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Transformadores

Chama-se transformador a uma máquina destinado a


transformar uma corrente alternada primária na outra secundária
da mesma frequência mas de tensão e corrente diferente. É por
este motivo que na engenharia energética também se fala em
transformador. Em metrologia são frequentemente designados
de conversores e na tecnologia de comunicações podem ser
denominados de transformadores de impulso de disparo. O modo
de funcionamento dos transformadores baseia-se no princípio de
self indução (ou indução mútua). A seguir , irão se considerar
exclusivamente transformador monofásico e trifásico.

Estrutura do transformador
O transformador consiste num núcleo de ferro, composto por
discos de chapa isolados, para fins de supressão de correntes de
Foucault. Para reduzir ao mínimo as perdas no ferro durante a
inversão da magnetização, utilizam-se núcleos laminados
metálicos especiais. O núcleo de ferro possuí dois enrolamentos,
geralmente com um número diferente de espiras, N
1
e N2 . O

enrolamento ao qual se aplica energia eléctrica introduzindo uma


tensão alternada é designado por enrolamento primário;
consequentemente a corrente I
1
que circula por este enrolamento

1
é designada por corrente primária.

O enrolamento do qual é retirada a energia eléctrica é designado


por enrolamento secundário e, consequentemente, a corrente que
circula é a corrente secundária I2 . As tensões U eU
1 2
presentes nos

enrolamentos são designados de tensões primárias e


secundárias.

Enrolamento - O enrolamento de um transformador é formado de


várias bobinas que em geral são feitas de cobre electrolítico e
recebem uma camada de verniz sintético como isolante.

Núcleo - esse em geral é feito de um material ferro-magnético e é


o responsável por transferir a corrente induzida no enrolamento
primário para o enrolamento secundário.

No caso dos transformadores de dois enrolamentos, é comum se


denominá-los como enrolamento primário e secundário, existem
transformadores de três enrolamentos sendo que o terceiro é
chamado de terciário. Há também os transformadores que
possuem apenas um enrolamento, ou seja, o enrolamento
primário possui uma conexão com o enrolamento secundário, de
modo que não há isolação entre eles, esses transformadores são
chamados de autotransformadores.

Funcionamento

2
O princípio de funcionamento basea-se na self indução (ou
indução mútua).. Assim quando se faz passar uma c.a, ligando a
rede ao primário com o númro de espiras N
1
, devido a sua

constante variação em termos de intensidade e sentido, gera no


núcleo de ferro um campo magnético de intensidade e sentido
variável. À excepção de poucas linhas de campo que se dissipam
no ar (campo de dispersão), todas as linhas de campo geradas
pelo enrolamento primário se deslocam dentro do núcleo de ferro
fechado, fica submetido a um fluxo variável, pelo que se induz
nele uma f.e.m alternada, realizando-se desse modo, a
transferência de energia primária para secundária (enrolamento
secundario N
2
). Ambas as bobinas se encontram acopladas entre

si ao campo magnético comum (fluxo


∅ magnético ) .

Segundo a lei de indutividade, é induzida uma tensão cuja


frequência é igual à da tensão primária. Se se fechar o circuito de
corrente secundário através da integração de um consumidor, a
resistência óhmica, fluirá uma corrente secundária.
De acordo com o sistema de alimentacao com a corrente alterna
os transformadores podem ser monofasicos e trifasicos.

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Transformadores trifásicos

Os transformadores trifásicos ou de potência são destinados a


rebaixar ou elevar a tensão e consequentemente elevar ou reduzir
a corrente de um circuito, de modo que não se altere a potência
do circuito .

O transformador trifásico funciona de forma similar ao


monofásico, mas tem três bobines no primário e três no
secundário. Nalguns casos, cada bobina do secundário está
dividida em duas.

O transformador tem inúmeras aplicações e existem


transformadores para muitas potências e tensões, conforme as
aplicações.

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As aplicações mais importantes são no transporte e distribuição
de energia eléctrica, subindo os valores no início do transporte e
diminuindo estes valores próximos dos utilizadores.

Outras utilizações generalizadas são na maioria das


aparelhagens domésticas e industriais, em que é preciso alterar o
valor da tensão da rede de alimentação para adaptá-los aos
valores a que o aparelho funciona.

Esses transformadores podem ser divididos em dois grupos:

• Transformador de força - esses transformadores são


utilizados para gerar, transmitir e distribuir energia em
subestações e concessionárias. Possuem potência de 5 até
300 MVA. Quando operam em alta tensão têm até 550 kV.

• Transformador de distribuição - esses transformadores são


utilizados para rebaixar a tensão para ser entregue aos
clientes finais das empresas de distribuição de energia. São
normalmente instalados em postes ou em câmaras
subterrâneas. Possuem potência de 15 a 300 kVA; o
enrolamento de alta tensão têm tensão de 15, 24,2 ou 36,2
kV, já o enrolamento de baixa tensão tem 380/220 ou
220/127 V. É muito usual pela sua economia e redução de
perdas em relação ao transformador monofásico. Entre as

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principais ligações utilizadas entre os enrolamentos dos
transformadores utilizados nos sistemas eléctricos de
potência encontram-se as ligações estrela (Y), triângulo(Δ) e
zig-zag (Z).

Alguns símbolos comumente utilizados em diagramas eléctricos


e electrónicos:
Transformador com núcleo de ar.

Transformador com núcleo de ferro.

Transformador de núcleo de ferro com blindagem


electrostática, que protege contra acoplamento
electrostático entre os enrolamentos.
Auto transformador.

Para calcular e executar convenientemente os enrolamentos


primários e secundário dos transformadores utiliza-se a relação
entre as tensões que é aproximadamente igual a relação entre o
número de espiras dos respectivos enrolamentos
N U
1 1
N
=U
2 2

U U
1 2
N
=N
1 2

6
sendo a denominada relação de espiras ou relação de
transformação. Esta é a primeira propriedade do transformador
que é a de transferir ou refletir as tensões de um lado para outro.

Convencionando-se como a espira acoplada à DDP do circuito


(primário) tem-se: para um abaixador de tensão e para
um elevador de tensão.
Tipos de transformadores
Os transformadores são classificados de acordo com vários
critérios. As classificações de acordo com a finalidade, o tipo, o
material do núcleo e o número de fases são algumas das mais
importantes.
Quanto a finalidade
• Transformadores de corrente

• Transformadores de potência

• Transformadores de distribuição

• Transformadores de força

Quanto ao tipo
• Dois ou mais enrolamentos

• Autotransformador

Quanto ao material do núcleo


• Ferromagnético

• Núcleo de ar

Quanto ao número de fases


• Monofásico

• Trifásico

• Polifásico

Funcionamento do transformador em vazio

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Quando o secundário do transformador não debita corrente. O
transformador comporta-se como se o emrolamento secundário
não existisse, ou seja, como uma bobina.

Devido à elevada indutância e à reactância indutiva a ela


associada, também elevada, circula apenas uma reduzida
corrente em vazio, que gera o campo magnético alternado e que
é designado por corrente de magnetização. Entre a tensão
aplicada do lado do enrolamento primário e a corrente de
magnetizacção existe então um deslocamento de fase
aproximadamente a 90º.

Tensão e corrente em vazio A corrente do enrolamento primário


gera um campo magnético alternado, o mesmo que induz a
chamada tensão em vazio no enorlamento secundário se o
transformador estiver sem carga. O valor de pico U
0
da tensão

em vazio depende do valor do pico B da densidade do fluxo


magnético, da secção transvesal do ferro do núcleo, da
frequência angular ω da corrente de entrada e do número de
espiras N do enrolamento secundário. Aplica-se a equação.

U =4,44.B.A.ω.N
0
-

Se se substituir a frequência angular pela expressão 2πf e o valor


de pico da tensão pelo valor eficaz U
0
da tensão em vazio

8
multiplicado por 2, obtem-se a chamada equação principal do
transformador.

U =4,44.B.A.f.N
0

Relação de transformação

É obvio que a equação principal do transformador não é valida só


para o lado do secundário, mas também para o lado do primário
do transformador. Uma vez que a densidade do fluxo, a secção
transversal do ferro e a frequência são iguais de ambos os lados,
se as resistências ohmicas das bobinas forem despresadas, vale
o seguinte:

U =4,44.B.A.f.N
1 1

U =4,44.B.A.f.N
2 2

N U
1 1
N
=U
2 2

U U
1 2
N
=N
1 2

Funcionamento do transformador em cargaO transformador


funciona em carga quando o primário está ligado a rede e o
secundário está a fornecer corrente aos circuitos de utilização.

Em presença de carga, flui corrente para o enrolamento

9
secundário. Esta corrente enfraquece o campo magnético de
acordo com a regra de Lenz, visto que a própria corrente cria um
campo magnético de sentido contrário. Desta forma, parte do
campo é expulsa do núcleo do ferro, penetrando assim num dos
dois enrolamentos. Estas linhas são designadas de linhas de
campo de dispersão. Este fluxo de dispersão provoca uma queda
de tensão. Assim, a tensão secundária deixa de ser tão elevada
como deveria ser de acordo com a relação de espiras.

