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1.

Arranque de máquinas de corrente alternada

Há dois tipos principais de máquinas CA: máquinas síncronas e de indução. A principal


diferença entre esses dois tipos é que as máquinas síncronas necessitam que seja fornecida
uma corrente de campo CC a seus rotores, ao passo que, nas máquinas de indução, a corrente
é induzida em seus rotores pela acção de transformador.[ CITATION Ste131 \l 2057 ]

1.1. CONTROLE DE VELOCIDADE DE MOTORES DE INDUÇÃO

Até o advento dos accionamentos modernos de estado sólido, os motores de indução não
eram em geral máquinas boas para aplicações que exigissem um controle considerável de
velocidade. A faixa de funcionamento normal de um motor de indução típico (Classes A, B e
C) está limitada a menos de 5% de escorregamento e a variação de velocidade dentro dessa
faixa é mais ou menos directamente proporcional à carga no eixo do motor. Mesmo que o
escorregamento pudesse ser maior, a eficiência do motor iria se tornar muito pobre, porque as
perdas no cobre do rotor são directamente proporcionais ao escorregamento do motor.

Na realidade, há apenas duas técnicas que podem ser usadas para controlar a velocidade de
um motor de indução. Uma consiste em variar a velocidade síncrona, que é a velocidade dos
campos magnéticos do estator e do rotor, já que a velocidade do rotor sempre permanece
próximo da velocidade síncrona. A outra técnica consiste em variar o escorregamento do
motor para uma dada carga

Desse modo, as únicas formas de variar a velocidade síncrona da máquina são (1) alterando a
frequência eléctrica e (2) alterando o número de polos da máquina. O controle do
escorregamento pode ser conseguido variando a resistência do rotor ou a tensão de terminal
do motor.

1.1.1. Controle de velocidade de motores de indução por troca de polos

Há duas maneiras principais de alterar o número de polos de um motor de indução:


1. O método dos polos consequentes;
2. Enrolamentos de estator múltiplos.
O método dos polos consequentes é um método bem antigo de controle de velocidade, tendo
sido originalmente desenvolvido em 1897. Baseia-se no fato de que o número de polos do
enrolamento do estator de um motor de indução pode ser alterado facilmente na razão 2:1
simplesmente fazendo trocas simples nas conexões das bobinas. A Figura 1 mostra um estator
simples de um motor de indução de dois polos adequado para troca de polos. Observe que as
bobinas individuais são de passo bem encurtado (60 a 90°). A Figura 2 mostra separadamente
a fase a desses enrolamentos para melhor visibilidade dos detalhes.

Figura 1 Um enrolamento de estator de dois polos para troca de polos. Observe o passo muito pequeno desses
enrolamentos no rotor.

A Figura 2a mostra o fluxo de corrente na fase a dos enrolamentos de estator em um instante


de tempo durante o funcionamento normal. Observe que o campo magnético sai do estator no
grupo superior da fase (polo Norte) e entra no estator no grupo inferior da fase (polo Sul).
Portanto, esse enrolamento está produzindo dois polos magnéticos de estator.

Agora, suponha que o sentido do fluxo da corrente no grupo de fase inferior do estator seja
invertido (Figura 2 b). Nesse caso, o campo magnético deixará o estator tanto no grupo de
fase superior como no inferior – cada um dos quais será um polo magnético norte. O fluxo
magnético desta máquina deverá retornar ao estator entre os dois grupos de fase, produzindo
um par de polos magnéticos consequentes, ambos de polaridade sul. Observe agora que o
estator tem quatro polos magnéticos – o dobro de antes.

O rotor de um motor como esse é do tipo de gaiola de esquilo, porque o rotor de gaiola
sempre tem tantos polos induzidos nele quantos são os polos do estator e, desse modo, pode
se ajustar quando o número de polos do estator muda.

