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MOTORES ELÉTRICOS

Flávio Roberto Chiapetti


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Catálogo de motores elétricos de corrente alternada WEG


NOÇÕES FUNDAMENTAIS
 Motor elétrico é a máquina destinada a transformar energia
elétrica em energia mecânica.
 Motor CC Possui um custo mais elevado e precisam de uma
fonte de corrente contínua. Podem funcionar com velocidade
ajustável entre amplos limites e prestam a controle de grande
flexibilidade e precisão. Seu use é restrito a casos especiais
que compensam o custo elevado da instalação e manutenção.
 Motores de CA são os mais utilizados, de baixo custo de
instalação e manutenção. Podem ser:
a) Síncrono: Sua velocidade é constante, utilizado somente
para grandes potências – devido ao seu alto custo em
tamanhos menores – ou quando se necessita de velocidade
invariável.
b) Assíncronos: Funciona normalmente com uma velocidade
constante, que varia ligeiramente com a carga mecânica
aplicada ao eixo. Motor robusto e de baixo custo, sendo
adequado para quase todos os tipos de máquinas .
PLACA DE IDENTIFICAÇÃO:
 O primeiro número indica em quantas fases que
o motor é ligado:
3 = trifásico
1 = monofásico
 Obs: O motor monofásico pode ser ligado em duas
fases (bifásico), desde que respeitado a tensão
nominal de funcionamento.
 O símbolo ~ indica que o motor é AC e pode ser
ligado direto na rede de alimentação.
 O segundo número é informações sobre o modelo
de carcaça do motor, dado pelo fabricante.
 Indica que o motor é de indução, geralmente é composto
por duas partes: estator e rotor.
 O estator é a parte estática, não se movimenta, nele
temos:
- Carcaça que é a estrutura do conjunto.
- Núcleo de chapas de aço magnético, tratadas
termicamente para reduzir as perdas no ferro.
- Enrolamento de fio isolado, conhecida por bobinas
formando o sistema que é ligado a rede elétrica.
 O rotor é a parte que gira e nele temos:

- Eixo que transmite a potência mecânica.


- Núcleo de chapas, idem ao estator.
- Barras e anéis de curto-circuito, são de alumínio injetado
sob pressão numa única peça.
MOTOR DE INDUÇÃO DE GAIOLA

 Também conhecido por motor gaiola de esquilo,


cujo o rotor é constituído de um conjunto de
barras não isoladas e interligadas por anéis de
curto-circuito.
 O que caracteriza o motor de indução é que só o
estator é ligado a rede elétrica.
 As correntes que circulam no rotor são induzidas
eletromagneticamente pelo estator, por isso
chama-se de “motor de indução”.
 Indica qual é a freqüência e trabalho que o motor opera.
 A rede elétrica pode ser de 50 Hz ou 60 Hz.

Obs:
→ Motores trifásicos bobinados para operarem em 50 Hz
poderão ser ligados em rede de 60 Hz. Porém:
- a potência do motor será a mesma;
- a corrente nominal será a mesma;
- a corrente de partida diminuirá em 17%;
- Cp/Cn diminuirá em 17%;
- Cm/Cn diminuirá em 17%;
- a velocidade nominal aumentará em 20%.
→ Motores construídos para operarem em 60 Hz quando
ligados em 50 Hz sua potência aumentará em 15% para II
pólos e 20% IV, VI e VIII .
 Os motores de indução trifásicos com rotor de gaiola são
classificados em categorias:

a) Categoria N: Conjugado de partida normal, corrente de


partida normal, baixo escorregamento. São a maioria dos
motores e prestam-se ao acionamento de cargas normais,
como bombas, máquinas operatrizes, ventiladores, etc.

b) Categoria H: Conjugado de partida alto, corrente de partida


normal, baixo escorregamento. Usado para cargas que
exigem maior conjugado na partida, como peneiras,
transportadores carregadores, cargas de alta inércia,
britadores, etc.

c) Categoria D: Conjugado de partida alto, corrente de partida


normal, alto escorregamento (+5%). Usados em prensas
excêntricas e máquinas semelhantes, onde a carga apresenta
picos periódicos. Usados também em elevadores, máquinas
que necessitam de um conjugado de partida muito alto e
corrente de partida limitada.
AS CURVAS CONJUGADO X VELOCIDADE
CONJUGADO
 O motor de indução tem conjugado igual a zero à velocidade
síncrona. À medida que a carga vai aumentando, a rotação do
motor vai caindo gradativamente, até um ponto em que o
conjugado atinge o valor máximo que o rotor é capaz de
desenvolver em rotação normal. Se o conjugado da carga
aumentar mais, a rotação do motor cai bruscamente, podendo
chegar a travar o rotor.
 Indica a potência mecânica nominal que o motor
pode desenvolver no eixo.
 Para converter unidades de potência temos:

