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Máquina síncrona

A máquina síncrona é um dispositivo essencialmente reversível, isto é, sem nenhuma


modificação, tanto pode operar como motor ou como gerador.

Motor sícrono

Como os motores de indução, os motores síncronos possuem enrolamentos no estator


que produzem o campo magnético girante, mas, o circuito do rotor de um motor
síncrono é excitado por uma fonte de corrente contínua proveniente de uma excitatriz,
que é um pequeno gerador de corrente contínua. A Figura 10 mostra o desenho da
estrutura básica de um motor síncrono.

O motor síncrono não tem partida própria, necessitando, portanto, que o rotor seja
arrastado até a velocidade sínrona por um meio auxiliar. Existem motores em que a
partida é dada por condutores em gaiola embutidos na face dos pólos do rotor. Inicia-se
a partida como motor de indução e no momento certo excita-se os pólos do rotor e o
motor entra em sincronismo.

Efeito da carga e da corrente de excitação

Motor síncrono sem carga


No motor síncrono o rotor engata-se magneticamente para acompanhar o campo girante,
criado no estator, e deve continuar a girar em sincronismo qualquer que seja a carga. A
Figura 11 mostra a posição do rotor sem carga

Consideremos um motor sem carga com velocidade síncrona. A corrente de excitação


poderá ser ajustada para que a fem induzida (fcem) seja praticamente igual à tensão
aplicada ( ). Neste caso nenhuma corrente é absorvida da rede. A Figura 12
mostra os fasores das tensões.

A variação da corrente de excitação dá ao motor síncrono a capacidade de poder


funcionar com fator de potência unitário, ou em avanço ou em atraso, sendo esta
propriedade uma das notáveis vantagens que este motor apresenta, permitindo que ele
funcione no sistema comportando-se como um reator ou um capacitor.

Se a corrente de excitação for insuficiente para gerar um fluxo capaz de produzir nos
condutores do estator uma fem igual e oposta à tensão aplicada, uma corrente irá
circular nos condutores do estator tal que o campo por ela produzido combinado com o
campo produzido pela corrente de excitação possam gerar nos condutores do estator
uma fem igual e oposta à tensão aplicada. A Figura 13 mostra os fasores para esta
situação.

A corrente fica defasada de (em atraso) da tensão , pois o circuito é indutivo.


Em relação a tensão aplicada esta corrente também fica atrasada de . Assim,
podemos dizer que um motor síncrono subexcitado se comporta como um indutor.
Se, agora, considerarmos o motor síncrono sobreexcitado a fem induzida se tornará

maior do que a tensão aplicada ; e, nesta hipótese, inverte o seu sentido, como
mostra a Figura 14.

Em relação a tensão aplicada a corrente fica adiantada de , e nesta situação o


motor síncrono se comporta como um capacitor.

Vê-se, portanto, que o campo produzido pela corrente no estator ou ajuda ou se opõe ao
campo criado pela corrente de excitação de modo a manter constante o fluxo no
entreferro.

Devida a esta versatilidade o motor síncrono é utilizado em sistema de potência para


controle da tensão.

Motor síncrono com carga

A velocidade do motor síncrono não diminui quando funciona com carga, pois sua
velocidade é essencialmente constante e igual a velocidade síncrona.

Considerando V = E e colocando carga no motor síncrono, a sua velocidade tende a


diminuir momentaneamente e ocorrerá um deslocamento angular entre os pólos do rotor
e o estator de um ângulo (chamado de ângulo de torque), como mostra a Figura 15.

As tensões e não mais estarão em sentidos opostos. A tensão resultante fará


com que uma corrente flua no enrolamento do estator e estará defasada de
aproximadamente , devido a alta indutância dos enrolamentos do estator. A Figura
16 mostra os fasores nesta situação.
Um aumento da carga resulta num grande ângulo de torque, que produz um aumento de

e . O rotor perde o sincronismo caso uma carga excessiva seja imposta ao eixo
do motor, causando a sua parada.

Gerador síncrono (alternador)

O gerador síncrono tem os mesmos componentes do motor síncrono. A diferença é que


impõe-se uma rotação constante no seu eixo. O campo produzido nos pólos do rotor
corta os condutores dos enrolamentos dos estatores, gerando neles as tensões induzidas.

Este tipo de máquina tem uma importância fundamental na geração da energia elétrica,
sejam em usinas hidroelétricas ou em termoelétricas com qualquer capacidade.

Transformadores em sistema trifásico


No sistema elétrico de potência os transformadores, por motivos óbvios, devem ser
ligados para operar no sistema trifásico.

Há duas maneiras de se obter a ligação trifásica:

 transformador trifásico, construído para esta finalidade;


 banco tifásico de transformadores (três transformadores monofásicos
convenientemente ligados para permitir a transformação trifásica).

As ligações dos enrolamentos do primário e do secundário de um transformador


trifásico ou banco trifásico podem ser em estrela ou em triângulo. Assim, na prática
podemos ter quatro tipos de ligações:

 Triângulo / Estrela (D/y)


 Estrela / Triângulo (Y/d)
 Triângulo / Triângulo (D/d)
 Estrela / Estrela (Y/y)

As ligações trifásicas e as respectivas grandezas nos lados primário e secundário são


mostradas nas Figuras 12, 13, 14 e 15.

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