Quando as conexões do motor são alteradas durante a mudança de dois para quatro polos, o
conjugado máximo resultante do motor de indução pode ser o mesmo de antes (conexão de
conjugado constante), a metade de seu valor anterior (conexão de conjugado segundo a lei do
quadrado, usado para ventiladores, etc.) ou o dobro de seu valor anterior (conexão de
potência de saída constante), dependendo de como os enrolamentos do estator são
configurados. A Figura 3 mostra as conexões de estator possíveis e seus efeitos sobre a curva
de conjugado versus velocidade.

A desvantagem principal do método de polos consequentes para alteração de velocidade é


que as velocidades devem estar na razão 2:1. A maneira tradicional de superar essa limitação
foi empregar enrolamentos de estator múltiplos, com números diferentes de polos, que eram
energizados apenas um de cada vez. Por exemplo, o estator de um motor poderia ser enrolado
com um conjunto de enrolamentos de quatro polos e com outro conjunto de seis polos. Em
um sistema de 60 Hz, sua velocidade síncrona poderia ser trocada de 1800 para 1200 rpm
simplesmente fornecendo potência ao outro conjunto de enrolamentos. Infelizmente, os
enrolamentos de estator múltiplos encarecem o motor e são usados, portanto, somente quando
absolutamente necessários.

Figura 2 Vista em detalhe de uma fase de um enrolamento para mudança de polos. (a) Na configuração de dois polos, uma
bobina é um polo norte (N) e a outra é um polo Sul (S). (b) Quando a conexão em uma das duas bobinas é invertida, ambas
se tornam de polaridade norte (N) e o fluxo magnético retorna ao estator em pontos a meio caminho entre as duas
bobinas. Os polos S são denominados polos consequentes e o enrolamento é agora de quatro polos.

Combinando o método dos polos consequentes com o método dos enrolamentos múltiplos de
estator, é possível construir um motor de indução de quatro velocidades. Por exemplo, com
enrolamentos separados de quatro e seis polos, é possível construir um motor de 60 Hz capaz
de funcionar a 600, 900, 1200 e 1800 rpm.

Figura 3Conexões possíveis das bobinas do estator em um motor com troca de polos, juntamente com as características
resultantes de conjugado versus velocidade: (a) Conexão de conjugado constante – a capacidade de conjugado do motor
permanece aproximadamente constante, tanto na conexão de velocidade alta como na de velocidade baixa. (b) Conexão de
potência constante – a capacidade de potência do motor permanece aproximadamente constante, tanto na conexão de
velocidade alta como na de velocidade baixa. (c) Conexão de conjugado do tipo usado em ventilador – a capacidade de
conjugado do motor muda com a velocidade, da mesma forma que ocorre com as cargas de um ventilador.

1.1.2. Controle de velocidade por mudança da frequência de linha


Se a frequência eléctrica aplicada ao estator de um motor de indução for alterada, a
velocidade de rotação nsinc dos seus campos magnéticos mudará de forma directamente
proporcional à alteração da frequência eléctrica. Na curva característica de conjugado versus
velocidade, o ponto de carga a vazio também irá se alterar (veja a Figura 4). Em condições
nominais, a velocidade síncrona do motor é conhecida como velocidade base. Usando o
controle por frequência variável, é possível ajustar a velocidade do motor, tanto para cima
como para baixo da velocidade base. Um accionamento de motor de indução de frequência
variável, projectado apropriadamente, pode ser muito flexível. Ele é capaz de controlar a
velocidade de um motor de indução na faixa que vai desde um valor tão baixo como 5% da
velocidade de base até um valor superior ao dobro da velocidade de base. Entretanto, quando
a frequência é alterada, é importante que certos limites de tensão e conjugado sejam mantidos
no motor para assegurar um funcionamento sem riscos.
Quando o motor estiver operando em velocidades abaixo da velocidade base, é necessário
reduzir a tensão de terminal aplicada ao estator para um funcionamento apropriado. A tensão
de terminal aplicada ao estator deve ser diminuída linearmente com a diminuição da
frequência do estator. Esse processo é denominado redução dos valores nominais. Se isso não
for realizado, ocorrerá a saturação do aço no núcleo do motor de indução e correntes
excessivas de magnetização circularão na máquina.

