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CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

ELETROTÉCNICA INDUSTRIAL

UNIDADE III: TRANSFORMADORES


E AUTOTRANSFORMADORES

Me. Edmilson Bermudes Rocha Junior


ebermudes@ifes.edu.br
2023/1
"Quando Deus é seu parceiro,
você pode fazer grandes planos!"

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Referência(s)

❖ Fitzgerald, A.E.; Kingdlley Jr, C.; Kusko, A. Máquinas elétricas.


São Paulo: McGraw Hill, 2006: capítulo 2.

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Introdução
❑ Nosso foco agora será o estudo do transformador;

❑ Apesar de não ser um dispositivo de conversão de energia, é


indispensável para o funcionamento destes sistemas;

❑ Em potência, é utilizado para permitir a adequação dos níveis


da tensão de transmissão/distribuição ao consumo;

Pesquisar: Quais as principais aplicações de transformadores?

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TRANSFORMADOR
❑ Sistema Elétrico de Potência (SEP):

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TRANSFORMADOR
❑ Um transformador consiste em 2 ou mais enrolamentos
acoplados por meio de um fluxo magnético comum.
O fluxo variável
Produção de fluxo, que produzido induz
depende de e, f e N1 uma tensão no
secundário, que
Tensão alternada depende
aplicada ao também de N2 e
primário! f.

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TRANSFORMADOR

❑ O acoplamento torna-se eficiente quando é utilizado um


núcleo de ferro ou de algum outro material
ferromagnético;

❑ Assim, é denominado transformador de núcleo de ferro;

❑ Quando o material tem alta permeabilidade magnética, o


fluxo fica praticamente confinado ao núcleo;

Pesquisar: Por que o núcleo é formado por lâminas?


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TRANSFORMADOR
❑Curva B x H de um material ferromagnético:

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TRANSFORMADOR
❑ Transformador de distribuição: 150 kVA - 13,8/0,22 kV;

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TRANSFORMADOR
23.03.23

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TRANSFORMADOR

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TRANSFORMADOR

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TRANSFORMADOR
❑ Transformador de potência: Trafo de 225 MVA - 138/230 kV;

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TRANSFORMADOR
❑ Esquemático do transformador:

❑ Temos que:

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TRANSFORMADOR

❑ Essa tensão e1, somada a queda de tensão na resistência do


primário (R1), deve se igualar a tensão aplicada v1;

❑ Em nossa análise estamos desprezando o fluxo disperso;

❑ Na maioria dos transformadores de grande porte a queda de


tensão em R1 , com o trafo em aberto, é bem pequena. Assim,
e1 iguala-se a v1.

❑ Considera-se ainda que a tensão e o fluxo são senoidais.

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TRANSFORMADOR
❑ Assim, o fluxo pode escrito como:

❑ E a tensão induzida será:

❑ Cujo valor eficaz é:

❑ Se a queda de tensão em R1 é nula, temos:


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TRANSFORMADOR
❑ O fluxo no núcleo é determinado unicamente pela tensão
aplicada, frequência e o número de espiras do enrolamento;

❑ Devido às propriedades não-lineares do núcleo, a forma de


onda da corrente é não-senoidal;

❑ Se esta corrente for expandida em uma Série de Fourier,


constata-se que ela é formada por uma componente
fundamental e uma série de harmônicas ímpares;

❑ A componente fundamental pode ser decomposta em 2


componentes: uma em fase com e1 e outra atrasada 90 de e1;

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TRANSFORMADOR

❑ A componente em fase fornece potência que será absorvida


no núcleo pelas perdas (histerese e correntes parasitas);

❑ Subtraíndo essa componente em fase da corrente de


excitação total, temos a chamada corrente de magnetização;

❑ Engloba a componente defasada de 90º e todas as


harmonicas;

❑ A corrente de excitação é normalmente pequena, cerca de 1 a


2% da corrente de plena carga, para transformadores de
grande porte;
Pesquisar: O que são perdas por histerese e correntes
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parasitas?
TRANSFORMADOR
❑ O diagrama fasorial sem carga é mostrado abaixo:

Ic: corrente de perdas


I: corrente de excitação
Im: corrente de
magnetização

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TRANSFORMADOR
❑ Vamos considerar agora um primário com N1 espiras e o
secundário com N2 espiras, conforme mostrado na figura
abaixo:

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TRANSFORMADOR
❑ Os pontos foram estabelecidos de forma que a tensão induzida
por um fluxo variável esteja sempre no sentido no qual a
corrente deve circular para se opor ao fluxo variável.

