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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA (A POLITÉCNICA)

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO UNIVERSITÁRIO DE NACALA – ISPUNA

CURSO: ENGENHARIA ELÉCTRICA

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO PROFISSIONAL SUPERVISIONADO NA EDM-


SUBESTAÇÃO DE NACALA NO PERÍODO DE 25/10/2019 à 07/02/2020

Estagiário: Nivaldo Carlos Tiquite

Nacala-Porto, 2020

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Nivaldo Carlos Tiquite

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO PROFISSIONAL SUPERVISIONADO NA EDM-


SUBESTAÇÃO DE NACALA NO PERÍODO DE 25/10/2019 à 07/02/2020

Relatório de Estágio Profissional submetido à ISPUNA-


Universidade Politécnica de Nacala-Porto, como requisito
parcial de avaliação do final do curso de Engenharia Elétrica.

Supervisor:

_________________________________
Patrício Vasco Domingos

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EPÍGRAFE

“O conhecimento nos faz responsáveis”

(Che Guevara)

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RESUMO

A energia elétrica é uma das mais nobres formas de energia secundária. A sua facilidade de geração,
transporte, distribuição e utilização, atribuem à eletricidade uma característica de universalização. No
mundo de hoje, eletricidade é um direito humano básico. Contudo, atributos peculiares da eletricidade
a tornam uma mercadoria complexa de lidar e exigem ações permanentes de planejamento, operação e
manutenção.

Este relatório apresenta as principais atividades desenvolvidas ao longo do estágio profissional


supervisionado realizado pelo autor. O estágio foi realizado na EDM-Electricidade de Moçambique,
concretamenta na subestação de Nacala-Porto.

A maior parte das atividades desenvolvidas durante o estagio estão relacionadas à área de sistemas de
energia, dentre elas destacam-se operação e supervisão do sistema de transmissão e distribuição de
energia da cidade de Nacala, estudo de integração da nova central flutuante e supervisão de trabalhos
de manutenção preventiva, entre outras actividades. Estas actividades foram realizadas com recurso a
várias ferramentas de Engenharia como aparelhos de testes de equipamentos de potência e softwares
de Engenharia.

Palavras Chave: Subestação, Transporte, Distribuição de energia,equipamentos de potência estudos


de itegração.

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ABSTRACT

Electricity is one of the noblest forms of secondary energy. Its ease of generation, transport,
distribution and use, give electricity a characteristic of universalization. In today's world, electricity is
a basic human right. However, electricity's peculiar attributes make it a complex commodity to deal
with and require permanent planning, operation and maintenance actions.

This report presents the main activities developed during the supervised professional internship
carried out by the author. The internship was carried out at EDM- Electricity de Mozambique,
specifically at the Nacala-Porto substation.

Most of the activities developed during the internship are related to the area of energy systems, among
which stand out the operation and supervision of the energy transmission and distribution system in
the city of Nacala, study of integration of the new floating plant and supervision of works preventive
maintenance, among other activities. These activities were carried out using various engineering tools
such as power equipment testing devices and engineering software.

Key words: Substation, Transport, Power distribution, power equipment, integration studies

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: principais funções de protecões aplicadas em subestações ................................... 34

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1:vista aérea da subestação de Nacala ....................................................................... 13

Figura 2:Transformadores principais 110/33kV da SE Nacala ............................................. 14

Figura 3:Parque da SE Nacala ............................................................................................. 15

Figura 4:Transformadores de média tenão 33/11kV............................................................. 15

Figura 5:Painéis de comando e controle da sala de comando ............................................... 16

Figura 6: SCADA da SE Nacala C33 Bay .......................................................................... 17

Figura 7: SCADA da SE Nacala .......................................................................................... 18

Figura 8:Disjuntor Dead Thank de Alta tensão a SF6 .......................................................... 19

Figura 9:Banco de baterias de 110VDC e 48VDC ............................................................... 20

Figura 10:Grupo gerador de emergência .............................................................................. 20

Figura 11:A esquerda a nova embarcação da KARPOWERSHIP ........................................ 22

Figura 12:Esquemático do SEP ........................................................................................... 24

Figura 13:Diagrama Simplificado de uma Subestação Típica de Distribuição ...................... 28

Figura 14:Circuito de Acionamento de um Disjuntor........................................................... 29

Figura 15:Chave Seccionadora Unipolar de SE com Acionamento por Vara de Manobra .... 30

Figura 16:Pára-raios de Estação Polimérico e de Porcelana ................................................. 30

Figura 17:Esquema de Seletividade da Proteção .................................................................. 32

Figura 18:Equipamentos de um sistema de proteção ............................................................ 33

Figura 19:Associação entre Relé e Disjuntor ....................................................................... 33

Figura 20:Zonas da Proteção Principal ................................................................................ 35

Figura 21:Zonas de Proteção Principal e de Retaguarda....................................................... 36

Figura 22:Diagrama de Bloco da Hierarquia Funcional de um SDA para SE ....................... 38

II

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GLOSSÁRIO DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AT Alta Tensão

BP By-pass

MT Baixa Tensão

AT Alta tenão

PT Posto de transformação

CT Corrent transformer (Transformador de corrente)

