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46. A Observação dos G ases.

- A compressibilidade dos gases é a capacidade


que a amostra gasosa tem de ocupar um volume
menor. Isso revela que existe muito espaço vazio
entre moléculas.
- Um gás tende sempre a escapar do recipiente e
isso indica que as moléculas se movimentam
rapidamente. A pressão uniforme em direção
indica que não há direção preferencial para o
movimento.
47. A P ressão.
- A pressão, 𝑃, é a força 𝐹 exercida pelo gás,
dividida pela área 𝐴, sobre a qual a força é
exercida: Representação do barômetro de Torricelli e a
𝐹 descrição da pressão exercida pela coluna de
𝑃=
𝐴 Hg.
- A força surge quando as moléculas do gás - A pressão seria calculada como segue:
colidem nas paredes do recipiente.
𝐹 𝑚𝑔 𝑑𝑉𝑔 𝑑𝐴ℎ𝑔
𝑃= = = = → 𝑃 = 𝑑𝑔ℎ
𝐴 𝐴 𝐴 𝐴
Exercício 37) Suponha que a altura da coluna de
mercúrio em um barômetro é 760 𝑚𝑚 em 15°𝐶.
Qual é a pressão atmosférica em pascals? Em
15°𝐶, a densidade do mercúrio é 13,595 𝑔 ∙ 𝑐𝑚−3
(que corresponde a 13595 𝑘𝑔 ∙ 𝑚−3) e a
aceleração padrão da gravidade na superfície da
Terra é 9,80665 𝑚 ∙ 𝑠 −2.
𝑃 = 𝑑ℎ𝑔 = 13595𝑘𝑔 ∙ 𝑚−3 ⋅ 0,760𝑚 ⋅ 9,80665 𝑚 ∙ 𝑠 −2
𝑃 = 1,01 ⋅ 105 𝑘𝑔 ⋅ 𝑚−1 ⋅ 𝑠 −2 = 1,01 ⋅ 105 𝑃𝑎
𝑃 = 101 𝑘𝑃𝑎
- Um manômetro é um tubo em forma de U
ligados ao recipiente do experimento.
- Num manômetro de tubo aberto a pressão no
aparelho é comparada com a pressão atmosférica.
Origem molecular da pressão de um gás.
A diferença de altura nos dá o quanto a pressão
- A unidade de pressão é o pascal, definido por: dentro do aparelho é maior ou menor que a
1 𝑃𝑎 = 1 𝑘𝑔 ⋅ 𝑚−1 ⋅ 𝑠 −2 pressão atmosférica.
- 1 𝑃𝑎 é uma quantidade muito pequena de - Num manômetro de tubo fechado a pressão do
pressão. Evangelista Torricelli fabricou a aparelho é comparada com a pressão no vácuo
primeira versão de um barômetro usando (zero). A diferença de altura nos dá a pressão
mercúrio. dentro do aparelho.
Exercício 39) O Centro Nacional de
Monitoramento de Furacões dos Estados Unidos
relatou que a pressão no olho do furacão Katrina
(2005) caiu a 902 𝑚𝑏𝑎𝑟. Qual é o valor em atm?
10−3 𝑏𝑎𝑟 1 𝑎𝑡𝑚
902 𝑚𝑏𝑎𝑟 ⋅ ⋅ = 0,890 𝑎𝑡𝑚
1 𝑚𝑏𝑎𝑟 1,01325 𝑏𝑎𝑟
49. A s Observações Experim entais.
- A Lei de Boyle afirma que para uma quantidade
fixa de gás em temperatura constante, o volume
é inversamente proporcional à pressão.

Manômetros de tubo (a) aberto e (b) fechado.


