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FARMACOLOGIA PARA

ENFERMAGEM

Facilitadora - Profª Enfª. Elenilda Farias de Oliveira


Mestre em Patologia Humana

NOME: ..........................................................................................................................................

2ª edição 01/2016
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ÍNDICE

1 – AULA 1 – INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS EM FARMACOLOGIA...................2

2 - AULA 2 - FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA................................................10

3 - AULA 3 - FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO.............................30

4 - AULA 4 - FARMACOLOGIA DOS ANTIDEPRESSIVOS (SNS) .........................................40

5 - AULA 5 - FARMACOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO................................................43

6 – AULA 6 – FARMACOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR E RENAL ..............50

7 – AULA 7 – FARMACOLOGIA DOS CONTRACEPTIVOS...................................................59

8 – AULA 8 – FARMACOLOGIA DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS....64

9 – AULA 9 – FARMACOLOGIA DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS..............69

10 – AULA 10 – FARMACOLOGIA DOS OPIOIDES.................................................................71

11 – AULA 11 – FARMACOLOGIA DOS ANTIBIÓTICOS......................................................74

REFERÊNCIAS................................................................................................................................85

Profª Msc. Enfª Elenilda Farias de Oliveira


didafarias@yahoo.com.br
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AULA 1 – INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS EM FARMACOLOGIA

FARMACOLOGIA

Conceito: Objetivo:
Estudo das substâncias que interagem com
sistemas vivos por meio de processos Entender os princípios que regem a
químicos, ligando-se especialmente a natureza dos fármacos, modos de
moléculas reguladoras e ativando ou inibindo administração, ações e eliminação pelo
processos corporais normais. organismo.

Resultado do efeito benéfico e maléfico:

A recuperação ou a manutenção da saúde de pacientes com alterações agudas ou crônicas é feita


usando-se uma diversidade de estratégias. O medicamento é uma substância utilizada para o diagnóstico, o
tratamento, a cura, o alívio ou a prevenção de alterações da saúde.
O enfermeiro tem uma função importante na preparação e na administração da medicação, na
orientação a respeito do medicamento e na avaliação da resposta do paciente ao medicamento (POTTER,
2006).

CONCEITOS
 Droga: Qualquer substância química, exceto alimentos, capaz de produzir efeitos farmacológicos, ou
seja, provocar alterações em um sistema biológico.
 Fármaco: São drogas dotadas de ações farmacológicas = sinônimo de droga.
 Medicamento: É toda preparação farmacêutica contendo um ou mais fármacos, capazes de curar,
prevenir ou diagnosticar uma enfermidade.
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 Forma farmacêutica: Forma de apresentação do medicamento: comprimido, drágea, pílula, xarope,


colírio, etc.
 Remédio: É toda substância ou medida utilizada para curar uma determinada enfermidade.
 Tóxico: É toda droga que ingerida ou aplicada externamente, e que sendo absorvida, determina a morte
do indivíduo, ou coloca sua vida em risco.
 Posologia: Estuda a dosagem dos medicamentos, e a frequência com que estes devem ser
administrados.
 Farmacoterapia: Tratamento com utilização de medicamentos.
 Terapia: Conjunto de medidas que trata, alivia ou cura os pacientes.
 Iatrogenia: Problemas ou complicações resultantes do tratamento clínico ou alteração patológica
provocada por tratamento médico errôneo não intencional.

NATUREZA DAS DROGAS


 Natureza física:
o Sólidas, líquidas, gasosas X administração
 Tamanho:
o Peso Molecular e seletividade por receptores
 Reatividade e ligação droga-receptor
 Ligações:
o Covalentes, eletrostáticas, hidrofóbicas
 Forma das drogas:
o Droga/receptor: chave/fechadura
 Planejamento racional de drogas:
o Conhecer o receptor para planejar a droga

FATORES QUE DETERMINAM A INTENSIDADE DE UMA RESPOSTA

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TIPOS DE AÇÃO DOS FÁRMACOS NO PACIENTE:


 Efeitos terapêuticos: resposta esperada.
 Efeito tóxico: uso prolongado ou prejuízo no metabolismo ou da excreção.
 Reações Alérgicas (leve a grave): Sensibilidade imunológica.
 Efeitos colaterais: são não intencionais.

VARIAÇÃO INDIVIDUAL

PRINCÍPIOS FARMACODINÂMICOS
 Tipo de interação droga-receptor:
o AGONISTA
 Substância que se liga ao receptor mimetizando o efeito biológico
o ANTAGONISTA
 Substância que se liga ao receptor sem produzir efeito (não simulam o efeito) por si, porém
interferem na ligação dos agonistas endógenos ou exógenos (contrapõe-se ao efeito do
agonista)
o AFINIDADE
 Capacidade da substância em unir-se ao sítio receptor e produzir um complexo estável
o ATIVIDADE INTRÍNSECA
 Capacidade da droga de ativar o receptor após ligada
 Agonistas: têm afinidade pelo receptor e atividade intrínseca.
 Antagonistas: têm afinidade pelo receptor mas não têm atividade intrínseca

VANTAGENS DAS FORMAS FARMACÊUTICAS


 Administração em doses exatas
 Proteção contra suco gástrico
 Proteção contra 02 e umidade
 Mascarar sabor ou odor (edulcorantes)
 Formas líquidas para substâncias insolúveis (suspensões)
 Soluções – preparações líquidas
 Forma de liberação prolongada – ajuste do tempo de ação
 Ação adequada para drogas tópicas
 Facilitar a colocação em orifícios (supositórios)
 Facilitar a deposição nos tecidos (injeções)
 Ação adequada pela terapêutica inalatória
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EXEMPLOS DE FORMAS FARMACÊUTICAS


 Uso interno – via oral
o Sólidos:
 Pós
o Aglomerados:
 Pílulas, pastilhas, comprimidos, cápsulas, drágeas
o Líquidos:
 Soluções
 Simples, compostas, xaropes, elixires
 Dispersões
 Emulsões, suspensões
 Uso externo
o Cutâneo:
 Pomadas, cremes, géis; pastas; loções
o Retal:
 Supositórios
o Vaginal:
 Óvulos, geléias, cremes
o Oftalmológico
o Otorrinolaringológico
 Uso parenteral
o Grandes volumes (nutrição)
o Pequenos volumes
 Ampolas, injeções
 IM, IV, intra-raquidiano
o Contraste radiológico
o Intradérmico
 Outros
o Aerossol
o Adesivo Transdérmico
o Anel
o Liofilizados

FORMA DE APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS


 Cápsula – É constituído de gelatina com medicamento internamente de forma sólida, semi-sólida ou
líquida, sendo usado para facilitar a deglutição e a liberação do medicamento na cavidade gástrica.
 Comprimido – É o pó comprimido com um formato próprio, sendo redondo ou ovalado, podem trazer uma
marca, como sulcos que facilitam sua divisão em partes; além da droga primária eles podem conter
substâncias ligantes (quem mantêm o pó aderido), desintegrantes (que facilitam a dissolução), lubrificantes
(para facilitar manufatura) e excipientes (para conferir o tamanho adequado ao comprimido).
 Drágea – O comprimido é revestido por uma solução de queratina composta por açúcar e corante,
proporcionando melhora na sua liberação entérica, sendo usado para facilitar a deglutição e evitar sabor e
odor característico do medicamento.
 Comprimido de revestimento entérico - De uso oral revestido com materiais que não dissolvem no
estômago; os revestimentos são dissolvidos no estômago.
 Elixir – É uma solução que, além do soluto, contém 20% de açúcar e 20% de álcool;

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 Emulsão – É composta por dois tipos de líquidos imiscíveis, que não se misturam, sendo caracterizados
pelo óleo e água.
 Pó – O pó apresenta-se de forma a ser diluído em líquido e dosado em colher ou em envelopes em
quantidades exatas;
 Suspensão – É uma mistura não homogênea de uma determinada substância sólida e um líquido, em que a
parte sólida fica suspensa no líquido;
 Xarope – É uma solução que contém um soluto e um solvente e 2/3 de açúcar.
 Tintura - Solução da droga em álcool ou álcool hidratado.
 Gel – É uma forma semi-sólida, colóide, que proporciona pouca penetração na pele;
 Loção – São líquidos ou semi-líquidos que podem ter princípios ativos ou não, geralmente são usadas para
uso externo.
 Creme – Tem uma forma semi-sólida, possui consistência macia e mais aquosa, com boa penetração na
pele.
 Pomada – Possui forma semi-sólida de consistência macia e oleosa proporcionando pouca penetração na
pele.

OITO CERTOS DA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS


 Paciente certo
 Medicação certa
 Validade certa
 Dose certa
 Diluição certa
 Via certa
 Horário certo
 Registro certo

SISTEMAS TERAPÊUTICOS
 Tratamento específico
o Atua na causa da doença
 Tratamento de suporte ou apoio
o Falta de diagnóstico preciso X necessidade de tratar
o Medicação sintomática, alimentação orientada, repouso, controle de ambiente, psicoterapia
 Terapêutica empírica e popular
o Bom censo
 Placeboterapia
o Efeito psicológico
o Usos clínicos
 Controle de ensaios clínicos
 Eliminação de tendenciosidade
 Medicina alternativa e complementar
 Homeopatia, fitoterapia

SISTEMAS EFETORES
Eventos que ocorrem desde a ativação ou inativação de receptores superficiais e intracelulares até a
resposta biológica.

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 Sistemas efetores:
o Adenilato-ciclase (AMPc)
o Guanilato-ciclase (GMPc)
o Fosfolipase (IP3)
 2° mensageiro: substância química intracelular, formada pelo 1° mensageiro e que desencadeia
respostas intracelulares

CONCEITOS IMPORTANTES

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Concentração

20

15

10

Tempo

 Nível de equilíbrio: Estado em que a taxa de eliminação de um fármaco venha a contrabalançar sua
taxa de entrada após atingir níveis plasmáticos estáveis ou tempo necessário para que a velocidade de
eliminação fique em equilíbrio com a velocidade de administração.
Estado de equilíbrio = 5,0 a 7,0 vezes a meia-vida
Concentração

25

20

15

10

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Meia-Vida

 Dose: quantidade adequada de uma droga que é necessária para produzir certo grau de resposta em
determinado paciente.
 Dose eficaz média (DE50): dose em que 50% da população apresenta um efeito específico.
 Depende da medida de eficiência usada: DE50 da aspirina para dor de cabeça ≠ DE50 da aspirina
como anti-reumático.
 Dose de ataque: dose única suficiente para elevar rapidamente a quantidade de droga no corpo até a
concentração terapêutica.

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 Dose de manutenção: dose menor que a dose de ataque que mantém as concentrações tissulares e
sanguíneas no nível terapêutico
 Dose letal: leva o organismo a falência (morte) generalizada.
 Dose máxima: é a maior quantidade de uma droga capaz de produzir efeitos terapêuticos.
 Dose mínima: é a menor quantidade de uma droga capaz de produzir efeitos terapêuticos.
 Dose tóxica: é a maior quantidade de uma droga que causa efeitos adversos.

 Nome químico: diz respeito à constituição da droga.


 Nome genérico: é usado para identificar uma substância ativa pertencente a uma classe particular. A
utilização do nome genérico diminui sensivelmente o problema na identificação dos medicamentos,
evitando a confusão gerada pela existência de vários nomes de fantasia para um mesmo produto. Por
outro lado, apresenta-se como alternativa no uso do nome químico. Como forma de padronizar os
nomes genéricos utilizados no Brasil, estes devem seguir a chamada Denominação Comum Brasileira
(DCB). Ex: novalgina.
 Nome fantasia: é aquele registrado e protegido internacionalmente e que identifica um medicamento
como produto de uma determinada indústria. Um mesmo medicamento pode ser comercializado sob
muitos nomes de fantasia. A expressão "nome de fantasia" nada tem a ver com as características
químicas ou farmacológicas dos medicamentos. São criados mais em função de uma identificação
comercial dos produtos. Ex: anador.
 Medicamento de referência: medicamento inovador registrado no órgão federal responsável pela
vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas
cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro.
 Medicamento genérico: medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que pretende ser
com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou
de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, é o medicamento
bioequivalente ao Referência.
 Medicamento similar: aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma
concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é
equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo
diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade,
embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou
marca e não é considerado bioequivalente.

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REAÇÃO ADVERSA AO MEDICAMENTO (RAM)


É qualquer resposta a um medicamento que seja prejudicial, não intencional, e que ocorra nas doses
normalmente utilizadas em seres humanos para profilaxia, diagnóstico e tratamento de doenças, ou para a
modificação de uma função fisiológica (ANVISA, 2004).

INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA
Relação entre o medicamento e uma substância ou patologia.
 Sobredosagem relativa: ocorre quando um fármaco é administrado em doses terapêuticas, mas apesar
disso, atinge concentrações superiores às habituais causado por modificações na farmacocinética.
 Efeitos colaterais: são efeitos inerentes a própria ação do medicamento, porém seu aparecimento é
indesejável em determinado momento.
 Efeitos secundários: não se deve a ação farmacológica principal do medicamento; são sim consequência
do efeito desejado.
 Hipersensibilidade: decorre de sensibilização prévia do indivíduo a uma substância estranha ao
organismo, mediada por mecanismo imunológico. Compreende reações cuja intensidade não está
relacionada com a dose administrada. Podem ser leves e benignas graves com risco para vida.
 Tolerância: É o fenômeno pelo qual a administração repetida do medicamento, na mesma dosagem,
diminui progressivamente a intensidade dos efeitos farmacológicos. Assim, para a manutenção desses
efeitos há necessidade de se aumentar progressivamente a dose.
 Síndrome de abstinência: necessidade contínua do uso da droga; aparece após interrupção abrupta do
fármaco que causam dependência física, podendo ser interpretada como caso particular de reação de rebote.
 Dependência: necessidade contínua de usar a droga para evitar a síndrome de abstinência.

CLASSIFICAÇÃO DAS RAM


 LEVES: não requer suspensão do medicamento.
 MODERADAS: exigem modificação da terapêutica. Podem prolongar a hospitalização.
 GRAVES: potencialmente fatais, requerem a interrupção da administração do medicamento, tratamento
específico e hospitalização.
 LETAIS: que contribuem direta ou indiretamente para a morte do paciente.

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AULA 2 – FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA

FARMACOCINÉTICA: FARMACODINÂMICA:
Estuda as ações do organismo sobre a droga. Estuda
quantitativamente a cronologia dos processos metabólicos da Estuda as ações da droga sobre o organismo.
absorção, distribuição, biotransformação e eliminação. Estuda as ações e os efeitos que o fármaco
Exemplo: Captopril: É administrado por via oral, 60 a 75% provoca no organismo, ou seja, o mecanismo
da dose se absorve no tubo digestório, alcançando de ação das drogas.
concentrações plasmáticas máximas em aproximadamente 1 Exemplo: Adrenalina: Interage com os
h. Une-se, aproximadamente, 30% às proteínas plasmáticas. receptores adrenérgicos, mediada pela proteína
A biodisponibilidade é reduzida quando se administra com G, ocorre estimulação da adenilciclase ligada à
alimentos. Atravessa a barreira placentária e se encontra no membrana plasmática que leva ao aumento do
leite materno em uma concentração de 1% das concentrações AMPc celular, resultando em estimulação
sanguíneas maternas. Se excreta, pela urina... cardíaca, glicogenólise hepática,
1. Vias de administração hiperglicemia....
2. Absorção 1. Local de ação
3. Biodisponibilidade 2. Mecanismo de ação
4. Meia vida 3. Relação entre dose e efeito
5. Distribuição 4. Efeitos
6. Biotransformação 5. Variação das respostas ás drogas
7. Eliminação

IMPORTÂNCIA
 Determinação adequada da posologia
 Reajuste da posologia
 Interpretação de resposta inesperada do medicamento
 Melhor compreensão da ação das drogas
 Posologia em situações especiais (insuficiência renal, hemodiálise)
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 Pesquisa de aspectos farmacocinéticos de novas drogas

FARMACOCINÉTICA

1 - VIA DE ADMINISTRAÇÃO DOS FÁRMACOS


 Fatores que influenciam a escolha de uma via:
o Natureza química do fármaco
o Efeito local ou sistêmico da droga
o Metabolismo / idade
o Comodidade / conveniência
o Tempo de ação
o Duração do tratamento
o Obediência do paciente ao regime terapêutico
 É o local escolhido para administração de um medicamento para que ele exerça seus efeitos de modo
local ou sistêmico.
 Em geral, a via escolhida é aquela que permite obter maior disponibilidade e uma concentração mais
adequada.
o Que seja de fácil administração
o Baixo custo
o Riscos diminuídos
o Que não cause desconforto ao paciente
 A via de administração em geral influencia significativamente a velocidade, duração e intensidade dos
efeitos

ADMINISTRAÇÃO ENTERAL

ORAL
 Via mais comum. Sujeita a vários fatores que podem interferir na absorção do fármaco.
 Absorção basicamente pelo estômago e duodeno.
 Efeito da primeira passagem pelo fígado limita a ação de muitas drogas
 Vantagens e Desvantagens:
Desvantagens:
o Absorção incompleta
Vantagens:
o Ação lenta, inapropriada para emergências
o Auto-administração
o Dependente da consciência do paciente
o Fácil administração
o Sabor desagradável
o Não invasivo e seguro
o Interação com nutrientes
o Não requer treinamento
o Metabolizada pelos sucos digestivos
o Não produz dor
o Pode causar náuseas e vômitos
o Baixo custo
o Não pode ser utilizada por pacientes com vômitos, não
colaborativos ou que não possam deglutir
o Certas drogas não são absorvidas
o Pode irritar a mucosa
o Efeito de primeira passagem

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SUBLINGUAL
 É a inserção de um fármaco sob a língua com a finalidade de absorção imediata pois a trama capilar mucosa
passa diretamente para circulação sistêmica pois a drenagem venosa se dá para a veia cava superior sendo
assim absorvido muito rapidamente.
 O fármaco evita a passagem pelo intestino e fígado, não sendo inativa pelo organismo. Não sofre efeito de
primeira passagem.
 Compatibilidade para drogas inativadas pelo suco gástrico
 Rápida absorção- 4 a 6 minutos, tornando-se ideal para os casos de urgência.

RETAL
 É a administração de um fármaco por via retal.
 Finalidades: aliviar a distensão abdominal, flatulência, constipação e preparo para cirurgias e exames.
 Também limita o efeito da primeira passagem hepática.
 Não sofre ação das enzimas digestivas.
 Indicação em casos de intolerância gástrica, doentes mentais, náuseas, vômitos
 Vantagens e Desvantagens:

Vantagens: Desvantagens:
o Proporcionar conforto o Desconforto na hora da aplicação
o Após aplicação, rápida absorção o Aplicado com frequência pode causar
o Opção considerada não invasiva dependência, irritação mucosa e
quando não puder administrar por intolerância ao uso da medicação.
via oral.

ADMINISTRAÇÃO PARENTERAL

 Consiste na aplicação de um fármaco de forma invasiva no organismo através de uma agulha.


 Usada para administração de fármacos que sofrem alterações importantes no trato gastrintestinal ou de
difícil absorção.
 Possibilita melhor controle das dosagens administradas
 Geralmente causa dor
 Necessidade de assepsia

SUBCUTÂNEA
 Consiste na administração de um fármaco no tecido subcutâneo ou hipoderme.
 A absorção é lenta, é indicada para administração de anticoagulantes (heparina e clexane), vacinas (anti-
rábica, anti-sarampo) e hipoglicemiantes (insulinas).
 Locais de aplicação:
o Onde se concentra maior acúmulo de gordura, braço direito ou esquerdo, abdômen, nádega e coxas.
o Volume: < 1mL.

