil AAS Moderada Rápido
equimoses (hemorragias e equimose)
Atazanavir/ ↓ efeitos terapêuticos do Diltiazem/ Não
Diltiazem/ Verapamil Grave Evitar uso concomitante. Monitorar pressão arterial.
Lopinavir/ Ritonavir Verapamil especificado
Atenolol/
Hipotensão, bradcardia e sinais de Não Monitorar evidências de bradcardia, hipotensão e sinais
Diltiazem/ Verapamil Propranolol/ Moderada
insuficiência cardíaca especificado de insuficiêcia cardíaca.
Metoprolol
↑ das concentrações e toxicidade
Diazepam/ Evitar uso concomitante. Se uso concomitante, monitorar
dos benzodiazepínicos (sedação Não
Diltiazem/ Verapamil Midazolam/ Moderada ocorrência de efeitos tóxicos dos benzodiazepínicos e
excessiva e efeitos hipnóticos especificado
Clonazepam considerar redução da dose.
prolongados)
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
↑ efeitos terapêuticos e tóxicos da Não
Diltiazem/ Verapamil Ciclosporina Moderada Considerar modificação na terapia ou ajuste de dose.
ciclosporina (imunossupressão) especificado
Não Monitorar efeitos adversos/tóxicos da Digoxina
Diltiazem/ Verapamil Digoxina ↑ efeito de bloqueio AV da Digoxina Grave
especificado (arritmias).
Não Não
Dipirona sódica Ciclosporina ↓ níveis plasmáticos de ciclosporina Monitorar níveis plamáticos de Ciclosporina
especificado especificado
Furosemida/ ↓ efeito diurético e anti- Não Não
Dipirona sódica Monitorar pressão arterial e diurese.
Hidroclorotiazida hipertensivo especificado especificado
Propranolol/ Não Não
Dipirona sódica ↓ efeito anti-hipertensiva Monitorar pressão arterial.
Carvedilol especificado especificado
Não Não Monitorar tempo de protrombina (TAP); Monitorar
Dipirona sódica Varfarina ↑ risco hemorrágico
especificado especificado aumento das evidências de sangramento.
Hipotensão e aumento do risco de Não Não Monitorar pressão arterial e função renal (uréia e
Dipirona sódica Losartana
problemas renais especificado especificado creatinina).
Sais de cálcio
(Gluconato de Não
Dobutamina ↓ débito cardíaco Moderada Monitorar terapia e função cardíaca.
cálcio/Carbonato de especificado
cálcio)
Não Não
Dobutamina Beta bloqueadores Risco de hipotensão arterial grave Monitorar pressão arterial. Evitar uso concomitante.
especificado especificado
Antidepressivos ↑ resposta vasopressora: Não Não
Dobutamina Monitorar pressão arterial.
tricíclicos hipertensão arterial especificado especificado
Adrenalina Risco de disritmias e isquemia Não Não
Dobutamina Monitorar frequência cardíaca.
(Epinefrina) miocárdica especificado especificado
↑ resposta pressora da Não
Dobutamina Linezolida Grave Monitorar pressão arterial.
dobutamina especificado
↑ efeito vasoconstritor da
Bromocriptina/ Não
Dopamina dopamina; Possível ocorrência de Grave Monitorar terapia.
Pergolida especificado
gangrena.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Não
Espironolactona Losartana Hipercalêmia Moderada Monitorar níveis séricos de potássio.
especificado
Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos da
Fenitoína Ácido valpróico Hepatotoxicidade Moderada Demorado
Fenitoína.
Cetoconazol/ Não Evitar uso concomitante. Utilizar terapia antifúngica
Fenitoína Fracasso da terapia antifúngica Grave
Itraconazol especificado alternativa (exceção: Miconazol).
Antiácidos
(Carbonato de
Não Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos da
Fenitoína Cálcio/ Bicarbonato ↓ efeitos terapêuticos da Fenitoína Moderada
especificado Fenitoína.
de sódio/ Hidróxido
de alumínio)

Não Monitorar ocorrência de efeitos tóxicos (depressão do


Fenitoína Cloranfenicol ↑ efeitos tóxicos da Fenitoína Moderada
especificado SNC, nistagmo, vertigem, sonolência, ataxia).

Não Monitorar ocorrência de efeitos tóxicos (depressão do


Fenitoína Amiodarona ↑ efeitos tóxicos da Fenitoína Moderada
especificado SNC, nistagmo, vertigem, sonolência, ataxia).
Diazepam/
Não Monitorar ocorrência de efeitos tóxicos (depressão do
Fenitoína Midazolam/ ↑ efeitos tóxicos da Fenitoína Moderada
especificado SNC, nistagmo, vertigem, sonolência, ataxia).
Clonazepam
↓ efeitos terapêuticos da Fenitoína Não Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos da
Fenitoína Carbamazepina Moderada
e/ou Carbamazepina especificado Fenitoína e/ou Carbamazepina.
Não
Fenitoína Dopamina Hipotensão Grave Monitorar pressão arterial.
especificado
Monitorar ocorrência de efeitos tóxicos (depressão do
Fenitoína Isoniazida ↑ efeitos tóxicos da Fenitoína Moderada Rápido
SNC, nistagmo, vertigem, sonolência, ataxia).
↑ efeitos terapêuticos e tóxicos do Não Monitorar aumento dos efeitos tóxicos do Fenobarbital
Fenobarbital Moderada
Ácido Valpróico Fenobarbital especificado (sedação, nistagmo, ataxia).
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
↓ efeitos terapêuticos da Não Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos da
Fenobarbital Clorpromazina Moderada
Clorpromazina especificado Clorpromazina.
Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos da
↓ efeitos terapêuticos da Não
Fenobarbital Amitriptilina Moderada Amitriptilina. Ajuste de dose do antidepressivo pode ser
Amitriptilina especificado
necessária.
Metoprolol/ ↓ efeitos terapêuticos dos beta Não Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos dos beta
Fenobarbital Moderada
Propranolol bloqueadores especificado bloqueadores. Exceção: Atenolol
↓ efeitos terapêuticos da Não Monitorar diminuição da concentração sérica e dos
Fenobarbital Ciclosporina Moderada
ciclosporina especificado efeitos terapêuticos da ciclosporina.
Anlodipino/
Nifedipino/ ↓ efeito terapêutico dos Não Monitorar a pressão arterial. Considerar modificação da
Fenobarbital Moderada
Nimodipino/ bloqueadores de canal de cálcio especificado terapia.
Diltiazem/ Verapamil
↓ efeito terapêutico do
Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos do
Cloranfenicol e ↑ efeitos Não
Fenobarbital Cloranfenicol Moderada Cloranfenicol e aumento dos efeitos tóxicos do
terapêuticos e tóxicos do especificado
Fenobarbital (sedação, nistagmo, ataxia).
Fenobarbital
Monitorar TAP. Monitorar diminuição dos efeitos
Fenobarbital Varfarina ↓ efeitos terapêuticos da Varfarina Grave Demorado terapêuticos da Varfarina. Considerar modificação da
terapia ou aumento de dose da Varfarina.
↓ efeitos terapêuticos do Não Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos do
Fenobarbital Rifampicina Moderada
Fenobarbital especificado Fenobarbital.
Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos da
↓ efeitos terapêuticos da Não
Fenobarbital Doxiciclina Moderada Doxiciclina. Utilização de outro agente antimicrobiano ou
Doxiciclina especificado
aumento da dose de Doxiciclina.
↓ efeitos terapêuticos do Não Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos do
Fenobarbital Etoposídeo Moderada
Etoposídeo especificado Etoposídeo.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos da
Não
Fenobarbital Fenitoína ↓ efeitos terapêuticos da Fenitoína Moderada Fenitoína. Em doses mais altas de Fenobarbital,
especificado
monitorar aumento dos efeitos.
↓ efeitos terapêuticos da Não Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos da
Fenobarbital Griseofulvina Moderada
Griseofulvina especificado Griseofulvina. Aumento da dose pode ser necessária.
↑ efeitos terapêuticos e tóxicos do Não Monitorar aumento dos efeitos tóxicos do Fenobarbital
Fenobarbital Linezolida Moderada
Fenobarbital especificado (sedação, nistagmo, ataxia).
Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos e sinais de
↓ efeitos terapêuticos do
Não hepatotoxicidade. Monitorar função hepática,
Fenobarbital Paracetamol Paracetamol e ↑ risco de dano Moderada
especificado principalmente em pacientes que fazem uso crônico e/ou
hepático
de altas doses de Paracetamol.
Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos do
↓ efeitos terapêuticos do
Fenobarbital Piridoxina Moderada Demorado Fenobarbital quando uso concomitante com altas doses
Fenobarbital
de Piridoxina.
↓ efeitos terapêuticos da Não Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos da
Fenobarbital Propafenona Moderada
Propafenona especificado Propafenona.
Monitorar diminuição dos efeitos broncodilatadores dos
Agonistas Beta2 (fenoterol; salbutamol). Considerar
Propranolol/
modificação na terapia. Beta
Metoprolol e ↓ efeito broncodilatador do Não
Fenoterol Moderada bloqueadores não seletivos não são recomendados para
Atenolol (em altas fenoterol especificado
paciente asmáticos. Preferir os seletivos beta1 (Atenolol
doses)
e Metoprolol) e quando esses estiverem em altas doses,
monitorar a terapia.

Não Monitorar concentração sérica de potássio e efeitos


Fenoterol Furosemida ↑ hipocalemia Moderada
especificado associados (problemas na condução cardíaca).
Fentanil Clopromazina Risco de Hipotensão Severa Moderada Rápido Monitorar a pressão arterial.
Fentanil Carvedilol Risco de Hipotensão Severa Moderada Rápido Monitorar a pressão arterial.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Monitorar a terapia e observar intensificação dos efeitos
Diazepam/ Não
Fentanil Depressão respiratória e SNC Moderada (hipotensão, hipoventilação e sedação profunda ou
Midazolam especificado
coma).
↑ dos efeitos terapêuticos e tóxicos Monitorar a terapia e observar intensificação dos efeitos
Ritonavir/ Lopinavir/ Não
Fentanil do fentanil - Depressão respiratória Moderada (hipotensão, hipoventilação e sedação profunda ou
Atazanavir especificado
séria coma).
↓ os efeitos dos analgésicos Não Monitorar diminuição dos efeitos dos analgésicos
Fentanil Octreotida Moderada
narcóticos especificado narcóticos
Fitomenadiona Não Monitorar diminuição do tempo de protrombina (TAP).
Varfarina ↓efeito anticoagulante da varfarina Moderada
(vitamina K) especificado Monitorar efeitos terapêuticos da varfarina.
↑risco de cardiotoxicidade
(prolongamento intervalo QT, Não
Fluconazol Amiodarona Moderada Monitorar função cardíaca.
torsades de pointes, parada especificado
cardíaca)
Não Monitorar aumentos dos efeitos do fentanil. Ajuste de
Fluconazol Fentanil Depressão do SNC Moderada
especificado dose do fentanil se necessário.
Observar sinais e sintomas de rabdomiólise. Monitorar
Fluconazol Sinvastatina ↑ risco de rabdomiólise Moderada Rápido níveis de Creatina-fosfoquinase sérica (CK). Preferir
Pravastatina pelo menor risco de causar rabdomiólise.

↑ das concentrações e toxicidade


Diazepam/
dos benzodiazepínicos (sedação Monitorar ocorrência de efeitos tóxicos dos
Fluconazol Midazolam/ Moderada Rápido
excessiva e efeitos hipnóticos benzodiazepínicos.
Clonazepam
prolongados)
↑ efeitos terapêuticos e tóxicos da Não Monitorar efeitos tóxicos (ataxia, sonolência, fadiga,
Fluconazol Carbamazepina Moderada
Carbamazepina especificado leucopenia, trombocitopenia, outros).
↑ efeito terapêutico da ciclosporina Não
Fluconazol Ciclosporina Grave Considerar modificação na terapia ou ajuste de dose.
(imunossupressão) especificado
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
↑ efeito terapêutico e tóxico da Não Monitorar ocorrência de efeitos tóxicos (depressão do
Fluconazol Fenitoína Moderada
Fenitoína especificado SNC, nistagmo, vertigem, sonolência, ataxia).
Não Monitorar aumento dos efeitos terapêuticos. Monitorar
Fluconazol Losartana Hipotensão Moderada
especificado pressão arterial.
Não
Fluconazol Glibenclamida Hipoglicemia Moderada Monitorar glicemia.
especificado
Hipotensão, hipovolemia,
hiponatremia. Sinais e sintomas de Não Monitorar terapia.Monitorar níveis de creatinina sérica,
Furosemida Captopril/ Enalapril Moderada
disfunção renal quando uso especificado se ↑ considerar redução da dose da Furosemida ou IECA.
concomitante e prolongado.
Atracúrio/
↑ ou ↓ dos efeitos terapêuticos de Não Monitorar terapia.↓doses de Furosemida↑ o bloqueio
Furosemida Pancurônio/ Moderada
Atracúrio/Pancurônio especificado neuromuscular e ↑ doses diminuem esse bloqueio.
Suxametônio
Monitorar diurese. Evitar uso concomitante de
AINEs: Diclofenaco/
Não Furosemida e AINEs em pacientes com insuficiência
Furosemida Ibuprofeno/ ↓ da diurese Moderada
especificado cardíaca e cirrose com ascite (pacientes sensíveis a
Naproxeno
alterações de diurese).
Não
Furosemida Fenitoína ↓ da diurese Moderada Monitorar diurese.
especificado
Amicacina/ Não
Furosemida ↑ nefrotoxicidade e ototoxicidade Moderada Monitorar esses efeitos.
Gentamicina especificado
dos Aminoglicosídeos
↓ absorção da Furosemida Não Administrar os medicamentos com intervalo de pelo
Furosemida Sucralfato Moderada
diminuindo o efeito terapêutico especificado menos duas horas.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Abacavir/ Adefovir/
Didanosina/ Toxicidade hematológica; Não Monitorar paciente via hemograma. Considerar
Ganciclovir Grave
Lamivudina/ Pancitopenia prolongada. especificado modificação da terapia. Exceção: Estavudina
Zidovudina
Tontura; diarréia; vômito; Não Monitorar aumento dos efeitos tóxicos do tenofovir
Ganciclovir Tenofovir Moderada
neuropatia especificado (tontura; diarréia; neuropatia; vômito).
Anlodipino/
Gluconato de cálcio/ Nifedipino/ ↓ efeito terapêutico dos Não
Moderada Monitorar pressão arterial.
Carbonato de cálcio Nimodipino/ bloqueadores de canal de cálcio especificado
Diltiazem/ Verapamil
Náusea; vômitos; aumento da Considerar modificação da terapia. Monitorar redução
Bromocriptina/ Não
Haloperidol liberação de hormônios Moderada dos efeitos terapêuticos dos agonistas da dopamina
Levodopa/ Pergolida especificado
(crescimento e prolactina) (bromocriptina; levodopa; pergolida).
Retardo psicomotor, falhas na
Não Não Monitorar o paciente e suspender o haloperidol se
Haloperidol Metildopa memória e
especificado especificado necessário.
incapacidade de concentração.
Não Não
Haloperidol Tramadol ↑ risco de convulsões Evitar uso simultâneo.
especificado especificado

↑efeito neurotóxico (fraquezas, Monitorar atentamente os pacientes para algum sinal de


discinesias, aumento dos sintomas Não neurotoxicidade e sintomas extrapiramidais. Uso isolado
Haloperidol Lítio Moderada
extrapiramidais, encefalopatias e especificado do haloperidol no controle inicial de manias agudas e se
danos cerebrais irreversíveis) necessário adicionar o lítio em dosagem reduzida.

Não Evitar uso concomitante. Monitorar paciente para sinais


Haloperidol Lopinavir/ Ritonavir ↑ risco de arritmias ventriculares Grave
especificado e sintomas como tonturas, palpitações ou síncope.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Não Evitar uso concomitante. Monitorar paciente para sinais
Haloperidol Tamoxifeno ↑ risco de arritmias ventriculares Grave
especificado e sintomas como tonturas, palpitações ou síncope.
Eritromicina/
Azitromicina/ Não Evitar uso concomitante. Monitorar paciente para sinais
Haloperidol ↑ risco de arritmias ventriculares Grave
Moxifloxacino/ especificado e sintomas como tonturas, palpitações ou síncope.
Levofloxacino
Pode ocorrer aparecimento de boca
seca, distúrbios visuais, retenção Doses mais baixas de antidepressivos tricíclicos
Não
Haloperidol Amitriptilina urinária, tonturas, hipotensão Grave (amitriptilina) podem ser necessários. Monitorar pacinete
especificado
ortostática, constipação, e para sinais clínicos.
convulsões.
Podem ocorrer reações distônicas
agudas, discinesia tardia, acatisia, Não Metoclopramida não deve ser prescrito em combinação
Haloperidol Metoclopramida Grave
raramente, estridor e dispnéia especificado com outros agentes antidopaminérgicos (haloperidol).
devido ao laringoespasmo

Não Evitar uso concomitante. Monitorar paciente para sinais


Haloperidol Tamoxifeno ↑ risco de arritmias ventriculares Grave
especificado e sintomas como tonturas, palpitações ou síncope.

