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GERAL
3º Período
Odontologia
FARMACOLOGIA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA FARMACOLOGIA ........................................................................... 9
Por que estudar farmacologia?................................................................................................. 9
Conceitos iniciais....................................................................................................................... 9
Ramos da Farmacologia .......................................................................................................... 11
Propriedades do Fármaco Ideal .............................................................................................. 12
Tipos de Medicamentos.......................................................................................................... 13
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS .................................................................................. 15
Vias de Administração Enterais .............................................................................................. 15
Vias de Administração Parenterais ......................................................................................... 15
FORMAS FARMACÊUTICAS .......................................................................................................... 17
FATORES QUE AFETAM A AÇÃO DOS MEDICAMENTOS.............................................................. 23
Fatores intrínsecos .................................................................................................................. 23
Fatores Extrínsecos ................................................................................................................. 23
Relacionados ao fármaco ................................................................................................... 23
Relacionados ao ambiente ................................................................................................. 24
FARMACOCINÉTICA ..................................................................................................................... 25
Absorção ................................................................................................................................. 25
A ABSORÇÃO DAS DROGAS INFLUENCIADA PELAS PROPRIEDADES DAS DROGAS: ........... 26
A ABSORÇÃO DAS DROGAS INFLUENCIADA PELO ORGANISMO: ....................................... 26
Biodisponibilidade .................................................................................................................. 28
Distribuição ............................................................................................................................. 28
Biotransformação ................................................................................................................... 30
Excreção .................................................................................................................................. 31
FARMACODINÂMICA ................................................................................................................... 33
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS................................................................................................ 36
INTERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS .............................................................................................. 36
INTERAÇÕES AO NÍVEL DE ABSORÇÃO ................................................................................... 37
INTERAÇÕES EM NÍVEL DE DISTRIBUIÇÃO .............................................................................. 37
INTERAÇÕES EM NÍVEL DE METABOLISMO ............................................................................ 37
INTERAÇÕES EM NÍVEL DE EXCREÇÃO .................................................................................... 38
OUTROS TIPOS DE INTERAÇÕES.............................................................................................. 39
REAÇÕES ADVERSAS .................................................................................................................... 40
A necessidade da farmacovigilância ....................................................................................... 40
Tipos, categorias de frequência e critérios de gravidade das reações adversas a medicamentos
................................................................................................................................................ 40
Dor .......................................................................................................................................... 83
Anestésicos Locais................................................................................................................... 83
Éster x Amida .......................................................................................................................... 84
Vasos Constritores .................................................................................................................. 85
Adrenalina .......................................................................................................................... 85
Noradrenalina ..................................................................................................................... 85
Levonordefrina ................................................................................................................... 85
Felipressina ......................................................................................................................... 85
SAIS ANESTÉSICOS: ................................................................................................................. 86
ANESTÉSICOS TÓPICOS: ...................................................................................................... 86
ANESTÉSICOS SISTÊMICOS: ................................................................................................ 86
Revisão de Neurofisiologia ..................................................................................................... 88
INTRODUÇÃO À QUIMIOTERAPIA MICROBIANA......................................................................... 89
Antimicrobianos ...................................................................................................................... 89
Conceitos importantes............................................................................................................ 89
Classificação ............................................................................................................................ 90
Prevenção e Tratamentos ....................................................................................................... 91
Escolha do antimicrobiano ..................................................................................................... 91
Escolha Empírica ................................................................................................................. 91
Antimicrobiano ideal............................................................................................................... 91
Fatores que influenciam na terapia microbiana ..................................................................... 92
Causas do insucesso da antibioterapia sistêmica ................................................................... 92
Princípios de uso racional de medicamentos (URM) .............................................................. 92
Principais usos Odontologia:................................................................................................... 92
Infecções odontogênicas: ....................................................................................................... 93
ANTIFÚNGICOS ............................................................................................................................ 94
Fungos ..................................................................................................................................... 94
Candidoses Bucais ................................................................................................................... 94
Fatores Predisponentes ...................................................................................................... 94
Antifúngicos ............................................................................................................................ 95
Azólicos ................................................................................................................................... 95
Imidazólicos ........................................................................................................................ 95
Poliênicos ................................................................................................................................ 96
Niastina ............................................................................................................................... 96
ANTIVIRAIS .................................................................................................................................. 97
Vírus ........................................................................................................................................ 97
Herpes Simples (HSV) ......................................................................................................... 97
ANTIBACTERIANOS ...................................................................................................................... 98
Penicilinas ............................................................................................................................... 98
Penicilinas naturais ............................................................................................................. 99
Penicilinas semissintéticas.................................................................................................. 99
Cefalosporinas ...................................................................................................................... 100
Cefalexina ......................................................................................................................... 101
Cefalotina ......................................................................................................................... 101
Ceftrioxona ....................................................................................................................... 101
Macrolídeos .......................................................................................................................... 102
Eritromicina ...................................................................................................................... 102
Azitromicrina .................................................................................................................... 102
Claritromicina ................................................................................................................... 103
Indicações ......................................................................................................................... 103
Contraindicações .............................................................................................................. 103
Interações Medicamentosas ............................................................................................ 103
Lincosaminas ......................................................................................................................... 103
Clindamicina ..................................................................................................................... 103
Quinolonas ............................................................................................................................ 105
Tetraciclinas .......................................................................................................................... 106
Cloridrato de tetraciclina .................................................................................................. 106
Doxiciclina ......................................................................................................................... 106
Monociclina ...................................................................................................................... 106
Metronidazol......................................................................................................................... 106
Estratégias de dosagens ................................................................................................... 107
Fatores que interferem na eficácia .................................................................................. 107
Interações Medicamentosas ............................................................................................ 107
ANTIBIOTICOTERAPIA: ESTRATÉGIAS DE USO ........................................................................... 108
ANTISSÉPTICOS BUCAIS ............................................................................................................. 112
BISBIGUANIDAS - CLOREXIDINA ............................................................................................ 113
ÓLEOS ESSENCIAIS - LISTERINE ............................................................................................. 113
FENÓIS – TRICLOSAN ............................................................................................................ 113
COMPOTOS QUATERNÁRIOS DE AMÔNIO - CLORETO DE CETILPIRIDINIO: ......................... 114
ANALGÉSICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS .................................................................................... 115
Conceitos iniciais
01. Drogas: toda e qualquer substância química capaz de gerar uma ação benéfica ou não. É
qualquer substância química capaz de produzir alterações fisiológicas ou patológicas no
organismo vivo, resultando em efeito benéfico ou maléfico. Quando estes efeitos forem
benéficos, ou melhor, terapêuticos, denominaremos esta substância química de
medicamento. Por outro lado, quando os efeitos forem maléficos, denominaremos de
tóxico. Farmacologia x Toxicologia.
Outros conceitos:
Índice terapêutico: medida da relação entre a DL 50 / DE50. Quanto maior for o índice
terapêutico (IT), mais seguro será o medicamento, ou seja, melhor a margem de segurança
e maior a “janela terapêutica” do medicamento. O índice terapêutico determina a margem
de segurança do fármaco.
Margem de segurança: é o limite existente entre a dose terapêutica e a dose tóxica da
droga. As drogas podem agir como medicamento ou como tóxico, dependendo de diversos
fatores, tais como dose administrada, a via de administração utilizada, a condição do
paciente, entre outros.
Janela terapêutica: é o intervalo compreendido entre a dose/concentração eficaz mínima
(CEM) para causar o efeito farmacológico e a dose/concentração tóxica mínima (CTM) de
um fármaco. Ou seja, é a gama de doses da droga, que podem tratar a doença de forma
eficaz sem causar efeitos tóxicos. Medicação com uma pequena janela terapêutica deve ser
administrada com cuidado, pelo risco de ultrapassar a dose tóxica mínima do fármaco.
Efeito farmacológico: caracteriza-se pelo efeito do medicamento no organismo resultante
da interação entre o fármaco e o seu local/sítio/receptor de ação. A interação da droga com
células, tecidos ou órgãos diferentes dos que estavam destinados para sua atuação, pode
causar efeitos indesejáveis ou colaterais, proporcionando reações adversas. Já a atuação do
medicamento no local de destino adequado produz o efeito terapêutico desejado. O Efeito
farmacológico dependerá da concentração plasmática e da faixa terapêutica do fármaco.
Ramos da Farmacologia
1. Efetividade - O fármaco deve se ligar ao seu local de ação para produzir seu efeito
farmacológico, ou seja, deve cumprir a finalidade a que se propõe no período em que
estiver sendo administrado.
2. Segurança - sem toxicidade.
3. Reversibilidade - as ligações químicas entre os fármacos e seus alvos de ação devem ter
como base reações químicas reversíveis, deste modo evitando acúmulo da droga no
organismo e, consequentes efeitos tóxicos. Permite, inclusive, que o fármaco possua um
antídoto em caso de hipersensibilidade.
4. Seletividade - O medicamento deve atuar sobre o tecido doente e não sobre o tecido
sadio, eliminando o risco de reações adversas.
5. Fácil Administração - facilita a adesão ao tratamento.
6. Mínimas Interações e Reações Adversas
7. Ação previsível
Tipos de Medicamentos
Atualmente, segundo a Lei no 9.787 de 10/02/99 (Lei dos Genéricos) no mercado brasileiro os
medicamentos podem ser divididos em três principais tipos de medicamentos: o de Referência,
Genéricos e Similares.
FORMAS FARMACÊUTICAS
As formas farmacêuticas caracterizam-se como o estado físico como o medicamento se
apresenta, tendo como objetivo facilitar sua administração e permitir obter o melhor efeito
terapêutico.
A escolha da forma farmacêutica depende principalmente:
das características físico-químicas do fármaco;
do seu mecanismo de ação;
do local de ação do medicamento;
da dose (quantidade de fármaco na forma farmacêutica);
da via de administração utilizada;
da velocidade da ação desejada;
do paciente.
Os medicamentos são administrados ao paciente como parte de uma fórmula farmacêutica,
cujos componentes além do(s) princípio(s) ativo(s) contém outras substâncias tais como:
coadjuvantes, veículo e excipiente. A fórmula farmacêutica determina a forma do medicamento.
b. ADJUVANTE TÉCNICO: São o(s) componente(s) da fórmula que não tem ação
terapêutica. Essas substâncias químicas permitem conferir à fórmula
farmacêutica viscosidade, solubilização, conservação, odor e sabor agradável,
cor, etc. Estas substâncias precisam ser de fácil veiculação, estável em ampla
faixa de pH, compatível com a fórmula, ter estabilidade, ser atóxico e não
irritante. Os principais tipos de adjuvantes técnicos são: Conservantes,
Quelantes, Antioxidantes, Solubilizantes, Corretivos, Diluentes, Lubrificantes,
Tensoativos, Viscosificantes e Umectantes.
Conservante: São substâncias de ação bactericida/bacteriostática, que evitam a
contaminação da fórmula por microorganismos. Ex: Nipagin (metilparabeno),
Nipazol (propilparabeno), Cloreto de benzalcônico, etc.
Quelantes: São substâncias que se ligam aos metais presentes no meio,
conferindo estabilidade à fórmula. Ex: EDTA (Ácido Etileno Diamino tetracético).
Antioxidantes: São substâncias que impedem a oxidação das fórmulas. Ex: BHA
(Butilhidroxianisol), BHT (Butil-hidroxitolueno), etc.
Solubilizantes: São substâncias que auxiliam na solubilização dos componentes
da fórmula. Ex: Propilenoglicol, Álcool 70%, Glicerina, etc.
Corretivos: são substâncias que melhoram o aspecto da fórmula ou estabilizam a
sua composição, podem conferir cor (corantes), sabor e odor, estabilização
melhorando seu aspecto. Ex: Amarelo de tartrazina, Essências (baunilha,
chocolate, morango), Edulcorantes (sacarina, xilitol), Ácido Cítrico, etc.
Ação geral ou sistêmica: Quando o efeito farmacológico ocorre de forma generalizada. Para
isto é necessário que o medicamento chegue à corrente circulatória, pois só através dela o
medicamento atingirá o órgão ou o tecido alvo da ação farmacológica, por exemplo:
administração oral de dipirona gotas para controle da febre.
1. FORMAS SÓLIDAS:
→ São aquelas cujos medicamentos no estado sólido são apresentados como pós ou em
outros formatos a depender do grau de agregação destes pós sob compressão ou
moldagem (pós, granulados, cápsulas, comprimidos, drágeas, supositórios e outros).
→ Possui grande estabilidade física, química e biológica;
→ Possui exatidão da dosificação, modo prático de aplicação, boas possibilidades de
controle de liberação do fármaco e baixo custo.
→ São empregadas por via oral, à base de pós, ou por meio de aplicação local (uso externo).
Ainda podem ser utilizadas por via retal, no caso dos supositórios.
→ As vantagens das formas sólidas, em geral, são possuir sabor agradável ou não
apresentar sabor, fácil de deglutir, possuir dosagem precisa e ser portátil.
→ Embora fácil de engolir alguns pacientes apresentam dificuldade de deglutir e a
possibilidade de causar irritação na mucosa gástrica.
d. Pastilhas: são formas sólidas contendo princípio(s) ativo(s) associado(s) a açúcar (es) e
mucilagens destinadas a se dissolverem lentamente na boca.
e. Supositórios: constituem-se preparações à base da associação de princípio(s) ativo(s)
com substância/excipiente que amolece(em) ou dissolve(em) em contato com o calor
natural do corpo, sendo o reto o local de sua administração. O excipiente mais usado é
a manteiga de cacau (lipossolúvel) junto com a glicerina gelatinada (hidrossolúvel).
2. FORMAS LÍQUIDAS
→ São aquelas cuja forma apresenta algum solvente utilizado para diluir os componentes
da fórmula.
→ A forma aquosa é aquela cujo solvente é água; alcoólica se o solvente é o álcool;
glicerinada se o solvente é glicerina e vaselina.
→ As principais formas farmacêuticas líquidas são: xaropes, suspensões, soluções,
emulsões, extratos, injetáveis, colírios, sprays etc.;
4. FORMAS SEMI-SÓLIDAS
→ Constituem-se preparações pastosas ou oleosas como géis, pomadas, cremes, pastas,
loções, unguentos, emplastos, entre outros. Normalmente são empregadas para
aplicação tópica em pele ou mucosas, com absorção e ação do princípio ativo no local
de administração.
a. Pomadas: constituem-se preparações de consistência pastosa, constituída
principalmente por substâncias gordurosas como a vaselina ou parafina liquida,
destinada ao uso externo. Pode ter ação farmacológica tópica ou não a exemplo de
produtos farmacêuticos com fins de proteção ou lubrificação. A pomada deixa mais
resíduo na pele e é mais difícil de retirar. Por ser mais gordurosa apresenta melhor
absorção pela pele, maior potência e melhor hidratação, sendo mais adequada para
uso em lesões secas, descamativas e espessas.
b. Cremes: constituem-se preparações farmacêuticas de consistência mole, destinada
ao uso externo, constituída da associação de substâncias gordurosas e aquosas. São
menos oleosos que as pomadas, contendo maior quantidade de água, o que facilita
e acelera sua absorção na pele e mucosas. São ideais para serem utilizadas em
lesões úmidas, mais finas e exsudativas.
c. Géis: constituem-se preparações que contém maior quantidade de água em relação
às pomadas e cremes, sendo sua absorção ainda mais rápida. Constituem-se de uma
parte líquida associada a uma matriz polimérica, que é formada por substâncias
gelificantes como ágares e gelatinas. Essas substâncias evaporam rapidamente
formando uma fina película adesiva, deixando pouco resíduo na pele.
Fatores intrínsecos
Fatores que dependem do paciente. Variabilidade e genética individual; Idiossincrasias; Efeito
Placebo: Paciente condicionado ao sucesso do tratamento – uma substância
farmacologicamente inerte pode se tornar clinicamente efetiva por um efeito de natureza
psicossomática. Ocorre principalmente em pacientes ansiosos, dependentes e não-críticos.
Fatores Extrínsecos
Relacionados ao fármaco
1. Doses: podem determinar respostas quantitativas (ausência de efeitos ou toxicidade) e
respostas qualitativas(efeitos adversos aos terapêuticos)
2. Formas farmacêuticas: essas podem alterar a biodisponibilidade pelos variados graus de
desintegração e dissolução das formas solidas e pela diferença de liberação do princípio
ativo pelas formas líquidas
3. Os veículos e excipientes: afetam a velocidade do início do efeito farmacológico,
facilitando-a ou retendo temporariamente o fármaco no local de administração
Relacionados ao ambiente
1. Luz solar: fotossensibiidade do fármaco.
2. Ruídos: comprometem o efeitos de fármacos hipnóticos.
3. Dieta: a interação com os alimentos, conservantes, estabilizantes e outras substâncias
químicas ingeridas podem alterar a ação dos fármacos – por isso alguns medicamentos são
administrados entre refeições e outros não são afetados pela presença de alimentos
4. Estações do ano: Mudança no perfil dos fármacos vendidos durante o verão e o inverno –
existem, também, doenças que apresentam variações sazonais, devendo-se reajustar os
esquemas terapêuticos ao longo do ano
5. Hora do dia: no caso dos anti-hipertensivos, se o paciente possui o pico de pressão pela
manhã o medicamento deve ser administrado nesse horário
6. Temperatura de armazenamento
7. Interações químicas ou de incompatibilidade farmacêutica: associação de medicamentos
antes da administração.
