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7.1. INTRODUÇÃO
Podemos ter máquinas CA do tipo Motor ou Gerador, a maioria das máquinas CA empregadas como
motor são do tipo assíncrona, porém as máquinas CA síncronas como motor tem ganhado cada vez
mais mercado, principalmente pela possibilidade de utilização de ímãs permanentes em seu rotor.
Podemos dividis as máquinas elétricas de CA em duas classes principais:
• Máquinas síncronas
• Máquinas assíncronas
No caso das máquinas síncronas, temos motores e geradores que utilizam corrente contínua para
gerar campo magnético, enquanto temos máquinas assíncronas como motores e geradores, porém a
corrente de campo é induzida em seus enrolamentos de campo, e o circuito de campo dessas
máquinas na sua maioria se localizam no rotor da máquina.
Analisaremos aqui alguns aspectos gerais dessas máquinas.
Vamos iniciar analisando uma espira simples de fio girando dentro de um campo magnético uniforme.
Esse modelo é o tipo de máquina mais simples que pode gerar uma tensão CA senoidal. Porém em
máquinas CA reais, o fluxo não é constante, nem em intensidade e nem em direção. Mais, os fatores
que controlam o torque e a tensão serão os mesmos que em máquinas CA reais.
Se colocarmos o rotor dessa máquina para girar, uma tensão será induzida na espira, o valor dessa
tensão e a forma de onda, podem ser determinadas analisando a figura 7-2.
A espira de fio é retangular, com lados ab e cd perpendiculares ao plano da página e com os lados bc e
da.
A tensão senoidal total etotal pode ser determinada pela equação 1-37, assim
e ind =Bvl (1-37)
Assim, podemos analisar a tensão induzida em cada segmento.
1. Segmento ab. Nesse segmento a velocidade é tangencial à trajetória da rotação, o campo
magnético B aponta para a direita, o produto dos vetores Bv aponta para dentro da página e coincide
com o sentido do segmento ab. A tensão induzida nesse segmento é
e ba=Bvl
e ind =Bvl sen θ para dentro da página (7-1)
2. Segmento bc. Na primeira metade do segmento o produto Bv aponta para dentro da página,
enquanto a outra metade do segmento tem o produto Bv apontando para fora da página, assim, a
tensão nesse segmento será zero.
e cb=0 (7-2)
3. Segmento bc. Nesse segmento a velocidade é tangencial à trajetória da rotação, o campo
magnético B aponta para a direita, o produto dos vetores Bv aponta para fora da página e coincide
com o sentido do segmento bc. A tensão induzida nesse segmento é
e ind =Bvl sen θ para fora da página (7-3)
4. Segmento da. Como no segmento bc, o produto vetorial Bv é perpendicular ao comprimento l,
assim a tensão nesse segmento também será zero.
e ad=0 (7-4)
Assim, a tensão total induzida na espira, é a soma das tensões em cada um dos segmentos, assim
e ind =e ba+ ecb + e dc +e ad
Ou sejam a equação simplesmente diz que a ângulo a qual a espira estará sujeita muda em função do
tempo, que é o comportamento observado na forma de onda da tensão alternada.
A velocidade tangencial v pode ser dada pela equação
v =r ω (7-7)
onde r é o raio de rotação da espira e ω é a velocidade angular da espira, fazendo a substituição desses
valores na equação 7-6, temos
e ind =2r ω Blsen ω t (7-8)
Da figura 7-1b, vemos que a área A da espira é igual a 2πl. Portanto.
e ind =ABsen ω t (7-9)
O fluxo máximo através do laço da bobina, ocorre quando o laço se encontra perpendicular as linhas
de campo. Esse fluxo é simplesmente o produto da área da superfície da bobina pela densidade de
fluxo que atravessa o laço, conforme
ϕ max = AB (7-10)
Desse modo, podemos chegar a uma equação final para a tensão induzida, dada por
e ind =ϕ max ω sen ω t (7-11)
Dessa forma, temos que a tensão gerada é uma senoide com amplitude igual ao produto do fluxo
presente no interior da máquina vezes a velocidade de rotação da máquina. Isso também é verdadeiro
para máquina CA reais. Em geral a tensão em qualquer máquina real dependerá de três fatores:
1. O fluxo da máquina
2. A velocidade de rotação
3. Uma constante representando a construção da máquina.
Vamos assumir que a espira do rotor está em um ângulo arbitrário θ em relação ao campo magnético e
uma corrente i circula na espira. Se houver circulação de corrente, uma torque será induzido na espira.