Não Evitar uso concomitante. Monitorar paciente para sinais


Haloperidol Ondansetrona ↑ risco de arritmias ventriculares Grave
especificado e sintomas como tonturas, palpitações ou síncope.
Interromper heparina antes do início da ticlopidina, se
Não uso uso concomitante, monitorar sinais clínicos
Heparina Ticlopidina ↑ risco de hemorragias Moderada
especificado (hemorragias) e laboratoriais (TTPA e TAP) de alterações
hematológicas.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Monitorar ↑ TTPa. Monitorar sinais de sangramento,
especialmente em locais de punção arterial. A dose de
heparina deve ser ajustada para manter os valores
normais de TTPa. Trombolítico e/ ou terapia
Não
Heparina Alteplase ↑ risco de hemorragias Grave anticoagulante deve ser interrompido imediatamente se
especificado
ocorrer sangramento grave ou incontrolável. ​O Alteplase
é contra-indicado em pacientes com AVC isquêmico
agudo que receberam heparina nas últimas 48 horas e
tem TTPa elevado.
Se estes agentes são co-administradas, ou se a
↓ efeito anticoagulante da Não nitroglicerina é interrompida, monitorar TAP e TTPa do
Heparina Nitroglicerina Moderada
Heparina especificado paciente e ajustar a dose de heparina, conforme
necessário.
Não Monitorar terapia. Monitorar níveis séricos de potássio e
Heparina Captopril/ Enalapril Hipercalemia Moderada
especificado função renal periodicamente.
Monitorar sinais clínicos (hemorragias) e laboratoriais
Não
Heparina Vitamina E ↑ risco de hemorragias Moderada (TTPA e TAP) de alterações hematológicas quando
especificado
suplementação com Vitamina E > 400 unidades/dia.
Penicilinas IV:
Ampicilina/
Não Monitorar sinais hemorrágicos. Sulfato de protamina
Heparina Oxacilina/ ↑ risco de hemorragias Leve
especificado pode ser útil em hemorragias clinicamente importantes.
Piperacilina +
Tazobactan
Cefalosporinas:
Ceftriaxona/ Monitorar sinais hemorrágicos. Monitorar TAP. Uso de
Não
Heparina Cefazolina/ ↑ risco de hemorragias Leve vitamina K é indicado para coagulopatias induzidas por
especificado
Cefalotina/ cefalosporinas.
Cefoxitina
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
AINEs: Evitar uso concomitante de AINEs principalmente quando
AAS/Diclofenaco/ Não uso crônico ou em doses altas. Quando uso concomitante
Heparina ↑ risco de hemorragias Moderada
Ibuprofeno/ especificado for necessário, monitorar sinais clínicos (hemorragias) e
Naproxeno laboratoriais (TTPA e RNI) de alterações hematológicas.
Não
Heparina Cilostazol ↑ risco de hemorragias Leve Monitorar sinais hemorrágicos.
especificado
Monitorar sinais clínicos (hemorragias) e laboratoriais
(TTPA e RNI) de alterações hematológicas. Para ↓ a
Não interferência da Heparina no RNI, o sangue deve ser
Heparina Varfarina ↑ risco de hemorragias Grave
especificado coletado pelo menos 5 horas após a última dose de
Heparina IV ou 24 horas após a última dose de Heparina
SC.
Fenoterol/ ↑ hipercalemia e problemas de Não Monitorar níveis séricos de potássio e problemas na
Hidroclorotiazida Moderada
Salbutamol condução cardíaca especificado condução cardíaca.
O uso concomitante deve ser evitado. Caso necessária a
Risco de arritmias cardíacas e utilização, os eletrólitos séricos (principalmente potássio
Não
Hidroclorotiazida Amiodarona taquicardias; tonturas epalpitações Grave e magnésio) devem ser avaliados e qualquer
especificado
também podem ocorrer anormalidade deve ser corrigida antes do início da
terapia.

Hipopotassemia e hipomagnesemia.
Aparecimento de sinais de Monitorar níveis séricos de potássio e magnésio.
toxicidade da digoxina Não Hipopotassemia e hipomagnesemia devem ser tratados
Hidroclorotiazida Digoxina Moderada
(letargia,fraqueza, dores especificado adequadamente. Ajustes de dose da digoxina pode ser
musculares, náuseas, batimentos necessária.
cardíacos irregulares)
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação

Monitorar eletrólitos séricos. Administração de uma


solução de reidratação eletrólito pode atenuar as
AINEs: Diclofenaco/ Aumenta o risco de nefropatia
Não alterações de eletrólitos e hipovolemia. A hospitalização
Hidroclorotiazida Ibuprofeno/ aguda (insuficiência renal aguda; Grave
especificado e hidratação intravenosa de fluidos pode ser apropriado
Naproxeno proteinúria minima)
para pacientes debilitados ou idosos que podem ser
incapazes de beber um volume adequado de fluido.

Monitorar eletrólitos séricos. Administração de uma


solução de reidratação eletrólito pode atenuar as
Aumenta o risco de nefropatia
Não alterações de eletrólitos e hipovolemia. A hospitalização
Hidroclorotiazida Bisacodil aguda (insuficiência renal aguda; Moderada
especificado e hidratação intravenosa de fluidos pode ser apropriado
proteinúria minima)
para pacientes debilitados ou idosos que podem ser
incapazes de beber um volume adequado de fluido.

Hidrocortisona/
Risco de hipocalemia (fraqueza,
Dexametasona/ Não Monitorar níveis séricos de potássio. Suplementação de
Hidroclorotiazida letargia e dores musculares ou Moderada
Metilprednisolona/ especificado potássio pode ser necessária
cãibras).
Betametasona
Aumento do risco de hipocalemia
devido a efeitos aditivos. Ocorrência Não Monitorar níveis séricos de potássio.Suplementação de
Hidroclorotiazida Anfotericina B Moderada
de fraqueza, letargia e dores especificado potássio pode ser necessária
musculares ou cãibras.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Aumento do risco de hipocalemia
devido a efeitos aditivos. Ocorrência
de fraqueza, letargia e dores Monitorar bloqueio neuromuscular prolongado.
Não
Hidroclorotiazida Succilcolina musculares ou cãibras. E ainda, Moderada Reposição de potássio quando indicado, e o ajuste da
especificado
prolongamento do efeito de dose do bloqueador neuromuscular pode ser necessário.
bloqueio neuromuscular da
succilcolina.

Monitorar glicemia. Da mesma forma, os pacientes


devem ser observados para hipoglicemia quando estes
medicamentos são retirados do seu regime terapêutico.
Hiperglicemia, intolerância à glicose, Paciente deve ser monitorado devido a possíveis sinais de
diabetes mellitus de início recente, Não acidose láctica (como mal-estar, mialgias, dificuldade
Hidroclorotiazida Insulina Moderada
e / ou exacerbação de diabetes pré- especificado respiratória, hiperventilação, lenta ou batimentos
existente. cardíacos irregulares, sonolência, mal-estar abdominal)
ou a perda do controle glicêmico .Os ajustes da dose do
hipoglicemiante pode ser necessária.

Hiperglicemia e hipertrigliceridemia
em alguns pacientes, especialmente
em pacientes com diabetes ou o
diabetes latente. Ocorrência de Não Monitorar níveis séricos de potássio, pressão arterial e
Hidroclorotiazida Atenolol Moderada
sinais como: tonturas, fraqueza, especificado glicemia.
desmaios, batimentos cardíacos
rápidos ou irregulares, ou perda do
controle da glicose no sangue.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Ocorrência de sinais e sintomas de
hipercalcemia, tais como tonturas,
Carbonato de Cálcio/ Não Monitorar níveis séricos de potássio, pressão arterial e
Hidroclorotiazida fraqueza, letargia, cefaléia, mialgia, Moderada
Vitamina D especificado glicemia.
anorexia , náuseas, vômitos e
convulsões.
Ocorrência de hiponatremia, com
sinais característicos tais como Monitorar paciente clinicamente em relação ao seu
Não
Hidroclorotiazida Carbamazepina náusea, vômito, letargia, fraqueza, Moderada estado mental. Monitorar periodicamente níveis séricos
especificado
cãibras musculares, espasmos, de sódio.
confusão mental e convulsões.
Monitorar glicemia. Da mesma forma, os pacientes
devem ser observados para hipoglicemia quando estes
medicamentos são retirados do seu regime terapêutico.
Hiperglicemia, intolerância à glicose, Paciente deve ser monitorado devido a possíveis sinais de
Hidroclorotiazida/ diabetes mellitus de início recente, Não acidose láctica (como mal-estar, mialgias, dificuldade
Metformina Moderada
Furosemida e / ou exacerbação de diabetes pré- especificado respiratória, hiperventilação, lenta ou batimentos
existente. cardíacos irregulares, sonolência, mal-estar abdominal)
ou a perda do controle glicêmico .Os ajustes da dose do
hipoglicemiante pode ser necessária.

Hidrocortisona/
Dexametasona/ Observar ocorrência de efeitos tóxicos (edema por
↑ efeitos terapêuticos e tóxicos dos Não
Metilprednisolona/ Fluconazol Moderada retenção de líquidos, cicatrização prejudicada de feridas,
corticosteróides especificado
Betametasona/ petéquias e equimoses).
Prednisona
Hidrocortisona/
Observar ocorrência de efeitos tóxicos (edema por
Dexametasona/
↑ efeitos terapêuticos e tóxicos dos Não retenção de líquidos, cicatrização prejudicada de feridas,
Metilprednisolona/ Claritromicina Moderada
corticosteróides especificado petéquias e equimoses).
Betametasona/
OBS.: Azitromicina não apresenta interação.
Prednisona
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Hidrocortisona/
Dexametasona/ Observar ocorrência de efeitos tóxicos (edema por
↑ efeitos terapêuticos e tóxicos dos Não
Metilprednisolona/ Diltiazem/ Verapamil Moderada retenção de líquidos, cicatrização prejudicada de feridas,
corticosteróides especificado
Betametasona/ petéquias e equimoses).
Prednisona
Hidrocortisona/
Dexametasona/ Observar ocorrência de efeitos tóxicos (edema por
↑ efeitos terapêuticos e tóxicos dos Não
Metilprednisolona/ Ciclosporina Moderada retenção de líquidos, cicatrização prejudicada de feridas,
corticosteróides especificado
Betametasona/ petéquias e equimoses).
Prednisona
Hidrocortisona/
↑ ulcerações e sangramentos
Dexametasona/ Monitorar terapia. Redução gradativa da dose do AAS
gastrintestinais. Não
Metilprednisolona/ AAS Moderada juntamente com a redução gradativa dos
↓ filtração glomerular especificado
Betametasona/ corticosteróides.
↑metabolismo do AAS
Prednisona
Hidrocortisona/
Dexametasona/
↓ efeito terapêutico dos Não
Metilprednisolona/ Fenobarbital Moderada Monitorar terapia.
corticosteróides especificado
Betametasona/
Prednisona
↑ efeitos neurotóxicos (ocorrência Monitorar paciente para toxicidade do sistema nervoso
Imipenem+ Não
Ciclosporina de tremor, confusão, afasia, Moderada central (SNC) (observar ocorrência de tremor, agitação e
Cilastatina especificado
agitação) confusão mental).
Risco de convulsões generalizadas, e
possível ocorrência de por
Imipenem+ Não O uso concomitante deve ser evitado. Avaliar risco-
Ganciclovir tremores, alterações do estado Moderada
Cilastatina especificado benefício.
mental ou convulsões.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Imipenem+ Precaução ao administrar tramadol com imipenem +
Não
Cilastatina / Tramadol ↑ risco de convulsões Grave cilastatina. Monitorar paciente para os sintomas (crises
especificado
Meropenem convulsivas).
Imipenem+ ↓ efeitos terapêuticos do ácido Evitar uso concomitante. Considerar utilização de
Não
Cilastatina/ Ácido valpróico valpróico (aumenta risco de Grave antibióticos ou anticonvulsivantes alternativos
especificado
Meropenem convulsões e crises epilépticas) (carbamazepina).
Utilizar com cautela em Diabéticos; Monitorar sinais e
Propranolol/ Hipoglicemia prolongada e
Insulina Moderada Rápido sintomas de hipoglicemia; Preferir betabloqueadores
Carvedilol mascaramento dos sintomas
seletivos (Atenolol; Metoprolol).
↑ efeito hipoglicimiante (pode
ocorrer cefaléia, tontura,
Não Monitorar glicemia. A dose de insulina pode necessitar de
Insulina Captopril sonolência, náuseas, fome, Moderada
especificado ajuste se uma interação é suspeita.
tremores, fraqueza, sudorese,
palpitações)
↑ efeito hipoglicimiante (pode
ocorrer cefaléia, tontura,
Não Monitorar glicemia. A dose de insulina pode necessitar de
Insulina Cloreto de Potássio sonolência, náuseas, fome, Moderada
especificado ajuste se uma interação é suspeita.
tremores, fraqueza, sudorese,
palpitações)
↑ efeito hipoglicimiante (pode
ocorrer cefaléia, tontura,
Não Monitorar glicemia. A dose de insulina pode necessitar de
Insulina Paracetamol sonolência, náuseas, fome, Moderada
especificado ajuste se uma interação é suspeita.
tremores, fraqueza, sudorese,
palpitações)
↑ efeito hipoglicimiante (pode
ocorrer cefaléia, tontura,
Não Monitorar glicemia. A dose de insulina pode necessitar de
Insulina Varfarina sonolência, náuseas, fome, Moderada
especificado ajuste se uma interação é suspeita.
tremores, fraqueza, sudorese,
palpitações)
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Risco de hiperglicemia, intolerância
à glicose, diabetes mellitus de início Não Monitorar glicemia. A dose de insulina pode necessitar de
Insulina Dopamina Moderada
recente, e / ou exacerbação de especificado ajuste se uma interação é suspeita.
diabetes pré-existente.

Risco de hiperglicemia, intolerância


à glicose, diabetes mellitus de início Não Monitorar glicemia. A dose de insulina pode necessitar de
Insulina Nifedipino Moderada
recente, e / ou exacerbação de especificado ajuste se uma interação é suspeita.
diabetes pré-existente.

Risco de hiperglicemia, intolerância


à glicose, diabetes mellitus de início
Não Monitorar glicemia. Ajuste de dose da insulina pode ser
Insulina Levotiroxina recente, e / ou exacerbação de Moderada
especificado necessária.
diabetes pré-existente.

Risco de hipoglicemia grave, O uso de gatifloxacina é contra-indicado em pacientes


refratária e coma hipoglicêmico. com diabetes mellitus. Monitorar níveis de glicose no
Pode ocorrer cefaléia, tonturas, Não sangue. Se hipo ou hiperglicemia ocorrer durante a
Insulina Gatifloxacino Grave
sonolência, náuseas, tremores, especificado terapia quinolonas, os pacientes devem iniciar a terapia
fraqueza, fome, transpiração corretiva apropriada de imediato e suspender o
excessiva, e palpitações antibiótico.
Oligoelementos
Não
Insulina (cromo,cobre, ↑efeito hipoglicemiante Moderada Administrar com precaução. Monitorar glicemia.
especificado
manganês, zinco)
↓ freqüência cardíaca e ↑ risco de Não
Lidocaína Octreotida Moderada Monitorar freqüência cardíaca e a pressão arterial.
bradicárdias especificado
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
↑ concentração da lidocaína. Pode
Contra-indicado o uso concomitante devido risco de
ocorrer sonolência, alterações do Não
Lidocaína Saquinavir Grave toxicidade da lidocaína; Aprazamento entre a
estado mental, bradicardia e especificado
administração não é recomendado.
hipotensão.
Não Monitorar paciente quanto ao risco de crises convulsivas.
Lidocaína Tramadol Aumenta risco de convulsões Grave
especificado Evitar terapia combinada.
Atenolol/ Pode ocorrer sonolência, alterações
Não Se houver suspeita de toxicidade, a infusão de lidocaína
Lidocaína Metoprolol/ do estado mental, bradicardia e Moderada
especificado deve ser reduzida, tanto quanto possível.
Propranolol hipotensão.
Norepinefrina/ ↑ efeito vasopressórico da
Linezolida Grave Rápido O uso concomitante deve ser evitado.
Epinefrina noradrenalina/adrenalina
Amitriptilina/ Hipertermia; espasmo muscular;
Linezolida Grave Rápido O uso concomitante deve ser evitado.
Clomipramina crises convulsivas; crise hipertensiva
Não Não
Metformina Captopril Redução da glicemia Monitorar glicemia.
especificado especificado
Propranolol/ Hiperglicemia ou Hipoglicemia; Não Não
Metformina Monitorar glicemia e pressão arterial.
Carvedilol Hipertensão especificado especificado
↑ efeito terapêutico da ciclosporina Não
Metoclopramida Ciclosporina Moderada Considerar modificação na terapia ou ajuste de dose.
(imunossupressão) especificado
Tramadol/ Não Não
Metoclopramida ↑ efeitos sedativos Monitorar terapia.
Midazolam/ Morfina especificado especificado
Não Não Considerar modificação da terapia. Monitorar aumento
Metoclopramida Paracetamol ↑ risco de hepatotoxicidade
especificado especificado de transaminases (ALT/AST).
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação

Monitorar tempo de protrombina (TAP); Monitorar


aumento das evidências de hemorragia (dor, inchaço, dor
de cabeça, tontura, fraqueza, sangramento prolongado
de cortes, aumento do fluxo menstrual, sangramento
Não vaginal, sangramento nasal, sangramento de gengivas de
Metronidazol Varfarina ↑ risco hemorrágico Grave
especificado escovar o sangramento, ou nódoas negras , fezes urina
vermelha ou marrom ); Considerar modificação na
terapia; Quando a terapia se faz necessária considerar
ajuste de dose (redução empirica de aproximadamente
um terço do anticoagulante).