FARMACOCINÉTICA
Ramo da farmacologia que descreve os movimentos da droga no organismo, desde sua
administração até a excreção. Estuda quantitativamente a cronologia dos processos de
administração, absorção, distribuição, biotransformação e eliminação das drogas. OBS: Nem os
fármacos irão possuir todas as fases da farmacocinética, como exemplo tem-se as vias venosas
que não possuem fase de absorção já que são administradas diretamente na corrente
sanguínea.
Relação do Álcool com Antibióticos: O álcool aumenta a atividade hepática o que causa um
aumento na produção de enzimas, aumentando, assim, a função renal e com isso a ação
diurética o que diminui a [ ] do fármaco e inibe ou reduz sua ação farmacológica.
Absorção
Para alcançar seu local de ação, a droga na maioria dos casos é obrigada a atravessar
diversas barreiras biológicas como:epitélio gastrointestinal, endotélio vascular e
membranas plasmáticas.
Quando essa travessia leva a droga até o sangue, temos a absorção, já o processo que leva
a droga do sangue até os tecidos se chama de distribuição e, por fim, o transporte dos
tecidos para o ambiente (fora do organismo) é o processo de excreção.
A absorção tem por finalidade a transição da droga do lugar onde foi administrada para
fluidos circulantes, sangue.
Quanto mais rápido ocorrer a absorção mais rápido ocorre a ação farmacológica
OBS 1: Não se deve confundir os conceitos de vias de administração de drogas com a noção de absorção, uma droga
pode ser ingerida ou mesmo injetada e não ser absorvida. OBS 2: A via endovenosa não vai ter a fase de absorção, já
que o fármaco é administrado diretamente na corrente sanguínea
Membranas Biológicas
A bicamada lipídica das membranas possui uma parte hidrofílica (solúvel em água - polar) e
uma hidrofóbica(solúvel em lipídios - apolar).
Essas bicamadas são impermeáveis a maioria das moléculas polares e aos íons, sendo
permeáveis as drogas apolares, devido a localização da parte hidrofílica e hidrofóbica.
As drogas lipossolúveis são, então, facilmente absorvidas, já que possuem a capacidade de
atravessar a camada lipídica das membranas.
As hidrossolúveis e os íons, precisaram de processos especiais para atravessar a membrana
como: canais hidrofílicos e sistemas de transportes transmembrana específicos e muitas
vezes com gastos de energia.
Forma ideal de o fármaco ser absorvido é na forma molecular, por transporte passivo
(funciona por grau de concentração)
Polaridade, Ionização e PH
Bicamadas lipídicas possuem baixa permeabilidade para íons e a maioria das moléculas
polares
A água, molécula polar, é uma exceção a regra, pois atravessa facilmente a membrana por
osmose. Outras moléculas polares, para serem absorvidas precisam de meios específicos de
transporte até com gasto de energia
A maioria das drogas são eletrólitos fracos, com propriedades de ácidos e bases fracos que
se ionizam parcialmente, em solução apresentam uma parte ionizada e outra não – essa
dissolução é influenciada pelo PH do meio.
A parte não ionizada é menos polar, portanto, mais lipossolúvel que a forma ionizada, assim
a parte não ionizada do ácido ou base é a mais facilmente absorvida
Na ionização, o equilíbrio entre a parte ionizada e a fração não ionizada é indicado por K, pK
e Pka
O PH de uma solução aquosa de um ácido ou de uma base é ajustado de tal maneira que o
composto exista na forma ionizada e na não ionizada, esse PH consiste na constante de
dissociação ácida ou Pka do composto.
Quanto menor é o Pka de um ácido, maior é a as tendência a ionizar-se e,
consequentemente, mais forte é o ácido
a. Pka elevado indica ácido fraco ou base forte
b. Pka baixo indica ácido forte ou base fraca
OBS: Os íons não atravessam as membranas por difusão por serem hidrossolúveis e
lipoinsolúveis, pela sua polaridade e carga elétrica, que interagem com as cargas positivas e
negativas das proteínas de membrana, criando mais obstáculos à absorção e distribuição
Observa-se que:
As drogas são prontamente absorvidas no trato gastrointestinal se a forma não ionizada for
lipossolúvel
As drogas podem ser mal absorvidas no intestino por: (a) se a droga estiver completamente
ionizada no intestino; (b) se a forma não ionizada não for lipossolúvel; (c) se a droga for insolúvel
no PH do conteúdo intestinal
líquidos voláteis são rapidamente absorvidos pela barreira alveolar, assim como os aerossóis
e nebulizações.
7 Pele: possui uma camada de queratina que dificulta a absorção sistêmica, quando aplicados
medicamentos, normalmente, se busca efeitos locais( no entanto pode haver absorções
sistêmicas)
8 Regiões subcutâneas e intramuscular: a absorção nesses locais é efetuada pelos capilares
sanguíneos e em menor proporção pelos capilares linfáticos, ocorre por difusão simples e
por filtração
Biodisponibilidade
É a quantidade da droga disponível para ser utilizada pelo organismo dos pontos de vistas
farmacológico e terapêutico, indica também a velocidade com que o
fármaco atinge o sangue
Um dor fatores que determina a relação da dose da droga com a intensidade de sua ação.
Biodisponibilidade sistêmica é a entrada da droga na circulação, enquanto a
biodisponibilidade errática é o quanto da droga chega no seu local de ação
A via oral tem padrão de absorção errático 100%, pois quando chega a corrente sistêmica a
gramatura é menor. Diferente da via endovenosa que tem não padrão errático.
Na biodisponibilidade pré-absortiva, o fármaco é aplicado para provocar efeitos locais
Distribuição
Inicia-se a análise da distribuição a partir do momento em que a droga chega ao sangue e
então são transportadas aos tecidos do corpo ► No plasma:
a) os tecidos susceptíveis são os alvos desejados da ação farmacológica
b) os tecidos ativos são os que realizam metabolismo (hepático o mais ativo)
c) os tecidos indiferentes (são vascularizados mais não sofre influência do fármaco)
d) o tecido reserva/emunctórios (adiposo é o que possui a maior lipossolubilidade ao
fármaco e maior deposição).
OBS: Os medicamentos possuem ação mais rápida em pessoas magras, pois, a gordura é um
tecido de reserva, que faz com que o fármaco seja armazenado e seu efeito seja ativado mais
devagar.
OBS: Uma droga ligada a albumina pode ser deslocada por outra droga que possua maior
afinidade com a albumina. Então, por competição farmacológica, a concentração plasmática da
parte livre do fármaco deslocado se eleva e pode inclusive produzir níveis tóxicos.
Permeabilidade Capilar
Na distribuição as drogas atravessam de dentro do capilar sanguíneo para fora por duas vias:
a transcelular e a intercelular
a) Transcelular: o fármaco atravessa a célula endotelial por pinocitose, difusão simples ou
transporte ativo
b) Intercelular: os fármacos atravessam por sistemas de poros ou canais existentes no
endotélio, entre as células endoteliais
OBS: o rim excreta a maior parte dos compostos hidrossolúveis, o fígado faz biossíntese das
macromoléculas e recebe a maior parte das substâncias que são absorvidas pelo intestino
delgado, antes de serem distribuídas pelo resto do organismo.
b) Nos locais que não possuem o revestimento como a eminência média do hipotálamo e
área do 4ºventrículo, nesses locais os fármacos penetram com maior facilidade
c) As células endoteliais são unidas por zônulas de oclusão o que dificulta a travessia
OBS: A penicilina tem dificuldade de atravessar a barreira hematoencefálica porque é um ácido
orgânico muito ionizado e sua fração não ionizada não é lipossolúvel – no caso de infecções, as
meninges tornam-se mais permeáveis, e se observa a travessia da penicilina nesse quadro
patológico
Biotransformação
Submete o fármaco a reações químicas, geralmente mediadas por enzimas, que convertem
o medicamento administrado em um composto diferente.
Os fármacos mais lipossolúveis necessitam ser transformados em compostos mais
hidrossolúveis para a excreção.
A biotransformação, metabolismo, ocorre principalmente no fígado – também pode ocorrer
na pele, pulmões, mucosa intestinal, placenta.
O processo de biotransformação tem como objetivo carregar eletricamente o fármaco para
que ao passar pelos túbulos renais, não seja reabsorvido – para isso inativa o fármaco, pois
modifica a estrutura e diminui a possibilidade desse medicamento chegar aos tecidos
suscetíveis.
Algumas vezes, após o metabolismo origina-se um metabólito ativo ou até mais ativo que o
fármaco administrado, chama-se esse é o pró-fármaco (são inativos e precisam ser
metabolizados para se ativarem – apresentam algumas vantagens em comparação com a
droga ativa como: maior estabilidade, melhor biodisponibilidade, menos efeitos adversos e
menor toxicidade).
Os mecanismos de biotransformação envolvem uma série de reações químicas dependentes
das enzimas hepáticas, principal conjunto de enzimas é, justamente, o sistema citocromo P-
450
Glicuronide: principal proteína hepática de comunicação – funciona como um carreador do
metabólito, transferindo-o para dentro dos túbulos renais( por quem a glicuronide possui
uma alta afinidade) e então solta o metabólito no filtrado glomerular e a proteína é então
reabsorvida nos túbulos e volta para a corrente sanguínea
OBS: Certas drogas, como penicilina e anestésicos gerais inalatórios, são excretadas em forma
inalterada, sem sofrer metabolismo, devido às suas propriedades físicoquímicas.
Tipos de Reações
Reações de fase I
O fármaco original sofre reações de oxidações, reduções e hidrolises e se transforma em um
metabólito que pode ser inativo, menos ativo ou mais ativo que o fármaco original
Reações de fase II
Forma, por reações de conjugações e acetilações, metabólitos polares, hidrossolúveis,
capazes de serem excretados
Após a fase II a grande maioria dos fármacos se tornam metabólitos inativos
As conjugações são realizadas por ácidos glicurônico e sulfúrico e podem ocorrer sem as
reações de fase I
INIBIÇÃO ENZIMÁTICA: Certas drogas que funcionem como substrato podem inibir a atividade
enzimática do citocromo p-450, o que reduz o metabolismo de substratos endógenos ou de
outras drogas por inibição competitiva.
Excreção
Depois de absorvidas, distribuídas e metabolizadas, os fármacos e seus metabólitos são
excretados, principalmente por: excreção renal, excreção biliar, excreção pulmonar
(anestésicos gasosos). Outras vias de excreção são representadas pelo suor, lagrimas, leite
materno, fezes, secreção nasal.
Via renal é a principal via de excreção das drogas
Em casos de insuficiência renal grave, certas drogas que são excretadas pela urina podem
passar a se excretadas pelas fezes.
O fármaco é filtrado ou secretado para a luz tubular, podendo ser eliminado na urina ou
reabsorvido, ativa ou passivamente, pelo epitélio tubular
Fármacos hidrossolúveis, carregados ionicamente, são filtrados nos glomérulos ou
secretados nos túbulos renais(com ajuda da glicuronide – que funciona como um carreador
do metabólito, transferindo-o para dentro dos túbulos renais) , não sofrem reabsorção
tubular, já que tem dificuldade de atravessar a membrana lipossolúvel do túbulo renal.
Os fármacos lipossolúveis, que possuem alta permeabilidade tubular, sofrem maior
reabsorção para os capilares peritubulares – esses fármacos, são, portanto, excretados
lentamente
Se a droga é altamente polar e, portanto, tem baixa permeabilidade tubular, a droga filtrada
permanece no túbulo renal e sua concentração na urina se eleva sobre sua concentração
plasmática
Apenas fármacos não ligados a proteínas plasmáticas, como albumina, são filtrados pelos
glomérulos renais
A velocidade do processo de excreção depende da fração livre do fármaco, taxa de filtração
glomerular e fluxo plasmático renal
OBS: Uma droga básica é mais rapidamente excretada em uma urina ácida porque o baixo Ph
no túbulo favorece a ionização, o que inibe a reabsorção (já que ionizando a droga se torna mais
hidrossolúvel do que lipossolúvel e, então, não consegue atravessar o epitélio tubular). Drogas
ácidas são mais rapidamente excretadas em urina básica.
CLEARANCE RENAL
Indica a remoção completa de determinado soluto ou substância de um volume específico
de sangue por uma unidade de tempo
Clearance é traduzido em depuração
A depuração pode ser realizada tanto por excreção de fármacos na forma ativa quanto pela
forma de metabólitos inativos.
OBS: Para pacientes com insuficiência renal deve-se ajustar a dose, principalmente para os que
realizam diálise regular.
FARMACODINÂMICA
Estuda os mecanismos de ação dos fármacos e seus efeitos no organismo. A ação de um
fármaco nada mais é do que o local onde ele age, relacionando-se à eficácia e ao surgimento de
reações adversas; o efeito, o resultado dessa ação. Um determinado fármaco pode atuar em
diferentes sítios do organismo e, em decorrência, provocar diversos efeitos, desejáveis ou
indesejáveis.
O mecanismo de ação consiste na descrição de processos moleculares que permitem a
atuação do fármaco. Os efeitos farmacológicos podem se expressar junto ou a distância do sítio
de ação.
Chama-se de efetor o segmento do organismo onde se verificam os efeitos.
A ação de um fármaco ocorre quando ele interage com os sítios orgânicos de resposta,
que se constituem em estruturas celulares especializadas (receptores) e sítios reativos em
enzimas, que dependem da ligação com o fármaco. Geralmente, receptores que se ligam aos
fármacos são os mesmos utilizados fisiologicamente por substâncias endógenas, como
hormônios, neurotransmissores, etc.
▪ Receptores de reserva: são os que sobram, uma vez que nem todos precisam ser
ocupados para produzir uma resposta.
▪ Receptores silenciosos (aceptores): os fármacos se ligam sem produzir efeito.
Receptores apresentam mecanismos de autorregulação homeostático. Mediante
contínua exposição ao agonista, reduz-se gradualmente o número de receptores ou modifica-se
a sua conformação, não mais permitindo adequada ligação ao agonista. Isso gera
dessensibilização ou refratariedade de receptores, o que justifica tolerância ou taquifilaxia, em
que maiores doses são necessárias para produzir efeitos inicialmente obtidos com doses
convencionais.
Ao contrário, redução crônica na estimulação de receptores aumenta seu número ou
sensibilidade, intensificando a resposta de fármacos que diretamente os estimulam. Isso
configura supersensibilização, fenômeno que não deve ser confundido com o que acontece em
pessoas hiper-reatoras, nas quais efeitos exagerados ocorrem já na primeira dose, devido a
alterações genéticas dos receptores.
a. Dessensibilização: o receptor é inativado, internalizado, tem sua síntese reduzida ou é
destruído.
b. Super-regulação/Supersensibilização: a síntese é aumentada de receptores, outros são
reativados e relocalizados na membrana.
Fármacos que têm afinidade e atividade intrínseca são considerados agonistas de um dado
receptor. Classificam-se em plenos/totais e parciais, sendo os últimos incapazes de evocar
resposta máxima, mesmo com aumento de doses.
Antagonistas competitivos: apresentam alta afinidade, mas não possuem atividade
intrínseca. Pode ser revertido quando se aumenta a concentração de agonista no sítio.
Alguns fármacos não têm sua ação subordinada à interação com receptor. A simples presença
no sítio ativo propicia reações com constituintes orgânicos, resultando em efeito farmacológico
(p. ex., antiácidos, anestésicos inalatórios, diuréticos etc.).
Como todo e qualquer medicamento produz efeitos terapêuticos desejáveis e efeitos adversos,
uma das formas de se estabelecer a segurança clínica de um medicamento é dividir o valor de
sua dose letal mediana pelo valor de sua dose eficaz mediana. Essa relação é denominada índice
terapêutico, que confere uma segurança relativa quando apresenta valores superiores a 10.
Eficácia: quantificação do efeito benéfico de um fármaco na espécie humana, quando dado
em condições ideais.
Segurança: comparação entre efeitos benéficos e maléficos.
Efetividade: caracteriza-se por sua segurança e pela existência de esquema de
administração
operacional.
Potência: dose requeria para produzir um efeito padrão. Não significa eficácia ou segurança.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
São modificações na intensidade e na duração da resposta de um fármaco, devido à
ingestão simultânea de outro fármaco, substâncias químicas do ambiente, outras drogas (como
o álcool etílico) ou com alimentos. Isso pode potencializar ou reduzir os efeitos dos fármacos,
com prejuízos ao tratamento. A redução da eficácia pode ser tão prejudicial quanto o aumento
dela.
