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HIDRÁULICA

Prof. Helton Rogério Mazzer


1 – Uma adutora ( tubulação que leva água), pretende abastecer uma
população de 120.000 habitantes. Sabendo que cada habitante
consome por dia 176L de água
Pede-se:
Qual deve ser o tamanho do reservatório, para que suporte 2,5 dias de
reserva de água?
Qual deve ser a vazão desta adutora?
Qual o diâmetro desta adutora, se o reservatório tem que ser
completado todo dia em no máximo 6h?
Qual o tempo real de preenchimento do reservatório?
Resolução
120.000habitantes x 176L/dia/habitante = 21.120m³/dia
Para dois dias 21.120 x 2,5 = 52.800L
A vazão da Adutora deve ser de um dia pois o consumo é de um dia, então:
21.120m³/dia x 1/24dia/hora x 1/3600h/s = 0,24444m³/s
Para preencher o reservatório em 6h, teremos o consumo de 1 dia e faremos
esse consumo ser reposto em 6h
21.120m³/6h = 3520m³/h ou 0,97778m³/s
Se mantermos a velocidade máxima de fluxo de 4m/s e como Q=v x A
0,97778 = 4,0 x 3,1415 x d²/4 = 0,55789 aproximadamente 600mm
A nova vazão com esse diametro seria de 1,131m³/s ou 4.071,50m³/h
Para preencher um volume de 21.120m³ / 4071,50m³/h = 5h11min14,18s
Hidrostática
Lei de Pascal
“A pressão aplicada a um fluido dentro de um recipiente fechado
é transmitida, sem variação, a todas as partes do fluído, bem como às
paredes do recipiente.”

F1 x A1 = F2 x A2
Para demonstrar a Lei de Pascal veja o vídeo
abaixo:

Elevador de Pascal
Lei de Stevin

“ A diferença de pressão entre dois pontos de massa de um


líquido em equilíbrio é igual à diferença de profundidade multiplicada
pelo peso específico do líquido.”

PA– PB = g(hA-hB)

Para a água,
g= 1kg*/dm³  104 N/m³
Lembrando que:
1 atm  10,33m.c.a.  1kgf/cm²  9,8 x 104 N/m²  0,098 Mpa

Alguns vídeos da aplicação das leis expressas:

Pressão e Posicionamento

Tubos com furos diferentes

Vasos comunicantes
Agora é com você:
Grave um vídeo reproduzindo a Lei de Stevin com um tubo de furos de
alturas diferentes.
No vídeo sobre a Lei de Stevin, procure determinar a distância entre os dois
furos (diâmetros iguais), a distância entre o furo mais próximo da borda do
recipiente e a borda, e qual a distância máxima atingida em cada furo!
Obs:.
- Cada vídeo deve ser gravado em MP4 com duração máxima de 2min.
- Os vídeos serão utilizados como material didático para essa
disciplina.
Hidrodinâmica
Tendo como referência o fluido em movimento a hidrodinâmica
tem importância fundamental para nossos estudos na engenharia.
A Hidrodinâmica possui 5 incógnitas (vx, vy, vz, p e ) que são
função de 4 variáveis independentes (x, y, z e t). A resolução do
problema exige um sistema de 5 equações:
• 03 equações gerias de movimentos uma em cada eixo
• 01 equação da continuidade ( lei de conservação das massas)
• 01 equação complementar (leva em conta a natureza do líquido)
O método mais simples e cômodo de se aplicar é o de Euler.
Mas o que é mais importante aí?
Bom, é preciso dizer que em certas condições de problemas todas as equações são
importantes, mas par o nosso estudo vamos nos concentrar em 02.
Em um tubo a vazão de entrada é igual a da saída ( lei de conservação das massas)
Q1 = Q2ou 1x A1 x v1= 2x A2 x v2
E as equações de Euler escritas em um movimento permanente
1 𝑣2
× 𝑑𝑝 = 𝑋𝑑𝑥 + 𝑌𝑑𝑦 + 𝑍𝑑𝑧 − 𝑑
 2
E para um fluído em repouso teremos: (v=0)
1
× 𝑑𝑝 = 𝑋𝑑𝑥 + 𝑌𝑑𝑦 + 𝑍𝑑𝑧