Evitar uso concomitante. Se uso extremamente


↑Risco de reações psicóticas necessário, monitorar ocorrencia de toxicidade grave do
Metronidazol Dissulfiram Moderada Demorado
agudas SNC (psicoses agudas, confução mental, alucinações e/ou
delírios).
↑ efeito terapêutico da ciclosporina Não Monitorar creatinina. Considerar modificação na terapia
Metronidazol Ciclosporina Moderada
(imunossupressão) especificado ou ajuste de dose.
Hidrocortisona/
Miconazol/ Observar ocorrência de efeitos tóxicos (edema por
Dexametasona/ ↑ efeitos terapêuticos e tóxicos dos Não
Cetoconazol/ Moderada retenção de líquidos, cicatrização prejudicada de feridas,
Metilprednisolona/ corticosteróides especificado
Itrazonazol petéquias e equimoses).
Betametasona
↑ das concentrações e toxicidade
Miconazol/ Midazolam/ Monitorar aumento dos efeitos tóxicos dos
dos benzodiazepínicos (sedação
Cetoconazol/ Diazepam/ Moderada Rápido benzodiazepínicos. Considerar redução de dose dos
excessiva e efeitos hipnóticos
Itrazonazol Clonazepam benzodiazepínicos.
prolongados)
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Anlodipino/
Miconazol/ Monitorar o aumento dos efeitos terapêuticos
Nifedipino/ ↑ efeitos terapêuticos e tóxicos do Não
Cetoconazol/ Moderada (hipotensão arterial) e tóxicos (fadiga; edema; alterações
Nimodipino/ anlodipino especificado
Itrazonazol do ritmo cardíaco).
Diltiazem/ Verapamil

Miconazol/ ↑ do efeito adverso da


Sinvastatina/ Não Observar ocorrência de sinais e sintomas de rabdomiólise
Cetoconazol/ sinvastatina/pravastatina: Moderada
Pravastatina especificado e monitorar níveis de Creatina-fosfoquinase sérica (CK).
Itrazonazol Rabdomiólise (destruição muscular)
Miconazol/
Não Observar ocorrência de efeitos tóxicos como cefaléia,
Cetoconazol/ Sildenafil ↑ dos efeitos tóxicos do sildenafil Moderada
especificado rubor, taquicardia e visão turva.
Itrazonazol
Miconazol/
Cetoconazol/ Monitorar tempo de protrombina (TAP) e aumento das
Varfarina ↑ risco de sangramento Moderada Demorado
Itrazonazol/ evidências de sangramento.
Voriconazol
Não
Midazolam Claritromicina ↑ efeitos sedativos e hipnóticos Moderada Monitorar terapia.
especificado
Não
Midazolam Diltiazem/ Verapamil ↑ efeitos sedativos e hipnóticos Moderada Monitorar terapia.
especificado
Lopinavir/ Não
Midazolam ↑ efeitos sedativos e hipnóticos Moderada Monitorar terapia.
Atazanavir/ Ritonavir especificado
Midazolam/
↓ efeitos do Midazolam (sedação e Não
Diazepam/ Carbamazepina Moderada Monitorar terapia.
indução anestésica) especificado
Clonazepam
Não Uso deve ser evitado. Caso seja necessário, administrar
Nitroglicerina Sildenafil ↑ vasodilatação periférica Grave
especificado com intervalo de 48 horas.
Evitar o uso concomitante de noradrenalina e
Noradrenalina/ ↑ efeito arritmogênico
Clorpromazina Grave Rápido clorpromazina. Observar existência de arritmias
Adrenalina noradrenalina/adrenalina
ventriculares e redução de efeitos pressóricos.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Evitar o uso concomitante. Monitorar o paciente
Noradrenalina/ ↑ efeito vasopressórico da observando efeitos simpatomiméticos (aumento de
Amitriptilina Grave Rápido
Adrenalina noradrenalina/adrenalina pressão arterial; dor torácica e cefaléia). Recomenda-
se redução de dose.
Atenolol/
Noradrenalina/ ↑ efeito vasopressórico da Monitorar a terapia. Observar aumento de efeitos
Metoprolol/ Moderada Rápido
Adrenalina noradrenalina/adrenalina pressóricos.
Propranolol
Antiácidos
(Carbonato de
Noradrenalina/ Não
Cálcio/ Bicarbonato ↑ pressão arterial e vasoconstrição Moderada Monitorar o paciente.
Adrenalina especificado
de sódio/ Hidróxido
de alumínio)
↑ efeito adverso/tóxico da
Noradrenalina/ bromocriptina (↑ da pressão Não
Bromocriptina Grave Monitorar o apareciemnto dos efeitos tóxicos.
Adrenalina arterial; arritmias ventriculares e especificado
crises convulsivas)
Noradrenalina/ Não
Metildopa ↑ pressão arterial e vasoconstrição Moderada Monitorar o paciente. Ajuste de dose se necessário.
Adrenalina especificado
Noradrenalina/ ↑ efeito vasopressórico da Monitorar terapia, observando aumento da resposta
Linezolida Grave Rápido
Adrenalina noradrenalina/adrenalina pressórica.
↓os efeitos terapêuticos do Não
Omeprazol Carbamazepina Moderada Monitorar a terapia.
Omeprazol especificado
↓ do efeito anticoagulante do Deve-se evitar o uso concomitante. Se gastroproteção é
clopidogrel: risco de infarto do Não necessária, antagonistas dos receptores H2 ou antiácidos
Omeprazol Clopidogrel Grave
miocárdio, acidente vascular especificado devem ser prescritos sempre que possível (por exemplo,
cerebral isquêmico ranitidina).
Ataxia, hiperreflexia, nistagmo e
Omeprazol Fenitoína Moderada Demorado Considerar alteração de um dos medicamentos.
tremores
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
↑ do RNI e potencialização do Monitorar o RNI, e considerar redução da dose de
Omeprazol Varfarina Moderada Demorado
efeito (risco de hemorragia) varfarina quando necessário. Acompanhamento do TAP.
Os pacientes com deficiência de ferro pode não
responder adequadamente à terapia de reposição oral de
Não
Omeprazol Sulfato ferroso (oral) ↓ absorção de ferro Moderada ferro durante a administração concomitante de inibidores
especificado
da bomba de prótons. Considerar a administração de
ferro parenteral.
Náusea, vômito e arritmia
Omeprazol Digoxina Leve Rápido Monitorar a terapia.
(toxicidade pela digoxina)
↑ do efeito adverso da
Sinvastatina/ Não Monitorar a terapia e níveis de Creatina-fosfoquinase
Omeprazol sinvastatina/pravastatina: Moderada
Pravastatina especificado sérica (CK).
Rabdomiólise (destruição muscular)

Tratamento com omeprazol deve preferencialmente ser


↑ efeitos tóxicos do metotrexato
interrompido alguns dias antes da administração de
(pode ocorrer depressão da medula
metotrexato. Se o uso concomitante for necessário, os
óssea, náuseas, vômito, Não
Omeprazol Metotrexato Moderada clínicos devem considerar o potencial de interação e
diarréia,erupções cutâneas especificado
acompanhar de perto os sinais de toxicidade. Uso de um
eritematosas,dispnéia, dor torácica,
antagonista H2 (por exemplo, ranitidina) pode também
neurotoxicidade)
ser uma alternativa adequada.
Diazepam/
Não
Omeprazol Clonazepam/ Prolonga o efeito sedativo e ataxia Moderada Monitorar a terapia.
especificado
Midazolam
Cetoconazol/ Os pacientes que já estão recebendo doses de omeprazol
↓o efeito terapêutico dos
Omeprazol v.o. Itraconazol/ Moderada Rápido 40 mg / dia ou mais devem ter a dose reduzida para
antifúngicos
Voriconazol metade no início da terapêutica com antifúngicos.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Contra-indicado o uso concomitante devido risco de
Omeprazol v.o. Atazanavir ↓o efeito terapêutico do Atazanavir Grave Rápido redução da eficácia do Atazanavir; Aprazamento entre a
administração não é recomendado.
↓ efeito terapêutico do
Fenitoína/ Não Monitorar diminuição dos efeitos terapêuticos e
Paracetamol paracetamol e aumenta risco de Moderada
Fenobarbital especificado hepatotoxicidade.
dano hepático
Não Monitorar o paciente e considerar a utilização de outro
Paracetamol Isoniazida ↑ toxicidade do Paracetamol Moderada
especificado analgésico/ antipirético.
Monitorar o ↑ dos efeitos terapêuticos dos
↑ efeito anticoagulante da
Paracetamol Varfarina Moderada Demorado anticoagulantes e limitar o uso de Paracetamol a
Varfarina e ↑ RNI
1,3g/dia. Acompanhamento do TAP.
Não misturar os antibióticos na mesma solução de
Piperacilina + Amicacina/ ↓ efeitos terapêuticos dos Não
Moderada infusão e nem administrar simultaneamente no mesmo
Tazobactan Gentamicina Aminoglicosídeos (inativação) especificado
catéter (inativação dos Aminoglicosídeos).
Monitorar efeitos tóxicos: neurotoxicidade,
Piperacilina + sinais e sintomas de toxidade do Não
Metotrexato Moderada hepatotoxicidade, depleção de medula óssea,
Tazobactan Metotrexato especificado
manifestações dermatológicas e outros.
Piperacilina + ↓ efeitos terapêuticos da Não Administrar os medicamentos com intervalo de pelo
Doxiciclina Grave
Tazobactan Piperacilina + Tazobactan especificado menos duas horas.
O uso concomitante de piridoxina e levodopa sem
Não
Piridoxina Levodopa ↓ efeitos terapêuticos da levodopa Moderada inibidores da dopa-descarboxilase (carbidopa) devem ser
especificado
evitados.
Pirimetamina/ ↑ efeitos adversos/tóxicos da Não
Clorpromazina Moderada Monitorar efeitos tóxicos (sedação e sonolência).
Hidroxicloroquina Clorpromazina especificado
Polaramine®
Clorpromazina Risco de arritmias cardíacas Grave Rápido O uso concomitante deve ser evitado.
(Dexclorfeniramina)
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Atracúrio/ ↑ efeito bloqueador neuromuscular
Não
Polimixina B Pancurônio / do atracúrio/pancurônio - Paralisia Grave Evitar uso concomitante. Monitorar função respiratória.
especificado
Suxametônio da musculatura respiratória
Amicacina/ ↑ risco de paralisia respiratória e Não
Polimixina B Grave O uso concomitande é contra-indicado.
Gentamicina disfunção renal especificado
Monitorar pressão arterial. Considerar ajuste de dose ou
Propranolol/ ↑ efeito hipotensor do Não
Hidroxicloroquina Moderada troca por beta-bloqueador não interagente. Exceção:
Metoprolol propranolol/metoprolol especificado
Atenolol
Hipotensão ortostática; delírios; Monitorar pressão arterial e ocorrência de outros
Propranolol/ Não
Clorpromazina crises convulsivas; hipotensão Moderada sintomas (delírios e crises convulsivas). Considerar troca
Metoprolol especificado
arterial. por beta-bloqueador não interagente. Exceção: Atenolol.

AINEs: Diclofenaco/ ↓ efeito anti-hipertensivo dos beta-


Propranolol/ Não
Ibuprofeno/ bloqueadores Moderada Monitorar pressão arterial.
Metoprolol especificado
Naproxeno (propranolol/metoprolol)
Ranitidina/ Cetoconazol/
↓ absorção do antifúngico Moderada Rápido Considerar uso de antifúngico não interagente.
Cimetidina Itraconazol
Ranitidina/ Atazanavir/
↓ efeitos terapêuticos dos antivirais Grave Rápido Considerar ajuste de dose.
Cimetidina Lopinavir/ Ritonavir
Ranitidina/ Não Considerar aprazamento entre os medicamentos
Cefuroxima ↓ absorção da Cefuroxima Moderada
Cimetidina especificado (intervalo minimo de 2 horas entre as doses).
Não Monitorar terapia, principalmente quando beta
Salbutamol Atenolol/ Metoprolol ↓ efeito bradicárdico do Salbutamol Moderada
especificado bloqueador estiver em altas doses.
Não Monitorar níveis séricos de potássio e problemas na
Salbutamol Hidroclorotiazida ↑ efeito hipocalêmico do diurético Moderada
especificado condução cardíaca.
Não Monitorar níveis séricos de potássio e problemas na
Salbutamol Furosemida ↑ efeito hipocalêmico do diurético Moderada
especificado condução cardíaca.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Observar sinais e sintomas de rabdomiólise. Monitorar
níveis de Creatina-fosfoquinase sérica (CK). Considerar
Não
Sinvastatina Claritromicina ↑ risco de rabdomiólise Moderada modificação da terapia. Azitromicina pode ser usada com
especificado
segurança e a Pravastatina tem menor risco de causar
rabdomiólise.
Evitar uso concomitante. Se uso concomitante
necessário, monitorar ocorrência de toxicidade (miosite,
Sinvastatina Diltiazem/ Verapamil ↑ risco de rabdomiólise Grave Rápido rabdomiólise). Monitorar níveis de Creatina-fosfoquinase
sérica (CK). Pravastatina tem menor risco de causar
rabdomiólise.
Monitorar ocorrência de toxicidade (miosite, fraqueza
Não muscular, rabdomiólise). Monitorar níveis de Creatina-
Sinvastatina Ciclosporina ↑ risco de rabdomiólise Grave
especificado fosfoquinase sérica (CK). Pravastatina tem menor risco de
causar rabdomiólise.

Na terapia a longo prazo, risco de fracasso terapêutico.


↓ efeitos terapêuticos da
Sinvastatina Rifampicina Grave Demorado Considerar uso de outro agente antilipêmico não
Sinvastatina
interagente. Exceção: Rosuvastatina.
Não Considerar o uso de AINE não interagente ou antilipêmico
Sinvastatina Diclofenaco ↑ risco de rabdomiólise Grave
especificado de baixo risco como a Pravastatina.
↓ efeitos terapêuticos da Evitar uso concomitante. Monitorar redução dos efeitos
Sinvastatina Fenitoína Moderada Demorado
Sinvastatina terapêuticos da Sinvastatina. Exceção: Rosuvastatina.

Evitar uso concomitante (contra-indicado). Monitorar


Atazanavir/ Não ocorrência rabdomiólise. Monitorar níveis de Creatina-
Sinvastatina ↑ risco de rabdomiólise Grave
Lopinavir/ Ritonavir especificado fosfoquinase sérica (CK). Pravastatina tem menor risco de
causar rabdomiólise.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Monitorar ocorrência rabdomiólise. Monitorar níveis de
Sinvastatina Sildenafil ↑ risco de rabdomiólise Moderada Rápido Creatina-fosfoquinase sérica (CK). Pravastatina tem
menor risco de causar rabdomiólise.
Sulfadiazina/
↑ efeito nefrotóxico da ciclosporina Não Monitorar função renal e diminuição dos efeitos
Sulfametoxazol + Ciclosporina Moderada
e ↓ efeitos terapêuticos especificado terapêuticos.
Trimetoprima
Sulfadiazina/
↑ efeito anticoagulante (risco
Sulfametoxazol + Varfarina Moderada Rápido Monitorar ↑ TAP e sinais de hemorragia
hemorrágico)
Trimetoprima
Sulfadiazina/
Monitorar ocorrência de efeitos tóxicos (depressão do
Sulfametoxazol + Fenitoína ↑ efeitos tóxicos da Fenitoína Moderada Demorado
SNC, nistagmo, vertigem, sonolência, ataxia)
Trimetoprima
Sulfadiazina/ Evitar uso concomitante. Se uso concomitante
↑ efeitos adversos/ tóxicos do Não
Sulfametoxazol + Metrotexato Grave necessário, monitorar ocorrência de toxicidade
Metrotexato especificado
Trimetoprima (supressão da medula óssea)
Anlodipino/ Considerar modificação na terapia. Monitorar Magnésio
Nifedipino/ sérico. Pacientes de alto risco: comprometimento renal e
Sulfato de Magnésio Hipotensão arterial Grave Rápido
Nimodipino/ administração parenteral de magnésio (pode ocorrer
Diltiazem/ Verapamil paralisia muscular - Nifepino).
Atracúrio/ Monitorar terapia. Monitorar Magnésio sérico. Pacientes
Não
Sulfato de Magnésio Pancurônio/ ↑ efeito bloqueador neuromuscular Grave de alto risco: comprometimento renal e administração
especificado
Suxametônio parenteral de magnésio.
Apnéia prolongada e sintomas de Considerar o uso de um agente bloqueador
Suxametônio Ciclofosfamida Grave Rápido
insuficiência respiratória neuromuscular alternativo.
Suxametônio/
Amicacina/ Não
Atracúrio/ ↑ efeito depressor respiratório Grave Monitorar ocorrência de efeito depressor respiratório.
Gentamicina especificado
Pancurônio/
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Suxametônio/
Não Observar a ocorrência de bloqueio neuromuscular
Atracúrio/ Clindamicina ↑ efeito bloqueador neuromuscular Moderada
especificado prolongado.
Pancurônio/
Suxametônio/
Não
Atracúrio/ Digoxina ↑ efeito arritmogênico da digoxina Moderada Monitorar ocorrência de arritmias cardíacas.
especificado
Pancurônio/
Aminoglicosídios, ↑ potencial nefrotóxico dessas
anfotericina B, drogas (minoglicosídios, Não Não
Teicoplanina Monitorar função renal (uréia e creatinina).
ciclosporina, anfotericina B, ciclosporina, especificado especificado
furosemida furosemida)
Administrar com pelo menos 3 horas (antes e depois) de
Oligoelementos intervalo entre os medicamentos. A doxiciclina pode ser
↓absorção e efeitos terapêuticos da Não
Tetraciclina (magnésio, alumínio, Moderada uma alternativa adequada, uma vez que sua absorção
tetraciclina especificado
cálcio, ferro e zinco) pode não ser significativamente afetada pela co-
administração de cátions.
↑ efeito neuroexcitante e/ou de
Não
Tramadol Amitriptilina potencialização de crises Grave Considerar modificação na terapia.
especificado
convulsivas do Tramadol

↑ risco de síndrome da serotonina.