Todavia, nem sempre essa relação é maléfica, pois algumas das interações farmacológicas
são até mesmo desejáveis na clínica odontológica (p. ex., associação de sal anestésico a um
vasoconstrictor). Algumas interações em que uma droga não afeta realmente outra podem
representar simples efeitos aditivos das duas drogas com efeitos similares.
Levando em conta a variação biológica dos indivíduos, muitas drogas que interagem em
alguns pacientes podem não interagir em outros indivíduos. Muitas interações são relacionadas
à dose, de modo que, se a dose do fármaco casual for reduzida, os efeitos sobre a outra droga
serão reduzidos. Certas interações medicamentosas podem ser evitadas utilizando-se outro
membro do mesmo grupo de drogas.
A variabilidade nas respostas dos pacientes pode criar uma atitude de preocupação a respeito
as interações medicamentosas, privando os pacientes das vantagens terapêuticas.
Farmacocinético
▪ Quando uma droga interfere na absorção, distribuição, metabolismo ou excreção de
outra droga.
Farmacodinâmico
▪ Uma droga modifica a atividade de uma segunda droga, com diferente local de ação.
▪ Uma droga modifica a atividade de uma segunda droga, ao nível ou perto do receptor
farmacológico.
INTERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS
Também chamadas de farmacêuticas → Interações das drogas antes de serem
administradas, fora ainda do organismo, especialmente misturas destinadas a uso
intravenoso.
Esse tipo de interação reduz a biodisponibilidade da droga ativa.
2. Interações Farmacocinéticas:
a. Absorção: a absorção oral pode ser aumentada ou diminuída, acelerada ou retardada,
dependendo de fatores relativos ao fármaco e ao sistema de circulação ou relacionados
ao organismo. Também pode haver formação de complexos insolúveis, não-absorvíveis,
e competição pelos mecanismos de transporte intestinal (p. ex., o leite – básico –
diminui a absorção do ácido acetilsalicílico).
b. Distribuição: pode ser afetada por outro fármaco que altere o fluxo sanguíneo ou a
capacidade de ligação a proteínas plasmáticas teciduais (p. ex., o uso de anestésicos
locais associados a vasoconstrictores resulta em uma maior duração do anestésico no
local e, assim, do seu efeito).
c. Biotransformação: um fármaco pode induzir ou inibir enzimas hepáticas
metabolizadoras de outro, acarretando modificação na quantidade disponível da forma
ativa (p. ex., o álcool induz o metabolismo do paracetamol aumentando sua
hepatoxicidade).
d. Excreção: podem acelerar ou retardar a excreção, mediante alterações do pH urinário,
fluxo plasmático e capacidade funcional do rim.
REAÇÕES ADVERSAS
Todos os medicamentos possuem, em maior ou menor quantidade, reações adversas. De
acordo com a OMS, reações adversas é qualquer resposta prejudicial ou indesejável, não
intencional, a um medicamento, a qual se manifesta após a administração de doses
normalmente utilizadas no homem para profilaxia, diagnóstico ou tratamento de doença ou
para modificação de função fisiológica. Não se incluem reações determinadas por falhas
terapêuticas, abuso de dose, erros de administração e não-adesão ao tratamento.
Embora os medicamentos sejam formulados, indiscutivelmente sob critérios de proteção
e segurança, convive-se com o risco associado ao seu uso. A utilização de medicamentos em
situações não indicadas ou em circunstâncias que desrespeitem os critérios de uso racional pode
provocar danos. É comum haver consequências como intoxicação.
Ainda que sejam respeitados os critérios de segurança, pode-se deparar com uma RAM
(reação adversa ao medicamento), definida como “reação nociva e não-intencional (...), que
ocorre em doses normalmente usadas no homem para profilaxia, diagnóstico, terapia da doença
ou para a modificação de funções fisiológicas” Evento adverso: diferente das RAMs, é qualquer
ocorrência desfavorável possível de aparecer enquanto o paciente está utilizando o
medicamento, mas que pode ou não ser atribuído a este.
Para prevenir ou reduzir os efeitos nocivos manifestados pelo paciente e melhorar as
ações de saúde pública, é fundamental dispor de um sistema de farmacovigilância. Conforme
define a OMS (Organização Mundial de Saúde), farmacovigilância é a “ciência relativa à
identificação, avaliação, compreensão e prevenção dos efeitos adversos ou quaisquer
problemas relacionados a medicamentos”
A necessidade da farmacovigilância
Para que um medicamento obtenha registro, ato que autoriza sua comercialização,
submete-se a ensaios pré-clínicos - pesquisas realizadas in vitro e em animais, para avaliar o
perfil físico-químico, toxicológico e teratogênico do fármaco em análise - e ensaios clínicos -
pesquisas realizadas em seres humanos, com o objetivo de verificar a eficácia do medicamento,
estabelecer a dose segura para sua utilização e detectar a ocorrência de possíveis efeitos
indesejáveis
Tais ensaios, entretanto, possuem uma série de limitações. Uma delas consiste na
diferença de resposta terapêutica entre animais e seres humanos. Na maioria das vezes, os
testes são insuficientes para prever a segurança do medicamento em questão.
Considera-se também como limitador o número de indivíduos submetidos aos ensaios
clínicos, que chega, no máximo, a cinco mil. A probabilidade de se identificar RAM cuja incidência
seja de 1:10.000 é remota, com amostras dessa grandeza.
A seguir, temos que a duração dos ensaios é relativamente curta, não retratando as
consequências de utilização continuada do medicamento por parte da população, nem
possibilitando a identificação de efeitos tardios.
Reações tipo A tendem a ocorrer com maior freqüência e estão relacionadas à dose. São
previsíveis e menos graves. Podem ser tratadas simplesmente com a redução da dose do
medicamento. Tendem a ocorrer entre indivíduos que apresentem uma destas três
características:
Os indivíduos podem ter recebido dose maior que a que lhes é apropriada;
Podem ter recebido quantidade convencional do medicamento, mas metabolizálo ou
excretá-lo de forma mais lenta que o usual, apresentando níveis quantitativos muito
elevados;
Podem apresentar níveis normais do medicamento, porém, por alguma razão, são
demasiadamente sensíveis a ele.
Em contraste, reações tipo B tendem a ser incomuns, não relacionadas à dose,
imprevisíveis e potencialmente mais graves. Quando ocorrem, frequentemente é necessária a
suspensão do medicamento. Elas podem ser consequentes do que é conhecido como reações
de hipersensibilidade ou reações imunológicas. Também podem constituir reações
idiossincráticas ao medicamento ou ser consequentes de algum outro mecanismo. Por isso,
reações tipo B são mais difíceis de predizer, ou mesmo de identificar, e representam o foco
principal da farmacoepidemiologia.
Um dos maiores empecilhos para se definir a frequência com que ocorre uma reação
adversa é a subnotificação de suspeitas de reações adversas, outro é a incerteza em estimar o
número de pacientes que fazem uso do medicamento (denominador).
Reação adversa grave é um efeito nocivo, que ocorre durante tratamento medicamentoso
e pode resultar em morte, ameaça à vida, incapacidade persistente ou significante, anomalia
congênita, efeito clinicamente importante, hospitalização ou prolongamento de hospitalização
já existente.
O termo “ameaça à vida” se refere a uma reação em que o paciente apresenta risco de
morte no momento da ocorrência da reação, não se referindo a uma reação que poderia ter
causado a morte se ocorresse com maior intensidade. O termo “efeito clinicamente importante”
é apropriado quando a reação for perigosa ou requeira intervenção para se prevenirem os
outros desfechos descritos na definição.
A reação adversa não-grave é aquela que não se enquadra no conceito de reação adversa
grave, descrito acima.
Atualmente, a classificação mais utilizada é a que divide as reações adversas em dois grandes
grupos: tipo A (ou previsíveis) e tipo B (ou imprevisíveis).
1. Reações do tipo A: resulta de ação ou efeito farmacológico de medicamento administrado
em dose terapêutica usual. São altamente previsíveis, geralmente dependentes da dose
administrada e, apesar alta incidência na comunidade, a letalidade é baixa. Superdosagem
relativa, efeitos colaterais e secundários, citotoxicidade, interações medicamentosas e
características específicas das formas farmacêuticas empregadas.
2. Reações do tipo B: são inesperadas e ocorrem apenas em indivíduos susceptíveis. São, em
geral, independentes da dose. Hipersensibilidade, idiossincrasia, intolerância e alterações
na formulação farmacêutica.
Obs.: a partir desses grandes grupos surgiram mais três grupos: tipo C (reações após uso
prolongado), tipo D (manifestam-se tardiamente) e tipo E (manifestam-se apenas quando o
medicamento é suspenso).
Classificação de acordo com a gravidade
Leve: não requer suspensão do medicamento, tratamento específico ou antídotos.
Moderado: exigem modificação terapêutica, embora não necessariamente levem à
suspensão do fármaco; podem exigir tratamento específico e prolongar a hospitalização.
Grave: potencialmente fatais, exigindo a interrupção da administração do medicamento,
tratamento específico e hospitalização/prolongamento da internação.
Letais: contribui direta ou indiretamente para a morte do paciente.
Fatores que dificultam o reconhecimento de RAM
Uso de múltiplos medicamentos (polifarmácia);
Uso de intervenções não-medicamentosas (suplementos, fitoterápicos);
Ausência de teste diagnóstico específico;
Presença de patologias ou condições clínicas associadas;
Dificuldade em definir a cronologia dos fatos;
Reações comuns observadas também em pacientes saudáveis que não usam
medicamentos;
Reações episódicas, transitórias ou irreversíveis;
Falta de informação devido à introdução recente do medicamento no mercado.
URM E O PACIENTE:
Combate:
Automedicação
Farmácias caseiras- contribuem para a manutenção dos medicamentos em locais
inadequados e vencidos e fora de sua embalagem
Descarte inadequado dos medicamentos
Estocagem e descarte:
Estocagem doméstica medicamentos: elevada e inadequada- como quarto, cozinha e
banheiro: aumenta o risco de automedicação e toxicidade
Calor, luminosidade direta e umidade: comprometem aspectos físicoquímicos e
composição dos medicamentos (menor eficácia ou risco efeitos tóxicos)
Descarte medicamentos: lixo doméstico, pia da cozinha e/ou banheiro- riscos
ambientais, poluentes ou causadores de envenenamento de animais silvestres
Anvisa: guarda de medicamentos domésticos em local seguro, longe de crianças e
animais, protegido da luz direta, calor e umidade, na embalagem original e com rótulo
e observada a data de validade, sendo incorreta e guarda na cozinha e banheiro, devido
ao calor e umidade
Decreto 10388/2020: medicamentos domésticos vencidos ou sobras descartadas em
pontos de coleta em farmácias
O que fazer
Conscientização da comunidade acadêmica responsabilidades dos prescritores.
Uso correto dos medicamentos:
Indicação correta
Medicamento certo
Dose adequada
Administração correta
Tempo de tratamento necessário
Menor custo possível
Sempre obedecer ao horário recomendado pelo médico
Nunca alterar ou suspender o medicamento por conta própria
20. Analgésicos opioides: possuem ação de inibir a dor que age no sistema nervoso central.
Exemplos: morfina, metadona, fentanil.
21. Analgésicos não opioides: são substâncias usadas para diminuir a dor que age no nível
periférico. Exemplos: dipirona, paracetamol.
22. Anticonvulsivantes: usados para controlar convulsões. Exemplos: fenitoína, lyrica, gardenal,
fenobarbital.
23. Antiparkinsoniano: usado para o controle dos sintomas da doença de Parkinson. Exemplos:
biperideno, prolopa, azilect.
24. Tranquilizantes: usados para acalmar e tranquilizar. Exemplos: haldol, apresolina, rivotril,
quetiapina.
25. Antidepressivos: medicações que melhoram os sintomas da depressão. Exemplos:
fluoxetina, sertralina, amitripitilina, citalopram.
26. Ansiolíticos: diminuem a ansiedade. Exemplos: espran, alprazolan, bromazepan, lexotan,
valium.
27. Anti-inflamatórios não esteroidais: diminui o processo de inflamações. Exemplos:
ibuprofeno, nimesulida, cetoprofeno, alginac, toragesic.
28. Antissecretores gástricos: causam a inibição de secreção gástrica de forma indireta.
Exemplos: omeprazol, pantoprazol, ranitidina.
29. Antiácidos: causam a neutralização do ácido gástrico. Exemplos: antak, sonrisal, cimetidina.
30. Antieméticos: usados para prevenir, controlar e aliviar o vômito. Exemplos: plasil,
nausedron, dramin, bromoprida, vonau,
31. Laxantes: auxiliam no alívio da constipação. Exemplos: óleo mineral, lactulona, dulcolax,
leite de magnésia,
32. Antidiarreicos: auxiliam no controle e alívio da diarreia, diminuindo a motilidade intestinal.
Exemplos: imosec, floratil.
33. Hipoglicemiantes: usados no controle e regulação da glicemia. Exemplos: galvus, glifage,
glibenclamida, metformina, insulina regular, insulina NPH.
34. Diuréticos: usados para aumentar a excreção de água e eletrólitos pelos rins. Exemplos:
hidrocloratiazida, furosemida.
Receptores
São 4 os receptores de histamina:
H1 (Músculo Liso, endotélio, SNC) – sua estimulação provoca aumento de Ca2+
intracelular e ativação de proteína quinase Ca2+ dependente. É o de maior importância,
pois estão presentes em células endoteliais e musculares lisas envolvidas com inflamação
e alergias, com processos de vasodilatação de aumento de permeabilidade.
H2 (Mucosa Gástrica, Coração, Mastócito, SNC) – sua estimulação provoca
aumento de adenosina 3’,5’-monofosfato cíclico intracelular. Participa da secreção de HCL
no estômago pelas células parietais da mucosa gástrica, músculo cardíaco e mastócitos.
H3 (presente nos neurônios histaminérgicos pré-sinápticos no SNC e células do
estômago) e H4 (Eosinófilos, neutrófilos, linfócitos CD4+.) – Estimulam proteínas Gi/o
causando a redução de AMPc;
Antialérgicos ou Anti-histamínicos
São seletivos para receptores H1. Agem como inibidores competitivos e atuam bloqueando as
ações desse autacoide. Esses compostos não alteram a síntese, a liberação ou a degradação da
histamina, mas exercem o antagonismo competitivo nos sítios receptores. Eles tentam regular
para baixo a hiperativação.
Primeira geração (sedativos)
São os mais antigos, “clássicos”, “sedantes”. São conhecidos por causarem hipnose, pois
conseguem atravessar a barreira hematoencefálica e se liga a receptores de histamina no
sistema nervoso central e bloqueia o mecanismo de vigília. Em razão da sua estrutura molecular
lipofílica, cruzam mais facilmente essa barreira.
Os efeitos colaterais são:
Com ativação do receptor H1: diminuição da neurotransmissão no SNC, sedação,
diminuição do rendimento cognitivo e neuropsicomotor, aumento do apetite;
Com ativação do receptor muscarínico: xerostomia, retenção urinária, taquicardia
sinusal;
Receptor alfa 1-adrenérgico: hipotensão, tontura, taquicardia reflexa;
Receptor serotoninérgico: aumento do apetite;
Canais iônicos IKr e outros canais cardíacos: prolongamento intervalo Q-T, arritmias
ventriculares.
Essas reações adversas desaparecem com a descontinuação do tratamento, não sendo
necessária sua suspensão. São metabolizados no fígado. Eles são rapidamente absorvidos e
metabolizados, o que significa que eles devem ser administrados três a quatro vezes ao dia.
Segunda geração (não sedativos)
Apresentam menores efeitos anticolinérgicos ou sedativos em relação aos de 1ª geração. Como
representantes desta classe temos: a terfenadina, o astemizol, a loratadina, a desloratadina, a
ebastina, a fexofenadina, a cetirizina, a levocetirizina, a mizolastina, a epinastina e a rupatadina.
Diferenças em relação à primeira geração:
1. Possuem um tempo de meia-vida menor;
2. Possuem menor biotransformação (menor sobrecarga hepática);
3. Não atravessam a barreira hematoencefálica;
4. Demora menos tempo para ser excretado do organismo;
5. Deve-se tomar de 1 a 2 vezes ao dia;
6. São mais facilmente absorvidos do que os de primeira geração.
Antiácidos
Principais funções do TGI:
→ Secreção gástrica
→ Êmese mecanismos de defesa
→ Movimentos peristálticos
→ Formação e secreção biliar
→ Regulação neuro-hormonal
Principais patologias:
TRANSTORNOS SECREÇÃO ÁCIDA TGI:
Úlcera péptica (duodenal ou gástrica): aumento da secreção ácida
Refluxo gastro-esofágico (RGE): retorno suco gástrico para esôfago
ANTIÁCIDOS
Bloquear liberação de HcI, aumentar o pH estomacal, proteger a mucosa
Antagonistas H2: mecanismos de ação-
o Bloqueio receptores H2 nas células parietais- diminuição da secreção ácida
Inibidores bomba prótons: mecanismo de ação:
Inibição da bomba de prótons nas células parietais- suprime a secreção ácida (bloqueio
etapa final)
o ATPase ativada, libera o suco gástrico
o Secreção gástrica ainda acontece, só diminui a quantidade
o Bomba de prótons bloqueia a enzima ATPase, diminuindo a quantidade de H+. Só
tem a liberação de muco e um pouco de ácido carbônico
o As drogas bloqueadoras de bomba de prótons têm o benefício de suprimir a
secreção ácida tem uma melhor resposta clínica.