INTRAMUSCULAR
 Consiste na administração de um fármaco no tecido intramuscular.
 Liberação mais lenta que a administração intravascular.
 Aplicação em “veículos” aquosos ou oleosos
 Locais de aplicação:
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o Região deltoideana (músculo deltóide)


o Região glútea (músculo glúteo máximo)
o Região anterolateral da coxa (músculo vasto lateral).
 Cuidados:
o Volume máximo: deve ser compatível com a estrutura muscular.
o Região deltoideana (músculo deltóide): < 2 mL
o Região glútea (músculo glúteo máximo) < 4 Ml
o Região anterolateral da coxa (músculo vasto lateral). < 3 mL

INTRAVASCULAR
 Consiste na administração de um fármaco dentro de uma veia.
 Via parenteral mais comum.
 Sem efeito de primeira passagem pelo fígado.
 Pronto efeito e alto grau de controle de níveis circulantes
 Vantagens e Desvantagens:

Vantagens: Desvantagens:
o Absorção rápida o Risco potencial de infecções
o Volume maior de medicamentos o Complicações: flebites, obstrução, infiltração,
o Administração de substâncias que hematomas, embolias, abscessos
poderiam ser irritantes por outras o Risco de choque, alergias
vias o Impossibilidade de manobras de remoção da
o Possibilidade de administrar droga
medicamento em pacientes o Contaminação por microorganismos
impossibilitados de deglutir. o Reações adversas por altas concentrações
infundidas no paciente.

 Desvantagens da via parenteral no geral:


o Mais dispendiosa
o Exige pessoal treinado
o Dificulta a auto-medicação
o Não se pode impedir a distribuição
o Maiores concentrações iniciais aumentam os riscos de toxicidade
o Por ser via invasiva, aumenta os riscos de infecção
o Reações alérgicas
o Dolorosa
o Rejeitada por muitas pessoas
o Absorção pode ser errática

OUTRAS FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO DE DROGAS

 Inalatória / intra-respiratória
 Tópica
 Intraocular
 Intravaginal
 Uretral e peniana
 Bioadesivos
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 Pró-drogas

ESCOLHA DA VIA

 Tipo de ação desejada


o Local ou geral
 Rapidez de ação desejada
o Oral, IV, IM
 Natureza do medicamento
o Voláteis – via pulmonar
o Resistentes ao suco gástrico – via oral
o Não resistentes ao suco gástrico – via parenteral
o Cáusticos – via intravascular

2 - ABSORÇÃO
Para alcançar seu local de ação, a droga, na maioria dos casos, é obrigada a atravessar diversas barreiras
biológicas: quando essa travessia leva a droga até o sangue, temos a absorção. A absorção tem por finalidade
transferir a droga do lugar onde é administrada para fluidos circulantes, representado, especialmente, pelo
sangue. Não se deve confundir o conceito de vias de administração de drogas com a noção de absorção de
drogas. Uma droga pode ser ingerida ou mesmo injetada e não ser absorvida, isto é, não chegar até a corrente
sanguínea. Só há uma possibilidade nas quais os dois conceitos se equivalem: quando se administram drogas
por via intravenosa ou intra-arterial.
Devemos estar atentos para o fato de que o fármaco, seja em sua penetração ou em sua saída da
circulação geral, nos respectivos processos de absorção, distribuição e/ou eliminação, está repetindo sempre o
mesmo fenômeno sob aparências diversas: o de atravessar membranas biológicas. Assim sendo, em um
primeiro momento, devemos relembrar as características destas "barreiras" biológicas, bem como os
mecanismos que regem a passagem dos fármacos através delas.
Os fármacos em geral passam através das células e não dos espaços intercelulares que são diminutos.
A membrana celular é um envoltório que delimita todas as células, tanto as procariontes como as
eucariontes. Ela estabelece a fronteira entre o meio intra-celular e o meio extra celular. Nessa estrutura
encontram-se moléculas de lipídeos e proteínas unidas por intermédio de forças fracas (pontes de hidrogênio e
forças hidrofóbicas). Os lipídeos das membranas são moléculas que em soluções aquosas, formam camadas
bimoleculares extensas, pois possuem uma porção hidrofílica polar (solúvel em água), e uma parte hidrofóbica
apolar (insolúvel em água). A membrana celular não é estanque, mas uma “porta” seletiva que a célula usa para
captar os elementos do meio exterior e para eliminar as substâncias que a célula produz e que devem ser
enviadas para o exterior, sejam elas produtos de excreção ou secreções que a célula utiliza para várias funções
relacionadas com o meio.
As bicamadas lipídicas das membranas são impermeáveis à maioria das moléculas polares e aos íons,
sendo entretanto, permeáveis às moléculas das drogas não polares.
Essas últimas substâncias, por terem a capacidade de atravessar a membrana lipídica, o fazem porque se
dissolvem na gordura, são lipossolúveis. Consequentemente as drogas lipossolúveis serão facilmente
absorvidas. Mas nem todas as drogas são lipossolúveis, sendo assim aquelas que não forem lipossolúveis
precisarão de processos especiais para atravessar as membranas biológicas, como por exemplo, canais
hidrofílicos funcionais, formados por proteínas da membrana ou por sistemas específicos de transporte.
Os fármacos atravessam as membranas por processos passivos ou por mecanismos que envolvem a
participação ativa dos componentes da membrana. Abaixo, teceremos algumas importantes considerações sobre
os diferentes mecanismos de transporte através de membranas.

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Os processos passivos, que independem de energia celular, compreendem a difusão simples e a difusão
por poros e a filtração. O caso mais comum é a penetração do fármaco por difusão simples seguindo um
gradiente de concentração em virtude de sua solubilidade na camada lipídica. Esta transferência é diretamente
proporcional ao gradiente de concentração através da membrana.
Também intervém no processo de difusão simples o coeficiente de difusão da molécula: esta se
difundirá mais rapidamente através de uma membrana quanto menor for seu tamanho; porém o elemento mais
importante para a permeabilidade de uma molécula através de uma determinada membrana é seu coeficiente de
partição lipídeo/água: quanto maior a lipossolubilidade da molécula, maior é seu coeficiente de partição e mais
rápida será sua difusão.
Coeficiente indica a distribuição e equilíbrio da droga na fase gordurosa e na fase líquida dos sistemas
biológicos.
A difusão por poros, também conhecida como difusão aquosa, ocorre para substâncias hidrossolúveis de
pequeno tamanho (íons inorgânicos, uréia, metanol, água) e estas podem transpor a membrana através de poros
virtuais, verdadeiros canais aquosos formados entre as proteínas; essa passagem envolve fluxo de água,
resultante de diferenças de pressão hidrostática ou osmótica através da membrana, o qual arrasta pequenos
solutos. O diâmetro dos canais é variável, para a maioria das membranas, poros possuem diâmetro ainda menor,
4 a 7 Å, permitindo somente a passagem de substâncias com peso molecular muito pequeno. Já as células
endoteliais dos capilares têm poros de diâmetro maior, permitindo a passagem de moléculas maiores, mas,
impedindo a passagem de moléculas tão grandes quanto à albumina. Por isso fármacos ligados às proteínas
plasmáticas não passam, em condições fisiológicas, ao líquido intersticial. O processo de difusão por poros é
muito importante nos tecidos renal e hepáticos.
Nos casos de fármacos hidrossolúveis de maior tamanho molecular, o que os impede de transpor a
membrana pelos processos passivos, há necessidade de transportes especializados.
Os transportes especializados requerem, ou não, gasto energético. Na difusão facilitada o carreador
transporta o fármaco a favor do gradiente de concentração (sem gasto de energia), com velocidade superior a da
difusão simples.
Nesse transporte a membrana participa da seleção de partículas, moléculas ou íons.
Já no transporte ativo o movimento do fármaco se faz contra o gradiente de concentração, gradiente
elétrico ou uma combinação de ambos, com gasto energético pela célula; esta energia é fornecida por hidrólise
do ATP ou de outras ligações altamente energéticas.
Estes sistemas de transporte especializados são passíveis de competição, ou seja, substâncias similares
ao fármaco, endógenas ou exógenas, podem competir pelo mesmo carreador da membrana.
O sistema de transporte ativo pode ser saturado. Os locais de ligação dos carreadores podem estar todos
ocupados e não se modificam com o aumento da concentração do fármaco. O soluto a ser transferido deve ter
estrutura química adequada aos pontos de ligação.
Outros processos ativos que devem ser evidenciados são a endocitose e a exocitose. A endocitose ocorre
quando partículas sólidas (fagocitose) ou líquidas (pinocitose) são englobadas pela membrana, mediante sua
invaginação, seguidas de estrangulamento, formando-se vacúolos que se situam na própria membrana ou no
interior da célula. Na exocitose, após a fusão com a membrana há liberação do conteúdo vacuolar para o
exterior.
Dentre essas vias, a difusão através do lipídio e o transporte por proteínas carreadoras são
particularmente importantes em relação aos mecanismos farmacocinéticos.
Então, há duas modalidades de absorção:
 Processo passivo
 Processo ativo

PROCESSOS PASSIVOS
 Difusão Simples ou Passiva
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 Mais frequente
 Segue gradiente de concentração
Gradiente: Forças responsáveis pelo fluxo de drogas através das membranas biológicas
 Características da moléculas:
o Apolares (Lipossolubilidade)
o Peso molecular compatível com a bicamada lipídica
o Drogas hidrossolúveis atravessam canais (aquaporinas) – tamanho pequeno.
 Difusão Facilitada
 Necessita de transportador sem gasto de energia. Ex. Transportador de glicose (GLUT)
 Saturação dos transportadores: disponibilidade de transportador (↑[substrato] não acelera a
velocidade do transporte)
 Segue gradiente de concentração

PROCESSOS ATIVOS
 Transporte ativo
 Proteína transportadora com gasto de energia
 Contra gradiente de concentração
 Características
o Soluto movimenta-se contra gradiente de concentração ou eletroquímico
o Saturação dos transportadores: disponibilidade de transportador (↑[substrato] não acelera
a velocidade do transporte)
o Seletividade (molécula específica)
o Necessidade de energia metabólica.
 Endocitose (vesicular)

Locais de absorção:
 Trato respiratório: mucosa nasal, mucosa traqueal e brônquica, alvéolos pulmonares
 Pele
 Regiões subcutânea e intramuscular

As substâncias não polares dissolvem-se livremente em solventes não polares, como os lipídios e, por
conseguinte, atravessam livremente as membranas celulares por difusão. A difusão de moléculas através da
membrana plasmática depende de dois fatores:
• Diferença de concentração através da membrana;
• Coeficiente de Permeabilidade (P): determinado principalmente pela Lipossolubilidade da substância.
Por essa razão, a lipossolubilidade constitui um dos fatores determinantes mais importantes das
características farmacocinéticas de um fármaco, e muitas propriedades
como velocidade de absorção pelo intestino, a penetração no cérebro e em outros tecidos e extensão da
eliminação renal podem ser previstas com base no conhecimento de sua lipossolubilidade.

pH e Ionização
As drogas em sua maioria são eletrólitos fracos, isto é, a sua ionização depende do pH do meio
(diferentemente dos eletrólitos fortes quase totalmente ionizados em pH ácido ou básico).
Em solução apresentam uma parte ionizada e outra não ionizada, dissociação essa influenciada pelo
pH do meio.
A parte não ionizada é menos polar, portanto mais lipossolúvel que a forma ionizada. Sendo assim,
podemos concluir que a parte não ionizada seja do ácido ou da base é mais facilmente absorvida.

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Assim, ácidos fracos em meio ácido se dissociam pouco permanecendo predominantemente em forma
molecular, mais lipossolúvel e com melhor capacidade de difusão. Na expressão geral para ácidos, abaixo, há
predomínio do primeiro termo da equação:

HA = H+ + A-
Onde, HA = Forma molecular, não ionizada.

Porém, ácidos fracos em meio alcalino se dissociam bastante, permanecendo predominantemente na


forma ionizada, menos lipossolúvel e com absorção diminuída.
Nessa situação haverá predomínio do segundo termo da equação.
Em meio ácido, bases fracas estão, predominantemente, em forma ionizada, polar, mais hidrossolúvel
e portanto, com maior dificuldade para transpor membranas. Na expressão geral para bases, abaixo, há
predomínio do segundo termo da equação:

B = +H + BH+
Onde, BH+ = Forma protonada da base, ionizada.

As bases fracas em meio alcalino, estão predominantemente na forma não ionizada, mais lipossolúvel.
Esta teoria tem extrema importância em toda a farmacocinética: no processo de absorção através do
trato gastrintestinal (TGI), por exemplo, onde são amplas as variações de pH ( 1 a 3,5 no estômago, 5 a 6 no
duodeno e próximo de 8 ao nível do íleo); ou ainda no tratamento de certas intoxicações medicamentosas, onde
a modificação do pH do meio permite a liberação da substância ativa a partir dos locais de fixação tissular e sua
eliminação; exemplificando: a alcalinização urinária acelera a excreção renal de um barbitúrico, ácido orgânico
fraco, que por estar em sua forma ionizada no pH alcalino, terá dificuldade em sofrer reabsorção tubular, o que
favorece o controle da intoxicação.
As drogas ácidas (salicilatos, barbitúricos) têm sua reabsorção diminuída por alcalinizantes da urina
como NaHCO3, acetazolamina, etc.
As drogas de caráter básico (anfetaminas, metadona, quinidina e procainamida) têm sua reabsorção
diminuída por acidificantes da urina como por exemplo, ácido ascórbico, NH4Cl.

3 - BIODISPONIBILIDADE.
A biodisponibilidade mede a velocidade e extensão com as quais um fármaco atinge a circulação
sistêmica sob sua forma inalterada.
Quantidade disponível para ser utilizada.

 Forma como a droga


o Atinge a circulação
o Chega ao local de ação

 Repercussões clínicas
 Princípio ativo + adjuvantes
 Super ou sub-medicação
 Insuficiência terapêutica ou reações adversas
 Pequeno índice terapêutico (desfavorável)

VARIAÇÃO DA DISPONIBILIDADE

Influencia no tempo gasto até a droga alcançar a circulação e na quantidade de droga que chega.
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o Via IV – total biodisponibilidade


o Outras vias – biodisponibilidade influenciada por:
 Propriedade da droga
 Processo de industrialização
 Forma farmacêutica
 Fatores do paciente
 Idade, peso, sexo, patologias, genética, ansiedade, estresse, ingestão de agua, motilidade
gastrointestinal

EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM

Possibilidade da droga, antes de atingir a circulação sistêmica, sofrer ações metabólicas no fígado e
epitélio intestinal, com redução da biodisponibilidade e da resposta terapêutica.

4 - MEIA VIDA

 Indica o tempo em que a concentração da droga leva para reduzir-se à metade.


o Importante para definição do esquema posológico, duração do efeito, efeitos terapêuticos e tóxicos
 Concentração plasmática máxima constante média (cpcm)
o É atingida com a administração de doses repetidas em intervalos que representem a meia vida.
o O platô da concentração constante é mantido pela repetição das doses com a finalidade de substituir
parte da droga que é eliminada.
o 4 a 6 meias vidas
 Se mantida a administração é atingida a concentração máx.
 Se suspenso não se encontra mais o medicamento no organismo.
 Quanto mais curta a meia-vida, mais rapidamente se alcança a cpcm.
o Uso de preparações de liberação prolongada a fim de evitar grandes variações da concentração
plasmática da droga.
 Procainamida

A meia-vida é um conceito cronológico e indica o tempo em que uma grandeza considerada reduz à
metade de seu valor. Em farmacocinética ela representa o tempo gasto para que a concentração plasmática ou a
quantidade original de um fármaco no organismo se reduza à metade. A cada intervalo de tempo
correspondente a uma meia-vida, a concentração decresce em 50% do valor que tinha no início do período.
Esse conceito é operacionalizado pela observação da concentração no plasma. Para a maioria dos fármacos, a
meia vida é constante em uma larga faixa de concentrações. Já o termo vida-média exprime a duração média da
concentração e não sua meia vida.
O tempo de meia-vida ou t1/2é um importante parâmetro farmacocinético. A caracterização de um
evento farmacocinético pelo valor da meia vida possibilita uma estimativa da rapidez com que o processo
ocorre, originando dados importantes para a interpretação dos efeitos terapêuticos ou tóxicos dos fármacos, da
duração do efeito farmacológico e do regime posológico adequado.
O conhecimento do t1/2 também é de grande utilidade para se conseguir alcançar a concentração
plasmática média no equilíbrio (Css), após doses repetidas em intervalos que representam à meia-vida; a Css é a
concentração do estado de equilíbrio, orientadora do regime posológico e é obtida quando se administra um
medicamento em doses repetidas, a intervalos regulares. Tal repetição permite a manutenção desse platô de
concentração constante, por reposição da parte do fármaco que está sendo eliminado.

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Diz-se que a concentração do estado de equilíbrio (Css) é alcançada após 4-6 intervalos de meia-vida;
o paciente alcançará 50% de equilíbrio dinâmico após uma meia vida do fármaco, 75% de equilíbrio dinâmico
após duas meias-vidas, 87,5% após três meias vidas e 94% após quatro meias-vidas, conforme figura abaixo.
A mais importante meia-vida em farmacocinética é aquela que descreve o processo de eliminação ou
remoção do fármaco do corpo. Esta "meia vida de eliminação", frequentemente abreviada na literatura como
t1/2b, indica como será a velocidade de desaparecimento do fármaco após administração de uma dose única ou
após o término de um longo período de terapia; normalmente esta também ocorre em um período de tempo que
varia de 4 a 6 meias-vidas do fármaco. Também aqui é necessário lembrar que os valores tabelados de t1/2 são
usualmente valores médios representativos, que como outros eventos fisiológicos e farmacocinéticos irão variar
de pessoa para pessoa e podem ser influenciados por muitos fatores como: sexo, idade, patologia, interação com
outras drogas. O t1/2 para um dado fármaco pode variar temporalmente mesmo em um mesmo indivíduo.

ÍNDICE TERAPÊUTICO
A concentração terapêutica situa-se entre as concentrações geradoras de efeito mínimo eficaz (limite
mínimo) e efeito tóxico (concentração máxima tolerada, limite máximo). A relação entra as concentrações
terapêuticas e tóxicas é chamada índice terapêutico (I.T.) do fármaco; medicamentos com amplo I.T.
apresentam uma ampla faixa de concentração que leva ao efeito requerido, pois, as concentrações
potencialmente tóxicas excedem nitidamente as terapêuticas, esta faixa de concentração é denominada "janela
terapêutica”.
Infelizmente, muitos fármacos apresentam uma estreita janela terapêutica (I.T. < 10), por apresentarem
uma pequena diferença entre as concentrações terapêuticas e tóxicas. Nestes casos, há a necessidade de
cuidadosa monitorização da dose, dos efeitos clínicos e mesmo das concentrações sanguíneas destes fármacos,
visando assegurar eficácia sem toxicidade.
Na prática, o índice terapêutico é calculado a partir da razão entre a dose letal dadroga para 50% da
população (DL50), pela dose mínima efetiva em 50% da população (DE50).

CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA

 Indica o nível terapêutico, subterapêutico ou excessivamente elevado


 Esquema posológico visa manter concentração plasmática no nível terapêutico
 A concentração plasmática está diretamente relacionada com
o Distribuição
o Meia vida
o Metabolização
o Excreção
 Dose de ataque + dose de manutenção
 Doses repetidas até alcançar a concentração plasmática

VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO NO PLASMA

 Causas
o Biotransformação, absorção, distribuição, excreção, biodisponibilidade, patologias (hepática,
cardíaca, tireoidiana, renal), interação com outras drogas
 Curvas dose-efeito
o Nível terapêutico x nível tóxico
o Ajuste da posologia
 Patologias
o ICC
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  DC e fluxo de sangue
  perfusão hepática e menor taxa de eliminação (risco para intoxicação)

5 - DISTRIBUIÇÃO

Distribuição de drogas é processo no qual a substância reversivelmente abandona a corrente sanguínea


e passa para o interstício e/ou células ou tecidos.
Uma vez alcançada a corrente sanguínea, o fármaco distribui-se para outros tecidos, que inicialmente
não tem qualquer fármaco, sendo o gradiente de concentração na direção do plasma para os tecidos. Ou seja, o
movimento do fármaco continua até que seja estabelecido um equilíbrio entre o fármaco não ligado no plasma e
os líquidos teciduais.
Fatores que interferem na distribuição das drogas:
 Fluxo sanguíneo tecidual; Permeabilidade capilar; - Ligação a proteínas plasmáticas:

Fármacos ao alcançar a circulação sanguínea podem se ligar, em diferentes proporções às proteínas


plasmáticas. Essa ligação é uma medida da afinidade do fármaco pelas proteínas do plasma, especialmente,
como já foi citado, pela albumina e alfa-1-glicoproteína ácida. Também pode haver ligação com proteínas das
membranas dos eritrócitos, lipoproteínas circulantes, leucócitos, plaquetas e as transportadoras específicas,
como a globulina transportadora de tiroxina e a transferrina. Os sítios receptores de fármacos em todas estas
proteínas são chamados "receptores silenciosos", pois sua interação com aqueles não gera efeitos biológicos.
Uma vez que as proteínas não passam através das paredes capilares, a ligação do fármaco às proteínas
pode retê-lo no espaço vascular por um determinado tempo. A fração do fármaco não ligado é que atravessará
as membranas tornando-se disponível para interações com receptores, ou seja, é ela que exercerá o efeito
farmacológico sendo assim, chamada de fração farmacologicamente ativa. Já a fração ligada é considerada
farmacologicamente inerte.
Porém, a interação do fármaco com a proteína plasmática é um processo rapidamente reversível e, à
medida que o fármaco não ligado difunde-se dos capilares para os tecidos, mais fármaco ligado dissocia-se da
proteína até que seja alcançado um equilíbrio, onde há concentrações relativamente constantes de forma ligada
e não ligada. É uma interação dinâmica, em que complexos continuamente se formam e se desfazem. Valores
de ambas as formas podem variar de 0,0 a 1,0 (0 a 100%), dependendo da extensão da ligação.
O complexo fármaco-proteína age como um reservatório temporário na corrente sanguínea retardando
a chegada de fármacos aos órgãos alvo e sítios de eliminação.
Quando a ligação à proteína ocorre fortemente (fração livre < 0,1), ela pode diminuir a intensidade
máxima de ação de uma dose única de um fármaco, por diminuir a concentração máxima atingida no receptor,
alterando, assim sua resposta clínica; reciprocamente, a diminuição da ligação pode aumentar a intensidade de
ação do fármaco. Quanto aos fármacos com fração livre maior que 0,25% , as consequências da ligação protéica
são pouco importantes.
Os sítios protéicos de ligação de fármacos no plasma são passíveis de saturação. À medida que a
concentração do fármaco aumenta, também pode aumentar sua forma livre, porque a capacidade de ligação
pode estar saturada. No entanto, numa ampla margem de concentrações, a fração livre não se altera porque há
abundância de sítios de ligação; a saturação na verdade só ocorre em concentrações muito altas, clinicamente
irrelevantes.
A relação entre fração livre/fração ligada pode ser influenciada por situações onde ocorrem variações
nas concentrações das proteínas plasmáticas, podemos citar as situações de hipoalbuminemia por cirrose,
síndrome nefrótica, desnutrição grave e uremia; na gestação, em que há hemodiluição e em idosos, onde, muitas
vezes por menor capacidade de produção de proteínas, o teor de ligação a fármacos torna-se menor.
 Albumina

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o O fígado é o único órgão responsável pela produção da albumina; reduções na quantidade da


albumina no sangue (hipoalbuminemia), no entanto, podem não ser causadas por doenças do
fígado, mas também por falta de "matéria prima" para a sua síntese (como nas desnutrições
protéicas) ou aumento na sua destruição (estados catabólicos intensos) ou perda (intestinal ou
renal);
o Como a meia-vida da albumina é relativamente alta (cerca de 20 dias), a redução da síntese pelo
fígado pode demorar vários dias para se manifestar laboratorialmente (pela dosagem da
albumina no sangue) ou clinicamente (especialmente pela formação de edema e ascite);
o Na cirrose, excluindo-se outras causas, a hipoalbuminemia reflete principalmente a redução a
síntese pelo fígado com alguma influência da desnutrição, que pode ser decorrente também da
doença hepática; assim, a dosagem da albumina sérica tem importância dupla na avaliação do
estágio da cirrose, participando do cálculo das classificações de Child-Pugh e do MELD.
Valores normais: 3,5 a 5,2 g/dL.
Síndrome nefrótica não é uma doença, mas um conjunto de sinais e sintomas. Ocorre nos pacientes que
têm uma proteinúria (proteína na urina) maciça. A proteinúria ocorre sempre em consequência de alterações do
filtro glomerular renal, por inúmeras causas.
A síndrome nefrótica é a forma de apresentação de várias doenças renais que se manifestam por edema
generalizado e proteinúria maciça superior a 0,10g/kg de peso ou 3,5g/1,73 m de superfície corporal.
Embora sob o ponto de vista clínico seja fácil caracterizar um paciente nefrótico através do edema
acentuado, o diagnóstico da causa é, por vezes, difícil.
Fármacos podem competir entre si pelos sítios de ligação protéica, sendo deslocado o que tem menor
afinidade pelos mesmos, ficando, consequentemente, com a fração livre aumentada no plasma. Também pode
ocorrer que ao ligar-se à proteína altere a estrutura terciária desta, alterando, assim, a afinidade da proteína por
outras substâncias. O ácido acetilsalicílico (AAS), por exemplo, altera a ligação de fármacos à albumina através
da acetilação do resíduo de lisina da molécula de albumina. Isto modifica a ligação de algumas substâncias
ativas ácidas, como a fenilbutazona e o ácido flufenâmico. Estes mecanismos resultam num aumento da fração
livre do fármaco deslocado. Assim, o deslocamento de 1% da ligação protéica de um fármaco que se liga 99% à
proteína, terá duplicada a percentagem da fração livre, farmacologicamente ativa, podendo por isso ocorrer um
aumento de sua atividade farmacológica. Em geral, podemos dizer que a importância quantitativa e clínica do
deslocamento das proteínas plasmáticas dependem da quantidade total de fármaco ligado à proteína, bem como
de seu índice terapêutico.
A competição por locais de ligação não ocorre apenas entre fármacos, mas também entre fármacos e
ligantes endógenos. Hormônios, por exemplo, podem ser deslocados de suas proteínas carreadoras por
fármacos, porém, normalmente, sem importância clínica. Já o deslocamento de bilirrubina da ligação protéica
no neonato, consequente à administração de sulfonamidas, é de importância clínica porque altos níveis de
bilirrubina daí resultantes são capazes de atravessar a barreira hematoencefálica imatura, provocando icterícia
(Kernicterus) e lesão cerebral.
Diferenças individuais na ligação a proteínas podem ocorrer, o que pode contribuir significativamente
para a variabilidade na resposta clínica a fármacos. Por exemplo, a fração livre de imipramina no plasma de
pacientes deprimidos varia de 5,4 a 21,0% o que pode explicar uma das dificuldades de correlacionar os níveis
plasmáticos de antidepressivos com a resposta clínica. As diferenças interindividuais estão parcialmente sob o
controle genético, podendo porém, ser afetadas por patologias e idade.
Os fármacos também podem interagir com moléculas intra e extracelulares, como as proteínas de
membrana celulares, ácidos nucléicos, polipeptídios e polissacarídeos. Estas ligações podem igualmente
influenciar a distribuição.

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COMPETIÇÃO ENTRE DROGAS PELA LIGAÇÃO A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS

Quando dois fármacos são administrados, cada um com alta afinidade com a albumina, ocorre
competição pelos sítios de ligação disponíveis.
As drogas com alta afinidade com a albumina podem ser divididas em 2 classes:
Classe I: se a dose da droga for menor do que a capacidade ligante da albumina, então a relação
dose/capacidade é baixa. O número de sítios de ligação excede a quantidade de droga disponível, e a fração da
droga ligada é alta. Esta classe engloba a maior parte das drogas clinicamente úteis.
Classe II: estas drogas são administradas em doses que excedem em muito o número de sítios de ligação na
albumina. A relação dose/capacidade é alta, e uma proporção relativamente alta da droga permanece na forma
livre.

6 - METABOLIZAÇÃO DE DROGAS

Para que fiquem acessíveis às células e cheguem aos seus locais de ação, os fármacos, geralmente,
devem ter propriedades químicas que lhes permitam ser transportados por um gradiente para dentro da célula.
Assim, muitos fármacos são hidrofóbicos, uma propriedade que lhes permite atravessar as camadas lipídicas
duplas e entrar nas cálulas, nas quais interagem com seus receptores-alvo. A entrada na célula é facilitada por
um grande número de transportadores presentes na membrana plasmática. Essa propriedade de hidrofobicidade
poderia dificultar e eliminação dos fármacos, acumulando-se na gordura e nas camadas fosfolipídicas duplas
das membranas celulares.
A modificação bioquímica das drogas altera sua atividade farmacológica e sua velocidade de excreção.
Embora a atividade seja frequentemente reduzida ou abolida (como no caso da oxidação de barbitúricos,
fenitoína e álcool), pode às vezes ser aumentada, através da geração de metabólitos ativos, como no caso da
conversão de hidrato de cloral em tricloroetanol, que mantém a ação anestésica.
A formação de metabólitos polares que tem menor solubilidade lipídica resulta em uma reabsorção
tubular renal reduzida, consequentemente, em velocidade maior de excreção da droga. Portanto, o metabolismo
das drogas ocorre sempre no sentido de tornar os agentes exógenos mais polares, favorecendo sua eliminação.
Enzimas responsáveis pela biotransformação de muitos fármacos estão localizadas no retículo
endoplasmático liso do fígado (fração microssômica). Tais enzimas também são encontradas em outros órgãos,
como rins, pulmões e epitélio gastrointestinal, embora em menor concentração. Os fármacos absorvidos pelo
intestino estão, portanto, sujeitos ao efeito de primeira passagem.
As enzimas metabolizadoras do xenobióticos convertem os fármacos e outros xenobióticos em
compostos que são derivados hidrofílicos e podem ser eliminados mais facilmente por meio da excreção pelos
compartimentos aquosos dos tecidos.
O metabolismo de drogas, na verdade, apresenta quatro modalidades distintas:
Bioinativação: As drogas na sua maioria e seus metabólitos são inativados ou tranformados em produtos menos
ativos. Ex.: Morfina, cloranfenicol, propranolol...
Metabólito Ativo de Droga ativa: Muitas drogas são parcialmente transformadas em um ou mais metabóltos
ativos, os efeitos observados são causados pela droga original e pelos seus metabólitos.
Ativação de Droga Inativa: Algumas drogas chamadas prodrogas ou profarmacos são inativas e necessitam ser
metabolizadas para se tornarem ativas. As prodrogas podem apresentar certas vantagens em relação a droga
ativa: maior estabilidade, melhor biodisponibilidade, menos efeitos adversos e menor toxicidade.
Ausência de Metabolismo: Certas drogas como penicilinas e anestésicos gerais inalatórios são excretadas em
forma inalterada, sem sofrer metabolismo devido ás suas propriedades físico-químicas peculiares.

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7 - EXCREÇÃO DE DROGAS

A eliminação dos fármacos pode ser realizada por biotransformação ou excreção, sendo que a maioria
deles passa por ambos os processos. Por excreção se entende a passagem dos fármacos da circulação sanguínea
para o meio externo; é através deste processo que os compostos são efetivamente removidos do organismo. As
leis gerais de passagem através de membranas, também aqui se aplicam, só que em sentido contrário ao dos
processos de absorção e distribuição.
Os órgãos de excreção de fármacos são denominados vias de excreção ou emunctórios e incluem os
rins, pulmões, suor, glândulas lacrimais e salivares, mama (leite materno) e tubo digestivo (fezes e secreção
biliar); destes o rim se destaca nesta função e, os demais, afora os pulmões para as substâncias voláteis, são
quantitativamente menos importantes.
As substâncias ativas excretadas nas fezes são ingeridas por via oral e em grande parte não absorvidos
pelo trato gastrintestinal ou são metabólitos excretados ativamente pelo fígado através da bile e não
reabsorvidos pela circulação entero-hepático; a reintrodução da substância ativa na circulação sistêmica por este
circuito pode prolongar seus efeitos. Pela via biliar normalmente são excretados fármacos de alto peso
molecular, os muito polares e aqueles que são ativamente englobados em micelas de sais biliares, colesterol e
fosfolipídios.
A excreção de fármacos no leite materno é importante porque pode produzir efeitos farmacológicos
indesejados no bebê em sua fase de amamentação. Já a excreção pulmonar, por sua vez, é importante na
eliminação dos gases e vapores anestésicos.

EXCREÇÃO RENAL

Os mecanismos que asseguram a excreção renal de fármacos são os mesmos que intervém na formação
da urina; papel este que, como sabemos, é função do néfron, unidade anatomo- fisiológica dos rins. Estes
mecanismos compreendem a filtração glomerular, a secreção tubular ativa e a reabsorção tubular passiva.
Em um primeiro momento o fármaco é filtrado ou secretado para a luz tubular; em um próximo passo,
podem ser eliminados com a urina ou reabsorvidos ativa ou passivamente, pelo epitélio tubular.
A quantidade de fármaco que entra na luz tubular por filtração, bem como a velocidade com que
ocorre este processo, depende de sua fração ligada à proteína plasmática, da taxa de filtração glomerular e fluxo
plasmático renal. Já a secreção tubular ativa não é afetada pelo teor de ligação a proteínas plasmáticas, é um
transporte mediado por carreadores que apresenta alta velocidade, podendo ser saturável. Muitas substâncias de
caráter ácido são transportadas por um sistema que destinado à secreção de substâncias de ocorrência natural,
como o ácido úrico; já as bases orgânicas, são transportadas por outro sistema que secreta base endógena, como
a histamina; assim pode ocorrer competição entre ácidos ou entre bases orgânicas pelo sítio de ligação de seu
carreador; por exemplo, a probenicida retarda a excreção urinária da benzilpenicilina, o que aumenta sua vida
média no organismo e consequentemente a duração de seu efeito farmacológico. Ambos os sistemas de
transporte podem ser bidirecionais, entretanto, o transporte de substâncias exógenas é predominantemente
secretor.
A reabsorção tubular renal de ácidos e bases fracas em suas formas não ionizadas (lipossolúveis) se
processa por difusão passiva no nível dos túbulos proximal e distal, sendo potencialmente bidirecional; porém
como a água é progressivamente abstraída do lúmen tubular ao longo do néfron, o aumento da concentração
intraluminal do fármaco cria um gradiente de concentração para retrodifusão. Este mecanismo é influenciado
pelas propriedades físico-químicas do fármaco e pH urinário. Ácidos orgânicos fracos, por não se dissociarem
em pH ácido, são reabsorvidos; podemos acelerar sua excreção alcalinizando a urina, o que os converte em
formas ionizadas não livremente difusíveis. A alcalinização da urina teria efeito oposto na excreção de bases
fracas. Estes artifícios podem ser utilizados, como já comentado, em casos de intoxicação.

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Fatores fisiológicos ou patológicos que aterem a função renal influenciam incisivamente a excreção de
fármacos por esta via. Em presença de insuficiência renal, fármacos e metabólitos ativos excretados
fundamentalmente pelo rim podem acumular- se, ocasionando efeitos tóxicos. Para evitar tal ocorrência, são
necessários ajustes nos esquemas terapêuticos. O fator idade figura entre os fatores fisiológicos, como um dos
principais interferentes na excreção renal de fármacos. Em recém-nascidos e prematuros, a filtração glomerular
e o fluxo plasmático renal são aproximadamente 30 a 40% inferiores aos dos adultos, somente aproximando-se
a estes aos três meses de idade, logo a cinética dos fármacos nestas crianças será totalmente diferenciada,
devendo ser levada em conta nos regimes terapêuticos de substâncias administradas no período pós-natal.

DEPURAÇÃO ("CLEARANCE")

É um termo inglês usado universalmente para indicar a remoção completa de determinada substância
de um volume específico de sangue na unidade de tempo.
Depuração é o termo em português que mais se aproxima do sentido do termo inglês.
No nível mais simples, a depuração de um fármaco do organismo pode ser compreendida como a taxa
de eliminação por todas as vias, normalizada para a concentração do fármaco (C) em um líquido biológico:

Depuração = Taxa de eliminação/C

Os princípios de depuração dos fármacos são semelhantes àqueles da fisiologia renal, onde, por
exemplo, a depuração da creatinina é definida como a taxa de eliminação da creatinina na urina em relação à
sua concentração no plasma. É importante notar que a depuração não indica a quantidade do fármaco que está
sendo removida, mas, em vez disso, o volume do líquido biológico, como o sangue ou o plasma, do qual
fármaco teria sido totalmente removido. O clearance é expresso em volume por unidade de tempo (ml/min ou
L/h). A depuração por vários órgãos de eliminação é aditiva. A eliminação de um fármaco pode ser o resultado
de processos que ocorrem no rim, fígado e outros órgãos. A divisão da taxa de eliminação por cada órgão pela
concentração plasmática do fármaco, por exemplo, fornece as respectivas depurações em cada um destes
órgãos; estas quando somadas representam a depuração sistêmica total.
Quando o fármaco é parcial ou totalmente excretado pelos rins sem sofrer alterações, o clearance renal
pode ser calculado dividindo-se a velocidade de excreção urinária (mg/min) pela sua concentração sanguínea
(mg/ml). O clearance de creatinina é um índice da função renal porque esta substância endógena sofre filtração
glomerular completa e sua secreção e reabsorções tubulares são mínimas; desta forma pode também ser
utilizado na avaliação do clearance renal de fármacos.
A eliminação de um fármaco representa sua exclusão irreversível do corpo a eliminação ocorre por 2
processos:
1. Metabolismo: envolve a conversão enzimática de uma substância em outra dentro do organismo
2. Excreção: consiste da saída do fármaco (quimicamente inalterado ou de seus metabólitos) do organismo.
O metabolismo pode ocorrer em vários locais mas, o mais importante é o FÍGADO. A excreção, por sua vez,
também pode acontecer em vários locais (saliva, leite nas mulheres amamentado, suor) mas as principais vias
pelas quais os fármacos e seus metabólitos deixam o organismo são: rins- sistema hepatobiliar- pulmão.

