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Resumo

E notória a necessidade de expansão do sistema eléctrico Moçambicano devido ao crescente


aumento de consumo de energia nos últimos anos. As resoluções dos problemas relacionados à
geração e transmissão de energia tornaram-se pontos estratégicos dentro da política do
Governo de Moçambique.

Esta expansão dar-se-á pela construção de novas Centrais Hidroeléctricas, Centrais térmicas,
em conjunto com as linhas de transmissão, subestações, assim como a reabilitação de algumas
Centrais Hidroeléctricas, que são elementos dentro do sistema de potencia que se caracterizam
por distribuir a produção de energia eléctrica.

O presente trabalho tem com finalidade elaborar um projecto de expansão da subestação de


Chibata com a criação de um novo Bay para fazer paralelo do segundo transformador de
potência, dimensionamento de todo equipamento de potência, e os respectivos esquemas.

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1. Introdução

1.1. Considerações gerais do Sistema Eléctrico da Zona Centro de Moçambique

Actualmente, o sector eléctrico moçambicano passa por constantes mudanças em todos os seus
aspectos, como por exemplo acontece: na produção e no transporte de energia eléctrica. Desta
forma, constatou-se, no decorrer do crescimento económico, há necessidade de ampliação da
infra-estrutura energética, para que se possa atender a crescente demanda do consumo de
energia.

A zona centro de Moçambique é alimentada por três centrais hídricas nomeadamente:


Hidroeléctrica de Cahora Bassa, Chicamba e Mavuzi. As províncias de tete e Manica são
alimentadas directamente da Subestação de Matambo a um nível de tensão de 66kV e 220kV
repectivamente. No entanto a província de Sofala é alimentada por duas linhas a 110kV uma
vem directo da Central Mavuzi e a outra e Transformada para 110kV na subestação de Chibata
na província de Manica fazendo um anel entre a Subestação da Munhava na Beira, Chibata e as
respectivas centrais Mavuzi e Chicamba.

A linha de 220kV que alimenta a subestação de Chibata tem a capacidade de transportar


247MVA, no entanto a subestação em estudo tem uma potência instalada de 50MW, as centrais
Mavuzi e Chicamba tem uma potência instalada de 24MW cada uma contra os 100MW da
demanda da zona centro. Portanto é notório que mesmo com as duas centrais em
funcionamento não e possível satisfazer a demanda sem sobrecarregar os equipamentos de
potencia assim como fornecer uma energia de qualidade e com menor numero de interrupções.

De acordo com aquilo que são os projectos da EDM, no inicio do próximo 2015 a Divisão de
serviços de produção dará inicio com o projecto de reabilitações das centrais nomeadamente
Chicamba e Mavuzi, e em consequência disso haverá necessidade de criar condições aumentar
a potencia da subestação de chibata tendo em conta que as Províncias de Manica e Sofala
serão apenas alimentadas pela Subestação Chibata.

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Legenda:

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1.2. Objectivo do trabalho

Este trabalho tem como finalidade de aumentar a capacidade de transmissão e também


melhorar a qualidade da energia transmitida, possibilitando assim a economia ou postergação
de novos investimentos em sistemas de transmissão.

1.3. Objectivo específico


 Seleccionar, dimensionar e especificar todos os equipamentos do pátio para o novo Bay
da Subestação de Chibata do lado de 220kV e do lado de 110kV;
 Elaborar o diagrama unifilar da subestação;
 Elaborar os esquemas trifilares para as protecções: diferencial, sobre-corrente, e
mecânicas do transformador;
 Elaborar o esquema para o tap-changer;
 Determinar os respectivos ajustes das protecções no que tange as protecções do
transformador.

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2. Cargas e alimentação

Inicialmente, projectou-se a subestação de Chibata com uma capacidade de 50MW,


pretendendo elevar a potência para o dobro da potencia instalada para alimentar as províncias
de Manica e Sofala. Na qual alimenta a Subestação chimoio2 que faz as conversões de
110/66kV para alimentar a Subestação Chimoio1 que posteriormente faz a distribuição da
energia para as diversas cargas da cidade de chimoio e 110/22kV também para alimentar outra
parte da cidade. A mesma linha alimenta os distritos ao longo do percurso Chimoio-Beira e a
respectiva cidade da Beira através da subestação da Munhava.

2.1. Benefícios do Projecto

2.1.1. Vantagens

1) Tecnológico
 Ampliação da infra-estrutura energética nacional;
 Capacitação e formação de técnicos.

2) Estratégico
 Rapidez de implantação;
 Aumento da potência instalada da subestação;
 Complementaridade energética regional;

3) Meio Ambiente
 Redução de impactos ambientais negativos associado a construção de novas linhas de
transmissão.

4) Técnico-económico
 Disponibilidade de energia eléctrica na região com uma energia com níveis estáveis de
Tensão e com menor número de interrupções;
 Aumento da vida útil dos equipamentos tendo em conta que os equipamentos não irão
trabalhar sobrecarregados;
 Custo evitado na construção de linhas de transmissão e subestações;

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 Custo operacional e de investimento em moeda nacional.

3. Subestação: tipos, Equipamentos e protecção

3.1. Definição básica de uma Subestação

Uma subestação (SE) é um conjunto de equipamentos de manobra e/ou transformação e ainda


eventualmente de compensação de reactivos usado para dirigir o fluxo de energia em sistema
de potencia e possibilitar a sua diversificação através de rotas alternativas, possuindo
dispositivos de protecção capazes de detectar os diferentes tipos de falhas que ocorrem no
sistema e de isolar os trechos onde estas faltas ocorrem.

3.2. Classificação das Subestações

As subestações podem ser classificadas quanto á sua função e a sua instalação.

I. Função no sistema eléctrico

 Subestação Transformadora

É aquela que converte a tensão de entrada para um nível diferente, maior ou menor, sendo
assim designada, respectivamente, SE Transformadora Elevadora e SE Transformadora
Abaixadora.

Geralmente, uma subestação transformadora próximas aos centros de geração é uma SE


elevadora. Subestações no final de um sistema de transmissão, próximas aos centros de carga,
ou de suprimento a uma indústria são uma SE abaixadora.