Exercício 38) Qual é a pressão em quilopascals
dentro de um sistema quando o nível do mercúrio
da coluna do lado do sistema, em um manômetro
de mercúrio de tubo aberto, é 25 𝑚𝑚 inferior ao
da coluna do lado da atmosfera, quando a
pressão atmosférica é de 760 𝑚𝑚𝐻𝑔 em 15°𝐶?
760 𝑚𝑚𝐻𝑔 + 25 𝑚𝑚𝐻𝑔 = 785 𝑚𝑚𝐻𝑔
101 𝑘𝑃𝑎
785 𝑚𝑚𝐻𝑔 ⋅ = 104 𝑘𝑃𝑎
760 𝑚𝑚𝐻𝑔
48.U nidades A lternativas de P ressão.
- O bar é definido como exatamente 100 𝑘𝑃𝑎.
1 𝑏𝑎𝑟 = 105 𝑃𝑎 Experimento de Boyle: de (a) para (b) mais
mercúrio é adicionado e o aumento de pressão
- A pressão padrão (𝑃°) para a listagem de dados
diminui o volume do gás.
é definida hoje como 1 𝑏𝑎𝑟.
- Graficamente 𝑃 e 𝑉 formam uma isoterma.
- A atmosfera é uma unidade baseada na pressão
atmosfera típica e é definida exatamente como:
1 𝑎𝑡𝑚 = 1,01325 ⋅ 105 𝑃𝑎
- 1 𝑎𝑡𝑚 é um pouco maior que 1 𝑏𝑎𝑟. A relação
é:
1 𝑎𝑡𝑚 = 1,01325 𝑏𝑎𝑟
- Devido à importância dos barômetros de
mercúrio o milímetro de mercúrio é uma unidade
convencional. Geralmente esse nome é
substituído por 𝑇𝑜𝑟𝑟.
1 𝑇𝑜𝑟𝑟 ≈ 1 𝑚𝑚𝐻𝑔
1 𝑎𝑡𝑚 ≈ 760 𝑇𝑜𝑟𝑟
- As cabines de avião devem ser pressurizadas, Isoterma 𝑃 × 𝑉.
pois se fossem abertas os passageiros estariam - É comum alterar gráficos como esse para se
submetidos a uma pressão muito pequena. obter linhas retas. Se plotar 𝑃 em função do
1
inverso do volume 𝑉, temos:
temperatura e o volume não pode zerar, o valor
−273,15 °𝐶 é adotado como o menor valor de
temperatura possível. Assim, o zero da escala
Kelvin.

1
Dependência linear de 𝑃 com 𝑉.
- Matematicamente a lei de Boyle é expressa
como:
(𝑃𝑉 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒)𝑛,𝑇
Extrapolação das retas 𝑉 × 𝑇 em várias
Exercício 40) Uma amostra de 10,0 L de neônio pressões.
em 300. Torr sofre expansão isotérmica em um
- A unidade do S.I. de 𝑇 é o kelvin e a graduação
tubo sob vácuo com volume de 20,0 L. Qual é a
é a mesma da escala celsius: 1 𝐾 = 1°𝐶.
pressão final do neônio no tubo?
- Para transitar entre as escalas basta adicionar
𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑉𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑉𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
ou subtrair a parcela 273,15 à temperatura.
300 𝑇𝑜𝑟𝑟 ⋅ 10,0 𝐿 = 𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ⋅ 20,0 𝐿
𝑇 𝑇
= + 273,15
𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 150 𝑇𝑜𝑟𝑟 𝐾 °𝐶
- A lei de Charles (que as vezes é atribuída a - Matematicamente:
Gay-Lussac) afirma que o volume de uma 𝑉
quantidade fixa de gás sob pressão constante ( = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒)
𝑇 𝑃,𝑛
varia linearmente com a temperatura.
- Analogamente (como Gay Lussac provou em
experimentos) a pressão de um gás varia
linearmente com a temperatura, mantendo 𝑇 e 𝑛
fixos.

Dependência linear de 𝑉 com 𝑇.