ANTAGONISTAS DO RECEPTOR H2
Mecanismo de ação: Bloqueio receptores H2 nas células parietais: diminuem a secreção
ácida e aumenta o pH estomacal
Indicações clíninas: DRG pirose; Doenças ulcerosas gastroduodenais
Apresentações
o o VO, IM, IV
o o Cimetidina- tagamet 200 e 400mg
o o Ranitidina- antak 150 e 200 mg
Farmacocinética
o Rápida absorção após o uso oral
o Aumenta o met. De primeira passagem (exceto nizatidina)
o Metabolismo hepática
o Excreção renal (filtração e secreção)
o Geralmente são tomados 2x/dia
São mais eficazes para diminuir a secreção gástrica noturna 90% do que estimulada por
alimentos
NEUTRALIZAÇÃO DA ACIDEZ
→ Protege a mucosa gástrica
Antiácidos tópicos:
Neutraliza o HCL do interior do estômago- alívio imediato
Alívio sintomático e cicatrização úlceras gastro duodenais
Principais apresentações:
o Hidróxido de magnésio (diarreia)
o Hidróxido de magnésio (constripação)
Bicarbonado de sódio tem alta absorção gástrica, se o sódio absorve muito, pode ter uma
alcalinização do sangue e aumento da pressão
Associações
o Vantagem: alívio mais rápido os sintomas
o Desvantagens: alterações intestinais, alcalose (aumento do pH no sangue), múltiplas
dosagens
Obs.: alerta com interações medicamentosas: AINEs, BDZ, ACO, antifúngicos
Hemostasia
É resposta fisiológica normal do corpo para a prevenção e interrupção de sangramento e
hemorragias: efeito combinado de vários mecanismos que evitam ou limitam o sangramento,
após a lesão de um vaso sanguíneo. De maneira geral, a hemostasia resulta no bloqueio de
qualquer lesão vascular e tem como objetivo garantir a fluidez do sangue e a integridade dos
vasos sanguíneos, sem haver extravasamento pelos vasos ou obstrução do fluxo pela presença
de trombos. Depende de 4 componentes: vasos sanguíneos, plaquetas, mecanismos de
coagulação e sistema fibrinolítico.
uma vasoconstrição reflexa, causada pela liberação local de serotonina, para impedir
Hemostasia Primária
Torna-se necessário, também, mais uma etapa: degradação controlada do coágulo de forma que
possa ocorrer o reparo e remodelamento.
Cascata de coagulação
Esse processo de coagulação, que gera a trombina, ocorre por meio de 2 vias interrelacionadas,
se envolvendo em uma cascata de reações enzimáticas por inúmeras ativações de fatores
plasmáticos. São elas:
Via intrínseca (formação da tromboplastina plasmática ou tromboplastina intrínseca):
na qual todos os componentes estão presentes no sangue. É iniciada pela ativação do
fator de coagulação XII (XII → XIIa), que ativa o fator XI (XI → XIa). Assim, o XIa ativa o
fator IX (IX → IXa), sendo UMA das enzimas necessárias para ativação do fator de
coagulação X (X → Xa);
Via extrínseca (formação da tromboplastina extrínseca): via a qual é necessária a
presença da proteína da membrana celular subendotelial, o fator tecidual (TF) 5. Se
inicia com a ativação do fator de coagulação VII (VII → VIIa) pelo fator tecidual do
endotélio, também conhecido como tromboplastina, liberado no sangue após a lesão
vascular. Dessa forma, o fator VIIa, assim como o IXa, ativa o fator de coagulação X.
Ao final de ambas as vias, o fator Xa converte a protrombina (fator II) em trombina (fator IIa),
estrutura principal da coagulação, sendo responsável pela produção de fibrina, resultante da
ativação do fibrinogênio presente no plasma. Assim ela formará a matriz para a malha de
coagulação.
Coagulograma
É um exame que diagnostica doenças hemorrágicas e avalia condições de coágulo do sangue. É
a principal avaliação para definir como o paciente está do ponto de vista coagulatório. Se o
resultado do exame der acima do valor de referência, o paciente demora mais tempo sangrando
(*importante ter atenção a isso).
Avaliação do paciente:
Antecedentes hemorrágicos e Histórico familiar
Púrpuras/hematomas/sangramento?
Epistaxe/melena/hematúria/menstruação prolongada? Anemias?
Solicitar Coagulograma:
Tempo De Coagulação (TC): avalia a via intrínseca da coagulação; se der alterado,
confirma a presença de defeitos em fatores de coagulação.
Tempo De Sangramento (TS): avalia a hemostasia primária (formação do tampão
plaquetário); se der alterado, salienta a dificuldade de formar o tampão.
Tempo De Protrombina (TP): avalia a via extrínseca da coagulação, que é composta pelos
fatores III (tromboplastina tissular), VII, X, V, II (protrombina), I (fibrinogênio) e a fibrina.
Tempo De Tromboplastina Parcial Ativado (TTPA): avalia a via intrínseca da coagulação
que envolve vários fatores de coagulação como os fatores XII, XI, IX, VIII, X, V, II
(protrombina), I (fibrinogênio) e a fibrina. TTPA prolongado: deficiência.
INR: é um cálculo matemático para que não haja divergência nos valores entre os países
por usar reagentes diferentes. (menor que 0,9 → coagulação eficiente)
Antifibrinolíticos
É um reforço farmacológico que atua na estabilização e manutenção do coágulo. São substâncias
sintéticas que inibem a fibrinólise (atuam na etapa 4), impedindo a degradação da rede de
fibrina. É usado tanto para a prevenção quanto no momento do sangramento.
Fibrinolíticos x Antifibrinolíticos
Os fibrinolíticos catalisam a conversão de plasminogênio em plasmina, provocando a lise do
coágulo, sendo usados nos casos de tromboembolismo pulmonar agudo, tromboembolismo
arterial ou coronário agudo, trombose venosa profunda, infarto agudo do miocárdio, oclusão de
artéria ou veia central da retina e para limpeza da cânula arteriovenosa e do cateter intravenoso.
Os principais fibrinolíticos são a Estreptoquinase (Kabikinase®, Solustrep®) e a Uroquinase
(Abbokinase®), constituindo-se em fármacos que não interferem na prática odontológica
porque são indicados em situações emergenciais cardiológicas.
3. Vitamina K
O efeito não é imediato, mesmo que injetável. Age após alguns dias.
É indicado para tratamento de hemorragias ou risco de hemorragias. Ex.:
hipoprotrombinemia.
Antiagregantes plaquetários
Anticoagulantes
Agentes Hemostáticos
HEMOSTASIA:
Medidas locais:
o Compressão local com gaze → mordem por 30min. Efetividade de 80%
o Sutura oclusiva
o Ácido Tranexâmico → gase embebida ou bochecho
o Cianoacrilato* cimento cirúrgico
o Celulose oxidada (surgicel) fica abaixo da mucosa como fator retentivo
o Gelatina absorvível (gelfoam) matriz tri-dimensional que vai estabilizar o coá-gulo
o Selante de fibrina
o Trombina tópica
o Adrenalina tópica (medidas extremas)
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
o Hemostáticos e coagulantes: excelente aliado na prática clínica
o Identificar status médico do paciente
o Monitoração do INR
o Discutir os casos com hematologista (principalmente quando o paciente ti-ver uma
patologia ou uma herança hereditária)
o Treinado para possíveis intercorrências
o Dentro dos protocolos, risco mínimo de hemorragia
FÁRMACOS ANTIRRESORTIVOS
São fármacos utilizados no manejo das desordens do cálcio e metabolismo ósseo, para
estacionar a perda da massa óssea. (osteoporose, osteopenia, paciente oncológico com
metástases ósseas do tumor primário). Ele é um forte inibidor da reabsorção óssea mediada
por osteoclastos.
Eles são análogos do pirofostato e tem forte afinidade pela fase sólida do cálcio-fosfato
(parte da matriz extracelular do tecido ósseo). Sua ligação à superfície dos cristais inibe sua
dissolução. Deixam o osso mais susceptível a complicações quando sofrer cargas, estímulos
ou infecções pois apresentam pouca capacidade de renosação;
Agentes antiressortivos
Exemplo: moduladores seletivos dos recepto-res de estrogênio- raloxifeno, beza
Bisfosfonatos- etidronato, alendronato, rise-dronato, clorodronao, tiluduronato, pamidro-
nato, ibandronato, ácido zoledrônico. (Interrompe o mecanismo de ação)
Classificação:
1ª geração: Não nitrogenado (eitdronato, clodronato, tiludronato)
2ª geração: Nitrogenados (alendronato, pamidro-nato, ibandonato)
3ª geração: Nitrogenados; Potência relativa maior – Maior gravidade das consequências à
matriz óssea; Ex. – Risedronato e zoledronato; bifosfonatos utilizados na via venosa uti-
lizados para tratamento oncológico
FARMACOCINÉTICA:
Administrados por via oral e endovenosa
Administração oral:
• Pouco absorvido pelo organismo – apenas 1ª da dose administrada (baixa absorção no TGI)
• Deve ser ingerido em jejum e manter esse jejum 30 minutos após (ação diminuída pela
ingestão de alimentos, cálcio, ferro, café, chá e suco de laranja);
Administração endovenosa:
• Rapidamente absorvido e tem excreção renal
• Não ocorre metabolização no tecido ósseo
• Eliminação somente na reabsorção óssea - Só sai do osso quando há uma reabsorção da
superfície dos cristais onde o fármaco está impregnado e a neoformação na ausência do
fármaco
INDICAÇÕES:
• Osteoporose/osteopenia
• Mielona múltiplo
• Doença de Paget
• Hipercalcemia maligna
• Tratamento de câncer de próstata/mama/ metástase ósse
• Osteogênese imperfeita em crianças
EFEITOS ADVERSOS:
• Efeitos gastrointestinais
• Dor musculoesquelética
• Fraturas atípicas em ossos longos
• Osteonecrose dos maxilares (MRONJ – Medication Related Osteo Necrosis of the Jaws)
• Reações de hipersenssibilidade
MEDIDAS PREVENTIVAS:
• Substituição por outros agentes antiressortivos
• Suspensão do medicamento
• Controverso- impregnação no tecido ósseo por até 5 anos permanecendo o risco de MRONJ
MRONJ
Medication Related Osteo Necrosis of the Jaaws
Incidência
• Mais de 2,5 milhões de usuários no mundo
• 0,01 a 0,04% para BFs via oral
• 0,8% a 12% para BRs via EV
• Submetidos a cirurgias dento-alveolares o paciente aumenta até 7x de ocorrer uma necrose
Diagnóstico:
• Tratamento prévio ou atual com medicamentos AR
• Exposição óssea persistente por mais de 8 semanas na região ma-xilo-facial
• Nenhuma história de tratamento ra-dioterápico nos maxilares
Prevenção:
• Avaliação odontológica completa, antes do início do tratamento com antiressortivos.
• Remoção de focos de infecção e fatores traumáticos
• Rígido controle da higiene bucal
• Esclarecimento ao paciente quanto aos fatores de risco para o desenvolvimento da
osteonecrose
• Consultas frequentes, de 6 em 6 meses ou 4 em 4 meses.
Tratamento
Administração Oral
Resolução mais simples por via oral
Maioria dos casos resolvidos com anti-bióticos e clorexidina a 0,12%
Protocolo com dosagem do CTx: reso-lução de 50% dos casos
Terapias alternativas
• Câmara hiperbárica;
• Plasma rico em plaquetas ou em fibrina;
• Terapia fotodinâmica com laser de baixa potência (infravermelho) após corar o tecido com
azul de metileno;
Recomendações
Administração oral:
• Há menos de 03 anos e sem fatores de risco: todos os procedimentos cirúrgicos podem ser
realizados;
• Há menos de 03 anos com utilização de corticosteróides: considerar suspensão dos
Bisfosfonatos 03 meses antes até 03 meses após cirurgia;
• Há mais de 03 anos com ou sem corticosteróides: considerar suspensão dos Bisfosfonatos
03 meses antes até 03 meses após cirurgia;
Concluindo
Não há evidências concretas na literatura mundial de indicação segura procedimentos mais
invasivos
De interesse odontológico, podem ser de via oral (Benzodiazepínicos), que são os ansiolíticos e
hipnóticos, ou de analgesia inalatória (Óxido Nitroso (N2O))
Neurotransmissores são pequenas moléculas sinalizadoras sintetizadas nos neurônios que são
utilizadas para transmitir uma informação fisiológica a outro neurônio, glândula ou músculo.
Estas moléculas atuam estimulando ou inibindo uma transmissão nervosa após ativação de um
receptor específico em outro neurônio. O efeito dos psicotrópicos está relacionado a alterações
nessas neurotransmissões.
Além disso, pode ocorrer captação e degradação por uma célula glial adjacente. Importante
ressaltar que o efeito de qualquer neurotransmissor, é devido a liberação local, pois eles não
podem atravessar a barreira hematoencefálica.
Alguns dos principais neurotransmissores do SNC são a:
1. Acetilcolina: participa da manutenção do alerta e vigília facilita a excitabilidade do
córtex cerebral e modula o processamento sensorial e participa dos mecanismos de
memória e aprendizagem; contração muscular.
2. Catecolaminas: adrenalina, noradrenalina, dopamina
a. Noradrenalina: sistema de alerta e vigília, mantendo os processos de atenção,
participa de respostas emocionais aversivas (raiva, agressão) e gratificantes
(afeto) e no controle da fome e saciedade.
b. Dopamina: controle motor voluntário, participa em processos que a motivação
forma parte essencial do comportamento, além de contribuir para manter a
atenção, avaliação correta da realidade, e controle do pensamento.
3. Idonlaminas: secrotonina, histamina
4. Aminoácidos excitatórios: glutamato
a. Glutamato: participa desde a ativação mínima para manter aberta uma via de
transmissão até a excitação persistente (processo patológico)
5. Aminoácidos inibitórios: GABA, Glicina
a. GABA: ácido gama-aminobutírico
Ele é liberado por neurônios chamados Gabaérgicos
Se conecta a receptores específicos dos outros neurônios.
Esses neurônios receptores passam então por uma diminuição na
condução neuronal, provocando a inibição do sistema nervoso. Como
consequência, a pessoa pode ter sensação de: relaxamento,
concentração e sono.
A baixa liberação de Gaba pode resultar em distúrbios neurológicos e
doenças mentais, incluindo epilepsia, ansiedade e insônia.
A ligação com receptores que deprimem pode ser potencializada pelos
benzodiazepínicos.
Os principais alvos dos psicotrópicos são: (1) receptores específicos de neurotransmissores, (2)
transportadores de membrana, ou (3) enzimas, inibindo a degradação e aumentando a
concentração de neurotransmissores.
Psicofármacos
Atuam sobre o Sistema Nervoso Central e são capazes de alterar processos mentais, gerando
alterações nas condutas, percepções e consciência. Podem ser agonistas (cafeína, cocaína,
crack) ou antagonistas.
Classificação:
1. Ansiolíticos, hipnóticos ou sedativos: redução da ansiedade e indução do sono.
2. Antipsicóticos: antidepressivos (dor crônica) e estimulante psicomotores (euforia).
3. Psicomiméticas: distúrbios de percepção e comportamento.
4. Potencialização da cognição.
Ansiedade:
Malamede SF: “70% das EO estão ligadas à ansiedade e medo.
Via de regra, os pacientes da Odontologia são ansiosos.
É uma síndrome multifatorial, depende da idade, das condições psicológicas, experiências
traumáticas, grau de sensibilidade a dor, entre outros.
Escala de Corah (instrumento de análise: 4 perguntas)
Benzodiazepínicos
Atuam como moduladores alostéricos do GABA (agonista), aumentando a afinidade desse
neurotransmissor pelo receptor GABAA, intensificando o influxo de Cl- para os neurônios. Ou
seja, ele potencializa o efeito GABA aumentando a frequência de abertura dos canais iônicos.
Efeitos sobre o SNC: Ansiolítico rápido; Sedativo
e hipnótico; Anticonvulsionante; Amnésia Dica para o uso no consultório:
Anterógrada; relaxante muscular Só medicar se houver um acompanhante
Pode hiperexcitar a euforia, gargalhada etc. presente em sala e para que acompanhe
Farmacocinética: a volta do paciente para casa.