 Subestação Seccionadora, de Manobra

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É aquela que interliga circuitos de suprimento sob o mesmo nível de tensão, possibilitando a
sua multiplicação. É também adoptada para possibilitar o seccionamento de circuitos,
permitindo sua energização em trechos sucessivos de menor comprimento.

II. Modo de Instalação dos equipamentos em relação ao meio ambiente:

 Subestação externa ou ao Tempo

É aquela em que os equipamentos são instalados ao tempo e sujeitos às condições atmosféricas


desfavoráveis de temperatura, Chuva, poluição, vento, as quais desgastam os materiais
componentes, exigindo manutenção mais frequente e reduzem a eficiência de isolamento.

 Subestação Abrigada ou Interna

É aquela em que os equipamentos são instalados ao abrigo do tempo, podendo tal abrigo
consistir de uma edificação e de uma câmara subterrânea.

Subestações abrigadas podem consistir de cubículos metálicos, alem de subestações isoladas a


gás, tal como o hexafluoreto de enxofre (SF6).

III. Quanto ao nível de tensão de operação

 Alta tensão (AT): tensão nominal abaixo de 230kV;


 Muito alta tensão – Tensão nominal igual ou acima de 230kV.

IV. Quanto a forma de operação

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 Com operador: exige alto nível de treinamento e de pessoal presente. Quanto ao uso de
computadores para a supervisão e operação. Portanto a sua viabilidade só justifica para
instalações de grande porte.
 Semi-automática: Com computadores locais ou intertravamentos electromecânicos que
impedem operações indesejadas por parte do operador.
 Automatizadas: Com supervisão à distância por intermédio de computadores.
Actualmente na EDM apenas na região sul e que usam este sistema de supervisão a
distância e tem como nome centro nacional de despacho (CND).

3.3. Equipamentos de uma SE

3.3.1. Barramentos

A configuração dos barramentos contribui bastante no que concerne a flexibilidade de


operação, e na facilidade de isolamento do equipamento ou ramal para manutenção. A
possibilidade de fornecimento de energia a todos consumidores, mesmo durante um defeito, é
uma das características desejadas duma subestação.

Os barramentos podem se classificar quanto ao arranjo e continuidade.

 Quanto a continuidade:
 Barramentos contínuos – consiste em barras únicas sem interrupção, isto é sem
disjuntores e seccionadores interrompendo o barramento.
 Barramentos seccionados – A configuração do barramento seccionado esta ilustrado na
figura. São barramentos que são constituídos por uma ou mais secções interligadas por
seccionadores e disjuntores. Estes equipamentos podem estar a operar normalmente
em aberto ou fechado, dependendo das necessidades do sistema. Quando surge um
defeito no barramento ou mesmo falha do disjuntor apenas isola a zona do barramento.

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Vantagens:

 Flexibilidade de operação
 Isolamento do barramento para manutenção
 Em caso de defeitos apenas isola-se parte da subestação

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Desvantagens:

 Alto custo de implementação


 Requeri um número adicional de disjuntores para o seccionamento

 Quanto ao arranjo:

 Barramento simples – consiste num único barramento principal que quando energizada
alimenta simultaneamente todas as cargas que nela estão conectada. Neste arranjo um
defeito no barramento culmina com a saída total da subestação para a eliminação do
defeito. Este sistema e usado em pequenas subestações de AT e MT.

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 Barramento principal e de transferência – esse arranjo e o mais comum em muitas
subestações, pois oferece um bom plano de manutenção devido a existência do
disjuntor de interligação de barras. Por ter dois barramentos possibilita a manutenção
de cada barramento sem parar o fornecimento de energia.

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 Barramento em anel –

 Breaker –and-a-half

O arranjo Breaker-a-half consiste em dois barramentos principais, normalmente cada


energizados. As barras são electricamente conectadas a três disjuntores como mostra a figura.
Neste arranjo, três disjuntores são usados para dois circuitos independentes, cada circuito
compartilham um disjuntor comum, ai esta one-and-half disjuntores por circuito.

Esta configuração possibilita a manutenção removendo qualquer disjuntor sem que haja a
interrupção do circuito

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 Barramento duplo – este arranjo consiste em dois barramentos principais energizados e
interligados electricamente por meio de dois disjuntores. Esse esquema impede que a
subestação fique totalmente fora de serviço por um defeito numas das linhas ou
barramento facilitando assim as manobras na subestação.

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Custo relativo de cada tipo de arranjo dos barramentos

A selecção do tipo de arranjo dos interruptores depende muitos factores tais como preferência
do próprio projectista, ou da própria lei interna da empresa concessionária. A escolha final do
tipo de arranjo e feita segundo todas as necessidades de manobra e o plano de manutenção,
assim como a prever uma futura expansão e reabilitação da subestação.

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A tabela a baixo mostra a comparação do custo de implantação de cada tipo de arranjo.

Comparação do custo relativo aproximado de


Tipo de arranjo implantação

Barramento simples 100%


Barramento seccionado 122%
Barramento principal e de Transferência 143%
Barramento em anel 114%
Breaker-and-a-Half 158%
Barramento duplo 214%

Principais Equipamentos de uma subestação e suas funções

3.3.2. Equipamentos de Transformação

 Transformadores de força ou de potência;


 Transformadores de medida e protecção.

3.3.2.1. Transformadores de Potência

Sem os transformadores de potência seria praticamente impossível o aproveitamento


económico da energia eléctrica, pois a partir deles foi possível a transmissão de energia em
cada vez mais altas, possibilitando grandes economias nas linhas de transmissão em trechos
cada vez mais longos.

O transformador de potencia e um elemento de extrema importância num sistema eléctrico,


pois ele permitem não so transferência de potencia como também pode ajustar a tensão de
saída de um estagio do sistema a tensão de entrada do seguinte. O transformador também
pode assumir outras funções tais como isolar electricamente circuitos entre si, ajustar a
impedância do seguinte ao anterior.

Os transformadores de potencia podem ser classificados de duas maneiras, segundo a numero


de fases e quanto aos seus enrolamentos.

Quanto ao número de fase podem ser:

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 Monofásicos;
 Trifásicos.

