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1. Objetivos
As informações necessárias para os cálculos da eficiência e desempenho de transformadores podem
ser obtidas de dois testes realizados em laboratório. Eles são conhecidos como teste de circuito aberto
e teste de curto-circuito. São objetivos deste laboratório:
− Aprender a conectar instrumentos e realizar medições em um transformador monofásico.
− Realizar ensaios em circuito aberto e em curto circuito em um transformador.
− Determinar as impedâncias de um transformador.
− Obter os parâmetros do circuito equivalente de um transformador.
− Calcular o rendimento e a regulação de um transformador para qualquer carga
d d V1 N1
V1 = N1 V2 = N2 = =n
dt dt V2 N2
com n denominando a relação de espiras ou relação de transformação.
V1 nV2 V
Z1 = = = n2 2 = n2 Z 2
I1 I 2 / n I2
Z1 é a impedância vista pela fonte de energia, ou seja, o primário vê qualquer carga Z2 conectada aos
terminais do secundário multiplicada pelo quadrado da relação de transformação. Em alguns casos, o
casamento de impedâncias é a principal função do transformador.
Em vazio I2 = 0, logo I1’ = 0. A impedância do ramo de magnetização (rc + xm) é muito maior que a
impedância série equivalente e pode-se desprezar os parâmetros série. Circuito equivalente:
Devido à não linearidade da curva B×H do núcleo (ciclo de histerese e eventualmente saturação), a
corrente de excitação não é senoidal e a análise de Fourier mostra que a corrente de magnetização
possui uma componente fundamental em fase com o fluxo e harmônicas de ordem ímpar (3ª, 5ª, …).
Como I é pequena, considera-se somente a componente de primeira harmônica:
I1 = I
Potência nominal
Potência aparente para a qual o transformador foi dimensionado para operação contínua em toda sua
vida útil. Na placa de identificação esta grandeza é fornecida em VA ou múltiplos, tais como kVA
(103VA) e MVA (106VA).
Correntes nominais
São as correntes que circulam nos enrolamentos quando submetidos às tensões nominais e potência
nominal.
Ensaio de curto-circuito
Com o lado de baixa tensão em curto-circuito, impõe-se uma tensão menor do que a nominal no lado
de alta tensão de modo a se ter corrente nominal no curto-circuito, medindo-se a tensão, as correntes
e a potência consumida. Basta uma tensão primária de somente 2 a 12 por cento do valor nominal
para obter-se a corrente de plena carga.
Rendimento e regulação
Psaída P V2nom I 2nomcos2
= = útil = 100 [%]
Pentrada Ptotal V2 nom I 2 nomcos2 + pFerro + pJoule
V20 − V2
R= 100 [%]
V2
V1n
A regulação depende do fator de potência da carga.
V1A − V2n
R= 100%
V2n
V1A: tensão primária ajustada para tensão secundária nominal em plena carga
V2n: tensão secundária nominal em plena carga referenciada ao primário
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3. Atividades prévias
Questões para revisão/reflexão/estudo.
1. Enuncie a Lei de Faraday com suas próprias palavras. Idem para a Lei de Lenz.
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2. Por que a Lei de Faraday é importante? O que ela acrescenta ao que você já sabe sobre circuitos
elétricos e circuitos magnéticos? ___________________________________________________
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3. Defina fluxo magnético. __________________________________________________________
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4. Qual a distinção entre tensão e força eletromotriz induzida? ______________________________
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5. Dê um exemplo de como se obtém uma força eletromotriz induzida, justificando.
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6. Escreva a equação da força eletromotriz induzida no transformador.
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7. O que é o transformador e qual é o princípio de funcionamento? ___________________________
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8. Quais as diferenças entre um transformador ideal e um transformador real? __________________
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9. Um transformador ideal com N1 = 500 espiras e N2 = 250 espiras alimenta uma carga resistiva de
10. O primário é alimentado por uma fonte de tensão v1(t) = 311sent, 60Hz.
Determine:
a. A tensão no secundário: ______________________________________________________
b. A corrente na carga: _________________________________________________________
c. A corrente no primário: ______________________________________________________
d. A potência aparente fornecida ao primário: _______________________________________
e. A potência aparente consumida pela carga: _______________________________________
Desenhe:
a. O circuito equivalente completo referido ao lado de alta tensão.
Pcarga
Carga(%) =
Pnominal
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5. Atividades experimentais
Equipamentos utilizados
Transformador de 24VA 110/12V, fontes da bancada, wattímetro digital, voltímetros, amperímetros,
conectores, reostato de 450/2A.