VT Voltage transformer (Transformador de tenão)

CA Corrente Alterna

CC Corrente Continua

CEI Comissão Eletrotécnica Internacional

CEI Comissão Eletrotécnica Internacional

CEI Comissão Eletrotécnica Internacional

CNE Companhia Nacional de Eletricidade

SCADA Supervisory Control and Data Acquisition

KV Kilovolt

MW Megawatt

MWh Megawatt hora

EDM Electricidade de Moçambique,EP

SE Subestação eléctrica

MVA Megavolt Ampere

Off Grid Isolado da rede

On Grid Conectado a rede

PSS/E-33 Power System Simulation for Engineers, version 33 (Software de Engenharia)

III

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ÍNDICE
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO ........................................................................ 11

1.1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 11

1.2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO .................................................................... 12

CAPITULO II: APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .............................................. 13

2.1 SUBESTAÇÃO DE NACALA ................................................................. 13

2.2 LOCAL DE TRABALHO....................................................................... 16

capítulo III: ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................. 17

3.1 Operação e supervisão do sistema ............................................................... 17

3.2 Manobras ........................................................................................ 19

3.3 Round Report .................................................................................... 19

3.4 Manutenção preventiva das Baterias ............................................................ 19

3.5 Manutenção preventiva do gerador de emergência ............................................. 20

3.6 Estudo de integração da Nova Central Flutuante ............................................... 21

3.7 DIFICULDADES ENCONTRADAS NO ESTÁGIO ......................................... 22

3.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O ESTÁGIO ........................................... 23

capítulo Iv: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................... 24

4.1 Sistema Elétrico de Potência .................................................................... 24

4.2 Subestações ...................................................................................... 25

4.2.1 Classificação das SE: ....................................................................... 25

4.2.2 Localização de Subestações ................................................................ 26

4.2.3 Equipamentos de uma Subestação .......................................................... 27

4.2.4 Sistema de Proteção......................................................................... 31

5. CONCLUSão ...................................................................................... 41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 42

ANEXOS............................................................................................... 43

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10
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1 INTRODUÇÃO

O estagio é um processo de aprendizagem, é uma transição entre a teoria e a prática que


proporciona ao estudante o complemento do aprendizado e a participação em situações reais
de vida e de trabalho, consolidando a sua profissão e exploradas competências básicas
indispensáveis para uma formação profissional ética e co-responsável pelo desenvolvimento
humano e pela melhoria da qualidade de vida.

Este relatório traz informações gerais sobre as atividades desenvolvidas durante o período de
realização do estágio, bem como os resultados obtidos, as dificuldades encontradas e as
afinidades identificadas com a experiência prática. O estágio desenvolveu-se na empresa
EDM-Electricidade de moçambique, Direcção de transporte Norte, concretamente na
Subestacão de Nacala-Porto na cidade do mesmo nome, EDM é a empresa concessionária de
energia electrica no nosso país, produz a energia eléctrica, transporta, distribui e comercializa
a mesma em todo o território Moçambicano.

A Subestação de Nacala é uma instalação elétrica de alta tensão destinada a


transmissão, distribuição de energia eléctrica para a cidade Nacala, funciona como ponto de
controle e transferência no sistema de transmissao e distribuição de energia da EDM,
direciona e controla o fluxo energético, transformando os níveis de tensão e funciona como
ponto de entrega para consumidores industriais e demais.

O Estágio foi realizado efetivamente no período de 25 de Outubro de 2019 à 07 de Fevereiro


de 2020, tendo como carga horária total 200 horas.

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1.2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO

o Oportunizar ao estudante uma convivência com os problemas reais do exercício


profissional num confronto direto entre a teoria e a prática.
o Exercitar a capacidade do aluno de observar, organizar, planejar e propor soluções em
situações reais de planejamento e execução, com a orientação dos trabalhadores
locais, sob supervisão do coordenador de campo.

o Os objetivos principais do estágio foram de perceber como funciona o processo de


recepção de enrgia em alta tensão, transmissão, transformação e distribuição de para
os diversos consumidores, conhecer os diversos equipamentos que constituem a
subestação, nomeadamente, os equipamentos de poteência, medida, de protecção e
controle bem como as funções que desempenham no sistema, e aperfeiçoar o
conhecimento básico sobre eletricidade e eletrônica por meio de tarefas práticas.

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CAPITULO II: APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

2.1 SUBESTAÇÃO DE NACALA

A subestação de Nacala que antigamente central termoeléctrica é uma infraestrutura


pertecente a Electricidade de Moçambique, como já foi referido anteriormente é o coração do
fornecimento de energia para a cidade de Nacala, funciona como ponto de controle e
transferência no sistema de transmissão e distribuição de energia electrica.

A subestaçào localiza-se na baixa da cidade proximo as instalações da PETROMOC, está


operando a muitos anos, é essencialmente composta por dois transformadores de potência de
alta tensão principais de 110/33kV, com uma potência de 35MVA e uma potência total
instalada 75MVA, 3 transformadores de média tensaão 33/11kV, com uma potência de
10MVA cada e diversos equipamentos de potencia que permitem a operacao da mesma sob
condições normais e anormais, ais como os equipamentos de corte e manobra, proteção,
equipamentos de medição e de sinalização.