Quanto aos enrolamentos podem ser:

 Transformadores de dois ou mais enrolamentos – este tipo de transformadores


consistem em dois ou mais enrolamentos isolados electricamente entre si (primário,
secundário, terciário)
 Autotransformadores – são constituídos por apenas um único enrolamento com varias
ramificações podendo obter vários níveis de tensão. Diferenciando–se do transformador
de dois enrolamentos pelo facto dos seus enrolamentos não estarem apenas ligado
magneticamente como electricamente.

3.3.2.2. Transformadores para serviços de medição e protecção

Os transformadores de medida e protecção têm a finalidade de reduzir a corrente ou tensão


respectivamente a níveis compatíveis com a dos reles e medidores, nomeadamente
Transformadores de corrente (CT) e Transformadores de tensão (VT).

Transformadores de Corrente (CT) – são caracterizados por terem uma impedância muito
pequena vista do lado primário e por sem ligados em serie ao circuito de alta tensão. Desta
forma a corrente que circula no primário do transformador de corrente é ditada pelo circuito
primário do circuito de potência, chamado circuito primário.

Quanto a função podem ser classificados em:

 Transformadores de corrente para serviço de medição: possuem maior precisão e


possuem um núcleo dimensionado de forma que ele sature não permitindo que a
corrente no seu secundário ultrapasse o seu valor nominal.
 Transformadores de corrente para serviço de protecção – estes possuem menor
precisão, e o secundário pode ultrapassar o seu valor nominal, quando surgir um defeito
no sistema, para a protecção actuar instantaneamente ou depois de algum tempo
dependendo da intensidade e duração do defeito.

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Os CT’s para os serviços de protecção podem-se dividir em duas classes:

 Classe A – possui uma alta impedância interna, isto é, a reactância de dispersão do


enrolamento secundário não é desprezível.
 Classe B – possui baixa impedância interna, isto é, a reactância de dispersão do
enrolamento secundário do transformador é desprezível.

Os CT’s tambem são classificadas de acordo com a sua construção:

 Tipo enrolado - cujo o enrolamento primário é constituído de uma ou mais espiras e


envolve mecanicamente o núcleo do transformador.
 Tipo barra –O enrolamento primário deste tipo de CT é constituído por uma barra
montada permanentemente através do núcleo do transformador.
 Tipo janela – CT sem primário próprio, construído com uma abertura através do núcleo
por onde passa um condutor formando o circuito primário;
 Tipo bucha - é um CT tipo janela projectado para ser instalado sobre a bucha de um
equipamento eléctrico.
 CT com núcleo dividido - e do tipo janela em que em que parte do núcleo é separável,
para facilitar o enlaçamento do condutor primário.
 Tipo vários núcleos – CT com vários enrolamentos secundários isolados separadamente
e montados cada um com seu próprio núcleo, formando um conjunto com um único
enrolamento primário, cujas espiras enlaçam todos os secundários.

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Transformadores de Tensão (VTs)

Nos sistemas de potência pelo facto da tensão nominal de serviço ter valores altos acima de
66kV as medições das grandezas eléctricas não podem ser feitas directamente a rede primária
de alta tensão, sendo assim, este processo e feito através de equipamentos denominados
transformadores de potencial (transformador de tensão). Estes equipamentos têm como
objectivo isolar o circuito secundário de baixa tensão do circuito primário de alta tenção e de
reproduzir os efeitos transitórios e permanentes que surgem no lado de alta tensão com a
menor margem de erro possível no circuito de baixa tensão.

Os transformadores de tensão quanto ao tipo classificam-se em:

 Transformador indutivo – é como um transformador de força colocado a uma peque na


carga;
 Transformador capacitivo ou divisor capacitivo – consiste basicamente em dois
capacitores cujas funções são: o de divisor de tensão e o de acoplar a comunicação PLC
(Power line carrier).
 Divisores resistivos – são semelhantes aos capacitivos, mas usando resistores;
 Divisores mistos (capacitivo e resistivo) - como o nome já diz, é a mistura dos dois
anteriores.

Os divisores resistivos e mistos, normalmente não são usados em sistemas de potência, sendo
apenas usados nos laboratórios para ensaios e pesquisas.

Para tensões inferiores a 69kV são usados os transformadores de tensão indutivos, para
tensões iguais ou superior a 69 kV são usados os transformadores de tensão capacitivos.

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3.3.3. Buchas

As buchas são usadas para fazer passar um condutor de alta tensão através de uma superfície
aterrada, como o tanque de um transformador ou de um reactor.

As buchas devem ser fabricados te tal forma que sejam capazes de transportar as correntes dos
equipamentos em regime de funcionamento normal de operação e de sobrecarga, de manter o
isolamento, tanto para a tensão nominal de serviço da rede e das possíveis sobre-tensões que
possam surgir no sistema, bem como de resistir aos esforços mecânicos.

As buchas podem ser classificadas de acordo com suas funções e podem ser:

 Buchas de terminais de linha;


 Bucha de terminais de neutro;
 Buchas de terciário.

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3.3.4. Equipamentos de Manobra

 Disjuntores;
 Seccionadores.

3.3.4.1. Disjuntores

Os disjuntores são os mais eficientes e mais complexos aparelhos de manobra em uso de redes
eléctricas, e caracterizam-se pela capacidade de abertura e fecho do circuito em carga,
podendo sua operação ser manual ou automática.

A principal função dos disjuntores é a interrupção de correntes de curto-circuito o mais rápido


possível, de forma a limitar o mínimo de danos possíveis a instalação e equipamentos.

Alem das correntes de curto-circuito, o disjuntor deve ser capaz de interromper correntes no
regime normal de funcionamento da rede, correntes de magnetização de transformadores,
reactores, e as correntes capacitivas dos bancos de capacitores e linhas em vazio.

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Os disjuntores também devem ser capazes de fechar circuitos eléctricos, não apenas em
condições normais de funcionamento mas também na presença de um curto-circuito, no caso
de religamentos. Alguns defeitos no sistema são de origem temporário, por isso são necessárias
algumas tentativas de religar o sistema, e caso de linhas de media tensão quando há ventos
fortes e surge um curto-circuito bifásico, mais se o problema persistir é feito o desligamento
definitivo ate se mitigar o defeito.