❑ Na bobina 1 é assumido que i1 está entrando no terminal


superior. Logo, o fluxo segue no sentido horário.

❑ Desta forma, na bobina 2, o fluxo segue de cima para baixo.


Logo, a corrente i2 deve seguir o caminho contrário.

❑ As tensões v1 e v2 devem ser atribuídas de acordo com o


sentido das correntes i1 e i2 adotados.

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TRANSFORMADOR
❑ Para este transformador vamos supor que:
- As resistências dos enrolamentos são desprezíveis;
- Todo fluxo está confinado no núcleo;
- Não há perdas no núcleo;
- A permeabilidade do núcleo é infinita.

❑ Um transformador hipotético que apresente estas propriedades


é chamado de transformador ideal.

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TRANSFORMADOR
❑ Feitas estas considerações, podemos escrever que:

❑ Da razão entre estas duas equações, temos:

❑ Um transformador ideal transforma tensões na razão direta


das espiras de seus enrolamentos. 23
TRANSFORMADOR
❑ Considerando uma carga no secundário (portanto, uma
corrente i2) e que a permeabilidade do núcleo seja muito
elevada, então o fluxo no núcleo não irá se alterar com a
presença da carga. Continuará sendo definido pela tensão
primária aplicada.

❑ A FMM líquida não irá se alterar, permanecendo desprezível:

❑ Ou:

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TRANSFORMADOR
❑ Podemos também escrever que:

❑ Ou seja, a potência instantânea do primário é igual a do


secundário.

❑ Isso é natural, já que os mecanismos de dissipação de energia


foram desconsiderados.

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TRANSFORMADOR
❑ Relembrando as propriedades de reflexão de impedância:

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TRANSFORMADOR

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TRANSFORMADOR
a)

28
TRANSFORMADOR
b)

Qual será o valor de I2 ?

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TRANSFORMADOR
❑ Vamos iniciar a construção de um modelo de transformador
mais real.

❑ O fluxo total que concatena o primário pode ser separado em


duas partes:

✓ Fluxo mútuo resultante, confinado ao núcleo de ferro;


✓ Fluxo disperso, que concatena apenas o primário.

❑ Isto está esquematizado na figura a seguir:

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TRANSFORMADOR

31
TRANSFORMADOR
❑ No enrolamento primário, o fluxo disperso induz uma tensão
que se soma àquela produzida pelo fluxo mútuo.

❑ Pode ser representado por uma indutância de dispersão do


primário (L1). A correspondente reatância de dispersão do
primário X1 é dada por:

❑ Além disso, haverá uma queda de tensão na resistência


do enrolamento primário (R1).

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TRANSFORMADOR

❑ A tensão nos terminais do primário (V1) consiste em três


partes:
✓ queda de tensão em R1.
✓ queda de tensão em X1 (devido ao fluxo disperso).
✓ tensão induzida no primário (e1) pelo fluxo mútuo resultante.

❑ Temos o seguinte circuito equivalente:

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TRANSFORMADOR
❑ A corrente do primário deve não só magnetizar o núcleo, como
alimentar a carga do secundário.

❑ Assim, a corrente do primário é decomposta em duas:

✓ componente de excitação, necessária para produzir fluxo


mútuo resultante;
✓ componente de carga.

❑ A corrente de excitação pode ser tratada como sendo uma


corrente de perdas no núcleo e uma componente de
magnetização.

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TRANSFORMADOR
❑ Com a inclusão do modelo do núcleo, o circuito toma a
seguinte forma:

35
TRANSFORMADOR

36
TRANSFORMADOR
❑ O enrolamento secundário pode ser incluído ao circuito,
utilizando-se um transformador ideal e representando à
parte sua reatância de dispersão e sua resistência.