- 1 cv = 735,5 W = 0,735 kW = 0,9863 HP


- 1 cv ≈ 0,75 kW (WEG utiliza na placa).
- 1 cv ≈ 1 HP (WEG utiliza na placa).
 Exemplo de conversão – valores da placa:
 Indica a velocidade nominal que o rotor irá desenvolver –
velocidade medida na ponta do eixo – onde RPM é Rotações Por
Minuto.
 Diz-se que um motor de indução é assíncrono quando o rotor
gira numa velocidade diferente da velocidade do campo
magnético girante, geralmente os RPM do eixo é menor que do
campo magnético girante.
 Velocidade síncrona (ns), é a velocidade de rotação do campo
girante, a qual depende do número de pólos (2p) do motor e da
freqüência (f) da rede, em hertz. O número de pólos sempre
será par.
 O cálculo do RPM do campo girante (velocidade síncrona) é
dado pela equação:
EXEMPLO:
 Dado um motor de 4 pólos e uma freqüência de 60
Hz, qual sua velocidade síncrona?
 Obs: 4 pólos = 2 pares de pólos.

Tabela: Velocidades síncronas


Nº de pólos Rotação síncrona por minuto
60 Hz 50 Hz
2 3 600 3 000
4 1 800 1 500
6 1 200 1 000
8 900 750
10 720 600
ESCORREGAMENTO (S):
 Se o motor gira a uma velocidade diferente da velocidade
síncrona, ou seja, diferente da velocidade do campo girante, o
enrolamento do rotor “corta” as linhas de força magnéticas do
campo e pelas leis do eletromagnetismo, circularão nele
correntes induzidas.
 Quanto maior a carga, maior terá que ser o conjugado
necessário para acioná-la. Para obter o conjugado, terá que
ser maior a diferença de velocidade para que as correntes
induzidas e os campos sejam maiores.
 Portanto, à medida que a carga aumenta cai a rotação do
motor.
 Quando a carga cai a zero (motor em vazio)mo rotor girará
praticamente com a rotação síncrona.
 A diferença entre a velocidade do rotor e a velocidade
síncrona (ns) chama-se escorregamento, e pode ser expresso
em RPM, como fração da velocidade síncrona, ou como
porcentagem desta.
CÁLCULO DO ESCORREGAMENTO (S)

 Exemplo: Qual o escorregamento de um motor de 6 pólos,


50 Hz, se sua velocidade nominal é de 960 rpm?
 Um motor de 6 pólos, 50 Hz tem uma velocidade
síncrona de 1 000 rpm.
VELOCIDADE NOMINAL (N)
 É a velocidade (RPM) do motor funcionando à potência
nominal, sob tensão e ftreqüência nominais. Depende
do escorregamento e da velocidade síncrona. É
calculada pela equação:
 Fator de serviço (FS), é um fator que, aplicado à potência
nominal indica a carga permissível que pode ser aplicada
continuamente ao motor, sob condições especificadas.
 É uma capacidade de sobrecarga contínua, ou seja, uma
reserva de potência que dá ao motor uma capacidade de
suportar melhor o funcionamento em condições desfavoráveis.
 O fator de serviço não pode ser confundido com a capacidade
de sobrecarga momentânea, durante alguns minutos.
 O FS = 1,0, significa que o motor não foi projetado para
funcionar acima de sua potência nominal. Isto, entretanto,
não muda a sua capacidade para sobrecargas momentâneas.
VALORES DE FS

 FS = 1,0 – O motor não tem uma reserva a mais de


potência.
 FS = 1,1 – O motor pode funcionar com uma potência
de 10% a mais do valor da potência nominal indicada
em sua placa de identificação.
 FS = 1,15 – O motor pode funcionar com uma potência
de 15% a mais do valor da potência nominal indicada
em sua placa de identificação.
 FS = 1,15 – O motor pode funcionar com uma potência
de 20% a mais do valor da potência nominal indicada
em sua placa de identificação.
 Indica a classe de isolamento em que o motor foi
construído.
 O limite de temperatura depende do tipo de
material empregado na fabricação do motor.
 As classes de isolamento utilizadas em máquinas
elétricas e os respectivos limites de temperatura
conforme NBR-7034, são as seguintes:
- Classe A – 105 C°
- Classe E – 120 C°
- Classe B – 130 C°
- Classe F – 155 C°
- Classe H – 180 C°
TABELA DE CONVERSÃO DE TEMPERATURAS