Figura 1:vista aérea da subestação de Nacala

Fonte: Google Maps, https://www.google.com/maps

13
Os dois transformadores principais de 35MVA operam em paralelo, recebem no seu circuito
primário uma tensão de 110kV e por sua vez baixam para uma tensão de 33kV debitada pelo
seu circuito secundario, o circuito secundário alimenta um barramento de 33kV, neste
barramento é onde estao conectados as linhas de distruicão para os diversos consumidores de
média tensão a 33kV e é o ponto de alimentacao dos transformadores de 33kV

Figura 2:Transformadores principais 110/33kV da SE Nacala

Fonte: Autor do relatório

A imagem abaixo ilustra os transformadores de média tensaão que opepram igualmento em


paralelo baixando a tensao de 33kV para 11k, são alimentador apartir do barramento de 33kV
e alimentam o barramento de 11kV, neste barramento saem linhas de didtribuição a um nível
de 11kV para alimentar os diversos consumidores de MT e PTs para posteriormente
alimentar os diversos consumidores de baixa tensão

14
Figura 3:Parque da SE Nacala

Fonte: Autor do relatório

Figura 4:Transformadores de média tenão 33/11kV

Fonte: Autor do relatório

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Esta unidade orgânica da EDM pertence a área de transporte de energia eléctrica da região
Norte do país, emprega de forma directa 8 funcionários técnicos electricistas, os quais velam
pelo sistema eléctrico, executam tarefas de operacao, supervisao, gestao de carga do sistema,
manutenao preventiva e corectiva dos equipamentos de potencia.

2.2 LOCAL DE TRABALHO

Apesar de ser um ambiente acolhedor pela boa recepção e convivência aí encontrada, a sala
de comando é o local onde maior parte de tempo o estágio foi desenvolvido apresenta uma
situacao que me apoquenta, por ser um espaço fexdo sem janelas, não há circulacao livre de
ar em momentos de limpeza, isso provoca muita acumulacao de poeiras o que bastante
prejudicial para o ambiente em se (para as pessoas) e para equipamento, os equipamentos de
controle, informáticos, de medidas alí existentes são bastante sensiveis, esta situação poderá
reduzir consideravelmente a vida util dos equipamentos.

Figura 5:Painéis de comando e controle da sala de comando

Fonte: Autor do relatório

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CAPÍTULO III: ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS

Este capitulo apresenta de forma resumida todas actividades realizadas em trabalhos no


decurso do estágio.

3.1 Operação e supervisão do sistema

Sendo a operação uma área fundamental na rede eléctrica, a operação e supervisão da rede de
alta tensão é guiada por procedimentos e engloba diversas actividades, nomeadamente:
supervisão e controlo da rede, manobras nos aparelhos/equipamentos, inspecção, manutenção
da primeira linha, etc

Esta actividade consistiu em realização de várias tarefas acima descritas de forma contínua
com o principal objectivo garantir a segurança das pessoas, dos equipamentos e o
fornecimento contínuo da energia a cidade de Nacala.

Consntemente através do SCADA supervisionamos os parâmetros de energia eléctria de


forma a garantir que estivessem dentro dos limites estabelicidos, como o nível de tensão,
correntes, potência activa, reactiva e factor de potência.

Figura 6: SCADA da SE Nacala C33 Bay

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Figura 7: SCADA da SE Nacala

Fonte: Autor do relatório

Diariamente e de Hora a hora fizemos a inspencao visual dos equipamentos de potência,


como o control de temperaturas de óleo e de enrolamentos do trasformador de potência, nível
de óleo, estado dos Bushings do transformador, verificação do estado dos VTs e CTs entre
outros equipamentos e fazer o devido registo dosses dados.

Semanalmente verificacamos minunciosamente o nível de gas SF6 nos disjuntores de alta


tanto de alta e média tensão, visto que o gás desempenha um papel preponderante no
funcionamento dos disjuntores, são responsaveis pela extinsão do arco eléctrico no momento
em que se liga e desliga-se o disjuntor. É extremamente perigoso operar este equipamento
sem ou com um baixo nível de SF6.

Sempre que constatamos um abaixamento do nivel de SF6 fizemos o devido acrescimo para
garantir o bom funcionamento e operação segura do equipamento.

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Figura 8:Disjuntor Dead Thank de Alta tensão a SF6

Fonte: Autor do relaório

3.2 Manobras

Consistiu em atender solicitações de corte e aterramentos das linhas de AT e M.Tem para


intervenção na linha em reparação de avarias ou qualquer outra intervenção de extrema
importância, para garantir a segurança do pessoal a intervir no terreno.

3.3 Round Report

Pelo menos uma vez por semanas relizamos o round report, actividade que consistiu em
verificar o estado de toda a subestação, equipamento por equipamento incluindo a infra
estrutura de forma mais minunsiosa possível e reportar com destaque as anomalias.

3.4 Manutenção preventiva das Baterias

Actividade efectuada em cada 15 dias, que consistiu em limpar a poeira nas baterias, verificar
as conexoes dos seus bornes, efectuar medições de tensão das unidades e medir a densidade
da água deslilado para garantir que estas estejam em permanente funcionamento, porque as
baterias são elementos vitais da subestação, alimentam todos os circuitos de protecções,
controle e comunicação.