Que é a equação fundamental da Hidrostática.
Teorema de Bernoulli
É a aplicação da equação de Euler aos fluídos sujeitos a ação da
gravidade, em movimento permanente.
Nessas condições as variáveis de posicionamento serão:
X=0, Y=0 e Z = -g
Reescrevendo a equação de Euler teremos:
1 𝑣2
× 𝑑𝑝 = −𝑔 × 𝑑𝑧 − 𝑑 ×
 2
Dividindo tudo por g
𝑑𝑝 𝑣2
+ 𝑑𝑧 + 𝑑 × =0
×𝑔 2𝑔
Dividindo todos os termos pela derivada de espaço ds(dx, dy, dz) e
sabendo que 𝛾 = 𝜌 × 𝑔, teremos:
𝑑 𝑝 𝑣2
× 𝑧+ + =0
ds 𝛾 2𝑔
𝑝 𝑣2
𝑧+ + = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝛾 2𝑔
Pensando em um líquido em movimento que passa do ponto1 para o
ponto 2 em uma tubulação:
1

z 2

𝑝1 𝑣12 𝑝2 𝑣22 z
𝑧1 + + = 𝑧2 + + = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔
“Ao longo de qualquer linha de corrente é constante a soma das alturas
𝑣2 𝑝
cinética 2𝑔 , piezométrica 𝛾 e geométrica 𝑧 .” Teorema de Bernoulli

O Teorema de Bernoulli é o princípio da conservação de energia.

𝑣2
• 2𝑔
que é a energia cinética ( força do peso em movimento);
𝑝
• que é a energia piezométrica ou de pressão;
𝛾
• 𝑧 que é a energia de posição ou potencial
Experimentos de Bernoulli
Percebe-se que a
água sobe a diferentes
alturas; nas seções de
menor diâmetro, a ve-
𝑣32 locidade é maior e, por
2𝑔
𝑝3
consequência também
H
𝛾 é maior a energia ciné-
tica, resultando menor
1 2 3
A1 A2 A3
carga de pressão.
p1 p2 p3
Curiosidade
Uma experiência bem curiosa é a dos vasos com bocais justapostos, a água
passa do primeiro para o segundo vaso pela carga H.
Analisado pela secção 1 e tomando o eixo dos bocais como referência:
𝑝1 𝑣12 𝑝2 𝑣22
+ = + =𝐻
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔
A energia piezométrica é dada pela altura h1 e h2, então:
𝑣12 𝑣22
ℎ1 + = ℎ2 + =𝐻
2𝑔 2𝑔
Como a velocidade em 2 é zero e h1 e h2 se equivalem teremos que:

𝑣12
=𝐻
2𝑔

Figura retirada do livro de Azevedo Netto – Manual de Hidráulica


Veja esses vídeos do link abaixo, para mais
experimentos e curiosidades sobre Bernoulli
e eventos que são comuns.

• Experimentos de Bernoulli
Exercícios
Uma indústria possui uma tubulação de resfriamento com as seguintes
características: O tubo se afunila de 125cm² para 50cm². No início a
pressão é de 0,8kgf/cm² e a elevação é de 15m em referência a saída, e
na saída a pressão passa a ser de 2,25kgf/cm². Calcular a vazão em m³/s
e em L/s.
Teremos os dados:
P1 = 0,8 kgf/cm²
P2 = 2,25kgf/cm²
Z1 – Z2 = 15m
A1 = 125cm² 𝛾 = 1kgf/dm³
𝑝1 𝑣12 𝑝2 𝑣22
A2 = 50cm² Q = v x A𝑧1 + + 2𝑔 = 𝑧2 + 𝛾 +
𝛾 2𝑔
𝑣12 8000𝑘𝑔𝑓/𝑚² 𝑣22 22500𝑘𝑔𝑓/𝑚²
+ + 15 = + +0
2 × 𝑔 1000𝑘𝑔𝑓/𝑚³ 2 × 𝑔 1000𝑘𝑔𝑓/𝑚³