Inspeção do Transformador
Preencher a tabela utilizando os dados nominais do transformador:
Tensão [V]
Corrente [A]
Potência [VA]
Relação de espiras n
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Identificação dos terminais
Identificar os terminais de alta e baixa tensão através das medições das resistências dos enrolamentos
e da verificação das tensões, preenchendo a tabela. Qual o lado que tem menor valor para a resistência
do enrolamento: alta ou baixa? _______________________________________________________
Justifique: _______________________________________________________________________
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VT < V1 VT > V1
Se a tensão entre os terminais não conectados é menor que a tensão de entrada (se N1 = N2 seria nula),
a polaridade é subtrativa e o conector entre o primário e o secundário está ligando terminais com a
mesma polaridade. Se a tensão entre os terminais não conectados é maior que a tensão de entrada (se
N1 = N2 seria o dobro), a polaridade é aditiva e o conector entre o primário e o secundário está ligando
terminais com polaridades diferentes.
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Ensaio 2: Circuito aberto
Tem como finalidades as determinações das perdas em vazio e calcular os parâmetros xm e rc. Quando
o transformador está funcionando em vazio, não existe corrente no secundário e não há perdas no
cobre deste enrolamento. A corrente em vazio no primário é muito reduzida, o que leva a que as
perdas no cobre possam ser desprezadas. Portanto, a potência ativa mensurável em vazio representa
a potência dissipada no núcleo de ferro.
Aplicar a tensão nominal nos terminais de baixa tensão, estando os terminais de alta tensão em aberto
(em vazio) e fazer as leituras da potência (ativa) de entrada P0, tensão V1 e corrente em vazio, I0.
Normalmente utiliza-se para este ensaio o circuito equivalente:
V12 V1 1 1 1
rc = Zm = = Bm = Ym2 − gc2 [−1 ] Ym = gc =
P0 I0 xm Zm rc
Ensaio 3: Curto-circuito
No ensaio de curto-circuito circulam as correntes nominais no primário e no secundário, estando o
transformador alimentado com tensão reduzida. O fluxo magnético é muito pequeno devido ao fato
das tensões serem pequenas. Praticamente não se produzindo perdas no ferro. Deste modo a potência
ativa consumida durante o ensaio de curto-circuito, representa as perdas no cobre do transformador.
O ensaio em curto-circuito é também um método experimental para determinar a resistência, a
reatância e a impedância equivalentes do transformador. Como circulam as correntes nominais sem
o transformador alimentar nenhuma carga, o ensaio permite simular o padrão de fugas de fluxo no
primário e secundário já que dependem das correntes nos dois enrolamentos.
Como a tensão aplicada é reduzida, a corrente no ramo magnetizante também será de pequeno valor.
As perdas em vazio dependem da densidade de fluxo que, por sua vez, depende da tensão aplicada.
Desta forma pode-se desprezar o ramo central do modelo do transformador, pois estando ele curto-
circuitado, bastará uma pequena tensão para fazer circular a corrente nominal.
Aplicar uma tensão reduzida nos terminais de alta tensão do transformador, curto-circuitando a baixa
tensão com o amperímetro. O nível da tensão aplicada no transformador deve ser tal que
proporcionará a circulação da corrente nominal no secundário, conforme a figura:
A partir das informações obtidas de potência, correntes e tensões, pode-se calcular os referidos
valores de resistência, reatância e impedância utilizando as seguintes equações:
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PCC
RCC = 2
Onde: RCC = resistência equivalente, re = r1 + n2r2
I CC PCC = potência de curto-circuito
VCC ICC = corrente de curto-circuito = corrente nominal
ZCC = ZCC = impedância equivalente
I CC
VCC = Tensão de curto-circuito
X CC = ZCC
2
− RCC
2
XCC = reatância equivalente, xe = x1 + n2x2
r1 = r2 = 0,5re x1 = x2 = 0,5xe
Corrente [A]
Modelagem
Com os dados obtidos, determinar os parâmetros e completar os circuitos equivalentes deste
transformador, referindo-se aos lados da alta tensão, baixa tensão e em p.u. Escolher como base do
sistema p.u. os valores nominais do transformador.
Vvazio − Vcarga
Reg% = 100%
Vcarga
Psaída P − Pperdas P
% = = entrada = 1 − perdas 100%
Pentrada Pentrada Pentrada
Aplicar 110V no lado de AT, com o circuito do secundário do transformador em aberto (carga
desconectada). Verifique o valor da tensão em vazio no lado de BT. Conecte o reostato após ajustá-
lo para o seu valor máximo. Varie a carga até atingir a potência nominal do transformador (corrente
e tensão nominais do secundário). Anote na tabela abaixo os resultados das medições para 10 valores
de carga.