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Curso: Engenharia eléctrica

3° Ano

IV-Grupo

Produção de energia eléctrica-II

Tema: CENTRAIS TERMOELÉCTRICA A CARVÃO (CONSTITUIÇÃO E


FUNCIONAMENTO)

Discentes: Docentes:

Cardoso Pereira Cardoso Eng.o Felex Mateus

Guelton Armando M. Machi Eng.o Maxcencio S. A. Tamale

Jaime Tembo Fabiao Jaime

Romio De Jesus Ambrozio

Songo, Maio de 2020


Curso: Engenharia eléctrica

3° Ano

IV-Grupo

Produção de energia eléctrica-II

Tema: CENTRAIS TERMOELÉCTRICA A CARVÃO (CONSTITUIÇÃO E


FUNCIONAMENTO)

Discentes: Docentes:

Cardoso Pereira Cardoso Eng.o Felex Mateus

Guelton Armando M. Machi Eng.o Maxcencio S. A. Tamale

Jaime Tembo Fabiao Jaime

Romio De Jesus Ambrozio

Songo, Maio de 2020


Índice
Índice de figuras ....................................................................................................................... III

Resumo ....................................................................................................................................IV

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

1.1. Objectivo geral ............................................................................................................ 1

1.2. Objectivos específicos ................................................................................................. 1

2. CENTRAIS TERMOELÉCTRICA A CARVÃO .............................................................. 2

2.1. Conceitos gerais .......................................................................................................... 2

2.2. Constituição de uma central termoeléctrica a carvão .................................................. 3

2.2.1. Parque de Carvão à Entrada da Caldeira.............................................................. 4

2.2.2. Tecnologia de pulverização de carvão ................................................................. 5

2.2.3. Caldeiras .............................................................................................................. 6

2.2.4. Turbinas a vapor .................................................................................................. 9

2.2.5. Geradores ........................................................................................................... 11

2.2.6. Transformadores ................................................................................................ 13

2.2.7. Linhas de transmissão ........................................................................................ 15

2.2.8. Condensadores ................................................................................................... 16

2.2.9. Aquecedor de água de alimentação.................................................................... 18

2.2.10. Bomba ................................................................................................................ 18

2.2.11. Desaeradores ...................................................................................................... 19

2.2.12. Precipitadores electroestáticos ........................................................................... 20

2.2.13. Torres de resfriamento ....................................................................................... 21

2.3. Funcionamento de uma central termoeléctrica a carvão ........................................... 22

2.4. Impacto ambiental das centrais termoeléctricas a carvão ......................................... 24

2.5. Vantagens e desvantagens das Centrais Termoeléctricas a carvão ........................... 24

2.6. Controlo de Emissões Gasosas na Central Termoeléctrica ....................................... 25

2.6.1. Redução do Teor em Óxidos de Azoto (NOx)................................................... 25

I
2.6.2. Redução de Partículas ........................................................................................ 25

2.6.3. Redução do Teor em Dióxido de Enxofre (SO2) ............................................... 26

3. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 27

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA .................................................................................. 28

II
Índice de figuras
Figura 1- constituição de uma central termo eléctrica padrão (central em estudo). Fonte:
(wik20) ....................................................................................................................................... 3
Figura 2-Parque de carvão e das telas transportadoras. Fonte: (Cordeiro, 2005) ...................... 5
Figura 3-esquema das turbinas e alternador. Fonte: (20Ma) ................................................... 10
Figura 4-digrama do fluxo de vapor nas turbinas da central. Fonte: (Sardinha, 2010) ........... 11
Figura 5- Diagrama em corte de uma máquina síncrona de grande porte. Fonte: (Chapman,
2013) ........................................................................................................................................ 12
Figura 6- transformador real com uma carga ligada no secundário. Fonte: (Chapman, 2013) 14
Figura 7-condensador de contacto directo. Fonte: (Francisco, 2018) ...................................... 17
Figura 8-condensador de contacto indirecto. Fonte: (Francisco, 2018)................................... 18
Figura 9- torres de resfriamento. Fonte: (wik20) ..................................................................... 22

III
Resumo
As centrais termoeléctricas a carvão produzem energia eléctrica aproveitando o calor que
surge a partir da queima do carvão e a evaporação da água presente na caldeira para assim
mover as pás das turbinas. Esse processo é semelhante a de todas as centrais termoeléctricas,
bem como a sua constituição, essas centrais possuem equipamentos fora do ciclo de geração
de energia, equipamentos esse visam/buscam diminuir os efeitos negativos das centrais
termoeléctricas a carvão, como eh o caso da pulverização do carvão, o aproveitamentos ada
cinzas, o precipitador electrostáticos, esses são alguns dos equipamentos, métodos e formas
de diminuir o impacto ambiental das centrais termoeléctricas a carvão, tanto que hoje as
centrais que possuam os 27 equipamentos que são mencionados ao longo do trabalho são
consideras como limpas.

Palavra-chave: impacto ambiental

IV
1. INTRODUÇÃO

O processo de produção de energia eléctrica a partir de uma central termoeléctrica a carvão


consiste na queima do carvão mineral, aproveitando o calor obtido para produção de vapor.
Para processar a queima do carvão e transformar a energia térmica gerada em energia
mecânica, utiliza-se água que se tornará vapor em altíssima pressão e temperatura, o qual
moverá turbinas que por sua vez accionarão um gerador eléctrico acoplado, gerando energia
eléctrica, que é elevada pelo transformador e em seguida em transportada através das linhas
de transmissão para posterior distribuição. Os equipamentos principais para isso, são a
caldeira, turbina e gerador eléctrico. No entanto o corvão como a maioria dos combustíveis
fosseis cria impactos ambientais devastadores. Portanto as centrais termoeléctricas que
utilizem combustíveis sólidos (é o caso da central termoeléctrica a carvão) necessitam
maiores investimentos para controle ambiental dos seus efluentes líquidos, sólidos e gasosos,
mas em contrapartida o custo do combustível por unidade de energia é bastante inferior,
possibilitando que os empreendimentos sejam economicamente viáveis. Ao longo do presente
trabalho abordara-se acerca dos aspectos constituintes e o funcionamento de uma central
termoeléctrica a carvão.