- Quando a reta na Lei de Charles é extrapolada
o volume zero seria alcançado a −273,15 °𝐶.
Como o gás condensa antes de chegar a essa Dependência linear de 𝑃 com 𝑇.
- Matematicamente: 𝑃𝑉
= 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑃 𝑛𝑇
( = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒) 𝑃𝑉 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 × 𝑛𝑇
𝑇 𝑉,𝑛

Exercício 41) Um tanque rígido é usado para - A constante de proporcionalidade é conhecida


estocar oxigênio na parte externa de um edifício. como constante dos gases ideais (𝑅):
A pressão no interior do tanque é 20,00 atm às 𝑅 = 8,314 𝐽 ⋅ 𝐾 ⋅ 𝑚𝑜𝑙 −1
6h00, quando a temperatura ambiente é 10.°C.
Qual é a pressão no tanque às 18h00, quando a
temperatura atinge 30.°C?
𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
=
𝑇𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑇𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
20,00 𝑎𝑡𝑚 𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
= Valores de R em diferentes unidades.
(10 + 273,15) 𝐾 (30 + 273,15) 𝐾
𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 21,4 𝑎𝑡𝑚 - A lei do gás ideal é:

- O princípio de Avogadro afirma que nas 𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇


mesmas condições de temperatura e pressão, um - Essa expressão é uma equação de estado, ou
determinado número de moléculas de gás ocupa seja, mostra como a pressão de uma substância
o mesmo volume, independentemente de sua se relaciona com a temperatura, o volume e a
identidade química. quantidade de substância na amostra.
- Matematicamente: - Gases que obedecem a essa expressão são gases
𝑉 ideais.
( = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝑉𝑚 )
𝑛 𝑃,𝑇 - A equação dos gases ideais é uma equação
- Essa constante é conhecida como volume molar limite, mas muitos gases obedecem a essa lei (se
(𝑉𝑚 ), o volume ocupado por 1 mol de um gás. comportam idealmente) para 𝑃 → 0. Quando a
pressão aumenta desvios ocorrem. Por isso a lei
- Quando o gás está a 0°C e 1 atm o volume dos gases ideais é uma lei limite.
molar dos gases é 22,4 L/mol.
50. A s A plicações da Lei dos G ases Ideais.
Exercício 41) Um balão atmosférico foi inflado
com hélio em 220°C e uma determinada pressão, - Uma consequência da lei do gás ideal é a lei dos
com 1,2.103 mol de He até completar o volume gases combinada:
de 2,5.104 𝐿. Qual é o volume molar do hélio 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑉𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑉𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
=
nessas condições? 𝑛𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑇𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑛𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑇𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
2,5 ⋅ 104 𝐿 Exercício 41) Calcule a pressão (em atm) no
𝑉𝑚 = = 21 𝐿 ⋅ 𝑚𝑜𝑙 −1
1,2 ⋅ 103 𝑚𝑜𝑙 interior de uma célula de uma tela de plasma,
- Combinando as quatro leis: sabendo que o volume da célula é 0,030 𝑚𝑚3 e
que ela contém 9,6 𝑛𝑔 de gás neônio. A
(𝑃𝑉 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒)𝑛,𝑇 temperatura é 34°𝐶.
𝑉
( = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒) 𝑛𝑅𝑇 𝑚𝑅𝑇
𝑇 𝑃,𝑛 𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 → 𝑃 = =
𝑉 𝑀𝑉
𝑃 9,6 ⋅ 10−9 𝑔 ⋅ 8,20574 ⋅ 10−2 𝑎𝑡𝑚 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑚𝑜𝑙 −1 ⋅ 𝐾 −1 ⋅ (307 𝐾)
( = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒) 𝑃=
20,18 𝑔 ⋅ 𝑚𝑜𝑙 −1 ⋅ 3,0 ⋅ 10−8 𝐿
𝑇 𝑉,𝑛
𝑉 𝑃 = 0,40 𝑎𝑡𝑚
( = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒)
𝑛 𝑃,𝑇

- É possível chegar na lei dos gases ideais.