A excreção refere-se a eliminação da droga absorvida sistemicamente, a drogas ou metabólitos são


excretados na:
 Fezes: com exceção da fração não absorvida, a maior parte da droga presente nas fezes deriva da bile.
O fígado transporta ativamente na bile ácidos orgânicos (particularmente glicuronídeos) bases orgânicas e
esteróides através de mecanismos inespecíficos distintos de transporte ativo. As moléculas relativamente
maiores são eliminadas preferencialmente na bile, a maior parte da droga, incluindo a fração liberada por

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desconjugação dos glicuronideos pelas bactérias no intestino é reabsorvida (ciclo entero-hepatíco) ocorrendo a
excreção final na urina.
Ex.: eritromicina, ampicilina, rifampicina tetraciclina e anticoncepcionais orais.
Certas drogas são excretadas diretamente no colon como por exemplo, purgativos do antraceno e metais
pesados.
 Ar exalado: os gases e líquidos voláteis, anestésicos gerais, álcool, são eliminados pelos pulmões,
independente, de sua lipossolubilidade. A transferência alveolar do gás vapor depende de sua pressão parcial no
sangue. Os pulmões Tb seqüestram e eliminam qualquer material particulado injetado por via IV.
 Saliva e suor: trata-se de via de excreção de menor importância para as drogas. O lítio, o iodeto de
potássio, a rifampicina e os metais pesados são encontrados nessas secreções. A maior parte da saliva
juntamente com a droga nela retida é deglutida e segue o mesmo destino da droga administrada por via oral.
 Leite materno: as excreção da droga no leite não é importante para mãe, porém o lactente recebe,
inadvertidamente, a droga. A maioria das drogas penetra no leite materno por difusão passiva, por conseguinte,
as drogas mais lipossolúveis e de menor ligação as proteínas passam mais facilmente para o leite, o qual
apresenta um pH mais baixo (7,0) que o plasmo. E as drogas básicas concentram-se mais levemente no
leite.Todavia a quantidade total da droga que penetra no lactente através do leite materno é, em geral, pequena.
Entretanto, é aconselhável administrar qualquer fármaco a mulheres durante a lactação apenas quando
indispensável.
 Peso molecular: Fármacos com baixo peso molecular atingem mais facilmente o leite materno.
Moléculas com pesos moleculares menores que 200 kilodaltons atravessam melhor os poros das membranas.
Moléculas pequenas como uréia e etanol atravessam o capilar endotelial materno e a célula alveolar por difusão
passiva.
 Lipossolubilidade: Fármacos lipossolúveis atingem rapidamente o compartimento lácteo, pois
atravessam mais facilmente a barreira celular lipoprotéica. Há maior concentração no leite maduro devido à
maior ligação com lipídes; Exemplos: sulfonamidas e cloranfenicol.
 Ligação a proteínas: Fármacos com baixa afinidade por proteínas plasmáticas podem ser excretados
com mais facilidade no leite. Exemplo: diazepam.
Grau de ionização: O leite humano é um pouco mais ácido (pH=7,1) do que o plasma (pH=7,4). Fármacos
que são bases fracas tendem a formar íons no leite, favorecendo maior concentração. Exemplo:
betabloqueadores.
 Meia-vida: Fármacos com elevada meia-vida de eliminação mantêm níveis circulantes por maior
tempo no sangue materno e, por conseguinte, no leite materno. Ficar atento aos fármacos que possuem
metabólitos ativos; por exemplo: preferir lorazepam em vez de diazepam.
Biodisponibilidade: Fármacos com baixa biodisponibilidade e pouco absorvidos pelo lactente são ideais para
uso na lactação. Exemplos: heparina, aminoglicosídeos e insulina são seguros para uso pela nutriz.
 Concentração plasmática materna: A difusão passiva dos fármacos ocorre por gradiente de
concentração. Elevados níveis séricos tendem a produzir elevados níveis do fármaco no leite.
Urina: através dos rins. Trata-se da via mais importante de excreção para a maioria das drogas.

EXCREÇÃO RENAL
O rim é responsável pela excreção de todas as substâncias solúveis em água. A quantidade da droga
ou de seus metabólitos presentes, finalmente, na urina é a soma total da filtração glomerular, reabsorção tubular
e secreção tubular.

FILTRAÇÃO GLOMERULAR
Os fármacos penetram nos rins através das artérias renais, as quais se dividem para formar o plexo
capilar glomerular.
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Os capilares glomerulares possuem poros maiores que o habitual, toda droga não ligada às proteínas
(solúvel ou insolúvel em lipídios) apresentada ao glomérulo é filtrada, ou seja, atravessam a rede capilar para a
cápsula de bownman, logo, a filtração glomerular depende de sua ligação às proteínas plasmáticas e do fluxo
sanguíneo renal.
A taxa de filtração glomerular declina progressiva progressivamente depois dos 50 anos de idade, e
torna-se baixa na presença de insuficiência renal.

REABSORÇÃO TUBULAR
Enquanto o fármaco se dirige para o TCD, sua concentração aumenta e excede a do espaço
perivascular. O fármaco se estiver sem carga pode difundir-se para fora da luz do néfron em direção ao sistema
circulatório.
Depende da lipossolubilidade da droga e sua ionização no pH urinário. As drogas lipossolúveis
filtradas no glomérulo sofrem difusão retrograda nos túbulos, visto que 99% do filtrado glomerular são
reabsorvidos e as drogas não solúveis em lipídios e altamente ionizadas são incapazes de fazê-lo. Logo, a taxa
de excreção dessas drogas como antibióticos, aminoglicosídios, é paralelo a TFG, ou a depuração da
creatinina.
As alterações do pH urinário afetam a reabsorção tubular de drogas parcialmente ionizadas. As bases
fracas sofrem mais ionização e são menos reabsorvidas na urina ácida, os ácidos fracos sofrem mais ionização e
são menos reabsorvidos na urina alcalina. Esse princípio é utilizado para facilitar a eliminação de uma droga,
em caso de envenenamento a urina é alcalinizada por barbitúricos e salicilatos. Sendo acidificada em caso de
envenenamento por morfina e anfetaminas.
Os efeitos das alterações do pH urinário sobre a excreção de drogas é maior para as que apresentam
valores de pka entre 5 e 8. Visto que apenas nesse caso a reabsorção passiva dependente do pH é significativa.

SECREÇÃO TUBULAR
Observam-se fatos interessantes. Até 20% do fluxo plasmático são filtrados pelos glomérulos o que
deixa cerca de 80% das drogas passarem pelos capilares peritubulares do TCP. Nesse ponto, as moléculas das
drogas são transferida para a luz tubular por dois sistemas transportadores independentes e, relativamente, não
seletivos. Um desses sistemas transporta droga ácidas e vários ácidos endógenos, como o ácido úrico. O outro
sistema transporta bases orgânicas.
O transporte ativo através dos túbulos diminui a concentração de sua forma livre, nos vasos tubulares,
e promove a dissociação da droga ligada à proteína, novamente secretada. Logo, a ligação às proteínas que
representam uma barreira à filtração glomerular da droga, não tem esse efeito, e pode ser até mesmo facilitador,
sobre a excreção por secreção tubular.
As drogas que utilizam o mesmo transporte ativo competem entre si. A probenecida é um ácido
orgânico que apresenta alta afinidade pelo transportador aniônico orgânico tubular, a droga bloqueia o
transporte ativo da penicilina e do ácido úrico, todavia a excreção final da penicilina é reduzida, mas a do ácido
úrico aumenta, o que se deve ao fato de a penicilina ser primeiramente secretada e o ácido úrico primeiramente
absorvido.
Já a secreção tubular ativa não é afetada pelo teor de ligação a proteínas plasmáticas, é um transporte
mediado por carreadores que apresenta alta velocidade, podendo ser saturável. Muitas substâncias de caráter
ácido são transportadas por um sistema que destinado à secreção de substâncias de ocorrência natural, como o
ácido úrico; Já as bases orgânicas, são transportadas por outro sistema que secreta base endógena, como a
histamina; assim pode ocorrer competição entre ácidos ou entre bases orgânicas pelo sítio de ligação de seu
carreador; por exemplo, a probenicida retarda a excreção urinária da benzilpenicilina, o que aumenta sua vida
média no organismo e conseqüentemente a duração de seu efeito farmacológico. Ambos os sistemas de
transporte podem ser bidirecionais, entretanto, o transporte de substâncias exógenas é predominantemente
secretor.
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A reabsorção tubular renal de ácidos e bases fracas em suas formas não ionizadas (lipossolúveis) se
processa por difusão passiva no nível dos túbulos proximal e distal, sendo potencialmente bidirecional; porém
como a água é progressivamente abstraída do lúmen tubular ao longo do néfron, o aumento da concentração
intraluminal do fármaco cria um gradiente de concentração para retrodifusão. Este mecanismo é influenciado
pelas propriedades físico-químicas do fármaco e pH urinário. Ácidos orgânicos fracos, por não se dissociarem
em pH ácido, são reabsorvidos; podemos acelerar sua excreção alcalinizando a urina, o que os converte em
formas ionizadas não livremente difusíveis. A alcalinização da urina teria efeito oposto na excreção de bases
fracas. Estes artifícios podem ser utilizados, como já comentado, em casos de intoxicação.
Fatores fisiológicos ou patológicos que aterem a função renal influenciam decisivamente a excreção de
fármacos por esta via. Em presença de insuficiência renal, fármacos e metabólitos ativos excretados
fundamentalmente pelo rim podem acumular-se, ocasionando efeitos tóxicos.
Para evitar tal ocorrência, são necessários ajustes nos esquemas terapêuticos. O fator idade figura entre
os fatores fisiológicos, como um dos principais interferentes na excreção renal de fármacos. Em recém-nascidos
e prematuros, a filtração glomerular e o fluxo plasmático renal são aproximadamente 30 a 40% inferiores aos
dos adultos, somente aproximando-se a estes aos três meses de idade, logo a cinética dos fármacos nestas
crianças será totalmente diferenciada, devendo ser levada em conta nos regimes terapêuticos de substâncias
administradas no período pós-natal.

DEPURAÇÃO ("CLEARANCE")
A excreção renal exerce grande influência sobre a concentração plasmática das drogas. Na verdade, a
taxa da concentração plasmática reflete a taxa de excreção da droga.
1. O Clearance é um parâmetro farmacocinético;
2. Representa um índice direto de eliminação do compartimento central, isto é, o sangue.
Indicar a remoção completa de determinada substância de um volume específico de sangue na unidade
de tempo.
É importante notar que a depuração não indica a quantidade do fármaco que está sendo removida, mas,
em vez disso, o volume do líquido biológico, como o sangue ou o plasma, do qual fármaco teria sido totalmente
removido. O clearance é expresso em volume por unidade de tempo (ml/min ou L/h).
Quando o fármaco é parcial ou totalmente excretado pelos rins sem sofrer alterações, o clearance renal
pode ser calculado dividindo-se a velocidade de excreção urinária (mg/min) pela sua concentração sangüínea
(mg/ml).
Sendo assim, o clearance e a meia-vida são inversamente proporcionais. É o volume hipotético de
líquido necessário para conter a quantidade total da droga (Q) no organismo, na mesma concentração presente
no plasma (Cp).
Apesar do volume de distribuição não ter sentido fisiológico ou físico, é útil para descrever a relação
entre a quantidade da droga no corpo inteiro e a quantidade existente no plasma.
Após a entrada no organismo, qualquer que tenha sido a via de administração, a droga tem o potencial de
distribuir-se em quaisquer dos três compartimentos funcionalmente distintos de água do organismo, ou ficar
seqüestrado em um sítio celular.
 Compartimento plasmático: em casos onde a droga tem alto peso molecular ou alta ligação a
proteínas plasmáticas, esta fica restrita ao compartimento plasmático (vascular). Em conseqüência, a droga
distribui-se em volume (o plasma) que representa cerca de 6% do peso corporal, ou seja, em média 4 litros para
um indivíduo de 70 kg.
 Líquido extracelular: no caso de ter baixo peso molecular, porém caráter hidrofílico, a droga
pode movimentar-se através das fendas do endotélio para o líquido intersticial, entretanto, não conseguem
atravessar as membranas celulares e penetrarem na fase aquosa intracelular. Assim este tipo de droga distribui-
se em um volume que é a soma da água plasmática e o líquido intersticial, cuja soma constitui o líquido
extracelular.
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Seu volume é cerca de 20% do peso corporal, ou aproximadamente cerca de 14 L em um indivíduo de 70 kg.
 Água total do organismo: quando a droga tem baixo peso molecular e é lipossolúvel, esta pode
não somente ir para o interstício através da fenestras do endotélio, mas também para o líquido intracelular
através das membranas plasmáticas. Assim a droga se distribui em um volume de cerca de 60% do peso
corporal, ou seja, cerca de 42 L em um indivíduo de 70 kg.

FARMACODINÂMICA

 Estudo quantitativo de efeitos biológicos e terapêuticos de drogas


o Locais de ação
o Mecanismo de ação
o Relação entre dose e efeito (efeito terapêutico)
o Efeitos
o Variação das respostas à droga

1 - LOCAIS DE AÇÃO

 Chave x fechadura
o Enzimas, moléculas transportadoras, canais iônicos e receptores.
 Elevado grau de especificidade de ligação?
o Seletividade x efeitos colaterais

TIPOS DE AÇÃO

 Ação x efeito
o Ação da droga: constitui a combinação inicial da droga com seu receptor
 agonista X antagonista
o Efeito da droga: consiste na alteração final da função biológica, como consequência da ação da
droga
 Tipos
 Estimulação :  atividade Ex: cafeína
 Depressão:  atividade Ex: atropina
 Reposição: uso de metabólitos naturais Ex: insulina
 Ação citotóxica: ação seletiva em parasitas ou células cancerosas

2 - MECANISMO DE AÇÃO

 Ações inespecíficas
o Ação não depende de interação com receptores
 Propriedade da droga
o Acúmulo da droga em ponto vital para a célula
 Ex: anestésicos gerais, antifúngicos tópicos
 Ações específicas
o Depende de ligação com o receptor
o Mecanismos
 Agonismo ou antagonismo

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 Supressão da função gênica


 Ação sobre membranas

3 - RELAÇÃO DOSE X EFEITO

 Potência: É a medida de quanto do fármaco é necessário para desencadear determinada resposta. Quanto
menor a dose necessária para uma dada resposta, mais potente o fármaco.

 Eficácia: É a Resposta Máxima produzida pelo fármaco. A eficácia é mais importante que a potência, visto
que ela se refere à efetividade do fármaco.

4 - EFEITOS DOS FÁRMACOS


 Benéficos ou terapêuticos
 Adversos, colaterais, tóxicos
o Previsíveis (toxicidade por superdose, efeitos secundários)
o Imprevisíveis (efeitos colaterais, intolerância, reações alérgicas)
 Fracos e ausentes
 Combinados de drogas

5 - VARIAÇÃO DAS RESPOSTAS À DROGA


 Fatores mecanicistas
o Administração (via, dose, posologia, forma farmacêutica)
o Disposição (distribuição, metabolismo, excreção)
o Farmacodinâmica (interação droga-receptor, mecanismo de ação)
o Clínicos (variáveis ambientais, efeitos psicológicos, doenças simultâneas, diagnósticos imprecisos)
 Fatores fisiológicos
o Raça, idade, sexo, peso, posição do corpo (hipotensão), atividade relativa (esforço físico), pH
urinário, gravidez, menopausa, estado nutricional, estados patológicos

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AULA 3 – FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

Repouso e digestão Luta e fuga

SINAPSE
 Transmissão nervosa através de substância química (neurotransmissor ou neuromodulador)
 Estrutura – 3 regiões
o Pré-sináptica
o Fenda sináptica
o Pós-sináptica

NEUROTRANSMISSOR
 Substância química liberada pela terminação nervosa
 Interage com receptores nas células pré ou pós-sinápticas
 Inativados após utilização
 Armazenamento em vesículas
 Liberação na fenda

EXPLICAÇÕES PARA AÇÃO DAS DROGAS QUE ATUAM NO SNA E SNC

 Interferência na síntese
 Competição pela via metabólica
 Bloqueio do transporte na membrana do axônio
 Bloqueio do transporte através de vesículas
 Estímulo da liberação do neurotransmissor das suas vesículas
 Evita a liberação do neurotransmissor
 Mimetiza a ação do neurotransmissor
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 Bloqueio da ação do neurotransmissor


 Inibição de enzimas que inativam neurotransmissores

Respondem às drogas autonômicas:


 Órgãos com musculatura lisa
 Olhos, vasos sanguíneos, brônquios, TGI, baço, ureteres, bexiga
 Glândulas
 Salivares, brônquicas, pancreáticas, supra-renais, gastrointestinais
 Miocárdio
 Estímulo simpático e depressão parassimpática

SINAPSE ADRENÉRGICA
 Noradrenalina como neurotransmissor
o Armazenamento em vesículas
o Receptores  e  adrenérgicos
o Receptores 
 Receptores 1e 2
- Fosfolipase C
 Receptores 1
- Vasoconstrição
-  Resistência periférica
-  da pressão arterial
- Midríase
- Estímulo da contração do esfincter superior da bexiga
 Receptores 2
- Inibição da liberação de noradrenalina
- Inibição da liberação de insulina
o Receptores 
 Receptores 1, 2 e 3
- Acoplados à proteína G (AMPc)
 Receptores 1
- Taquicardia
-  da lipóllise
-  da contratilidade do miocárdio
 Receptores 2
- Vasodilatação
-  Resistência periférica
- Broncodilatação
-  Glicogenólise muscular e hep.
-  Liberação do glucagon
- Relaxamento da musc. uterina
o Inativação
 Enzimático: COMT e MAO
 Recaptação: transporte ativo
- Bloqueio – Anfetamina e Imipramina

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DROGAS ADRENÉRGICAS DE AÇÃO DIRETA

 Catecolaminas
o Adrenalina, noradrenalina, isoproterenol e dopamina
 Alta potência para receptores  e 
 Inativação rápida – metabolismo MAO e COMT
 Não ultrapassam a barreira hematoencefálica
 Rápido início de ação
 Breve duração de ação
 Não são administradas por via oral
 Não catecolaminas
o Fenilefrina e efedrina
 Derivado de grupamentos OH catecólicos
 COMT não os inativa
 Meia-vida longa
 Lipossolúveis – maior acesso ao SNC

MECANISMO DE AÇÃO

 Agonistas diretos: ligam-se diretamente ao receptor


o Adrenalina, noradrenalina, isoproterenol, fenilefrina
 Agonistas indiretos: captados pelo neurônio pré-sináptico, aumentam a liberação de adrenalina pelas
vesículas (efeito potencializado)
o Anfetamina e tiramina
 [adrenalina]: afinidade 
 [adrenalina]: afinidade 
  [adrenalina]: afinidade  e 

ADRENALINA

 Sintetizada na Medula Adrenal


 Interage com receptores α e β
o ↑ dose – vasodilatação (β)
o ↓ dose – vasoconstricção (α)
 Sistema Respiratório:
- Broncodilatação potente – β2
 Hiperglicemia:
- Glicogenólise – β2
- Aumento na liberação de glucagon – β2
- Diminuição na liberação de insulina - α2
 Lipólise:
- Ácidos graxos livres e glicerol – β
 Sistema Cardiovascular:
- Vasoconstricção na pele, mucosa e vísceras - α
- Vasodilatação nos músculos esqueléticos e fígado – β2
- Fluxo renal diminuído

USOS TERAPÊUTICOS
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 Parada cardíaca - IV
 Broncoespasmo - inalatória
 Glaucoma
 Choque anafilático - SC
 Com anestésicos – prolonga efeito da anestesia

EFEITOS ADVERSOS

 SNC:
o Ansiedade, pânico, cefaléia e tremores;
o Hemorragia
o Arritmias
o Edema Pulmonar

FARMACOCINÉTICA DA ADRENALINA
 Absorção:
o VO ineficaz
o IM: aporte mais rápido ao sangue
o SC: lenta
o IV: menor latência
 Metabolismo e excreção
o Degradação COMT e MAO
o Excreção na urina
 Metanefrina e ácido vanilmandélico
 Interações
o Cocaína: dificulta captação de catecolaminas (aumento dos efeitos)

NORADRENALINA
 Ações: potente estimulante 1 e 1, fraco para 2
o Cardiovasculares: vasoconstricção   RP e  PA
o Reflexo barorreceptor   reflexo vagal
 Usos clínicos
o Tratamento do choque
o Correção de PA (hipotensão)
o Nunca na asma (broncoconstricção)
 Farmacocinética
o Semelhante à adrenalina
 Reações adversas
o Semelhante à adrenalina

ISOPROTERENOL
 Catecolamina direta
 Ação direta em 1 e 2
 Ações: derivadas de estimulação -adrenérgica
o Coração, brônquios e TGI
o  PA, DC (1) e fluxo muscular sanguíneo (2)
 Absorção
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o Via inalatória – completa absorção


o Oral e sublingual – irregular
 Metabolismo e excreção
o Degradados pela COMT, excreção urinária
 Usos clínicos
o Asma, bloqueio AV, choque cardiogênico, PCR
 Reações adversas
o Palpitações em asmáticos, necrose miocárdica (IV)

DOPAMINA
 Importante neurotransmissor
o Relação com manifestações neurológicas – gênese de doenças mentais
 Farmacocinética
o Administração IV, oral não eficaz
o Absorção no TGI, degradação MAO e COMT
 Ações
o Coração
o Rins:  TFG, fluxo sanguíneo e excreção de Na+
 Usos clínicos
o Correção de PA (hipotensão)
o Recentemente, como cardiotônico e vasodilatador
 Efeitos adversos
o Náusea, arritmia, hipertensão