1.1.Objectivo geral
 Falar da constituição e do funcionamento de uma central termoeléctrica a carvão

1.2.Objectivos específicos
 Descrever a constituição de uma central termoeléctrica a carvão
 Explicar o funcionamento de uma central termoeléctrica a carvão
 Indicar as vantagens do carvão como combustível
 Apresentar os impactos ambientais criados pelas centrais termoeléctricas a carvão
 Indicar formas de controlar o impacto ambiental criado pelas termoeléctricas a carvão

1
2. CENTRAIS TERMOELÉCTRICA A CARVÃO (CONSTITUIÇÃO E
FUNCIONAMENTO)
2.1.Conceitos gerais

Uma central termoeléctrica e aquela que se destina a produção de energia eléctrica, a partir de
processos térmicos, e pode ser descrita como a conversão de energia térmica em energia
mecânica, a qual acciona geradores eléctricos. O processo fundamental de funcionamento das
centrais termoeléctricas baseia-se na conversão de energia térmica, energia essa que surge da
combustão de um combustível depois é convertida em energia mecânica e esta em energia
eléctrica.

Energia térmica Energia mecânica Energia eléctrica

“Apesar de já conhecido e utilizado na China em 1100 a.C., o carvão mineral só passou a ser
difundido como fonte de energia para as máquinas a vapor com o advento da revolução
industrial no século XVII. Sua utilização foi necessária devido à crise da madeira
combustível no século XVI.

Hoje, ela ocupa a segunda posição na matriz energética mundial devido ao seu baixo custo,
que varia de região para região, em função principalmente do peso que o transporte tem no
seu custo final. Por ser um combustível sólido, o carvão apresenta maiores custos de
transporte relativamente o petróleo por exemplo, que é liquido e pode ser transportado através
de oleodutos. O carvão mineral é altamente poluente e grande parte do seu consumo mundial
é voltado para produção de energia termoeléctrica. Embora as emissões de NOx e SOx
possam ser reduzidas, a grande quantidade de CO2 emitida traz enormes impactos sobre o
meio ambiente, ao contrário da biomassa, que absorve o CO2 emitido. Assim evidenciam-se
as vantagens ambientais de substituir tal combustível na geração de energia eléctrica. Por
outro lado, foram desenvolvidas técnicas para obter melhor desempenho das centrais
termoeléctricas a carvão, tanto do ponto de vista de eficiência, como na diminuição das
emissões, podendo-se citar a queima em leito fluidizado e a gaseificação do carvão.” (Reis,
2011)

“Uma central termoeléctrica a carvão é aquela que se destina a produção de energia eléctrica,
a partir da queima do carvão. Além de produção de energia, elas também podem aproveitar o

2
vapor ainda quente, à saída das turbinas, para a distribuição de calor, quer há unidades
industriais, quer a cidades para aquecimento doméstico (Co-geração).” (Cordeiro, 2005)

2.2.Constituição de uma central termoeléctrica a carvão

Figura 1- constituição de uma central termo eléctrica padrão (central em estudo). Fonte: (wik20)

A Central consiste de:

Elementos Quantidade

1 Torre de resfriamento 1

2 Bomba de água de resfriamento 1

3 Linha de transmissão (trifásica) 1

4 Transformador de unidade (trifásico) 1

5 Gerador eléctrico (trifásico) 1

6 Turbina de baixa pressão 1

7 Bomba de alimentação da caldeira 1

8 Condensador 1

9 Turbina de pressão intermediária 1

3
10 Válvula reguladora de vapor 1

11 Turbina de alta pressão 1

12 Desaerador 1

13 Aquecedor de alimentação 1

14 Transportador de carvão 1

15 Tremonha de carvão 1

16 16. Moinho de combustível pulverizado 1

17 Tambor da caldeira 1

18 Funil de cinzas 1

19 Superaquecedor 1

20 Ventilador de tiragem forçada 1

21 Reaquecedor 1

22 Entrada de ar 1

23 Economizador 1

24 Pré-aquecedor de ar 1

25 Precipitador 1

26 Ventilador de tiragem induzido 1

27 Chaminé 1

2.2.1. Parque de Carvão à Entrada da Caldeira

“Quando o combustível chega na central, ele é armazenado no parque de carvão, sendo isso
feito em duas pilhas que são:

 Pilha activa que está em permanente transformação, podendo ter mais ou menos
carvão pois a sua quantidade resulta de um balanço entre as necessidades dos grupos e
a chegada do carvão;
 Pilha passiva que é uma reserva estratégica de carvão, com capacidade de fornecer
combustível entre trinta a quarenta dias, em caso de anomalia da entrega diária deste.

4
A pilha passiva deverá ser cuidadosamente compactada, para evitar a autocombustão do
carvão. O carvão, quando armazenado, começa a perder características, sendo por isso de
todo o interesse consumir de imediato o combustível que vai chegando à Central.

As distâncias entre a recepção do carvão e os silos são vencidas por meio de telas
transportadoras, com um comprimento de 80 metros (valor imaginário, que também pode ser
diferente), e capacidade para fornecer 1000 toneladas (valor imaginário, que também pode ser
diferente) de carvão por hora.” (Cordeiro, 2005)

Figura 2-Parque de carvão e das telas transportadoras. Fonte:


(Cordeiro, 2005)

2.2.2. Tecnologia de pulverização de carvão

“Para diminuir as emissões de gases ou mitigar seus efeitos. Para tal desenvolveu-se as
tecnologias limpas de uso do carvão (clean coal technologies), sendo elas melhoradas para
acompanhar a evolução da legislação ambiental, cada vez mais restritiva quanto ao uso do
carvão, e para manter a competitividade dessa fonte energética em relação às demais. As
principais tecnologias usadas para geração de eletricidade e descritas nos itens a seguir, são:

 Carvão Pulverizado (PF)


 Gaseificação lntegrada com Ciclo Combinado (IGCC)
 Usinas Supercríticas e Ultra Supercríticas (Supercritical & Ultra supercritical Power
Plant Technologies)

5
 Combustão em Leito Fluidizado, a Pressão Atmosférica (AFBC) e com Pressurização
(PFBC)

Vale ressaltar que a escolha de uma tecnologia não se baseia apenas na eficiência, mas
depende de muitos critérios específicos, associados ao tamanho da unidade, ao regime de
operação e à legislação ambiental. Adicionalmente, turbinas a gás somente podem ser
operadas com combustíveis livres de cinzas. De modo que, para empregar o carvão como
combustível em ciclo combinado, é exigida alguma combinação tecnológica. Dentre as
possibilidades, destacam-se a unidade combinada ao processo de gaseificação e ao processo
de combustão pulverizada pressurizada.