Exercício 42) Suponha que, quando um pistão é 51. O V olum e M olar e a D ensidade dos
empurrado, o volume no interior de um cilindro G ases.
cai de 100. 𝑐𝑚3 para 20. 𝑐𝑚3 antes da ignição.
- A lei do gás ideal permite calcular o volume
Suponha também que a compressão é isotérmica.
molar em uma dada condição:
Calcule a pressão final da mistura gasosa se a
pressão inicial é 1,00 𝑎𝑡𝑚. 𝑉 𝑅𝑇 𝑅𝑇
𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 → = → 𝑉𝑚 =
𝑛 𝑃 𝑃
𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑉𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑉𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
= - Duas condições comumente abordadas:
𝑛𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑇𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑛𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑇𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
1. Condições normais de temperatura e pressão
1,00𝑎𝑡𝑚 ⋅ 100𝑐𝑚3 = 𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ⋅ 20𝑐𝑚3
(CNTP): 𝑃 = 1 𝑎𝑡𝑚, 𝑇 = 0 °𝐶 (273,15 𝐾):
𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 5,0 𝑎𝑡𝑚
𝑅𝑇
𝑉𝑚 = = 22,41 𝐿 ⋅ 𝑚𝑜𝑙 −1
𝑃
2. Condições padrão de temperatura e pressão
(CPTP): 𝑃 = 1 𝑏𝑎𝑟, 𝑇 = 25 °𝐶 (298,15 𝐾):
𝑅𝑇
𝑉𝑚 = = 24,79 𝐿 ⋅ 𝑚𝑜𝑙 −1
𝑃
Exercício 44) Calcule o volume ocupado por
1,0 𝑘𝑔 de hidrogênio em 25°𝐶 e 1,0 𝑏𝑎𝑟.
Ilustração do exercício. 1000 𝑔 1 𝑚𝑜𝑙 24,79 𝐿
1,0 𝑘𝑔 ⋅ ⋅ ⋅ = 1,2 ⋅ 104 𝐿
Exercício 43) Uma amostra de gás medindo 1 𝑘𝑔 2𝑔 1 𝑚𝑜𝑙
500 𝑚𝐿 em volume em 28,0°𝐶 exerce pressão de - A concentração molar (o número de mols por
92,0 𝑘𝑃𝑎. Que pressão exercerá a amostra volume) em um gás ideal também pode ser
quando for comprimida até 300 𝑚𝐿 e resfriada obtida da lei do gás ideal:
até 25,0°𝐶?
𝑛 𝑃 1
92,0𝑘𝑃𝑎 ⋅ 500𝑚𝐿 𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ⋅ 300𝑚𝐿 𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 → = =
𝑉 𝑅𝑇 𝑉𝑚
=
301,2𝐾 298,2𝐾 - A densidade do gás também pode ser estimada
𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 151 𝑘𝑃𝑎 da lei do gás ideal:
𝑚 𝑚 𝑃𝑀 𝑃𝑀
𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 → 𝑃𝑉 = 𝑅𝑇 → = →𝑑=
𝑀 𝑉 𝑅𝑇 𝑅𝑇
- A densidade é maior para gases com 𝑀 alto.
- À 𝑇 constante a densidade de um gás aumenta com
a pressão.
- O aquecimento diminui a densidade do gás.
Exercício 45) A densidade do vapor de geraniol em
Ilustração do exercício. 260. °C e 103 Torr é 0,480 𝑔 ∙ 𝐿−1. Qual é a massa
molar do geraniol?
𝑃𝑀 𝑑𝑅𝑇
𝑑= →𝑀=
𝑅𝑇 𝑃
0,480𝑔 ⋅ 𝐿−1 ⋅ 62,36 𝐿 ⋅ 𝑇𝑜𝑟𝑟 ⋅ 𝐾 −1 ⋅ 𝑚𝑜𝑙 −1 ⋅ 533 𝐾
𝑀=
103 𝑇𝑜𝑟𝑟
𝑀 = 155 𝑔 ⋅ 𝑚𝑜𝑙 −1
52. A s M isturas de G ases 𝑃 = 𝑃𝑂2 + 𝑃𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝐻2𝑂
- No modelo do gás ideal as partículas não 745 𝑇𝑜𝑟𝑟 = 𝑃𝑂2 + 24,38 𝑇𝑜𝑟𝑟 → 𝑃𝑂2 = 721 𝑇𝑜𝑟𝑟
interagem. Assim, uma mistura de gases que não - A fração molar (𝑥𝐴 ) de um componente na
reagem entre si comporta-se como um único gás mistura é dada pela a sua fração (𝑛𝐴 ) do número
puro. total de mols de moléculas da amostra (𝑛𝐴 ).
- Pressão parcial de um gás numa mistura gasosa 𝑛𝐴 𝑛𝐴
é a pressão que o gás exerceria se somente ele 𝑥𝐴 = =
𝑛 𝑛𝐴 + 𝑛𝐵
ocupasse o recipiente.
- Se dois componentes estiverem presentes:
- Lei de Dalton para as pressões parciais: A 𝑛𝐴 𝑛𝐵 𝑛𝐴 + 𝑛𝐵
pressão total de uma mistura de gases é a soma 𝑥𝐴 + 𝑥𝐵 = + = =1
𝑛𝐴 + 𝑛𝐵 𝑛𝐴 + 𝑛𝐵 𝑛𝐴 + 𝑛𝐵
das pressões parciais de seus componentes.
Matematicamente: - Componentes puros têm 𝑥𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 = 1.