Devido a corrente que circula pelo lado do secundário, a corrente


de entrada também aumenta. As correntes geram queda de
tensão nas resistências dos enrolamento. Por isso, o
transformador com carga tem a mesma resposta de um gerador
com a mesma resistência interna. Esta é composta por uma
componente resistiva e outra indutiva. A imagem que se segue
mostra o esquema eléctrico equivalente simplificado do
transformador, aqui com uma carga resistiva RL.I é a corrente de
carga que flui.

A tensão de saida U2 é inferior à tensão de entrada U1 no

10
equivalente à queda de tensão do transformador. Ambas as
tensões apresentam um deslocamento de fase φ , que depende
do tipo de carga. Neste caso, a tensão de saida e acorrente de
carga estão em fase.

A Queda de tensão interna do transformador é composta pelas


quedas parciais de tensão I.R e I.XL.

Quando o transformador funciona na sua visihança na sua


potência normal temos que:

1. A relacao de numero de espiras dos dois enrolamentos


é sensivelmente igual a relacao das tensoes nos
terminais.
U U
1 2
N
=N
1 2

U N
1 1
U
=N
1 2

2. O produto N *I
1 1
é sensivelmente igual ao produto.

N * I ; I * N =I * N ;
2 2 1 1 2 2

N I
1 2
N
= I
2 1

I N
1 2
I
= N
2 1

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Transformador ideal

Funcionamento do transformador em curto-circuito

Se ligarmos os dois terminais secundários de um transformador


por um condutor de resistência desprezível o transformador
funciona em curto circuito.
Se o primário estiver à tensão normal a intensidade de corrente
no secundário atinge valor muito grande 10 a 50 vezes maior do
valor da intensidade nominal, o que produz violente aquecimento
do transformador e a deformação das bobinas por efeitos
eletrodinâmicos violentos.
Sendo assim é necessário cortar imediatamente a corrente no
primário, o que se consegue com um disjuntor automático, não
permitindo que a corrente no secundário ultrapasse certo valor.
Para em curto-circuito são correctas as expressões:
U I N U N I
1 1 1 1 1 2
U
=I ;N =U ;N = I
2 2 2 2 2 1

Os ensaios em curto-circuito realizam-se reduzindo a tensão

12
primária cerca de 10 a 15 vezes mais pequena que a tensão
nominal primária, reduzindo-se deste modo.

Rendimento dos transformadores


S -potenciaabsorvidapeloprimario
entrada

S -potenciafornecidaacarga
saida

V p -tensaosobreoenrolamentoprimario

Ip -correntenoenrolamentoprimario

V s -tensaosobreoenrolamentosecundario

Is -correntenoenrolamentoecundario

Potência Potência
saida saida
⟹ n= Potência n= Potência + Potência
entrada saida perdida

1 2
P = R .V , Potência =Potência + Potência
ferro m 1 entrada saida perdida

Potência =Potência + Potência


perdida Ferro Joule

O rendimento é expresso em percentagem, sendo por isso


necessário multiplicar a expressão anteriorpor 100%.

S =V p .Ip =V s .Is = S
entrada saida

13
Onde:
S -potenciaabsorvidapeloprimario
entrada

S -potenciafornecidaacarga
saida

V p -tensaosobreoenrolamentoprimario

Ip -correntenoenrolamentoprimario

V s -tensaosobreoenrolamentosecundario

Is -correntenoenrolamentoecundario

A impedância é definida como:


V
Z=
I

Como o transformador altera os valores de tensão e de corrente,


altera também a razão entre eles e, consequentemente, o valor
das impedâncias.
Considerando a figura em que uma tensão é aplicada ao primário
de um transformador e a tensão do secundário alimenta uma
carga de impedância Z, cujo valor é dado por:
A impedância aparente (impedância Z vista do lado do primário,
tendo o transformador pelo meio) – Z’ – é dada por:
V
p
Z= I
p

Como a relação de transformação é: vP = rt .vS e iP = iS /rt, vem:

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V r .V V
p t s 2 s
Z= I
= I
=r I
p s t s
r
t

2
Z= r .Z
t

Ou seja, poderemos sempre “passar” uma impedância, ligada ao


secundário, para o primário, aplicando a expressão anterior.
Transformador real – circuito eléctrico equivalente

Tendo qualquer transformador real, as perdas, terão que ser


consideradas, mesmo quando apenas ao nível de utilização da
máquina – determinação do rendimento, que relaciona a energia
fornecida e a energia utilizada. Às perdas já referidas no
electromagnetismo (perdas por correntes induzidas, perdas por
histerese e perdas por dispersão magnética) vêm adicionar-se as
perdas de Joule nos enrolamentos primário e secundário, visto
que têm resistência e por elas passam as correntes do primário e
do secundário.

Nesta página vamos tratar do transformador real ou


transformador prático.as diferenças entre o transformador ideal e
o transformador real, são importantes, não são demasiado
complicadas de compreender e estão baseadas nos

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componentes que integram o transformador real e as perdas.
Como sabemos a electricidade produz um calor, e no caso dos
transformadores, este calor se considera uma perda de potência
o de rendimento do transformador real. Tudo esto se pode
calcular para ter as tensões e as intensidades que pretendemos.

os transformadores reais tem perdas na bobinas, porque estas


bobinas (primária e secundária) tem uma resistência, algo que se
deve contemplar na hora de analisar o transformador ideal.
Assim, os núcleos e as bobinas não são infinitamente
permeáveis, dado o contrário dos transformadores ideais.

O fluxo gerado na bobina primária não é completamente


capturado pela bobina secundaria no caso prático de um
transformador real, por tanto, devemos ter em conta o fluxo de
dispersão.
e, por isso fará pouco, os núcleos tem correntes parasitas e
perdas por histerese, que são as que aumentam o calor a
temperatura do transformador real.

Todas estas diferenças têm que ter em conta quando realizamos


o cálculo de um transformador real. Assim podemos supor que o
estudo de um transformador real é algo mais complexo que o

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estudo de um transformador ideal, pelo que não é muito, más,
como podemos observar.

Si observamos a figura, veremos que se introduziu uma


resistência Rm e uma reactância Xm. O motivo da introdução
destes elementos resistivos é para poder calcular as perdas no
núcleo, o calor produzido e a permeabilidade do núcleo.
No caso de Rm, se representa o calor produzido as perdas do
núcleo. Por esta resistência passa uma intensidade If que está
em fase com E1.

Xm representa a permeabilidade do núcleo. Por Xm circula uma


intensidade Im que se encontra desfasada 90° em relação a E1.
Esta intensidade é necessária para poder obter o fluxo Φm no
núcleo de da bobina primária.

Sabendo para que serve cada elemento, podemos começar a


falar de suas equações, que serão:

Donde:
Rm representa as perdas do núcleo e é uma resistência.
Xm representa a permeabilidade do núcleo e as uma reactância.
E1 é a tensão da bobina primária.

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Pm são as perdas do núcleo.
Qm é a potência reactiva necessária para obter o fluxo Φm.

na figura abaixo, também podemos observar que dispomos de


uma intensidade I0, que não é outra coisa que a soma das
intensidades If e Im. Esta intensidade I0 é denominada intensidade
de excitações porque é necessária para poder produzir o fluxo
Φm, cuja equação é:

No caso do circuito sem carga, temos uma tensão Ep que passa a


través da bobina primária gerando um fluxo Φm1a. a equação que
define este fluxo é:

Também temos que ter em conta que o fluxo está atrasado 90°
em relação a tensão de entrada da bobina primária.
o circuito representado na figura, supomos que é um
transformador ideal sem carga, portanto, a intensidade I1 será
igual a 0. Isto é importante porque assim sabemos que não

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existe um fluxo de dispersão. Assim, a tensão de saída E2 vem
definida pela equação :

No mesmo instante que conectamos uma carga no circuito, se


experimentará uma série de trocas, dos quais vamos analisar
agora:

1. as intensidades I1 e I2 começam a circular por nas bobinas


primária e secundária, respectivamente. As intensidades se
encontram relacionadas entre si pela equação já estudada na
página do Transformador ideal :

2. Cada uma das intensidades gera uma forca magnetomotriz


iguais e opostas entre si.

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3. Aforca magnetomotriz total produzida pela circulação da
intensidade I2 passa pela bobina secundária Φ2. O fluxo Φm2 se
acopla com a bobina primária e o l fluxo Φf2 não se acopla, por
isso se denomina fluxo de dispersão da bobina secundária. Por
isso, a soma das forças magnetomotrizes Φm2 e Φf2 são iguais
ao fluxo total da bobina secundária Φ2.

4. Do mesmo modo, as bobinas primárias ocorrem os mesmos


processos. Ao passo que a intensidade I1 gera um fluxo total Φ1.
O fluxo Φm1 é o que se acopla com a bobina secundária e,ol fluxo
Φf1 não se acopla, recebendo o nome de fluxo de dispersão da
bobina primária.
Com respeito a tensões

1. A tensão de entrada primária EP se divide em duas partes:

que é o fluxo de dispersão da bobina primária Φf1.

que o fluxo acoplado é muito com a bobina secundária Φm.

