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Neste trabalho, será utilizado como objeto de estudo o motor com rotor gaiola
de esquilo devido a sua maior aplicabilidade na indústria.
120 𝑓 (2.1)
𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 =
𝑃
𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 − 𝑛𝑚 (2.4)
𝑠= ∗ 100%
𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐
Fazendo a análise da equação 2.4, observa-se o que foi citado anteriormente.
Caso a velocidade do motor seja igual a velocidade síncrona o escorregamento do
motor será zero (s=0). Porém, se a velocidade do motor for igual a zero, então o seu
escorregamento será igual a um (s=1). Portanto, nota-se que qualquer velocidade do
motor de indução estará entre esses dois limites.
Quanto maior a carga a ser acionada pelo motor de indução, maior terá que ser
o conjugado e para isso maior terá que ser a diferença entre as velocidades síncrona
e do motor (velocidade de escorregamento). Portanto, à medida que a carga aumenta,
a rotação do motor diminui e a máxima carga que o motor pode assumir seria a
velocidade de escorregamento se aproximando de um e quanto menor a carga a ser
acionada seria a velocidade de escorregamento se aproximando de zero.
𝑛𝑚 = (1 − 𝑠) 𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 (2.5)
A frequência no rotor do motor de indução está entre dois limites que ocorreriam
em duas situações: a primeira seria com o rotor totalmente bloqueado de modo que a
sua velocidade fosse zero (nm=0), nesse caso o valor da frequência do rotor seria a
mesma da frequência do estator (f estator = frotor). O segundo caso, seria para o rotor
estar girando na mesma velocidade que a velocidade síncrona (nm = nsinc), logo a sua
frequência seria igual a zero (frotor = 0). Portanto, para qualquer velocidade entre esses
dois casos, a frequência será diretamente proporcional ao seu escorregamento, sendo
definido de acordo com a equação 2.6.
𝑃 (2.7)
𝑓𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 = (𝑛 − 𝑛𝑚 )
120 𝑠𝑖𝑛𝑐
Por meio das fórmulas já citadas, nota-se que é possível variar a velocidade do
motor de duas formas: mudando seu número de polos ou variando a frequência que
chega ao motor. Nos capítulos posteriores estudaremos as formas para a variação de
velocidade do motor através dos inversores de frequência.
𝐼1 representa a corrente que flui por uma fase do enrolamento do estator, em [A];
As perdas no cobre do estator nas três fases (𝑃𝑃𝐶𝐸 ) são dadas pela equação
2.8.
𝑃𝑃𝐶𝐸 = 3𝐼12 𝑅1 (2.8)
𝑉12 (2.9)
𝑃𝑛ú𝑐𝑙𝑒𝑜 =3
𝑅𝐶
Sendo assim, a potência de entreferro (𝑃𝐸𝐹 ) pode ser obtida através da equação
2.10.
𝑅2 (2.11)
𝑃𝐸𝐹 = 3𝐼22
𝑆
1−𝑠 (2.13)
𝑃𝑐𝑜𝑛𝑣 = 3𝐼22 𝑅2 ( )
𝑠
𝑃𝑐𝑜𝑛𝑣 (2.15)
𝜏𝑖𝑛𝑑 =
𝑤𝑚
𝑃𝐸𝐹 (2.16)
𝜏𝑖𝑛𝑑 =
𝑤𝑠𝑖𝑛𝑐
Esse conjugado difere daquele que está disponível nos terminais do motor e é
conhecido também como conjugado desenvolvido da máquina. No capítulo posterior
será estudado as características das curvas de conjugado versus velocidade do motor
de indução.
Como foi visto na seção 2.3 o circuito equivalente do motor de indução é muito
importante e muito útil para determinar as respostas do motor às mudanças de carga
e calcular o desempenho do rendimento do motor e suas perdas. Para se obter os
parâmetros do circuito equivalente (𝑅1 , 𝑅2 , 𝑋1 , 𝑋2 e 𝑋𝑀 ) é necessário serem feitos
alguns ensaios.