A força em cada segmento da espira é dado por
F=Bil (1-36)
onde:
i = corrente no segmento
l = comprimento do segmento
B = vetor densidade de fluxo magnético
Figura 7-5: (a) Dedução da força e do torque no segmento ab. (b) Dedução
da força e do torque no segmento bc. (c) Dedução da força e do torque no
segmento cd. (d) Dedução da força e do conjugado no segmento da.
O torque em um dado segmento é dado por
τ = (força aplicada)(distância perpendicular)
τ = (F)(r sen θ)
τ =rF sen θ (7-12)
onde, θ é o ângulo entre o vetor r e o vetor F.
1. Segmento ab. Nesse momento, o sentido da corrente é para dentro da página, o campo magnético
aponta para a direita, e o produto lB aponta para baixo, assim
F=Bil Para baixo
O torque resultante é
τ ab=(F)(r sen θ ab )
2. Segmento da. Nesse segmento o torque resultante é 0, por que os vetores r e l são paralelos e o
ângulo θbc é zero, assim
τ da=0 (7-16)
Assim, o torque total induzido (τind) é a soma dos torques em cada segmento.
τ ind =τ ab + τ bc +τ cd + τ da
τ ind =rBilsen θ ab +rBilsen θ cd (7-17)
Há uma forma alternativa de expressar a equação 7-18, aproximando o comportamento dessa espira
com o de máquinas CA reais, que pode ser obtida analisando a figura abaixo
Se a corrente no laço for como mostra a figura acima, a corrente circulando gerará uma densidade de
fluxo Blaço. A magnitude de Blaço pode ser dada por
μi
B laço=
G
G depende da geometria do laço. Observe que a área A do laço é dado por 2rl, substituindo essas duas
equações na equação 7-18, temos
AG
τ ind = μ Blaço BS sen θ (7-19)
Se dois campos magnéticos estiverem presentes em uma máquina, um torque será criado e tenderá a
alinhar os dois campos magnéticos, ou seja, se um campo magnético for produzido pelo estator eda
máquina CA e o outro for produzido pelo rotor da máquina, um torque será induzido no rotor o que
fará o rotor girar e se alinhar ao campo magnético do estator.
Se houvesse uma forma de fazer o campo magnético do estator girar, o torque produzido
no rotor faria com que ele seguisse constantemente o campo magnético do estator de forma circular.
Basicamente, essa teoria descreve o princípio básico do funcionamento de motores CA.
O princípio básico de funcionamento das máquinas CA é que se correntes trifásicas de
mesma intensidade e defasadas de 120° entre si, estiverem fluindo em um enrolamento trifásico, um
campo magnético girante de intensidade constante será produzido.
O enrolamento trifásico consiste em três enrolamentos espaçados de 120° elétricos entre
si montados ao redor da superfície estatórica da máquina. Esse conceito é mostrado
simplificadamente na figura 7-8, onde temos um enrolamento de dois polos, ele é dito de dois polos,
pois produz apenas dois polos, um norte e um sul.
Assim,
B liq= ( √23 B )[−(cos 120 ° x^ +sen 120 ° ^y)+(cos 240 ° x^ + sen 240 ° ^y )]
M
B liq=−1,5 BM ^y
B liq=1,5 BM ∠ 90 °
Vamos examinar agora, o campo magnético no instante ωt = 90°, nesse instante as correntes são:
i aa' =I M sen 90 ° A
i bb' =I M sen(−30 °) A
i cc ' =I M sen(−150 °) A
B aa' =B M ∠ 0 °
[ 1
2
1
B liq=B M ^x − (cos 120 ° ^x + sen 120 ° ^y ) (cos 240 ° x^ + sen 240° ^y )
2 ]
( 1
B liq=B M x^ − x^ −
2
√3 ^y − 1 x^ − √ 3 ^y
2 2 2 )
B liq=( √23 B )(−√3 ^y )
M
3
B liq=− B M y^
2
B liq=1,5 BM ∠ −90°
Vemos que o campo magnético resultante, mesmo que o sentido tenha mudado, a intensidade se
manteve constante, o campo magnético gira em sentido anti-horário e sua intensidade é constante.
Assim, cada um dos três campos magnéticos componentes pode ser decomposto em suas
componentes x e y.