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Figura 9:Banco de baterias de 110VDC e 48VDC

Fonte: Autor do relaório

3.5 Manutenção preventiva do gerador de emergência

Actividade desempenhada semanalmente que consistiu em limpesa do grupo gerador de


emergencia, verificação do estado e nível de óleo do modor diesel, verificação do nível de
Diesel no tanque e acrescentar caso fosse necessário. O grupo gerador diesel alimenta os
servicos auxiares da SE, cargas permanentes de CA, essenciais e carregadores de
baterias/retificadores em casos de falta de tensão na linha principal 110kV, e arrancar o grupo
num período de meia hora.

Figura 10:Grupo gerador de emergência

Fonte: Autor do relaório

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3.6 Estudo de integração da Nova Central Flutuante

Equipas conjunta da Electricidade de Mocambique e da empresa Turca Karpowership na qual

eu fiz parte, procederam de dia 22 a 28 de Novembro de 2019, a substituição do Barco que

alberga a central termoeléctrica flutuante de Nacala.

Esta acçao consistiu em vários preocessos e trabalhos em equipes, após a conexão da linha na

nova embarcacão, houve um estudo com recurso a softwares de Engenharia como PSSE-33 e

Power quality metter online, que levou a vários testes de carga e descarga da nova central no

Off Grid e On Grid e após o término os resultados foram satisfatórios.

A cidade de Nacala, antes da entrada da nova embarcação vinha sofrendo por sérios

problemas de energia, flutuações constantes principalmente em horas de ponta, a troca dos

navios consistiu em resolver estes problemas. Em termos comparativos, A antiga central

produzia 102.6 Megawatts com 6 grupos de 17.1MWh apartir de Diesel ou óleo pesado e a

nova tem 109.92MW com 6 grupos de 18.32MWh cada, e a diferença não reside apenas na

capacidade de produção, estamos também diante de tecnologias de ponta em termos de

sistema de parametros de operação, o novo sistema tem também a vantagem de trabalhar a

Diesel, óleo pesado e a gás natural conforme a opção da EDM, enquanto o outro trabalhava

apenas a Diesel e óleo pesado e a outra vantagem por ventura a mais relevante é que a nova

central confere maior estabilidade no sistema, possui um equipamento chamado PSS (Power

Sistem Stabilizer) que ajuda a amortizar as oscilações na rede provocadas por perturbações

várias, pode haver qualquer oscilação, mantemos o fornecimento de energia, não abanamos e

nem colapsamos o sistema. Em suma esta actividade foi um sucesso.

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Figura 11:A esquerda a nova embarcação da KARPOWERSHIP

Fonte: Ligação Expresso, Moisés Mabunda e Arquivos, 2019

3.7 DIFICULDADES ENCONTRADAS NO ESTÁGIO

Na realização de estudos de integração da nova embarcação de produção de energia no


ambito do melhoramento de estabilidade do sistema energético de transporte da EDM, foi a
actividade que mais me despertou curiosidades, dúvidas e dificuldades.

Por diversas vezes foram necessárias consulta aos manuais ou esclarecimento de dúvidas com
os Engenheiros envolvidos no trabalho. As dúvidas principais estavam relacionadas em como
trabalhar com o software de Engenharia PSSE-33 e obter dados consisos na execução de
simulações no desenho da configuração do sistema energético, a falta do conhecimento
prévio de detalhes e certos procedimentos tornaram difíceis o meu trabalho, pórem encarei o
trabalho como um bom desafio , com ajuda do pessoal consegui ultrapassar as dificldades.

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3.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O ESTÁGIO

Não há dúvidas que o estágio traz benefícios ao estudante. Durante o tempo de realização das
atividades de estágio estreitamos conhecimentos técnicos e práticos, e dessa forma o convívio
com empresa e pessoas da mesma área e mais experientes, e as tarefas cotidianas da empresa
complementam o que outrora fora visto de forma teórica durante as aulas. Considero que
muitas dúvidas existentes com relação aos sistemas eléctricos de transporte e distribuição de
energia e o seu funcionamento, assim como circuitos de forma geral foram esclarecidas
durante os trabalhos de operação e estudos.. Por fim, considero que as experiências vividas
durante o estágio foram de suma importância na formação do estagiário. As diferentes linhas
de trabalho encontradas proporcionaram ricas experiências que vem a somar no currículo do
curso.

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CAPÍTULO IV: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo fornece uma base teórica para a compreensão e validação das atividades
realizadas.

4.1 Sistema Elétrico de Potência

O setor elétrico mundial passa constantemente por amplo processo de reestruturação


organizacional. Atualmente, os sistemas elétricos de potência são divididos em quatro
grandes áreas: geração, transmissão, distribuição e utilização, sendo cada uma das partes
imprescindível para o fornecimento e aproveitamento da energia elétrica.