Pelo menos três dos fatores:
Monitorar o paciente observando os sinais da síndrome
Tramadol Bromocriptina agitação, diaforese, diarréia, hiper- Grave Rápido
da serotonina.
reflexia, incoordenação, mioclonia,
tremores ou calafrios.

↑ neurotoxicidade e/ou efeitos de


Não
Tramadol Linezolida potencialização de crises Grave Evitar uso concomitante.
especificado
convulsivas dos IMAO
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Deve-se evitar o uso concomitante. Ajuste de dose do
Risco de convulsão, depressão do Não
Tramadol Fentanil Grave Tramadol é recomendada. Monitorar os pacientes quanto
SNC e depressão respiratória. especificado
aos efeitos clínicos.
Risco de depressão do SNC e Não Monitorar o paciente para aparecimento dos sinais
Tramadol Amantadina Grave
depressão respiratória. especificado clínicos.
Deve-se evitar o uso concomitante. Ajuste de dose do
Risco de convulsão, depressão do Não
Tramadol Morfina Grave Tramadol é recomendada. Monitorar os pacientes quanto
SNC e depressão respiratória. especificado
aos efeitos clínicos.
Moxifloxacino/ Risco de depressão do SNC e Não Monitorar o paciente para aparecimento dos sinais
Tramadol Grave
Ciprofloxacino depressão respiratória. especificado clínicos.
Não Monitorar o paciente para aparecimento dos sinais
Tramadol Lítio Risco de convulsões Grave
especificado clínicos.
Risco de depressão do SNC e Não Monitorar o paciente para aparecimento dos sinais
Tramadol Ciclosporina Grave
depressão respiratória. especificado clínicos.
Ocorrência de irritabilidade,
alteração da consciência, confusão,
Monitorar pressão arterial; Monitorar frequência
ataxia, cólicas abdominais, Não
Tramadol Fluoxetina Grave cardíaca; Monitorar paciente para aparecimento dos
hipertermia, tremores, dilatação das especificado
sinais clínicos
pupilas, sudorese, hipertensão
arterial e taquicardia.
Imunossupressores:
Azatioprina,
Ciclosporina,
↑ efeitos adversos/tóxicos das
Betametasona, Não
Vacinas em geral Vacinas. Grave Evitar combinação.
Dexametasona, especificado
Podem ocorrer infecções vacinais.
Hidrocortisona,
Metilprednisolona,
Metotrexato
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Amicacina/ Não Monitorar terapia e ajustar as doses de Aminoglicosídeos
Vancomicina ↑ nefrotoxicidade e ototoxicidade Moderada
Gentamicina especificado se necessário.
dos Aminoglicosídeos
AINESs (Diclofenaco;
Não Monitorar terapia.
Vancomicina Ibuprofeno; ↑ toxidade da Vancomicina Moderada
especificado Interação prevalente em neonatos.
Naproxeno)
Não
Varfarina AAS ↑ risco hemorrágico Grave Monitorar evidências de sangramento.
especificado
Amitriptilina/ Não Monitorar tempo de protrombina (TAP); Monitorar
Varfarina ↑ risco hemorrágico Moderada
Clomipramina especificado aumento das evidências de sangramento;
Monitorar o aumento dos efeitos terapêuticos da
↑ efeitos hipoprotrombinêmicos
Varfarina Amiodarona Grave Demorado varfarina (anticoagulação). Monitorar tempo de
(risco de sangramento)
protrombina (TAP).
Monitorar o aumento dos efeitos terapêuticos da
↑ efeitos hipoprotrombinêmicos
Varfarina Alopurinol Grave Demorado varfarina (anticoagulação). Monitorar tempo de
(risco de sangramento)
protrombina (TAP).
AINEs: Diclofenaco/
Monitorar tempo de protrombina (TAP); Monitorar
Varfarina Ibuprofeno/ ↑ risco hemorrágico Moderada Demorado
aumento das evidências de sangramento.
Naproxeno
Não Monitorar tempo de protrombina (TAP); Monitorar
Varfarina Azatioprina ↑ risco hemorrágico Moderada
especificado diminuição dos efeitos terapêuticos da varfarina.
Não Monitorar tempo de protrombina (TAP); Monitorar
Varfarina Ciprofloxacino ↑ risco hemorrágico Moderada
especificado aumento das evidências de sangramento.
Não Monitorar tempo de protrombina (TAP); Monitorar
Varfarina Cloranfenicol ↑ risco hemorrágico Moderada
especificado aumento das evidências de sangramento.
Não Monitorar tempo de protrombina (TAP); Monitorar
Varfarina Doxiciclina ↑ risco hemorrágico Moderada
especificado aumento das evidências de sangramento.
Não Monitorar tempo de protrombina (TAP); Monitorar
Varfarina Fenitoína ↑ risco hemorrágico Moderada
especificado aumento das evidências de sangramento.
Grau da
Medicamento Interage com Efeito Clínico Início de Ação Recomendação
interação
Não Monitorar tempo de protrombina (TAP); Monitorar
Varfarina Fluconazol ↑ risco hemorrágico Moderada
especificado aumento das evidências de sangramento.
Não Monitorar tempo de protrombina (TAP); Monitorar
Varfarina Glibenclamida ↑ risco hemorrágico Moderada
especificado aumento das evidências de sangramento.
Vitamina A/ Monitorar tempo de protrombina (TAP); Monitorar
Varfarina ↑ risco hemorrágico Moderada Demorado
Vitamina E aumento das evidências de sangramento.
Não Não Monitorar tempo de protrombina (TAP); Monitorar
Varfarina Levotiroxina ↑ risco hemorrágico
especificado especificado aumento das evidências de sangramento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. BACHMANN, K. A. et al. Interações Medicamentosas. 2 ed. São Paulo: Manole, 2008.
2. Drugs Interaction Checker. Disponível em: <http://www.drugs.com/drug_interactions.php>. Acesso em: Junho de 2011.
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6.IRAZUZTA, José; SULLIVAN, Kevin J.; GARCIA, Pedro Celiny R. and PIVA, Jefferson Pedro. Suporte farmacológico a lactentes e crianças com choque séptico. J. Pediatr. (Rio
J.) [online]. 2007, vol.83, n.2, suppl., pp. S36-S45. ISSN 0021-7557.
ARTIGO ORIGINAL | ORIGINAL ARTICLE 607

Resistência a Antimicrobianos: a formulação


da resposta no âmbito da saúde global
Antimicrobial Resistance: formulation of the response in the global
health context

Rafael Almeida da Silva1, Beatriz Nascimento Lins de Oliveira1, Luiza Pinheiro Alves da Silva2,
Maria Auxiliadora Oliveira1, Gabriela Costa Chaves1

DOI: 10.1590/0103-1104202012602

RESUMO A Resistência a Antimicrobianos (AMR) tem se revelado como um dos maiores problemas
para a saúde pública no nível global. O objetivo deste artigo foi analisar a formulação da resposta à AMR
negociada no âmbito da Organização Mundial da Saúde (OMS) por seus Estados-Membros. Foram
analisados os relatórios e resoluções produzidos na Assembleia Mundial da Saúde no período de 1998
a 2019. Os achados indicam que, a partir de 2014, foram estabelecidas condições de possibilidade para a
aprovação do Plano de Ação Global em AMR de forma mais robusta, abrangendo o conceito de Saúde Única
e envolvendo outras instâncias internacionais (FAO, OIE, OMC e PNUMA). A análise dos conteúdos e o
uso de diferentes referenciais analíticos, considerando dois setores econômicos – agropecuária e indús-
tria farmacêutica –, mostraram-se relevantes para ilustrar a complexidade da temática, reforçando sua
relevância global, reconhecendo a dimensão do uso de antibióticos em animais e as lacunas em inovação
tecnológica. Como a OMS, além de ser um importante agente mobilizador para a resposta à AMR no nível
global, tem garantido orçamento para ações nessa área mesmo em um contexto de desfinanciamento,
conclui-se que a perspectiva da saúde pública deve prevalecer na resposta à AMR.

PALAVRAS-CHAVE Saúde global. Resistência microbiana a medicamentos. Saúde Única. Indústria


agropecuária. Produção de droga sem interesse comercial.

ABSTRACT Antimicrobial Resistance (AMR) has proved to be a major public health problem at the global
level. This paper examined the formulation of the response to AMR negotiated through the World Health
Organization (WHO) by its Member States. Related WHO reports and resolutions from 1998 to 2019 were
analysed. The findings indicate that, from 2014 on, more robust conditions were established for approval of
a Global Action Plan on AMR, encompassing the concept of One Health and involving other international
entities (FAO, OIE, WTO and Unep). Content analysis and various analytical frameworks, considering two
economic sectors (the livestock and pharmaceutical industries), proved relevant to illustrating the complexity
of the issue, reinforcing its global importance and acknowledging the extent of antibiotic use in animals and
the gaps in technological innovation. As the WHO is not only an important agent for mobilizing the response
1 Fundação Oswaldo Cruz to AMR at the global level, but – despite a context of de-funding – has guaranteed a budget for action in this
(Fiocruz), Escola Nacional
area, it is concluded that the public health perspective should prevail in the response to AMR.
de Saúde Pública Sergio
Arouca (Ensp) – Rio de
Janeiro (RJ), Brasil.
rafaelalmmeida@gmail.com
KEYWORDS Global health. Drug resistance, microbial. One Health. Livestock industry. Orphan drug
production.
2 Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG)
– Belo Horizonte (MG),
Brasil.

Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative
Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer
meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado. SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 44, N. 126, P. 607-623, JUL-SET 2020
608 Silva RA, Oliveira BNL, Silva LPA, Oliveira MA, Chaves GC

Introdução forma direta, mediante contato, ou indireta,


no consumo do alimento e pela poluição pro-
A Resistência a Antimicrobianos (doravante, vocada pelos resíduos biológicos agrícolas7.
AMR, da sigla em inglês) é atualmente consi- Apesar da gravidade da AMR, foram raros os
derada um dos maiores problemas para a saúde novos antibióticos desenvolvidos nos últimos
pública global. Estima-se que aproximadamente 40 anos. Os incentivos tradicionais de mercado
quatro milhões de pessoas adquiram, anualmen- não foram e dificilmente serão capazes de
te, infecções associadas a cuidados de saúde resolver essa lacuna de inovação, especialmen-
na União Europeia (UE), e que cerca de 37.000 te num contexto de restrição de uso desses
indivíduos morrem em decorrência de infecções medicamentos10.
resistentes adquiridas em ambientes hospitala- No nível internacional, em 2015, os países-
res. A maioria dessas mortes (67,6%) é provocada -membros da OMS adotaram o Plano de Ação
por bactérias multirresistentes a antibióticos1. Global sobre a AMR (Resolução WHA68.7)
Segundo a Organização Mundial da Saúde na Assembleia Mundial da Saúde (AMS)11.
(OMS), a definição de AMR refere-se à capa- Esse Plano foi baseado no conceito Saúde
cidade de microrganismos (bactérias, fungos, Única (One Health, em inglês), que pressu-
vírus e parasitas) se alterarem quando expostos põe a relação entre saúde humana, animal e
a antimicrobianos e de resistirem a esses medi- ambiental e propõe uma integração entre as
camentos, tornando-os inefetivos2. Entretanto, diferentes áreas do conhecimento para solu-
muitas vezes o termo em questão é exemplifi- cionar os problemas de saúde12,13.
cado pelo caso dos antibióticos utilizados em Dada a complexidade e a multicausalidade
infecções bacterianas. da AMR, as respostas para seu enfrentamento
A AMR ocorre devido à interação natural envolvem redes de regulação em várias etapas
entre microrganismos no meio ambiente3, mas da cadeia produtiva, utilização e comerciali-
o aumento de sua incidência pode ser decor- zação de antimicrobianos, com implicações
rente de uma série de fatores, tais como o alto para vários setores econômicos, tais como
consumo de antimicrobianos e seu uso inade- a agropecuária e a indústria farmacêutica.
quado; a falta de informação da população; a Considerando as múltiplas dimensões que
utilização excessiva de antimicrobianos na a resposta à AMR requer, assim como os di-
agropecuária; e a poluição do meio ambiente ferentes atores da sociedade e da economia
causada pelo despejo de resíduos de medi- diretamente envolvidos e afetados, o objetivo
camentos no solo ou na água. O problema é deste artigo é analisar a formulação da resposta
agravado pela ausência ou insuficiência de à AMR negociada no âmbito da OMS por seus
regulação; falta de fiscalização do consumo de Estados-Membros. Parte-se do pressuposto de
antimicrobianos por parte de instituições go- que, ao longo dos anos, houve uma ampliação
vernamentais; e pela falta de antimicrobianos das frentes de atuação consideradas relevantes
inovadores decorrente do baixo investimento para o enfrentamento da AMR, incluindo a
em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)4-9. necessidade de envolvimento de outros atores
O uso inadequado e excessivo de antimi- e instâncias multilaterais.
crobianos na agropecuária contribui para o
aumento da incidência da AMR em humanos.
Esses medicamentos são utilizados na produ- Metodologia
ção animal com o propósito de tratar e prevenir
infecções, bem como para promover o cresci- Esta pesquisa se insere no campo da análise
mento animal, promovendo pressão seletiva de políticas porque reconhece o papel da for-
nos microrganismos e tornando-os resistentes. mulação de propostas numa arena multilateral
A transmissão para humanos pode ocorrer de como a OMS. Pertencente ao sistema ONU

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 44, N. 126, P. 607-623, JUL-SET 2020


Resistência a Antimicrobianos: a formulação da resposta no âmbito da saúde global 609

(Organização das Nações Unidas), a OMS Os relatórios e as resoluções aprovadas são


é caracterizada por ser member-driven, ou importantes fontes para análise dos principais
seja, dirigida pelas decisões dos seus Estados- argumentos acordados entre os países sobre
Membros. Por meio da negociação e aprovação o tema da AMR. Considera-se, portanto, que
de resoluções na AMS, os Estados-Membros esses argumentos representam em si formu-
estabelecem mandatos de trabalho à própria lações de respostas à AMR que, por sua vez,
OMS e acordam orientações para os próprios podem influenciar a formulação de respostas
países com relação aos diferentes temas ne- nos níveis nacionais. Além dos relatórios e das
gociados14. Apesar de as resoluções aprovadas resoluções, também foram analisados outros
na AMS não terem caráter vinculante, elas documentos (quadro 1), como orçamentos da
têm o potencial de nortear políticas, planos OMS, abrangendo o período de 1998 a 2019
ou programas no nível nacional. (22 anos).

Quadro 1. Lista de documentos analisados

Ano Documentos
1998 Relatório A51/915
Resolução WHA51.1716
Relatório Financeiro e Declarações Auditadas do período entre 1998-199917

2001 Estratégia Global para contenção de AMR - WHO/CDS/CSR/DRS/2001.218


Relatório Financeiro e Declarações Auditadas do período entre 2000-200119

2005 Relatório A58/1420


Resolução WHA58.2721
Relatório Financeiro e Declarações Auditadas do período entre 2002-200322
Relatório de avaliação de desempenho: Orçamento do programa 2004-200523

2014 Relatório A67/3924


Resolução WHA67.2525
Plano de ação Global (draft) A67/39 Add.926
Relatório de avaliação de desempenho: Orçamento do programa 2006-200727
Relatório de avaliação de desempenho: Orçamento do programa 2008-200928
Relatório de avaliação de desempenho: Orçamento do programa 2010-201129
Relatório de avaliação de desempenho: Orçamento do programa 2012-201330
Relatório de avaliação de desempenho: Orçamento do programa 2014-201531

2015 Relatório A68/19; A68/2032


Resolução WHA68.733
Plano de ação Global (draft) A68/20 e A68/20 Add.111

2016 Relatório A69/2434


Plano de ação Global – Stewardship Framework – relatório do secretariado A69/24 Add.135
Painel de alto nível sobre resistência a antimicrobianos (ONU)36
Relatório de Resultados da OMS: Orçamento do programa 2016-201737

2017 Relatório A70/1238


Diretrizes sobre o uso de antimicrobianos na produção de alimentos de origem animal39

2018 Memorândum de entendimento entre FAO/OIE/OMS/Unep40


Relatório de Resultados da OMS: Orçamento do programa 2018-201941

2019 Follow-up to the high-level meetings of the United Nations General Assembly on health-related issues42
Resolution and decisions of Seventy-Second World Health Assembly. Antimicrobial resistance43
Relatório da Secretária Geral das Nações Unidas44:
‘No time to wait: Securing the future from drug-resistant infections’

Fonte: Elaboração própria. Documentos disponíveis em: https://www.who.int/.