37
TRANSFORMADOR
❑ Desta forma um transformador real é um transformador ideal
mais impedâncias externas.

❑ Todas as impedâncias podem ser referidas ao primário ou ao


secundário.

❑ A figura a seguir mostra o caso em que as impedâncias estão


referidas ao primário(circuito equivalente T).

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TRANSFORMADOR

39
TRANSFORMADOR

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TRANSFORMADOR
Ensaio de curto-circuito:

❑ Permite encontrar a impedância série Req + jXeq;

❑ É arbitrário a escolha do enrolamento que será curto-


circuitado;

❑ A tensão que será aplicada no outro lado deve ser suficiente


para atingir a corrente nominal do enrolamento (cerca de 10 a
15% da tensão);

❑ São feitas medições de tensão, corrente e potência ativa no


lado não cuito-circuitado.
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TRANSFORMADOR

Como determinar os parâmetros? 46


TRANSFORMADOR

Como determinar os parâmetros?


47
TRANSFORMADOR
❑ Procedimento para realização do ensaio:

48
TRANSFORMADOR
❑ Utilizaremos as seguintes equações:

49
TRANSFORMADOR
Ensaio de circuito aberto

❑ Realizado com um dos terminais em aberto e o outro com


tensão nominal (normalmente o de menor tensão). As
medições são feitas no terminal ao qual foi aplicada tensão
nominal.

❑ Nestas condições uma corrente de excitação é obtida.

❑ A tensão nominal é utilizada para garantir um nível de


magnetização próximo daquele que ocorre em condições
normais de operação.

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TRANSFORMADOR

Como determinar os parâmetros?


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TRANSFORMADOR
❑ Procedimento para realização do ensaio:

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TRANSFORMADOR
❑ Utilizaremos as seguintes equações:

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TRANSFORMADOR

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TRANSFORMADOR

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TRANSFORMADOR

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TRANSFORMADOR

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TRANSFORMADOR
❑Transformador ideal: relações de tensão e corrente.

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AUTOTRANSFORMADOR
❑ A figura abaixo mostra um transformador tradicional de 2
enrolamentos, com N1 e N2 espiras no primário e no
secundário, respectivamente.

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AUTOTRANSFORMADOR
❑ O mesmo efeito de transformação sobre tensões, correntes e
impedâncias pode ser obtido quando estes enrolamentos são
conectados como mostrado abaixo.

Autotransformador

❑ O enrolamento bc é comum a ambos os circuitos: primário e


secundário. 60
AUTOTRANSFORMADOR
❑ Principal diferença: no transformador de 2 enrolamentos os
enrolamentos estão eletricamente separados. No
autotransformador eles estão conectados entre si.
❑ Além disso, o enrolamento ab deve ter uma isolação extra pois
deve estar isolado contra a plena tensão máxima do
transformador.
❑ Os autotransformadores tem reatância de dispersão menores,
perdas mais baixas, menores correntes de excitação e custam
menos que os transformadores convencionais.
❑ As aplicações vão desde reguladores de tensão a
transformadores rurais.

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AUTOTRANSFORMADOR

62
AUTOTRANSFORMADOR

2400 V 240 V

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AUTOTRANSFORMADOR

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AUTOTRANSFORMADOR

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AUTOTRANSFORMADOR

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AUTOTRANSFORMADOR

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AUTOTRANSFORMADOR

Figura 2.18
68
AUTOTRANSFORMADOR

69
AUTOTRANSFORMADOR
❑ Relações de tensão e corrente:

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AUTOTRANSFORMADOR
❑Potência de saída:

71
AUTOTRANSFORMADOR
❑Ganho de potência:

72
AUTOTRANSFORMADOR
❑Vantagens:

73
AUTOTRANSFORMADOR
❑Desvantagens:

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Exercícios Recomendados

Máquinas Elétricas – Fitzgerald:

Problemas Práticos: 2.1; 2.2; 2.3; 2.4; 2.5

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