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2. Do mesmo modo obtemos as tensoes correspondentes aos
fluxos produzidos na bobina secundária:

Figura acima podemos observar como os fluxos de acoplamento


se associam entre si dando lugar a Φm.
Assim, os fluxos Φf1 y Φf2 dão lugar a duas tensões Ef1 e Ef2.
Estas tensões podemos considerar no estudo do transformador
real como reactâncias porque são provenientes de tensões
provocadas pelos fluxos de dispersão das bobinas. Desta forma
podemos calcular o valor real destas reactâncias com as
seguintes equações:

Temos o seguinte circuito equivalente de um transformador real

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com carga:

Tanto R1 como R2, representam as resistências das bobinas


primária e secundária respectivamente.
Requisitos técnicos aplicáveis

Nos critéris anteriores foram abordados as questões


relacionadas com transformador monofásico, trifásico e as
respectivas aplicações. Nete serão apresentados os requisitos
técnicos especiais a especificação eléctrica de transformadores,
conforme o modo de operação.

Transformador com derivação

As derivações de transformadores também chamados de taps,


são ligações no enrolamento secundário do transformador, que
possibilitam o acesso a secções maiores ou menores do
enrolamento do transformador. A figua abaixo mostra um
transformador monofásico e o esquema de ligação com taps.

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Os taps possibilitam acessar fracções das espiras dos
enrolamentos, desta forma, possibilitam também alterar as
relações de transformação adicionando ou sutraindo-se as
esperas dos enrolamentos.

Refregeração dos transformadores


Para se reduzir as perdas o núcleo de muitos transformadores
são laminados para reduzir a indução de correntes parasitas ou
de Foucault, no próprio núcleo. Em geral se utiliza aço-silício com
o intuito de se aumentar a resistividade e diminuir ainda mais
essas correntes parasitas. Esses transformadores são chamados
transformadores de núcleo ferromagnético. Há ainda os
transformadores de núcleo de ar, que possui seus enrolamentos
em contacto com a atmosfera.

As perdas provenientes do ferro e do cobre desenvolvem a


energia térmica que é necessario dicipá-la para evitar o
aquecimento anormal do transformador e destruição do

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isolamento. Aos transformadores de pequena potência o
arefecimento faz-se naturalmente por meio de irradiação. Os
transformadodes mais potentes são refrigerados com ventilação
forçada por grupo motor-ventilador em média e grande potência.
Os enrolamentos e o núcleo estão mergulhados em óleo mineral.

SISTEMA DE PROTECÇÃO
Adicionalmente aos dispositivos de proteção intrínsecas, o
transformador deverá possuir os seguintes dispositivos de
protecção:
. Relé de sobrecorrente de fase e neutro na AT.
. Relé de sobrecorrente de fase e neutro na BT.
. Relé diferencial.
Estas funções deverão estar divididas em pelo menos duas
unidades físicas, com fonte de

alimentação independentes.

O transformador deverá possuir os seguintes dispositivos de


proteção intrínseca:
Relé de bloqueio
Relé auxiliar de bloqueio
Relé Buchholz
Relé de fluxo do comutador
Temperatura do óleo

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Temperatura do Enrolamento H2 (AT)
Temperatura do Enrolamento X2 (BT)
Válvula de alívio de Pressão
Falha na bomba de circulação de óleo (principal e reserva)
Nível de óleo do transformador
Nível de óleo do comutador
Falha na ventilação.
Falta tensão auxiliar
Relé de Perda de Fluxo de óleo \
Defeito no dispositivo de comutação sob carga.
A operação de qualquer dispositivo de protecção seja relés ou
intrínseca deverá resultar em um alarme. Os alarmes devem ser
sonoros e visuais.
Os dispositivos/relés de protecção, relés auxiliares, sinalização
sonora, anunciador de alarmes, chaves de comando e controle,
indicadores de temperatura do óleo e enrolamento, dispositivo de
controle da tensão bem como todas as réguas de bornes
auxiliares deverão ficar no mesmo painel de comando/controle,
devendo o mesmo, estar anexo ao transformador

Adaptador de corrente alterna

Um adaptador de corrente alterna, adaptador AC/DC o conversor

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AC/DC é um tipo de alimentação externa. Entre as informacoes
terminologicas se encontram verrugas de parede, cubo de parede
e bloque de electricidade.

Os adaptadores de corriente alterna (CA) se utilizam


normalmente com os dispositivos eléctricos que não tem sua
própria fonte de alimentação interna. os circuitos internos de uma
fonte de alimentação externa são muito similares em desenho os
que se utilizam para a alimentação imbutida (built-in) ou interna,
existem várias ventagens de separar a fonte de alimentação do
corpo principal do dispositivo electrónico.

E inerente aos adaptadores externos de corrente podem se obter


em separados do produto ao que está destinado a alimentar.
Alguns, devem sustituir as fontes de alimentação averiado. Nao
só deve coincidir o adaptador substituto em tensão, corrente e
polaridade, mas também deve coincidir com o tipo de conector.
Muitos produtos eléctricos estão mal etiquetados referente a
informação sobre o consumo de energía que requerem, é
prudente registrar com anteção as especificações da fonte de
alimentação original .A escolha cuidadosa dos adaptadores de
corriente também podem reduzir a probabilidade de una
confusão desastrosa que poderia causar danos no equipamento.

Algunas fontes de alimentação são chamadas "universais"

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permitem que se troque a tensão e a polaridade, o que pode
aliviar o problema da concordância. Também , o conector de
alimentação deve coincidir.

ADAPTADORES DE SOLDADURA

ADAPTADORES DE SOLDADURA DE CASQUILLO DE


AUTO-SEPARACION.
A presente invenção proporciona um dispositivo de separação
positiva para adaptadores de soldadura de casquillo. O
dispositivo de separação positiva compreende um adaptador de
casquillo que tem uma área adequada em pelo menos um
extremo para receber uma secção de tubo que se pode acoplar
com a área adequada do adaptador de casquillo. Adicionalmente,

27
inclui um médio de separação colocado em uma superficie de
área adequada do adaptador de casquillo que une um extremo da
secção do tubo para o acoplamento com o adaptador de
casquillo. O médio de separação que proporciona um espaço
entre o adaptador de casquillo e asecção de tubo para reduzir as
impurezas residuais que resultam de uma operação de
soldadura.

Adaptador de tensão


Öffentlich folgen

28
• ✓
Privat folgen
• Nicht mehr folgen
Utilizando este adaptador de tensão não precisamos mais usar
pilhas.Por exemplo:
O adaptadaro de tensão para a camera fotografica serve para
você alimentar a camera usando a energia elétrica ao invés da
pilhas.

Suponha uma situaçào onde você programa a camera para


disparar uma série de fotos em certos intervalos de tempo
automaticamente. Nestes casos a camera não pode se desligar
automaticamente após um tempo, ou você não pode correr o
risco de ficar sem bateria.
Outra situação é nos casos daquelas cameras que podem ser
usadas como WebCam.
Nestes csos você necessita de uma alimentação de energia
constante e segura.
Cameras como a Canon S2IS ou S3IS que tem o intervalo,
necssitam de uma alimentação constante por longos períodos, e
para isso se usa o adaptador de tensão.
Lembre-se de que esses adaptadores não são para recarregar as
pilhas. Antes de concectar verifique se as pilhas podem
permanecer ou não no compartimento das pilhas
Para ligar a máquina direto na tomada ( claro que tem um
transformador no meio do caminho ). Pouquíssimas máquinas
têm este recurso, apenas algumas antigas tinham. Vc carregava

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as pilhas ou bateria na própria máquina.
Muitos pequenos aparelhos de uso doméstico, que são
alimentados por pilhas e baterias, podem ser ligados na rede de
energia através de um eliminador de pilhas ou adaptador AC/DC.
Estes aparelhos também são conhecidos como "fontes de
alimentação" ou "fontes de corrente contínua". Trabalhar com
esses aparelhos, entendendo suas especificações é algo que
todo profissional da eletrônica deve saber. Entenda um pouco
mais desses aparelhos lendo as informações dadas nesse artigo.
Pilhas e baterias são fontes de corrente contínua de baixa tensão,
fornecendo tipicamente entre 1,5 e 12 V. Por outro lado, a tomada
da rede de energia fornece tensões alternadas de 110 V (117 ou
127 V) ou 220 V (220 ou 240 V).
Evidentemente, não podemos ligar diretamente um aparelho feito
para funcionar com pilhas na rede de energia, a não ser que ele
tenha recursos embutidos para isso ou ainda que usemos um
eliminador de pilhas ou adaptador AC/DC.
Conforme mostra a figura 1, um adaptador ou fonte consiste num
circuito que abaixa a tensão da rede, retifica-a e filtra-se para que
ela se torne contínua e em alguns casos possui um circuito
interno regulador que mantém a tensão estável na sua saída.

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Os tipos mais simples não são regulados e possuem um circuito
típico como o mostrado na figura 2.

Conforme o leitor vê, um circuito simples deste tipo é formado


por um transformador que abaixa a tensão da rede de energia e
depois de uma retificação por um diodo e filtragem por um
capacitor eletrolítico entregam em sua saída uma tensão
contínua entre 1,5 e 12 V.
O transformador é um elemento muito importante, pois isola o
circuito alimentado da rede de energia evitando assim o perigo de
choques.
A saída para o aparelho alimentado é feita normalmente por um
fio com um plugue que se encaixa num jaque apropriado. Na
figura 3 temos a foto de um conversor comum.