𝑣12 𝑣22
+ 8 + 15 = + 22,5 + 0
2×𝑔 2×𝑔

𝑣22 𝑣12
− = 23 − 22,5
2×𝑔 2×𝑔
𝑣22 − 𝑣12 = (2 × 9,8) × 0,5
𝑣22 − 𝑣12 = 9,8
A segunda equação vem da conservação das massas
Q = constante
Então Q1 = Q2 e por consequência A1 x v1 = A2 x v2
125 x v1 = 50 x v2
v1 = 0,4 x v2
Da equação passada
𝑣22 − 𝑣12 = 9,8
𝑣22 − 0,16𝑣22 = 9,8
𝑣22 = 9,8/0,84= 11,66m/s v2 = 3,41m/s

Q = 0,005*3,41 = 0,001707m³/s ou 17,073L/s


Foi montada uma pequena barragem em uma usina de asfalto afim de
suprir a demanda energética da mesma. Para isso um tubo de 250mm
de diâmetro foi anexado na saída da represa em uma altura “H” e
depois de um curto espaço sofreu redução para 125mm, a água gira
uma turbina quando sai da canalização em forma de jato sofrendo
assim a pressão atmosférica. A vazão deste jato foi medida em 105L/s.
Calcular a pressão na seção inicial da tubulação, e a altura da barragem.

1 2
Resolução
1º Monte a equação de Bernoulli entre o ponto do início da tubulação
e o final dela.
𝑝1 𝑣12 𝑝2 𝑣22
𝑧1 + + = 𝑧2 + +
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔
Como a tubulação esta em nível Z1 =Z2, portanto se anulam.
A pressão em 2 é a atmosférica, então também é 0.
A vazão é constante, o que se altera são os diâmetros (de 250 para
125mm).
As velocidades v1 e v2, são fundamentais para o conhecimento da p1.
2º Monte a equação entre a superfície da barragem e o inicio da
tubulação de 250mm
Lembre-se na superfície da barragem z = H (altura da barragem), a
pressão é a atmosférica (zero) e a velocidade em superfícies de grande
área também é zero (aproximadamente).

Resposta:
P1 = 3,48m e H = 3,71m
Um rio que corre pela cidade foi revestido para dar maior fluidez e
evitar enchentes, a profundidade é de 1,20m e as águas escoam com
uma velocidade média de 2,5m/s, até um certo ponto, onde, devido a
uma queda a velocidade se eleva para 14m/s. reduzindo-se a
profundidade de 0,50m. Desprezando as possíveis perdas por atrito,
determinar a diferença de nível das duas partes do canal.
Aplicando Bernoulli teremos
𝑣12 𝑣22
𝑦 + 1,20 + 0 + = 0,6 + 0 +
2𝑔 2𝑔
2,52 142
𝑦 + 1,20 + 0 + = 0,6 + 0 +
19,6 19,6
𝑦 = 9,0812𝑚
Extensão do Teorema de Bernoulli aos casos
práticos
Algumas condições de contorno foram adotadas para que pudéssemos
trabalhar com a formula de Bernoulli e determinar as variáveis
faltantes, como:
• Não havia atrito nas tubulações estudadas e a viscosidade do líquido
também não influenciava nos cálculos;
• O movimento era permanente
• O escoamento se dava ao longo de um tubo de corrente ( dimensões
infinitesimais)
• O Liquido era incompressível.
O que ocorre, é que todos esses fatores interferem nos cálculos,
um dos maiores é seguramente o atrito.
A perda de carga est presente em todo escoamento, não há
como haver escoamento sem uma perda de energia.
Desta forma foi introduzida na fórmula um termo corretivo hf ( J),
chamada perda de carga.
Assim a fórmula fica:
𝑝1 𝑣12 𝑝2 𝑣22
𝑧1 + + = 𝑧2 + + + ℎ𝑓
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔

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