Portanto as funções mais desempenhadas pelos disjuntores são, de condução de correntes de


carga em circuito fechado, isolar o sistema eléctrico em duas partes. E os disjuntores devem ser
mecanicamente capazes de interromper correntes entre 20 a 50 vezes a corrente nominal do
equipamento, em tempos de 2 ciclos (33,3 ms), após terem permanecido na posição fechado
por vários meses.

Os disjuntores são classificados segundo a construção dos pólos, meios de interrupção do arco
e do mecanismo de accionamento.

Quanto a construção dos pólos podem ser:

 Pólos juntos – consiste numa carcaça onde abriga todos os três pólos nela, é o caso dos
disjuntores a grande volume de óleo.
 Pólos separados – uma carcaça para cada pólo. É o de uso frequente em sistema de
potência e abrange a todos tipos.

Quanto aos meios de interrupção do arco, tem-se:

 Disjuntores a óleo – que podem ser de grande e pequeno volume de óleo. O disjuntor a
grande volume de óleo e o mais antigo, onde os contactos ficam no centro do grande
tanque de óleo. Os disjuntores de pequeno volume de óleo e a revolução dos antigos
disjuntores a grande volume de óleo, onde reduziu-se de forma significante o volume de
óleo e usa um fluxo forçado do óleo sobre o arco aumentando assim a eficiência na
extinção do arco eléctrico.
 Disjuntores a ar comprimido – a extinção do arco é feita a partir da admissão nas
câmaras de ar comprimido, posteriormente soprado sobre a região entre os contactos. A
intensidade e a rapidez do sopro aliada as grandes propriedades dieléctricas do ar
garantem o sucesso do disjuntor nas corridas energéticas (libertação x absorção de
energia) e dieléctrica (tensão de restabelecimento x superioridade dieléctrica).
 Disjuntor a Vácuo – nestes disjuntores, o arco que se forma nos contactos é bastante
diferente dos arcos que se formam em outros tipos de disjuntores, sendo basicamente

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mantido por iões de material metálico vaporizado proveniente dos contactos. A
intensidade de formação destes vapores metálicos é directamente proporcional à
intensidade da corrente e, consequentemente, o plasma diminui quanto esta decresce e
se aproxima de zero. Atingindo o zero da corrente, o intervalo entre os contactos é
rapidamente desionizado pela condensação dos vapores metálicos sobre os eléctrodos.
A ausência de iões após a interrupção da aos disjuntores a vácuo características quase
ideais de rigidez dieléctrica.
 Disjuntores a sopro magnético – encontra-se na maior parte das vezes em cubículos
blindados, sendo, normalmente, do tipo extraível. Quanto ao método de extinção do
arco voltaico, no momento que o disjuntor abre, o arco formado é empurrado na
direcção dos contactos das bobinas laterais, sob acção do sopro empurrado por um
êmbolo dentro de um cilindro. As bobinas, ao se energizarem pela acção do próprio
arco, criam um campo magnético que repulsa as partículas ionizadas do arco eléctrico
para as barreiras isolantes, seccionando o mesmo.
 Disjuntores a gás SF6 – o SF6 é um dos gases mais pesados conhecidos, a pressão
atmosférica apresenta uma rigidez dieléctrica 2,5 vezes maior que à do ar, mas aumenta
rapidamente com o aumento da pressão. Os primeiros disjuntores a SF6 eram de dupla
pressão baseando-se no funcionamento dos disjuntores a ar comprimido. Estes foram
substituídos pelos disjuntores de pressão única, porque o SF6 permanece no disjuntor,
durante a maior parte tempo, a uma pressão de 3 a 6 bars, servindo ao isolamento
entre as partes com potenciais diferentes. Os disjuntores a SF6 têm sido largamente
utilizados devido à sua eficiência de extinção do arco e sua baixa manutenção.

Quanto ao mecanismo de accionamento, tem-se:

 Mecanismo manual;
 Mecanismo de accionamento à distância;
 Solenóide;
 Motor e mola;
 Hidráulico;
 Pneumático.

3.3.4.2. Seccionadores

Os seccionadores são dispositivos destinados a isolar equipamentos ou zona de barramento,


trechos de linhas de transmissão.

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Somente podem ser operadas sem carga, muito embora possam ser operadas em tensão e são
caracterizadas por fazerem o corte visível do circuito.

Seu emprego é necessário em alta tensão, todas as vezes que se devam isolar, com a devida
seguraça, circuitos nos quais se devam ser executados trabalhos para os quais a presença do
disjuntor não é suficiente para garantir a vedação dieléctrica segura.

Os seccionadores devem satisfazer em particular os seguintes requisitos:

 Garantir a vedação dieléctrica suficiente para a massa, sobretudo no seccionamento.


Entre os contactos abertos, as normas exigem uma vedação superior a 15 ou 20% em
relação aquela para a massa, em relação ao nível de isolamento coordenado escolhido;
 Permitir a passagem da corrente nominal de carga do sistema sem aquecimento
excessivo das várias partes do aparelho, em particular os contactos;
 Suportar por um tempo determinado as sobre-correntes originadas por curto-circuito
sob ponto de vista térmico e electrodinâmico por geralmente 1segundo.
 As operações de abertura e fechamento devem ser feitas de forma segura sem
paragens em posições erradas e também em condições atmosféricas desfavoráveis.

Os seccionadores são classificados sengundo a forma construtiva e características funcionais


diferentes com base na tensão de isolamento e correntes que devem suportar em condições
normais. Dentre eles podem distinguir-se:

 Seccionador unipolar – com o seccionador fechado, à lâmina se encontra inserida entre


duas sedes de molas, que fazem o contacto com os bornes de contacto dos condutores
do circuito. Podem ter uma ou mais facas, conforme a corrente nominal;
 Seccionadores bipolares – o funcionamento é semelhante ao anterior, porem os
comandos das facas das três fases é feita em simultâneo;
 Seccionadores unipolares de rotação – podem ser de eixo central ou de dupla
interrupção, ou de interrupção simples com ambas colunas giratórias. Tem a sua vasta
aplicação em alta tensão e correntes ate 2000A;
 Seccionadores tripolares em rotação - o funcionamento é semelhante ao unipolar,
porem os comandos das facas das três fases é feita em simultâneo. São utilizados em
alta tensão ate 170kV;
 Seccionadores de abertura vertical – a abertura de 110o da coluna central de isoladores
provocam o seccionamento em dois tempos: rotação 60o da faca de seccionamento em
torno do seu próprio eixo (durante o fechamento, a rotação da faca obriga as pinças a
se afastarem, gerando a pressão de contacto); o seccionamento propriamente dito é
feito com o levantamento das facas;

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 Seccionadores a pantógrafo – também conhecidos como mono-isoladores, pelo facto do
contacto móvel ser conduzido por um único isolador. O fechamento do circuito obtém-se
levando o contacto móvel a prender-se ao fixo.