𝑃 = 𝑃𝐴 + 𝑃𝐵 + ⋯
- A lei de Dalton para as pressões parciais é exata
para gases com comportamento ideal, mas
descreve quase exatamente gases que desviam da
idealidade (quando partículas interagem). Ilustração de misturas gasosas de A (laranja) e
B (amarelo) em três valores de 𝑥𝐴 .
- Demonstração (cálculo da pressão parcial,
válida pra gases ideais e reais):
𝑛
𝑥𝐴 = 𝐴
𝑛𝐴𝑅𝑇 𝑛 𝑥𝐴 𝑛𝑅𝑇
𝑃𝐴 = ⏞ 𝑃𝐴 =
→ → 𝑃𝐴 = 𝑥𝐴 𝑃
𝑉 𝑉
1
𝑃𝐴 + 𝑃𝐵 = 𝑥𝐴 𝑃 + 𝑥𝐵 𝑃 = ⏞
(𝑥𝐴 + 𝑥𝐵 ) 𝑃 = 𝑃
Exercício 46) Certa amostra de ar seco com
massa total 1,00 𝑔 compõe-se quase
completamente de 0,76 𝑔 de nitrogênio e 0,24 𝑔
de oxigênio. Calcule as pressões parciais desses
gases quando a pressão total é 0,87 𝑎𝑡𝑚.
- Cálculo dos números de mols:
0,76 𝑔
Numa mistura de dois gases A e B a pressão 𝑛𝑁2 = = 0,027 𝑚𝑜𝑙
28,02 𝑔 ⋅ 𝑚𝑜𝑙 −1
total é a soma das pressões parciais.
0,24 𝑔
- No pulmão humano temos: ar seco e vapor 𝑛𝑂2 = = 0,0075 𝑚𝑜𝑙
32,00 𝑔 ⋅ 𝑚𝑜𝑙 −1
d’água. Na temperatura do corpo a pressão de
vapor da água é 47 𝑇𝑜𝑟𝑟 e a pressão atmosférica - Cálculo das frações molares:
é 760 𝑇𝑜𝑟𝑟 (a mesma pressão do pulmão), Logo: 0,027 𝑚𝑜𝑙
𝑥𝑁2 = = 0,78
𝑃 = 𝑃𝑎𝑟 𝑠𝑒𝑐𝑜 + 𝑃𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 𝑑`á𝑔𝑢𝑎 0,027 𝑚𝑜𝑙 + 0,0075 𝑚𝑜𝑙
0,0075 𝑚𝑜𝑙
𝑃𝑎𝑟 𝑠𝑒𝑐𝑜 = 760 𝑇𝑜𝑟𝑟 − 47 𝑇𝑜𝑟𝑟 = 713 𝑇𝑜𝑟𝑟 𝑥𝑂2 = = 0,22
0,027 𝑚𝑜𝑙 + 0,0075 𝑚𝑜𝑙
Exercício 46) Uma amostra de oxigênio foi
- Cálculo das pressões parciais:
coletada sobre água em 24°𝐶 e 745 𝑇𝑜𝑟𝑟 e fica
saturada com vapor de água. Nesta temperatura, 𝑃𝑁2 = 0,78 ⋅ 0,87 𝑎𝑡𝑚 = 0,68 𝑎𝑡𝑚
a pressão de vapor da água é 24,38 𝑇𝑜𝑟𝑟. Qual é 𝑃𝑂2 = 0,22 ⋅ 0,87 𝑎𝑡𝑚 = 0,19 𝑎𝑡𝑚
a pressão parcial do oxigênio?
Frações molares (à esquerda) e pressões
parciais (à direita).
53. A Estequiom etria dos G ases em
R eações.
- A estequiometria é a proporção entre as
quantidades dos participantes de uma reação
química.
- Numa equação balanceada é preciso que os Ilustração do exercício.
átomos dos reagentes e produtos estejam nas - O volume molar de sólidos e líquidos é bem
mesmas quantidades. menor que o de gases. Em reações que produzem