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610 Silva RA, Oliveira BNL, Silva LPA, Oliveira MA, Chaves GC

O estudo utilizou uma triangulação de múl- na formulação de políticas no âmbito nacio-


tiplos referenciais teóricos. Adotou-se o con- nal. Assim, considera-se que este estudo é um
ceito de ciclo das políticas públicas, proposto esforço de reconhecimento da dimensão inter-
por Howlett e Ramesh (2009) (apud Mattos et nacional na formulação de políticas públicas
al.)45, envolvendo cinco fases distintas, quais no nível nacional.
sejam: montagem da agenda, formulação da Considerou-se a proposta de governança
política, tomada de decisão, implementação da saúde global, descrita por Frenk & Moon46,
e avaliação da política. Embora esteja rela- para analisar a arquitetura estabelecida no
cionado com as políticas públicas no nível processo conduzido na OMS na temática em
nacional, considera-se que algumas de suas questão. A análise da dimensão institucional
fases – formulação e implementação – possam desenvolvida por Sell47 também se mostrou
ser úteis para analisar o papel de um processo relevante para avaliar questões da governança
internacional e, posteriormente, sua influência global (quadro 2).

Quadro 2. A dimensão institucional proposta por Sell e as funções do sistema de saúde global propostas Frenk&Moon

Dimensão Institucional
Escopo de instituições multilaterais (arenas políticas) que estabelecem leis vinculantes e não vinculantes, declarações e resoluções a respeito da
saúde global47.

Sistema de Saúde Global


Composto por grupo de atores que objetivam aprimorar a saúde global por meio do estabelecimento de regras em nível internacional. Parte do
pressuposto de que nenhum país é capaz de enfrentar, sozinho, as ameaças em saúde de sua população. Sendo assim, acredita-se que é necessário
desenvolver estratégias no nível internacional46.

Governança
A forma pela qual o sistema da saúde global é gerenciado. É composta por mecanismos formais ou informais utilizados por atores governamentais e
não governamentais para coordenar estratégias de resposta aos riscos à saúde da população mundial em fóruns multilaterais46.

Função Descrição Ferramenta

Mobilização da solidariedade global46 Comprometimento da comunidade global com Apoio financeiro e técnico, capacitação profis-
a proteção de direitos de grupos minoritários. sional e assistência humanitária46
O objetivo é reduzir as desigualdades entre as
nações no que diz respeito à distribuição dos
problemas de saúde46

Gerenciamento de externalidades entre os Algumas situações ocorridas em um país Vigilância epidemiológica e compartilhamento
países46 podem gerar efeitos em outros. Esta função de informações e coordenação para a prepara-
propõe prevenir ou mitigar efeitos negativos ção e resposta46
promovidos à saúde no âmbito global46

Produção de bens públicos globais46 Conhecimento compartilhado pela comunidade Ferramentas de padronização internacional e
global46 orientações sobre melhores práticas.
Ex: Classificação internacional de doenças e
Lista de Medicamentos Essenciais46

Stewardship (Liderança e administração)46 Responsável por orientar estrategicamente todo Subfunções


o sistema de saúde global, de maneira que as
A convocatória para negociação e construção
outras funções essenciais mencionadas depen-
de um consenso; estabelecimento de priorida-
dem dela para funcionarem adequadamente46
des; determinação de regras para gerenciamen-
to; avaliação dos atores e suas ações; e a defesa
das causas da saúde em outras arenas políticas
que possam influenciar as decisões tomadas na
arena da saúde global46

Fonte: Elaboração própria, baseado em Frenkel e Moon46 e Sell47.

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 44, N. 126, P. 607-623, JUL-SET 2020


Resistência a Antimicrobianos: a formulação da resposta no âmbito da saúde global 611

A análise dos documentos, baseada na pro- do tempo, de conteúdos incluídos na resposta


posta de Minayo et al.48, considerou previa- à AMR, assim como o envolvimento de outras
mente três categorias (aspectos gerais sobre instituições multilaterais.
AMR, inovação farmacêutica e agropecuária).
A partir da leitura dos documentos, as catego-
rias foram reorganizadas para facilitar a inter- Resultados e discussão
pretação e a síntese dos resultados. São elas: a
formulação da resposta para o enfrentamento
da AMR; a nova formulação da resposta à AMR A formulação da resposta para o
e seus desdobramentos; e a governança e as enfrentamento da AMR
funções do sistema de saúde global aplicadas
ao caso da AMR. O período de 1998 a 2013 foi reconhecido como
Como a análise se baseou em documentos o de formulação da resposta para o enfrenta-
que foram resultantes de negociações, reco- mento da AMR no âmbito da OMS, quando
nhece-se a limitação do estudo quanto à possi- o tema foi reconhecido como um problema
bilidade de identificar tensões entre os países de saúde pública e houve discussões sobre
em aspectos sensíveis da temática ao longo dos as ações a serem tomadas para lidar com o
processos de negociação. Considerou-se como problema. Foi possível organizar o período em
‘processo de formulação’ a evolução, ao longo três fases distintas, descritas a seguir (figura 1).

Figura 1. Linha do tempo da formulação da resposta à AMR

Reconhecimento do problema e a
A nova formulação da resposta à AMR e um plano de implementação
primeira formulação de resposta à AMR

Entrada Estratégia Painel de alto nível ONU


Força Tarefa Parceria
da Agenda global para Plano de e estabelecimento do
OMS/FAO com a
de AMR contenção ação global comitê interinstitucional
/OIE PNUMA
na OMS de AMR (IACG)

1998 2001 2005 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Biênio 1998-1999 Biênio 2016-2017 Biênio 2018-2019


23 milhões US$* 19 milhões US$* 42 milhões US$*

Lista de
GARDP** patógenos
resistentes** Relatório
IACG:
No time to
Diretrizes
Classificação wait**
para a produção
AWaRe**
animal **

Fonte: Elaboração própria a partir da análise dos documentos.


*Orçamento Bienal.
**Resposta no nível internacional.
Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Organização das Nações Unidas para Alimentação
e Agricultura (FAO), Organização das Nações Unidas (ONU), Programa das Nações unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Parceria Global para Pesquisa e Desenvolvimento de Antibióticos (GARDP), Lista de antibióticos de acordo com o nível de resistência
(Classificação AWare).

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612 Silva RA, Oliveira BNL, Silva LPA, Oliveira MA, Chaves GC

Período de 1998 a 2001: alguns casos e pelos preços proibitivos dos


reconhecimento do problema e antimicrobianos de nova geração15. Muitos
primeira formulação da resposta à países não eram capazes de arcar com o preço
AMR de medicamentos inovadores, e os antimicro-
bianos existentes eram prescritos de forma
A AMR aparece pela primeira vez na agenda irracional. Entre as soluções propostas estava
da OMS em 1998, com a discussão de um o fortalecimento das leis de patentes. Nessa
Relatório15 que resultou na aprovação da resolução, não estão previstas recomendações
Resolução (WHA 51.17)16 na AMS. No biênio aos países relacionadas à lacuna de inovação.
1998-1999, foi aprovado um orçamento espe- Apenas recomenda-se que a OMS colabore
cífico para esse tema na organização de cerca com o compartilhamento de conhecimento
US$23 milhões17. entre o setor público, a academia e a indústria,
Essa resolução menciona que o uso de e encoraje a promoção da P&D na área17.
antimicrobianos em humanos ou animais, Em 2001, a OMS publicou a Estratégia
independentemente da quantidade ou fina- Global para contenção de AMR (WHO/CDS/
lidade de uso, promove pressão seletiva nas CSR/DRS/2001.2)18, apresentando um conjun-
bactérias, tornando-as resistentes a tais me- to de intervenções para retardar o surgimento
dicamentos, o que favorece a disseminação da e reduzir a disseminação de microrganismos
AMR16. Reconheceu-se que a responsabilidade resistentes a antimicrobianos.
pelo problema era da medicina humana e da Quanto à produção animal, o documento
medicina veterinária, pois os medicamentos abordou a relação entre o sistema de produção
também são utilizados na produção animal e de alimentos e a disseminação de AMR. O
na agricultura15. Recomendou-se que governos aumento da população mundial gerou o cres-
desenvolvessem estratégias para reduzir o cimento da demanda por alimentos de origem
consumo de antibióticos em seres humanos animal, e, para suprir tal necessidade, houve
e na produção animal15,16. uma transformação do modelo de produção
Uma das possíveis explicações para que o animal para o modelo intensivo, criando um
tema entrasse na agenda da OMS em 1998 foi ambiente propício à disseminação de doenças
o fato de que, naquele ano, a União Europeia infecciosas entre os animais, sendo, então,
(UE) passou por um processo de revisão de os antibióticos utilizados no tratamento, na
suas normas comunitárias referentes ao uso de prevenção de doenças e também na promoção
antibióticos na produção animal49. Segundo do crescimento animal18.
Castanon49, a Suécia foi o primeiro país europeu A OMS reconheceu a existência da relação
a banir o uso de promotores de crescimento a entre o uso de antibióticos em animais e AMR
base de antibióticos, e sua entrada na UE, em em humanos com base em evidências que re-
1995, trouxe o tema ao debate naquele bloco. lataram o aparecimento de cepas bacterianas
Ainda em 1995, Alemanha e Dinamarca baniram resistentes a antibióticos em humanos após a
algumas classes terapêuticas de antibióticos introdução desses medicamentos na produção
de uso animal, ajudando a projetar o tema no de alimentos de origem animal. Países como
âmbito do bloco. No final da década de 1990, França, Alemanha, Irlanda, Países Baixos e
normativas europeias foram alteradas para Rússia relataram a diminuição de suscetibi-
aumentar a restrição do uso de antibióticos lidade de algumas cepas a antibióticos após
como promotores de crescimento em animais49. a liberação de seu uso na produção animal18.
Com relação aos aspectos relacionados à Reconhecendo que a AMR é um problema
inovação, a Resolução afirma que o tratamento complexo e multifatorial, a proposta pre-
de infecções resistentes a antimicrobianos é vista no documento de 200118 envolve uma
dificultado pela falta de agentes efetivos para estratégia intersetorial com a colaboração de

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 44, N. 126, P. 607-623, JUL-SET 2020


Resistência a Antimicrobianos: a formulação da resposta no âmbito da saúde global 613

diversos setores da sociedade, como médicos; órfãs; a cessão de exclusividade por tempo
médicos veterinários; farmacêuticos e outros limitado; e a proteção patentária adequada.
profissionais da saúde; produtores agropecu- As intervenções de combate à AMR devem ser
ários; indústria farmacêutica; sociedade civil; adotadas no nível global, atreladas ao conceito
governos e outros atores interessados18. Nesse de “bens públicos globais em saúde”18, e devem
documento, também foi proposta a adoção ser coordenadas de modo a evitar duplicação
de legislações para controlar o consumo de de esforços. Sugere-se, também, o estabeleci-
antibióticos na produção animal, tais como mento de uma base de dados internacional de
a obrigatoriedade da prescrição veterinária financiadores de pesquisa na área, criando,
para dispensação de antibióticos18. assim, um ponto de entrada único de projetos,
Sobre os aspectos relacionados à inovação o desenvolvimento de novos programas e o
tecnológica, o documento de 2001 reafirma que fortalecimento dos existentes18.
o risco de inexistência de terapias efetivas nos
próximos anos é causado por uma lacuna de PERÍODO DE 2002 A 2005: POUCA DISCUSSÃO
inovação para antimicrobianos. Essa lacuna é SOBRE A TEMÁTICA
justificada pela demorada e cara atividade de P&D
e pelo fato de que as restrições no uso de novos Entre os anos de 2002 e 2004, o tema da AMR
medicamentos, indicados como última opção não foi abordado nas AMS, provavelmente em
terapêutica, podem ter um impacto negativo nas função da aprovação da Estratégia Global, em
vendas. O documento reconhece que as empresas 2001, e pela expectativa de que os Estados-
devem recuperar seus gastos de P&D e lucrar com Membros estivessem formulando seus pró-
o produto. Deve-se, então, desenvolver novos prios planos de ação. Em 2005, a AMR volta a
antimicrobianos e vacinas para evitar o impacto ser mencionada na AMS, mas aspectos relacio-
futuro da resistência, mas são necessários incen- nados ao uso de antibióticos na agropecuária
tivos à P&D privada nessa área18. não foram discutidos20,21.
A Estratégia Global de 200118 alerta para Com relação à inovação, o Relatório
a existência de vieses em estudos de custo- (A58/14)20 ressalta novamente o alto preço dos
-efetividade, favorecendo novos agentes anti- antimicrobianos quando lançados no mercado,
microbianos, já que os antigos, não protegidos e são apresentadas propostas de soluções ao
por patentes, não são atrativos, e existe uma problema, como a redução de preços pela indús-
carência de estudos sobre o custo ou o impacto tria e o uso de alternativas genéricas. Todavia,
clínico da AMR. Somado a isso, o acesso aos a Resolução WHA58.2721, do mesmo ano, não
novos medicamentos é desigual, pois é limi- apresenta ações relacionadas a esse aspecto.
tado nos países menos desenvolvidos, sendo A menção da concorrência com medica-
necessárias soluções para ambientes com es- mentos genéricos para lidar com os preços
cassez de recursos. O aumento da interação altos indica uma modificação frente às solu-
entre indústria, governo e academia é citado ções propostas nos documentos anteriores,
como uma possível solução nesse contexto18. que apontam para o reforço do sistema de
Propõe-se o estabelecimento de redes propriedade intelectual. É provável que essa
internacionais de pesquisa e de cooperação mudança de orientação reflita o processo,
para proceder à harmonização de requisitos também em curso na OMS, no tema de saúde
regulatórios. É citada especificamente a inte- pública, inovação e propriedade intelectual
ração com a indústria, por meio de incentivos desencadeado principalmente com a apro-
inovadores, para que ela invista na P&D de vação, em 2003, da Resolução (WHA56.27)50
antimicrobianos. Algumas sugestões mencio- que estabeleceu a Comissão sobre Direitos de
nadas são um fast track regulatório ou a aplica- Propriedade Intelectual, Inovação e Saúde
ção de uma política semelhante à de doenças Pública (CIPIH)50.