2.2.2.1.Carvão Pulverizado (PF)

No esquema da central em estudo no presente trabalho é apresentado a tecnologia de carvão


pulverizado, nela o carvão é moído em partículas finas (entre 75 e 300 microns) e injectado,
juntamente com ar, numa câmara de combustão onde é queimado, alcançando-se
temperaturas da ordem de 1.400°C. A eficiência desse processo de combustão é similar
àquela alcançada na queima de óleo ou gás natural. O carvão pulverizado é considerado uma
tecnologia de queima limpa quando complementada por sistemas modernos de controlo de
NOx, de dessulfurização de gases e de remoção de material particulado.” (Ministério de
Minas e Energia-Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético; Empresa de
Pesquisa Energética, 2007)

2.2.3. Caldeiras

“A caldeira, também denominada como gerador de vapor, são equipamentos destinados a


produzir e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de
energia, exceptuando-se refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de
processo. Assim as caldeiras utilizam a energia química liberada pelo processo de combustão
de algum tipo de combustível e provoca a transformação da água do seu estado líquido para o
estado de vapor, a uma pressão elevada.

As caldeiras são classificadas segundo alguns critérios

a) Segundo a disposição relativa dos gases e do fluido de trabalho, podem ser:

6
 Flamotubulares (piro-tubulares), nelas os gases circulam no interior de tubos
imersos em água.

 Aquotubulares, a circulação de água ocorre no interior dos tubos e os gases


trocam calor com a água por meio da parede desses tubos maioritariamente
por radiação.

b) Segundo a força motriz para a circulação do fluido de trabalho

 De circulação natural, a circulação do fluido de trabalho no interior dos tubos


acontece graças à diferença se densidade da água liquida e a mistura água-
vapor.

 De circulação forcada, a água é movimentada de forma continua a partir de


diversas bomba.

 De passe único, a água e obrigada a circular apenas uma vez pela tubulação
por uma bomba de alimentação, desse modo não existe a recirculação de água.

c) Segundo o tipo de combustível ou fonte de calor

 Sólido

 Liquido

 Gasoso

d) Segundo a tecnologia de combustão

 Grelha fixa ou rotativa

 De queima em suspensão

 Leito fluidizado

e) Segundo a organização do processo de tiragem do ar e gases de combustão

 Tiragem natural, esse processo ocorre por efeito exclusivo da chaminé, garante
o suprimento de ar e remoção dos gases de exaustão

 Tiragem forçada, esse processo é realizada por sopradores na entrada da


fornalha que fornecem ar, queima e auxilia na retirada dos gases pela chaminé.

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 Tiragem induzida, esse processo é assegurado por ventiladores de exaustão,
quem criam uma pressão negativa dentro da fornalha

 Tiragem balanceada, é uma combinação da Tiragem forçada com a Tiragem


induzida

O processo de tiragem visa fornecer o volume de ar necessário para a combustão e obrigar


com que os gases circulem pelas diversas superfícies de troca de calor até serem eliminados
pela chaminé.

2.2.3.1.Componentes da caldeira

Os principais componentes da caldeira de vapor são:

Superaquecedor e reaquecedor- trocador de calor posicionado depois da câmara de


combustão e é encarregado do superaquecimento do vapor oriundo do tambor.” (Stuchi, et
al., 2015)

“Em termos gerais, são permutadores de calor monofásicos, com vapor a fluir no interior dos
tubos e os gases de combustão no exterior. Estas componentes críticas são geralmente
fabricadas em ligas de aço devido às suas altas temperaturas de operação. A principal
diferença entre sobreaquecedores e reaquecedores é a pressão de vapor. Num barrilete típico,
a pressão de saída do sobreaquecedor rounda os 18.62 Mpa, perde pressão e temperatura na
turbina a vapor de alta pressão, e entra no reaquecedor, de maneira que na saída terá uma
pressão de 4.0 Mpa. As superfícies podem ser horizontais ou verticais. São órgãos
submetidos às mais altas temperaturas existentes no gerador, pelo que é a sua construção que
limita o emprego das temperaturas elevadas de vapor. Nestas condições o seu
aquecimento é, em geral, por convecção.” (Matos, 2015)

Tambor separador ou tabulão- o tambor possui a função de acumular certa quantidade de


água como reserva, assegurar a pureza do vapor por meio de extracções e intervenções
químicas no seu interior, além de separar o líquido do vapor. Possibilitando que somente o
vapor saturado seja direccionado para superaquecedores.

8
Economizador ou aquecedor da água de alimentação- é um trocador de calor que possui a
incumbência de elevar a temperatura da água de alimentação antes que essa entre tambor.
(Stuchi, et al., 2015). Ou por outra é um simples trocador de calor de fluxos contrários para
recuperação adicional de energia dos gases da combustão após os superaquecedores e
reaquecedores, mas antes do preaquecedor de ar, aumentando a temperatura da água depois
do aquecedor final da água de alimentação, e minimizando a diferença de temperaturas entre
a temperatura de saturação e a temperatura da água de alimentação. (SILVA, 2004)

“Pré-aquecedor de ar- trocador de calor que é encarregado de aumentar a temperatura do ar


consumido na combustão assim, uma porção da energia residual proveniente dos gases de
combustão é recuperada.

Paredes de água- tubos que fazem a ligação do tambor superior aos colectores inferiores e é
nessa região onde acontece a alteração de fase da água líquida para vapor, essa região é
conhecida também como superfície de evaporação. A troca de calor acontece por radiação e
convecção de gases provenientes da combustão.

