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ELÉTRICAS II
Introdução
O motor de passo tem seu projeto dedicado ao controle de posição do
eixo, o que possibilita grande precisão de movimento. O ramo tecnológico
é uma das grandes aplicações desse tipo de motor. Pelo fato de a rotação
do motor ser controlada tanto por aspectos construtivos quanto de con-
trole, a criatividade é uma grande arma para utilizar esse tipo de motor.
Neste capítulo, você estudará os aspectos construtivos, o princípio de
funcionamento e as aplicações dos motores de passo.
1 Aspectos construtivos
Os motores de passo são máquinas elétricas rotativas, comumente utilizadas
para se obter um ângulo de rotação do eixo controlado. Esse tipo de motor
é, geralmente, construído com a armadura alojada no estator da máquina,
enquanto no rotor é alojado o material que deve alinhar-se com o campo
produzido pela armadura, assim como demonstrado na Figura 1, a seguir.
Uma das principais vantagens do motor de passo é sua compatibilidade com
controle de sistemas eletrônicos digitais (UMANS, 2014).
2 Motor de passo
Enrolamento da armadura
Ímã permanente
Eixo
S
Excitação
Rotor
Estator
BP
BR
2 Princípio de funcionamento
A realização de movimentos do motor de passo é controlada por excitações
CC nas bobinas, para que o rotor se alinhe. À medida que ocorre a alteração
do enrolamento excitado, o rotor gira até ficar alinhado com o novo campo
magnético gerado pela armadura. A Figura 4, a seguir, ilustra um motor de
passo relutante em movimento.
Em um primeiro momento (a), é exibido quando o enrolamento a recebe
uma excitação positiva (× no lado a, e • no lado aʹ). Consequentemente,
o campo magnético BS é gerado. No segundo momento (b), os polos do rotor
alinham-se com as linhas de fluxo formadas pelo campo magnético do en-
rolamento, formando um campo magnético resultante, BR. Observa-se que
esse campo BR é maior que BS — isso ocorre pelo fato de o ferro apresentar
menor resistência à formação do campo magnético que o ar. Em um terceiro
momento (c), a fonte CC é desligada do enrolamento a, e uma tensão CC
negativa é aplicada ao enrolamento c (× no lado cʹ, e • lado c). Com isso,
o campo magnético BS é formado, e os polos do rotor tendem a se alinhar com
o campo, formando um campo ainda mais forte: BR. Seguindo essa sequência
de excitação de enrolamento, é possível controlar o motor de forma a obter
rotações completas no motor.
Motor de passo 5
Número de Fases
Ângulo
pulsos de
do rotor
excitação A B C
1 VCC 0 0 0°
2 0 0 – VCC 60°
3 0 VCC 0 120°
4 –VCC 0 0 180°
5 0 0 VCC 240°
6 0 – VCC 0 300°
(1)
onde:
Uma vez que o motor contém um único par de polos (P), o ângulo elétrico
reflete-se no ângulo mecânico (θm) do motor. A relação entre ângulo elétrico
e ângulo mecânico do motor é dada pela Equação (2):
(2)
Motor de passo 7
Se um motor de passo trifásico de oito polos for excitado pela sequência exibida na
tabela, pode-se calcular o ângulo de passo mecânico por:
Supondo, inicialmente, uma excitação simples, com um único enrolamento por vez,
poderíamos calcular a resolução de rotação do motor por:
Número de Fases
Ângulo
pulsos de
do rotor
excitação A B C
1 VCC 0 0 0°
3 0 0 –VCC 60°
5 0 VCC 0 120°
(Continua)
Motor de passo 9
(Continuação)
Número de Fases
Ângulo
pulsos de
do rotor
excitação A B C
7 –VCC 0 0 180°
8 –VCC 0 0 210°
9 0 0 VCC 240°
11 0 –VCC 0 300°
Figura 6. Motor de passo híbrido. (a) Rotor com peças polares deslocadas de metade do
passo e afastados por um ímã permanente. (b) Vista frontal do motor.
Fonte: Umans (2014, p. 502).
3 Aplicações
A característica de rotação em ângulos controlados dos motores de passo é
aplicada em diversas áreas da indústria, sendo a tecnológica uma das grandes
aplicações. O controle facilitado por meio de lógicas digitais, aplicações
em robótica e equipamentos de informática é comum. Algumas aplicações
típicas são: controle de alimentação de papel e posicionamento do cabeçote
de impressão em impressoras, equipamentos de usinagem controlados nume-
ricamente, usados em drives de discos flexíveis, entre outras diversas (DEL
TORO, 1994; UMANS, 2014).
Como já citado, esse tipo de motor pode ser facilmente controlado por
meio de sistemas digitais, comumente realizado por uma unidade de controle,
que pode ser formada por circuitos eletrônicos com microprocessadores e
diversos periféricos. Essa unidade de controle pode ser programada para
gerar a movimentação desejada em motores de passo. A Figura 7, a seguir,
apresenta um exemplo de motor de passo trifásico monopolar controlado por
uma unidade de controle.
Motor de passo 11
2 3’
1’
1
3 2’
(3)
(4)
Suponha um motor de passo trifásico com um único par de polos. Se for enviada à
unidade de controle uma taxa de 1500 pulsos/minuto, qual é a velocidade de rotação
desse motor, considerando um único enrolamento acionado por vez?
Além disso, sabendo-se que a posição inicial do motor foi de 30 °, qual é a posição
do motor após 1503 pulsos de controle?
A resolução em ângulo elétrico é:
Sendo que 1.503 passos foram dados, a quantidade angular (Qa) percorrida foi:
Dividindo pela ângulo total de uma volta, o número de voltas (Nv) dadas foi:
Observa-se que o motor completou 250 voltas (360°) e meia (180°). Levando-se
em consideração que o motor partiu da posição de 30°, a posição final do motor é:
Leitura recomendada
TAVARES, A. A. Eletricidade, magnetismo e consequências. Pelotas: UFPel, 2011. 296 p.
Motor de passo 15
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