O comando dos seccionadores pode ser do tipo:

 De florete – o comando das facas é efectuado por meio de uma haste isolante, que leva
nas extremidades um gancho de ferro. São usados nas instalações de BT e MT;
 Alavanca engrenada – o comando é feito a distância através de engrenagens por meio
de alavancas. Este sistemas é empregado em sistemas de alta tensão;
 Com tele-comando – o comando é feito a distância por meio de ar comprimido ou
accionamento de motor eléctrico. É usado em instalações automáticas com comando por
uma outra estação. E são munidas de sistemas de bloqueio para impedir manobras
indesejadas dos circuitos em carga.

3.3.5. Equipamentos para compensação de Reactivos


3.3.5.1. Reactores

 Reactor derivação – São utilizados nos sistemas de potencia para controlar a tensões
nos barramentos, em regime permanente, compensando a capacitância das linhas no
período de carga leve ou em vazio.
 Os reactores derivação podem ser de ligação permanente ou manobráveis, por meio de
disjuntores, podendo se classificar de acordo com a sua localização, numero de fases e
segundo ao tipo de núcleo.

Quanto a localização tem se:

 Reactores de linha – são ligados directamente as linhas de transmissão;


 Reactores de barras – são instalados no barramento das SEs;
 Reactores de terciário – ligados ao enrolamento terciário do transformador.

Quanto ao número de fases, podem ser:

 Monofásicos;
 Trifásicos.

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A escolha entre reactores trifásicos e bancos trifásicos depende dos estudos técnico-
económicos, que devem considerar os seguintes factores:

 Custo de investimento;
 Necessidade de unidade de reserva;
 Limitações de transporte;
 Limitações de capacidade de fabricação.

Com relação ao tipo de núcleo podem ser:

 Núcleo de ar;
 Núcleo de ferro.

3.3.5.2. Capacitor derivação ou série;

O principal objectivo dos capacitores em derivação e de compensar o factor de potencia das


cargas, no que tange:

 Aumento do perfil de tensão nos terminais de carga;


 Melhorar o aumento de tensão;
 Reduzir as perdas na transmissão;
 Reduzir o custo do sistema.

Capacitores serie

Os capacitores série são utilizados em sistemas de transmissão de energia para diminuir a


reactância indutiva da linha, diminuindo a distância eléctrica entre os terminais, e aumentando
a potência de transmissão.

A utilização deste sistema apresenta as seguintes vantagens:

 Aumento da capacidade de transmissão da linha;


 Aumento da estabilidade do sistema;
 Diminui bastante as perdas;
 Economia nos custos, quando comparadas com alternativas possíveis.
3.3.6. Equipamentos de protecção

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 Pára-raios;
 Reles de protecção;
 Fusíveis

3.3.6.1. Pára-raios

O pára-raios é um dispositivo protector que tem a finalidade de limitar os valores de surto de


tensão transitórios que, de uma forma poderiam causar severos danos aos equipamentos
eléctricos. Eles protegem o sistema contra descargas de origem atmosféricas e surtos de
manobra. Actuam como limitadores de tensão, impedindo que valores acima de um
determinado nível pré-estabelecido possam alcançar os equipamentos para os quais fornecem
protecção.

De uma maneira geral pode-se considerar que o para-raios e um equipamento simples sob
ponto de vista construtivo, consiste apenas em um elemento resistivo não-linear associado a
um centelhador em série. Em regime normal de funcionamento o para-raios é como se fosse
um circuito aberto, surgindo uma sobretensão na rede o centelhador actua deixando passar o
excesso de corrente pelo resistor não linear para terra impedindo que a tensão em seu
terminais não ultrapassem o valor nominal de serviço da rede.

3.3.6.2. Relés de Protecção

Os relés têm por finalidade de proteger o sistema contra faltas, permitindo através da actuação
sobre disjuntores, o isolamento dos trechos de localização das faltas.

Por outro lado, o rele tem a função de medir as grandezas eléctricas da rede, comparar os
valores medidos com os valores dos ajustes pré-definidos, actuar ou não, em função do
resultado da comparação, accionando circuitos de alarme, sinalização e de abertura ou fecho
dos disjuntores.

Antigamente os reles utilizados eram os tais reles electromecânicos e que consistiam


basicamente em partes mecânicas, circuitos magnéticos e circuitos eléctricos. Eles tinham
basicamente um elemento de operação (bobina), e um conjunto de contactos auxiliares. Os
reles captam oss sinais analógicos de tensão e corrente através dos transformadores de
corrente (CT’s) e Transformadores de tensão (VT’s), analisa a grandeza medida e segundo
resultado abrem-se ou fecham –se os contactos auxiliares se necessário.

Existem vários tipos de reles electromecânicos sendo cada um aplicado para a respectiva
função. Estas funções de protecção dos reles são representadas por números, que são definidos
pela nomenclatura da ANSI (American National Standards Institute) e são apresentadas na
tabela a seguir.