Um esquemático do Sistema Elétrico de Potência (SEP) pode ser visto na Fig. 1. Nele, pode-
se observar as quatro seções citadas anteriormente. Destacamos o fato de que esse
esquemático não contempla a geração distribuída, ou cogeração, que já é verdade em nossos
dias e que já faz parte do SEP.[1]

Figura 12:Esquemático do SEP

Fonte: desconhecida

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4.2 Subestações

“Conjunto de instalações elétricas em média ou alta tensão que agrupa os equipamentos,


condutores e acessórios, destinados à proteção, medição, manobra e transformação de
grandezas elétricas.” [Prodist]

As subestações (SE) são pontos de convergência, entrada e saída, de linhas de transmissão ou


distribuição. Com freqüência, constituem uma interface entre dois subsistemas. [1]

4.2.1 Classificação das SE:

A) Quanto à Função:

SE de Manobra: Permite manobrar partes do sistema, inserindo ou retirando-as de serviço,


em um mesmo nível de tensão.

SE de Transformação;

SE Elevadora:

• Localizadas na saída das usinas geradoras.

• Elevam a tensão para níveis de transmissão e sub-transmissão (transporte econômico da


energia).

SE Abaixadora:

• Localizadas na periferia das cidades.

• Diminuem os níveis de tensão evitando inconvenientes para a população como: rádio


interferência, campos magnéticos intensos, e faixas de passagem muito largas.

SE de Distribuição :Diminuem a tensão para o nível de distribuição primária (13,8kV –


34,5kV). Podem pertencer à concessionária ou a grandes consumidores.

SE de Regulação de Tensão: Através do emprego de equipamentos de compensação tais


como reatores, capacitores, compensadores estáticos, etc.

SE Conversoras: Associadas a sistemas de transmissão em CC (SE Retificadora e SE


Inversora)

B) Quanto ao Nível de Tensão:

SE de Alta Tensão – tensão nominal abaixo de 230kV;

E de Extra Alta Tensão - tensão nominal acima de 230kV.

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C) Quanto ao Tipo de Instalação:

Subestações Desabrigadas - construídas a céu aberto em locais amplos ao ar livre;

Subestações Abrigadas - construídas em locais interiores;

Abrigados;

Subestações Blindadas;

Construídas em locais abrigados: Os equipamentos são completamente protegidos e isolados


em óleo ou em gás (ar comprimido ou SF6).

D) Quanto à Forma de Operação.

a. Subestações com Operador:

i. Exige alto nível de treinamento de pessoal

ii. Uso de computadores na supervisão e operação local só se justifica para instalações de


maior porte.

b. Subestações Semi-Automáticas:

i. Possuem computadores locais ou intertravamentos eletro-mecânicos que impedem


operações indevidas por parte do operador local.

c. Subestações Automatizadas

i. São supervisionadas à distância por intermédio de computadores e SCADA (Supervisory


Control and Data Acquisiton).

4.2.2 Localização de Subestações

Considerações quanto a escolha de local para instalação de SE:

· Localização ideal: centro de carga;


· Facilidade de acesso para linhas de subtransmissão (entradas) e linhas de distribuição
(saídas) existentes e futuras;
· Espaço para expansão;
· Regras de uso e ocupação do solo;
· Minimização do número de consumidores afetados por descontinuidade de serviço;
etc.

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4.2.3 Equipamentos de uma Subestação

São vários os equipamentos existentes em uma SE, tais como:

− Barramentos

− Linhas e alimentadores

− Equipamentos de disjunção: disjuntores, religadores, chaves.

− Equipamentos de transformação: transformadores de potência, transformadores de


instrumentos – transformador de potencial e de corrente, e transformador de serviço.

− Equipamentos de proteção: relés (primário, retaguarda e auxiliar), fusíveis, pára-raios e


malha de terra.

− Equipamentos de compensação: reatores, capacitores, compensadores síncronos,


compensadores estáticos.

As subestações (SE) são compostas por conjuntos de elementos, com funções específicas no
sistema elétrico, denominados vãos (bays) que permitem a composição da subestação em
módulos. As SE distribuidoras, usualmente, são compostas pelos seguintes vãos: entrada de
linha (EL); saída de linha (SL); barramentos de alta e média tensão (B2 e B1); vão de
transformação (TR); banco de capacitor ou vão de regulação (BC) e saída de alimentador
(AL).

Cada vão da subestação deve possuir dispositivos de proteção (relés) e equipamento de


disjunção com a finalidade de limitar os impactos proporcionados por ocorrências no sistema
elétrico tais como:

descargas atmosféricas, colisão, falhas de equipamentos, curtoscircuitos, etc.

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Figura 13:Diagrama Simplificado de uma Subestação Típica de Distribuição

Fonte: www.dee.ufc.br/~rleao

4.2.3.1 Barramentos

Os barramentos são condutores reforçados, geralmente sólidos e de impedância desprezível,


que servem como centros comuns de coleta e redistribuição de corrente.