O ensaio a vazio ou sem carga é feito com o objetivo da obtenção das perdas
devido a rotação do motor (atrito do eixo com os mancais e ventilação) e das perdas
relacionadas a corrente de magnetização no núcleo magnético do rotor e do estator.
O procedimento consiste em deixar o motor sem nenhuma carga mecânica conectada
ao motor, sendo as perdas por atrito e a ventilação as únicas “cargas” do motor.
Instrumentos de medidas são conectados ao motor para que sejam feitas as
medições. Sendo assim, a potência que o motor vai converter vai ser consumida por
perdas mecânicas e o escorregamento do motor é muito pequeno. O circuito
equivalente inicial para o motor está ilustrado na figura 2.6.
Figura 2.6 - Circuito equivalente inicial de um ensaio a vazio.
Nesse caso, essa resistência que ficou mantida no circuito, pode ser associada
com a resistência correspondente às perdas no núcleo de ferro, o que resulta no
circuito que está sendo mostrado na figura 2.8.
𝑉∅ (2.20)
𝑍𝑒𝑞 = ≈ 𝑋1 + 𝑋𝑀
𝐼1,𝑉𝑍
𝑉𝐶𝐶 (2.21)
𝑅1 =
2𝐼𝐶𝐶
Em posse do valor de 𝑅1 , é possível obter as perdas no cobre do estator e em
seguida as perdas rotacionais.
O ensaio é realizado com o rotor do motor totalmente bloqueado sem que ele
possa se mover, e então uma tensão é aplicada ao seu estator para que possam ser
feitas medições que serão necessárias para a obtenção dos dados do circuito
equivalente do motor. O circuito equivalente para esse teste está ilustrado na figura
2.9.
Figura 2.9 - Circuito equivalente de um ensaio de um motor de indução com rotor bloqueado
Como o motor está com o seu eixo bloqueado, ele tem o seu escorregamento
de valor unitário, e portanto a sua resistência será 𝑅2 . Como os valores de 𝑅2 e 𝑋2 são
muito pequenos a corrente circulará por eles e o ramo de magnetização pode ser
desprezado.
𝑅𝑅𝐵 = 𝑅1 + 𝑅2 (2.22)
A reatância total também pode ser encontrada através da equação 2.24, já que
a reatância é diretamente proporcional à frequência.
𝑓𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 (2.24)
𝑋𝑅𝐵 = 𝑋′ = 𝑋1 + 𝑋2
𝑓𝑒𝑛𝑠𝑎𝑖𝑜 𝑅𝐵
Os motores de alto rendimento são motores que são projetados para ter o seu
consumo reduzido em relação aos motores da linha padrão, porém fornecendo a
mesma potência de um motor da linha padrão com as mesmas características. Para
isso, eles são construídos com materiais de melhor qualidade.
- Chapas metálicas de maior qualidade, que utilizam aço silício, o que reduz as
correntes de magnetização;
- Maiores volumes de cobre, reduzindo consequentemente a temperatura de
operação;
- Entre outras.
Existem diversos fatores que podem ser mudados ou planejados para que se
haja o uso de uma energia de forma eficiente. Um deles é o dimensionamento correto
do motor de acordo com a carga que será acionada pelo mesmo. Deve-se saber que
tipo de carga será utilizada, as características elétricas, características físicas,
condições a que elas estão sujeitas, entre outras coisas. Quando o motor é
subdimensionado o conjugado de carga é maior do que o conjugado nominal do motor,
portanto para conseguir acionar a carga será exigido mais energia elétrica do que se
ele estivesse em funcionamento normal. Isso pode acabar causando aquecimento
além das condições normais, diminuição da vida útil e consequentemente um maior
consumo.
Muitas vezes, as grandes empresas preferem pagar multas ou pagar uma conta
de energia um pouco mais cara do que fazer o dimensionamento e a manutenção
correta dos motores ou até mesmo a troca dos motores da linha padrão pelos de alto
rendimento, o que acaba prejudicando a rede de distribuição de energia em muitos
casos.