31
Existem alguns pontos importantes para os quais o profissional
da eletrónica deve estar atento quando trabalhando com este tipo
de equipamento:

* Tensão de trabalho - a tensão de saída do conversor é


determinada pelo número de pilhas (ou bateria) que o
equipamento a ser alimentado usa. Por exemplo, para um
aparelho de 4 pilhas (4 x 1,5 V) precisamos de um conversor de 6
V. Para uma bateria de 9 V precisamos de um conversor de 9 V.
Alguns conversores são fixos, ou seja, devem ser adquiridos já
com a tensão desejada. Outros possuem uma chave que permite
selecionar a tensão de saída. Nunca use uma tensão maior do
que a exigida pelo aparelho alimentado pois ele pode sofrer
danos irreversíveis.

32
* Corrente de trabalho - a corrente de trabalho é determinada pelo
consumo do aparelho o qual está relacionado com o tipo de
pilhas ou bateria usadas. Para aparelhos que usam pilhas AA a
corrente estará entre 100 e 200 mA. Para aparelhos que usam
pilhas tipo C a corrente deve ser entre 300 e 500 mA. Para
aparelhos que usam pilhas grandes (D) a corrente deve estar
entre 800 mA e 1 A . Para baterias de 9 V a corrente deve estar
entre 50 e 200 mA. O uso de um conversor que não forneça a
corrente exigida pelo aparelho pode ser muito perigoso. Perigo
para o aparelho que sendo sub-alimentado por sofrer danos e
perigoso para o conversor que sobrecarregado pode queimar.
* Polaridade do plugue - os plugues de conexão aos aparelhos
podem ter o pólo positivo no pino central ou o pólo negativo no
pino central. É importante verificar antes de fazer a conexão se o
pólo do plugue do conversor coincide com o do aparelho
alimentado. Alguns conversores também possuem uma chavinha
que permite selecionar qual das duas opções deve ser usada. Na
figura 4 mostramos como a indicação de polaridade dos
aparelhos e dos plugues de conexão é identificada. O usuário
deve estar muito atendo a essa polaridade, pois se ela for
conectada invertida o aparelho alimentado pode sofrer danos
irreparáveis (queimar).

33
Um ponto importante a se observar nos conversores comprados
na maioria das casas especializadas é que eles são formados
por circuitos muito simples sem regulagem e às vezes com
filtragem deficiente. Em alguns casos isso pode causar
problemas aos aparelhos alimentados, os quais se manifestam
de diversas maneiras.
Assim, o problema causado pela filtragem se reflete
eventualmente em roncos quando aparelhos de som são
alimentados (CD players, rádios, etc.). Um capacitor adicional de
filtro de 1 000 a 2000 uF em paralelo com a saída, observando-se
a polaridade pode ajudar a reduzir estes roncos e eventualmente
oscilações. Na figura 5 mostramos como ligar esse capacitor.

Nos CDs players podemos ter forte distorção com o volume


aberto em sons graves quando a filtragem é deficiente ou quando
a capacidade de fornecimento de corrente do conversor está
abaixo do exigido pelo aparelho. Também nesse caso, o
acréscimo de um capacitor de 1 000 a 2 200 uF em paralelo com
a saída, conforme o caso anterior, pode ajudar bastante.
Por causa da ausência de regulagem, observamos que a tensão
que medimos num conversor com o multímetro quando ele não
está alimentando nenhum aparelho é sempre maior do que

34
quando ele está ligado.
Assim, ao testar a saída de um conversor de 6 V com o
multímetro você pode encontrar tensões bem mais altas, sem
que isso signifique que ele esteja ruim. Tensões de 7 a 9 V
podem ser encontradas neste caso, conforme mostra a figura 6.

A tensão deve cair para um valor próximo de 6 V quando o


circuito alimentado pelo conversor for ligado.
Aparelhos mais delicados ou críticos exigem eliminadores de
pilhas com reguladores de tensão. Neste caso, a tensão medida
na saída deve ser constante, independentemente da carga ligada.
Como ler um adaptador AC DC
Saber como ler um adaptador AC DC é uma habilidade que vem a
calhar durante uma variedade de projetos residenciais. Pode-se
facilmente combinar cabos de energia ao comparar a tensão e a
polaridade. Além disso, se o adaptador estiver danificado, é
possível utilizar a informação para encontrar um substituto.

35
Instruções
Instruções
1. 1

Identifique a tensão. Perto da palavra "output" é possível


enxergar um número seguido de um "V" (como 12 V). Esse é
o valor de tensão.
2. 2

Identifique a amperagem. Depois de volts, existirá um outro


número seguido de "A" ou "mA" (como 3A ou 500mA).
3. 3

Encontre o diagrama que exibe três círculos conectados por


linhas. O círculo central estará aberto de um lado. Qualquer
que seja o sinal, estará aberto para a polaridade do conector
36
da ponteira. Se o círculo abrir para o sinal de mais, a ponta é
positiva. Se abrir para um sinal de menos, é negativa.
4. 4
Se possível, compare a informação do adaptador AC DC ao
dispositivo que ele alimenta.
5. 5

Verifique a seção de entrada (input) para determinar a


tensão exigida da tomada. Um valor que varia entre 200 e
240 volts indica uma tensão padrão utilizada no Brasil. Uma
variação entre 100 e 120 volts indica uma tensão utilizada
em países estrangeiros, embora também seja encontrada no
Brasil. Em qualquer um dos casos, talvez seja necessário
utilizar um conversor para fazer o adaptador funcionar.

37
INTRODUÇÃO À ELECTRÓNICA DE POTÊNCIA
DEFINIÇÃO
A Electrónica de Potência estuda o controlo e conversão de
energia eléctrica, utilizando dispositivos semicondutores,
funcionando como interruptores. O advento dos rectificadores
controlados de silício, vulgarmente chamados de SCRs
(rectificador controlado de silício), permitiu o desenvolvimento de
uma nova área de aplicações chamada de Electrónica de
Potência. Anteriormente à introdução dos SCRs, os rectificadores
de arco de mercúrio eram utilizados para controlar energia
eléctrica, mas as suas aplicações eram limitadas. Assim que os
SCRs ficaram disponíveis a área de aplicações alargou-se a
muitos campos como actuadores, fontes de alimentação,
inversores de alta frequência, etc.
PRINCIPAL OBJECTIVO DA EP
A Electrónica de Potência tem aplicações que se expandem por
toda a área dos sistemas eléctricos de potência, abrangendo
aplicações de alguns VA / Watts a vários MVA / MW.
A principal tarefa é o controlo e a conversão de energia eléctrica
sob uma forma para outra forma. Os quatro principais processos
de conversão são:
• Rectificação, compreendendo-se como a conversão de
tensão AC para DC,
• Conversão DC / AC,

38
• Conversão DC / DC e
• Conversão AC / AC.
O termo Conversor é usado para identificar um circuito de
Electrónica de Potência que converte energia, tensão e corrente,
de uma forma para outra. Os Conversores podem ser
classificados como:
• Rectificadores
• Inversores
• Choppers
• Ciclo-conversores ou ciclo-inversores.
RECTIFICAÇÃO
Os rectificadores podem ser classificados em controlados ou não
controlados. Os controlados podem também ser divididos em
semi-controlados ou totalmente controlados. Os rectificadores
não controlados são contruídos com díodos, os totalmente
controlados com SCRs e os semi-controlados com díodos e
SCRs.
Há várias configurações de circuitos rectificadores. As mais
comuns são:
• Monofásico em ponte semi-controlada,

• Monofásico em ponte controlada,

• Trifásico 3 pulsos em ligação estrela,

• Trifásico em ponte semi-controlada,

• Trifásico em ponte controlada

Também existem configurações de 12 pulsos.


Os rectificadores monofásicos podem, em geral, ser utilizados
até potências da ordem de 10 kW. Os trifásicos são utilizados até

39
potências de 500 kW a 500 V, ou mais. Para rectificadores de
baixa tensão e elevada corrente podem utilizar-se rectificadores
associados em par, 3 pulsos, ligados por transformadores
inter-fase. Existem muitas aplicações para os circuitos
rectificadores, como:
• Controlo de motores,

• Carregadores de baterias,

• Fontes de alimentação DC para aplicações especiais, como


por exemplo de revestimento electrolítico ou de electrólise.
CONVERSÃO DC / AC
O conversor que transforma tensão DC em tensão AC é chamado
Inversor ou Ondulador. Os inversores clássicos eram contruídos
com SCRs. Como o circuito auxiliar utilizado para o bloqueio dos
SCRs é complexo, outros componentes como o transistor bipolar
de junção BJT, MOSFETs, IGBTs ou MCTs são utilizados hoje em
dia. Actualmente somente inversores de elevada potência, como
de 500 kW, são construídos com base em SCRs ou GTOs (tiristor
de desligamento por porta).
Algumas das aplicações dos inversores são:
• Sistemas de iluminação de emergência,

• Controlo de motores AC,

• UPS, e

• Conversores de frequência.