A denominação arranjo é usada para as formas de se conectarem entre si as linhas,


transformadores e cargas de uma subestação.[1]

A seguir serão apresentados os arranjos mais comuns para as SE:

– Barramento simples

– Duplo barramento simples

– Barramento simples seccionado

– Barramento principal e de transferência

– Barramento duplo com um disjuntor

–Barramento duplo com disjuntor duplo

– Barramento duplo de disjuntor e meio

– Barramento em anel

28
4.2.3.2 Disjuntor

Dispositivo de manobra e proteção que permite a abertura ou fechamento de circuitos de


potência em quaisquer condições de operação, normal e anormal, manual ou automática. Os
equipamentos de manobra são dimensionados para suportar correntes de carga e de curto-
circuito nominais.[1]

Figura 14:Circuito de Acionamento de um Disjuntor

Fonte: www.dee.ufc.br/~rleao

Os disjuntores são classificados e denominados segundo a tecnologia empregada para a


extinção do arco elétrico. Os tipos comuns de disjuntores são:

A) Disjuntores a sopro magnético;

B) Disjuntores a óleo;

C) Disjuntores a vácuo;

D) Disjuntores a ar comprimido;

E) Disjuntores a SF6 (Hexafluoreto de enxofre);

4.2.3.3 Chaves Elétricas/ Seccionadores

As chaves elétricas são dispositivos de manobra, destinados a estabelecer ou interromper a


corrente em um circuito elétrico. São dotadas de contatos móveis e contatos fixos e podem ou
não ser comandadas com carga.[1]

29
Figura 15:Chave Seccionadora Unipolar de SE com Acionamento por Vara de Manobra

Fonte: www.dee.ufc.br/~rleao

4.2.3.4 Chaves de Aterramento

São chaves de segurança que garantem que uma linha seja aterrada durante operação de
manutenção na linha. As chaves de aterramento são operadas (abrir e fechar) somente quando
a linha está desenergizada e é utilizada para que se evitem energizações indesejadas do bay,
localizado no extremo oposto, como também para eliminação das induções devido à
proximidade de linhas ou em função de sobretensões de origem atmosféricas, as quais podem
assumir valores perigosos.[1]

4.2.3.5 Pára-Raios

São em geral localizados nas entradas de linha, saídas de linhas e na extremidade de algumas
barras de média tensão de subestações para proteção contra sobretensões promovidas por
chaveamentos e descargas atmosféricas no sistema. Os pára-raios são também localizados nos
transformadores de distribuição.[3]

Figura 16:Pára-raios de Estação Polimérico e de Porcelana

Fonte: www.dee.ufc.br/~rleao

30
4.2.4 Sistema de Proteção

A função de um esquema de proteção em um sistema elétrico de potência é detectar falta e


isolar a área afetada no menor tempo possível, de forma confiável e com mínima interrupção
possível.[3]

Objetivos de um Sistema de Proteção:

− Segurança pessoal;

− Manter a integridade dos equipamentos;

− Isolar a parte afetada do restante do sistema;

− Assegurar a continuidade de fornecimento.

Requisitos do Sistema de Proteção – propriedades que descrevem as características


funcionais de um sistema de proteção:

− Seletividade – determina a coordenação da proteção

− Rapidez ou Velocidade

− Sensibilidade

− Confiabilidade

− Custo

A) Seletividade: é a propriedade da proteção em discriminar e somente desconectar do


sistema a parte atingida pelo defeito. A seletividade é a principal condição para
assegurar ao consumidor um serviço seguro e contínuo por desconectar a menor
seção da rede necessária para isolar a falta.

31
Figura 17:Esquema de Seletividade da Proteção

Fonte: www.dee.ufc.br/~rleao

4.2.4.1 Relés

Os relés de proteção são dispositivos responsáveis pelo gerenciamento e monitoramento das


grandezas elétricas em um determinado circuito. Os relés são projetados para sentir
perturbações no sistema elétrico e automaticamente executar ações de controle sobre
dispositivos de disjunção a fim de proteger pessoas e equipamentos.

O sistema de proteção não é composto apenas pelo relé, mas por um conjunto de subsistemas
integrados que interagem entre si com o objetivo de produzir a melhor atuação sobre o
sistema, ou seja, isolar a área defeituosa sem que esta comprometa o restante do SEP. Estes

subsistemas são formados basicamente por relés, disjuntores, transformadores de


instrumentação e pelo sistema de suprimento de energia. A Figura mostra a associação entre
um relé de proteção e os demais elementos do sistema de proteção.[3]

32
Figura 18:Equipamentos de um sistema de proteção

Fonte: www.dee.ufc.br/~rleao

A função principal de um relé de proteção é enviar um sinal de disparo, através de um contato


seco (SD), para uma bobina de abertura ou de mínima tensão dos disjuntores associados.

Os relés de proteção atuam a partir da comparação dos dados medidos no sistema elétrico
com valores pré-ajustados no próprio relé. Os relés recebem sinais de tensão e/ou sinais de
corrente através de transformadores de instrumentos, TP e TC, respectivamente, compara
com valores pré-definidos, e caso identifiquem a existência de alguma anormalidade, ou seja,
as grandezas medidas pelo relé na zona de proteção sob a sua responsabilidade atingir valores
acima ou abaixo dos valores prédefinidos, os relés enviam comandos de abertura (trip) para
o(s) disjuntor(es) e este isola a parte do sistema elétrico sob falta, do restante do sistema.