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 44, N. 126, P. 607-623, JUL-SET 2020


614 Silva RA, Oliveira BNL, Silva LPA, Oliveira MA, Chaves GC

PERÍODO DE 2006 A 2013: POUCA VISIBILIDADE Reformulação da resposta à AMR e


DA AMR NA AGENDA DA AMS seus desdobramentos

Durante o período de 2006 até 2013, pouco


foi encontrado em termos de documentos PERÍODO DE 2014 A 2019: FORMULAÇÃO
acerca do tema AMR na OMS, ao passo DA RESPOSTA À AMR E UM PLANO DE
que o tema da saúde pública, inovação e IMPLEMENTAÇÃO
propriedade intelectual ganhou relevância
entre 2003 a 2012, a partir dos desdobra- Em 2014, o tema da AMR volta à agenda da
mentos do relatório da CIPIH 51 (2006) e OMS, com maior robustez e com a perspec-
com a aprovação, em 2008, da Estratégia tiva de engajamento de outros atores globais,
Global e Plano de Ação em Saúde Pública, tendo sido aprovados o Relatório (A67/39)24
Inovação e Propriedade Intelectual52 e do e a Resolução (WHA67.25)25.
relatório do Grupo de Trabalho Consultivo Podem-se destacar duas mudanças propos-
de Especialistas em P&D: Financiamento e tas em 2014 com relação ao plano aprovado
Coordenação (CEWG), em 201253,54. Este de 2001. A primeira foi a adoção do conceito
buscava propostas de fontes novas e meca- Saúde Única como norteador da formulação
nismos inovadores de financiamento para do plano de ação global em AMR. Para a OMS,
estímulo à P&D para as necessidades em o conceito permite uma integração coerente,
saúde que afetavam desproporcionalmente abrangente e integrada entre os níveis global,
os países em desenvolvimento. regional e nacional, envolvendo diferentes
Durante os oito anos em que o tema da atores e setores: humano, veterinário, agrícola,
AMR não foi abordado de forma explíci- ambiental e financeiro.
ta nas AMS, foram observados avanços na A segunda mudança foi o estabelecimento
implementação de uma estratégia global da força-tarefa global sobre AMR, baseada em
para AMR, tais como: o desenvolvimento de uma colaboração tripartite entre a Organização
sistemas de vigilância epidemiológica inte- das Nações Unidas para Alimentação e
grada no continente Africano e em países Agricultura (FAO), a Organização Mundial
da América Latina e a implementação de de Saúde Animal (OIE) e a OMS24,25.
estratégias de enfrentamento do problema Nesse contexto, a Diretora-Geral da OMS
em regiões como o Mediterrâneo Oriental, solicitou a elaboração do esboço de um Plano
o Sudeste Asiático, a UE e o Pacífico Global com o objetivo de auxiliar as decisões
Ocidental50. da Assembleia e assegurar que todos os países,
Apesar da existência do Plano de Ação especialmente aqueles em desenvolvimento,
em AMR, aprovado em 2001, a OMS consi- fossem capazes de responder à AMR24,25. Esse
derou que não houve uma aceitação ampla documento foi, então, elaborado de forma cola-
pelos países 50. Em 2014, dos 92 Estados- borativa entre as três organizações mencionadas.
Membros presentes, somente 29 haviam Aprovado em 2014, o esboço26 apresenta-
desenvolvido estratégias nacionais de va as áreas prioritárias para ações em AMR,
enfrentamento, entre os quais, 20% eram com metas e objetivos quantificáveis e planos
países em desenvolvimento. Sendo assim, para implementação, com definições de papéis
em 2013, a Diretora-Geral da OMS estabe- e responsabilidades dos atores envolvidos.
leceu um comitê consultivo estratégico e Também previa indicadores que permitissem
técnico sobre a AMR, que no mesmo ano que o progresso pudesse ser monitorado, men-
realizou sua primeira reunião e concluiu surado e replicado.
que era necessário renovar e expandir a Nos aspectos da inovação, o Relatório
estratégia global para conter a AMR50,51. (A67/39)24 de 2014 ampliou o escopo do

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 44, N. 126, P. 607-623, JUL-SET 2020


Resistência a Antimicrobianos: a formulação da resposta no âmbito da saúde global 615

problema, ao incluir a ausência de inovação Desenvolvimento e Administração do combate


em diagnósticos. O relatório menciona o inves- à Resistência a Antimicrobianos (Global
timento insuficiente para P&D em tecnologias Framework for Development & Stewardship
para AMR, sejam elas preventivas (vacinas), to Combat Antimicrobial Resistance) – pro-
para tratamento (antimicrobianos) ou para duzido em conjunto por OMS, FAO e OIE. O
diagnóstico. Ressalta a necessidade de incenti- Arcabouço indica a necessidade de apoiar o
vos para inovação na área, associados a novos desenvolvimento, o controle, a distribuição e
modelos que apoiem a P&D no longo prazo e a utilização adequada de novos medicamentos
que sejam sustentáveis, e recomenda que a antimicrobianos, ferramentas de diagnósti-
OMS trabalhe em parceria com a indústria. co, vacinas e outras intervenções, buscando
A Resolução daquele ano (WHA67.25)25 cita a ampliar a promoção do acesso a medicamentos
carência de desenvolvimento de novos agentes antimicrobianos existentes e novos e tendo em
antimicrobianos, mencionando o relatório do conta as necessidades de todos os países e em
CEWG e o Observatório de P&D. Recomenda consonância com o Plano de Ação Global35.
aos países encorajarem novos modelos cola- Em 2016, o tema da AMR ultrapas-
borativos e de financiamento à inovação. A sa a arena da saúde com a aprovação da
necessidade de fomento à P&D e Inovação Declaração Política da Reunião de Alto Nível
(PD&I) na área é citada tanto na recomendação da Assembleia Geral da ONU sobre AMR36.
aos países quanto no mandato da OMS25. O documento reafirma que o plano de ação
A lacuna de inovação tecnológica é um global em AMR deve ser elaborado pela OMS
ponto central nas discussões sobre AMR. A em colaboração com a FAO, a OIE e a ONU, e
partir de 2003, a temática inovação e proprie- representa o compromisso de Chefes de Estado
dade intelectual ganha relevância na OMS. e de Governos para desenvolver um Plano de
Observa-se a inserção de argumentos e ações Ação multisetorial considerando o conceito
relacionados a esta questão de saúde pública Saúde Única36.
nos documentos lançados a partir de 2014. Nesse documento, foi mencionado o
Em 2015, na 68ª AMS, reafirmou-se a im- desafio que a AMR representa para se al-
portância da Tripartite (OMS/FAO/OIE) e cançarem os Objetivos de Desenvolvimento
mencionou-se o interesse em comum das insti- Sustentável estabelecidos na Agenda 2030.
tuições no enfrentamento da AMR32. Naquele Estabelece, também, o Grupo de Coordenação
ano, a Tripartite desenvolveu um novo Plano Interinstitucional sobre resistência a antimi-
de Ação Global em AMR11, e foi convocada crobianos (IACG, na sigla em inglês). O Grupo
uma reunião com o Secretário-Geral da ONU foi copresidido pela OMS e pela Secretaria
para realizar uma reunião de alto nível sobre Geral da ONU, e participavam outras insti-
AMR em 201633. tuições-parte do sistema ONU, diversas orga-
No mesmo ano, a Resolução aprovada nizações internacionais e representantes da
(WHA68.7) solicitou que todos os Estados- sociedade civil, do setor privado e especialistas
Membros adaptassem o Plano de Ação Global de diversas áreas relacionadas à AMR. Seu
em AMR às suas prioridades nacionais. principal objetivo foi produzir um relatório
Também determinou que até a 70ª AMS, em que auxiliasse a tomada de decisão sobre AMR
2017, todos os planos dos países estivessem na 73º AMS36. Em 2019, o Grupo publicou o
alinhados ao plano da OMS11 e aos padrões e relatório ‘No time to wait: securing the future
diretrizes estabelecidos por outras instâncias form drug-resistant infections’44.
internacionais, como a Comissão do Codex Diferentemente dos anos anteriores, em
Alimentarius, FAO e OIE33. 2016 e 2017 não houve resolução aprovada
Em 2016, a OMS publicou o Relatório sobre AMR na AMS, já que em 2015 foi aprova-
(A70/12)35, além de um Arcabouço Global para do o Plano de Ação Global em AMR. Em 2018,

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 44, N. 126, P. 607-623, JUL-SET 2020


616 Silva RA, Oliveira BNL, Silva LPA, Oliveira MA, Chaves GC

a Tripartite firmou acordo de colaboração com indica maior amplitude e comprometimento


o Programa das Nações Unidas para o Meio ao plano de 2015 frente àquele de 2001.
Ambiente (PNUMA, na sigla em português)
(figura 1) para o enfrentamento da AMR com Governança e funções do sistema de
uma interface multissetorial (humana-animal- saúde global aplicadas ao caso da
-meio ambiente)40. AMR
Após 2015, a cada AMS houve atualização
dos países quanto à adoção do Plano de Ação Fundamentando - se no conceito de
Global pelos Estados-Membros. Em 2017, 67 Governança Global para Saúde46, constatou-
países haviam desenvolvido seus planos de -se na análise dos documentos que a OMS
enfrentamento38, enquanto, em 2019, foram reconhece a AMR como um problema de
117 países. No entanto, somente a metade deles saúde global, pois nenhum país sozinho
estabeleceu um comitê multissetorial com conseguiria conter o avanço da AMR, que
representantes de diversas áreas, como é o vai além das fronteiras nacionais e envolve
exemplo do Brasil13. Não houve alteração no diversos setores da sociedade18.
número de países que ainda estavam desen- Fica evidente que, ao longo de toda a for-
volvendo seus planos, que permaneceu em 62 mulação do plano de ação global em AMR na
no período de 201738 a 201942. OMS, foi pautada a questão da cooperação
Na AMS de 2019, os países reafirmaram o internacional para apoiar os países em de-
compromisso de continuar aumentando os senvolvimento e de menor desenvolvimento
esforços para adotar o Plano de Ação Global em relativo (LDCs) a formularem seus planos de
AMR no nível nacional43. A resolução abordou enfrentamento da AMR. Reconheceu-se a de-
a questão do uso racional de antibióticos em sigualdade entre os Estados-Membros como
humanos e animais, mencionando as diretri- uma questão relevante, e, por esta razão, a coo-
zes clínicas para o uso de antibióticos impor- peração internacional serviu como ferramenta
tantes para a saúde humana43 (Classificação de suporte para aqueles menos desenvolvidos,
‘AWaRE’). Com relação à P&D&I, ficou acor- mediante desenvolvimento de laboratórios
dado que os países iriam apoiar a transferên- e programas de vigilância epidemiológica e
cia voluntária de tecnologia para prevenir e treinamento de profissionais11,18.
controlar a AMR43. Tanto a Estratégia Global de 200118 quanto
Outras iniciativas lideradas pela OMS no o Plano de Ação Global de 201518 reforçam
período incluem a constituição da Parceria a importância da vigilância epidemiológica
Global para P&D de Antibióticos (GARDP) como um dos eixos estruturantes da resposta
em 2016 e a publicação da lista de patógenos à AMR. Recomendou-se que cada Estado-
resistentes e a aprovação de diretrizes e me- Membro desenvolvesse um sistema nacional
lhores práticas para a produção animal em para monitorar o consumo de antibióticos
2017 (figura 1 e quadro 3). em humanos e animais e a incidência de
No que diz respeito ao orçamento da OMS AMR. Ainda a respeito da vigilância epide-
específico para AMR, para os biênios 2016- miológica, em 2015 foi inaugurada a plata-
2017 e 2018-2019, foram aprovados, respec- forma do Sistema de Vigilância Global sobre
tivamente, US$19 milhões e US$42 milhões. a Resistência a Antimicrobianos (Glass).
Chama atenção que o valor previsto para 2018- Essa iniciativa objetiva coletar e analisar
2019 é quase o dobro daqueles previstos em informações dos países sobre a AMR para
2016-2017 e em 1998-1999 (cerca de US$23 produzir evidências que norteiem as ações
milhões). Esse achado indica que, apesar da nacionais, regionais e globais para o en-
crise estrutural de financiamento da OMS58, frentamento da AMR. Até 2019, 105 países
houve recursos direcionados à AMR. Também afirmaram ter seus próprios sistemas de

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Resistência a Antimicrobianos: a formulação da resposta no âmbito da saúde global 617

vigilância, dos quais, 67 compartilhavam relacionadas ao uso de antibióticos na agro-


seus resultados e 48 proviam os dados brutos pecuária, à pesquisa, ao desenvolvimento e à
à iniciativa Glass42. inovação de novos antimicrobianos (quadro 3)
Entende-se o Plano de Ação Global em como exemplos de ‘bens públicos globais’46 no
AMR, assim como as orientações e iniciativas contexto da AMR.

Quadro 3. Exemplos que ilustram os chamados ‘bens públicos globais’55 no campo da AMR

Iniciativas desenvolvidas no âmbito global para solucionar o problema da ausência de pesquisa e desenvolvimento
de novos antibióticos
Iniciativa Descrição
Parceria global para pesquisa e desenvolvimento de Parceria entre a OMS e a Iniciativa Medicamentos Doenças
antibióticos (GARDP) Negligenciadas (DNDi, sigla em inglês), que têm como ob-
jetivo desenvolver novas classes terapêuticas de antibióticos
do medicamento55.

Lista de patógenos resistentes Lista de patógenos resistentes com prioridade para P&D de
novos antibióticos. Classifica os patógenos resistentes de
acordo com o risco de ameaça à saúde global com objetivo
de guiar o processo de P&D de novas classes terapêuticas de
antibióticos56.

Classificação ‘AWaRE’ dos antibióticos A OMS desenvolveu um banco de dados contendo 180 clas-
ses de antibióticos classificado de acordo o nível de resistên-
cia: ‘Access group’; ‘Watch group’; ‘Reserv Group’57. O banco de
dados é uma ferramenta que pode ser utilizada para guiar os
países no monitoramento do uso de antibióticos57.

Iniciativas desenvolvidas no âmbito da OMS para reduzir o consumo de antibióticos na produção animal
Diretrizes da OMS sobre o uso de antibióticos importantes para a saúde humana na produção animal39

Orientações Melhores práticas

Redução de todas as classes de antibióticos importan- Novos antibióticos desenvolvidos para o uso humano devem
tes para a saúde humana na produção animal39 ser considerados criticamente importantes para a saúde
humana39.

Os antibióticos importantes para a saúde humana não Medicamentos que são importantes para a saúde humana
devem ser utilizados para promover o crescimento e que não são utilizados na produção animal não devem ser
animal39 utilizados para este fim no futuro39.

Os antibióticos importantes para saúde humana não


devem ser utilizados na produção animal para preven-
ção de doenças infecciosas que não forem diagnosti-
cadas39

Os antibióticos classificados como criticamente im-


portantes (alta prioridade) para medicina humana não
devem ser utilizados no tratamento de animais39. Reco-
mendação condicional*

Os antibióticos criticamente importantes para a medi-


cina humana não devem ser utilizados no controle da
disseminação de doenças dentro da produção animal39.
Recomendação condicional*
Fonte: Elaboração própria, a partir de DNDi55, WHO39,56,57.
*Segundo o documento, a OMS adotou essa recomendação como condicional devido à baixa qualidade de evidência científica disponível.

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618 Silva RA, Oliveira BNL, Silva LPA, Oliveira MA, Chaves GC

A saúde global seria, portanto, o resultado do plano de enfrentamento da AMR, tais como
do processo da formulação de políticas em di- OMS, FAO, OIE, ONU, Organização Mundial do
versos espaços institucionais46. Considerando Comércio (OMC) e, posteriormente, o PNUMA
o conceito de dimensão institucional proposto (figura 2). Dessa forma, tem-se mais elementos
por Sell47, constatou-se a partir da análise dos para afirmar que o desenvolvimento do plano
documentos que diversas instituições multila- de resposta à AMR é resultado da articulação
terais participaram do processo de formulação entre organizações com perspectivas diferentes.

Figura 2. Imagem representativa da dimensão institucional da saúde global para o caso de AMR

Dimensão Institucional da Saúde Global

ONU

PNUMA
*Sistema das FAO
Nações Unidas

OMS

OMC OIE

Fonte: Elaboração própria a partir da proposta teórica de Sell47.


*Sistema das Nações Unidas é composto por agências especializadas e programas institucionais.
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO),
Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Mundial do Comercio (OMC), Organização
Mundial de Saúde Animal (OIE).

Para ilustrar essa articulação, aplicaram-se articulação entre a OMS e outros organismos
três das quatros subfunções de Stewardship multilaterais com o objetivo de defender os in-
(Liderança ou administração)46, quais sejam: teresses da saúde global em outras instituições
a defesa das causas da saúde em outras arenas que não são responsáveis por temas relacio-
políticas; a negociação e a construção de um nados à saúde, mas que podem influenciar o
consenso; a determinação de regras para ge- campo da saúde global.
renciar as dimensões intersetoriais da saúde. No que diz respeito à negociação e à constru-
Consta na resolução da 68ª AMS que a par- ção de um consenso sobre o uso de antibióticos
ceria com a ONU foi estabelecida para juntar na agropecuária, não foi identificada qualquer
esforços em busca de mecanismos eficientes menção ao banimento do uso de antibióticos
para implementar o plano de ação global por como promotores de crescimento na produção
todas as nações, considerando as necessidades animal, provavelmente por se tratar de um tema
dos países em desenvolvimento33. No caso da de tensão e dissenso entre os países. No nível
AMR, pode-se identificar o estabelecimento da nacional, alguns países adotaram diferentes

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Resistência a Antimicrobianos: a formulação da resposta no âmbito da saúde global 619

posicionamentos sobre o assunto com base em 1998, tendo sido aprovado um plano para
vários argumentos. Países da UE baniram os pro- seu enfrentamento em 2001, poucos foram
motores de crescimento desde 200659 e, recen- os avanços percebidos do ponto de vista da
temente (2018)60, restringiram o uso preventivo adoção por parte dos Estados-Membros da
de antibióticos na produção animal60. Já alguns OMS. Em 2014, com a adoção do conceito de
países em desenvolvimento, como o Brasil, per- Saúde Única, foram criadas as condições para
mitem o uso dos promotores de crescimento8,13. a adesão de outras instituições internacionais
A resolução de 2014 menciona que a par- (FAO, OIE e OMC) e aprovação do Plano de
ceria entre OMS, FAO e OIE foi estabelecida Ação Global em AMR.
para manejar conflitos de interesses e, assim, Dada a complexidade e a abrangência dos
viabilizar a implementação do plano de ação fatores relacionados à AMR, era de se esperar
global em AMR25. que o desenho de uma resposta global para seu
Com relação à opção entre ‘banir’ ou ‘não enfrentamento estaria imerso nessa complexi-
banir’ o uso de promotores do crescimento, o dade, principalmente porque as necessidades
IACG chegou a um ponto intermediário, em em saúde pública não só tangenciam setores
que recomendou que alguns antibióticos clas- econômicos sensíveis – agropecuária e indús-
sificados como criticamente importantes para a tria farmacêutica – como também reforçam
saúde humana deixassem de ser gradativamente assimetrias entre os países. Nessa perspectiva,
utilizados (‘phase out’)44 para aquela finalidade. foi fundamental a triangulação de múltiplos
Tal iniciativa foi considerada no relatório como referenciais analíticos que permitiram a com-
o primeiro passo em direção ao uso racional de preensão mais extensa do objeto em estudo,
antibióticos na produção animal44. Sendo assim, reforçando sua relevância global e reconhe-
acredita-se que o estabelecimento da força-tarefa cendo a dimensão do uso de antibióticos em
(FAO/OMS/OIE) foi fundamental para o estabe- animais e as lacunas em inovação tecnológica.
lecimento do consenso no que concerne ao uso Como a OMS, além de importante agente
de antibióticos para promoção do crescimento. mobilizador para a resposta à AMR no nível
Além da busca de consenso, os atores também global, tem garantido orçamento para ações
estão cogitando desenvolver novas regras ou nessa área mesmo em um contexto de desfinan-
instrumentos que gerenciem as questões en- ciamento, conclui-se que a perspectiva da saúde
volvendo AMR. Foi mencionado no relatório pública deve prevalecer na resposta à AMR.
de 2016 o status legal que as normas, diretrizes Resta pendente a análise do quão profunda
e os códigos de prática do Codex Alimentarius será a adoção no nível nacional das propostas
e da OIE têm no âmbito da OMC34. aprovadas multilateralmente para superar a
Quanto à subfunção da Stewardship deno- amplificação da AMR e, ao mesmo tempo, as-
minada ‘determinação de regras para gerenciar segurar que opções terapêuticas envolvendo
ações intersetoriais da saúde’, destaca-se como antimicrobianos existentes e novos possam
exemplo, no relatório do IACG, o processo estar disponíveis àqueles que precisarem.
ainda em curso entre os países sobre a adoção
de instrumentos vinculantes e não vinculantes
para as medidas em AMR44. Colaboradores
Silva RA (0000-0002-5049-9124)*, Oliveira
Conclusões BNL (0000-0002-2397-5244)*, Silva LPA
(0000-0002-3740-2973)*, Oliveira MA (0000-
Este estudo analisou a formulação da resposta 0003-2400-536X)*, Chaves GC (0000-0002-
à AMR no âmbito da OMS. Os achados indicam 8347-6164)* contribuiram igualmente para a *Orcid (Open Researcher
que, embora o tema esteja na agenda desde elaboração do manuscrito. s and Contributor ID).