Colector inferior- possui a incumbência de enviar a água para os tubos da caldeira.” (Stuchi,
et al., 2015)

“A fornalha, também designada câmara de combustão, é o local onde se dá a combustão do


combustível. A geometria e as dimensões específicas da fornalha são altamente influenciadas
pelo tipo de combustível e pelo equipamento de combustão” (Matos, 2015)

2.2.4. Turbinas a vapor

“Uma Turbina a vapor é uma máquina rotativa onde a energia térmica proveniente do vapor,
medida pela entalpia, é convertida em energia cinética em virtude de sua expansão. A energia
é então convertida em energia mecânica de rotação por meio da força que o vapor exerce nas
pás rotativas. As turbinas a vapor são máquinas de combustão externa rotativa mais
disseminada principalmente pela possibilidade de formar unidades elevada potencia unitária,
possuir alta confiabilidade, eficiência e vida útil. Uma grande vantagem que ela possui é que,
através de extracções reguláveis na sua secção de fluxo, é possível prover o calor com os
parâmetros demandados pelo consumo externo. Diante disso o custo deste calor é menor,
uma vez que nos sistemas de co-geração o vapor, antes de abastecer um consumidor de calor,

9
faz proveito se seu alto conteúdo de energia termina na turbina durante o processo que produz
energia eléctrica.” (Stuchi, et al., 2015)

Figura 3-esquema das turbinas e alternador. Fonte: (20Ma)

“Para maximizar a eficiência da turbina, o vapor é expandido em vários estágios para gerar
trabalho. Tais estágios são caracterizados pela forma como a energia é extraída deles e são
conhecidos como turbinas de impulso ou de reacção. Várias turbinas modernas são uma
combinação dos dois tipos, de modo que as seções de maior pressão são do tipo impulso e as
seções de menor pressão são do tipo reacção. Actualmente, as plantas geradoras de energia
empregam diferentes tipos de turbina em série, o que proporciona uma maior eficiência,
sendo superior à eficiência de grandes motores Diesel.” (Ministério de Minas e Energia-
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético; Empresa de Pesquisa Energética,
2007)

2.2.4.1.Turbina de Alta Pressão

“A turbina de alta pressão (TAP) é do tipo acção-reacção e de fluxo simples, o vapor


expande-se ao longo da turbina num só sentido, produzindo energia mecânica devido às
expansões de vapor sobreaquecido ao longo das suas pás fixas e móveis. A entrada do vapor
sobreaquecido é feita por quatro válvulas reguladoras, opostas duas a duas para equilíbrio da
turbina, para uma zona chamada câmara de acção.

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2.2.4.2.Turbina de Média Pressão

A turbina de média pressão (TMP) é uma turbina do tipo acção e fluxo simples, apresentando
dimensões superiores relativamente à turbina anterior, devido à perda de pressão que
aconteceu na primeira expansão. Antes de entrar nesta turbina, o vapor é obrigado a passar
pelo reaquecedor, que lhe confere um aumento de temperatura e não de pressão.

2.2.4.3.Turbinas de Baixa Pressão

Existem duas turbinas de baixa pressão (TBP), de tipo acção e de duplo fluxo (quando a
expansão de vapor acontece em sentidos opostos no interior de cada uma das TBP) que
produzem energia mecânica através de expansões adiabáticas do vapor ao longo das suas pás.

Estas turbinas têm dimensões superiores a todas as outras, como seria de esperar, devido à
diminuição da pressão do vapor que por lá passa, e debaixo delas encontra-se o condensador,
muito pouco tolerante a deslocamentos, e suportado por molas que atenuam alguns esforços.”
(Sardinha, 2010)

Figura 4-digrama do fluxo de vapor nas turbinas da central. Fonte: (Sardinha, 2010)

2.2.5. Geradores

“Um gerador síncrono é um dispositivo usado para converter energia mecânica, produzida
por uma máquina motriz, em energia eléctrica CA com tensão e frequência específicas. O
termo síncrono refere-se ao fato de que a frequência eléctrica dessa máquina está vinculada
ou sincronizada com a velocidade mecânica do eixo de rotação.” (Chapman, 2013)

“A sua operação é baseada na lei de indução electromagnética de Faraday, a geração da força


electromotriz é devido ao movimento relativo entre os condutores e o fluxo magnético. As
duas partes básicas de uma máquina síncrona são o enrolamento de campo de excitação, que
é o enrolamento com excitação de corrente continua e armadura. A armadura frequentemente
tem um enrolamento trifásico no qual a força electromotriz é gerada. Quase todas as

11
máquinas síncronas modernas têm armaduras estacionárias e campos de excitação girantes.
Além dos enrolamentos da armadura e de campo, a máquina síncrona tem barras
amortecedoras no rotor. Estas actuam nos transitórios e nas partidas. Dependendo da
construção do rotor, uma máquina síncrona pode se ou do tipo rotor cilíndrico (polos lisos,
ou rotor liso) ou do tipo polos salientes. O primeiro tipo é usado em máquinas de altas
velocidades como turbo-geradores, enquanto o ultimo tipo é destinado para baixas
velocidades, como os geradores hidráulicos.” (Nasar, 1984)

“O gerador síncrono é usado para produzir a maior parte da energia eléctrica usada no mundo
inteiro. A tensão gerada interna dessa máquina depende da velocidade do eixo de rotação e da
intensidade do fluxo de campo. A tensão de fase da máquina difere da tensão gerada interna,
devido aos efeitos da reacção de armadura do gerador e também devido à resistência e à
reactância internas dos enrolamentos de armadura. A tensão de terminal do gerador é igual à
tensão de fase ou está relacionada com esta por um factor , dependendo se a máquina está
ligada em ou em .” (Chapman, 2013)

Figura 5- Diagrama em corte de uma máquina síncrona de grande porte. Fonte: (Chapman, 2013)

“O modo pelo qual um gerador síncrono opera em um sistema de potência real depende das
restrições que lhe são impostas. Quando um gerador trabalha isolado, as potências activa e
reactiva que devem ser fornecidas são determinadas pela carga aplicada. Além disso, a
corrente de campo e o ponto de ajuste de operação no regulador de velocidade controlam a
frequência e a tensão de terminal, respectivamente. Quando o gerador é ligado a um
barramento infinito, a frequência e a tensão são fixadas, de modo que o ponto de ajuste de
operação no regulador e a corrente de campo controlam o fluxo de potências activas e

12
reactivas do gerador. Nos sistemas reais que contêm geradores de tamanhos
aproximadamente iguais, os pontos de ajuste de operação nos reguladores afectam ambos,
fluxo de potência e frequência. Além disso, a corrente de campo afecta a tensão de terminal e
também o fluxo de potência reactiva. A capacidade de produção de potência eléctrica de um
gerador síncrono é limitada basicamente pelo aquecimento no interior da máquina. Quando
os enrolamentos do gerador sobreaquecem, a vida da máquina pode ser seriamente encurtada.
Como há dois enrolamentos diferentes (armadura e campo), há duas restrições diferentes que
se aplicam ao gerador. O aquecimento máximo permitido nos enrolamentos de armadura
determina o valor máximo de quilovolts-ampères que a máquina é capaz
de fornecer. Por outro lado, o aquecimento máximo permitido nos enrolamentos de campo
determina o valor máximo de . Os valores máximos de e em conjunto determinam o
factor de potência nominal do gerador.” (Chapman, 2013)