Para compreender a necessidade da redução dos valores nominais, lembre-se de que um


motor de indução é basicamente um transformador em rotação. Como em qualquer
transformador.

Se a frequência eléctrica aplicada ao estator diminuir em 10%, ao passo que o valor da tensão
aplicada ao estator permanece constante, o fluxo no núcleo do motor aumentará em cerca de
10% e a corrente de magnetização do motor subirá. Na região não saturada da curva de
magnetização do motor, o aumento da corrente de magnetização também será em torno de
10%. Entretanto, na região saturada da curva de magnetização do motor, um aumento de 10%
de fluxo requer um aumento muito maior da corrente de magnetização. Normalmente, os
motores de indução são projectados para operar próximo do ponto de saturação de suas
curvas de magnetização. Desse modo, o aumento de fluxo devido a uma diminuição na
frequência fará com que correntes de magnetização excessivas circulem no motor.
Figura 4 Controle de velocidade por frequência variável de um motor de indução: (a) A família de curvas características de
conjugado versus velocidade para velocidades abaixo da velocidade base, assumindo que a tensão nominal de linha foi
reduzida linearmente com a frequência. (b) A família de curvas características de conjugado versus velocidade para
velocidades acima da velocidade base, assumindo que a tensão de linha foi mantida constante.

1.1.3. Controle de velocidade por mudança da tensão de linha


O conjugado desenvolvido por um motor de indução é proporcional ao quadrado da tensão
aplicada. Se uma carga tiver uma característica de conjugado versus velocidade, como a
mostrada na Figura 5, a velocidade do motor poderá ser controlada dentro de uma faixa
limitada se a tensão de linha for variada. Esse método de controle de velocidade é usado
algumas vezes em pequenos motores que accionam ventiladores.
Figura 5Controle de velocidade por variação da tensão de linha de um motor de indução.

1.1.4. Controle de velocidade por mudança da resistência do rotor


Em motores de indução de rotor bobinado, pode-se alterar a forma da curva de conjugado
versus velocidade pela inserção de resistências extras no circuito do rotor da máquina. As
curvas características de conjugado versus velocidade resultantes estão mostradas na Figura 6
. Se a curva de conjugado versus velocidade da carga for como a mostrada na figura, então a
alteração da resistência do rotor mudará a velocidade de funcionamento do motor. Entretanto,
a inserção de resistências extras no circuito do rotor de um motor de indução reduz
seriamente a eficiência da máquina.

Esse método de controle de velocidade é no máximo de interesse apenas histórico, porque


pouquíssimos motores de indução com rotor bobinado ainda são construídos. Quando
utilizados, normalmente é por períodos curtos, devido ao problema de eficiência mencionado
no parágrafo anterior.
Figura 6Controle de velocidade por variação da resistência do rotor de um motor de indução de rotor bobinado.

2. Motor síncrono
O motor síncrono trifásico, devido às suas características específicas que resultam das suas
particularidades construtivas, apresenta problemas quando tem de passar do estado de
repouso ao funcionamento em velocidade de regime durante o arranque.

Durante este processo de arranque a acção do motor síncrono será a de vencer o binário
resistente que a carga mecânica ofereça Tcr, o binário de atrito Ta criado nos apoios do veio
da máquina e da carga mecânica e o binário de inércia TJ provocada pélas partes do motor e
da carga mecânica em movimento rotativo. Esta acção do motor tem de ocorrer sem que haja
quebra da qualidade de serviço da rede eléctrica de alimentação, ou o aparecimento de
fenómenos transitórios capazes de provocarem a avaria do sistema eléctrico.