Flumazenil
É um medicamento de administração endovenosa (injetável) muito utilizado no hospital para
reverter o efeito dos benzodiazepínicos. É uma estrutura de suporte, muito usado após
anestesias para acordar os pacientes ou no caso de intoxicação com uso excessivo de
medicamentos.
Óxido Nitroso
É um analgésico/anestésico inalatório utilizado ou em mistura com oxigênio (O2) em
concentrações que normalmente variam entre 40 e 70%, ou associado também a outros agentes
anestésicos (inalatórios e endovenosos). É fornecido em tanques ou cilindros e tem odor
levemente adocicado, é incolor e não irritante. Ele é administrado por via inalatória, absorvido
por difusão através dos pulmões e eliminado através da respiração.
Benefícios:
Duplo mecanismo de ação
Anestésico inalatório singular com propriedades analgésicas
Potencializa a atividade de outros anestésicos
Fácil administração
3. Membros
4. Pescoço
5. Tronco
6. Músculos Respiratórios
Farmacocinética: São administrados por via endovenosa; diferem na velocidade de início e
duração de ação; não atravessam a barreira hematocefálica; não são absorvidos no THI.
Efeitos adversos: Paralisia motora; ação nos músculos; consciência e percepção da dor
permanecem iguais
D-turbocorarina: taquicardia reflexiva, diminuição da pressão arterial,
bronquioconstrição, aumento da salivação, secreção brônquica e hipotensão.
Pancurônio: taquicardia reflexiva e redução da pressão arterial.
Galamina: bloqueios muscarínicos como taquicardia e hipertensão.
Despolarizantes
Atuam em receptores nicotínicos da acetilcolina nos gânglios e junções neuromusculares,
promovendo a despolarização da membrana da placa motora. Funcionam ao despolarizar a
membrana plasmática da fibra muscular, tendo ação semelhante à acetilcolina.
Seu uso facilita e intubação endotraqueal, relaxando a musculatura e é indicado para
procedimentos de curta duração e pequenas intervenções cirúrgicas.
Despolarizantes de curta duração: Suxametônio e decamerônico (6-11min)
Farmacocinética: Efeitos adversos
São administrados de por via Bradicardia
endovenosa ou intramuscular Aumento da pressão intraocular
Possui ação rápida e pouca duração Paralisia prolongada
É rapidamente hidrolisado pela Hipertermia maligna (espasmos
colinesterase plasmática musculares e aumento da temperatura
Não atravessam a BHE; térmica).
Toxina Botulínica
É uma proteína produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Quando administrada oralmente
em grandes quantidades, bloqueia os sinais nervosos do cérebro para o músculo, causando
paralisia generalizada, chamada botulismo.
Alguns efeitos colaterais permanecem por cerca de três a sete dias após o procedimento. A
toxina começa a fazer efeito 1 a 7 dias depois e esse efeito perdura por cerca de três a seis meses
até que desaparece gradativamente, enquanto a ação muscular retorna.
Neurotoxina
Existem sete sorotipos de Toxina Botulínica que foram purificados e classificados de A-G. Todas
as toxinas botulínicas são termolábeis e podem ser inativadas por ebulição. Toxina Botulínica do
tipo A é a mais utilizada na prática da Odontologia. Quando o paciente é imune a esse tipo, usa-
se o tipo B. (Marcas tipo A: Botox, Dysport, Prosigne; Marcas tipo B: Myobloc, Neurobloc)
Mecanismo de ação
A Toxina Botulínica tipo A produz seu efeito terapêutico atuando seletivamente nos terminais
nervosos colinérgicos, inibindo a liberação de acetilcolina (mediador da transmissão de impulsos
nervosos que desencadeiam o movimento e a contração muscular) na junção neuromuscular.
1. Ligação: a toxina botulínica se liga ao terminal da placa motora.
2. Internalização: a toxina botulínica é internalizada via endocitose para dentro do neurônio
pré-sináptico, esse processo é mediado por receptor.
3. Bloqueio: dentro da célula nervosa, a toxina botulínica bloqueia a libertação da acetilcolina
– esse bloqueio ocorre através da clivagem enzimática da proteína responsável pela
Asma
É uma doença de natureza inflamatória crônica, associado a sintomas agudos, exarcebações e
remodelamento das vias aéreas, que está associada a hiper-reatividade das mesmas (resposta
broncoconstritora exagerada), o que causa os episódios recorrentes de sibilância, dispneia,
opressão torácica e tosse (particularmente a noite ou ao despertar). Esses episódios estão
associados a obstrução variável das vias aéreas. A asma é uma condição reversível por
tratamentos ou de forma espontânea. A obstrução da via aérea ocorre após uma resposta
broncoconstritora aguda ao estímulo espamogênico.
Mais comum: Broncoespasmo. Está associado à bronquioconstrição tecidual. Pode ser agudo
(sintomatologia mais intensa) ou crônico (sintomatologia mais tranquila, mas mais
duradoura/continua)
Tratamento: a base está no alívio da dor e dos sintomas e melhora do fluxo do ar, minimizando
o quadro. Dessa forma, usa-se anti-inflamatório (controla as exacerbações) e broncodilatador
(reverte os sintomas agudos, broncoespasmos e chiados).
Broncodilatadores
São fármacos que atuam nos brônquios, ajudando no relaxamento e, consequentemente,
auxiliando o aumento do calibre das vias respiratórias. Com isso, o broncodilatador atua
diminuindo a sensação de peso no peito e melhora a qualidade da respiração.
Anti-inflamatórios
São fármacos utilizado para tratar dor e inflamação, amenizando os sinais de inchaço e a dor
que aparecem quando há alguma inflamação
Corticosteroides: Sistêmicos (oral) e tópicos (inalatórios). É a classe de droga mais eficaz para a
manutenção, reduzindo a crise de renite, bronquite e asma, Beclometasona, Budesomida,
Fluticosona, Flunisolida, Tricancinolona, Prednisona, Prednisolona.
Expectorantes e Mucolíticos
Modificam a produção, a secreção e a composição do
Tosse
mudo. Os expectorantes estimulam movimentos ciliares
é um reflexo protetor que
impulsionando a secreção até a faringe e eliminando o
visa eliminar corpos
muco, por ação irritante da mucosa brônquica. Os
estranhos do trato
mucolíticos liquefazem o muco, deixando-o mais fluído e
respiratório
mais facilmente eliminado. São indicados para a tosse
produtiva, com muco.
Antitussígenos
Conhecidos, também, como sedativos da tosse, são fármacos voltados para a terapia da tosse,
que visam promover o alívio desse sinal/sintoma. São indicados para a tosse seca. Seu uso possui
restrições, já que inibem o reflexo da tosse.
É indicado para quando a tosse causa efeitos adversos e pode atrapalhar as atividades diárias,
dificultando, também, o repouso e aumenta o desconforto. Deve ser usado com cautela, uma
vez que a tosse é um reflexo protetor. Um agente antitussígeno ideal deve diminuir a frequência
e a intensidade da tosse, mas ao mesmo tempo permitir a adequada eliminação do excesso de
secreções do trato respiratório.
Antitussígenos Opióides
Tem ação menor no centro bulbar da tosse e reduz a frequência e intensidade. Eles são o
tratamento sintomático de primeira linha para tosse grave e angustiante. Todos os opióides
utilizados para tratar a tosse têm efeitos colaterais opióides típicos, como sedação, constipação
e náuseas. Exemplos: codeína, dextrometorfano, hidrocodona.
Codeína Dextrometorfano: Hidrocodona:
Duração da ação: 4 horas; Dose Duração da ação: 3-6h; Duração da ação: 4-6h;
adulta: 10-20 mg a cada 4-6 Dose adulta: 10-20 mg a cada 4- Dose: 5-10 mg a cada 4 horas.
horas. 6 horas. Verificou-se ser tão eficaz
Ele mostrou ser eficaz para a É o antitussígeno mais quanto a codeína, mas com
tosse aguda e crônica; está comumente usados. É tão eficaz menos efeitos colaterais
disponível sozinho ou como um quanto a codeína para a tosse. gastrointestinais; por esta razão,
elixir com guaifenesina. Está disponível sozinho ou como é considerado o antitussígeno
um elixir com guaifenasina. de escolha.
Todos os analgésicos opióides têm atividade antitussígena e não há evidências fortes de que
qualquer opióide tenha eficácia superior para a tosse. Para os pacientes que já tomam opióides
por dor, não está claro se a adição de um segundo opióide, como a codeína para a tosse, é
efetiva.
Antitussígenos Não-opióides
Antitussígenos não opioides com atuação central: Gabapentina (pode melhorar
significativamente a qualidade de vida da tosse e reduzir a freqüência e a gravidade da tosse
com doses até 1800 mg por dia.) Outros agentes: paroxetina, amitriptilina e benzodiazepinas
foram relatados (sem evidência) como tendo eficácia na tosse crônica e refratária.
Antitussígenos de atuação periférica: xaropes doces, benzonatato, anti-histamínicos e
anticolinérgicos, expectorantes e anestésicos locais nebulizados.
Descongestionante Nasal
Vias de administração: tópico e oral. Reduz a congestão nasal. Promove a ação dos vasos
mucosas nasal: α1 e H1. Vasoconstrição: redução do fluxo sanguíneo nas conchas nasais e
diminui o edema desobstrui as vias nasais.
Riscos na Odontologia
Efeitos adversos bucais, interação de fármacos, seleção de fármacos
Vômito é um sinal. Está relacionado ao ato de ejetar material do trato gastrointestinal pela boca.
É um reflexo completo, desconfortáveis, altamente estressante. Apesar de muitos avanços no
desenvolvimento de drogas antieméticos, mas pouco mudou em: incidência e gravidade dos
sintomas.
Reflexo do vômito:
Reação de defesa do SNA e possui componentes motores, respiratórios, salivares e
vasomotores.
Eliminação de agentes nocivos (ao beber muito álcool ou comer uma comida
contaminada, alimentação excessiva)
Evocado em algumas situações de doenças
Efeito Adverso de medicamentos
Comunicação entre SNC e sangue: o neurônio tem acesso a substâncias no sangue e emite
informações para o centro nervoso do vômito.
Tônus antiemético central: estímulos do SNC do córtex cerebral chegam ao centro do
Vômito para impedir que o vômito aconteça.
OBS!! relés = ponto de encontro da aferência e eferência do reflexo = centro do vômito.
encontra-se no bulbo próximo ao trato solitário e recebe impulsos aferentes da zona de
gatilho quimiorreceptor, essas aferências podem ser a princípio:
o Químicas (corrente sanguínea)
o Gastrointestinais
o Centrais
o Sistema vestibular
o Outras
Após chegar ao centro do vômito, a informação será enviada pelos executores do reflexo de
vômito (eferentes). Há então um controle coordenado das estruturas envolvidas na promoção
do vômito: ★ Diafragma; Centro respiratório; Músculos envolvidos na respiração; Laringe
(fechamento da glote); Faringe; Esfíncter esofagiano inferior (ordenando sua abertura);
Neurônios eferentes autonômicos→ estímulos vasomotores: taquicardia, aumento da salivação.
Síndromes Clínicas
Agrupadas de acordo com a via que media o vômito
Doenças avançadas: Mais de uma causa estimulando os sintomas/mais de uma via.
2. Citotóxicas: essa causa está relacionada a medicamentos que atuam sobre células para
impedir seu proliferamento ou para destruir algum tipo de célula.
o Ação sobre a Zona de gatilho quimiorreceptora
o Ação local sobre receptores serotoninérgicos tipo 3 (5-HT3)
3. Metabólicas
o Insuficiências orgânicas
o Hiperglicemia
o Podem progredir insidiosamente.
Causas Gastrointestinais
Irritação faríngea
Esvaziamento gástrico lentificado: Perturbações fisiológicas; Disautonomias
Constipação/ Obstipação
Distensão/ irritação de serosas. (qualquer doença que leve a obstruções intestinais que
levem a lentificação do trato intestinal)
Causas Centrais
Hipertensão intracraniana e irritação meníngea (estimula os mecanorreceptores das meninges
que se direcionam ao centro do vômito, provocando o reflexo para o vômito)
Associações clínicas
Tumores intracerebrais
Metástases ósseas para o crânio
Sangramento intracraniano.
Edema cerebral
Meningites
Tratamento
Corticoides em altas doses.
Anti-eméticos atuantes sobre o centro do vômito
RT,QT ou Cx paliativa podem ser necessários.
Outras causas
Vômitos associados ao movimento (Como andar de barco): distensão ou distorção visceral
causada por pressão sobre mesentério durante o movimento.
Agentes eméticos e antieméticos agem nos estímulos, na zona de gatilho, no centro do vômito
e no controle das funções viscerais e somáticas envolvidas no vômito. Fármacos Eméticos são
aqueles utilizados para induzir o vômito como o xarope IPECAC o mecanismo de ação desse
medicamento ocorre por ação dos alcalóides ativos (emetina e cefalina), provocam êmese pela
ação local através da irritação da mucosa gástrica e pela ação central pela estimulação medular
sobre a zona de gatilho. Uso restrito a casos de envenenamento e intoxicação, pois seu uso
regular pode provocar problemas cardíacos ou levar à morte.
Efeitos colaterais:
Diarréia, Taquicardia, Arritmia cardíaca, Cólicas estomacais, Dificuldade respiratória, Fraqueza
ou cansaço, Dor ou rigidez muscular
Agentes antieméticos
os fármacos antieméticos possuem diferentes mecanismos de ação e são utilizados nas terapias
antineoplásicas, doenças do aparelho vestibular, doenças gastrointestinais e pós-operatório.
Anti-Histamínicos
antagonizam os receptores de histamina H1
Obs: a maior parte dos fármacos anti-histamínicos que possuem ação antiemética tem também
uma ação anticolinérgica como efeito colateral, são usados em casos de cinatose, doenças
vestibulares e vômitos pós-operatórios.
Anticolinérgicos
Bloqueiam os receptores muscarínicos M1 (impedindo a ação de acetilcolina)
Principais fármacos: Meclizina, Prometazina, Cinarizina, Difenidramina, Dimenidrato,
Escopolamina
Antidopaminérgicos
O mecanismo de ação desta classe consiste em antagonizar os receptores de dopamina D2 ba
zona de gatilho, possui também propriedades anti-histamínica e anticolinérgica, é utilizado em
casos de náuseas, vômitos associados à vertigem, cinetose e enxaqueca, nesta classe podem ser
colocados os pró-cinéticos que são medicamentos utilizados para melhorar o trânsito intestinal,
aumenta o esvaziamento, usados no refluxo, para o aumento da absorção de alguns fármacos e
no auxílio do tratamento de náuseas e vômitos associados a dispepsia (dor na região superior
do abdomem).
Principais fármacos: Clorpromazina, Domperidona, Metoclopramida, Bromoprida. *Os três
últimos são pró-cinéticos utilizados na gastroparesia.
Efeitos colaterais: Sedação ou sonolência, Hipotensão, Galactorreia, Ginecomastia, Redução
da libido, Erupções cutâneas, Urticária, Cefaléia, Diarréia, Cólica.
Anti-serotoninérgicos (5-HT3)
O seu mecanismo de ação consiste em antagonizar os receptores pós- sinápticos de serotonina
subtipo 3 na zona de gatilho, centro do vômito, vias vagais e núcleo do trato solitário, são
utilizados principalmente em quadros de náuseas e vômitos associados à radioterapia,
quimioterapia e procedimentos cirúrgicos.
Principais fármacos: Onidronisetrona, Granisetrona
Efeitos colaterais: Cefaléia, Constipação, Turvação visual, Tontura, Arritmia, Hipotensão,
Bradicardia
Mecanismo de inibição do HCL pelas células parietais: Prostaglandina (PGE2) que se liga ao
receptor EP3 inibindo a bomba de prótons a PGE2 também induz a célula epitelial a produzir
muco rico em bicarbonato promovendo uma neutralização do H+.
Antiácidos
Consistem em bases fracas que reagem com o ácido clorídrico, formando sal e água, diminuindo
a acidez do estômago, sendo usados no tratamento da dispepsia e alívio sintomático da úlcera
péptica. São menos eficazes nas úlceras gástricas do que nas úlceras duodenais. não tratam as
úlceras, apenas aliviam os sintomas.
Bicarbonato de sódio → sistêmico
Bicarbonato de cálcio
Hidróxido de alumínio
Hidróxido de magnésio
Reações adversas:
a) Hidróxido de magnésio (efeito laxante)
Pó insolúvel que forma cloreto de magnésio no estômago.
Não produz alcalose sistêmica, visto que o íon magnésio é pouco absorvido pelo
intestino.
c) Bicarbonato:
Atua rapidamente
Eleva o PH do suco gástrico para cerca de 7,4
corre absorção no intestino sendo o uso restrito (pode causar alcalose)
Não usar tratamento a longo prazo e nem em pacientes com dieta de restrição
sódica (pacientes com hipertensão).
Indicação do uso de antiácidos: dispepsia, alívio sintomático na úlcera péptica,
refluxo esofágico.