NB: mais desenvolvimento acerca deste tema foram vistos ao longo das aulas de produção de
energia eléctrica-I

2.2.6. Transformadores

“Um transformador é um dispositivo utilizado para converter energia eléctrica com um nível
de tensão em energia eléctrica com um outro nível de tensão, por meio da acção de um campo
magnético. Ele desempenha um papel extremamente importante na vida moderna, tornando
possível a transmissão económica a longa distância de potência eléctrica. Quando uma tensão
é aplicada ao primário de um transformador, um fluxo é produzido no núcleo conforme é
dado pela lei de Faraday. O fluxo que está se alterando no núcleo induz uma tensão no
enrolamento secundário do transformador. Ainda, uma vez que os núcleos dos
transformadores têm permeabilidade muito elevada, a força magneto-motriz líquida
necessária no núcleo para produzir seu fluxo é muito pequena. Como a força magneto-motriz
líquida é muito pequena, a força magneto-motriz do circuito primário deve ser
aproximadamente igual e oposta à força magneto-motriz do circuito secundário. Esse fato
leva à razão de correntes do transformador.

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Onde: - Tensão no primário; - Tensão no secundário; - Número de expiras no
secundário; - Número de expiras no primário; - Corrente no primário. - Corrente no
secundário. - Razão de transformação.” (Chapman, 2013)

Figura 6- transformador real com uma carga ligada no secundário. Fonte: (Chapman, 2013)

“Um transformador real contém fluxos de dispersão que passam através do enrolamento
primário ou do secundário, mas não através de ambos. Além disso, há perdas por histerese,
corrente parasita e no cobre. Esses efeitos são levados em consideração no circuito
equivalente do transformador. Em um transformador real, suas imperfeições são medidas por
sua regulação de tensão e sua eficiência. Os níveis de tensão dos circuitos trifásicos podem
ser transformados por uma combinação apropriada de dois ou três transformadores. Os
transformadores de potencial e de corrente podem tirar uma amostra das tensões e correntes
presentes em um circuito. Esses dois dispositivos são muito comuns em grandes sistemas de
distribuição de potência eléctrica. Os níveis de tensão dos circuitos trifásicos podem ser
transformados por uma combinação apropriada de dois ou três transformadores. Os
transformadores de potencial e de corrente podem tirar uma amostra das tensões e correntes
presentes em um circuito. Esses dois dispositivos são muito comuns em grandes sistemas de
distribuição de potência eléctrica.” (Chapman, 2013)

NB: Mais desenvolvimento acerca deste tema foram vistos na cadeira de máquinas eléctricas-
I

14
2.2.7. Linhas de transmissão

Linhas de Transmissão (LT) são condutoras através das quais energia eléctrica é transportada
de um ponto transmissor a um terminal receptor. As linhas de transmissão e distribuição de
energia eléctrica são exemplos típicos. As formas comuns de linhas de transmissão são: Linha
aérea em corrente alternada ou em corrente contínua com condutores separados por um
dielétrico ou Linha subterrânea com cabo coaxial com um fio central condutor, isolado de um
condutor externo coaxial de retorno.

Trilha metálica, em uma placa de circuito impresso, separada por uma camada de dielétrico
de uma folha metálica de aterramento, denominado microtrilha (microship).

As linhas de transmissão podem variar em comprimento, de centímetros a milhares de


quilómetros. As linhas com centímetros de comprimento são usadas como parte integrante de
circuitos de alta frequência, enquanto que as de milhares de quilómetros para o transporte de
grandes blocos de energia eléctrica.

2.2.7.1.Componentes de uma LT

Os componentes básicos de uma linha de transmissão aérea são: Condutores, Isoladores,


Estrutura de Suporte, e Pára-raios.

1. Condutores

Características necessárias para condutores de LT’s: Alta condutibilidade eléctrica, baixo


custo, Boa resistência mecânica, Baixo peso específico, Alta resistência à oxidação e
corrosão. Os materiais condutores mais empregados para as LT’s são: o cobre e o alumínio.

2. Isoladores

Com relação aos condutores, os isoladores têm a função de: fazer a suspensão a
ancoragem (fixar), a separação, sendo eles sujeitos a solicitações mecânicas e eléctricas.

Solicitações Mecânicas:

 Forças verticais pelo peso dos condutores


 Forças horizontais axiais para suspensão
 Forças horizontais transversais pela ação dos ventos

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Solicitações Eléctricas:

 Tensão nominal e sobretensão em freqüência industrial


 Oscilações de tensão de manobra
 Transitórios de origem atmosférica
3. Estruturas

As dimensões e formas de estruturas de LT’s dependem:

 Disposição dos condutores: triangular, horizontal, vertical.


 Distância entre condutores
 Dimensões e forma de isolamento.
 Número de circuitos.

2.2.8. Condensadores

“Condensador- é um equipamento trocador de calor onde se realiza a transformação do


vapor de exaustão da turbina para o estado líquido, fazendo o uso de água como fluido para o
resfriamento.” (Stuchi, et al., 2015).

“O vapor de exaustão vai para o condensador através da seção de exaustão da turbina e


condensa ao entrar em contacto com a superfície dos tubos resfriados internamente pela água
que circula por meio de bombas. O ejector a vapor remove os gases não-condensáveis do
condensador e mantém um nível de vácuo óptimo para a operação da turbina. A temperatura
e a pressão de vapor e a sua pressão no condensador dependem da temperatura e da vazão de
água de resfriamento. O condensado acumulado na parte inferior do condensador é bombeado
através do sistema de aquecimento regenerativo para a caldeira de vapor, fechando o ciclo.”
(Ministério de Minas e Energia-Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético;
Empresa de Pesquisa Energética, 2007)

“O condensador pode trabalhar com diversos fluidos de resfriamento, sendo que em centrais
termoeléctricas os mais comuns são água e ar. Os condensadores podem ser classificados em
dois tipos: condensador de contacto directo, como o condensador evaporativo, e o
condensador de contacto indirecto, cujo tipo mais comum é o condensador tipo casco e tubos.