Conversão de Para Fórmula


grau Celsius grau Fahrenheit °F = °C × 1,8 + 32
grau Fahrenheit grau Celsius °C = (°F − 32) / 1,8
grau Celsius Kelvin K = °C + 273,15
Kelvin grau Celsius °C = K − 273,15
grau Celsius Rankine °R = (°C + 273,15) × 1,8
Rankine grau Celsius °C = (°R ÷ 1,8) – 273,15
 Indica qual o valor que a corrente pode atingir na
hora em que é feita a partida do motor.
 Ip é a corrente de rotor bloqueado ou corrente de
partida.
 In é a corrente nominal, ou seja, o motor funcionando
em condições normais de trabalho após o tempo de
partida.
 Exemplo: Qual é a corrente de partida de um motor
trifásico ligado em uma rede de 380 V com In =10 A,
com Ip/In = 5,5?

Obs.: O tempo de partida do motor corresponde ao


momento da partida com o rotor parado até atingir a
velocidade nominal. O tempo varia entre os motores, mas
não passa de alguns poucos segundos.
 Indica o grau de proteção (IP) que o motor foi fabricado,
protegendo de elementos como água, poeira, etc.
 A norma NBR 9884 define os graus de proteção dos
equipamentos elétricos por meio das letras
características IP, seguidas por dois algarismos.
 O primeiro algarismo indica o grau de proteção contra
penetração de corpos sólidos estranhos e contato
acidental.
 O segundo algarismo indica o grau de proteção contra
penetração de água no interior do motor.
TABELAS

1º Algarismo 2º Algarismo
0 Sem proteção 0 Sem proteção

1 Corpos estranhos com dimensão acima de 50 1 Pingos de água na vertical


mm
2 Pingos de água até a inclinação de 15° com
2 Corpos estranhos com dimensão acima de 12 a vertical
mm
3 Água da chuva até a inclinação de 60° com a
3 Corpos estranhos com dimensão acima de 2,5 vertical
mm
4 Respingos de todas as direções
4 Corpos estranhos com dimensão acima de 1,0
mm 5 Jatos d’água de todas as direções
5 Proteção contra acúmulo de poeiras 6 Água de vagalões
prejudiciais ao motor
6 Totalmente protegido contra a poeira 7 Imersão temporária

8 Imersão permanente
 Indica quais são as tensões nominais de operações do
motor.
 Motores com 6 pontas (6 fios de ligação dispostos em sua
caixa de ligação), tem opção para ligar sua alimentação
em 2 níveis de tensão: 220/380 Volts, 380/660 Volts ou
440/760 Volts.
 Obs.: Motor de 6 pontas (estrela/triângulo), serve para
quaisquer tensões duplas, desde que a segunda seja
igual a primeira multiplicada por √3. (V2 = V1 x √3).

 Motores com 12 pontas (12 fios de ligação disposto em


sua caixa de legação), tem mais opções de níveis de
tensão: 220/380/440/760 Volts.
 Indica quais são as correntes nominais de operação do
motor para cada tensão que o motor foi ligado.
 A primeira indicação de corrente refere-se ao primeiro
nível de tensão e a segunda indicação de corrente refere-
se ao segundo nível de tensão.