O que resulta em
A equação acima é a expressão final da densidade líquida de fluxo magnético, ou seja, a intensidade de
campo é 1,5Bm constante e o ângulo muda continuamente no sentido anti-horário com a velocidade
angular ω.
Na figura 7-10 vemos que o campo magnético girante do estator pode ser representado como um
polo norte (de onde o fluxo sai) e um polo sul (onde o fluxo chega). Esses polos magnéticos dão uma
volta mecânica completa ao redor do estator para cada ciclo elétrico da corrente aplicada, assim, a
velocidade mecânica de rotação do campo magnético, em rps, é igual à frequência elétrica em Hz.
f elet=f mec dois polos (7-27)
temos que fsinc e ωsinc representam a velocidade mecânica dos campos magnéticos do estator em
rotações por segundo e em radianos por segundo, e frede e ωrede são a frequência elétrica das correntes
do estator em Hz e em rad/s.
Vejamos que os enrolamentos do estator de dois polos está montado na ordem
a-c’ – b-a’ – c-b’
Vamos analisar o que aconteceria se essa configuração fosse repetida duas vezes ao longo do estator?
A figura 7-11a mostra esse arranjo. A configuração dos enrolamentos é
a-b’-b-a’-c-b’-a-c’-b-a’-c-b’
basicamente a configuração anterior do estator, porém, repetida duas vezes.
Nessa configuração, quando um conjunto trifásico de correntes é aplicado ao estator, dois polos norte
(N) e dois polos sul (S) são produzidos nos enrolamentos do estator, o que pode ser visto na figura 7-
11b. Nesse caso, a cada ciclo elétrico, um polo desloca-se apenas metade do percurso circular ao
longo do estator. Como um ciclo elétrico tem 360 graus e como o deslocamento mecânico é de 180°
graus mecânicos, a relação entre graus elétricos e mecânicos nesse estator é
θ elet =2θ mec (7-29)
Assim, para o caso do enrolamento de quatro polos, a frequência elétrica é o dobro da frequência
mecânica de rotação.
f elet=2 f mec (7-30)
Podemos definir que em uma máquina CA, se o número de polos do estator for P, haverá P/2
repetições da configuração a-c’-b-a’-c-b’ ao longo do estator, e as grandezas elétricas se
relacionam conforme as equações.
P
θ elet = θ mec (7-31)
2
P
ω elet = ω mec (7-32)
2
P
f= f (7-33)
2 mec
Assim, podemos fazer uma relação de entre a velocidade mecânica e a frequência elétrica a partir da
equação
ns P
f elet= (7-34)
120
Se a corrente de qualquer duas das três bobinas forem trocadas, o sentido de rotação do campo
girante será invertido, assim, o sentido de giro do rotor da máquina também será invertido, ou seja, é
possível inverter o sentido de giro de um motor CA trocando as conexões de quaisquer duas das três
bobinas.
Ou seja, o campo magnético terá a mesma intensidade, porém com sentido horário. Esse é o princípio
de inversão do sentido de giro de um motor CA.
Analisando uma máquina CA real, percebemos que o comportamento da mesma não é tão simples do
que na descrição anterior, o motivo principal, é a presença de um rotor de material ferromagnético no
centro da máquina, e a presença de um pequeno entreferro de ar entre o rotor e o estator. O rotor
pode ser cilíndrico ou ter polos salientes. As máquinas de rotor cilíndrico são mais fáceis de ser
estudadas que as de polo saliente. Focaremos portanto, em máquinas de rotor cilíndricos.
A relutância do entreferro é muito maior que as relutâncias rotóricas e estatóricas, de modo que o
vetor de densidade de fluxo B toma o caminho mais curto possível através do entreferro e segue
perpendicularmente entre o rotor e o estator.
Para produção de uma tensão senoidal, nessa máquina, a densidade de fluxo B deve variar de forma
senoidal ao longo da superfície do entreferro, isso só acontecerá se a intensidade de campo
magnético H variar de modo senoidal ao longo do entreferro.
O modo de se obter uma variação senoidal de FMM ao longo da superfície do entreferro, é
distribuindo as espiras do enrolamento que produz a FMM em ranhuras distanciadas entre si ao longo
da superfície da máquina e variando o número de condutores em cada ranhura de forma senoidal,
dessa forma, o número de condutores em cada ranhura pode ser obtido pela expressão
nC =N C cos α (7-36)
onde:
NC = número de condutores no ângulo 0°.