16
2.2.8.1.Condensador de contacto directo

Nos condensadores de contacto directo, o fluido resfriado entra em contacto directo com o
fluido refrigerante. No caso do ciclo Rankine, o vapor expandido na turbina entra em
contacto directo com a água de resfriamento. A água de resfriamento é aspergida a partir do
topo do condensador, enquanto o vapor d’água entra pela parte de baixo e sai pelo topo.”
(Francisco, 2018)

Figura 7-condensador de contacto directo. Fonte: (Francisco, 2018)

“A menor quantidade de material também reduz os problemas operacionais relacionados à


qualidade da água, como incrustação e corrosão dos materiais. O sistema de resfriamento
seco indirecto utiliza esse tipo de condensador. Entretanto, devido à mistura dos fluidos, a
água de reposição do sistema deve ser de alta qualidade, tal qual a qualidade requerida para a
geração de vapor. Em termonucleares, é necessário que o circuito primário seja
completamente fechado, devido à possibilidade de contaminação radioactiva,
impossibilitando a utilização de condensadores directos.

2.2.8.2.Condensador de contacto indirecto

Os condensadores de contacto indirecto são trocadores de calor nos quais não há a mistura
entre os fluidos em circulação. O tipo de condensador de contacto indirecto mais comum é o
casco e tubos, ou condensador de superfície. A água circula dentro das tubulações do
condensador, enquanto o vapor circula no tanque fechado. A água que circula dentro da

17
tubulação é chamada de água de resfriamento ou água em circulação. Para que o condensador
trabalhe de maneira adequada é importante que exista uma diferença de pressão e de
temperatura entre o vapor e a água de resfriamento.” (Francisco, 2018)

Figura 8-condensador de contacto indirecto. Fonte: (Francisco, 2018)

2.2.9. Aquecedor de água de alimentação

“Estes são trocadores de calor que usam o vapor sangrado das turbinas a fim de aquecer a
água de alimentação que retorna à caldeira. Contribuem mais que qualquer outro
equipamento no aumento da eficiência térmica dos ciclos de usinas térmicas a vapor.
Actualmente as usinas térmicas modernas de grande porte chegam a usar 9 aquecedores
ligados em série sendo um aquecedor desaerador, de contacto directo, e os outros de
superfície. Esses aquecedores são alimentados por vapores superaquecidos e vapores
húmidos.

2.2.10. Bomba

As bombas de alimentação, levam a água até a caldeira para que seja aquecida e entre em
saturação para depois virar vapor, sendo que as usadas em usinas de grande porte são do tipo
centrífuga com um ou mais estágios de pressão, de eixo horizontal para utilização em linha de
baixa pressão e de eixo horizontal ou vertical para utilização em linha de alta pressão. Cada
estágio compreende um sistema difusor-rotor, e podem ser de simples ou dupla sucção.
Podem ainda possuir sistema de ventilação mecânica.” (SILVA, 2004)

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“As bombas de água para refrigeração (CWP) fornecem água fria para resfriar o vapor de
exaustão no condensador e bombeá-lo de volta para a torre de resfriamento húmida ou para a
saída do sistema de resfriamento aberto.” (Antonio)

2.2.11. Desaeradores

“O processo de desaeração consiste na remoção dos gases que estão presentes na água
( ). A existência de gases dissolvidos provoca corrosão das superfícies de alguns
equipamentos (tambor, tubos do economizador). O desaerador também possui outras funções
como:

 Aquecimento regenerativo do condensado

 Estoque de água de alimentação no sistema que permite a operação, por alguns


minutos, da UTE a carga máxima.

A presença do desaerador, imediatamente após os aquecedores de baixa pressão, visa


assegurar a temperatura ideal do vapor que é extraído da turbina. Eles podem ser
classificados, segundo a pressão de operação, em:

 Desaeradores a vácuo (0,005-0,0075MPa). A temperatura de saturação encontra-se


na faixa de 40°C a 80°C

 Desaeradores atmosféricos (0,12MPa). A temperatura de saturação é de 104°C. esse


tipo de desaerador opera com uma pressurização baixa e apresenta, como uma das
vantagens, a economia de metal

 Desaeradores de alta pressão (0,6-0,78MPa). A temperatura de saturação encontra-


se na faixa de 158-167°C.

Os Desaeradores também podem ser classificados segundo o tipo de superfície de contacto


das duas fases em:

 Desaerador de jato

 Desaerador de película

 Desaerador de borbulhamento” (Stuchi, et al., 2015)

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“Ventilador de tiragem forçada - Um ventilador é composto por um rotor ou impulsor que
adiciona uma quantidade suficiente de energia cinética ao caudal de ar e gás. A potência
necessária depende do volume de ar ou gás que se move por unidade de tempo, a diferença
de pressão ao longo dos ventiladores e da eficiência dos ventiladores e dos seus condutores.

Evacuação de cinzas- As cinzas e a escória são produtos resultantes da combustão que se


vão acumulando e devem ser evacuadas periodicamente. A quantidade de cinzas num
combustível é determinada pelo peso dos resíduos incombustíveis após a sua queima
completa.

Despoeiradores - Os combustíveis líquidos e gasosos são os mais adequados no que se refere


à produção de cinzas volantes. A instalação de despoeiradores reduzem a descarga dos gases
de combustão produzidos na queima do fuelóleo para a atmosfera, o que, em geral, resulta
numa limpeza significativa das partículas em suspensão presentes nas emissões da chaminé.
De entre os sistemas de despoeiradores que existem, como os colectores centrígos,
electroestáticos e mistos. Procede-se à caracterização do tipo electroestáticos por ser utilizado
na Central de Setúbal” (Matos, 2015)

2.2.12. Precipitadores electroestáticos

“Os precipitadores electroestáticos aplicam cargas eléctricas para separar partículas dos
fluxos de gás. Uma elevada queda de pressão é estabelecida entre os eléctrodos, fazendo com
que as partículas que passam por este campo eléctrico adquiram carga. As partículas
electricamente carregadas são atraídas e colectadas nas placas electrificadas com cargas
opostas e o gás limpo flui pelo equipamento. Periodicamente, as placas devem ser limpas
sacudindo as placas para que a camada de poeira acumulada seja removida. A poeira é
colectada em containers no fundo do dispositivo. Os parâmetros de operação que influenciam
no desempenho destes equipamentos incluem a carga mássica das cinzas, distribuição
granulométrica, resistividade eléctrica das cinzas, além da voltagem e da corrente aplicada.
Outros factores que determinam a eficiência de remoção dos precipitadores são a área da
placa colectora e a velocidade do gás.” (Viscondi, et al., 2016)

20
2.2.13. Torres de resfriamento

As torres de resfriamento são componentes característicos dos sistemas de água de


resfriamento presente no ciclo fechado e sua finalidade é atenuar a temperatura da água de
circulação e coloca-la mais uma vez no ciclo de resfriamento do condensador. Uma torre de
resfriamento pode ser classificada de alguns critérios, como

 Modo de accionamento: mecânico ou natural

 Direcção do deslocamento dos fluxos de ar e água: fluxo cruzado ou contracorrente

 Modo de transferência de calor principal: evaporativo (húmido) ou sensível (seco)

Em tores de evaporação, a acção de resfriamento é resultado do processo de evaporação de


parte da água no momento em que existe contanto da água com o ar.