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Número Descrição
01 Elemento Principal
02 Relé de Partida ou Fechamento Temporizado
03 Relé de Verificação ou Interbloqueio
04 Contactor Principal
05 Dispositivo de Interrupção
06 Disjuntor de Partida
07 Disjuntor de Anodo
08 Dispositivo de Desconexão da Energia de Controle
09 Dispositivo de Reversão
10 Chave de Sequência das Unidades
11 Reservada para Futura Aplicação
12 Dispositivo de Sobrevelocidade
13 Dispositivo de Rotação Síncrona
14 Dispositivo de Subvelocidade
15 Dispositivo de Ajuste ou Comparação de Velocidade ou Frequência
16 Reservada para Futura Aplicação
17 Chave de Derivação ou de Descarga
18 Dispositivo de Aceleração ou Desaceleração
19 Contactor de Transição Partida-Marcha
20 Válvula Operada Electricamente
21 Relé de Distância
22 Disjuntor Equalizador
23 Dispositivo de Controle de Temperatura
24 Reservada para Futura Aplicação
25 Dispositivo de Sincronização
26 Dispositivo Térmico do Equipamento
27 Relé de Subtensão
28 Reservada para Futura Aplicação
29 Contactor de Isolamento
30 Relé Anunciador
31 Dispositivo de Excitação em Separado
32 Relé Direccional de Potência
33 Chave de Posicionamento
34 Chave de Sequência, Operada por Motor
35 Dispositivo para Operação das Escovas ou para Curto-circuitar Anéis
Colectores
36 Dispositivo de Polaridade
37 Relé de Subcorrente ou Subpotência
38 Dispositivo de Protecção de rolamento
39 Reservada para Futura Aplicação
40 Relé de Campo
41 Disjuntor ou Chave de Campo
42 Disjuntor ou Chave de Operação Normal
43 Dispositivo ou Selector de Transferência Manual
44 Relé de Sequência de Partida das Unidades
45 Reservada para Futura Aplicação

32
46 Relé de Reversão ou Balanceamento de Corrente de Fase
47 Relé de Sequência de Fase de Tensão
48 Relé de Sequência Incompleta
49 Relé Térmico para Máquina ou Transformador
50 Relé de Sobrecorrente Instantâneo
51 Relé de Sobrecorrente de Tempo
52 Disjuntor de Corrente Alternada
53 Relé para Excitatriz ou Gerador CC
54 Disjuntor de Corrente Contínua, Alta Velocidade
55 Relé de Factor de Potência
56 Relé de Aplicação de Campo
57 Dispositivo para Aterramento ou Curto- Circuito
58 Relé de Falha de Rectificação
59 Relé de Sobretensão
60 Relé de Balanço de Tensão
61 Relé de Balanço de Corrente
62 Relé de Interrupção ou Abertura Temporizada
63 Relé de Pressão de Nível ou de Fluxo, de Líquido ou Gás
64 Relé de Protecção de Terra
65 Regulador (Governador)
66 Dispositivo de Intercalação ou Escapamento de Operação
67 Relé Direccional de Sobrecorrente CA
68 Relé de Bloqueio
69 Dispositivo de Controle Permissivo
70 Reóstato Electricamente Operado
71 Reservada para Futura Aplicação
72 Disjuntor de Corrente Contínua
73 Contactor de Resistência de Carga
74 Relé de Alarme
75 Mecanismo de Mudança de Posição
76 Relé de Sobrecorrente CC
77 Transmissor de Impulsos
78 Relé de Medição de Ângulo de Fase, ou de Protecção Contra Falta de
Sincronismo
79 Relé de Religamento CA
80 Reservada para Futura Aplicação
81 Relé de Subfrequência
82 Relé de Religamento CC
83 Relé de Selecção de Controle ou de Transferência Automática
84 Mecanismo de Operação
85 Relé Receptor de Onda Portadora ou Fio-Piloto
86 Relé de Bloqueio
87 Relé de Protecção Diferencial
88 Motor Auxiliar ou Motor Gerador
89 Chave Seccionadora
90 Dispositivo de Regulação
91 Relé Direccional de Tensão

33
92 Relé Direccional de Tensão e Potência
93 Contactor de Variação de Campo
94 Relé de desligamento, ou disparo livre

3.3.6.3. Fusível

O fusível se destina a proteger o circuito contra curto-circuitos, sendo também um limitador da


corrente de curto-circuito.

3.3.7. Equipamentos de Medição

Constituem os instrumentos destinados a medir grandezas tais como corrente, tensão,


frequência, potência activa e reactiva, etc.

4. Especificações de alguns dispositivos usados na rede da EDM

Para a protecção do sistema eléctrico da EDM são utilizados os reles com as seguintes funções:

 Protecção sobrecorrente não direccional trifásica (ajuste temporizado e instantâneo);


 Protecção não direccional de defeito de terra (ajuste temporizado e instantâneo);
 Protecção direccional de sobrecorrente (ajuste temporizado e instantâneo);
 Protecção direccional de defeito de terra (ajuste temporizado e instantâneo);
 Protecção de sobretensão;
 Protecção de sobretensão residual;
 Protecção de subtensão;
 Função de religamento automática;
 Protecção de terra restrita;
 Protecção diferencial (transformadores ≥ 5MVA).

34
Marcas e fabricantes dos reles usados na EDM

 ABB;
 SEL
 AREVA
 SIEMENS

Para a protecção dos equipamentos eléctricos da rede da EDM é exigida que no mínimo tenham
as seguintes funções disponíveis:

 Linhas 220 kV – Proteção diferencial de linha e uma protecção de distancia;

 Linhas de 110kV:

Números Função de protecção


21/21N Protecção de distancia (tipo quadrilateral) com mínimo 3 zonas em frente e uma
reversa.
FL Localizador de falta
50N/51N, Protecção direccional de defeito de terra com a característica DT (defined time)
67/67N
50/51 Protecção de retaguarda de sobrecorrente com as características DT e IDMT
(indefined multiple time )
25 Dispositivo de Sincronização
79 Religador automático

 Linhas de 66 kV:

Números Função de protecção


21/21N Protecção de distancia (tipo quadrilateral) com mínimo 3 zonas em frente e uma
reversa.
FL Localizador de falta
50N/51N, Protecção direccional de defeito de terra com a característica DT (defined time)
67/67N
50/51 Protecção de retaguarda de sobrecorrente com as características DT e IDMT
(indefined multiple time )
25 Dispositivo de Sincronização
79 Religador automático