Figura 19:Associação entre Relé e Disjuntor

Fonte: www.dee.ufc.br/~rleao

33
4.2.4.2 Funções de Proteção

Os relés têm as suas funções de proteção identificadas por números, de acordo com a as
normas IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), ANSI (American National
Standards Institute) e IEC (International Electrotechnical Commission).

A Tabela abaixo apresenta alguns dos códigos de funções de proteção

padrão praticados pelo IEEE/ANSI.

Tabela 1: principais funções de protecões aplicadas em subestações

Função Descrição

50 Função de sobrecorrente instantânea de fase

51 Função de sobrecorrente temporizada de fase

50N Função de sobrecorrente temporizada de neutro

50/51NS Função de sobrecorrente neutro sensível3

51BF Função de falha de disjuntor

46 Função de seqüência negativa

67 Função de sobrecorrente direcional de fase

67N Função de sobrecorrente direcional de neutro

21 Função de proteção de distância

27 Função de subtensão

59 Função de sobretensão

79 Função de religamento

50BF Função de falha do disjuntor

51G Função de sobrecorrente de terra

87 Função de diferencial

61 Função de desequilíbrio de corrente

25 Função de sincronismo

34
26 Função temperatura do óleo

49 Função temperatura do enrolamento

63 Função de pressão do gás do transformador de potência

71 Função de nível do óleo

98 Função de oscilografia

43 Função transferência da proteção

86 Função de bloqueio

Fonte: www.dee.ufc.br/~rleao

A filosofia geral de aplicação de relés em uma subestação é dividir o sistema elétrico em


zonas separadas, que podem ser protegidas e desconectadas individualmente na ocorrência de
uma falta, para permitir ao resto do sistema continuar em serviço se possível.

A lógica de operação do sistema de proteção divide o sistema de potência em várias zonas de


proteção, cada uma requerendo seu próprio grupo de relés.

Figura 20:Zonas da Proteção Principal

Fonte: www.dee.ufc.br/~rleao

Alguns relés operam somente para faltas dentro de sua zona de proteção principal. Porém,
existem relés que são capazes de detectar faltas dentro de uma zona particular e também fora

35
dela, usualmente em zonas adjacentes, podendo ser usados como proteção de retaguarda da
proteção principal. Um ponto essencial para garantir a confiabilidade do sistema, é o sistema
de proteção que deve ser capaz de isolar qualquer que seja a falta, mesmo que a proteção
principal associada não opere. Portanto, se possível, todo vão deve ser protegido pelos relés
de proteção principal e de retaguarda.

Figura 21:Zonas de Proteção Principal e de Retaguarda

Fonte: www.dee.ufc.br/~rleao

A proteção de retaguarda pode ser local ou remota, e corresponde a um equipamento ou


sistema de proteção destinado a operar quando uma falta no sistema elétrico, por qualquer
razão, não é isolada no devido tempo, pela proteção principal. Para realizar isto, o relé de

proteção de retaguarda tem um elemento sensor que pode ser similar ou não ao do sistema de
proteção principal, mas que também inclui um retardo de tempo que facilita reduzir a
velocidade de operação do relé e deste modo permite a proteção principal operar primeiro.

Em uma subestação de distribuição as proteções normalmente encontradas nos vãos são:

São asseguir apresentadas as Funções de Proteção Associadas em Cada vão de uma SE


Típica.

Vão Funções de Proteção Mínimas

Entrada de Linha : 50/51, 50/51N, 67/67N, 27, 59 e 50BF

Saída de Linha : 21, 50/51, 50/51N, 67/67N, 46A, 79 e 50BF

Transformador: 26, 49, 63, 63A, 71, 80, 50/51, 50/51N e 87

36
Barra de 15kV: 50/51, 50/51N, 50BF

Alimentador: 50/51, 50/51N, 50/51NS, 46, 46A, 27, 79 e 50BF

Uma das principais funções de proteção é a função de sobrecorrente. Segundo a norma IEC
60255-3, 1992 as curvas características de corrente são do tipo:

− Normal inversa,

− Muito inversa,

− Extremamente inversa,

− Tempo longo inverso e

− Moderadamente inversa.

4.2.4.3 Sistema Digital de Automação

Tradicionalmente as subestações eram protegidas através de relés eletromecânicos e


eletrônicos. Com o avanço tecnológico na área de TIC (Tecnologia de Informática e
Comunicação), as empresas de energia elétrica, ao longo do tempo, foram implantando
sistemas de aquisição de dados, supervisão e controle (SCADA/EMS) nos centros de
operação de sistemas. Inicialmente as Unidades Terminais Remotas (UTR), localizadas nas
subestações, realizaram a interface entre o sistema SCADA do COS e os relés
eletromecânicos e/ou eletrônicos; disjuntores e secionadores. Com a redução dos custos da

tecnologia microprocessada e a consolidação no mercado dos relés digitais multifunção,


baseados em microprocessador, surgiram os sistemas digitais para automação de subestação
(SDA). Na figura que se segue é apresentado um diagrama de bloco simplificado de um DAS
para uma subestação com os respectivos níveis funcionais.[1]

37
Figura 22:Diagrama de Bloco da Hierarquia Funcional de um SDA para SE

Fonte: www.dee.ufc.br/~rleao

Os SDAs, conforme apresentado na Figura 4.52, são compostos de três níveis funcionais:

− Nível 0: corresponde ao processo – vãos, disjuntores e secionadores;

− Nível 1: constituído das unidades de controle de posição (UCPs) - relés, intertravamentos e


automatismos locais;

− Nível 2: composto da unidade de controle de subestação (UCS), sistema SCADA e


comunicação com o Nível 1 (UCPs) e o

− Nível 3: (SCADA do Centro de Operação do Sistema – COS).