Contraindicação
Bicarbonato: Tratamento a longo prazo: aumento do PH → Co2 → aumento da secreção de
gastrina. O CO2 estimula a secreção de gastrina e eleva a produção da secreção ácida (HCL).
Antagonistas dos Receptores H2
Mecanismo de ação: Bloqueia o receptor da histamina (H2) → inibição competitiva.
inibem 60-70% da secreção total de ácido.
1. Cimetidina → é o que mais causa efeito no sistema p450
2. Ranitidina
3. Famotidina→ maior meia-vida plasmática (maior duração de efeito terapêutico)
4. Nizatidina → mais biodisponível
Interações com outros fármacos: Inibição de enzimas do sistema p450: Aumento da meia vida
da varfarina, fenitoína, antidepressivos tricíclicos, benzodiazepínicos e sulfoniluréias.
Farmacocinética:
Rápida absorção
Administração com com alimentos = redução da biodisponibilidade (50%)
Sofrem metabolismo de primeira passagem
Eliminação renal
Administração Oral:
Revestimento ácido resistente.
Desintegração no intestino
absorção rápida
Acúmulo nos canalículos secretores
Conversão para a forma ativa
Interações medicamentosas
Diminuição da acidez do estômago
Diminui a absorção de cetoconazol e digoxina.
Inibição de enzimas do sistema p450
aumento da meia-vida de:benzodiazepínicos, varfarina e fenitoína.
b) Compostos de Bismuto
Subsalicilato de bismuto → sofre polimerização e liga-se a úlceras pépticas, protegendo a
mucosa e evitando o aumento da úlcera.
bismuto forma camada protetora que recobre úlceras.
Fármacos antidiarréicos
Diarréia: Não é uma doença, é um sintoma cuja causa é variada, nesse quadro ocorre a
eliminação frequente 3 vezes ao dia com alteração na consistência que encontra-se líquida.
Acompanha cólicas, anorexia, náusea, vômito e inchaço. Pode ser causada por:
1. Infecção por vírus, bactéria ou parasita.
2. Intoxicação alimenar.
3. Reação adversa a medicamentos (antibiótico, laxante, quimioterápico, etc)
4. Intolerância a lactose
5. Doença Celíaca
6. Síndrome do intestino irritável (SII)
7. Problemas psicológicos
8. Consumo excessivo de álcool, café ou cigarro.
9. Colite ulcerativa.
10. Doença de Chron
11. Carcinoma intestinal
Antimotilidade
Opióide
Liga-se a receptores opióides μ no sistema nervoso entérico ativando-os
isso inibe a liberação de acetilcolina e prostaglandinas, diminuindo o peristaltismo.
Anticolinérgicos
Bloqueia receptores muscarínicos (impedindo a ação da acetilcolina).
Principais fármacos: Loperamida, Tintura de ópio, difenoxilato com atropina
Efeitos colaterais: Cefaléia, Constipação intestinal, Flatulência, Sonolência, Secura de boca
e mucosas, Retenção urinária e íleo, Tontura, Náuseas e vômito
Antissecretores
Mecanismo de ação → inibe seletiva e reversivelmente a enzima encefalinase, responsável pela
decomposição das encefalinas, resultando numa diminuição da secreção da água e eletrólitos
causada por toxinas ou inflamação. Não altera a secreção basal.
Racecadotrila, Compostos de bismuto
Efeitos Colaterais: Sonolência, Náusea, Vômito, Constipação intestinal, Vertigem, Cefaléia
Probióticos
Mecanismo de ação: auxilia na regeneração da microbiota intestinal por competição de
nutrientes e locais de adesão. Produzem compostos que inibem os microorganismos patógenos.
Principais fármacos: Cultura viva de bacillus, Lactobacillus acidophilus, Saccharomyces boulardii,
Saccharomyces cerevisiae.
Efeitos colaterais não são conhecidos, pode-se observar odor fermento nas fezes.
Adsorventes
São fármacos biologicamente inertes e, portanto, bastante seguros, atuam adsorvendo
microorganismos e toxinas ou alterando a microbiota intestinal ou revestindo e protegendo a
mucosa intestinal. Algumas resinas como a colestiramina também adsorvem sais biliares que
causam diarréia. Principais fármacos: Carvão ativado, Caulim pectina e hidróxido de alumínio,
Colestiramina, Colestipol. Efeitos colaterais: são quase nulos, porém interferem na absorção de
drogas e nutrientes.
Antiespasmódicos
c) Anticolinérgicos: bloqueia receptores muscarínicos (representantes: escopolamina,
diciclomina e homatropina)
d) Opióides → agonista opiáceo (representantes : papaverina e mebeverina)
e) Antagonistas dos canais de cálcio → impede a ação do cálcio (representantes: pinavério,
otilônio e trimebutina)
Efeitos colaterais: Cefaléia, Constipação intestinal, Flatulência, Sonolência, Secura de boca e
mucosas, Retenção urinária e íleo, Taquicardia, Tontura, Visão turva, Náusea e vômito,
Antiflatulento
Mecanismo de ação → reduz a tensão superficial das bolhas gasosas presentes no TGI,
desfazendo-as ou expleindo-as na forma de eructações (arrotos) ou flatos (pum).
Principais fármacos: Dimeticona, Simeticona
Não possuem efeitos colaterais por não serem absorvidos
ANESTÉSICOS LOCAIS
Dor
“É uma experiência desagradável, sensorial e emocional, associada ao dano real ou potencial
dos tecidos”. Ou seja, o componente psicológico também é um fator de influência na percepção
da dor. Ex.: algumas vezes, antes mesmo do procedimento, o paciente já sente a dor. Ela varia
de desconforto leve a excruciante e pode ser aguda ou crônica.
Anestésicos Locais
São drogas que provocam o bloqueio momentâneo do estímulo doloroso, causando uma perda
temporária da sensibilidade em uma área circunscrita do corpo. Essa perda é causada por um
bloqueio reversível da condução nervosa. A sua prática é regularizada por lei na Odontologia.
São medicamentos que saem do organismo sem causar prejuízos.
Parâmetros para a escolha dos anestésicos:
1. Tempo estimado
2. Possíveis problemas sistêmicos do paciente.
Os anestésicos locais possuem uma cinética invertida: são injetados diretamente no sítio de ação
para depois ir para a corrente sanguínea para ser eliminado, ao contrário dos fármacos em geral.
Há o bloqueio do canal de sódio -> não despolariza.
Não produz inconsciência.
São aplicados por injeção (no tecido e não no vaso) ou de forma tópica (indicados para
a mucosa).
Aumenta o limiar para a dor.
Como age o anestésico? Teoria do receptor específico: Vai obliterar os canais de sódio, de modo
que ele não consegue entrar, não havendo despolarização nem a propagação no estímulo
doloroso (Algumas horas após o procedimento, o anestésico sai e o estímulo volta a acontecer
sem causar nenhum tipo de dano).
Farmacologia dos anestésicos locais
São aminas, em sua maioria terciárias, que possuem uma parte hidrofílica e lipofílica,
unidas por uma cadeia intermediária. Estão disponíveis em forma de sal (cloridrato).
pKa: é a constante de dissociação, determina a velocidade que o anestésico se dissocia e o
que vai agir. Cada anestésico tem um pKa específico. Vai indicar o tempo de ação.
Quanto mais acidificado o tecido, mais difícil a difusão do anestésico, por isso tem
substâncias que aumentam o pH
É inversamente proporcional à Lipossolubilidade - RN (quanto maior o pKa, menor a
solubilidade) OBS.: pH é diretamente proporcional
Maior pKa, menor RN, menor moléculas lipofílicas, menor difusão (ação ruim)
Éster x Amida
Éster
Eram metabolizados no plasma. As gerações em cadeia da metabolização ocorriam no
sangue circulante, trazendo muita toxicidade sistêmica e alto potencial alergênico. Tinham
vários metabólitos que causavam alergia. Era necessária uma enzima
colinesteraseplasmática, ficavam circulando no sangue por dias sem conseguir ser
excretado.
o Plasma (pseudocolinesterase)
o Reações de toxicidade
o Reação alérgica - PABA (ácido para-aminogênico)
o Ausência da pseudocolinesterase
Amida:
o Mais complexa e tem metabolismo hepática
o Exceções:
▪ Prilocaina (que tem parte hepática + parte pulmonar)
▪ Articaina (Parte hepática + parte plasmática)
Excreção:
AL (vasodilatadores) e metabólito
↓ Diâmetro do vaso ↓absorção ↓nível plasmático ↑duração ↓quantidade ↓toxicidade
Vasos Constritores
Solução anestésica
Com ou sem vasoconstrictor? Sempre que possível usar o vasoconstrictor:
Vão diminuir o diâmetro do vaso, diminuindo a velocidade de absorção, diminuir a
quantidade de anestésico necessário e diminui a toxicidade (FOTO)
Tem que ter por conta da alta vascularização
Adrenalina
Considerado o mais eficaz e mais utilizado
Efeito em alfa e beta
Vasoconstricção: débito cardíaco, frequência cardíaca
Broncodilatação: força de contração, consumo de O2
Epinefrina 1:100.000 1:200.000
Noradrenalina
Pode provocar uma necrose de palato, causa isquemia: evitar aplicar.
Estimulação intensiva alfa
Vasoconstricção severa
Aumenta muito a pressão arterial (avc)
Isquemia/necrose
9x mais tóxica
Levonordefrina
Catecolaminas sintéticas
↓ estimulação cardíaca
[ ]= 1:20.000
Felipressina
0,03U/ml
Não simpaticomiméticos
Prilocaína
Efeito na musculatura lisa vascular
Não atua nos receptores adrenérgicos a e b
Gestantes (ocitotóxicas).
SAIS ANESTÉSICOS:
ANESTÉSICOS TÓPICOS:
Alta concentração
Propriedade vasodilatadora
Insolúvel em água
Tempo de ação: 1min. Pka: age em curto espaço de tempo.
1. Benzocaína:
Éster
Inadequada para injeções
Utilizada topicamente a 20%
Não é absorvida sistemicamente
2. Lidocaína:
Padrão ouro: o que se tem mais informações.
Amida
Adequada para injeções
Ex.:2% (2g a cada 100ml)
Emla: lidocaína+prilocaina (5%)
ANESTÉSICOS SISTÊMICOS:
GRUPOS DO ÉSTERES:
1. Esteres do ácido benzóico
2. Cocaína (tópico)
3. Benzocaína (tópico)
OBS.: Teto máximo por seção: depois de um nível, a quantidade de anestésico é o mesmo para
todos, não importando o peso do paciente. A capacidade metabólica de um fígado adulto é o
mesmo independentemente da idade.
CÁLCULO DE DOSAGEM:
Paciente de 60Kg deve receber 7mg/Kg de lidocaína a 2%, durante um procedimento de 90min?
2g-------100ml DMR:
1 tubete-----36mg
2000mg------100ml 7mg ------ 1Kg
X-----420mg
X ----------1,8ml (universal) X ----60 Kg
X = 11,6 tubetes
X = 36mg de lidocaína X = 420mg
Por isso, como termo mais abrangente, opta-se pelo uso de “antimicrobianos” pois
representa os fármacos que têm a capacidade de inibir o crescimento ou matar micro-
organismos causadores de infecções (bactérias, vírus, fungos e parasitos). Exemplos:
bactericidas, bacteriostáticos, antifúngicos, antiprotozoários, anti-helminticos, antivirais.
Conceitos importantes
• ANTIBIÓTICOS: são as substâncias químicas produzidas por microrganismos capazes de
inibir o crescimento ou destruir bactérias e outros microrganismos.
Classificação
Os antimicrobianos podem ser classificados de Estreito: eficaz contra
acordo com o: microrganismos gram(+) ou gram(-),
1. Espectro de ação mas não eficaz contra ambos.
a. Contra Gram + Ampliado: eficaz contra uma
b. Contra Gram – variedade de bactérias gram(+) e
c. Contra Gram + e Gram – (ação similar) gram(-).
d. Contra aeróbias Amplo: inibem bactérias gram(+) e
e. Contra Espiroquetas gram(-) e, frequentemente outros
microrganismos.
f. Contra fungos
g. Contra protozoários
h. Contra outros microrganismos (micobactérias, riquétsias, micoplasma e clamídias)
OBS:
Microrganismos Anaeróbios
As infecções por esses microrganismos são diferentes das causadas por bactérias porque:
1. Tendem ter coleções purulentas (pus) ou abcessos (odor fétido).
2. A tensão de O2, tecidos avasculares e necróticos
3. Falha da resposta à ATB prévia
4. Sinal Clínico - FEBRE
c. Atuam sobre a síntese dos ácidos nucleicos: impedem a replicação genética, síntese de
DNA. De interesse odontológico: Quinolonas (1 ª Geração) e Metronidazol.
Prevenção e Tratamentos
Em doenças microbianas pode-se usar mecanismos físicos e químicos como métodos de
tratamentos e prevenção de infecções:
Medidas mecânicas de controle microbiano: limpeza de cavidade, remoção de tecido
cariado (doença infecciosa instalada)
Terapia química de controle microbiano: uso de substâncias químicas para prevenir a
instalação ou tratar uma condição já instalada no paciente = Antimicrobianos
Escolha do antimicrobiano
A terapia antimicrobiana pode ser específica ou empírica:
Específica é executada mediante identificação do microrganismo por meio de teste
laboratorial ou quando a manifestação clínica é característica deste microrganismo;
Empírica, é guiada pelo possível agente infeccioso que é prevalente naquele tipo de
manifestação clínica - admite-se a terapia empírica, sobretudo se o prazo requerido para a
realização dos testes laboratoriais representar risco significativo ao paciente.
Antimicrobiano ideal
1. Deve ter espectro mais específico possível (não ser destruído por enzimas teciduais e/ou
bacterianas) os microrganismos mais agressivos têm a capacidade de produzir enzimas
capazes de destruir o antimicrobiano (ex.: betalactamase- destrói a amoxicilina).
2. Deve ter bom índice terapêutico e nível adequado no local da infecção (ex.: em tecido
necrótico- que tem pus- não chega adequadamente o antimicrobiano, por isso precisa
remover o tecido necrótico para que a circulação aconteça de forma adequada e consiga se
difundir)
3. Não deve apresentar resistência bacteriana
4. Deve melhorar a comodidade posológica
5. Deve ser acessível
6. Deve ser compatível com o estado clínico do paciente para provocar o mínimo efeito
adverso.
ANTIFÚNGICOS
Fungos
As doenças infecciosas causadas por fungos são denominadas micoses e, com frequência, são
de natureza crônica. As infecções micóticas podem ser superficiais (pele, como as
dermatomicoses) ou subcutâneas/sistêmicas (penetrar a pele, causando infecções como
meningite, candidíase, aspergilose pulmonar)
Candidoses Bucais
Doença fúngica bucal mais comum
Estomatite protética: afeta cerca de 65% dos idosos usuários de próteses totais (palato)
Mais comuns: C. albicans, glabrata, tropicalis, parapsilosis e krusei. Possuem
comportamento altamente virulentos e possuem natureza oportunista.
Estomatite protética (desenvolve em pessoas que usam prótese toral), quelite angular
(acúmulo de saliva no canto da boca pode causar acúmulo de microrganismo gerando
inflamação e pequenas fissuras em um ou ambos os cantos da boca).
Empiricamente a ciência já mostra a prevalência de albicans, não sendo necessário fazer
sempre o exame de coleta
C. albicans: forma biofilme sobre hidroxiapatita (mineral que compõe a estrutura
dentária) e rsina acrílina
Atenção: resistência medicamentosa da C. albicans a derivados acólicos, em pacientes
HIV positivos
Cândida spp. Resistentes ao fluconazol, cetoconazol e itraconazol
C. glabrata e C. krusei apresentaram resistência ao fluconazol
Fatores Predisponentes
As infecções por cândida provocam uma ruptura no equilíbrio biológico decorrente de
fatores fisiológicos, imunológicos, mecânicos ou patológicos.
Uso de medicamentos (antibióticos de amplo espectro, imunossupressores, fármacos
anticolinérgicos etc.
Imunodeficiência
Tratamentos quimioterapia e radioterapia
Antifúngicos
São substâncias que tratam doenças Antifúngico ideal
fúngicas. Atuam semelhante aos 1. Espectro de atividade amplo e ação
antimicrobianos de uma forma geral. fungicida
Grupo específico para a microbiota da 2. Diferentes formulações oras e
boca: Niastina e Azólicos. parenterais
3. Mínimas interações medicamentosas
Mecanismo de ação: 4. Seguro em doses eficazes
Existem os que atuam 5. Custo acessível
Na membrana no fungo 6. Importância conhecimento
Na síntese da parede celular farmacológico e Uso Racional: evolução e
(fungicidas) complexidade das
Na síntese de ácidos nucleicos 7. Infecções fúngica sistêmicas locais requer
(atuam no processo da replicação 8. Evolução dos fármacos antifúngicos
celular do fungo)
Na síntese de ergosterol (faz parte A primeira escolha do antifúngico deve ser,
do envoltório, impede que o fungo sempre, a tópica.
regenere lesões na superfície)
Classificação
1. Macrolídeos poliénicos (Anfotericina B, Nistatina),
2. Equinocandinas,
3. Azólicos (Imidazoles, Triazoles),
4. Análogos da primidina,
5. Aminas (Alilaminas),
6. Griseofunvina
Azólicos
Imidazólicos
Cetoconazol, Fluconazol, Miconazol. Atuam na síntese de ergosterol da membrana celular.