35
 Linhas de 33kV:

Números ANSI Função de protecção


51 Protecção de sobrecorrente com as caracteristricas DT e IDMT
50 Protecção de sobrecorrente instantânea
51N Protecção de defeito de terra com as características DT e IDMT
50N Protecção de defeito de terra instantâneo
67 Protecção direccional de sobrecorrente
67N Protecção direccional de defeito de terra
25 Dispositivo de sincronismo
59N Dispositivo de sobretensão residual
79 Religador automático

 Transformadores

Números ANSI Funções de protecção


87T Protecção diferencial do transformador
64G Protecção de defeito de terra restrita
50,51,50N Protecção de sobre corrente de fase e de neutro com os ajustes temporizado
e instantâneo, com as características DT e IDMT dos dois lados.
49 Protecção térmica de sobrecarga.
50N Protecção de sobrecorrene de neutro.
Rele de regulação de tensão automática
Protecções Temperatura dos enrolamentos e de óleo, nível de óleo, Bucholz, rele de
mecânicas do pressão e comutador de amplitude e fase.
transformador

5. Projecto de uma Subestação

Neste capítulo serão analisadas as etapas do projecto de uma subestação e os documentos que
são necessários para o mesmo.

36
Para se fazer o projecto eléctrico de uma SE, tem-se como ponto de partida algumas
informações definidas no projecto electromecânico. Onde fazem a descrição completa do
diagrama unifilar da subestação especificando os equipamentos principais que compõem o
“Bay”, tais como disjuntores, seccionadores, transformadores, religadores, para-raios, etc.

Em alguns casos a escolha dos modelos e fabricantes dos reles, painéis, cabos, e equipamentos
internos do painel e previamente feita pela empresa onde se vai implementar o projecto. Não
havendo porem, esta escolha fica por parte da técnico na qual esta a fazer o projecto.

O projecto de uma SE pode ser dividido basicamente em quatro partes:

 Projecto Civil;
 Projecto Electromecânico;
 Projecto Eléctrico;
 Projecto Arquitectónico.

O projecto Civil trata das estruturas da casa de controlo (onde se encontram os computadores,
e equipamentos de BT), muros, refrigeração da sala, e demais estruturas de carácter da
engenharia civil.

O projecto electromecânico trata da elaboração do circuito de potência, dimensionamento dos


equipamentos eléctricos de potencia (disjuntores, seccionadores, transformadores, etc.),
dimensionamento da malha de terra, das estruturas de sustentação dos equipamentos, etc.

O projecto eléctrico e onde tratam dos esquemas de protecção e controle da subestação. Este
projecto veio sofrendo grandes alterações com a chegada da automação. Antigamente consistia
em um circuito de comando localizado em um painel e outro de protecção, onde os elementos
principais são os relés. Com a chegada da automação, estes circuitos resumiram-se em apenas
um único painel.

O Projecto Arquitectónico trata da rede lógica de comunicação dos relés digitais entre si, com
os computadores e com a sala central de computadores. Sendo assim, este tipo de projecto
surgiu com a automação, já que antes não havia tal integração. Actualmente, este projecto é
elaborado pelos fabricantes dos relés, uma vez que se tenha definido a quantidade destes e o
método de transmissão de informação (rede telefónica, fibra óptica, etc.).

Mais no caso em estudo vai-se analisar não o projecto de uma subestação em si, porque a
subestação já existe e pretende-se expandir a subestação adicionando mais uma unidade de
transformadores monofásicos. Portanto o projecto tem o objectivo de elaborar apenas o
projecto electromecânico, projecto eléctrico e analisar as possíveis condições para a sua
implementação.

37
5.1. Principais documentos que compõem um projecto Eléctrico de uma SE

 Diagrama unifilar – Inclui a parte de protecção, que pode ser alterada se necessário.
 Diagrama trifilar;
 Diagrama funcional;
 Diagrama de fiação;
 Diagrama de interligação;
 Lista de cabos;
 Diagramas lógicos;
 Desenhos construtivos dos painéis.

Dependendo do técnico que estiver a fazer o projecto, surgem casos em que o diagrama trifilar
e o diagrama funcional são unidos em um documento único denominado Diagrama
esquemático.

38
6. Projecto do Bay Transformador 2

6.1. Transformador trifásico montado em bancos trifásico

Os transformadores monofásicos dependendo das necessidades eles podem ser arranjados de


forma a formar um banco trifásico.

A figura a baixo mostra um transformador trifásico constituído por três transformadores


monofásicos de três enrolamentos, sendo cada um deles idênticos. As letras A,B e C, e N
representam respectivamente as três fases e o neutro, as subscrições denominam os terminais
primário (1), secundário (2) e terciário (3), e as letras Y e ∆ denominam o tipo de ligação em
estrela ou triangulo respectivamente.

A utilização do transformador trifásico constituído por unidades monofásicas pode proporcionar


uma vantagem, que é, no caso de perda de uma unidade duma das fases seja feita a sua
reposição sem ter de desligar as outras unidades não avariadas.

Em alguns casos dependendo do tipo de ligação das unidades apesar da perda de uma das
unidades, é possível dar continuidade a transformação trifásica com as duas unidades
remanescentes. No caso dum transformador trifásico, a perda de uma das fases pode inutilizar
todo o transformador.

Ao fazer o arranjo trifásico das unidades transformadoras é preciso considerar as seguintes


exigências:

 As unidades devem ter a mesma razão de transformação;


 Todas as unidades devem operar na mesma frequência (50 ou 60Hz);
 Deve ser observada a polaridade de cada unidade;
 As impedâncias internas devem ter um valor próximo em valores por unidade.

A desvantagem deste tipo de arranjo trifásico relativamente ao transformador trifásico e o facto


de ser caro, tendo em conta que os transformadores trifásicos por serem projectados para este
fim custam menos e apresentam melhor eficiência que um numero equivalente de
transformadores monofásicos ligados em banco.

39
40
6.1.1. Paralelo de transformadores monofásicos

Quando surge a necessidade de aumentar a potência em situações de emergência, dois ou mais


transformadores com mesma ou diferentes capacidades podem ser ligados em paralelo. Os
transformadores monofásicos dispõem de polaridades denominadas de adição e subtracção
seguindo os seguintes requisitos para o seu agrupamento.