CONVERSÃO DC / DC
Os conversores DC / DC utilizando SCRs chamavam-se de
choppers. Hoje em dia utilizam-se outros componentes e essa
família de conversores passou a ser designada por fontes
comutadas, SMPS. As SMPS podem ser dos seguintes tipos:
• Step-down,

• Step-up,

40
• Fly-back e
• Conversor resonante.

As aplicações típicas são:


• Controlo de motores DC,

• Carregadores de baterias e

• Fontes de alimentação DC.

CONVERSÃO AC / AC
Um cicloconversor ou um cicloinversor converte uma tensão AC
noutra tensão AC. Num cicloconversor a amplitude e a frequência
da alimentação são constantes.
Por outro lado um circuito que transforma tensão AC em AC, mas
mantendo a mesma frequência, chama-se Chopper--AC.
A utilização típica de um cicloconversor é o controlo de motores
AC de tracção, tipicamente de grande potência, utilizando
normalmente SCRs, ou Triacs para mais baixa potência. A sua
utilização é restrita.
I . Introdução
A figura 1 ilustra uma lâmpada, uma fonte de alimentação, um
interruptor e um milamperimetro ligados em serie por meio de
fios de cobre. A lâmpada acende e o milamperimetro indica uma
intensidade de corrente, que de acordo com a lei de Ohm, é igual
a V/R, em que V é a tensão da fonte e R a resistência da lâmpada.

41
Substituamos parte dos fios de cobre por grafite, veja a figra 2. A
lâmpada acende com menos intensidade e o miliamperimetro
indica a passagem de corrente de menor intensidade.

Substituamos agora a grafite por um pedaço de madeira, veja a


figura 3. A lâmpada não acende e o miliamperimetro não indica
passagem da corrente.

42
Destas três experiências podemos concluir que o cobre é um
bom condutor de electricidade, a grafite um mau condutor e a
madeira não conduz electricidade. E porque é que na natureza há
bons condutores de electricidade, maus condutores e não
condutores de electricidade? A teoria moderna da estrutura da
matéria responde a esta pergunta.

A matéria é composta por pequenas partículas chamadas


moléculas e estas são formadas por átomos. Os átomos
compõem-se de electrões, protões e neutrões.
Os electrões são portadores de cargas positivas, podem-se
deslocar dentro da matéria; os protões são portadores de cargas
positivas e neutrões não possuem nenhuma carga, são neutros.
Os protões e neutrões mantêm-se imóveis no núcleo atómico.
Por exemplo um pedaço de cobre que é formado so de átomos
de cobre. Átomos de dois ou mais elementos diferentes podem
se combinar formando o que se designa composto um
composto tem propriedades diferentes das dos outros elementos

43
constituites. A água, por exemplo é um composto de átomos de
oxigênio e hidrogênio que são dois gases.
As cargas eléctricas de um protão e de um electrão são iguais,
mas de sinais contrários. Sendo assim o átomo é electricamente
neutro, pois, o número de protões deverá ser igual ao número de
electrões.
Por exemplo, o átomo de hidrogénio possui um núcleo composto
por um protão e um electrão girando a sua volta, o átomo de
oxigénio possui um núcleo com 8 protões e igual número de
electrões.

O numero Maximo (x) de elctrões numa órbita é dado pela


expressão:
2
X=2* n onde:n- é o nnumero de ordem da orbita.

Entre os electões e protões há uma força de atracção mútua, cuja


intensidade diminui a medida que se afasta do núcleo. Isto quer
dizer que é menor nas orbitas exteriores. Há átomos que podem
perder facilmente electrões da sua orbita exterior como acontece
por exemplo, com o cobre e o alumínio que são bons condutores.
Outros têm grande dificuldadeem perder electroe e são bons
isoladores. Os semicondutores como o silício e o germânio estão
44
entre estas duas categorias.
LIGAÇÃO COVALENTE
O silício e o germânio são dois semicondutores cujos átomos na
forma intrínseca (pura), interligam-se formando cristais. Tanto os
átomos de silício como os de gemanio tem quatro electroes nas
suas orbitas exteriores. Os electroes das orbitas exteriores são
os que podem intervir na condução da corrente electrica. Por
isso, a partir de agoora, vão-se reprsentar os átomos apenas com
os electroes das orbitas exteriores porque são os que interessam
para o nosso estudo e tudo o que for dito em relação ao silício é
valido também para o germânio. Se houver alguma diferença
far-se-á menção.
A figura mostra a ligação de dois átomos de silício. As orbitas
interceptam-se e consequentemente em cada orbita circulam os
electroes do átomo e e os electroes do átomo vizinho. A este tipo
de ligação em que um átomo partilha os seus electroes com os
átomos vizinhos chama-se ligação covalente. Na ligação
covalente a dificuldade de perder electroes é grandeo que faz
com que os semicondutores sejam maus condutores.

Agitação térmica
A temperatura de -273º C (zero absoluto), não há electroes livres
nos átomos de silício. O silício é um isolador perfeito. Se se eleva
45
a temperatura, os átomos são excitados e alguns electroes das
orbitas exteriores podem receber energia suficiente para
quebrarem as ligações covalentes. Quando isto acontece, o silício
torna-se condutor. A medida que se aumenta a temperatura, mais
ligações se quebram e a capacidade de conduzir corrente
electrica aumenta porque há mais elctroes livres. Portanto o
silício tem uma resistência com coeficiente de temperatura
negativo porque a sua resistência diminui com aumento da
temperatura.
Quando um electrão quebra ligação covalente cria-se um
desequilíbrio porque o átomo fica com mais cargas positivas
(protoes) do que negativas. Ao espaço deixado pelo electrao que
quebrou a ligação covalente chama-se lacuna. Nas figuras abaixo
um electrao do átomo a direita quebrou a ligação e formou-se
uma lacuna. Um electrao do átomo a sua esquerda foi preencher
a lacuna formando-se uma lacuna neste átomo. Esta lacuna por
sua vez foi preenchida por um electrao do átomo a
esquerda...Surge então um movimento de electroes para a direita
e de lacunas para a esquerda.

46
Uma lacuna pode ser equiparada a uma carga positiva. O numero
de lacunas e electroes livres num dado instante é o mesmo
porque um electrao sai da orbita cria-se um par lacuna-electrao
livre. Tanto as lacunas como os electroes livres chama-se
portadores de carga.
Um outro método de obter electroes livres é adicionar pequenas
quantidades de elementos com estrutura atômica diferente da do
silício. À estes elementos chamam-se impurezas.
Cristal N
A representa átomos de silício nos quais foi introduzida uma
impureza que pode ser um átomo de Arsenio ou Antimonio. O
Arsenio e Antimonio tem cinco electroes na orbita exterior, de
modo que integra-se na ligação covalente mas sobra mas sobra
um electrão livre que faz com que o silício se torne um bom

47
condutor.

Ao semicondutor no qual se colocou doadores chama-se


semicondutor N ou material N. N é inicial de negativo.
Cristal P
Para se fazer um semicondutor P introduz-se átomo de alumínio,
galim ou indium. Estes átomos tem três electroes na orbita
exterior.
Portanto, na ligação covalente há um défice de um electrao, o que
provoca também instabilidade no conjunto, mas desta vez porque
no cristal há uma lacuna.

As impurezas chamam-se aceitadoras porque como lhes falta um


electrao aceitam um electrao de um átomo vizinho de silício que
por sua vez vai ficar sem um electrao e vai receber também um
electrao de outro átomo. Ficam assim criadas condições para o
silício se tornar bom condutor da correnta electrica.

48
Junção P-N
Alem dos electroes livres e lacunas, nos cristais N e P
respectivamente, resultantes da dopagem, há pares
lacuna-electrao livre resultante do efeito térmico. Nos cristais N
os electroes livres estão em maior numero e por isso chamam-se
portadores minoritários e as lacunas portadoras maioritarias.
Quando se junta um cristal N a um cristal P, alguns electroes do
cristal N passam para o cristal P e algumas lacunas do cristal P
passam para cristal N. a esta processo chama-se difusão. Quer
as lacunas ganhas pelo cristal P fixam-se perto da junção numa
zona chamada zona de transição ou zona de deplecção. Com
cerca de 0,001mm de larguar. A zona de deplecção é uma região
de resistência à circulação de corrente eléctrica.

A energia térmica faz com que haja difusão de electroes e


lacunas de um lado para outro da junção P-N. Este fluxo de carga
chama-se corrente de difusão. Como resultado da difusão
forma-se na zona de deplecção o que se chama barreira de
potencial.
A barreira de potencial pode ser representada por uma pilha
imaginaria conectada dos dois lados da junca P-N como elustra a
figura abaixo. Esta pilha simboliza apena o que se passa na zona

49
de deplecção e a sua d.d.p não pode ser medida directamente.

POLARIZAàÃO INVERSA DA JUNÇÃO P-N


A polarização de um cristal P-N, o pólo positivo está ligado ao
cristal N e o negativo ao cristal P. os electroes livres do cristal N
são atraídos para o pólo positivo e as lacunas do P são atraídos
para o pólo negativo.