- Os coeficientes estequiométricos são os números grandes quantidades de gases, estes se expandem.
de mols envolvidos na estequiometria da reação. Esses fenômenos são chamados reações de
explosão.
- De acordo com o que foi visto até aqui:
2𝑁𝑎𝑁3 (𝑠) → 2𝑁𝑎(𝑠) + 3𝑁2 (𝑔)
N º M ol N º de P artículas M assa V olum e
𝑁𝐻4 𝑁𝑂3 (𝑠) → 𝑁2 𝑂(𝑔) + 2𝐻2 𝑂(𝑔)
𝑅𝑇 Δ
1 𝑚𝑜𝑙 6,022 × 1023 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑀𝑔 𝑉𝑚 = 1
𝑃 𝑁𝐻4 𝑁𝑂3 (𝑠) →
⏞ 𝑁2 (𝑔) + 𝑂2 (𝑔) + 2𝐻2 𝑂(𝑔)
2
Exercício 47) Calcule a massa de KO2 necessária 54. O G ases R eais
para a reação com 50. L de dióxido de carbono
em 25°C e 1,0 atm. - A lei do gás ideal é uma lei limite, ou seja, só
descreve bem os gases sob baixa pressão (𝑃 → 0).
𝐾𝑂2 (𝑠) + 𝐶𝑂2 (𝑔) → 𝐾2 𝐶𝑂3 (𝑠) + 𝑂2 (𝑔)
- Quando a pressão aumenta as forças
- O primeiro passo é balancear a equação:
intermoleculares entram em ação.
3
2𝐾𝑂2 (𝑠) + 𝐶𝑂2 (𝑔) → 𝐾2 𝐶𝑂3 + 𝑂2 - Um gás real é um gás que tem propriedades
2
diferentes daquelas preditas pela lei do gás ideal.
- O volume molar (𝑅𝑇/𝑃) nas condições
apresentadas é 22,41 𝐿/𝑚𝑜𝑙. - O efeito das forças intermoleculares é
interpretado pelo fator de compressibilidade (𝑍),
- A massa molar do 𝐾𝑂2 é 71,10 𝑔 ⋅ 𝑚𝑜𝑙 −1. a razão entre os volumes molares do gás real e do
- A estequiometria entre os participantes citados gás caso tivesse um comportamento ideal (nas
é: mesmas condições de 𝑃 e 𝑇).
2 𝑚𝑜𝑙 𝐾𝑂2 𝑉𝑚
𝑍= 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙
1 𝑚𝑜𝑙 𝐶𝑂2 𝑉𝑚
- Dessa forma: - Se 𝑍 = 1, 𝑉𝑚 = 𝑉𝑚𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 e o gás tem
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑀𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑈𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 comportamento ideal.
𝑈𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 22,41 𝐿⋅𝑚𝑜𝑙 −1 𝐸𝑠𝑡𝑒𝑞𝑢𝑖𝑜𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎 𝑐ℎ𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎
𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑑𝑎
⏞1 𝑚𝑜𝑙 𝐶𝑂2 ⏞
2 𝑚𝑜𝑙 𝐾𝑂2 ⏞
71,10 𝑔 𝐾𝑂2 - Os desvios da idealidade têm origem nas forças