2.1. Início do Arranque

O problema mecânico de reduzir o binário de atrito no início do arranque é, habitualmente


resolvido através da adopção de métodos especiais de lubrificação. O problema mecânico de
reduzir o binário de atrito no início do arranque é habitualmente resolvido através da adopção
de métodos especiais de lubrificação.

Quando o motor síncrono está permanentemente ligado a uma carga mecânica pesada pode-se
provocar um banho de óleo sobre pressão no veio na zona dos mancais, sobrelevando o veio,
imediatamente antes de iniciar o arranque.

Já o problema de alteração das características de funcionamento da rede eléctrica de


alimentação, se a ligação à rede eléctrica se der no momento inicial do arranque, é resolvido
pela alteração das características construtivas do motor síncrono, procurando-se:

 aumentar o binário desenvolvido no momento de ligação, contando mesmo com o


fenómeno electromecânico transitório que nesse momento pode ocorrer,
 o diminuir a amplitude da sobreintensidade de corrente eléctrica na rede de
alimentação.

Para aumentar o binário no momento de arranque, altura em que o deslizamento será alto,
utiliza-se a técnica de aprofundar as ranhuras do enrolamento que serve de enrolamento de
arranque: um enrolamento amortecedor (gaiola profunda); ou um enrolamento próprio, ao
qual se pode ligar através de escovas-colector de anéis uma resistência variável. Estas
alterações dos aspectos construtivos traduzem-se na alteração do valor da indutância directa
LKd e em quadratura LKq do circuito amortecedor. O valor da resistência eléctrica do
circuito pode condicionar o aparecimento de alterações bruscas da curva característica do
binário T(s), com o aparecimento de uma diminuição brusca para s = 0,5 (fenómeno de
Görges) a outra perto da velocidade de sincronismo (s ≈ 0). Por construção, pode-se criar no
rotor do motor um circuito de arranque secundário projectada para provocar e a diminuição
da corrente que circula no circuito primário durante o arranque.

O valor da sobreintensidade que ocorre no momento inicial de arranque ainda pode ser
diminuído com a utilização de um método de arranque com tensão reduzida.

2.2. Aceleração até à Velocidade de Sincronismo

Para que o motor síncrono, durante o arranque, provoque o aumento da velocidade —


lançamento — até ao valor para o qual pode ocorrer a sincronização com a rede de
alimentação é necessário que o binário desenvolvido pelo motor (binário motor Tm) seja
superior ao binário resistente apresentado pela carga mecânica — Tm > Tr.
Se o motor síncrono estiver ligado à rede eléctrica o seu comportamento é o característico de
uma máquina assíncrona (com assimetria eléctrica e magnética do circuito rotórico), baseado
na indução de força electromotriz nos circuitos eléctricos do rotor — nos circuitos
amortecedores, na parte não ranhurada das expansões polares (e por isso a máquina poderá
ser de pólos maciços) e no circuito indutor — que por estarem fechados originam a
circulação de correntes eléctricas que irão interactuar com o campo magnético girante, criado
pelo circuito eléctrico polifásico estatórico.

Nesta fase do andamento do arranque do motor síncrono são importantes os aspectos


construtivos que podem contribuir para as características de funcionamento, como máquina
eléctrica assíncrona, do motor em arranque. Para além de ter um binário de arranque que
ultrapasse o binário de arranque da carga em repouso (s=1), é necessário que o ponto de
funcionamento do conjunto motor-carga mecânica (Tm = Tc) fique próximo do ponto de
sincronismo (s = 0) , ou com um deslizamento muito baixo (positivo ou negativo!; isto é:
eventualmente o conjunto motor-carga pode ser conduzido até uma velocidade ligeiramente
superior à velocidade de sincronismo).