DOBUTAMINA
 Efeito 1 – estimula excitabilidade
 Ação rápida (10 min) e t1/2 curta (2 a 3 min)
 Metabolismo hepático - COMT

AGONISTAS DE AÇÃO INDIRETA E MISTA


 Provocam liberação de NA dos terminais pré-sinápticos
o Anfetamina
o Efedrina

ANFETAMINA
 Mecanismo de ação
o Liberação de NA no terminal sináptico
 Ações
o  PA,  FC, midríase
 Usos clínicos
o Poucas indicações terapêuticas
 Reações adversas
o Dependência, insônia, nervosismo, fadiga após o término, tremores, taquicardia, arritmias
o Doses elevadas: reações psicóticas graves
 Contra-indicações
o Pacientes com hipertireoidismo, hipertensão e cardiopatias

EFEDRINA
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 Resistente a MAO – absorção via oral


 Ação mista
 Ações:
o Efeitos cardiovasculares semelhantes aos da adrenalina
o  PA,  FC
o 10x mais potente que adrenalina
o Efeito 2 – importante broncodilatador
 Usos clínicos
o Asma brônquica (20 a 50mg/dia – oral)
 Reações adversas
o SNC: insônia, agitação, ansiedade
o Cardiovascular: palpitações, arritmias e  PA

AGONISTAS E ANTAGONISTAS α1-ADRENÉRGICOS


 Fenilefrina
o Indicação: congestão nasal, midríase e cardiotônico
o Efeitos adversos: hipertensão, bradicardia reflexa
o Metabolizada pela MAO
 Prazosina
o Indicação: tratamento de hipertensão, IC, retenção urinária
o Efeito adverso: hipotensão, taquicardia, congestão nasal
o Metabolismo hepático

AGONISTAS E ANTAGONISTAS α2-ADRENÉRGICOS


 Clonidina
o Indicação: tratamento de hipertensão, enxaqueca
o Efeitos adversos: sonolência, hipotensão ortostática, hipertensão rebote
o Excretada na forma inalterada
 Idaxozan
o Não usada clinicamente
o Efeito adverso: excitação e hipertensão
o Metabolismo hepático

AGONISTAS E ANTAGONISTAS β1-ADRENÉRGICOS


 Dobutamina
o Indicação: tratamento de choque cardiogênico
o Efeitos adversos: disritmias
o Agonista não seletivo
 Atenolol, metoprolol
o Indicação: tratamento de hipertensão, disritmias e angina
o Efeito adverso: hipotensão, extremidades frias, hipoglicemia, fadiga
o Metabolismo hepático
o Propranolol: broncoconstricção

AGONISTAS E ANTAGONISTAS β2-ADRENÉRGICOS


 Salbutamol, salmeterol, terbutalina
o Indicação: asma, e trabalho de parto prematuto
o Efeitos adversos: taquicardias, disritimias, tremor, vasodilatação periférica
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o Excretados na forma inalterada


 Butoxamina
o Nenhum uso clínico

ATUAÇÃO DE ALGUNS FÁRMACOS


 Síntese de noradrenalina
o Carbidopa, metildopa
 Armazenamento de noradrenalina
o Reserpina
 Liberação de noradrenalina
o Guanetidina, metilfenidato
 Inibição da recaptação
o Amitriptilina, cocaína
 Receptor pós sináptico ( e -adrenérgico)
o Dobutamina, atenolol, propranolol e clonidina

SINAPSE COLINÉRGICA
 Acetilcolina como neurotransmissor
o Síntese catalizada pela o-acetil-transferase
o Degradação pela acetilcolinesterase
o Armazenamento em vesículas?
o Receptores nicotínicos e musacrínicos
o Receptores nicotínicos
 Sinapse entre neurônio e músculo estriado
 Sinapse entre neurônio pré e pós-ganglionar
o Receptores muscarínicos
 Sinapses: neuromiocárdica, neuromuscular lisa, neuroglandular

DROGAS COLINÉRGICAS
 Mecanismo de ação
o Diretos – estimulam os receptores
 Muscarínicos
 Nicotínicos
o Indiretos – anticolinesterásicos (inibe ação da acetilcolinesterase)
 Reversíveis
 Irreversíveis
 Colinérgicos diretos
o Farmacocinética
 Ésteres da colina: fracamente absorvidos, hidrólise no TGI e ação da acetilcolinesterase
 Pilocarpina, lobelina e nicotina: ampla absorção e distribuição

ACETILCOLINA
 Ações
o Cardiovascular
 Pequenas doses – vasodilatação,  RP,  PA
 Doses elevadas – efeito depressor no coração,  FC, condução e contração
o Respiratório
 Broncoconstricção,  secreção
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o Urinário
 Contração e redução da capacidade da bexiga
o TGI
  tônus muscular liso e força de contração
o Íris
 Miose
 Efeitos nicotínicos (semelhante ao simpático)
o Liberação de catecolaminas – vasoconstricção,  PA,  FC,  força de contração,
broncodilatação,  motilidade TGI
 Usos clínicos
o Oftalmologia
o Cirurgia de catarata (miose rápida)

CARBACOL
 Agonista nicotínico e muscarínico
 Ações:
o Muscarínicas – intensas TGI, bexiga e íris
o Nicotínicas – estímulo sinapses ganglionares simpáticas e parassimpáticas
 Uso:
o Retenção urinária (passado)
o Oftalmologia (glaucoma -  PA)

BETANECOL
 Ação muscarínica semelhante à do carbacol
 Resistente à acetilcolinesterase
 Bem absorvido no TGI
 Uso:
o Retenção urinária – pós operatória, neurogênica
 Reações adversas:
o Ruborização, sudorese, mal estar epigástrico, salivação
 Contra-indicações:
o Asma, úlcera péptica, hipertireoidismo
 Muscarina:
o Alcalóide natural – muscarínico
o Boa absorção TGI
o 100x mais potente que acetilcolina
o Resistente à acetilcolinesterase
o Excita o córtex cerebral
 Pilocarpina
o Muscarínico – efeito em glândulas
o Ações: SNC, glaucoma
 Oxitremorina
o Alcalóide sintético
o Ações no SNC: tremores

NICOTINA
 Não utilizada em terapêutica
o Potencial tóxico
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 Farmacocinética
o Absorção: mucosas, pele íntegra
o Acúmulo no fígado, rins e cérebro
 Farmacodinâmica
o Combina-se com receptores nicotínicos
o Ações: SNC, SNA, respiratório, cardiovascular, TGI, músculos, urinário, pele

COLINÉRGICOS INDIRETOS
 Farmacocinética
o Muito hidrossolúveis, exceto organofosforados
 Carbamatos – pouco absorvidos na pele, músculos e conjuntiva
 Organofosforados – fácil absorção (pele, pulmão e TGI)
o Excreção – bile e urina
o Mecanismo de ação – inativação da enzima acetilcolinesterase
 Ações
o Potencializam ações da acetilcolina
o Sudorese, miose, lacrimejamento, visão turva, salivação, diarréia, incontinência urinária
o SNC: tremores, ansiedade, convulsão, coma
o Cardiovascular: bradicardia,  DC e PA
 Usos
o Anestesiologia, miastenia grave, glaucoma
 Toxicidade: broncoconstricção, paralisia respiratória

ANTICOLINÉRGICOS
 Farmacocinética
o Boa absorção, distribuição e excreção (80%)
 Atropina, alcalóides naturais, diciclomina, tropicamida
 Propanteína e glicopirrolato: pouco lipossolúveis
o Mecanismo de ação
 Bloqueio competitivo pelo sítio de ação
 Ações
o SNC
 Atropina
- Vago – bradicardia
- Efeito sedativo lento , reduz tremores
 Escopolamina
- Sedação pronunciada (sono, amnésia)
- Doses elevadas: pode causar excitação, agitação, alucinações
- Olho: midríase, paralisia do músculo ciliar
- Cardiovascular: taquicardia
- Respiratório – atropina: broncodilatação
- TGI: ação intensa inibindo motilidade e secreção
 Usos
o Doença de Parkinson – adjuvantes
o Oftalmologia – exames de refração e de retina
o TGI – úlcera e hipermotilidade intestinal
o Intoxicação colinérgica

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o Náusea, vômitos, sudorese, salivação, defecação, micção involuntária, bradicardia,


vasodilatação, hipotensão
o Atropina – bloqueio parassimpático
 Boca seca, midríase, taquicardia, pele quente, agitação e delírio
o Hipertermia e taquicardia
o Convulsão

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AULA 4 – FARMACOLOGIA DOS ANTIDEPRESSIVOS (SNC)

DEPRESSÃO

A depressão é uma doença que afeta:


 o bem estar físico provocando cansaço, alterações no sono e mudanças de apetite.
 o bem estar mental provocando alterações de ânimo, no pensamento e no comportamento.

TIPOS DE DEPRESSÃO
 Depressão leve – mudanças de vida
 Depressão moderada – mudanças de vida + auxílio médico
 Depressão grave – urgência no tratamento (sintomas físicos, delírios e alucinações, pensamentos
suicidas)

TEORIA DA MONOAMINA DA DEPRESSÃO


 Proposta em 1965 (Schildkraut): transmissão  de NA e 5HT no SNC
 Agentes antidepressivos conhecidos (TCA e IMAO) facilitam a transmissão monoaminérgica.

AGENTES ANTIDEPRESSIVOS
 Estabilizadores de humor
 Antidepressivos tricíclicos (TCA)
 Inibidores da recaptação da 5HT
 Inibidores da monoamina oxidase (IMAO)
 Antidepressivos “atípicos”

ESTABILIZADORES DO HUMOR

 Íon orgânico administrado por via oral na forma de carbonato de lítio


 Provável mecanismo de ação:
 interferência na formação de IP3
 interferência na formação de cAMP
 Controla a fase de mania, bem como a depressão
 Profilaxia do transtorno bipolar
 Meia vida plasmática longa
 Janela terapêutica pequena
 Efeitos indesejáveis – náuseas, sede, poliúria, hipotereoidismo, tremor, fraqueza, confusão mental e
teratogênese.
 Outras Drogas Estabilizadoras Do Humor – Valproato e Carbamazepina

ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS
 Imipramina
 Desipramina
 Amitriptilina
 Clomipramina
 Protriptilina

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Os ADT inibem a captação de noradrenalina e/ou da 5HT. Estão quimicamente relacionados com as
fenotiazinas. São amplamente utilizados como antidepressivos. A maioria tem ação prolongada; com
metabólitos ativos.
o Superdosagem: confusão, mania; disritmias cardíacas.
o Interagem com álcool, anestésicos, hipotensivos, AINES, não devem ser administrados com
IMAO.
o Efeitos Colaterais
 Sedação (bloqueio H1)
 Hipotensão postural (bloqueio  adrenérgico)
 Boca seca
 Visão Turva
 Constipação
 Mania e convulsões - ocasionalmente

IMAO
 Os IMAO inibem uma ou ambas as formas de MAO no cérebro, aumentando, assim as reservas de
NA, DA e 5HT
 A inibição da MAO A correlaciona-se com a atividade antidepressiva.
 Principais exemplos:
o fenelzina
o tranilcipromida
o iproniazida
o moclobemida.
 Ação prolongada  inibição irreversível da MAO
o Efeitos colaterais:
 hipotensão postural (bloqueio simpático)
 efeitos semelhantes a atropina (similar aos ADT)
 aumento do peso corporal
 estimulação do SNC
 inquietação, insônia
 convulsões com superdosagem
 TRANILCIPROMINA – Parnate, Stelapar
 MOCLOBEMIDA – Moclobemida
 SELEGILINA – Elepril, Jumexil

ISRS
Os ISRS inibem seletivamente a captação de serotonina. Antidepressivos mais prescritos. Interferem
muito pouco com outros sistemas
 ISRS– fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina e citalopram
Menor toxicidade que os IMAO e os ADT
o Efeitos colaterais: náusea, insônia e disfunção sexual.
o “Reação da Serotonina”: hipertermia, rigidez muscular, colapso cardiovascular
 CITALOPRAM – Cipramil Parmil
 FLUOXETINA – Eufor, Deprax, Fluxene, Nortec, Prozac, Verotina
 NEFAZODONA – Serzone
 PAROXETINA – Aropax, Pondera, Cebrilin
 SERTRALINA – Zolof, Novativ, Tolrest
 ISRS– fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina e citalopram
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Menor toxicidade que os IMAO e os ADT


o Efeitos colaterais: náusea, insônia e disfunção sexual.
o “Reação da Serotonina”: hipertermia, rigidez muscular, colapso cardiovascular
Antidepressivos mais prescritos. Interferem muito pouco com outros sistemas
 CITALOPRAM – Cipramil Parmil
 FLUOXETINA – Eufor, Deprax, Fluxene, Nortec, Prozac, Verotina
 NEFAZODONA – Serzone
 PAROXETINA – Aropax, Pondera, Cebrilin
 SERTRALINA – Zolof, Novativ, Tolrest

ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS
 Grupo heterogêneo:
 Maprotilina
 Venlafaxina
 Trazodona
 Mianserina
 Bupropiona
 Não têm nenhum mecanismo de ação comum.
 Alguns são bloqueadores fracos da captação de monoamina
 Resposta terapêutica demorada com ADT e IMAO
 Ação curta
 Efeitos colaterais indesejáveis e toxicidade aguda variáveis, porém mais fracas que dos ADT.
o MAPROTILINA
 inibidor seletivo da captação de NA
 efeitos indesejáveis semelhantes ao da atropina
 sedação
 convulsões
 erupções alérgicas
 toxicidade aguda semelhante aos ADT
o TRAZODONA
 bloqueador fraco da captação de 5 HT
 bloqueia os receptores 5 HT2 e 2
 sedação, confusão, hipotensão
 disritmias cardíacas
o MIANSERINA
 bloqueio dos receptores 2, 5 HT2 e H1
 nenhum efeito sobre a captação de monoamina
 sedação, convulsões, reações de hipersensibilidade
o BUPROPIONA
 aumento da liberação de NA
 vertigem, ansiedade e convulsões
 segura em superdosagens
o VENLAFAXINA
 inibidor fraco da captação de 5 HT
 náusea, ansiedade e disfunção sexual (semelhante ISRS)

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AULA 5 – FARMACOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO

FÁRMACOS QUE ATUAM SOBRE A SECREÇÃO GÁSTRICA

 Vias reguladoras
o Estimulação neural do nervo vago
o Estimulação endócrina via gastrina liberada pelas células G antrais
o Estimulação parácrina pela liberação local de histamina pelas células similares às células
enterocromafins (ECL)
 Causas das úlceras gástricas
o Infeccção por H. pylori
o AINES
o Malignidade
o Hipersecreção de gastrina

ANTIULCEROSOS
Inibidores da Secreção Gástrica:
o Antagonistas da Histamina (Anti H2)
o Antagonistas Muscarínicos (M1)
o Inibidores da H+/K+ Atpase

ANTI-HISTAMÍNICOS H2
 Famotidina, Ranitidina, Cimetidina, Nizatidina
 Inibem competitivamente a interação de histamina com os receptores H2
 São altamente seletivos
 Interferem pouco em funções fisiológicas outras que não a secreção gástrica
 Inibição de secreção gástrica  efeito dose dependente
 Reduzem tanto o volume de suco gástrico secretado quanto sua concentração
 Rapidamente absorvidos após administração VO
o Mecanismo de Ação:
 Inibição dos receptores H2 reversivelmente nas células parietais.
o Ação Farmacológica:
 Inibição da secreção gástrica produzida por histamina, alimentos, gastrina e ACh
 Reduzem a secreção ácida basal produzida pela Gastrina e ACh.
 Reduzem a secreção ácida fisiológica produzida por alimentos e distensão gástrica.
o Farmacocinética:
 Absorção rápida por VO
 Unem-se pouco a proteínas plasmáticas, atravessam a placenta e o leite materno.
o Reações Adversas:
 Antiandrogénicos (ginecomastia, impotência)
 Tolerância: sensibilizam outros mecanismos, produtores de ácido, independientes da
histamina
o Interações Medicamentosas:
 Ao diminuir a produção de ácido, diminui a absorção de bases (cetoconazol)
 Inibem o citP450 que impedem o metabolismo de muitos fármacos (teofilina, fenitoína)
o Excreção:
 Cimetidina, ranitidina e famotidina  2-3 horas

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 Nizatidina  1,3 hora


o Efeitos Adversos:
 Alterações da lactação
 Cefaléia
 Tonteira e náuseas
 Mialgia
 Exantema
 Prurido
 Perda da libido, impotência e ginecomastia
o Indicações:
 Úlceras gástrica e duodenal
 RGE

ANTI-MUSCARÍNICOS M1
 Pirenzepina, Telenzepina
o Mecanismo de ação:
 Antagonista seletivo dos receptores muscarínicos M1
o Ação farmacológica:
 Inibição da secreção ácida gástrica provocada pela ACh.
o Reações adversas:
 Ressequidão oral e constipação
o Indicações:
 por serem menos potentes que os anti H2, são usualmente usados em associação com estes.

INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS


 Omeprazol, lanzoprazol, Pantoprazol
o “Bomba de prótons” – mediador final da secreção de ácido
o Pró-drogas (precisam ser ativadas p/ serem eficazes)
o Alterações pequenas no volume de suco gástrico e na secreção de pepsina sem afetar a
motilidade gástrica
o Omeprazol – inibidor irreversível da “bomba de prótons” (dose relacionada)
 Absorção rápida
 Mecanismo de ação:
o Profármacos que em pH ácido bloqueiam irreversivelmente a bomba de H+, se unem a grupos
SH - formando ligações covalentes
 Ação farmacológica:
o Tem amplo espectro para inibir a produção de ácido por qualquer estímulo.
 Interações medicamentosas:
o Interações com outros medicamentos que inibem o citP450
o Omeprazol:  metabolismo da fenitoína, diazepam e varfarina
 Reações adversas:
o Interações com outros medicamentos que inibem o citP450
o Náuseas
o Diarréia
o Cólicas abdominais
 Indicações:
o Cicatrização de úlceras no estômago, duodeno e esôfago

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ANTIÁCIDOS
 São substâncias que inibem o ácido produzido, mas não impedem a produção de outras substâncias.
 Reduzem imediatamente a hiperacidez e evitam a irritação da mucosa gástrica e com isso favorecem a
cicatrização das úlceras e evitam a dor.
 Quimicamente, são hidróxidos ou sais.

NÃO SISTÊMICOS
 São os mais recomendados visto que não absorvem e não alteram o equilíbrio ácido-base.
o SAIS DE Mg: Mg(OH)2,MgO.
 Mg(OH)2 é um antiácido potente, capaz de elevar o pH a 9.
 íon Mg+2 age osmoticamente retendo água.
o SAIS DE Al: Al(OH)3
 É pouco potente, forma fosfato de Al no intestino provocando hipofosfatemia.
 íon Al+3 é constipante.
o SAIS MIXTOS DE Al E Mg:
 Menos potentes que os sais de Mg e mais potentes que os de Al. Evita diarréia e constipação.
- Neutralizam o HCl secretado pelas células parietais gástricas
- pH obtido depende da dosagem do antiácido e do fato de o estômago estar vazio
ou com alimentos
- Afetam a motilidade e as secreções
 Mg:  motilidade intestinal.
 Al:  motilidade intestinal.

 Efeitos adversos
o Alcalose
o Síndrome leite-álcali
o Hipercalcemia
o Retenção de fosfato
o Insuficiência renal
o Liberação de CO2 – eructação, náuseas ocasionais, distensão abdominal e flatulência

 Interações Medicamentosas
o Ferro, antibióticos, tetraciclina, isoniazida e cetoconazol.