Na prática, não é possível a distribuição dos condutores de acordo com a equação 7-36, por que o
número de ranhuras é finito e ao mesmo tempo, apenas um número inteiro de condutores pode ser
inserido em cada ranhura.
Figura 7-13: (a) Um rotor cilíndrico com densidade de fluxo variando senoidalmente no
entreferro. (b) A força magnetomotriz ou a intensidade de campo magnético em função do ângulo
α no entreferro. (c) A densidade de fluxo em função do ângulo α no entreferro.
Na figura 7-14 vemos um rotor girante com um campo magnético senoidalmente distribuído no
centro de uma bobina estacionária, assim, podemos assumir que a densidade de fluxo no entreferro B
entre o rotor e o estator, varia senoidalmente com o ângulo mecânico. Se α for o ângulo medido desde
a direção do valor de pico da densidade de fluxo do rotor, o valor da densidade B em um ponto ao
redor do rotor será dado por
B=BM cos α (7-37a)
Como o rotor está girando dentro do estator, com uma velocidade angular ωm, então, o valor da
densidade de fluxo B para qualquer ângulo α ao redor do estator é dada por
B=BM cos (ω t−α ) (7-37b)
A tensão induzida em um fio condutor é dada por
e=Bvl
Essa equação foi obtida para o caso de um condutor se movendo dentro de um campo magnético,
porém, aqui, temos aqui um caso em que o campo está em movimento e o condutor está estacionário,
nesse caso, temos que modificar a equação para uma análise onde consideramos do ponto de vista de
referência, que o campo magnético esteja estacionário. Se olharmos de um ponto de vista onde o
campo magnético pareça estacionário, veremos que a bobina irá passar através desse campo com uma
velocidade relativa vrel e assim poderemos aplicar a equação.
Figura 7-14: (a) O campo magnético de um rotor que gira dentro de uma bobina e
um estator estacionário. Detalhe da bobina. (b) Os vetores de densidade de fluxo
magnético e as velocidades nos lados da bobina. As velocidades mostradas são de
um sistema de referência no qual o campo magnético é estacionário. (c) A
distribuição da densidade de fluxo no entreferro.
Prof. Wagner Menezes Capítulo 7
15
Nesse caso, a tensão total induzida na bobina será a soma das tensões induzidas em cada segmento.
1. Segmento ab. Para o segmento ab, α = 180°. Assumindo que B aponta radialmente para fora a partir
do rotor, o ângulo entre v e B no segmento ab é 90°, enquanto que o produto vetorial vB aponta na
direção de l, assim
e ba =Bvl apontando para fora da página
e ba=−v [BM cos (ω m t−180 °)]l
e ba=−vB M lcos ( ω m t−180 °) (7-38)
2. Segmento bc. Nesse segmento como o comprimento do condutor está paralelo ao campo, a tensão
induzida será zero.
e cb=Bvl=0 (7-39)
3. Segmento cd. Para o segmento cd, α = 0°. Assumindo que B aponta radialmente para fora a partir do
rotor, o ângulo entre v e B no segmento cd é 90°, enquanto que o produto vetorial vB aponta na
direção de l, assim
e dc =Bvl apontando para fora da página
e ba=v [ BM cos (ω m t)]l
e ba=vB M lcos ( ω m t ) (7-40)
4. Segmento da. Nesse segmento como o comprimento do condutor está paralelo ao campo, a tensão
induzida será zero.
e cb=Bvl=0 (7-41)
Assim, a tensão total na bobina pode ser dada por
e ind =e ab+ ecd
e ind =−vB Ml cos( ω m t−180° )+vB M lcos ω m t (7-42)
Como cos θ = -cos(θ -180°), temos
e ind =vB Ml cos ω m t +vB M l cos ω m t
e ind =2 vB Ml cos ω m t (7-43)
Como a velocidade tangencial da bobina é dada por v = rωm, podemos reescrever a equação 7-43
como
e ind =2rlB M ω m cos ω m t (7-44)
O fluxo que atravessa a bobina pode ser calculado por ϕ = 2rlBm, ao mesmo tempo, a frequência da
velocidade mecânica é igual à frequência elétrica, assim, ωmec = ωelet = ω, dessa forma, podemos
escrever a equação da tensão induzida como
e ind =ϕ ω cos ω t (7-45)
Essa equação expressa a tensão induzida para uma única bobina, se tivermos N C bobinas, a tensão
total induzida será
e ind =N C ϕ ω cos ω t (7-46)
A tensão produzida no estator da máquina CA simples é portanto senoidal e sua amplitude depende
do fluxo da máquina, da velocidade angular do rotor e de uma constante que depende da forma
construtiva da máquina.