Figura 7

Toda esta variação das características de funcionamento pode ser obtida mediante um
reóstato ligado ao circuito rotórico de arranque; foi a solução adoptada no motor síncrono de
indução e no motor síncrono de indução de pólos salientes. Quando se utiliza um reóstato
líquido (infinidade de pontos) pode-se actuar de forma a que o motor esteja sempre a
desenvolver o binário máximo durante o aumento da velocidade.

2.3. Sincronização com a Rede de Alimentação

Na maioria das situações possíveis a sincronização — processo pelo qual uma máquina
eléctrica é posta numa situação em que há identidade de frequências das grandezas eléctricas
da máquina e dos respectivos ângulos de fase com as grandezas de uma rede eléctrica ou de
uma outra máquina eléctrica — é um processo complicado.

Considerando uma rede eléctrica alternada com uma tensão de amplitude U e com uma
frequência f, e um motor síncrono com um número de pares de pólos p, a que corresponde a
velocidade de sincronismo ns, pode-se caracterizar o momento de sincronização.

O motor síncrono, através de um processo adequado, é conduzido a uma velocidade próxima


(superior ou inferior) à velocidade de sincronismo.

Liga-se a excitação do motor síncrono. O motor fica assim a funcionar a uma velocidade
próxima da velocidade de sincronismo {modo assíncrono} e excitado de forma a que surge
uma tensão nos seus terminais de amplitude Um, muito próxima da tensão da rede U.

Quando se liga o motor à rede eléctrica de alimentação (paralelo do motor com a rede
eléctrica) surge uma corrente eléctrica de circulação na malha (rede + motor) — corrente
sincronizante — e um binário mecânico — binário sincronizante — que tende a estabelecer o
sincronismo entre os dois sistemas trifásicos de grandezas eléctricas. A acção desse binário
coloca o motor síncrono a funcionar nas condições que satisfazem o sincronismo de fases
entre a rede eléctrica e o motor.

No caso mais simples, quando o binário resistente de arranque é pequeno, a máquina pode
sincronizar-se por si própria por acção do binário assíncrono (com carácter oscilatório)
desenvolvido, sendo pequena a influência do binário sincronizante. Mas, neste caso simples,
se a sincronização com a rede se dá com a polaridade trocada, haverá um deslizamento da
roda polar (“perde o passo”) correspondente a π rad. elect. quando se ligar a excitação. Esta
situação pode induzir a ocorrência de oscilações pendulares no motor síncrono.

Na situação mais complicada, e quando a velocidade do motor é inferior à velocidade de


sincronismo, o binário sincronizante deve exceder o binário de carga para assegurar a
aceleração das massas rotóricas, isto é o binário motor excedente deve ser suficiente para
vencer o binário de inércia combinado do motor e da carga mecânica até à velocidade de
sincronismo.

A sincronização de uma máquina síncrona, em funcionamento assíncrono, e com um


deslizamento sm depende do binário resistente Tc, do deslizamento sm e da corrente de
excitação If.
2.3.1. Sincronização

As condições de sincronização de uma máquina síncrona com um sistema eléctrico são:

 igualdade das frequências — correspondência entre a velocidade da máquina e a


frequência das grandezas eléctricas do sistema, através da condição de sincronismo: f
= p·n;
 igualdade das tensões eficazes — igualdade da amplitude da tensão eléctrica,
 igualdade das fases — igualdade de fases da tensão da máquina e da tensão do
sistema eléctrico no ponto de ligação.

Estas condições de sincronismo podem ser verificadas no sistema a sincronizar mediante a


utilização de instrumentos de medida que dêem informação sobre a velocidade da máquina
face à velocidade de sincronismo — um sincronoscópio — sobre a amplitude da tensão —
um voltímetro diferencial que dê indicação de ∆V — e sobre a frequência das grandezas da
máquina e da rede — um frequencímetro diferencial ∆Hz.

A correspondência entre os diferentes condutores de fase de um sistema polifásico é feita,


definitivamente, na fase de montagem da instalação com o auxílio de um sistema de
lâmpadas eléctricas numa montagem clássica.