Como resultado há um aumento da largura da zona de deplecção


bem como da barreira de potencial. Poucos portadores
maioritarios têm energia suficiente para atravessar a barreira de
potencial; apenas flui uma pequena corrente de pequena
intensidade chamada corrente de saturação, corrente inversa ou
corrente inversa de saturação.

50
Se formos aumentando a tensão, a partir de um certo valor, a
corrente aumenta abrutalmente. À esta tensão que faz a corrente
aumentar abrutalmente chama-se tensão de ruptura. A tensão de
ruptura pode ser de alguns Volts ou de centenas de Volts
dependendo dos processos de fabricação dos cristais P e N e de
junção.

POLARIZAÇÃO DIRECTA DA JUNÇÃO P-N


Vejamos o que acontece se ligarmos um pólo positivo da fonte
de alimentação ao cristal P e o pólo negativo ao cristal N.

Nesta ligação, tanto as lacunas como os electroes são repelidos.


Isto faz com que haja diminuição da largura da zona de
deplecção e da barreira de potencial.

51
os portadores maioritarios de carga
podem então circular semgrande resistência. Com tensões
pequenas, da ordem de 0,2V para o germânio e 0,7 para o silício
há circulação da corrente.

DÍODO
O díodo é fabricado juntando-se um semicondutor N e um
Semicondutor P como se escreveu quando se estudou a junção
P-N numa das passagem anteriores. Portanto, o dispositivo
estudado é um diodo.

52
A fig.4 ilustra o símbolo do diodo. Ao semicondutor N chama-se
cátodo e ao semicondutor P ânodo (A). O terminal perto da cinta
branca do diodo é sempre o cátodo.

RECTIFICADOR MONOFÁSICO

Os equipamentos electrónicos requerem para o seu


funcionamento uma fonte de tensão contínua. Quando se trata de
equipamento portátil a alimentação é feita com pilhas ou
baterias. Mas para o funcionamento de grande parte do
equipamento converte-se em tensão alternada em contínua. Para
tal usa-se:
• Um transformador cuja função é baixar a tensão da rede,
• Um rectificador que transforma tensão alternada em
pulsatória,
• Um filtro que transforma a tensão pulsatória em tensão
contínua.
Existem dois tipos de rectificadores:
• Rectificador de meia-onda
• Rectificador de onda completa.
Há rectificadores de onda completa com:
• Dois diodos e transformador com tomada central
• Quatro diodos em ponte.
53
O transformador de meia onda utiliza apenas um diodo como
ilustra a figura abaixo.
Quando o terminal do transformador ligado ao diodo se torna
positivo, o diodo fica directamente polarizado e a partir de 0.7V
entra em condução e pela resistência RL circula corrente. Quando
o terminal ligado ao diodo é negativo, o diodo não conduz porque
fica inversamente polarizado.
Uma fonte de alimentação, destinada a alimentar equipamentos
electrónicos, deve ser capaz de fornecer corrente continua
constante e não pulsatória.
Para se obter tensão contínua constante usam-se os filtros. O
filtro mais simples é um capacitor em paralelo com o resistor de
carga.

PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO

Quando o diodo conduz, o capacitor é carregado até ao valor do


pico no secundário subtraído da queda de tensão do diodo.
Atingida a tensão de pico, a tensão no secundário decresce e
quando a tensão do ânodo se torna inferio a do condensador, o
diodo fica inversamente polarizado e não conduz e o capacitor
descarrega-se através de RL até que um novo ciclo positivo
apareça no ânodo.

54
A qualidade de tensão continua obtida por este rectificador e
respectivo filtro não é de boa qualidade porque tem uma tensão
alternada sobreposta relativamente grande. Esta tensão
alternada sobreposta é mais conhecida por ripple e tem a mesma
frequência da rede.

RECTIFICADOR DE ONDA COMPLETA COM DOIS DIODOS

Neste tipo de rectificação, o secundário tem uma derivação


central de modo que a tensão nos dois ramos, em relação a
derivação central, é a mesma.
Basicamente consiste de dois retificadores de de meia onda em
contrafase. Quando o ponto A é positivo em relação a B e o ponto
C negativo em relação a B o diodo D1 conduz e D2 não. Passa
então corrente de A para B através de D1 e RL. Quando o ponto C
é positivo em relação a B e o ponto A negativo em relação a B, o

55
diodo D2 conduz e D1 não. A corrente circula de C para B através
de D2 e RL.

Para obter tensão continua constante pode se ligar um capacitor


em paralelo com o resistor de carga. A função deste capacitor é o
mesmo do rectificador de meia onda mas com a diferença de
que o capacitor é agora carregado duas vezes em cada ciclo de
tensão continua. Obtem-se assim corrente continua com menos
ripple. Neste caso a freqüência do ripple é o dobro da tensão da
rede.

RECTIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE

Na rectificação por ponte, quando o ponto A é positivo em


relação a B a corrente circula por D2, RL e D4. Quando o ponto B é
positivo em relação a A, a corrente passa por D3, RL e D1.
Obtem-se assim a mesma forma de onda que se obtêm no
rectificador de onda completa com dois diodos. Para se obter
tensão continua constante pode ligar-se, tal como nos outros
dois rectificadores, um capacitor em paralelo com RL.

56
RECTIFICADOR TRIFASICO

Caro (a) estudante, os rectificadores monofásicos são de


construção relativamente fácil e barata, mas tem uma
capacidade em potencia limitada. Os rectificadores trifásicos
proporcionam tensão continua com menos ondulação e
permitem alimentar cargas de grande potencia como os motores
eléctricos utilizados na indústria.

RECTIFICADOR TRIFÁSICO DE MEIA ONDA

A figura mostra um rectificador trifásico de meia onda a alimentar


uma carga resistiva. Cada diodo conduz em intervalos de 120º
na sequencia de D1, D3 D3 para conduzir a tensão de saída na
carga V0 como mostra a figura.

57
TIRÍSTOR
O tiristor é um dispositivo mais utilizado como controlador de
potência. Isto se deve à rapidez com que pode funcionar como
interruptor, ao seu pequeno porte e aos altos valores de tensão e
corrente que suportam.

É constituído por quatro camadas de material semicondutor


PNPN (silício), originando três junções PN. Possui três terminais
designados por Ânodo (A), Cátodo (K) e Gate (G) ou Porta.
O tirístor é também conhecido por rectificador controlado de
silício ou por SCR que são as iniciais de silicon controled rectifier
e é utilizado no controlo da temperatura, intensidade da luz
emitida por uma ou mais lâmpadas, velocidade de motores
eléctricos, etc. as tensões envolvidas podem ser superiores a
1000 V e as correntes de poucos Amperes à mais de 1000 A.
Permite não só rectificar uma corrente alternada, mas também
controlar a corrente que passa por ele e pela carga ligada em
série com ele.
O funcionamento do SCR é semelhante ao do díodo. Para além
do ânodo e cátodo estarem polarizados directamente (ânodo a
um potencial positivo em relação ao cátodo) é necessário ainda
aplicar uma tensão positiva adequada na gate, para que circule
corrente entre ânodo e cátodo. Condições para que o SCR
funcione:
CARACTERÍSTICAS TENSÃO-CORRENTE DE UM TIRÍSTOR

58
Como polarizar um tíristor?
Em polarização inversa o SCR está bloqueado (não conduz) quer
se aplique ou não tensão na gate.
Em polarização directa, o SCR está bloqueado, salvo quando se
aplica uma tensão adequada na gate, entrando assim num estado
de condução. quanto maior for a corrente da porta IG menor é a
tensão necessária para o tirístor conduzir. A corrente IG obtem-se
com uma tensão VCC entre porta e cátodo. A corrente IG deve
durar o tempo suficiente para o tirístor atingir a corrente de
disparo (latching-current em inglês)
Corrente de disparo é a mínima corrente ânodo-cátodo para que o
tirístor comece a conduzir.
O tiristor , polarizado directamente pode conduzir correntes de
grande intensidade sem que se atinja valores muito grandes da
tensão ânodo-cátodo. Para tal você deve fazer passar uma
corrente de alguns miliamperes pela porta.
Depois do SCR entrar em condução pode suprimir-se o sinal na
gate que ele continua a conduzir.
O SCR deixa de estar em condução quando a corrente que o
percorre baixa a um valor inferior à corrente mínima de
manutenção indicada pelo fabricante.
Corrente mínima de manutenção é a mínima corrente que
mantêm o tíristor a conduzir depois de atinjir a corrente de
59
disparo e a corrente da porta cessar.
Depois de o tiristor começar a conduzir a corrente tem de ser
maior ou igual a corrente de manutenção ou de sustentação. A
porta deixa de ter controlo na corrente ânodo-cátodo quando o
tiristor começa a conduzir. Para o desligar deve-se reduzir a
corrente de manutenção

Exercício
1.Determine o valor Maximo de resistor de carga (RL) que vai
assegurar a condução do tiristor no circuito sabendo que a
corrente de sustentação é de 200mA

Solução: depois de atingir a corrente de disparo, para que o


tiristor se mantenha ligado a corrente não deve ser infarior a
200mA. Portanto:
V 208
S
RL = = =1040Ω
(max) I 0,2

2. Para o circuito da figura qual é a tensão mínima (VIN) para que


o tiristor entre em condução se a corrente da porta (IG)
necessária para que isso aconteça for de 15mA ?