 Indicações
o Úlcera péptica
o RGE

PROTETORES DA MUCOSA
 São fármacos que protegem a mucosa e aumentam suas defesas.
 Em geral são utilizados para prevenir o dano das mucosas por agentes lesivos como os AINEs ou como
adjuvantes no tratamento de úlcera.

SUCRALFATO
 Substância viscosa, formada pela reação do octossulfato de sacarose com Al(OH)3.
 Insolúvel em água.
 Mecanismo de ação:
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o pH ácido (3,5-4) forma una crosta pegajosa que se adere aos restos das proteínas, à base e às
crateras da úlcera formando uma barreira protetora.
 Reações adversas:
o Constipação, boca seca, desconforto abdominal.
 Interações medicamentosas:
o Deve-se reajustar as doses de fármacos que interferee em sua absorção: ciprofloxacino,
norfloxacino, fenitoína, propranolol, digoxina, aminofilina, vitaminas lipossolúveis, tetraciclinas e
warfarina.
o É necessário que exista pelo menos um período de 2 horas entre estas drogas.
 Indicações:
o Cicatrização de úlceras gástricas e duodenais.

SAIS DE BI
 Escasso poder antiácido.

 Mecanismo de ação:
o Forma quelatos con aminoácidos e glicoproteínas. Forma una crosta esbranquiçada na superfície
ulcerada a pH=3-5 (se redissolve em pH<1)
o Baixo efeito como bactericida (H. pylori)
o Aumenta a síntese de PGs e bicarbonato.

 Reações Adversas:
o Mudança de coloração das fezes e escurecimento da língua.

FÁRMACOS PROCINÉTICOS

 São fármacos capazes de melhorar o trânsito do bolo alimentar através do tubo digestivo,
aumentando a motilidade e melhorando a coordenação motora.
 Objetivo fundamental: aliviar os sintomas digestivos devido a alteracões da atividade motora.
 BENZAMIDAS
o METOCLOPRAMIDA
o CISAPRIDE
o CINITAPRIDE
 DOMPERIDONA

BENZAMIDAS
o METOCLOPRAMIDA, CISAPRIDE, CINITAPRIDE.
o Mecanismo de ação
o METOCLOPRAMIDA
 Agonista 5-HT4 (presináptico): favorece a liberação de ACh no plexo mioentérico.
 Antagonista D2: efeitos sobre o SNC, pouco relacionado com a atividade procinética.
 Antagonista 5-HT3: relacionado com sensações dolorosas, reflexos motores e vômito.
o CISAPRIDE:
 Mais potente que metoclopramida, não possui ação anti-D2
o CINITAPRIDE:
 Idem a cisapride, sem efeito 5-HT3 (carece de ação antiemética)

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DOMPERIDONA
o Mecanismo de ação
 Antagonista D2: efecto procinético moderado. Carece de ação 5-HT4
o Reações adversas
 Ressequidão da boca, diarréia
o Contra-indicações:
 Rupturas gastrointestinais,
 Casos de obstrução mecânica.

FÁRMACOS ANTIEMÉTICOS

 RECEPTORES DO VÔMITO
 D2: agonistas produzem vômitos e antagonistas são antieméticos.
 5-HT3: agonistas produzem vômitos e antagonistas são antieméticos.
 Opióides: produzem náuseas e vômitos
o Antagonistas D2
 Benzamidas:
- Metoclopramida
 Butirofenonas:
- Domperidona
- Droperidol, Haloperidol.
 Fenotiazinas:
- Clorpromazina
o Antagonistas 5-Ht3
 Ondansetrona
o Outros
 Glicocorticoides
 Benzodiazepinas
 Cannabinoides Sintéticos

METOCLOPRAMIDA
 Mecanismo de ação:
o Antagonista D2 e 5-HT3: efeito antiemético.
ONDANSETRONA (2ª escolha)
 Mecanismo de ação
o Antagonista 5-HT3: efeito antiemético.
 Efeitos Adversos:
o Cefaléia, sonolência e diarréia

FÁRMACOS LAXANTES

 São fármacos usados em casos de constipação intestinal (perturbação da motilidade e equilíbrio


eletrolítico, com retardo da progressão e evacuação das fezes)
 Formadores De Massa
o Celulosa, Metilcelulosa
 Lubrificantes E Suavizantes
o Glicerina
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 Laxantes Osmóticos
o Sais De Mg E Na.
o Derivados De Açúcares.
 Estimulantes Por Contato
o Antraquinonas
o Azeite De Rícino

FORMADORES DE MASSA
 CELULOSA
 Mecanismo de ação
o São substâncias hidrófilas que absorvem água e aumentam o volume, estimulando o peristaltismo
 Contra-indicações
o Obstrução intestinal

SUAVIZANTES E LUBRIFICANTES
 GLICERINA
 Mecanismo de ação
o Lubrifica a massa fecal.

LAXANTES OSMÓTICOS
 Mecanismo de ação
o Retém grandes quantidades de água no intestino, estimulando o peristaltismo.
o Sais De Mg E Na: Fosfato, Carbonato, Citrato, Sulfato.
o Derivados De Açúcares: Lactulona, Sorbitol, Manitol.
 São metabolizados pelas bactérias, originando ácidos graxos de cadeia curta que actuam como
agentes osmóticos.

ESTIMULANTES POR CONTATO


 Antraquinonas: Cáscara Sagrada.
 Deriv. De Difenilmetano: Bisacodil, Fenolftaleína.
 Azeite De Rícino.

 Mecanismo de ação
o Irritação da mucosa: altera a motilidade intestinal
o Inibem a absorção de água e eletrólitos na luz intestinal, favorecendo a peristalse.
 Usos:
o São mais ativos, podem produzir cólicas fortes.
o Usados quando se necessita uma evacuação intestinal rápida.

FÁRMACOS ANTIDIARRÉICOS

 Modificadores Do Transporte De Eletrólitos


o Opióides
o Subsalicilato De Bi
 Inibidores Da Motilidade
o Anticolinérgicos: Butil Br- De Escopolamina
o Opioides: Loperamida, Difenoxilato
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 Agentes Adsorventes
o Carvão Ativado
o Pectina
o Resinas De Intercambio Iônico
o Antiinfecciosos

MODIFICADORES DO TRANSPORTE DE ELETRÓLITOS


 Mecanismo de ação
o OPIÓIDES: aumentan a absorção e inibem a secreção de água no intestino
o SUBSALICILATO DE Bi: leve ação bactericida e antiinflamatória

INIBIDORES DA MOTILIDADE
 Opióides:
o Diminuem a motilidade intestinal por inibição das fibras musculares longitudinais.
o Loperamida não atravessa a BHE, tendo menos efeitos centrais que os opiáceos.
o Difenoxilato em altas doses atravessa a BHE e ocasiona efeitos centrais (euforia, dependencia
física)

 Anticolinérgicos:
o BUTIL BROMETO DE ESCOPOLAMINA
o METIL BROMETO DE HIOSCINA
 Mecanismo de ação:
- Antagonistas colinérgicos de ação muscarínica: inibem a ação da ACh
 Não serve para diarréias que não envolvem mecanismos colinérgicos (ex: hormonais)

AGENTES ADSORVENTES
 Tem capacidade de absorver substâncias tóxicas e impedir que atuem na mucosa intestinal

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AULA 6 – FARMACOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR E RENAL

HAS: A hipertensão arterial ou “pressão alta” é a elevação da pressão arterial para números iguais ou maiores
que 130/80 mm/Hg.

PA = DC x RVP
  NEURAIS (SNSimp)
VS x FC TÔNUS VASCULAR HUMORAIS (ADR, SRA)
   LOCAIS
INO CRONO
(força) (ritmo)

PA = DC x RVP

FC x VS

Atividade cardíaca Volume circulante

Freq. Card. 1. Beta bloq IECA


Contratil 2. Bloq. C.Ca Sal Diuréticos
3. IECA Aldosterona

PA = DC x RVP

Hormônios Simp. Periférico


1. vasodilatores Receptores
alfa beta
2. IECA 1. alfa bloq. 2. beta bloq.
3. bloq. canais Ca

PAS (pressão arterial sistólica) = Ligada ao DC


PAD (pressão arterial diastólica) = Ligada à RP

 Ao passar dentro das artérias o sangue encontra uma resistência (PRESSÃO), provocada pelo atrito.
 Quanto mais estreita é a artéria, maior a resistência (PRESSÃO) à passagem do sangue.

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TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO


 Redução dos fatores predisponentes
o Evitar o tabagismo
o Evitar o álcool
o Fazer exercícios físicos
o Reduzir o peso corporal
o Dieta (redução do sal)
o Diminuir o estresse

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

CARACTERÍSTICAS DE UMA DROGA AHI INICIAL

 Efetiva como monoterapia


 Bem tolerada pela maioria dos pacientes
 Não dispendiosa
 Facilmente ajustável em suas doses
 Com efeitos hemodinâmicos apropriados
 Efetiva na redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares
 Interações mínimas com outras drogas
 Capaz de aumentar o efeito de outras drogas anti-hipertensivas
 Sem pseudo-tolerância
 Com ação suficientemente longa
 Contra-indicações pouco frequentes
 Sem interferência prejudicial na qualidade di vida.

FÁRMACOS SIMPATOLÍTICOS
Redução direta ou indireta da atividade simpática
1. De Ação Central
o meltildopa – clonidina
2. Bloqueadores Ganglionares
o Trimetafan
3. Antagonistas De Receptores Adrenérgicos
o  – prazosina
o – propranolol – metoprolol - atenolol
o  /  - labetalol

1 - DE AÇÃO CENTRAL

METILDOPA
1. Metaboliza no SNC a metilnoradrenalina (falso neurotransmissor)
2. Efeito hipotensor
o Por inibidores centrais DOPA-descarboxilase
o Por antagonistas  de ação central
 fluxo simpático do SNC
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 Ações
o RVP   PA
o DC e FC
o Causa redução da resistência vascular renal
o Pouca hipotensão postural
o “Pseudotolerância” – retenção de sais e líquidos
o associação com um diurético
 Farmacocinética
o Boa absorção por VO – transporte ativo no intestino
o Concentração plasmática máxima em 2-3 h
o Acesso ao SNC por transporte ativo também
o Excretada pelo rim (conjugado)
 Interações contra-indicadas
o Antidepressivos tricíclicos
o L-dopa
 Toxicidade e efeitos colaterais
o Sedação, depressão
o Redução da acuidade mental / esquecimento
o Distúrbios do sono
o Cefaléia
o Impotência, diarréia, visão embaçada
o Boca seca
o Perda da libido, disfunção sexual
o Dificuldade de concentração
o Edema
o Hipotensão postural

CLONIDINA
 É um agonista parcial 2
 Efeito hipotensor:
o Ativação central 2
o Tônus simpático
o Parassimpático
 Redução da PA decorre por
o FC
o Relaxamento de vasos
o RVP principalmente na posição ereta
o Fluxo sanguíneo renal é mantido
o Há retenção de sais e líquidos
o associar com um diurético
 Farmacocinética
o Boa absorção VO – altamente lipossolúvel
o Conc. plasmática e efeito hipotensor máx. 1-3 h (VO)
o Doses iniciais baixas com elevação gradual
 Toxicidade e efeitos colaterais
o Sedação, depressão
o Disfunção sexual
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o Boca seca
o Dermatite de contato
o Interação com antidepressivos tricíclicos (bloq. )
o Crise hipertensiva e taquicardia na suspensão abrupta
o Causa hipotensão e bradicardia

2 - BLOQUEADORES GANGLIONARES

TRIMETAFAN
 Farmacocinética
o Inibição de reflexos vasomotores simpáticos
o Taquicardia leve
o Infusão IV lenta
o Efeito em 5 min, duração de 10 a 15 min
 Toxicidade e efeitos colaterais
o Simpáticos: hipotensão, disfunção sexual,  transpiração
o Parassimpáticos: constipação, retenção urinária, glaucoma, visão turva, boca seca

3 - ANTAGONISTA DOS RECEPTORES ADRENÉRGICOS

ANTAGONISTA α-ADRENÉRGICO – PRAZOSIN

 Farmacocinética
o Boa absorção VO
o Metabolismo razoável de 1a passagem
 Toxicidade e efeitos colaterais
o Efeito de 1a dose: tontura, cefaléia
o Hipotensão postural
o Taquicardia  reflexa bloqueio  2 pré-sináptico
o Retenção líquido   volemia
o Impotência sexual (bloqueia ejaculação)
o Obstrução nasal
o Diarreia  efeito direto,  liberação ACh

ANTAGONISTA β-ADRENÉRGICO – PROPRANOLOL

 Farmacocinética
o Boa absorção VO
o Conc. plasmática máx. 1-3 h
o Baixa biodisponibilidade
 (1a passagem)
o  DC/bradicardia -  PA
o Bloqueio 2 nos rins
 sistema renina-angiotensina-aldosterona
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 Toxicidade e efeitos colaterais


o 2 musculatura lisa brônquica -  resistência (asmáticos)
o Síndrome de abstinência
 nervosismo, taquicardia, angina, PA
 Outros efeitos
o Diarréia, constipação, náuseas, vômito
o Distúrbios do sono, depressão
o Bradicardia, bloqueio AV, ICC
o Broncoespasmo
o Vasoconstrição vascular periférica
o HDL e  TG
o Impotência sexual

ANTAGONISTA DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA

Losartan (Cozaar, Corus)


Valsartan (Diovan)
Irbesartan (Aprovel)
Candesartan (Atacand, Blopress)
Telmisartan (Micardis, Pritor)

INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA

 Captopril (Capoten)
 Enalapril (Renitec)
o Poucos efeitos colaterais
o Boa eficácia
o Contra-indicação: gestantes
o Efeitos adversos: hipotensão, deterioração da função renal, tosse seca

NITRO-VASODILATADORES
 Vasodilatação e queda da RVP
 Ação direta nos vasos
1. ARTERIAIS
 hidralazina (Hidralazina) - minoxidil (Loniten)
 Boa absorção e metabolismo hepático
2. ARTERIAIS E VENOSOS
o nitroprussiato de sódio (Nipride)
 Via parenteral, emergências hipertensivas

ANTIARRIMICOS
 Verapamil (bloqueador de canais de Ca)
 Epinefrina (agonista adrenérgico)
 Atropina (antagonista colinérgico)

BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO


Diminuição do Ca+2 livre intracelular
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 Nifedipina (Adalat)- vasodilatação  RP  PA


 Verapamil (Dilacoron)
 Diltiazem (Cardizem) FC - DC -  PA
 fendilina (Plenum)
 diltiazem (Cardizem)
 bifendipina - felodipina - anlodipina

Efeitos adversos
 Constipação
 Vertigem
 Cefaleia
 Fadiga
 Hipotensão

DIGITÁLICOS

Digoxina e Digitoxina
 Mecanismo de ação:
o Inibidores da Bomba Sódio-Potássio ATPase
o Diminuição do Contra-transporte de Na+/Ca++
o Aumento da força de contração
o Aumenta a atividade Vagal (SN Parassimpático)
o Diminui a atividade do SNS
o Diminui a condução do Nodo Sino-Atrial e Nodo AV

 Indicações:
o ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva)
o Fibrilação Ventricular
o Taquicardia Atrial

DIURÉTICOS

 Anormalidades do volume de líquido e da composição eletrolítica X risco de vida


 Fármacos que aumentam o volume urinário- Oposição ao ADH (vasopressina)
 Diurese e natriurese
 Mecanismo básico: inibição da reabsorção de H20 e Na+

DIURÉTICOS
 Importância, usos, indicações
o Hipertensão arterial
o Reduzir edema
 ICC
 doenças renais
 doenças hepáticas
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o Glaucoma
o Diurese forçada
 overdose
 edema cerebral
 cirurgias (manutenção diurese)

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DIURÉTICOS ACETAZOLAMIDA
 Atuam no TCP
 Inibidores da anidrase carbônica
CO2 + H2O  H2CO3  HCO3- + H+
 Efeitos colaterais: acidose (retém H+, perde Na+), hipocalemia, sono

DIURÉTICOS OSMÓTICOS
 Atuam no TCP e ducto coletor
 Agentes osmóticos: manitol
 Indicações: aumento do volume urinário (anúria), redução da PIC, glaucoma
 Toxicidade: expansão do volume extracelular, desidratação e hipernatremia

DIURÉTICOS DE ALÇA
 Inibe o co-transporte de Na-K-2Cl
 Aumenta a excreção urinária de Ca e Mg
 Tende a elevar os níveis de ácido úrico
 Usos: edema pulmonar, cirrose, IR aguda e crônica, hipercalcemia, hipercalemia,
hipertensão em nefropatas e cardiopatas, edema cerebral
 Efeitos colaterais: alcalose metabólica, distúrbios TGI (sangramento), desidratação,
Ototoxidade, hiperuricemia, hipotensão, hipocalemia, hipomagnesemia
 Furosemida
• Sofrem rápida absorção oral (bdp 60%)
• Baixa lipossolubilidade

DIURÉTICOS TIAZÍDICOS
 Atuam no TRP e TCD
 Inibidores do co-transporte Na e Cl, Na-KATPase
 Reabsorção de Ca no TCD
 Usos: ICC; HAS; diabetes insípido nefrogênica, edema: casos leves a moderados,
hipercalciúria
 Efeitos colaterais: fraqueza, falta de energia, impotência sexual, arritmias, hipercalcemia
/ hipofosfatemia
 Clortalidona
 Hidroclorotiazida
 Reposição de K
• poupadores de K
• Banana, água de coco

DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO

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 Atuam no ducto coletor


 São antagonistas da aldosterona
 São poupadores de potássio
 Aldactone (Espironolactona) = antagonista competitivos da aldosterona
 Indicações: Sind. Chron - Excesso de mineralocorticóides, aldosteronismo secundário
em consequência de ICC, cirrose hepática, síndrome nefrótica
 Efeitos adversos: hipercalemia, acidose metabólica, ginecomastia, impotência sexual

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AULA 7 – FARMACOLOGIA DOS CONTRACEPTIVOS

RELAÇÃO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-OVÁRIO
Durante a puberdade:

 Secreção de hormônios

 Secreção de esteróides sexuais

Maturação dos órgãos reprodutores

Desenvolvimento de características sexuais secundárias

Fase de crescimento acelerado

Hipotálamo sintetiza GnRH (Hormônio liberador de gonadotrofina) estimula Hipófise hormônios LH e


FSHovárioprogesterona e estrógenio.

DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE PRODUTIVA

FSH- estimula os folículos ovarianos para produção de estrogênio


LH- estimula secreção de progesterona

HORMÔNIOS ESTEROIDES: produção nos ovários, adrenal e placenta

HORMÔNIOS FEMININOS

ESTROGÊNIO
 Responsáveis pela fase proliferativa da regeneração do endométrio
 Aumento do volume uterino
 Alteração do epitélio vaginal
 Abundante secreção cervical de muco
 Retroalimentação (+) da adeno-hipófise:
o LH  ovulação

PROGESTERONA
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 Havendo fecundação: corpo lúteo secreta progesterona


 Fase secretória: endométrio apropriado para implantação do óvulo fertilizado
 Retroalimentação (-) da adeno-hipófise:  LH
o Impede nova ovulação
 Não havendo fecundação:
o progesterona  menstruação

 Durante A Gestação
o Estimula os ductos lactíferos
o Após o parto, auxilia a prolactina na estimulação e manutenção da lactação
o Controla o desenvolvimento dos alvéolos secretórorios na glândula mamária

FARMACOCINÉTICA
 Hormônios esteróides
 Produção nos ovários, adrenal e placenta
o FSH estimula os folículos ovarianos
 Produção de estrógeno
o LH estimula secreção de progesterona
 Absorção
- Pele e membranas mucosas
- Soluções oleosas (SC e IM)
 Esteróides semi-sintéticos e novos progestínicos (VO)
o Isolados ou associados: regulação do ciclo e controle da fertilidade
 Ampla ligação a proteínas (albumina)
 Inativação hepática
 Eliminação renal
 Compostos de uso oral: degradação lenta
 Absorção: pele, membranas mucosas
 Soluções oleosas (SUB e IM)

FARMACODINÂMICA
 Efeitos potentes sobre a regulação endócrina
 Adm. doses regulares de esteróides
o Inibição da ovulação
 Anovulação
o Supressão dos fatores hipotalâmicos
o Secreção deficiente de gonadotrofinas
o Estrógeno + progestínico = supressão de ambas as gonadotrofinas
 Terapêutica progestínica isolada
o Uso de microdoses não inibe a ovulação
o Mecanismos periféricos e eficácia anticoncepcional
 Quantidade de muco cervical modificada
- Produção escassa
- Espessa
- Hostilidade à migração espermática
o Implantação irregular no endométrio
o Modificações nas secreções e motilidade das trompas
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o Interferência no transporte (óvulo, espermatozóide)

INDICAÇÕES: mulheres em amamentação

HORMONIOS SEXUAIS

ESTROGÉNOS
 Dietilestrilbestrol
 Estriol
 Estrona
 Etinilestradiol
 Mestranol

PROGESTINA
 Desogestrel
 Drospirenona
 Levonorgestrel
 Medroxiprogesterona
 Noretindrona
 Norgestrel

ANTICONCEPCIONAIS

 Métodos
o Monofásico
 Consiste do uso de um estrógeno e um progestínico
 Adm. de 20 a 21 dias (5° dia do ciclo)
 3 semanas de terapia, 1 semana de repouso
 Anovulatória e interferência periférica sobre órgãos

o Bifásico
 Dose do progestínico varia 2 vezes durante o ciclo
 Componente estrogênico imutável

o Trifásico
 Dose do progestínico varia 3x
 Estrogênico varia 1x
- Tentativa de mimetizar o ciclo normal

o Microdose
 Não é anovulatória
 Doses baixas e diárias de um progestínico
 Início no 1° dia do ciclo

o Injeções e implantes
 Injeção IM mensal – esteróides de ação prolongada
 Contracepção segura
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- Início: eficácia em 7 dias (30 dias)


- Método de barreira
- Manutenção: ± 3 dias
- Exceção: esperar ciclo e recomeçar

INDICAÇÕES

 Principal
o Mulher que deseja controlar a natalidade
 Eficácia
o Casal plena fase reprodutiva
o Falha do anticoncepcional
o Eficácia teórica dos combinados 99,9%
o Gradação da eficácia
 Alta: índice de falha de 0 a 5 concepções
 Média: índice de falha de 6 a 10 concepções
 Baixa: índice de falha maiores que 11 concepções
- Barbitúricos e rifampicina:  efeitos contraceptivos

EFEITOS COLATERAIS
 Componente estrogênico
o Sintomas semelhantes aos da gravidez
 Náusea, vômito, tontura, cefaléia,  apetite
 Progestínicos
o Antagonismo aos estrógenos
o Alopécia, acne
o Progesterona: letargia e depressão

CONTRA-INDICAÇÕES
 Hipertensão e doença cardiovascular
o Desenvolvimento de HAS após uso regular por 6 meses (reversível)
o Ação do componente estrogênico sobre o sistema renina-AII-aldosterona
 Contra-indicado: hipertensas, cardiopatas
 Mulheres normais: exame clínico e medida da PA
 Infarto: risco 1,1 a 4 x maior; fumantes 12 x; fumantes (15 cigarros) 50 x.
 Tromboflebite, embolia pulmonar
o Promovem alterações vasculares
 Espessamento e proliferação das camadas média e interna dos vasos
 Alterações plaquetárias e formação de microtrombos
o Neuroftalmologia – edema de retina, neurite óptica
o Risco de AVC 4 x maior
o Pacientes com propensão a trombose, doença cardíaca e HAS não devem usar
 Insuficiência hepática
o Icterícia, alterações na síntese de enzimas dos hepatócitos
o Mulheres com histórico de icterícia e prurido gravídico
 Diabetes
o Aparecimento de tolerância à glicose (reversível)
o Aumento da resistência à ação insulínica
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o Efeito diabetogênico mais nítido em obesas


 Câncer de mama
 Câncer de corpo uterino
 Câncer de colo uterino
o Dados controversos

PROGRESSOS
 O que se almeja?
o Fácil administração
o Baixo custo
o 100% eficácia
o Mínimo de efeitos colaterais
o Não interferência na fisiologia normal da mulher
 Contraceptivos injetáveis
o Acetato de medroxiprogesterona
o Solução com baixa solubilidade, liberação lenta
o Inibe os picos de LH e FSH
o 150 mg IM 3 em 3 meses = boa segurança
 Sangramento irregular
o Brasil: depo-provera
 Implantes SC
o Norplant
 Cápsula de silastic 34 mm comprimento e 2,4 mm 
 Contém 36 mg levonorgestrel
 Método
- Inserção de 6 cápsulas com eficácia de 5 anos
 Inconvenientes
- Necessita de anestesia para inserir e retirar as cápsulas
- Sangramento irregular
 Pílula do dia seguinte
o Uso imediato até 72 após o coito
 Alteração no endométrio impede implantação
 Ingestão altamente nauseante e culmina com hemorragia por deprivação hormonal.

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AULA 8 – FARMACOLOGIA DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS

 Representam um grupo heterogêneo de fármacos, de benefícios sintomáticos; embora a maioria sejam


ácidos fracos, nem sempre são quimicamente relacionados. Altamente lipofílicos, compartilham
mecanismos de ação, efeitos terapêuticos e, também, os riscos indesejáveis da aspirina.
 Exercem atividade analgésica, antipirética e antiinflamatória;
 Não causam dependência física ou psíquica;
 Não provocam depressão respiratória;
 Anti-inflamatorios não esteróides (AINES)
 Glicocorticóides (esteroides)

EFEITOS FARMACOLÓGICOS

 Αnalgésico
 Αntiinflamatório
 Αntipirético
 Αntiplaquetário

MECANISMO DE AÇÃO GERAL


 Inibição periférica e central da atividade da enzima ciclooxigenase e subsequente diminuição da
biossíntese e liberação dos mediadores da inflamação, dor e febre (prostaglandinas).

EFEITO ANTIINFLAMATÓRIO
 Redução das prostaglandinas vasodilatadoras (PG2 e PGI2)
 Menor vasodilatação e permeabilidade – menor edema
 Reduz dor

EFEITO ANALGÉSICO – Dores leve a moderada

 Eficaz contra dor associada à inflamação


 Eficácia inferior aos OPIÓIDES
 Ação nas terminações nervosas periféricas
 Não afetam a consciência
o Efeito antipirético
 Redução da febre: não hipotermia – reajuste do termostato
 Vasodilatação e sudorese
 Ação Central Hipotalâmica

EFEITO ANTIPIRETICO
 Redução da febre: não hipotermia – reajuste do termostato
 Vasodilatação e sudorese
 Ação Central Hipotalâmica

TOXICIDADE
 Lesão da mucosa gástrica
 Sangramento: inibição da função plaquetária
 Limitação do fluxo renal: retenção de Na+ e H2O
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 Retardo e prolongamento do trabalho de parto


 Asma e reações anafiláticas em indivíduos susceptíveis

SALICILATOS
 Absorção VO (estômago e intestino delgado)
o Níveis plasmáticos em 30 min; pico em 2 h.
 Fatores que influenciam a absorção
o Composição, velocidade de desintegração e dissolução, alimentos, pH, tempo de esvaziamento
gástrico
 Constante de dissociação (pKa = 3,5)
o pH 2,5 – 91 % não ionizada
o pH 4,5 – 91% ionizada
 Distribuição: livres e ligados a proteína plasmática –albumina
 Excreção renal
 Indicações clínicas
o Analgesia – dores leves a moderadas
o Cefaléia, dismenorréia, mialgias, artralgias, neuralgias, desconforto pós-operatório, pós-parto,
cirurgias odontológicas, procedimentos ortopédicos
o Antitérmico
o Antiinflamatório
o Antiagregante plaquetário
 Toxicidade
o TGI: mais frequentes com tratamento prolongado e elevadas doses
 Intolerâncias gástricas (dor, desconforto epigástrico, náuseas, vômitos, anorexia)
 Ulceração da mucosa com sangramento
 Exacerbação na presença de etanol
o Nefrotoxicidade
 Ingestão crônica de AAS, fenacetina e paracetamol
 Diminuição da função renal
o Hepatotoxicidade reversível
 Contra-indicações clínicas
o Pelos efeitos anticoagulantes
 Terapia anticoagulante
 Alterações na coagulação (hemofilia, hipoprotrombinemia, deficiência vitamina K)
 Cirurgias
 Pelos efeitos sobre o TGI
o Úlcera péptica
o Gastrite
o Sangramento TGI
 Gravidez
o Gestação prolongada
o Trabalho de parto prolongado
o Risco de sangramento materno
o Síndrome de Reye: lesão hepática severa e encefalopatia.

ÁCIDOS ANTRANÍLICOS – PONSTAN


 Indicações clínicas
• Analgesia – cólicas
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• Uso profilático
Contra-indicação: doença GI, alteração na função renal

 Efeitos colaterais mais frequentes


o GI: dispepsia, desconforto gástrico
o Anemia hemolítica
 Contra-indicação:
o Doença GI,
o Alteração na função renal

PIRAZOLÔNICOS – DIPIRONA
 Efeitos colaterais mais frequentes
o GI: náusea, vômitos, desconforto epigástrico, diarréia
o Hipotensão, Retenção sódio, fenômenos hemorrágicos, agranulocitose, púrpura, trombocitopenia,
anemia aplástica
 Contra-indicação:
o Doença GI
o Insuficiência hepática e renal
o Discrasias sanguíneas
o HAS.

PARAMINOFENOL – PARACETAMOL
 Menor grau de ligação a proteína plasmática
 Metabólito intermediário tóxico
 Efeitos farmacológicos
o Não altera tempo de sangramento
o Menor potência antiinflamatória
 Efeitos colaterais mais frequentes
o Doses terapêuticas, baixa incidência
 Contra-indicações
o Sensibilidades aos salicilatos
o Insuficiências hepática e renal

ÁCIDOS FENILACÉTICO – CATAFLAN E VOLTAREN

 Efeitos farmacológicos
o Inibição COX superior a indometacina e propiônicos
 Efeitos colaterais mais frequentes
o GI (20%): sangramentos, ulcerações ou perfurações de parede
o Hepatotoxicidade (15%): aumento das transaminases

DERIVADOS DA FENOXIMETANOSSULFANILIDA
Principal representante: Scaflan (nimesulida)
Indicações clínicas
• Analgesia leve a moderada
• Superior a outros AINES

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PROPIÔNICOS – CETOPROFENO, IBUPROFENO, NAPROXENO, FENOPROFENO

 Efeitos farmacológicos
o Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios
o Inibição COX, inibição do sistema das cininas e histamina
 Efeitos colaterais mais frequentes
o GI
o Trombocitopenia, agranulocitose, prolongamento do tempo de sangramento
o Erupções cutâneas, cefaléia, tonturas
 Contra-indicação
o Hipersensibilidade cruzada, doença GI
o Insuficiência hepática e renal
 Substâncias: naproxeno, fenoprofeno, cetoprofeno, ibuprofeno

OXICANS – MELOXICAN
 Efeitos farmacológicos
o Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios
 Efeitos colaterais mais frequentes
o GI
o Cefaléia, zumbidos, edema
o Prurido, erupções cutâneas,
o Aumento das transaminases
o Anemias, trombocitopenia, leucopenia, eosinofilia
 Contra-indicação
o Doenças do TGI, alteração na coagulação
 Substâncias: piroxicam, tenoxicam, meloxicam

DERIVADOS DOS COXIBS AINES DE 2ª GERAÇÃO


 Substâncias: (VO) – receita controlada
• Rofecoxib (Vyox) – suspenso
• Arcóxia
• Celecoxib
 Efeitos farmacológicos
• Inibição da COX-2
• Analgésicos com ação superior
 Benefícios relacionados ao inibidores da COX-1
• Ausência de toxicidade TGI
 Contra-indicações: toxicidade cardiovascular
 Substâncias: (VO) – receita controlada
• Rofecoxib (Vyox) – suspenso
• Arcóxia
• Celecoxib
 Efeitos farmacológicos
• Inibição da COX-2
• Analgésicos com ação superior
 Benefícios relacionados ao inibidores da COX-1
• Ausência de toxicidade TGI

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 Contra-indicações: toxicidade cardiovascular

 Nem todos AINEs manifestam os 04 efeitos


o Endometacina – fortemente antiinflamatória
o Ibuprofeno – ação antiinflamatória média
o Paracetamol – ação antiinflamatória mínima

DESVIRTUAMENTO DO EMPREGO DE AINES


 Uso em situações não inflamatórias (fraturas, entorses, lesões de tecidos moles pós-traumáticas e dor
com limitação funcional de pescoço, ombro, região lombossacra e joelhos), na crença de que têm efeito
analgésico superior ao de outros analgésicos.
 Uso em situações em que a reação inflamatória não deve ser inibida – pois que se constitui em proteção
orgânica – como traumas, infecções, reações imunitárias a agentes externos.

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AULA 9 – FARMACOLOGIA DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS

AÇÃO DOS GLICOCORTICÓIDES

 Metabolismo de Carboidratos
o Gliconeogênese
o Inibe a glicólise nos tecidos periféricos
o Glicogenólise
 Resultado: Hiperglicemia
 Metabolismo das Proteínas
o Degradação das proteínas e mobilização de AA dos tecidos periféricos
 Metabolismo dos lipídios
o Promovem a lipólise:
 Redistribuição da gordura corporal
- Tecido subcutâneo nas extremidades
- Depósito na face, pescoço e ombros (“face de lua cheia”)
 Metabolismo do Cálcio:
o Inibem absorção intestinal de cálcio
o Aumento da excreção renal
 Excreção de água
o Mantém a TFG normal
o Aumentam atividade secretora dos túbulos renais.
 Estômago:
o Aumento da secreção gástrica e pepsina
 Resposta Inflamatória é suprimida
o Base para maior parte dos usos clínicos.
 Resposta Imunológicas e Alérgicas
o Mantém o equilíbrio hidroeletrolítico;
o Homeostasia CV, dos substratos energéticos, músculos esqueléticos e SN;
o Preparam o organismo para enfrentar estímulos nocivos e situações de estresse.

De ação rápida a intermediária:


 Hidrocortisona (cortisol), Cortisona, Prednisona, Prednisolona, Fluorcortolona, Metilprednisolona e
Meprednisona.
De ação intermediária:
 Triancinolona, Parametasona e Fluprednisolona
De ação prolongada:
 Betametasona e Dexametasona.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Oral
• Intra-muscular
• Endovenosa
• Conjuntival
• Nasal
• Tópica
• Aerosol

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INDICAÇÕES
 Crise asmática
 Anafilaxia
 ISR Aguda
 Prevenção da síndrome do desconforto respiratório
 Traumatismo crânio-encefálico e raqui-medular
 Tumores cerebrais e após neurocirurgias
 Meningite bacteriana
 Artrite Reumatóide
 LES
 Doenças Oculares inflamatórias (conjuntivite alérgica)
 Doenças cutâneas
 Transplante

DOENÇAS QUE PODEM SER AGRAVADAS PELO USO DE CORTICOSTEROIDES

 Ulcera péptica
 Diabetes Mellitus
 Hipertensão
 Tuberculose e outras infecções
 Osteoporose
 Psicose
 ICC
 IR

EFEITOS INDESEJÁVEIS
 Esses efeitos ocorrem com o uso de grandes doses ou a administração prolongada
o Supressão da resposta à infecção ou lesão
o Supressão da capacidade do paciente de sintetizar corticoesteróides
o Osteoporose
o Síndrome de Cushing iatrogênica
o Pele frágil estrias púrpuras;
o Hiperglicemia
o Suscetibilidade à infecção
o Cicatrização tardia de feridas e incisões cirúrgicas
o Sintomas dispépticos e úlcera péptica
o Osteoporose
o Glaucoma
o Retardo no crescimento
o Distúbios psiquiátricos
o Supressão do eixo hipotálamo-hipófise- adrenal

MEDIDAS PARA MINIMIZAR A SUPRESSÃO DO EIXO HPA


 Utilizar esteróides de ação mais curta (hidrocortisona , prednisolona na menor dose possível)
 Usar esteróides pelo período de tempo mais curto possível
 Administrar a dose diária inteira de uma vez pela manhã
 Passar a terapia para dias alternados, se possível.
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AULA 10 – FARMACOLOGIA DOS OPÍOIDES

OPIÁCEOS
 São substâncias que deprimem o SNC.
 Atuam também nos órgãos periféricos.
 5 tipos de receptores específicos para os opiáceos localizados nas regiões:
o Sensorial, límbica, hipotalâmica, amígdala e região cinzenta periaquedutal
INDICAÇÃO
 A dor intensa e constante é aliviada com uso de opioides.
 A dor associada ao câncer e outras doenças terminais

FUNÇÕES DOS OPIOIDES


 Regulação da dor
 Estresse
 Respostas imunológicas, gastrintestinais, respiratórias, neuroendócrinas
 Efeitos cardiovasculares
 Diminuem a atividade do SNC
 Deprimem o centro da tosse
 Ciclo sono-vigília

USO ABUSIVO
 Sensação de bem-estar, euforia e prazer
 Tranquilidade, sonolência, letargia
 Isolamento da realidade, realidade e fantasia se misturam, sonhar acordado,
 Estado sem sofrimento, embotamento mental
 Hipnoanalgésicos
 Alívio da dor e ansiedade

CLASSIFICAÇÃO
 Agonistas opiáceos – morfina
– Agonistas primários em um ou mais receptores
 Antagonistas opiáceos – naloxona

MECANISMO DE AÇÃO
 Receptores Opioides pertencem à família dos receptores acoplados a proteína G.
 Inibem adenililciclase e reduzem cAMP
 Diminuem liberação de neurotransmissores

CONCEITOS IMPORTANTES
 Opioides x tolerância e dependência
– Tolerância (necessidade de aumento da dosagem)  Desenvolvimento rápido (12 a 24 h)
– Dependência (necessidade de uso contínuo para evitar síndrome de abstinência) Máximo em 2
dias ...desaparece 8 dias
 Usa-se clonidina e metadona

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AÇÕES FARMACOLOGICAS DA MORFINA


 Analgesia: alteração da percepção da dor e da reação do paciente a esta dor.
 Euforia: poderosa sensação de bem-estar e contentamento, dependendo da situação do paciente, é
mediada por receptores µ.
 Depressão respiratória: sem depressão da função cardiovascular.
 Sedação
 Depressão do reflexo da tosse
 Hipotensão e imunossupressão em altas doses
 Tempo para o pico de efeito: 20 min
 Duração de ação: 4 hs

PRINCIPAIS OPIOIDES
 Diacetilmorfina (heroina): > dependência.
 Codeina: bem absorvida VO, antitussígeno, constipação intensa, associação com paracetamol.
Efeitos adversos: analgesia, sedação, (euforia e tosse seca) dados controversos
 Fentanil: usos em anestesia
• Tempo para o pico de efeito: 5 min
• Duração de ação: 15 a 30 min
 Metadona: com menor efeito sedativo; longa duração (1/2 vida > 24 h); menor dependência;
síndrome de abstinência menos severa.
– Na presença de metadona injeções de morfina causam menos euforia e abstinência

ANTAGONISTA OPIOIDES
 Naloxona: antagonista puro para todos agonistas.
– Isoladamente efeito insignificante = hiperalgesia em condições de liberação de opioides
endógenos.
– Reverte depressão respiratória por opioides
– Efeito curto (i.v. 1-2hs.)
EFEITOS ADVERSOS
 Sedação
 Constipação
 Náusea
 Retenção urinária
 Potencial para dependência
 Depressão respiratória