O estudo do momento e das condições de sincronização pode ser feito, por via
computacional, com um modelo que envolva as grandezas eléctricas e mecânicas em
presença. Torna-se possível com estes estudos determinar o momento (ângulo eléctrico) mais
propício para a ligação da excitação, o valor do deslizamento a partir do qual pode ocorrer a
sincronização (pull into step), e o comportamento do motor no momento da sincronização.

A solução técnica adoptada para o problema do arranque do motor síncrono depende,


fundamentalmente, da capacidade do motor. No caso dos motores de pequena e média
potência pode-se adoptar um processo de arranque que envolva pouca aparelhagem eléctrica
auxiliar, enquanto que no caso de um motor de potência elevada a solução do problema pode
envolver um método complicado e um conjunto de aparelhagem complexa.

Condicionado pela capacidade do motor síncrono e pela importância do sistema eléctrico em


que está inserido o método de arranque adoptado pode assumir diferentes formas.

Quando está disponível uma fonte de alimentação independente — gerador auxiliar local —
podesse provocar um arranque com tensão reduzida ou com frequência reduzida. Quando a
fonte de alimentação tem tensão e frequência constante já o método de arranque terá de tirar
proveito do comportamento como motor assíncrono do motor eléctrico síncrono em fase de
arranque. Se o motor síncrono estiver alimentado por um sistema de controlo de potência,
então será esse sistema que criará as condições de arranque do motor através da variação das
características das grandezas eléctricas de alimentação (amplitude, fase, frequência).

3. Métodos de Arranque do Motor Síncrono

Ao longo do tempo têm sido utilizados vários métodos de arranque do motor eléctrico
síncrono, que costumam ser agrupados da forma seguinte:
 Arranque com motor auxiliar;
 Arranque com motor auxiliar;
 Arranque assíncrono;
 Arranque combinado (assíncrono - síncrono).

Com o estudo dos diferentes métodos de arranque do motor síncrono pretende-se o


conhecimento das propriedades, das vantagens e dos inconvenientes de cada método, assim
como o esquema eléctrico típico utilizado em cada método na instalação eléctrica de força
motriz.

3.1. Arranque com o Auxílio de Outro Motor

Neste tipo de arranque é frequentemente utilizada uma outra máquina eléctrica para levar o
motor síncrono até ás condições de sincronização com a rede eléctrica de alimentação.

Este tipo de arranque é aplicado no caso do motor síncrono com os pólos indutores folheados
e sem enrolamento amortecedor. Neste caso não seria possível contar durante o arranque com
o binário assíncrono e o binário de relutância não seria suficiente, por si só, para o arranque
da máquina síncrona ligada à carga mecânica. Um motor síncrono com os pólos indutores
folheados e sem enrolamento amortecedor não poderia contribuir com binário motor
suficiente para se efectuar o arranque.

Também no caso em que fosse imposto um valor muito baixo para a intensidade de corrente
eléctrica de arranque teria de se utilizar um motor auxiliar.

3.2. Arranque Síncrono


No arranque síncrono de um motor síncrono utiliza-se uma fonte de alimentação alternada
com frequência variável para provocar o lançamento do motor (aumento da velocidade até à
sincronização com a rede eléctrica principal).

Durante o arranque síncrono, ou arranque a frequência variável, o motor síncrono passa por
diferentes regimes num curto intervalo de tempo — regime assíncrono excitado com o rotor
parado, regime assíncrono com o rotor em movimento (baixa velocidade) e regime síncrono a
frequência variável (iniciando-se a baixa frequência e atingindo a velocidade de sincronismo
correspondente à frequência da rede eléctrica principal).

No arranque síncrono do motor síncrono pode ser utilizada como fonte de alimentação uma
máquina síncrona auxiliar, ou um conversor estático de frequência.

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