Se tivermos três bobinas, cada uma com NC, dispostas ao redor do campo magnético do rotor, as
tensões induzidas em cada uma será a mesma, porém, defasadas 120° entre si.
Dadas por
e aa' =N C ϕ ω sen ω t V (3-47a)
A tensão de pico em qualquer uma das fases pode ser obtida por
Emax =N C ϕ ω (3-48)
Temos que ω = 2πf, podemos reescrever a equação acima, como
Emax =2 π N C ϕ f (3-49)
Assim, a tensão eficaz (RMS) por fase pode ser encontrada pela equação
2π
Erms = NC ϕ f (3-50)
√2
A tensão eficaz nos terminais da máquina vai depender de como ela está fechada (como seus
enrolamentos estão conectados). Se a máquina tiver seu fechamento em Y, a tensão nos terminais será
x Erms. Se o fechamento for em Δ a tensão nos terminais será igual a Erms.
EXEMPLO 7-1. A seguinte informação é conhecida a respeito do gerador simples de dois polos da
figura 3-16. A densidade de fluxo de pico do campo magnético do rotor é 0,2 T e a velocidade de
rotação mecânica do eixo é 3600 rpm. O diâmetro do estator da máquina tem 0,5 metro, o
comprimento de sua bobina é 0,3 m e há 15 espiras por bobina. A máquina está ligada em Y.
(a) Quais são as três tensões de fase do gerador em função do tempo?
(b) Qual é a tensão de fase eficaz desse gerador?
(c) Qual é tensão eficaz nos terminais desse gerador?
Solução
O fluxo na máquina é dado por
ϕ =2rlB
Como 2r = d (diâmetro), podemos substituir na equação
ϕ =dlB
ω= ( 60n )2 π
ω= ( 3600
60 )
2 π =377 rad /s
(a) As tensões de pico por fase são
Emax =N C ϕ ω
V T =√ 3 (120V )=208 V
Em máquinas de CA, operando em condições normais, haverá dois campos magnéticos presentes, um
campo originado pelo estator e outro pelo rotor, da interação desses dois campos, haverá produção
de torque.
Uma máquina CA simples é mostrada na figura 3-17, com uma distribuição de fluxo no estator, cujo
máximo aponta para cima, e uma bobina com uma única espira montada no rotor. A distribuição do
fluxo no estator é dado por
B S ( α )=B S sen α (3-51)
onde:
BS = densidade de fluxo de pico
Quanto de torque será produzido no rotor dessa máquina CA simplificada? Faremos uma
análise de cada um dos dois condutores em separado.
A força no condutor 1 é
F=Bil
O torque no condutor é
τ =Fr
A força no condutor 2 é
F=Bil
O torque no condutor é
τ =Fr
H R =Ci (7-53)
onde:
C é uma constante de proporcionalidade.
2. O ângulo entre o valor de pico da intensidade de fluxo BS do estator e o valor e pico da intensidade
de campo magnético HR é γ, e γ é
γ =180 °−α (7-54)
Figura
A isolação da bobina de máquina CA é um dos pontos críticos, pois a falha do isolamento causa a
queima da máquina, um fator importante no aumento da vida útil da máquina é limitar a temperatura
nos enrolamentos, uma das coisas que é feito em torno disso é a refrigeração forçada provida pelo
próprio eixo da máquina através da instalação de um ventilador no eixo.
Normalmente o enrolamento sofre com sucessivos superaquecimentos até que haja a falha total do
mesmo, em tese, um aumento de 10% acima da temperatura nominal, reduz a vida útil da máquina em
50%.
A National Electrical Manufacturers Association (NEMA), criou uma classificação de acordo com as
temperaturas e denominou classes de isolação.
As classes mais comuns para motores CA de potência elevada são B, F e H, cada classe representa uma
temperatura no enrolamento mais elevada que da classe precedente. No caso de um motor de
indução com classe de isolação do tipo B, a temperatura pode subir 80° acima da temperatura
ambiente (considerada 40° para ambientes industriais), já o de classe F, o aumento pode ser de 105°,
bem como a de classe H pode sofre um incremento de até 125° na sua temperatura em relação a
ambiente.