Parâmetros de uma torre de resfriamento:

 Carga térmica de resfriamento: a torre de resfriamento e o condensador são


configurados para a máxima carga térmica prevista da turbina

 Temperatura de bulbo húmido de projecto: trata-se da temperatura de saturação


limite em ar ainda pode sofrer resfriamento. A temperatura de bulbo húmido
estabelece o máximo de calor que será trocado poe evaporação.

A componente fundamental em torres de resfriamento é o mecanismo de nebulização. A água


de resfriamento do condensador é concebida para esse mecanismo, onde ira acontecer o
fraccionamento dessa água em pequenas gotas. Enquanto isso, o sentido reverso, para a torre
de contra fluxo e no interior da torre, existe o deslocamento de ar. A água sofre resfriamento
por meio de calor por convecção e do processo de evaporação parcial. O ar quente saturado
de humidade é liberado para atmosfera pela parte superior da torre. A eficiência da torre de
resfriamento está ligada ao contacto íntimo e prolongado entre água e ar. O dispositivo da
torre que possui essa função é o enchimento, que ocupa um grande espaço da torre.

Para entender como a temperatura ambiente influencia a pressão no condensador, é


necessário fazer uma análise do conjunto formado por condensador e torre de resfriamento.
Uma elevação na pressão no interior do condensador irá provocar a redução da potência da
turbina, a redução da eficiência do último estagio da turbina além de poder elevar o esforço
sobre os mancais de escora.

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Uma torre de resfriamento pode apresentar alguns inconvenientes, como: corrosão,
incrustação e fouling ou acumulo de sujeira. Para amenizar esses inconvenientes, a água
utilizada no processo de resfriamento passa por um pré-tratamento e alguns produtos
químicos são adicionados para evitar corrosão e as incrustações.” (Stuchi, et al., 2015)

Figura 9- torres de resfriamento. Fonte: (wik20)

“Chaminé - A chaminé tem a função de expelir e dispersar os gases de combustão. Ao


aumentar a altura da chaminé, aumenta-se a área de dispersão. Em vales estreitos ou em
locais com grande concentração de indústria, pode ser necessário providenciar uma maior
altura. Existem ainda constrangimentos em centrais localizadas perto de aeroportos, pois são
proibidas de aumentar a altura das suas chaminés. Numa central em funcionamento, a
chaminé está sujeita à acção erosiva dos particulados, corrosão ácida dos produtos de enxofre
e intempéries.” (Matos, 2015)

2.3.Funcionamento de uma central termoeléctrica a carvão

“O carvão é transportado a partir do transportador de carvão de uma pilha externa e moído


para um pó muito fino por grandes metais esferas no moinho de combustível pulverizado,
usando a tecnologia de carvão pulverizado. Lá é misturado com ar pré-aquecido vindo do
pré-aquecedor de ar accionado pelo ventilador de tracção forçada. A mistura ar-combustível
quente é forçada a alta pressão na caldeira, onde se inflama rapidamente. A água de alta
pureza flui verticalmente pelas paredes revestidas de tubo da caldeira, onde se transforma em

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vapor e é passado para o tambor da caldeira, onde o vapor é separado da água restante. O
vapor passa através de um colector no teto do tambor para o superaquecedor pendente onde
sua temperatura e pressão aumentam rapidamente para cerca de 200 bar e 570 ° C, suficientes
para que faça as paredes do tubo brilharem de um vermelho opaco. O vapor é canalizado para
a turbina de alta pressão, a primeira de um processo de turbina de três estágios. Uma válvula
reguladora de vapor permite o controlo manual da turbina e o ponto de ajuste automático
Segue. O vapor é exaurido da turbina de alta pressão e reduzido tanto na pressão quanto na
temperatura, é retornado ao reaquecedor da caldeira. O vapor reaquecido é então passado
para a turbina de pressão intermediária e a partir daí passado directamente para o conjunto
da turbina de baixa pressão. O vapor que sai, agora um pouco acima do seu ponto de
ebulição, entra em contacto térmico com o frio água (bombeada da torre de resfriamento) no
condensador, onde ele se condensa rapidamente na água, criando quase condições de vácuo
dentro do compartimento do condensador. A água condensada é então passada por uma
bomba de alimentação através de um desaerador e pré-aquecida, primeiro em um aquecedor
de alimentação alimentado por vapor retirado do conjunto de alta pressão e, em seguida, no
economizador antes de retornar ao tambor da caldeira. A água de resfriamento do
condensador é pulverizada dentro de uma torre de resfriamento, criando um pluma visível de
vapor de água, antes de ser bombeada de volta para o condensador em água de resfriamento
ciclo. Os três conjuntos de turbinas são acoplados no mesmo eixo que o gerador eléctrico
trifásico que gera uma tensão de nível intermediário (normalmente 20-25 kV). Isso é
aumentado pelo transformador da unidade para uma voltagem mais adequada à transmissão
(normalmente 250-500 kV) e é enviado para o sistema de transmissão trifásico. O gás de
exaustão da caldeira é aspirado pelo ventilador de pressão induzido através de um
precipitador electrostático e é então ventilado através da chaminé. As cinzas volantes são
capturadas e removidas do gás de combustão por precipitadores electrostáticos ou filtros de
mangas de tecido (ou às vezes ambos) localizados na saída do forno e antes do ventilador de
tracção induzido. A cinza volante é removida periodicamente das tremonhas de colecta
abaixo dos precipitadores ou filtros de mangas. Geralmente, as cinzas volantes são
transportadas pneumaticamente para silos de armazenamento para posterior transporte por
caminhões ou vagões.” (wik20)

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2.4.Impacto ambiental das centrais termoeléctricas a carvão

“Como vários tipos de geração de energia eléctrica, a energia térmica também causa impactos
ambientais, pois contribuem para o aquecimento global. A produção de energia eléctrica a
partir da queima de carvão envolve emissão de gases de efeito estufa, contribuí para o
esgotamento de recursos hídricos e poluição de rios.