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ternet]. [Genebra]: WHO; [2017]. [acesso em 2019 set
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Recebido em 11/12/2019
Aprovado em 08/06/2020
Conflito de interesses: inexistente
57. World Health Organization. AWaRe Classification
Suporte financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
Antibiotics [internet]. [Genebra]: WHO; [2017]. [aces- de Nível Superior (Capes)

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 44, N. 126, P. 607-623, JUL-SET 2020


https://doi.org/10.31533/pubvet.v14n8a621.1-10

Formas de resistência microbiana e estratégias para minimizar sua


ocorrência na terapia antimicrobiana: Revisão
Laura Gaspar Scaldaferri1* , Emanuely Ramos Tameirão1 , Sibely Aiva Flores1 , Rodrigo
Augusto Spaggiari Camargo Neves1, Thalita Santos Correia2 , Jéssica Roseane do Carmo3 ,
Hugo Shisei Toma4 , Marcos Ferrante4
1
Estudante de Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Lavras. Lavras – MG.
2
Estudante de Medicina Veterinária pela Faculdade Anísio Teixeira. Feira de Santana – BA.
3
Estudante de Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Juiz de For. Juiz de Fora – MG.
4
Professor da Universidade Federal de Lavras, Departamento de Medicina Veterinária. Lavras – MG.
*Autor para correspondência, E-mail: laura.scaldaferri@estudante.ufla.br

Resumo. A resistência microbiana às terapias antimicrobianas tem sido um desafio histórico e


permanente na saúde mundial. Diversas pesquisas buscam identificar as causas, assim como as
formas de minimizar a ocorrência desta resistência. Este estudo foi realizado abrangendo artigos
sobre saúde humana e veterinária, bem como discutindo as dificuldades acerca de sanar a
problemática, apontando as causas das resistências e as principais estratégias para diminuir
essas ocorrências. Nesse contexto, o uso indiscriminado de antibióticos em humanos e animais
é tido como a principal causa do surgimento dessas resistências e a formação de superbactérias.
A transferência de genes, a ocorrência de mutações e a formação de biofilmes são as formas
que mais interferem na eficácia da terapia antimicrobiana. Conscientização da população
quanto ao uso de antimicrobianos; Intensificar as pesquisas e o investimento na área, a fim de
se produzir antimicrobianos mais adequados e específicos para determinado uso;
Monitoramento da resistência visando mensurar o agravamento ou controle da mesma;
Determinação de pontos epidemiológicos, objetivando a resolução dos mesmos; Adoção de
medidas higiênico sanitárias, para diminuir os casos de infecção; Diminuição do uso de terapia
empírica, diminuindo assim a utilização de antimicrobianos inadequadamente, ou por vezes,
desnecessária são sugestões e estratégias para diminuir a ocorrência dessas resistências.
Estratégias essas que vem sendo abordadas no Plano de Ação Global Contra a Resistência
Antimicrobiana desde 2015.
Palavras chave: antibiótico, resistência, revisão, terapia antimicrobiana

Forms of microbial resistance and strategies to minimize their


occurrence in antimicrobial therapy: Review
Abstract. Microbial resistance to antimicrobial therapies has been a historic and permanent
challenge to the global health. Several researches seek to identify the causes, as well ways
to minimize the occurrence of this resistance. In this study, a review of scientific articles
related to the theme had carried out, covering human and veterinary health, as well as
discussing the difficulties about solving the problematics, pointing out the causes of
resistance and some strategies to reduce these occurrences. In this context, the
indiscriminate use of antibiotics in humans and animals is seen as the main cause of the
emergence of these resistances and the formation of superbugs. The gene transference, the
occurrence of mutations and the formation of biofilms are the ways that interfere the most
with the effectiveness of antimicrobial therapy. Public awareness regarding the use of
antimicrobials; Intensify research and investment in the area, in order to produce more

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Scaldaferri et al. 2

appropriate and specific antimicrobials for a particular use; Resistance monitoring aiming
to measure its worsen or control; Determination of epidemiological points, aiming at their
resolution; Adoption of hygienic sanitary measures to reduce cases of infection; Decreasing
the use of empirical therapy, thus reducing the use of antimicrobials inappropriately, or
sometimes, unnecessary are suggestions and strategies to reduce the occurrence of these
resistances. Since 2015, these strategies have been addressed in the Global Action Plan On
Antimicrobial Resistance.
Keywords: antibiotic, resistance, review, antimicrobial therapy

Formas de resistencia microbiana y estrategias para minimizar su


aparición en la terapia antimicrobiana: Revisión
Resumen. La resistencia microbiana a las terapias antimicrobianas ha sido un desafío
histórico y permanente en la salud global. Varios estudios buscan identificas las causas, así
como formas de minimizar la aparición de esta resistencia. En este estudio, se lleva a cabo
una revisión de artículos científicos relacionados con el tema, que cubren la salud humana
y veterinaria, y se analizan las dificultades para resolver el problema, señalando las causas
de la resistencia y algunas estrategias para reducir estos eventos. En este contexto, el uso
indiscriminado de antibióticos en humanos y animales es visto como la principal causa de
la aparición de estas resistencias y la formación de superbacterias. La transferencia de
genes, la aparición de mutaciones y el biofilme son las formas que más interfieren con la
efectividad de la terapia antimicrobiana. Conciencia pública sobre el uso de
antimicrobianos más apropiados y específicos para un uso particular; Monitoreo de
resistencia para medir su agravación o control; Determinación de puntos epidemiológicos,
con el objetivo de su resolución; Adopción de medidas sanitarias higiénicas para reducir
los casos de infección; Reducir el uso de la terapia empírica, disminuyendo así el uso de
antimicrobianos de manera inapropiada, o en ocasiones innecesaria, son sugerencias y
estrategias para reducir la aparición de estas resistencias. Desde 2015, estas estrategias se
han abordado en el Plan de Acción Mundial contra la resistencia a los antimicrobianos.
Palabras clave: antibiótico, resistencia, revisión, terapia antimicrobiana

Introdução
Antibióticos são substâncias produzidas a partir de microrganismos ou sintéticos que podem atuar
como bactericida, eliminando a bactéria ou bacteriostático retardando o seu crescimento e a sua
multiplicação. O primeiro antibiótico descoberto foi a penicilina em 1928 por Alexander Fleming de
maneira acidental, sendo utilizado clinicamente a partir de 1940, principalmente em pacientes na
segunda guerra mundial, causando uma revolução no tratamento de muitas doenças em humanos e
animais. Após esse período, novos antibióticos foram descobertos, como estreptomicina, tetraciclinas,
cloranfenicol, neomicina, aminoglicosídeos tendo eles, além do uso para tratamento de doenças, também
a utilização como promotores de crescimento animal. No entanto, entre 1976 e 1980 houve início relatos
de resíduos de medicamentos nos tecidos de animais para alimentação, causando intoxicações em
humanos (Caselani, 2014).
A aplicação indiscriminada de antibióticos em humanos e animais gerou o surgimento de
microrganismos chamados de superbactérias, as quais são um grande problema atual para a saúde única.
Bactérias desenvolveram mecanismos para sobrevivência no hospedeiro que podem ser explicadas pela
seleção natural, dita por Charles Darwin, como transferência de genes, mutações e formação de
biofilmes (Hopman et al., 2019). Assim, em 1961 apareceram os primeiros casos de resistência a
penicilina, com o tempo a resistência a diferentes antibióticos foram surgindo. Atualmente, podemos
considerar a era do uso racional de antimicrobianos, com intensa atividade para encontrar alternativas
ao uso desses medicamentos (Prescott, 2017).

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Formas de resistência e estratégias na terapia antimicrobiana 3

Portanto, o objetivo dessa revisão é resumir tópicos atuais e importantes referentes à resistência
antimicrobiana na medicina veterinária, e selecionar as principais estratégias para o controle desse
problema no mundo atual.

Formas de resistência que afetam a terapia antimicrobiana


Para entender o problema da resistência bacteriana e desenvolver estratégias para reduzir o
surgimento e a disseminação, é importante entender os mecanismos de como esses microrganismos se
tornam resistentes. Bactérias apresentam uma grande capacidade de responder a ameaças ambientais, ao
sistema imune do hospedeiro e à presença de antibióticos, por isso conseguem desenvolver diferentes
formas de resistência para se adaptarem ao meio em que vivem o que acaba afetando negativamente a
eficácia antimicrobiana em diversas terapias (Jolivet-Gougeon & Bonnaure-Mallet, 2014),
Um dos principais fatores que favorecem o desenvolvimento de resistência bacteriana é a presença do
antibiótico, relatado desde a década de 80 por McGowan Juniorr (1983) que pode levar a um desequilíbrio
da flora bacteriana do paciente, favorecendo a proliferação de microrganismos oportunistas, contribuindo
para o surgimento de novas infecções. Como diversos antibióticos fazem parte de uma mesma classe, quando
um microrganismo desenvolve resistência a um medicamento, também acaba desenvolvendo a toda classe
relacionada (Guardabassi et al., 2018; Guardabassi & Prescott, 2015).
Alguns dos meios mais importantes para o desenvolvimento da resistência são através da
transferência de genes de resistência entre bactérias ou a partir de mutações cromossômicas.

Transferência de informação genética


Por mecanismo de transferência de informação genética uma bactéria consegue obter um gene que vai
lhe conferir resistência através de outra bactéria. Esse processo pode ser dividido em três formas:
transformação, transdução e conjugação. A transformação é a forma mais simples, sendo quando a bactéria
incorpora um gene de resistência presente no meio. Transdução é quando há passagem do gene entre duas
bactérias através do bacteriófago, o que ocorre facilmente em Staphylococcus (Thomas & Nielsen, 2005). Já
a conjugação é a forma mais complexa que envolve a recombinação cromossômica célula a célula gerando
novas misturas genéticas que serão transmitidas às células-filhas na divisão celular seguinte, esta forma
ocorre principalmente em organismos Gram-negativos (Munita & Arias, 2016).

Mutação
As mutações são as formas mais comuns de adquirir-se resistência. Elas podem alterar a ação do
antibiótico pela produção de enzimas que vão inativar o antibiótico (Wilson, 2014), adição de moléculas
que vão alterar a sua estrutura química, desenvolvimento de barreiras que impedem a entrada de
antibiótico dentro da célula como, por exemplo, a resistência à vancomicina que não consegue penetrar
a membrana plasmática de bactérias gram-negativas, modificações do alvo antimicrobiano, por
exemplo, a resistência à meticilina em Staphylococcus aureus e ativação de bombas de efluxo, que são
capazes de retirar a molécula de antibiótico de dentro da bactéria, impedindo sua ação no meio
intracelular; mecanismo esse que afeta diversas classes de antibióticos, como as fluoroquinolonas, β-
lactamas, carbapenêmicos e polimixinas (Ramirez & Tolmasky, 2010).

Biofilme
Outra forma relevante de resistência é a formação de biofilme, como exemplo cotidiano da rotina clínica
tem a formação de placas dentárias bacterianas, que tornam difícil a penetração de antibióticos. Pseudomonas
spp e outras bactérias gram-negativas são grandes formadoras de biofilmes, tendo estas maiores capacidades
de resistir ao sistema imune do hospedeiro e ao antimicrobiano, por isso, consideradas de complicada
eliminação (Marsh, 2004). De acordo com Boothe (2006) a capacidade de resistência varia para cada
microrganismo de acordo com classe e gênero. Por exemplo, muitos microrganismos ainda são
previsivelmente suscetíveis aos antibióticos, como Brucella spp e Clamydia spp, enquanto outros
desenvolvem rapidamente mecanismos de resistência contra até mesmo novos antibióticos como, por
exemplo, E. coli, Klebsiella pneumoniae, Salmonella spp, Streptococcus pneumoniae e Staphylococcus
aureus. Sendo, este último, o mais complicado entre os citados, pois são intrinsecamente virulentos, capazes

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de se adaptar a diversas circunstâncias ambientais, associados a infecções com elevado perigo de vida, tanto
para os homens, quanto aos animais (Fluit & Schmitz, 2004).

Estratégias para diminuir a ocorrência de resistência


Com objetivo de retardar o crescente aumento de resistência bacteriana, possibilitando assim, a
continuidade de tratamentos, é importante estabelecer estratégias para otimizar o uso de
antimicrobianos. Baseado no Plano de Ação Global, aprovado na Assembleia Mundial de Saúde em
2015 (WHO, 2015), envolvendo a coordenação entre vários setores internacionais, incluindo medicina
humana e veterinária, agricultura, finanças, meio ambiente e consumidores, que tem por objetivo
assegurar que a prevenção e o tratamento de doenças infecciosas com medicamentos seguros e eficazes
continuem, podemos dividir as estratégias em alguns tópicos.

Conscientização da população
Estabelecer medidas para conscientizar a população a respeito da resistência antimicrobiana, pela
promoção do ensino escolar, campanhas de conscientização, palestras educacionais, treinamentos e
cursos para profissionais da área de saúde. Segundo Guardabassi & Prescott (2015) uma educação
adequada reduz o uso inadequado de antimicrobianos e aprimora o entendimento e a aceitação das
estratégias de administração.

Intensificação de pesquisas
Intensificar o conhecimento a respeito de informações sobre os microrganismos resistentes,
entendendo cada vez mais vez como desenvolvem mecanismos de resistência e a difusão entre as
pessoas, os animais e o meio ambiente. Podendo ser feito por pesquisas, que envolve governos nacionais,
organizações intergovernamentais, agências, organizações profissionais, organizações não
governamentais, indústria e academia. Associado ao aumento de pesquisas é importante aumentar o
investimento em novos medicamentos, ferramentas de diagnóstico, vacinas e outras intervenções No
entanto, de acordo com o Plano de Ação Global para o Enfrentamento à Resistência aos
Antimicrobianos, concebido pela OMS, muitas empresas interromperam os estudos, porque pesquisas e
investimentos nessa área não são tão atrativos comparado a outros conteúdos (Estrela, 2018).
Apesar de estar avançando na medicina humana, estudos a respeito da otimização de doses ainda
devem avançar na medicina veterinária, seguindo, por exemplo, Rairat et al. (2019) que estabeleceram
um modelo farmacocinético-farmacodinâmico (PK-PD) para definir um regime ideal de dosagem
antimicrobiana em peixes utilizando florfenicol, para isso, levou em consideração a farmacocinética
dependente da temperatura e a suscetibilidade antimicrobiana do patógeno. Fernández-Varón et al.
(2016) estabeleceram que o perfil sérico de concentração-tempo para o ceftiofur em cabras em lactação
em diferentes formulações. Cao et al. (2015) avaliaram atividade antimicrobiana in vivo da
marbofloxacina contra Pasteurella multocida, usando tecidos implantados subcutaneamente em
bezerros, o que a partir de métodos de PK/PD in vivo do antibiótico mostraram a vantagem de avaliação
da atividade antimicrobiana e da otimização do regime de dosagem de antibióticos na presença das
defesas do hospedeiro, principalmente em animais alvo de interesse veterinário.