60
Solução:
Uma vez que há uma junção P-N entre a porta e o cátodo, a
queda de tensão no resistor RG deve-se adicionar a o,7. Então
temos:
-3
V =V =V o =I .R +0.7=15*10 *100+0.7=2.2V
INmin RG G G

TIRÍSTOR DE DESLIGAMENTO POR PORTA (GTO)


Caro (a) estudante, o tirístor de desligamento por porta (gate
turn-off thyristor em inglês) é um tirístor que passa para o estado
de ligado como o tirístor estudado. Mas pode passar ao estado
de desligado por meio de corrente de porta negativa. Portanto,
tanto as operações de ligar e desligar podem ser controladas
pela porta.
Ainda não se consegue construir GTO que funcione com
correntes muito elevadas. Alem disso, quando ligados, tem
quedas de tensão relativamente elevadas.

61
TRIAC
Como funciona um triac?
O triac funciona como dois tiristores ligados em paralelo, mas
com o ânodo e o cátodo de um ligado respectivamente ao cátodo
e ao ânodo do outro.

Resulta que as características tensão – corrente no 1º e no 3º


quadrante são as mesmas, excepto o sentido da corrente. As
características do triac neste quadrante são idênticas as de um
tiristor no 1º quadrante e por isso ele pode conduzir corrente de
grande intensidade nos dois sentidos.

TRANSISTOR BIPOLAR
Caro (a) estudante, transistor é um dispositivo que está presente

62
em aparelhos electrónicos simples como o radio de bolso até ao
mais sofisticado equipamento de um avião ou nave especial. Foi
inventado em 1947 nos laboratórios Bell dos Estados da América.
A sua principal função é como amplificador.

Depois da sua invenção, a electrónica deu passos gigantes a


partir da segunda metade da década 50 do século vinte. O
equipamento electrónico tornou-se menos volumoso do que os
antigos aparelhos a válvula, surgiram os primeiros rádios
portáteis, o preço dos aparelhos baixou...A vida do homem
melhorou.

Constituição do transistor bipolar

Um transistor bipolar é formado por dois cristais N separados por


um cristal P ou dois cristais P separados por um cristal N. ao
primeiro tipo chama-se transistor NPN e ao segundo transistor
PNP.

Ao cristal situado no meio chama-se base. Aos que estão nos


63
extremos um chama-se emissor e outro colector. A base é mais
estreita e a menos dopada. Os primeiros transistores eram de
germânio e do tipo PNP, mas hoje os transistores quase todos
são de silício e do tipo NPN.

A figura representa um transistor NPN em que a junção


colector-base está polarizada inversamente. Circula, por isso,
uma corrente de fraca intensidade. Esta corrente é conhecida por
corrente de fuga do colector e o símbolo é: ICBO .

Os dois primeiros índices são as iniciais dos terminais entre os


quais o parâmetro é medido e o ultimo estado em que se
encontra o terceiro terminal.
• O-open circuit terminal=terminal aberto.
• S-short circuited terminal= terminal em curto circuito.
I
CBO
. Represente a corrente de fuga da base para o colector
quando o emissor está aberto. Nos transistores, os índices em
letras maiúsculas são usadas para corrente continua e em letras
minúsculas para corrente alternada. A figura mostranos um
transistor NPN ligado a duas fontes de alimentação.

64
A junção colector–base está polarizada inversamente e a junção
base-emissor está polarizada directamente. Com esta
polarização do emissor fluem electrões para a base e lacunas da
base para o emissor. Porque a base é de menores dimensões e é
menos dopada, grande parte dos electrões passam para o
colector.
Do que foi dito depreende-se que a corrente do emissor (IE) seja
igual a soma da corrente da base (IB) com a corrente do colector
(IC). Isto é:
IE=IB+IC (1)
Os valores típicos são: IC=0,99*IE e IB= 0,01*IE

Configuração dos transistores

Um transistor liga-se com um dos terminais à massa ou como


comum e os outros dois, um como entrada e outro como saída.
Há, portanto três ligações ou configurações possíveis.
• Base-comum
• Colector-comum
• Emissor-co mum

a)Ligação em base-comum
Na configuração base-comum, o terminal da entrada é o emissor
e o de saída o colector. A figura abaixo ilustra o principio de
funcionamento de um transistor em base-comum. O transistor
tem, alem de duas fontes de polarização, uma fonte de tensão
65
alternada Vs entre a base e o emissor. No meio ciclo negativo a
polarização directa da junção emissor-base aumenta, a barreira
de potencial diminui e a corrente do emissor aumenta.

No meio ciclo positivo a polarização da junção emissor-base, a


barreira de potencial aumenta e a corrente do emissor diminui.
Como a corrente do colector é parte da corrente do emissor,
aquela varia de acordo com a forma de onda da tensão alternada.
A maior utilização dos transistores bipolares de base-comum é
como amplificador da UHF (ultra high frequency- frequências
ultra altas).

b)Ligação em colector-comum

Na ligação colector-comu a corrente de base é a corrente de


entrada e a corrente do emissor é a corrente de saída. O colector,
neste caso é o terminal comum.

66
As correntes de entrada e de saída, tal como na ligacao
base-comum, fase. A ligação coletor-comum utiliza-se muitas
vezes para ligar um circuito com alta inpedancia a outro com
baixa impedância.

c) Ligação em emissor-comum

A ligação em emissor-comum é a mais utilizada das três


ligações. A corrente de entrada é a corrente da base e de saída a
corrente do colector. Durante o meio ciclo positivo de Vs a tensão
base-emissor aumenta.

67
O aumento da tensão base-emissor faz aumentar a corrente do
emissor que por sua vez faz aumentar a tensão do colector. No
meio ciclo negativo a tensão base-emissor dimini o que faz
crescer as correntes da base, do emissor e do colector.

Parâmetros h

No estudo das características dos transistores utilizam-se


parâmetros que relacionam as grandezas do transistor em
estudo. Neste resultado de aprendizagem vai estudar os
parâmetros h. estes são os mais utilizados no estudo de
transistores de baixa e media frequência. A letra h é inicial da
palavra hibrido. Chamam-se híbridos porque abarcam uma
mistura de unidades como impedâncias, ganhos em corrente,
ganhos em tensão e admitância. Os parâmetros h escrevem-se
com a letra h com dois índices.
Por exemplo: hIE , hRE , hFE , hOE , h,BB , hfe , hie , etc.
Os primeiros índices (I, R, F, e O) correspondem às iniciais das

68
palavras inglesas.
• Input-entrda
• Reverse-reverso
• Forward- para frente
• Output-saida
Os segundos índices correspondem ao terminal comum ou de
referência:
• E para emissor
• B para base e C para o colector.
• Os parâmetros h são fornecidos pelos fabricantes.

TRANSISTOR BIPOLAR DE PORTA ISOLADA (IGBT)

Desde a invenção do primeiro tiristor de junção PNPN, pelos


laboratórios Bell em 1957, houve um grande avanço nos
dispositivos semicondutores de potência.
Para serem aplicados em sistemas de elevada potência e
substituírem as rudimentares válvulas, os dispositivos
semicondutores devem ser capazes de suportar grandes
correntes e elevadas tensões reversas em seu chaveamento.
Além disso, em várias aplicações de eletrónica de potência, há
necessidade de uma operação em elevadas frequências de
chaveamento dos dispositivos semicondutores, como, por
exemplo, os inversores de tensão, necessários para a construção
de filtros activos de potência. Dessa forma, os dispositivos
semicondutores devem possuir baixas perdas de potência
durante o chaveamento.
Até 1970, os tiristores convencionais foram exclusivamente

69
usados para o controle de potência em aplicações industriais.
Desde 1970, vários tipos de dispositivos semicondutores de
potência foram desenvolvidos e se tornaram disponíveis
comercialmente. Estes dispositivos podem ser amplamente
divididos em cinco tipos: os diodos de potência, os tiristores, os
transistores bipolares de junção de potência, os MOSFET’s de
potência, os SIT’s (Static Induction Transistor) e os IGBT’s
(Insulated Gate Bipolar Transistor), assunto desta dissertação.
O IGBT se torna cada vez mais popular nos circuitos de controlo
de potência de uso industrial e até mesmo em electrónica de
consumo.
Os transistores bipolares de potência possuem características
que permitem sua utilização no controlo de elevadas correntes
com muitas vantagens, como baixas perdas no estado de
condução. No entanto, as suas características de entrada,
exigindo correntes elevadas de base, já que operam como
amplificadores de corrente trazem certas desvantagens em
algumas aplicações.
O IGBT reúne a facilidade de accionamento e sua elevada
impedância de entrada com as pequenas perdas em condução
dos transistores bipolares de potência. Sua velocidade de
chaveamento é determinada, a princípio, pelas características
mais. Assim, a velocidade dos IGBT’s é semelhante à dos
transistores bipolares de potência; no entanto, nos últimos anos
tem crescido gradativamente, permitindo a sua operação em
frequências de dezenas de kHz, nos componentes para correntes
na faixa de dezenas e até centenas de Ampères.
IGBT é um componente que se torna cada vez mais recomendado
para comutação de carga de alta corrente em regime de alta

70
velocidade.