Possuem risco C de toxicidade – é contraindicado para gestantes e lactantes (não tem indicação
para uso sistêmico, gravidas e lactantes só podem usar o uso tópico).
Miconazol Cetoconazol Fluconazol
Daktarin ® Candoral, Cetonax, Nizoral ® Fluconal, Flunazol, Zoltec ®
Tópico: Gel 2% (5x/dia Comprimido: 200mg Suspensão e cápsulas
por 21 dias). Creme: 2% Cápsulas: 50, 100, 150 e
Pode ser usado em Criança: (VO 1x/dia) 200mg
bebês. Até 12 anos e 20 kg - 50mg Suspensão: 250mg/ml
20 a 40kg – 100 mg VO 1x/dia Dose AD:
Não possui forma sistêmica Acima 40kg – 200mg VO 1x/dia
50 a 100mg - VO por 14 dias
Tópico: Creme 2% (5x/dia 150mg VO por 21 dias
por 21 dias) Não indicado para crianças
Não indicado para crianças menores de 16 anos e idosos
menores de 2 anos. acima de 65 anos
Interações medicamentosas
• Ciclosporina (imunossupressor), zidovudina (antiviral) e fenitoína (anticonvulsivante):
aumenta a atividade drogas (aumenta a imunossupressão, altera a função do antiviral e
pode causar uma depressão
• Hidroclorotiazida (anti-hipertensivo) e rifampicina (antibacteriano): diminui a inibição
enzimática com o uso do fluconazol
• Bloqueadores H2 (antiácido): diminui a absorção com o uso do cetoconazol (precisa de
um meio ácido para ser absorvido, e o bloqueador H2 vai impedir o processo)
Efeitos adversos
• Hipersensibilidade: prurido e rash cutâneo
• Náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal
• Disfunção hepática
Poliênicos
Niastina
Fungicida, atua na síntese do esterol da membrana celular.
Não é absorvida no trato digestivo, diferente dos azólicos (por isso é mais seguro)
Micostatin®
Apresentações:
→ Suspensão Oral 100.000 UI ou 500.000 UI
→ Creme Vaginal 100000 UI (pode ser usado em via tópica).
→ Pastilhas 200.000 UI ou 500.000UI
→ Creme 20mg/g
→ Bochecho 2ml a 6ml; 4 a 5x/dia- 14 a 21 dias (ideal)
Bem tolerada em todos os grupos etários
→ Bebês, prematuros e lactantes – 1ml 4x/dia (Mínimo 14 dias e Máximo 21
dias)
→ Adultos e crianças 2ml e 6ml 4x/dia (Mínimo 14 dias e Máximo 21 dias)
Desaparecimento dos sintomas = deve-se manter por mais 48h
Gestação risco B (sem evidência de risco em humanos)
Reações adversas: diarreia, distúrbios gastrintestinais, náuseas e vômitos
(aparecem com o uso oral (em suspensão e em doses elevadas)
1. O método mais eficaz para o tratamento é o uso de antifúngicos convencionais por via tópica
2. O Miconazol e a Nistatina são os produtos mais efetivos
3. O esquema posológico com uso de 1 colher de chá ou 2,5ml de Miconazol gel a 2% ou da
suspensão de Nistatina 100000UI 4 vezes ao dia por 14 dias são os que exibem melhores
resultados
ANTIVIRAIS
Vírus
Os vírus, sendo parasitas intracelulares obrigatórios, têm a sua replicação diretamente
dependente dos processos de síntese da célula hospedeira. Por consequência, para que
possuam eficácia, quaisquer antivirais precisam ser ativos no interior da própria célula
hospedeira. Podem bloquear a entrada do vírus na célula, a sua saída ou inibir algum passo
importante no ciclo de replicação viral.
O conhecimento envolvido nos mecanismos da replicação viral forneceu uma compreensão das
etapas críticas do ciclo de vida dos vírus, que podem atuar como alvos potenciais da terapia
antiviral. Atualmente, há terapia antiviral para os herpes vírus, HCV, HBV, HPV, influenza e para
o HIV. Todos estes agentes possuem a propriedade em comum de serem virustáticos,
mostrando-se ativos apenas com o vírus em replicação e não afetando os vírus latentes.
Fluxograma da replicação:
Fixação do vírus nos
Síntese de proteínas Montagem de
receptores celulares
estruturais tardias partículas virais
de superfície
Desencapsulamento
Síntese de proteínas
do ácido nucleico
reguladoras precoces
viral
Mecanismo de ação:
→ Interfere na ligação das partículas virais as membradas das células hospedeiras
→ Inibição de receptor ou fator celular necessário para a replicação viral
→ Bloqueio de enzimas ou proteínas codificadas por vírus produzidas pelas células
hospedeiras essenciais à replicação viral
1. Prodrômico
2. Clínico Ativo (bolhas) – 48h
3. Reparatório
ANTIBACTERIANOS
A doença microbacteriana se instala quando ocorre um desequilíbrio na harmonia da
microbiota. Diagnóstico: o paciente com infecção apresenta astenia/prostração, febre, disfagia,
dispneia, taquicardia, edema, inflamação, presença de pus
Observações:
→ Normalmente, não se faz os exames de cultura com frequência, já que os resultados
demoram para serem liberados e o curso de uma infecção é muito rápida se disseminando
e causando uma infecção com maior repercussão se não for tratada imediatamente – logo
torna-se inviável pedir o exame de cultura e antibiograma
→ Só se prescreve esses exames se as terapias antimicrobianas previas não possuem eficácia
e assim deve-se utilizar o exame de cultura e antibiograma
β-Lactámicos
São antibióticos que possuem anéis betalactâmicos em sua estrutura (influencia na
resistência bacteriana). Continua sendo o antibiótico mais utilizado, devido ao seu amplo
espectro de atividade e relativa falta de toxicidade apesar de relativamente elevada
incidência de alergias. As bactérias já conseguem quebrar essa molécula, tornando-os, na
maioria das vezes, ineficaz.
Eles são compostos por 5 grupos de antibióticos: Penicilinas, cefalosporinas, carbapenens,
monobactâmicos e carbacefemas.
Penicilinas
Termo genérico para um grupo de antibióticos que compartilham um único núcleo de anel β-
Lactámicos, efeitos adversos semelhantes e mecanismo de ação parecido. Se diferenciam em
relação ao espectro bacteriano, farmacocinética e resistência às enzimas β-Lactamases.
Atuam na parede celular e são bactericidas → É uma droga com baixíssima toxicidade
sistêmica, já que o organismo humano não possui parede celular em suas células
É a primeira escolha para o tratamento de infecções na cavidade bucal, pois possuem maior
grau de especificidade (de espectro de ação) para os microrganismos da boca.
Efeitos adversos: tontura, dor abdominal, náuseas, vômito e diarreia (ATB mexem altamente
com TGI)
Reações de hipersensibilidade → Brasil: 2% da população possui reações de
hipersensibilidade a Penicilina
Origem natural ou semissintéticas (Semi = expostas aos mesmos fungos; obtidas
acrescentando-se precursores específicos ao meio nutritivo onde crescem os fungos das
Penicilinas naturais, fazendo com que eles mudem o seu comportamento).
Penicilinas naturais
São produzidas por fungos; BenzilPenicilina ou Penicilinas G; São mal absorvidas por VO →
Devem ser usadas obrigatoriamente por via parenteral (IM ou IV). Podem ser 3 tipos: Penicilina
G potássica cristalina, Penicilina G procaína; Penicilina G benzatina (benzetacil) – única ainda
utilizada no mercado
1 Penicilina G potássica cristalina:
1⁄2 vida muito curta – 20 minutos
Administração endovenosa por gotejamento contínuo
Ambiente hospitalar – uso restrito
Manutenção de níveis séricos adequados
2 Penicilina G procaína
Absorvida lentamente
Manutenção de níveis séricos por 12h-24h
600.000 a 1.200.00 UI por dia
Exclusiva via intramuscular - o que inviabilizou o uso, desconforto do paciente.
3 Penicilina G benzatina
Bezentacil ® - única utilizada ultimamente
Ainda menos solúvel: uma única aplicação pode manter níveis sanguíneos por várias
semanas
Dose única – 1.200.000 UI
Administração exclusiva por via IM
Penicilinas semissintéticas
Obtidas acrescentando-se percussores específicos ao meio nutritivo onde crescem os fungos
produtores das Penicilinas naturais, fazendo com que eles mudem o seu comportamento.
1 Penicilina V (FenoximetilPenicilina potássica)
1ª Penicilina semissintética introduzida no mercado (em forma de comprimido)
Possuíam espectro reduzido.
Ação contra Estreptococos gram-positivos, sendo estes presentes no Início de
infecções bucais.
Nome comercial: Pen-V - Oral
Comprimido: 500.000 UI (325 mg) – Outros países: 500 mg 6/6h – VO
Suspensão Oral: 600ml 6/6H – VO
2 Ampicilina
Espectro estendido aos cocos e bacilos gram-negativos, sendo discretamente menos
ativas em cocos gram-positivos.
Mal absorvida por VO – chegando no sítio de ação com uma dose bem menor que a
dose administrada
Deve ser administrada em jejum, pois os alimentos atrapalham sua absorção (deve
administrar 1h antes ou 2h depois das refeições)
Comprimidos ou capsulas de 500mg de 6/6 horas – via oral
Suspensão: 250mg/5ml – 6/6h
Mais usadas são as injetáveis devido à baixa absorção no TGI
IM: 2ml para 500 mg ou 3ml para 1g
EV: 5ml para 500mg ou 7,5 para 1g
3 Amoxicilina
Derivada da ampicilina
ATB mais prescritor pelos dentistas
Espectro estendido aos cocos e bacilos gram-negativos
Discretamente menos ativas nos cocos gram-positivas
Mais bem absorvidas por VO
90% da dose usual é bem absorvida
Referência: Novamox-Aché.
Comprimidos de 500mg, 875mg, 1000mg de 8/8 horas (12/12 horas de 1000mg) por
via oral
Suspensões 125mg/5ml; 250mg/5ml; 400mg/5ml; 500/5ml – 8/8 horas VO
Efeitos adversos: em geral bem tolerada
o Náuseas, vômitos, diarreia, prurido, e irritação gastrointestinal são mais
frequentes com doses maiores
o Podem ocorrer febre, eritema, reações anafiláticas, convulsões – condições
mais raras
Enzima Beta-Lactamase
Mecanismo de resistência das bactérias. Essa enzima é secretada, quebrando o anel
betalactâmico presente nas Penicilinas e cefalosporinas, fazendo com que o antibiótico perca
sua eficácia clínica.
Inibidores de beta-lactamases
É indicado quando o paciente tem uma resistência, provocado pelo uso exagerado de
amoxicilina ou quando o paciente diz, na consulta, que o remédio não funciona.
→ Pode vir associado ao remédio.
→ Ele não serve para ampliar a potência e aumentar o espectro do remédio associado.
→ Mais utilizados: inibidores de Gram +
Cefalosporinas
→ É a 2ª opção na fila das prioridades de ATB. Tem uso reduzido na odontologia e pode ser
administrado por via Endovenosa.
Macrolídeos
→ Mudança de protocolo para profilaxia (Guideline American Heart Association):
os Macrolídeos passam a ser a escolha para a pacientes alérgicos a Penicilina: Azitromicina.
Eritromicina
→ Está em desuso: não mais usado na prática odontológica, pois as bactérias têm um alto
índice de resistência a esse fármaco, o que o torna ineficaz nas infecções odontogênicas.
→ Possui uma grande quantidade de efeitos adversos no TGI, provocando toxicidade
hepática (estolato).
→ Referência: Eritrex®
→ Estearato de eritromicina:
o Drágeas 250 e 500mg 6/6h – VO;
o Suspensão 125mg/5mL ,250mg/5mL 6/6h – VO
→ Estolato de eritromicina:
o Cápsula ou Drágea 250 e 500mg 6/6h – VO
o Solução em gotas 5mg/gota 6/6h – VO; Suspensão 250mg/5mL 6/6h - VO
Azitromicrina
→ Referência: Zitromax® - Euroforma
→ Meia-vida bastante prolongada nos tecidos: ativas por até 10 dias, após 3 dias de uso.
→ Espectro de ação: um pouco mais amplo que Eritromicina em Gram-
→ A produção das beta-lactamases não tem efeito sobre a sua atividade.
→ Espectro de ação um pouco mais amplo que a Eritromicina em bactérias de Gram-
→ Excreção pelas fezes.
→ Oferece alto conforto posológico.
Lincosaminas
→ São medicamentos de quarta escolha na prática odontológica.
→ São derivadas da substância padrão: Lincomicina. Ela não possui indicação para uso
odontológico.
→ Tem ação bacteriostático.
Clindamicina
→ Principal droga utilizada na odontologia.
→ É uma droga bacteriostática, mas aumentando a dose pode se tornar bactericida.
Quinolonas
→ Drogas menos usadas na prática da Odontologia. Pertence aos grupos emergentes e
alternativos: utilizadas quando não há sucesso com os antibióticos prévios – é guardada para
uma necessidade de medicamento mais forte.
→ São derivados do ácido nalidíxico (subproduto da síntese da cloroquina, antimalárico)
→ Tem o maior espectro de todos. É bem eclético para os mais diversos tipos de infecções.
o Todas são ativas contra: enterobacter, proteus, morganella e Staphylococcus.
o A maioria é ativa contra: Pseudomonas, serratia, mycoplasma, clamídia.
→ A DMR depende da finalidade do uso.
→ Classificação: não ideia aumento do espectro.
1º. Geração: não são mais encontradas no mercado → Ácido nalidíxico, ácido oxolínico,
cinoxacino, rosoxacino.
2º. Geração: enoxacina, norfoxacina, ciprofloxacino (mais utilizada em odontologia),
ofoxacino.
3º. Geração: lomefloxacino, tosufloxacino, temofloxacino, fluxocino
4º. Geração: grepofloxacino, esporfloxacino, trovafloxacino
→ Farmacodinâmica
o Agem na síntese dos ácidos nucléicos do DNA – evitando a replicação do DNA
bacteriano
o Inibição do DNA-girase que evita a replicação da bactéria
→ Farmacocinética
o Vias de administração: oral e intravenosa
o Metabolização hepática
o Excreção pela urina e fezes
→ Indicações
o Infecções gastrointestinais
o Infecções das vias respiratórias
o Infecções dos ossos e articulações
o Infecções do trato urinário,
o DST’s (gonorreia)
o Infecções graves – com risco para a vida
o Infecções bucais
→ Contraindicações: gestantes, lactantes e menores de 18 anos - evitar já que o esqueleto
ósseo não está totalmente desenvolvido – recomendado pelo fabricante
→ Reações adversas: alteração gastrointestinal (devido ao alto espectro do medicamento
ocorrem alterações na microbiota residente intestinal), náuseas, diarreia, vômitos, dor
abdominal, convulsões.
→ Maior representante: Ciprofloxacino: comprimidos 500mg 12/12 horas VO - Cipro ®
Tetraciclinas
→ Drogas menos usadas na prática da Odontologia. Pertence aos grupos emergentes e
alternativos.
→ São drogas que já foram bastantes utilização na odontologia e hoje são utilizadas de forma
mais restrita e usadas, principalmente, nas doenças periodontais (utilizada na periodontia
por conta de sua especificidade de ação contra os germes ligados a bolsa periodontal).
→ Ótima absorção por via oral
→ Espectro mais amplo para determinadas penicilinas e macrolídeos
→ Inibem a síntese proteica bacteriana
→ Bacteriostáticas
→ Eficazes contra: Actinomyces, Actinobacillus, Fusobacterium, Clostridium,
Proprionibacterium, Eubacterium, Peptococcus
→ Depositam-se nos ossos e nos dentes (orofosfato é o metabólito que se deposita no esmalte
dos dentes quando esses dentes estão em fase de odontogênese) causando manchas
marrons e hipoplasia nos dentes (machas brancas, hipoplásicas, em todos os dentes)
o Por isso os antibióticos foram associados ao enfraquecimento dos dentes = MITO
→ Evitar em gestantes e crianças e adolescentes, pois possuem dentição mista e por conta do
potencial de impregnação nos dentes em formação, desse antibiótico, podem causar lesões
hipoplásicas
→ Principais representantes: Cloridrato de tetraciclina, Doxiciclina e Monociclina
Formas de apresentação
Cloridrato de tetraciclina
Cápsulas de 250mg e 500mg 6/6 horas VO
Doxiciclina
Drágeas de 100mg 6/6 horas VO;
Apresentação de gel a 20% – específica para terapêutica periodontal; Tópico
Comprimidos de 20mg (Periostat ®) – uso por semanas ou meses, estratégia dos
periodontistas para a dose, apesar de menor, ser continua no paciente.