Monitoramento de resistência:
A forma de monitorar a AMR (resistência antimicrobiana) se deu por diferentes métodos em cada
país envolvido no Plano de Ação Global de 2015, sendo realizadas adequações segundo condições
tecnológicas e financeiras locais. Segundo o Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da
Resistencia aos Antimicrobianos no Âmbito da Saúde Única (PAN-BR), publicado pelo Ministério da
Saúde em 2018, o monitoramento da resistência no Brasil se dará a partir do estabelecimento de uma
rede nacional de informação integrada para a vigilância e monitoramento da AMR no âmbito da saúde
humana por meio de metodologias e modelos de vigilância laboratorial, orientando protocolos clínicos
para tratamento e avaliando tendências epidemiológicas.
No âmbito da saúde animal se pretende a implementação de programa de vigilância da resistência
aos antimicrobianos em bactérias isoladas de frangos de corte em granjas, na indústria de produtos de

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Formas de resistência e estratégias na terapia antimicrobiana 5

origem animal e na indústria da alimentação animal, criando-se uma rede nacional de laboratórios
agropecuários para o monitoramento da qualidade de antimicrobianos de uso veterinário e resíduos de
antimicrobianos em alimentos disponíveis no comércio. Além disso, o PAN-BR determinou a
implantação do BRGLASS (Brazilian Global Antimicrobial Resistance Surveillance System) para
desenvolver a gestão e a interoperabilidade entre os sistemas de informação do Ministério da Saúde com
o sistema nacional de monitoramento da AMR com os de Organismos Internacionais.

Pontos de corte epidemiológico


A determinação dos pontos epidemiológicos de maior importância para atuação imediata, segundo
Guia de Vigilância Epidemiológica publicado pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) em 2002,
se dão a partir da definição de perfis epidemiológico locais, o que se faz mediante levantamento das
principais infecções tratadas nos hospitais quanto a sua etiologia, sítio e populações específicas, devendo
ser estratificado por setores de internação. Sendo que para a AMR este levantamento tem como apoio a
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e o Serviço de Arquivo Médico e Estatístico
(SAME) através dos registros de pacientes nos últimos anos. Assim a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), em conjunto com a Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde
(GVIMS) e Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde, elaborou em 2017 a Diretriz Nacional
para Elaboração de Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos em Serviço de Saúde
determinando que os serviços de saúde devam elaborar ou adaptar seus próprios protocolos, de acordo
com as características clínicas e com os perfis epidemiológico e microbiológico locais, ressaltando que
é necessário que os protocolos sejam objetivos, para que na prática clínica seu uso seja simples e rápido,
e que incorporem o perfil microbiológico do setor no qual serão usados, sendo atualizados
periodicamente. O uso de protocolos permite reduzir diferenças de condutas entre os profissionais
aumentando a qualidade e a segurança da assistência médica (Faria et al., 2008).

Adoção de medidas higiênico sanitárias


Condutas e procedimentos para prevenir o desenvolvimento de infecções através de medidas
higiênico sanitárias e de saneamento, como limpeza adequada e constante de ambientes hospitalares,
lavagem constante de mãos, desinfecção de materiais utilizados em animais com possíveis bactérias
resistentes e treinamento de equipe para reconhecer riscos de transmissão de bactérias multirresistentes,
são essências no combate a AMR. Dessa forma, em locais com grande chance de transmissão e
desenvolvimento de microrganismos resistentes, é importante a criação de protocolos de higiene bem
definidos, como, por exemplo, o elaborado por Motta et al. (2012) e utilizado no Hospital Universitário
de Juiz de Fora, segundo padrões determinados pela CCIH, os quais devem ser seguidos pelos
profissionais da saúde.

Diminuição do uso da terapia empírica


A prescrição de medicamentos de forma empírica por parte dos profissionais da saúde precisa
diminuir. Muitos antibióticos de segunda e terceira geração são prescritos para terapia empírica, sem se
constatar que medicamentos de primeira e segunda escolha seriam eficazes. Conforme (Hillier et al.,
2014), o tratamento não deve ser iniciado até que os resultados de culturas e sensibilidade estejam
disponíveis. No entanto, se for necessário o início do tratamento, a escolha do antibiótico deve ser
baseada no histórico do paciente, sinais clínicos, local de infecção, associando assim os possíveis
microrganismos que possam estar presentes no foco, além disso, se for viável uma citologia pode
auxiliar na escolha do antibiótico. Contudo, quando os resultados da cultura estiverem prontos, os
profissionais devem adequar à terapia (Leekha et al., 2011).
Utilizando dados de Hopman et al. (2019), antibióticos de segunda escolha, como aminopenicilina e
cefalosporinas, foram mais utilizados entre 2012 e 2013, representando 46% do total. Já em 2014, os
mais usados foram antibióticos de primeira escolha, como tetraciclinas e sulfonamidas, correspondendo
50% do total (Figuras 1 e 2). O antibiótico mais escolhido durante os três anos foi amoxicilina com ou
sem ácido clavulânico. Em 2012, o segundo maior grupo consistiu em cefalosporinas de terceira geração
(cefovecina), já em 2013 e 2014 o segundo maior grupo consistiu em trimetoprim e sulfonamidas. Em
relação aos antibióticos de terceira escolha, como fluoroquinolonas e cefalosporinas de 3ª geração, o

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Scaldaferri et al. 6

uso diminuiu entre os anos de 2012 e 2014, no entanto, ainda representou 7,7% do total em 2014. Com
base nesses dados, deve-se destacar a importância da elaboração de diretrizes a respeito do uso de
antibióticos, objetivando diminuir o uso desnecessário de antibióticos de segunda e terceira escolha.

Figura 1. Dados da utilização de antimicrobianos de primeira, segunda e


terceira escolha em 100 clínicas no ano de 2012 Adaptado de Hopman
et al. (2019).

Figura 2. Dados da utilização de antimicrobianos de primeira, segunda e


terceira escolha em 100 clínicas no ano de 2014 de Hopman et al. (2019).

Regulamentação na venda de antibióticos


No Brasil a venda de antibiótico direcionado para o uso humano é controlado por receita médica
(Nascimento Júnior et al., 2016). No entanto, medicamentos usados na veterinária são muitas das vezes
vendidos sem receita em agropecuárias, como mostrados no estudo de Leite et al. (2006) em que foram
visitados 26 estabelecimentos de Curitiba em 2002, do quais 100% apresentaram prescrição de
medicação por atendentes não habilitados profissionalmente. Segundo Guardabassi et al. (2018) em
países da União Europeia, qualquer medicamento veterinário para uso sistêmico só pode ser obtido
mediante receita e nos Estados Unidos, a partir do dia 1 de janeiro de 2017, o uso de antimicrobianos de
importância médica na alimentação ou na água de animais para alimentação passou a requerer
autorização veterinária.

Restrição do uso de antibióticos como promotores de crescimento


Muitos antibióticos em doses sub terapêuticas são utilizados em animais saudáveis, agindo como
promotores de crescimento. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, esse uso deve ser banido,
principalmente aqueles utilizados na medicina humana, já que a utilização desses podem comprometer
a eficácia e gerar aumento de resistência.
Utilizando dados de Guardabassi et al. (2018), na Dinamarca a proibição do uso de promotores de
crescimento diminuiu o consumo geral de mais de 200 toneladas em 1994 para cerca de 120 toneladas
em 2015 de antibióticos, apesar de terem sido necessárias mudanças de manejo, a produção de suínos
não teve alterações significativas. No Brasil, foi publicado no diário da união, na portaria de número
171, no dia 13 de dezembro de 2018, a proibição de uso de antimicrobianos, como tilosina, lincomicina,

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Formas de resistência e estratégias na terapia antimicrobiana 7

virginiamicina, bacitracina e tiamulina, com a finalidade de melhorar o desempenho dos animais


produtores de alimentos.
Pesquisas comerciais mostram que produtores brasileiros, principalmente no setor avícola, vêm se
preocupando com a pressão do consumidor europeu em relação à qualidade do alimento e não utilização
de promotores de crescimento, optando por alterações de manejo para atender as restrições do mercado
internacional (Dörr, 2003). No entanto o banimento completo de antibióticos como promotores de
crescimento em animais ainda encontra resistência por parte de produtores que veem a produtividade
atrelada ao uso desses medicamentos (Valentim et al., 2019).

Antimicrobial Stewardship: definição e princípios


Com a ampliação crescente da abordagem One Health (Saúde Única) a melhor forma de
gerenciamento do problema de resistência antimicrobiana inclui tomar medidas para preservar a eficácia
continuada dos antimicrobianos existentes, como tentar eliminar o uso inadequado, principalmente onde
são usados em grandes volumes. Exemplos são: o uso de medicação em massa de animais com
antimicrobianos de importância crítica para seres humanos, como cefalosporinas e fluoroquinolonas, a
longo prazo, e uso de colistina, tetraciclinas e macrólidos, para promoção do crescimento de animais.
Nas pessoas é essencial melhorar a prevenção de infecções, reduzir a prescrição inadequada e o uso
excessivo de antimicrobianos, de forma que se controle a disseminação das bactérias resistentes ao
melhorar a higiene e o controle de infecções. Água potável e saneamento são aspectos essenciais na
AMR, na qual a poluição e tratamento inadequado de resíduos industriais, residenciais e agrícolas está
expandindo a resistência no ambiente (Collignon & McEwen, 2019).
Vários países já incluíram uma abordagem de Saúde Única dentro de seus planos de ação para
enfrentar a AMR, assim, no sentido de responsabilidade multisetorial e multicausal, observando a
relação ser humano, animal e ambiente. A American Veterinary Medical Association (AVMA) definiu
o conceito de “Antimicrobial Stewardship” no âmbito da medicina veterinária como “ações individuais
adotadas pelos veterinários para preservar a eficácia e disponibilidade de medicamentos pela supervisão
consciente e tomada de decisão médica responsável”, que apresenta três objetivos básicos para sua
aplicação: 1) manejo adequado para prevenir doenças comuns; 2) abordagem baseada em evidências
para tomada de decisão; 3) usar antimicrobianos de maneira criteriosa, moderada e com avaliação
contínua dos resultados da terapia (FDA, 2015).
Segundo Drew (2009), as intervenções que visam a redução da prescrição excessiva foram associadas
com redução de infecções por C. difficile e colonização ou infecção com bactérias Gram-negativas
aminoglycoside ou cefalosporina-resistente, além de as intervenções destinadas a aumentar a prescrição
efetiva também ter sido capaz de melhorar o resultado clínico. Todavia, a introdução de guias à base de
consenso, desenvolvidas por grupo de peritos multidisciplinar, para uso antimicrobiano no tratamento
de meningite na Holanda, em 1997, mostrou em estudo retrospectivo que apenas um terço dos pacientes
tinham sido tratados de acordo com as diretrizes, especulando-se que a baixa adesão a desconfiança,
preferência por diretrizes desenvolvidas localmente, má divulgação e falta de incentivos para
implementação. Reafirmando a necessidade de maior planejamento e alocação de recursos suficientes
para divulgação e implementação efetiva dos princípios de educar e desenvolver conhecimento acerca
da resistência antimicrobiana.
A grande maioria das classes antimicrobianas é usada em humanos e animais (incluindo aquicultura).
Apenas poucas classes antimicrobianas são reservadas exclusivamente para humanos, assim, temos os
medicamentos classificados segundo sua prioridade de uso na Figura 3, em que na primeira escolha
estão os utilizados para terapia empírica, como tetraciclinas, nitroimidazóis, penicilinas de espectro
estreito, trimetoprim, sulfonamidas. Os antibióticos de segunda escolha são indicados em infecções com
risco de resistência, como aminopenicilina, cefalosporinas de 1º geração e aminoglicolídeos. E
antibióticos de terceira escolha com prioridade máxima para utilização em humanos, são os com restrita
utilização quando realizados testes de cultura e susceptibilidade, como fluorquinolonas e cefalosporinas
de 3º e 4º geração. Ressaltamos que a cada 2 anos a WHO (World Health Organization) libera nova
edição sobre a prioridade de escolha de medicamentos, sendo necessário a atualização constante do
profissional de saúde para acompanhar as modificações necessárias ao combate eficaz da resistência
antimicrobiana (WHO, 2018).

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Figura 3. Classificação de antimicrobianos segundo prioridade de gerenciamento de risco de resistência antimicrobiana para saúde
humana (Adaptado de Critically Important Antimicrobials for Human Medicine – World Health Organization, WHO, 2018).

Estratégias adotadas no Brasil


No Brasil vem adotando-se medidas para prevenção e controle na ocorrência de resistência. A
instrução normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de número 41, de 23 de
outubro de 2017, tem como objetivo instituir o programa nacional de prevenção e controle de Resistência
aos Antimicrobianos na Agropecuária, sendo denominado de AgroPrevini, no qual têm em vista a
prevenção, diagnóstico e controle da resistência aos antimicrobianos na agropecuária, através da
abordagem de educação sanitária, estudos epidemiológicos, vigilância e monitoramento da resistência e
do uso de antimicrobianos, fortalecimento de implementação de medidas de prevenção e controle de
infecções e promoção do uso racional de antimicrobianos (Nascimento Júnior et al., 2016).
Ainda assim, o livro de Saúde e Política Externa publicado pelo Ministério da Saúde em 2018 indica
que o posicionamento do MAPA em relação a temas de resistência antimicrobiana é cauteloso, em vista
de recomendações que estejam com base científica sólida, como no caso do banimento generalizado dos
aditivos melhoradores de desempenho na produção animal que, segundo os especialistas no setor,
poderia aumentar o uso de antimicrobianos terapêuticos em animais e gerar riscos de inocuidade
alimentar por aumento da contaminação de carcaças.
Outra medida adotada no Brasil, segundo Vasconcelos et al. (2015) refere-se as atribuições que
compete a Comissão de infecção hospitalar para o controle do uso de antimicrobianos, como: estabelecer
diretrizes para o desenvolvimento do programa e estratégias de atuação de controle de infecção
hospitalar de um modo geral; realizar investigação epidemiológica de surtos, sempre que indicado;
elaborar, rever e atualizar normas, que visem à uniformização de medidas para prevenção, controle e
contenção das infecções hospitalares; planejar normas para estudos e pesquisas epidemiológicas,
estabelecer programas de racionalização do uso de antimicrobianos.
A elaboração do Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos
Antimicrobianos (PAN-BR), pautado pelos princípios definidos pela OMS, FAO e OIE, destaca-se na
movimentação brasileira como plano multisetorial no combate a AMR, ao agrupar as atividades já
realizadas nos diferentes setores nos últimos anos e acrescentar a abordagem de Saúde Única para que
se desenvolvam de forma articulada e integrada (Estrela, 2018).

Considerações finais
O uso indiscriminado de antibióticos na medicina humana e veterinária acarretou um grande
problema para a saúde mundial, o surgimento de superbactérias (bactérias resistentes aos
antimicrobianos utilizados hoje em dia). Portanto há uma justa necessidade de o poder público e as
autoridades em saúde intervirem, de forma mais enérgica e assertiva, com estratégias e políticas públicas
que tenham como objetivo minimizar a ocorrência do surgimento de novas bactérias resistentes e buscar
meios para controlar e combater as já existentes, fazendo-se cumprir as instruções do Plano de Ação
Global Contra a Resistência Antimicrobiana de 2015. Estratégias essas, que estão atreladas a
necessidade de ajustes financeiros e elevação do investimento na área.

Referências bibliográficas
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Recebido: 8 de abril, 2020.
Aprovado: 21 de maio, 2020.
Disponível online: 13 de agosto, 2020.
Licenciamento: Este artigo é publicado na modalidade Acesso Aberto sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 (CC-BY 4.0), a qual permite uso irrestrito, distribuição, reprodução
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PUBVET DOI: 10.31533/pubvet.v14n8a621.1-10


Farmacologia
Veterinária
MSc. Claudiane Marques Ferreira
Médica Veterinária
SULFAS, TRIMETOPRIMA,
QUINOLONAS E DERIVADOS
NITROFURÂNICOS
SULFAS
para-aminobenzenossulfonamida
TRIMETOPRIMA
QUINOLONAS
 PRIMEIRA GERAÇÃO
Bons contra Enterobacteriacea e infecções urinárias
 SEGUNDA GERAÇÃO - FLUORQUINOLONAS
Bons contra Enterobacteriaceae, Pseudomonas aeruginosa, Chlamydia e
Mycoplasma
Enrofloxaxino, Orbifloxacino, Difloxacino, Marbofloxacino, Norfloxacino,
Ciprofloxacino, Ofloxacino, Lomefloxacino e Pefloxacino
 TERCEIRA GERAÇÃO
Bons contra Enterobacteriaceae, Pseudomonas aeruginosa, Chlamydia, Mycoplasma
e S. pneumoniae
Levofloxacino, Moxifloxacino
 QUARTA GERAÇÃO
Potente contra anaeróbicos
Trovafloxacino
Uso restrito em hospitais para monitorar paciente por causar necrose hepática
NÃO ASSOCIAR
DERIVADOS
NITROFURÂNICOS

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