 Exemplo: Tensão 220/380 V


Corrente 2.04/1.18 A

- Motor ligado em 220 Volts corrente nominal de 2.04 Ampères


- Motor ligado em 380 Volts corrente nominal de 1.18 Ampères
 Indica o regime de serviço do motor. É o grau de
regularidade a que o motor é submetido.
 Os motores normais são projetados para regime contínuo
(a carga constante), por tempo indefinido, e igual a
potência nominal do motor.
Regime de serviço:
S1 = Regime contínuo.
S2 = Regime de tempo limitado.
S3 = Regime intermitente periódico.
S4 = Regime intermitente periódico com partidas.
S5 = Regime intermitente periódico com frenagem elétrica.
S6 = Regime de funcionamento contínuo periódico com carga intermitente.
S7 = Regime de funcionamento contínuo com frenagem elétrica.
S8 = Regime de funcionamento contínuo com mudança periódica na
relação carga/velocidade de rotação.
S9 = Regime com variações não periódicas de carga e de velocidade.
 Indica qual é a máxima temperatura ambiente de
trabalho do motor. Quando não indicado a temperatura
máxima é de 40° C.
 Motores que trabalham em temperaturas inferiores a
-20° C, apresentam excessiva condensação, formação de
gelo nos mancais, exigindo drenagem adicional e
lubrificantes especiais ou graxa anticongelante.
 Motores que trabalham à temperaturas ambientes
constantes acima de 40° C, podem atingir temperaturas
prejudiciais à isolação. Isso requer um projeto especial
do motor, usando materiais isolantes especiais ou pela
redução da potência do motor.
 Indica qual é a altitude máxima em relação ao nível do
mar que o motor pode ser instalado sem alterar suas
características construtivas.

 Motores funcionando acima dos 1000 metros,


apresentam problemas de aquecimento causado pela
rarefação do ar.
 O motor elétrico absorve energia elétrica da rede e a
transforma em energia mecânica disponível no eixo do
rotor. O rendimento define a eficácia com que é feita esta
transformação.
 Chamando de “Potência útil” (Pu) a potência mecânica
disponível no eixo e de “Potência absorvida” (Pa) a
potência elétrica que o motor retira da rede, o
rendimento será a relação entre as duas.
 O fator de potência, indicado cos g, onde g é o ângulo de
defasagem da tensão em relação à corrente, é a relação
entre a potência real (ativa) P e a potência aparente S.

 Carga resistiva: cos g = 1


 Carga indutiva: cos g atrasado

 Carga capacitiva: cos g adiantado


 Em um motor há três tipos de potências envolvidas que
são:
 Potência ativa: P (kW);

 Potência reativa: Q (kVAr);

 Potência aparente; S (kVA);

 Daí tiramos o “triângulo das potências”:


IMPORTÂNCIA DO FATOR DE POTÊNCIA

 Visando otimizar o aproveitamento do sistema elétrico


brasileiro, reduzindo o trânsito de energia reativa nas
linhas de transmissão, subtransmissão e distribuição, a
portaria do DNAEE nº 85, de 25 de março de 1992,
determina que o fator de potência passasse dos atuais
0,85 para 0,92. Ao elevar o fator de potência dá maior
disponibilidade de potência ativa no sistema, já que a
energia reativa limita a capacidade de transporte de
energia útil.

 O motor elétrico é uma peça fundamental dentro da


indústria e representa 60% do consumo de energia.
CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA
 O aumento do fator de potência é realizado, com a ligação de uma
carga capacitiva, em geral, um capacitor em paralelo com a carga.

 Por exemplo:
 Um motor elétrico trifásico de 100 cv (75kW), 4 pólos, operando com
100% da potência nominal, com fator de potência original de 0,87 e
rendimento de 93,5%. O fator de potência desejado é de 0,95.

 Onde:
 kVAr = Potência trifásica do banco de capacitores a ser instalado;
 P(cv) = Potência nominal do motor;
 n% = Rendimento do motor;
 F = Fator de correção retirado da tabela de fator de correção.
 Tabela de Fator de Correção
 Indica quais são os tipos de ligações que o motor oferece.
 Motores de 6 pontas (6 fios), oferecem 2 tipos de ligações que
são:
● Ligação triângulo para tensão menor (∆);
● Ligação estrela para tensão maior (Y).
 Motores de 12 pontas (12 fios), oferecem até 4 tipos de
ligações que são:
● Ligação duplo triângulo para tensão menor (∆∆);
● Ligação duplo estrela para tensão intermediária(YY);
● Ligação triângulo para tensão maior (∆);
● Ligação estrela, geralmente usada apenas para partida;
ESQUEMA DE LIGAÇÕES
Motor de 6 pontas:

Tensões nominais:
∆/Y = 220/380 Volts;
∆/Y = 380/660 Volts;
∆/Y = 440/760 Volts.

Ligação triângulo Ligação estrela


∆ Y

Motor de 12 pontas:

Ligação duplo triângulo Ligação duplo estrela Ligação triângulo


∆∆ YY ∆
- Indica quais são os rolamentos usados na ponta dianteira e
traseira do rotor.

- Indica o tipo de graxa usada para lubrificar os rolamentos.

- Indica o peso do motor.

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