Monociclina
Comprimido de 100mg 6/6 horas VO
Metronidazol
→ Drogas menos usadas na prática da Odontologia. Pertence aos grupos emergentes e
alternativos.
→ Mecanismo de ação: atuam na síntese dos ácidos nucleicos.
→ São bactericidas
→ Composto sintético, derivado do Nitroimidazol
→ Referência: Flagyl®
→ Eficácia sobre os microrganismos anaeróbios e Gram –
o Envolvidos nas infecções odontogênicas. Fase final: apresentam pus.
o Presente em infecções que já apresentam pus, são infecções crônicas com abcessos
crônicos, na maioria dos casos.
o Não agem contra bactérias aeróbias e microerófilas – os presentes em infecções
iniciais, em forma de celulite.
→ Também é usado como complemento da Penicilina (amoxicilina) (associação)
Maneira Empírica
Quando não se tem certeza das sepas que estão ali, mas tem uma ideia.
Não há exame, prescrito por suposição.
Específico
É feito um exame de cultura (indica quais bactérias estão presentes) e antibiograma
(quais são os antibióticos que funcionam naquelas bactérias).
É indicado um antibiótico baseado no exame.
Terapêutica x profilática
Terapêutica
Fazer o ciclo de 7 dias. Em casos específicos, é necessário o aumento para um
tratamento de 10 dias.
CIM: Concentração Inibitória Mínima
o A menor concentração de antibiótico capaz de inibir o crescimento de
microrganismo considerado.
o Se não tomar corretamente, pode ocorrer falha terapêutica.
o Manter as concentrações tissulares de ATB acima da CIM pelo maior tempo
possível
o Com a dose usual é preciso de um tempo da CIM
Estratégias de dosagem
Dose de ataque: resposta mais rápida para atingir o CIM com o menor tempo. Quando
de infecção aguda.
Dose profilática: Dose única previamente ao procedimento, para minimizar os efeitos.
Depende do agente antimicrobiano. Pode se confundir com a de ataque pois podem ter
as mesmas concentrações
Dose terapêutica
Bacteremia transitória:
o Ela é medida em termos de percentual do volume global do sangue
o Ex.: raspagem de tártaro causa entre 8-80% de bacteremia
o Colocação de grampo para isolamento causa 9-32%
o Manutenção do pico plasmático,
o O próprio sistema imune trata sozinho em pacientes sem doenças
Quando fazer?
Válvula cardíaca protética ou mate-rial:
o Presença de prótese vulvar car-díaca
o Reparo de válvulas cardíacas com aparatos, incluindo anéis ou dips
o Dispositivos de assistência de ventrículo ou corações implan-táveis
Endocardite prévia, recidivada ou re-corrente
Portadores de doença cardíaca con-gênita
o Doença cardíaca não repa-rada e danótica
o Defeitos cardíaco congênitos reparados om aparatos protéti-cos
o Doença cardíaca congênita reparada com defeitos residu-ais junto os aparatos
protéticos
o Válvula de artéria pulmonar ins-talada cirurgicamente
Transplante do coração que desen-volvem valvulopatia
ANTISSÉPTICOS BUCAIS
São substâncias com ações específicas para o controle do biofilme. Tem ação antimicrobiana e
de higienização na cavidade bucal. Remove e previne a formação de biofilme. São capazes de
auxiliar na prevenção da proliferação de microrganismos a partir do controle do biofilme.
Porém, o padrão ouro para a higiene bucal sempre será a mecânica.
Antisséptico ideal:
Precisa ser específico para microrganismos patogênicos, poupando o que é biológico.
Eficácia. Deve ser eficaz (ser capaz de promover o controle)
Segurança. Deve ser seguro (menor toxicidade)
Estabilidade. Deve ser estável para se manter ativo na cavidade bucal, com os líquidos
bucais.
Substantividade. Deve ser capaz de se aderir as células de hidroxiapatita e ficar
desenvolvendo sua ação por um tempo.
Importante: não existe antisséptico que atenda a todas essas características.
Alguns contêm álcool para ter mais estabilidade. Essas soluções são contraindicadas para
crianças, pacientes com mucosite, pacientes que receberam irradiação de cabeça e pescoço,
pacientes imunocomprometidos e alcoólatras.
Indicações
Eles são indicados para:
Pacientes com falta de habilidade manual, como complemento da escovação
Pacientes com alterações sistêmicas (imunodeficiência)
Pré e pós-operatório para a redução carga microbiana (cirurgias, dentística, anestesias)
BISBIGUANIDAS - CLOREXIDINA
Mecanismo de ação: substantividade (permanecia da substância na cavidade bucal por
um maior período de tempo)
O tempo varia de 30-40% até 1 hora dentro da cavidade bucal
Bisbiguanidina dicatiônica (+): impede que as células promo-vam um reparo na
superfície, e rompe a parede celular (morte celular)
Vantagens: substantividade (12horas)
o Gram – e +, leveduras, fungos e vírus (HIV e HPV)
o Redução do biofilme dental de 50-55%
o Redução gengivite em 45%
Desvantagens:
o Manchamento dos dentes
o Perda do paladar
o Estímulo da formação do cálculo supragengival
o Erosão da mucosa oral
É reversível ao suspender o uso
Posologia:
o Clorexidina 0,12%- 15ml- 2x/dia
o Clorexidina 0,2%- 10ml- 2x/dia
o Clorexidina 2%- extra bucal
Apresentação: Colutórios, Gel, Spray, Dentifrício, Vernizes
FENÓIS – TRICLOSAN
Mecanismo de ação: Ruptura da membrana plasmá-tica e perda do conteúdo celular
Posologia:
o Triclosan 0,03% e 0,2% (Gantrez-citrato de zinco, polivnilmetil éter e ácido maléico)-
4x/dia
o Substantividade 5-8h
Obs.: GRAM 3 triclosan associado a es-sas substâncias, para melhorar a ação do triclosan.
Não interfere na substanti-vidade
Apresentação: Colutório, Dentrifício
Ex.: colgate total 12 (pasta com triclo-san, “plus” ao creme dental pois ele também controla
o biofilme)
Vantagens:
ANALGÉSICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS
DOR
Experiência “sensorial e emocional” desagradável, que varia desde um desconforto leve a
excruciante, associada a um dano efetivo ou potencial dos tecidos, devendo sempre ser
considerada a partir do autorrelato daquela pessoa que refere estar sentindo a dor, sendo
fundamental acreditar no paciente para poder ajudá-lo. Se expressa através de uma reação
orgânica e/ou emocional.
Nociceptores:
• Sensibilização
• Estímulos
• Hiperalgesia (sensibilização ao mínimo estímulo).
o Maior concentração de substratos na MEC, impulsos nervosos contínuos
gerados, chegam ao SNC, amplificação e manutenção da sensação nervosa.
o O aumento dos mediadores químicos infamatórios do metabolismo do ácido
araquidônico causa essa hiperalgesia
Intensidade da Dor
1. Escala visual análoga (EVA): escala de 0 a 10 para ter uma noção mais fiel do real.
2. Interpretar o contexto da dor: correlacionar o olhar clínico com o que o paciente está
relatando. Fazer as perguntas:
a. O fator causal justifica o quadro relatada?
b. Os sinais e sintomas são compatíveis com o exame físico?
Inflamação
Resposta protetora imediata que ocorre nos tecidos circunjacentes, sempre que há lesão ou
destruição celular. É fundamental à sobrevivência. Presente em: traumas, infecções, reações à
Cascata inflamatória
Os produtos da via
Cicloxigenases causam dor
no paciente. Os produtos
da via Lipoxigenase
causam edemas.
Analgésicos
→ É a linha de frente para o combate da dor.
→ Inativam os mediadores químicos inflamatórios que já foram produzidos: não inibem a
produção dos subprodutos.
→ Classificação
o Analgésicos não narcóticos (ação periférica): Dipirona e Paracetamol
o Analgésicos narcóticos (ação central): Codeína e Tramadol
1. Dipirona
→ Sódica e Potássica
→ Tem elevada atividade analgésica e antipirética (previne e reduz a febre)
→ Tem reações adversas e contraindicações relacionados à hipersensibilidade e
discrasias sanguíneas.
→ Referência: Lisador®, Anador®, Novalgina®
→ Doses recomendadas/usual:
o Comprimido: 2g ao dia, dividido em 4 doses (6h/6h) → (máximo de 4g/dia)
o Gotas: adulto: 500mg/mL; mínimo 1mL – 6h/6h (padrão: 1mL = 20 gotas)
2. Paracetamol
→ Propriedades AL modestas – analgésico e antipirético
→ Efeitos analgésicos e AP semelhantes à aspirina
→ Maior toxicidade hepática: a biotransformação desse fármaco é altamente pesada.
→ Associação com o COX-3
→ Referência: Tylenol®
3. Codeína
→ Opióide fraco, de ação Central
→ Derivado da morfina
→ Associação: Paracetamol + Codeína (Tiley®)
→ Posologia: 7,5, 15, 30mg VO 6h/6h
→ Indicação para dores moderadas
→ PRO FARMACO – depende da enzima CYP2D6 (Polimorfismo Genético) – converte a
codeína em morfina.
→ Contraindicado para asmático, pois provoca a brancoconstricção.
4. Tramadol
→ “fim da linha” em nível ambulatorial. Caso a dor persista, é necessário o
internamento.
→ Opióide moderado, de ação central.
→ Atua sobre células específicas da medula espinhal e cérebro
→ Indicado para dores moderadas a severas.
→ Posologia:
o Cápsulas ou ampolas: 50 e 100mg VO/EV
o Gotas: 100mg/mL 12h/12h ou 8h/8h
→ Reações adversas: hipersensibilidade e náusea/vômitos.
Inflamação
→ É um processo fundamental para a sobrevivência, até certo ponto. Processo fisiológico é
diferente de processo patológico.
→ Os mediadores químicos que influenciam nos sinais e sintomas.
Por que tomar o anti-inflamatório, para inibir a inflamação, se é um processo fundamental?
Para tratar inflamações patológicas, que ultrapassam os limites fisiológicos.
→ O processo inflamatório é diretamente proporcional ao trauma sofrido.
Analgesia
Prevenção e manejo da dor
Duração do tratamento:
Dor pós-operatório odontológico: 24 horas com pico entre 6-8 horas.
Edema pós-operatório odontológico: Mais presente dentro das 36-72h pós-op com pico
dentro da janela de 3 dias.
Não há evidência em prescrever acima de 4-5 dias de procedimento – pode mascarar um
processo patológico e não há necessidade.
Medicamentos:
1. Diclofenaco
Inibidores não seletivos COX-2
Seletividade 2-3x maior para COX2
Desvantagem: desconforto gastrointestinal – deve ser ingerido com alimentos.
Posologia: 50mg ou 10 mg VO, IV (diluído em soro) ou IM (doloroso).
2. Ibuprofeno
Inibidores não seletivos COX-2
Anti-inflamatório/analgésico de maior uso nos EUA depois do AAS.
Menores ricos de distúrbios hemorrágicos.
Uso indicado em pediatria.
Posologia:
o 400mg de 6/6h ou 600mg de 12/12h VO DMR: 2.400 mg.
o Gotas: Cada gota tem 50mg -1 gota/kg.
3. Nimesulida
Inibidores seletivos COX-2
Maior seletividade, características peculiares e especificidade boas para processos
de origem odontogênica
Causam mínimo de desconforto gastrointestinal, menores riscos de distúrbios
hemorrágicos
Posologia 100mg 12/12h VO ou 8/8h e também existe o de 200mg 24/24h.
4. Prexige
Inibidores altamente seletivos COX-2
Causou reações adversas – AVC, hepatite medicamentosa em números perigosos
Suspenso o uso no brasil
Posologia: 400mg (Coxibe) e 120mg (Eterocoxibe)
5. Celecoxibe
Inibidores altamente seletivos COX-2
Celebra VO, 100 e 200mg de 12/12h.
Restrito em gravidez e lactentes
6. Etoricoxibre
Inibidores altamente seletivos COX-2
Arcoxia VO, 60 e 90 mg de 24/24 h
7. Parecoxibe
Inibidores altamente
seletivos COX-2
Uso hospitalar IM ou IV,
20 e 40mg de 12/12h 🡪
DMR: 80mg/dia.
Anti-inflamatórios esteróides
→ Atuam inibindo as fosfolipases/lipoxigenase
(enzima): impedem a produção dos
mediadores químicos.
→ Atuam no edema e na inflamação.
→ Indicado para procedimentos odontológicos
mais invasivos: procedimentos que são mais
prováveis de ter dor, edema e trismo no pós-
operatório.
→ Principal indicação clínica dos
corticoesteróides.
→ Focar numa terapêutica medicamentosa que possa evitar isso.
→ Farmacocinética
o Bem absorvidos pelo trato gastrointestinal (tem diversas formas terapêuticas)
o Absorção no sítio administrado
o 90% dos circulantes ligados a proteínas plasmáticas
o Metabolismo hepático: importante ter cautela em pacientes hepáticos.
o Possui excreção renal.
→ Indicações:
o Prevenção de hiperalgesia
o Controle de edema inflamatório
o Ação anti-inflamatória tópico.
→ Analgesia Preemptiva: administração do fármaco antes do trauma (exemplo, antes de uma
cirurgia invasiva), para quando a cascata for iniciada, já ter o fármaco inibindo o processo.
Dose de corticoide 1hora antes do procedimento. O paciente será beneficiado no pós-
operatório.
→ Uso
o Prolongado
▪ Maior ocorrência de efeitos adversos
▪ Efeitos na pele (estrias, calvície, acúmulo de gordura visceral na face,
excesso de acne) → usuários crônicos de corticoides apresentam acúmulo
de gorduras, pobre processo de reparo de cicatriz, fragilidade etc.
▪ Síndrome de Cushing.
▪ É necessário o processo de desmame quando passa a ser usuário crônico (+
de 3 semanas de uso ininterruptos).
o Na odontologia:
▪ Da forma como é usado, não causa muitos efeitos adversos.
▪ É importante colocar na balança os benefícios e malefícios.
▪ Quando bem indicado, só há benefícios.
→ Efeitos adversos:
Neurológicos Insônia, agitação, síndrome de absti-nência
Infecciosos Aumento da inci-dência de infecções oportunistas
Vasculares Hipertensão, au-mento de risco de doença aterioscle-rótica
Pele e mucosa Atrofia
Esqueléticos Diminuição absor-ção Ca++m osteo-porose
Musculares Miopatias, atrofia
Metabólicos Intolerância à gli-cose, obesidade, hi-pertrofia
Reprodutivos Hipogonadismo, úl-ceras pépticas
Oculares Catarata
→ Suspensão de uso
o Desmame da medicação: é necessário diminuir gradativamente p as suprarrenais
poderem readquirir a produção dos corticoides endógenos
o Uso prolongado: inibe produção natural de cortisol pela suprarrenal
o Muito tempo de inibição: demora à retomada de produção (até 3 semanas)
o Paciente em estado de insuficiência suprarrenal: choque circulatório, coma e óbito.
→ Efeitos da retirada dos corticoides:
o Perda de peso
o Dor e nódulos pruinosos cutâneos
o Conjuntivite transitória bilateral
o Pseudo-reumatismo esteroide (anorexia, náusea, letargia, dor articular e dor e
fraqueza muscular)
o PREDNISONA:
▪ Duração: intermediária
▪ Forma: oral
• Deltasone: 5-60mg/dia, via oral, 1, 2 5, 10 mg
• Orasone: 5-60mg/dia
o PREDNISOLONA:
▪ Duração: intermediária
▪ Formas: oral (pomada, bochecho) e tópica
• Predsim: 5-60mg/dia, VO, 20 e 40mg
• Econopred: 1-2 gotas, oftálmica, sus-pensão 0,12 a 1%
• Predsim:3mg/mL, VO
o TRIAMCINOLONA:
▪ Duração: intermediária
▪ Forma: tópica
• Omcilom-A orabase: 2-3 vezes/dia, via tópica, pasta
• Kenalog orabase: 2-3 vezes/dia, via tó-pica, pasta
o DEXAMETASONA:
▪ Duração: prolongada
▪ Mais utilizado na odontologia
Considerações finais
Analgésicos, AINES, AIES podem ser melhores aliados ou piores inimigos no controle da
dor e da inflamação.
É importante avaliar cada caso isoladamente e escolher o fármaco que se adeque às
necessidades do seu paciente.
É obrigação do profissional de conhecimento do mecanismo de ação, interações
medicamentosas, efeitos adversos e contraindicação de cada fármaco.