TRATAMENTO DA DOR
 Terapia medicamentosa
• Uso abusivo, tolerância, dependência, abstinência
 Intervenções não medicamentosas
• Calor e frio
• Estimulação elétrica
• Acupuntura
• Terapia psicológica
• Terapia fisioterápica

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USO DOS MEDICAMENTOS PARA DOR

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AULA 11 – FARMACOLOGIA DOS ANTIBIÓTICOS

MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS


 Age na membrana celular e parede celular das bactérias
• Inibidores do metabolismo
• Inibidores da síntese da parede celular
• Inibidores da síntese de proteínas
• Inibidores da função ou síntese dos ácidos nucléicos
• Inibidores da função da membrana celular

AUTO-MEDICAÇÃO x RETENÇÃO DE RECEITA

 Prevenção de infecções estreptocócicas em pacientes com histórias de doenças cardíacas


reumáticas.
 O pré-tratamento de pacientes que sofreram extração dentária e têm implante de prótese, como
válvula cardíaca artificial para evitar a contaminação da prótese.
 Prevenção da tuberculose ou meningite entre indivíduos que estão em contato íntimo com
paciente infectados.
 Tratamento prévios a certos procedimentos cirúrgicos para prevenir infecções

INFORMAÇÕES IMPORTANTES
 Internação: 50% de chance de receber antibiótico
 Uso não racional:
o  morbi-mortalidade
o  permanência hospitalar
o  custos com saúde
 Prescrição monótona na emergência:
o Impacto na internação e UTI
 Riscos da receita eletrônica
 Principais efeitos adversos: irritação gástrica, perda da flora corporal, diarréia, náuseas, vômitos

1 - PENICILINAS
 Antibiótico beta-lactâmico
o Consiste de um anel tiazolidínico vinculado a um anel beta lactâmico
o Clivagem do anel beta-lactâmico
o Perda de atividade antimicrobiana

MECANISMOS DE RESISTÊNCIA
 Clivagem do anel beta-lactâmico
• Perda de atividade antimicrobiana
• Produção de beta-lactamase: Staphylococcus aureus, Klebisiella pneumoniae, gram-negativos (H.
influenzae, Escherichia coli, Proteus mirabilis, Salmonella sp, Shiguella sp etc)
 Presença de PBP (proteína de ligação da penicilina) de baixa afinidade pelo antibiótico
 Porinas que dificultam a passagem do antibiótico

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CLASSIFICAÇÃO
 Penicilinas naturais
o Benzilpenicilina ou Penicilina G
 Penicilina G procaína, Penicilina G benzatina
 Penicilina V
 Penicilinas penicilase-resistentes
o Oxacilina, Cloxacilina, Dicloxacilina
 Penicilinas de espectro ampliado
o De 2ª geração ou aminopenicilinas
 Ampicilinas, amoxicilina
o De 3ª geração ou antipseudomonas
 Carbenicilina
o De 4ª geração
 Azlocilina, Mezlocilina
o Piperazinopenicilina – piperacilina

 Penicilinas disponíveis
o Maior atividade contra gram +, hidrólise por penicilases e pouca atividade contra bastonetes gram –
 Penicilina G
o Relativamente resistentes a beta-lactamases estafilocócicas, pouca atividade contra Gram + e
inativados contra gram –
 Nafcilina e metcilina
o Atividades relativamente alta contra Gram-negativas e positivos, porém destruídas por beta-
lactamases
 Carbenicilina
o Relativamente estáveis ao ácido gástrico e apropriadas para adm. VO
 Penicilina V e ampicilina

PENICILINA NATURAIS:

BENZILPENICILINA OU PENICILINA G
 Farmacocinética
o Adm IM
o VO podem sofrer inativação pelo suco gástrico
o Alimento retarda a absorção (2-3 h antes ou depois)
o IM: níveis plasmáticos 15 a 30 min
o Distribuição ampla e ligação a proteínas (60%)
o Excreção renal (90% urina)
 Espectro antibacteriano
o Antibiótico de 1ª escolha para muitas infecções
o Indicações clínicas
 Estreptococos beta-hemolíticos (faringite)
 Pneumonia pneumocócica, meningite meningocócica, endocardite estreptocócica, leptospirose,
erisipela.
 Desvantagens
o Eliminação rápida, instabilidade meio ácido, sensibilidade a penicilases, espectro não atinge muitas
bactérias Gram -, indução de reações alérgicas

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 Posologia
o Benzilpenicilina potássica
 Adultos e crianças (> 12 anos) – 1.600.000 a 3.200.000 UI/dia
 Crianças (< 12 anos) – 40.000 a 80.000 UI/dia
o Benzilpenicilina potássica IM ou IV
 Grandes doses via IV (dose e via dependem da infecção)
o Penicilina G procaína (IM)
 600.000 a 1.200.000 UI/dia
o Penicilina G benzatina (IM)
 Adultos 1.200.000 UI dose única; crianças >12 anos 600.000 UI
 RN e < 27 kg – dose única 50.000 UI/kg

PENICILINA V
 Farmacocinética
o Vantagens em relação à penicilina G
 Não é inativada pelo suco gástrico
 Presença de alimento não dificulta sua absorção
o Menos ativa contra gram -
 Indicações
o Faringite e pioderma estreptocócico
o Infecções brandas do trato respiratório superior
 Posologia
o Adultos: 125 a 500 mg 4x / dia
 Insuficiência renal grave – dose não deve exceder 250 mg (6h)
o Crianças: 25 a 50 mg / kg / dia (6, 8 h)
 Cliacil, Pen-Ve-Oral

PENICILINAS PENICILASES-RESISTENTES:

OXACILINA
 Adm. VO, IM, IV
o Resiste ao suco gástrico, pouca absorção TGI
o Alimentos interferem na sua absorção
o Bem distribuída, eliminação renal
 Indicações
o Infecções brandas, moderadas e graves por S. aureus
o Infecções da pele, trato respiratório, urinário e articulações
 Toxicidade
o Comum às penicilinas
o Não há necessidade de ajuste posológico para pacientes nefropatas

PENICILINAS DE AMPLO ESPECTRO:

AMPICILINA
 Farmacocinética
o Resistente ao suco gástrico, sensível às beta-lactamases
o Adm. VO, IV, IM - absorção TGI até 50%
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 Alimento reduz absorção


o Eliminação renal
o Sofre hidrólise por beta-lactamases (stafilococos e enterobactérias)
 Espectro
o Gram +, estafilococos, estreptococos, cocos
o Gram -, H. influenzae, Escherichia coli, salmonella sp, Shiguella sp
 Toxicidade
o Bem tolerada – exantemas e diarréias
 Indicações
o Bactericida com elevado índice terapêutico
o Gonorréia não complicada, disseminada, meningite, pneumonia, otite média aguda, sinusite aguda,
shiguelose, endocardite

AMOXICILINA
 Farmacocinética
o Resistente ao suco gástrico, sensível às beta-lactamases
 Associação ao Clavulin: resistente a beta-lactamase
o Absorção TGI até 95%
 Alimento não reduz absorção
o Eliminação renal 70% inalterada
 Espectro similar ao da ampicilina
o Menor atividade contra espécies de Shiguella
o Inativada por beta-lactamases produzidas por S. aureus e várias enterobactérias como Salmonella sp

PENICILINAS ANTI-PSEUDOMONAS:

CARBENICILINA
 Sensível a beta-lactamases e ao suco gástrico
 Interações com aminoglicosídeos
 Farmacocinética
o Via parenteral (não é absorvida após administração oral)

 Espectro
o Maioria dos cocos gram + e gram –
 Menos potente que benzilpenicilina e ampicilina
o Muitas cepas de Enterobacter, Escherichia coli, Salmonella
o Maior vantagem – atividade contra Pseudomonas aeruginosa
 Toxicidade
o Reações anafiláticas, convulsões (doses IV altas)
 Indicações
o Infecções por P. aeruginosa (meningite, otite, pneumonia, endocardites e infecções urinárias)
o Infecções sistêmicas causadas por enterobactérias, Escherichia coli

CARBAPENÊMICOS:

IMIPENEM
 Maior espectro de todos os beta-lactâmicos
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 Adm. parenteral
 Atua ligando-se a proteínas que se ligam a penicilinas
o Atuam em gram + e –
o Resistente a beta-lactamases
 Espectro
o Maioria das bactérias gram +
o Staphylococcus aureus (não produtores de penicilase)
o Streptococcus pneumoniae e beta-hemolíticos
o Bactérias aeróbicas (Neisseria meningitidis, N. gonorrhoeae, H. influenzae)
o Enterobactérias (Escherichia coli, Klebisiella, Salmonela)
o Potente contra anaeróbios (clostrídios, Bacteroides, Fusobacterium)
 Toxicidade
o Bem tolerados
o Similar às penicilinas
o Náusea, vômito, tontura
o Convulsões em pacientes com predisposição
 Indicações
o Infecções da pele, respiratórias, intra-abdominais, ginecológicas, genitourinárias
o Gram +, bacilos aeróbicos gram - e bactérias anaeróbicas.

AZTREONAM
 Grande atividade contra aeróbios gram -
 Grande estabilidade na presença de beta-lactamases
 Adm. IV ou IM
 Ação interferindo na biossíntese da parede bacteriana
 Efeitos colaterais
o Dor e flebite após administração
o Desconforto GI, náuseas, vômito, diarréia
 Indicações
o Infecções graves por bacilos aeróbicos gram -

2 - CEFALOSPORINAS
 Primeira geração (cefalotina, cefapirina, cefalexina)
o Maioria dos estafilococos (S. aureus)
o Maioria dos estreptococos
o Enterococos são resistentes
 Segunda geração (cefoxitina, cefaclor)
o Mais ativa para gram -
o Muito mais ativos para H. influenzae
o Sem atividade contra Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter, B. fragilis
 Terceira geração (ceftazidima, cefotaxina, ceftriaxone)
o Maior atividade contra bacilos gram -
o Grande atividade contra enterobactérias e pseudomonas
o Apesar da resistência a beta-lactamases
 Eficácia pode ser limitada pelo surgimento de resistência bacteriana
 Resulta em bactérias multirresistentes
 Quarta geração (cefepime, cefpiroma)
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o Pseudomonas aeruginosa, gram – multirresistentes

FARMACOCINÉTICA
 Absorção
o Cefalexina: bem absorvida VO
o Outras cefalsoporinas
 Má absorção GI – necessidade de via parenteral
 Cefazolina mais usada IM – menos dolorosa
 Cefalotina e cefepirina (IV)
 Distribuição
o Melhor distribuição - cefazolina
o Ultrapassam a placenta, penetram no líquido sinovial
o 1ª e 2ª gerações: baixa penetração no líquor
o 3ª geração: penetra no líquor
 Preferenciais para meningites por bastonestes gram -
INDICAÇÕES
 Tratamento de infecções por gram + em pacientes alérgicos a penicilina
o Septicemia estafilocócica, endocardite bacteriana, osteomielite
 Infecções por bacilos gram -
o Escherichia coli, Klebisiella, Proteus mirabilis
o Prática: uso em infecções urinárias e hospitalares

3 - MACROLÍDEOS:

ERITROMICINA
 Adm. VO e parenteral
o Apresentação em forma de sais ou ésteres
 Surgimento de derivados semi-sintéticos
o Modificações na estrutura da molécula
o Maior espectro e melhor farmacocinética
o Azitromicina e claritromicina
 Farmacocinética
o Boa absorção pelo TGI
o Inativação pelo suco gástrico
 Drágeas com revestimento
 Cápsulas contendo grânulos revestidos
o Presença de alimento aumenta a acidez
 Retarda a absorção
o Ampla distribuição
 Exceto cérebro e CSF
o Excreção: bile, fezes, urina, leite materno, placenta
 Baixas concentrações na forma ativa
 Mecanismo de ação
o Inibição da síntese protéica bacteriana
 Impede o crescimento da cadeia peptídica
o Bacteriostático ou bactericida
 Dependente da dose, concentração da droga, sensibilidade e taxa de crescimento do organismo
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 Espectro de ação
o Gram + e -, micoplasma, clamídias, treponemas e riquétsias
o Gram +
 Estreptococos dos grupos A, B, C e G
 Streptococcus pneumoniae
 Estafilococos
o Gram -
 Neisseria gonorrheae
 Campilobacter jejuni
 Anaeróbios geralmente resistentes
 Resistência
o Redução na permeabilidade da droga
o 40% Haemophilus influenzae, E. coli, Klebisiella sp, e Enterobacter resistentes
 Indicações clínicas
o Pneumonia
 Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophilla, Chlamydia pneumoniae e Chlamydia
trachomatis
o Conjuntivite e infecções pélvicas
 Chlamydia
o Gastroenterites por Campilobacter jejuni
 Quinolonas são preferenciais
o Tétano, sífilis, linfogranuloma venéreo, uretrites
 Pacientes alérgicos a penicilina
 Interações
o Elevações dos níveis de teofilina (broncodilatador)
o Uso concomitante com antiarrítmicos (taquicardia)
o Parece potencializar efeitos de outras drogas
 Digoxina
 Carbamazepina
 Corticosteróides
o Interferência no metabolismo
 Efeitos adversos
o Baixa toxicidade
o Doses altas
 Mal estar epigástrico, cólica abdominal, náuseas, vômitos e diarréia
o Reações alérgicas pouco comuns: eosinofilia e febre
o Hepatite colestática
o Surdez transitória
o Alterações cardiovasculares raras: arritmias e taquicardia
o Tromboflebite (via parenteral)

CLORANFENICOL
 Succinato de cloranfenicol
o Solúvel em água
o Hidrólise nos tecidos
 Farmacocinética
o Adm. VO

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 Rápida e total absorção


 Palmitato de cloranfecicol – hidrólise no intestino
o Adm. Parenteral
 Hidrólise para produzir cloranfenicol livre
o Distribuição ampla incluindo SNC
 Propriedade especial para tratamento de infecções no SNC
o Ligação a proteínas 30%
o Excreção: forma ativa 10%
 Mecanismo de ação
o Potente inibidor da síntese de proteínas
 Resistência
o Mutantes menos permeáveis ao fármaco
 Aparecimento lento
o Mediada por plasmídios
 Indicações
o Infecção sintomática por Salmonella (febre tifóide)
o Infecções graves por H. influenzae
 Meningite, epiglotite, pneumonia
o Infecções meningocócicas e pneumocócicas do SNC
 Pacientes hipersensíveis aos beta-lactâmicos
 Abcesso cerebral (infecções anaeróbias ou mistas)
 Efeitos adversos
o Distúrbios GI
o Adultos: náuseas, vômitos, diarréia
 Distúrbios na medula óssea
o Anemia aplásica rara
 Toxicidade em RNs
o Acúmulo do fármaco

TETRACICLINAS
 Atividade antimicrobiana
o Bacteriostáticos para gram + e -
o Alguns anaeróbios, riquétsias, clamídias
 Farmacocinética
o Absorção irregular no TGI
 VO: permanência na luz intestinal  excreção
 Ligação com cátions divalentes prejudica absorção: leite e antiácidos
o Via parenteral
o Ligação a proteínas 40 a 80%
o Ampla distribuição nos tecidos e líquidos corporais
o Atravessam a placenta
o Secreção no leite materno
o Excreção bile e urina
 Mecanismo de ação
o Penetram no microorganismo
o Células sensíveis
 Concentração do fármaco
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 Resistência
o Transmissão por plasmídios
o Uso disseminado X resistência
 Indicações
o Mycoplasma pneumoniae, clamídias, riquétsias
o Infecções trato respiratório: bronquite e sinusite
o Cólera
o Infecções por clamídias
o Infecções urinárias, exacerbações da bronquite e leptospirose
 Efeitos adversos
o Toxicidade direta do fármaco
o Alterações da flora bacteriana
o TGI
 Náusea, vômito, diarreía
 Alterações na flora
 Distúrbios da função intestinal, prurido anal, candidíase
o Ossos e dentes
 Durante a gravidez: depósito nos dentes em formação e deformidades ou inibição do crescimento
dos ossos.
o Hepatotoxicidade
o Toxicidade renal

4 - AMINOGLICOSÍDEOS

 Importantes para infecções graves


o Estreptomicina, Neomicina, Canamicina, Gentamicina, Amicacina
 Propriedades comuns
o Grupo 1
 Maioria dos aminoglicosídios
 Núcleo central (2-desoxiestreptamina) ligado a dois aminoaçúcares
- Gentamicinas
- Canamicinas (amicacina, tobramicina)
o Grupo 2
 Estreptomicina e derivados
 Núcleo estreptose
o Grupo 3
 Neomicina
 Físico-química
o Hidrossolúveis, podem ser cristalizados (sulfatos, cloridratos), estáveis em pH 6 a 8, com maior
atividade em meio alcalino
 Atividade antimicrobiana
o Ativos: bactérias aeróbias gram + e –
 Gram +: estafilococos
 Gram -: enterobactérias
o Inativos: bactérias anaeróbias, riquétsias, vírus e fungos
o Aminoglicosídeos + penicilinas
 Maior facilidade de penetração
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 Uso em infecções graves


 Mecanismo de ação
o Interferência na síntese protéica bacteriana
 Resistência
 Principal: mediada por fatores de resistência
 Bloqueio da entrada do antibiótico
 Farmacocinética
o Não são ou são pouco absorvidos no TGI
o Uso rotineiro parenteral
 Boa absorção
 Níveis máximos ~1h
o Distribuição: sangue para outros fluidos e tecidos
o Baixa ligação a proteínas
o Não há metabolismo significativo
o Excreção: forma ativa (filtração glomerular)
 Efeitos Adversos
o Dependentes da dose, duração, terapêutica, estado do paciente, características da droga
 Ototoxicidade: potencial tóxico
 Disfunção auditiva: zumbido, perda de audição
 Disfunção vestibular: quadro vertiginoso
o Nefrotoxicidade
 Proteinúria transitória e retenção de N
 Em geral não é grave
 Não limita o uso
 Não associar com outras drogas nefrotóxicas nem com diuréticos
o Neurotoxicidade
 Pode levar a bloqueio neuromuscular
 Pode ocorrer apnéia (injeções IV)

GENTAMICINA
 Boa atividade em pH ácido e alcalino
 Atividade antibacteriana:
o Gram -: Escherichia coli, enterobacter, Shigella, salmonella, Pseudomonas aeruginosa
o Gram +: estafilococos
 Farmacocinética:
o Pouco absorvida VO
o Boa absorção IM
o Excreção: forma ativa (filtração glomerular)
o Pomadas e cremes = absorção variável
 Posologia e vias de administração:
o Via parenteral e tópica
o IM e IV = doses de 3 a 5 mg / Kg / dia
 Efeitos adversos:
o Náuseas, vômitos, cefaléia, proteinúria transitória, elevação do N plasmático, aumento de
transaminases
o Ototoxicidade:
 Ocorre em 2% dos pacientes
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 Primeiros sinais: cefaléia, tonturas, náuseas, vômito


 Monitoramento das funções auditiva e vestibular
 Indicações:
o Infecções moderadas a graves
 Septicemia, meningites purulentas, pielonefrites

ESTREPTOMICINA
 Solúvel em água
 Espectro de ação
o Ativa contra Gram – e +
o Ativa contra o bacilo da tuberculose
o Bacteróides, clostrídios e riquétsias – resistentes
 Atua por inibição da síntese da parede celular
 Farmacocinética
o Via IM
o Liga-se 35% a proteínas
o 30% inativadas pelo organismo
o Excreção renal; bile – pequena quantidade
o Importância na tuberculose: concentra-se no pulmão
 Esquema terapêutico da tuberculose

NEOMICINA
 Infecções intestinais
o Shigella e E. coli
 Cremes e pomadas
o Associada a corticosteróides e outros antibióticos
 Atividade contra Gram + e -

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REFERÊNCIAS

 KATZUNG, BERTRAM G. Farmacologia básica e clínica. 9ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan,
2005.

 RANG, H. P.; DALE, M. M.; RITTE, J. M. Farmacologia. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997,
692p.

 SILVA, P. Farmacologia. 7ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. 1314p.

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