A contaminação do ambiente através destas centrais consiste na emissão de gases, como SO 2


(dióxido de enxofre), óxidos de nitrogénio, partículas de metal pesado bem como CO2
(dióxido de carbono). Os óxidos de nitrogénio e de enxofre provocam chuva ácida, que afecta
directamente as florestas e as áreas de plantação.

2.5.Vantagens e desvantagens das Centrais Termoeléctricas a carvão

Entre as vantagens da geração termoeléctrica estão:


 A mobilidade em função do porte, pois é possível a desmontagem, remoção e
instalação de forma relativamente rápida;
 Tendo combustível armazenado ou disponível, apresenta alto grau de
confiabilidade do ponto de vista da continuidade de serviço podendo suprir
carências de energia de forma mais rápida;
 A necessidade de áreas relativamente pequenas em comparação às grandes
centrais hidroeléctricas;
 Pode ser construída próximo aos locais de consumo, o que implica grande
economia nos custos de implantação das redes de transmissão.
 O carvão mineral, também utilizado como matéria-prima, está presente nas
boas jazidas, com fácil extracção, além de ser um combustível de custo
moderado.
 As centrais termoeléctricas são uma das alternativas para países que não
possuem outros tipos de fontes de energia.
Tem como maior desvantagem
 Poluição do ar, aquecimento das águas, o impacto da construção de estradas
para o abastecimento de combustível da central, agravamento do efeito estufa,
chuva ácida, entre outros.

24
 Uma central termoeléctrica necessita de enormes volumes de água para a
refrigeração de seus equipamentos e por causa disso ela sempre é instalada
perto de grandes mananciais, como rios e lagos.
 A central termoeléctrica utiliza a água fria do rio e a devolve muito quente ao
caudal, cuja água então aquecida é capaz de destruir a sua fauna e flora.
 Riscos de vazamento, com ou sem incêndio e explosão;
 Risco de choques térmicos na água de refrigeração devolvida para os rios,
lagos ou litorais vizinhos às usinas;
 Ruídos e vibrações;” (Reis, 2011)

2.6.Controlo de Emissões Gasosas na Central Termoeléctrica

“A queima do carvão na Central origina cinzas volantes, escórias (cinzas de fundo), emissões
de CO2, dióxido de enxofre, óxidos de azoto e cloreto de hidrogénio. Estão estabelecidas
limitações às emissões para a atmosfera de certos poluentes provenientes de grandes
instalações de combustão, transpondo para a ordem jurídica nacional.” (Regulamento sobre o
Processo de Avaliação do Impacto Ambiental., 2004.)

Nota: Para mais informações acerca das limitações das emissões para a atmosfera de certos
poluentes provenientes de grandes instalações de combustão, ver no artigo n°8,9,10 do
Decreto-Lei nº 18/2004.

2.6.1. Redução do Teor em Óxidos de Azoto (NOx)

“A Redução Catalítica Selectiva é uma tecnologia utilizada para a redução dos teores de
óxidos de azoto (NOX) nos gases da combustão duma central termoeléctrica. Neste processo,
a reacção entre os NOX e a amónia (NH3) na forma aquosa num leito catalisador, faz com que
se dê a formação de azoto (N2) e água (H2O).

2.6.2. Redução de Partículas

Normalmente as Central possuem um sistema de precipitadores electrostáticos. No entanto, e


para melhorar a performance deste, a melhor solução custo/eficácia encontrada e a
modificação do Sistema de controlo dos precipitadores através da instalação de sistemas

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rectificadores integrados (SIR), permitindo melhorar a eficiência dos precipitadores
existentes e obter valores de partículas abaixo do valor limite de emissão, correspondendo da
uma redução de mais 20%.

2.6.3. Redução do Teor em Dióxido de Enxofre (SO2)

Os gases de combustão dão entrada no absorvedor da unidade FGD. Nesta unidade, pelo
método calcário-gesso (via húmida), o dióxido de enxofre (SO2) é removido por reacção com
o calcário (CaCO3) moído em suspensão aquosa.

Este processo consiste na injecção de uma solução de leite de calcário no circuito de fumos,
num reactor (absorvedor) equipado com chuveiros apropriados para o efeito. O carbonato de
cálcio reagirá com o enxofre presente nos fumos, fixando cerca de 90% do total de SO2,
originando em contrapartida a produção de gesso (CaSO4).

A solução de gesso, sem qualquer perigosidade ambiental e cujas características


possibilitarão a sua utilização na produção de cimento ou como material de construção, passa
em seguida para uma linha de secagem com posterior armazenamento deste num silo até à
sua expedição para venda ou deposição em aterro de resíduos na Central.” (Reis, 2011)

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3. CONCLUSÃO

O funcionamento de uma central termoeléctrica a carvão é semelhante ao das outras


termoeléctricas, diferindo no uso de combustão externa e o vapor de água para o seu
funcionamento. O ciclo básico começa com a pulverização do carvão que em seguida entra
em combustão na caldeira e acciona as turbinas de alta pressão. Portanto o vapor é aquecido
até a atingir a temperatura a qual tinha ao entrar nas turbinas de ala pressão, mas a pressão
permanece inalterada, assim acciona as turbinas de pressão intermédia e por fim as de baixa
pressão. As turbinas são acopladas a geradores. Os processos seguintes visam diminuir a
poluição ao meio ambiente. Fica claro nessa discussão que as tecnologias de queima limpa do
carvão garantem, actualmente, um rendimento maior que as antigas convencionais utilizando
carvão pulverizado. Há também uma redução expressiva nas emissões de NOX, SOX e
material particulado para a atmosfera, além de dar uma destinação final segura e
economicamente atractiva às cinzas volantes (secas) e pesadas (húmidas). A maior vantagem
dessas centrais é a não existência de um limite da potência a instalar pois enquanto houver
poder calorífico poderá ser produzida a energia eléctrica, além disso o carvão é o combustível
fóssil mais barato no nosso planeta sendo dispendioso apenas no transporte.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA
[Online] [Citação: 18 de Maio de 2020.] https://repositorio.ul.pt>bitstream .

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Viscondi, Gabriel de Freitas; Silva, Aline Fernandes da e Cunha, Kamyla Borges.


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