Uma das funções do sistema SCADA é receber informações de mudanças de estados do


sistema elétrico e de falhas e atuações de equipamentos e dispositivos de proteção e controle
da subestação, tais como atuação das funções de proteção, estado dos disjuntores, falhas de
relés e disjuntores, etc. A partir das informações recebidas, os operadores realizam os
diagnósticos das ocorrências no sistema elétrico.

Sem dúvidas, a atuação profissional desempenhada forma um elo de ligação sólido entre a
teoria estudada em sala de aula e a prática. Contribuindo de forma significativa para a
qualidade da formação acadêmica, profissional e pessoal.

Em uma subestação os serviços auxiliares são de grande importância para a operação


adequada e contínua da SE. Os serviços auxiliares são do tipo:

38
A)Serviços Auxiliares de Corrente Alternada

Fonte: Transformador de Serviços Auxiliares - 13.800/380-220 V

Carga:

− Casa de Comando

− Iluminação/Tomada do Pátio

− Retificador, etc.

B)Serviços Auxiliares de Corrente Contínua

Fonte: Retificador/Carregador e Banco de Bateria - 125 Vcc.

Cargas:

− Componentes do Sistema Digital (relés, etc.)

− Funcionais dos equipamentos;

− Motores dos equipamentos.

− Iluminação de emergência

4.2.4.4 Como regra geral, as funções em uma subestação são:

− Monitoração de "status" de equipamentos.

− Medição.

− Proteção de linha, transformadores, barra, reator, perda de sincronismo etc.

Supervisão das proteções.

− Religamento automático.

− Localização de falha na linha.

− Telecomandos.

− Proteção de falha de disjuntor.

− Intertravamentos.

− Monitoração de sobrecarga em transformadores.

− Controle de tensão.

39
− Fluxo de reativos.

− Corte seletivo de cargas.

− Sincronização.

− Alarmes em geral.

− Registro de seqüência de eventos.

− Oscilografia.

− Interface humana.

− Impressão de relatórios.

− Interface com os Centros de Operação de Sistema.

− Autodiagnose.

40
5. CONCLUSÃO

Ao longo deste relaório foram apresentadas as principais atividades técnicas profissionais


desenvolvidas pelo autor na Electricidade de Moçambique, concretamente na Subestação de
Nacala, onde atun como Técnico de Operação do Sistema no Departamento de Subestações,
no sector de Operação.

A atuação nos setores de operação e manuteção demandam a utilização de uma gama de


conhecimentos do universo da engenharia elétrica. Diversos temas estudados ao longo do
curso de graduação em engenharia elétrica são postos em prática diariamente durante as
atividades profissionais exercidas em ambos setores, podendo-se destacar:

· Qualidade de energia;
· Técnicas de medição;
· Conversão de energia;
· Instalações elétricas;
· Sistemas elétricos;
· Gestão Energética;
· Equipamentos elétricos;
· Distribuição de energia elétrica;
· Subestações;
· Legislação do setor elétrico;
· Sistemas supervisórios.

Todas as atividades profissionais desenvolvidas pelo autor demandam desde conhecimento


técnico sobre vários temas da engenharia elétrica, até a coleta, análise, interpretação e
tratamento de fenómenos electricos e informações a respeito de eventos ocorridos no sistema
de distribuição da concessionária. Além disso, o processo de tomada de decisão a respeito de
como solucionar os problemas tratados oriundos da utilização da rede baseado nos insumos
disponíveis, faz parte do dia a dia das atribuições do autor. Estas características endossam a
conclusão de que todas as atividades profissionais descritas neste trabalho condizem com as
atribuições típicas de um engenheiro eletricista.

41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] -Profa Ruth Leão Email: rleao@dee.ufc.br Homepage: www.dee.ufc.br/~rleao ;

[2] -Google Maps, https://www.google.com/maps ;

[3] -Cancune, Mário Zimbulane, Manual de equipamentos eléctricos de centrais e


subestações E.E.C.S, Maputo, 1997.

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ANEXOS

ANEXO 1: Esquema unifilar da SE Nacala ........................................................... 44

ANEXO 2: SCADA , Sala de comando da SE Nacala ................................................ 45

ANEXO 3: Configuração simplificada do SCADA ................................................... 45

ANEXO 4: Barramentos de 33KV e 11KV .......................................................... 46

ANEXO 5: Central flutuante KARPOWERSHIP ..................................................... 46

43
ANEXO 1: Esquema unifilar da SE Nacala

44
ANEXO 2: SCADA , Monitores de comando e control SE Nacala

ANEXO 3: Configuração simplificada do SCADA

45
ANEXO 4: Barramentos de 33KV e 11KV

ANEXO 5: Central flutuante KARPOWERSHIP

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