 Os transformadores devem ter a mesma razão de transformação;


 Os transformadores devem ser ligados ao primário da mesma fase;
 Os transformadores devem ter a frequências nominais idênticas;
 Devem ter comutadores de razão de transformação idênticos;
 A impedância por unidade de cada unidade deve estar entre 0,925 a 1,075pu, para que
se possa maximizar a capacidade.

41
6.2. Dimensionamento dos equipamentos do parque

6.2.1. Dimensionamento dos TI’s para os lados 220kV e 110kV.

Dados:

2 Transformadores com S = 84/72/57MVA

U=220/110/18.6kV

ucc =10.5/4.66/17.6%

1 Passo. Verificar se os transformadores de corrente já existentes tanto da linha B00 e das


linhas CL75 e CL76 tem a capacidade para deixar passa a corrente dos 2 transformadores em
paralelo.

=2× = 2 × 84 = 168

=2× = 2 × 72 = 144

=2× = 2 × 57 = 114

Onde:

SH – Potencia aparente do transformador do lado do primário;

SM – Potencia aparente do transformador do lado do secundário;

SL – Potencia aparente do transformador do lado do terciário;

Stotal = 168/144/114MVA

42
2 Passo: Calculo das correntes nominais e de curto-circuito nos barramentos

a) Calculo das correntes de curto-circuito:

168
= = = 1600
0.105

144
= = = 3090.128
0.0466

114
= = = 647.727
0.176

1600 × 10
= = = 4.198
√3 × √3 × 220 × 10

3090.128 × 10
= = = 16.218
√3 × √3 × 110 × 10

647.727 × 10
= = = 20.105
√3 × √3 × 18.6 × 10

b) Calculo das correntes nominais:

168 × 10
= = 440.88
√3 × 220 × 10

144 × 10
= = 755.803
√3 × 110 × 10

114 × 10
= = 3,538
√3 × 18.6 × 10

43
Cálculo da corrente primária do TI sob condições de sobrecarga considerando 30% de
sobrecarga para linha B00:

≥ × ≥ 1.3 × 440.88 ≥ 573.144

Cálculo da corrente primária do TI sob condições de curto-circuito considerando k = 20

4.198 × 10
= = = 209.9
20

O transformador ideal para a linha B00 tem de ter a razão de transformação de 600/1A.

NB : Portanto o TI existente tem a razão de transformação 500-1000/1A, ira funcionar na rede.

Cálculo da corrente primária do TI sob condições de sobrecarga considerando 30% de


sobrecarga para linha CL75 e CL76:

≥ × ≥ 1.3 × 755.803 ≥ 982.543

Cálculo da corrente primária do TI sob condições de curto-circuito considerando k = 20 para as


linhas CL75 e CL76:

16.218 × 10
= = = 810.9
20

O TI ideal para as linhas CL75 e CL76 deviam ter uma razão de transformação 1000/1A.
Portanto não haverá necessidade de mudança dos TI’s das linhas tendo em conta que os TI’s
existentes têm uma razão de transformação de 500-1000/1A.

44
Dimensionamento dos TIs para o lado de 220kV do transformador:

 Cálculo da corrente nominal do lado de 220kV do transformador

84 × 10
= = 220.442
√3 × 220 × 10

 Cálculo da corrente primária do TI sob condições de sobrecarga considerando 30% de


sobrecarga:

≥ × ≥ 1.3 × 220.442 ≥ 286.575

 Cálculo da corrente primária do TI sob condições de curto-circuito considerando o factor


de sobre-tensão FS = 20:

84
= = = 800
0.105

800 × 10
= = = 2.099
√3 × √3 × 220 × 10

2.099 × 10
= = = 104.97
20

A razão de transformação para o TI do lado de 220kV deve ser de 400/1. Portanto tendo em
conta o crescimento de carga na rede nacional e a possível substituição futura do
transformador por um de maior potência pode se dar uma margem, passando para um TI com
a razão de transformação de 500-1000/1/1A.

45
Dimensionamento dos TIs para o lado de 110kV do transformador:

 Cálculo da corrente nominal do lado de 110kV do transformador

72 × 10
= = 377.901
√3 × 220 × 10

 Cálculo da corrente primária do TI sob condições de sobrecarga considerando 30% de


sobrecarga:

≥ × ≥ 1.3 × 377.901 ≥ 491.27

 Cálculo da corrente primária do TI sob condições de curto-circuito considerando o factor


de sobre-tensão FS = 20:

72
= = = 1545.064
0.0466

1545.064 × 10
= = = 8.102
√3 × √3 × 110 × 10

8.102 × 10
= = = 405.474
20

A razão de transformação para o TI do lado de 110kV deve se de 500-1000/1/1A.

46
6.2.2. Dimensionamento dos disjuntores para o lado de 110 e 220kV do transformador:

As correntes de curto-circuito do lado de 110 e 220kV do transformador são respectivamente


2.099kA e 8,102kA.

47
48
49
50
Quadro do Transformador de Corrente Painel de Medição

X413 X413 X4113


3S1
P1

P2
3S2

3S1
P1

P2 3S2

3S1
P1

P2
3S2

X414 X414

4S1
P1

P2
4S2

4S1
P1

P2
4S2

4S1
P1

P2
4S2

Coneccao dos transformadores de Corrente do lado de 220kV

51
52
Quadro do Transformador de Corrente Painel de Medição

X413 X413 X4113


3S1
P1

P2
3S2

3S1
P1

P2 3S2

3S1
P1

P2
3S2

X414 X414 X414

4S1
P1

P2
4S2

4S1
P1

P2
4S2

4S1
P1

P2
4S2

Coneccao dos transformadores de Corrente do lado de 110kV

53
54
55
Painel de controlo
Circuitos de Medida

1 1 1 1
A V kWh
1 1 1 1

1 W Var 1 1 1
kVar h

1 1 1 1

1 1 1 1 1 1 1 1

1 1 1

1 1 1

1 1 1

1 1 1

56
Circuitos de Medida
Transformador 2 220/110kV

Voltage
Regulator
Relay

A V

kW Var

Mensurment
Recording

57
Faltam os seguites desenhos:

Circuto de abertura de disjuntor

Trip por protecção diferencial, sobrecorrente

Proteccao mecânica do transformador

Tap changer do transformador

58

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