Abaixo, apresentamos um gráfico contendo uma comparação


entre os principais dispositiva semicondutores de potência
quanto às suas características de tensão, corrente e frequência
de operação. Nesta figura, vemos que os tiristores são os
dispositivos que conseguem suportar os maiores valores de
corrente e tensão, mas não podem operar em frequências de
chaveamento elevadas. Como podemos ver a partir desta figura,
os IGBT’s possuem uma capacidade de suportar maiores tensões
e podem operar em mais altas frequências que os transistores
bipolares de potência. Como podemos notar a partir deste
gráfico, a região de operação segura do IGBT é maior que as
regiões reservadas ao MOSFET e ao transistor TBP, o que era
desejado.

71
O IGBT é frequentemente utilizado como uma chave,
alternando os estados de condução (On-state) e corte (Off-state)
os quais são controlados pela tensão de porta.

72
Se aplicarmos uma pequena tensão de porta positiva em relação
ao emissor, a junção J1 da figura anterior ficará reversamente
polarizada e nenhuma corrente irá circular através dessa junção.
No entanto, a aplicação de uma tensão positiva no terminal de
porta fará com que se forme um campo eléctrico na região de
óxido de silício responsável pela repulsão das lacunas
pertencentes ao substrato tipo P e a atracção de eléctrões livres
desse mesmo substrato para a região imediatamente abaixo da
porta.
Enquanto não houver condução de corrente na região abaixo
dos terminais de porta, não haverá condução de corrente entre o
emissor e o colector porque a junção J2 estará reversamente

73
polarizada, bloqueando a corrente. A única corrente que poderá
fluir entre o colector e o emissor será a corrente de escape.

RESULTADO DE APRENDIZAGEM 4
Cálculo e medição de valores regulamentares em circuitos de
rectificação não controlada
Neste resultado serão desenvolvidos cálculos e medição de
valores regulamentares em circuito de rectificação não
controlada como é o caso do diodo SCR.
A figura abaixo mostra um circuito rectificador de meia- onda
simples alimentando uma carga resistiva. Um rectificador nao
controlado usa apenas diodo como elemento rectificador. A
amplitude da tensao de saida DC é determinada pela amplitude
da tensao de alimentacao AC.
A tensao media na carga é dada por:

Vs × 2 Vm
V = = π =0.318×V m
0 avg π

Parâmetro Fórmula Observacao


Valor medio da V max a tensao media de
tensao Vm= todos os valores
π
instantáneos
compreendidos em
um intervalo (neste
caso em metade de
um intervalo)

74
valor eficaz da V max Este valor de tensao
tensao Vm= podemos
2
comprobar com um
palimetro
valor medio da V Se obtem aplicando
med
intensidade Vm= a lei de Ohm a
R
volres de tensao.
Dependem da
resistencia de carga
do rectificador.
valor eficaz da V
ef
corrente Vm=
R

75
Caso pratico:
Calculo da tensao media em um rectificador de meia onda.
Necesitamos calcular o valor medio da tensao de saida de um
circuito rectificador de meia onda utilizado em caso pratico.
Contamos com a leitura obtida por um osciloscopio. Qual serao o
valor medio se considerarmos a tensao que tem o diodo por estar
polarizado directamente V =0.7V ?
f

Solucao:
Obtemos o valor máximo de saida a partir da leitura do
osciloscopio. Desta forma multiplicando pela escala de
ampletude , obtemos que o valor de pico do sinal é de:
2V
2.2× DIV =4.4V

Temos que aplicar a formula estudada para o calculo do valor


medio do sinal, tendo em conta a tensao que o diodo necesita

76
pora comecar a conduzir V
f

V max -0.7 4.4V-0.7


Vm= , substituindo teremos: V m = =1.178V
π 3.14

O osciloscopio esta conetado ao canal um

Rectificador de onda completa em ponte


o oscilooscópio tem as seguintes escalas: a amplitude que é
V/DIV e a base de tempo ms/div. Tomando o sinas de saída no
osciloscópio teremos o sinal de saída de :
V p =numero de divisoea ×voltes por divisa

2V
2.2× DIV =4.4V

E um periodo de : 2 div.10ms/div

77
Podemos calcular a intensidade de pico através da lei de Ohm:
Vp
Ip =
R

Para o calculo da tensão media tendo em conta o valor da tensao


de polarizacao dos diodos. Com cada um necessita de 0.7V para
estar polarizado em directo, teremos:
2 V max -1.4
V =
med π

A Intensidade media se calcula novamente pela lei de Ohm.


V
med
I =
med R

1 o princípio de funcionamento dos condensadores de filtragem


é:

Quando o díodo conduz, supondo que o capacitor está


descarregado, este é carregado até ao valor do pico da tensão de
entrada. Atingida a tensão de pico, uma vez que a tensão
alternada varia, a tensão da entrada descresce, e se torna inferior
a do condensador e o diodo fica inversamente polarizado e não
conduz e o capacitor descarrega-se através da resistência de
carga até que um novo ciclo positivo apareça no ȃnodo.

A filtragem consiste na eliminação de variações bruscas da


tensão sobre a carga resistiva Rc graças à presença do capacitor

78
C que age como “amortecedor” e consequentemente obtendo
uma tensão continua constante através da ligação paralela do
filtro com a resistência de carga.

Os condensadores que se utilizam como filtro tem que ser de


elevada capacidade, com o fim de eliminar a ondulação do sinal
contínuo.
I
fórmula: U =
0 fC

Onde: V -tensao de ripple


0

f c -frequencia rippleHz

I-intensidade da corrente continua em Amperes

C-capacidade do condensador em f

Exemplo: A fonte de alimentação de um reprodutor de CD leva um


rectificador de meia onda com um filtro Passa-baixo, formado por
um condensador em paralelo. O transformador está conectado a
uma fonte de rede eléctrica de 230V/50 Hz. Determina a tensão
de ripple do sinal que se obten na saída do filtro, se conectarmos
um condensador de 700μf e circula na carga uma intensidade de
100mA.

79
Diodos Especiais
Introdução
Com a diversificação dos tipos de materiais e da forma de
construção utilizados para o desenvolvimento de componentes
semicondutores, foi possível observar a ocorrência de diferentes
tipos de fenômenos físicos. Alguns deste fenômenos foram
aproveitados para o desenvolvimento de componentes

80
eletrônicos especiais.
LED
É um tipo especial de diodo semicondutor que emite luz quando é
polarizado diretamente. O nome
LED vem de sigla em inglês Light Emitting Diode ou diodo
emissor de luz. Ele é representado pelo símbolo da figura a
seguir:

Símbolo do
Os diodos LED são encontrados com as mais diversas formas e
dimensões. A figura seguinte apresenta alguns tipos construtivos
de diodos LED.Tipos de diodos LED

Funcionamento
A circulação da corrente se processa pela liberação de
portadores livres na estrutura dos cristais.
O deslocamento de portadores de banda de condução provoca a
liberação de energia (emissão de fótons) em forma de luz.

Fenómeno de emissão de fótons

81
O cátodo de um diodo LED pode ser identificado por um “corte”
na base do encapsulamento.

Quando o diodo LED é polarizado diretamente entra em


condução, permitindo a circulação de corrente.

Ligação do diodo LED


O diodo LED é utilizado principalmente em substituição às
lâmpadas incandescentes de sinalização, devido a uma série de
vantagens que apresenta, tais como:
• Baixo consumo
• Alta resistência a vibrações
• Nenhum aquecimento
• Grande durabilidade
LED bicolor
O LED bicolor consiste, na verdade, de dois LEDs colocados
dentro de uma mesma cápsula. Estes LEDs têm três terminais.

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Um dos terminais é comum aos dois LEDs. Dependendo da cor
que se deseja acender, polariza-se um dos diodos.

LED infravermelho
A luz infravermelha é um tipo de luz que não é visível ao olho
humano. Este tipo de luz é usado principalmente em alarmes
contra roubos e circuitos do gênero.
Existem diodos LEDs que emitem luz infravermelha. Estes LEDs
funcionam como os outros, porém a olho nu não se pode
observar se estão ligados ou não.
Teste do diodo LED
Os diodos LED podem ser testados como um diodo comum,
usando um multímetro na escala de resistência. Em um sentido o
teste deve indicar baixa resistência (terminal positivo do
multímetro no ânodo do LED e negativo no cátodo), em outro, alta
resistência (terminal negativo do multímetro no ânodo do LED e
positivo no cátodo).

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Polarização reversa durante o teste de um LED

Polarização direta durante o teste de um LED

Observações
A identificação dos terminais ânodo e cátodo também podem ser
feitos com o multímetro, da mesma forma que um diodo comum.
Alguns multímetros analógicos têm a polaridade de sua pontas
de prova invertidas quando colocados na escala de resistência.
Localização do cátodo em um diodo LED
Quando o diodo LED é polarizado diretamente entra em
condução, permitindo a circulação de corrente.
Ligação do diodo LED
2
SENAI/SP

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