50 𝐿 𝐶𝑂2 × × ×
22,41 𝐿 𝐶𝑂2 1 𝑚𝑜𝑙 𝐶𝑂2 1 𝑚𝑜𝑙 𝐾𝑂2 intermoleculares (de atração e repulsão).
= 3,2 × 102 𝑔 𝐾𝑂2 - A pressões baixas todos os gases têm 𝑍 = 1.
- O termo em verde indica o efeito das forças de
repulsão, que subtraem do volume total o volume
de cada molécula.
Exercício 47) Como os fluidos refrigerantes são
usados em temperaturas baixas e pressões altas,
eles não podem ser tratados como gases ideais.
Uma tabela de parâmetros de van der Waals
mostra que para certo refrigerante 𝑎 = 16,4 𝑏𝑎𝑟 ⋅
𝐿2 ⋅ 𝑚𝑜𝑙 −1 e 𝑏 = 8,4 ⋅ 10−2 𝐿 ∙ 𝑚𝑜𝑙 −1 . Estime a
pressão obtida quando 1,50 𝑚𝑜𝑙 ocupa 5,00 𝐿 em
0°𝐶.
- Pela equação de van der Waals:
𝑛2 𝑛𝑅𝑇 𝑛2
(𝑃 + 𝑎 ) (𝑉 − 𝑛𝑏) = 𝑛𝑅𝑇 → 𝑃 = − 𝑎
𝑉2 𝑉 − 𝑛𝑏 𝑉2
𝑛𝑅𝑇 𝑛2
𝑃= −𝑎 2
𝑉 − 𝑛𝑏 𝑉
1,50𝑚𝑜𝑙 ⋅ 8,3145 × 10−2 𝐿 ⋅ 𝑏𝑎𝑟 ⋅ 𝐾 −1 ⋅ 𝑚𝑜𝑙 −1 ⋅ 273𝐾
𝑃=
5,00 𝐿 − 1,50 𝑚𝑜𝑙 ⋅ 8,4 ⋅ 10−2 𝐿 ∙ 𝑚𝑜𝑙 −1
(1,50 𝑚𝑜𝑙)2
𝑍 × 𝑃 para alguns gases. Todos têm 𝑍 → 1 a − 16,4 𝑏𝑎𝑟 ⋅ 𝐿2 ⋅ 𝑚𝑜𝑙 −1
(5,00 𝐿)2
baixas pressões.
𝑃 = 5,51 𝑏𝑎𝑟
- Para 𝑍 > 1: isso indica que 𝑉𝑚 > 𝑉𝑚𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 e as
repulsões se sobrepõem às atrações.
- Para 𝑍 < 1: isso indica que 𝑉𝑚 < 𝑉𝑚𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 e as
atrações se sobrepõem às repulsões.
55. Equações de Estado para G ases R eais
- O 2º membro da lei do gás ideal pode ser
interpretado como um primeiro termo (o
dominante) de uma expressão mais complexa
chamada equação do estado do virial:
Ilustração do exercício.
𝐵 𝐶
𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 (1 + + 2 +⋯)
𝑉𝑚 𝑉𝑚
- 𝐵 é o 2º coeficiente do virial e 𝐶 é o 3º
coeficiente do virial. 𝐵, 𝐶, 𝐷, … dependem da
temperatura e são determinados
experimentalmente.
- Uma equação para gases reais menos acurada é
a equação de van der Waals:
𝑛2
(𝑃 + 𝑎 2 ) (𝑉 − 𝑛𝑏) = 𝑛𝑅𝑇
𝑉
- O termo em vermelho indica o efeito das forças
atrativas, que desaceleram as moléculas e
diminuem a pressão.

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