A curva da figura 7-19 mostra a vida útil de uma máquina em milhares de horas versus a temperatura
dos enrolamentos, para diferentes classes de isolação.
Podemos calcular também em função da diferença entre as perdas e a potência de entrada, assim
Pentrada−P perdas
η= x 100 % (7-63)
Pentrada
Perdas em máquinas CA
PERDAS ELÉTRICAS OU NO COBRE. São perdas por aquecimento do bobinado, ou seja, perdas por
conta da resistência do dos enrolamentos do estator e do rotor, para o estator temos
2
PCE =3 I R (7-64)
onde
I = corrente por fase
R = resistência por fase.
Para o rotor de uma máquina CA síncrona, temos
PPCR =I 2R R R (7-65)
onde
IR = corrente que flui no rotor.
RR = resistência do enrolamento do rotor.
Figura 7-19: Gráfico da vida média da isolação versus temperatura do enrolamento para várias classes de isolação.
PERDAS NO NÚCLEO. São as perdas por histerese e correntes parasitas que acontecem no material
ferromagnético empregado para fabricar o núcleo da máquia.
PERDAS MECÂNICAS. São perdas devido os efeitos mecânicos, como atrito e ventilação, o atrito
devido os rolamentos empregados na máquina, e as perdas por ventilação são causadas pelo atrito do
ar com as partes móveis da máquina.
PERDAS SUPLEMENTARES. São perdas que não se encaixam em nenhuma das categorias anteriores e
geralmente representam 1% da potência a carga plena da máquina.
Diagrama de Potência
A regulação de tensão de um gerador é uma medida da capacidade do gerador manter constante sua
tensão, mesmo com variações de carga, e é dada por
V vazio −V pc
RT= x 100 % (7-67)
V pc
onde Vpc é a tensão a plena carga.
Uma regulação de tensão pequena é um sinal que a tensão nos terminais será mais constante com as
variações de carga.
PERGUNTAS
7.1. Qual é a principal diferença entre uma máquina síncrona e uma máquina de indução?
7.2. Por que a troca dos fluxos de corrente entre quaisquer duas fases inverte o sentido de rotação do
campo magnético de um estator?
7.3. Qual é a relação entre frequência elétrica e velocidade do campo magnético em uma máquina CA?
7.4. Qual é a equação do conjugado induzido em uma máquina CA?
PROBLEMAS
7.1. A bobina de espira simples que está girando no campo magnético uniforme mostrado na Figura 7-
1 tem as seguintes características:
B = 1,0 T para a direita
l = 0,3 m
r = 0,1 m
ωm = 377 rad/s
7.2. Prepare uma tabela que mostre a velocidade de rotação do campo magnético nas máquinas CA de
2, 4, 6, 8, 10, 12 e 14 polos, operando nas frequências de 50, 60 e 400 Hz.
7.4. Um enrolamento trifásico de seis polos, ligado em Δ, está instalado em 36 ranhuras de um estator.
Há 150 espiras de fio em cada ranhura dos enrolamentos. Todas as bobinas de cada fase são ligadas
em série. O fluxo por polo na máquina é 0,060 Wb e a velocidade de rotação do campo magnético é
1000 rpm.
(a) Qual é a frequência da tensão produzida nesse enrolamento?
(b) Quais são as tensões resultantes de fase e de terminal do estator?
7.5 Nos primeiros tempos do desenvolvimento dos motores CA, os projetistas de máquinas tinham
muita dificuldade em controlar as perdas no núcleo (histerese e corrente parasita) das máquinas. Eles
ainda não tinham desenvolvido aços de baixa histerese e ainda não faziam lâminas tão delgadas como
as que são usadas atualmente. Para auxiliar no controle dessas perdas, os motores CA primitivos dos
Estados Unidos funcionavam a partir de uma fonte de potência de 25 Hz, ao passo que os sistemas de
iluminação operavam a partir de uma fonte de potência separada de 60 Hz.
(a) Desenvolva uma tabela que mostre a velocidade de rotação do campo magnético nas máquinas CA
de 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 14 polos, operando na frequência de 25 Hz. Qual era a velocidade de rotação mais
rápida disponível naqueles motores primitivos?
(b) Em um dado motor, operando com uma densidade de fluxo B constante, como as perdas do núcleo
com o motor funcionando em 25 Hz comparam-se com as mesmas perdas com o motor funcionando
em 60 Hz?
(c) Por que os engenheiros daquela época usavam um sistema de potência separado de 60 Hz para a
iluminação?