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4. Máquinas Síncronas
As Máquinas Síncronas estão entre os três tipos mais comuns de maquinas electricas,
elas são assim chamadas porque operam a velocidade e frequência constante em regime
permanente. Assim como a maioria das maquinas girantes, a máquina síncrona pode
operar como gerador quanto como um motor.
Dependendo da construção do rotor, uma máquina síncrona pode ser ou do tipo rotor
cilíndrico (ou polos lisos ou rotor liso) (figura 4.1a) ou do tipo polos salientes de
(figura 4.1b). O primeiro tipo é usado em maquinas de alta velocidade, tais como, turbo
geradores, enquanto que o último é destinado para baixas velocidades, tais como
geradores hidráulicos.
a) b)
Figura 4.1: Tipos de maquinas síncronas; a) maquina síncrona de polos lisos ou rotor cilíndrico, b)
maquina síncrona de polos salientes.
Para compreender a operação geradora, vamos nos referir primeiro a uma máquina
trifásica de rotor cilíndrico mostrada na figura 4.2a, a qual tem enrolamentos
concentrados. Portanto, a tensão induzida na fase A é dada por:
𝑢𝐴 = 𝑈𝑚 sin 𝜔𝑡
𝑢𝐵 = 𝑈𝑚 sin(𝜔𝑡 − 120°)
𝑢𝐶 = 𝑈𝑚 sin(𝜔𝑡 + 120°)
𝜔
𝑓= (𝐻𝑧)
2𝜋
a) b)
Figura 4.2: a) maquina síncrona trifásica de polos lisos, b) ondas de tensões trifásicas.
𝐵(𝜃) = 𝐵𝑚 cos 𝜃
(3𝜋/2)−𝛼
𝜆 = 𝑁∫ 𝐵(𝜃) l ℓ𝑟𝑑𝜃 = −2𝑁𝐵𝑚 ℓ𝑟 cos 𝛼
(𝜋/2)−𝛼
𝑑𝜆 𝑑𝜆 𝑑𝛼
𝑢𝐴 = = = 𝑈𝑚 sin 𝜔𝑡 ∗∗
𝑑𝑡 𝑑𝛼 𝑑𝑡
120𝑓
𝑛𝑠 =
𝑝
A fim de fazer o motor síncrono ter partida própria, ele é provido de barras
amortecedoras, que criam um conjugado de partida. Desde que o rotor esteja a ser
𝑛𝑃
𝑓=
120
𝐸𝐴 = √2𝜋𝑁𝑐𝜙𝜔
𝑁𝑐
𝐾=
√2
𝑁𝑐 𝑃
𝐾=
√2
Figura 4.4: (a) Gráfico de fluxo versus corrente de campo de um gerador síncrono. (b) A curva de
magnetização do gerador síncrono.
Compilado por: Eng.º Felipe P. Pawandiua
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Máquinas Síncronas
4.3.3. Circuito equivalente de um gerador síncrono
A tensão 𝐸𝐴 é a tensão gerada interna que é produzida em uma fase do gerador síncrono.
Entretanto, essa tensão 𝐸𝐴 não é usualmente a tensão que aparece nos terminais do
gerador. De fato, o único momento em que a tensão interna 𝐸𝐴 é igual à tensão de saída
𝑉 de uma fase é quando não há corrente de armadura circulando na máquina.
Os seguintes factores são responsáveis pela diferença entre 𝐸𝐴 𝑒 𝑉𝑓 :
1. A distorção do campo magnético do entreferro pela corrente que flui no estator,
denominada reação de armadura.
2. A autoindutância das bobinas da armadura.
3. A resistência das bobinas da armadura.
4. O efeito do formato dos polos salientes do rotor.
Além dos efeitos da reação de armadura, as bobinas do estator têm uma auto-indutância
e uma resistência. Se a autoindutância do estator for denominada LA (com sua respectiva
reatância denominada XA) e a resistência do estator for denominada RA, a diferença total
entre EA e V_ será dada por:
𝑉𝑓 = 𝐸𝐴 − 𝐽𝑋𝐼𝐴 − 𝐽𝑋𝐴 𝐼𝐴 − 𝑅𝐴 𝐼𝐴
A autoindutância e os efeitos de reação de armadura da máquina são ambos
representados por reatâncias, sendo costume combiná-las em uma única reatância,
denominada reatância síncrona da máquina:
𝑋𝑆 = 𝑋 + 𝑋𝐴
Portanto, a equação final da tensão de fase é:
𝑉𝑓 = 𝐸𝐴 − 𝐽𝑋𝑠 𝐼𝐴 − 𝑅𝐴 𝐼𝐴
O circuito equivalente completo desse gerador está mostrado na Figura 4.6. Essa figura
apresenta uma fonte de tensão CC alimentando o circuito de campo do rotor, que é
modelado pela indutância e a resistência em série da bobina. Cada uma delas tem uma
tensão gerada internamente, com uma indutância em série 𝑋𝑆 e uma resistência em
série 𝑅𝐴 .
Essas três fases podem ser ligadas tanto em Y ou em Δ, como mostra a figura 4.7.
Figura 4.7: o circuito equivalente do gerador ligado em (a) Estrela e (b) em delta.
Um gerador síncrono é uma máquina síncrona usada como gerador. Ele converte
potência mecânica em potência elétrica trifásica. A fonte da potência mecânica, a
máquina motriz, pode ser um motor diesel, uma turbina a vapor, uma turbina hidráulica
ou qualquer dispositivo similar. Qualquer que seja a fonte, ela deve ter a propriedade
básica de que sua velocidade seja quase constante independentemente da potência
demandada. Se não fosse assim, a frequência do sistema de potência resultante variaria.
Nem toda a potência mecânica que entra em um gerador síncrono torna-se potência
elétrica na saída da máquina. A diferença entre a potência de entrada e a de saída
representa as perdas da máquina. A potência mecânica de entrada é a potência no eixo
do gerador 𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝜏𝑎𝑝 𝜔𝑚 , ao passo que a potência convertida internamente da forma
Se a resistência de armadura RA for ignorada (já que 𝑋𝑆 >> 𝑅𝐴 ) então uma equação muito
útil pode ser deduzida para fornecer um valor aproximado da potência de saída do
gerador, isto é;
3𝑉𝑓 𝐸𝐴
𝑃𝑐𝑜𝑛𝑣 = sin 𝛿
𝑋𝑆
A equação acima mostra que a potência produzida por um gerador síncrono depende do
ângulo 𝛿 entre 𝑉𝑓 𝑒 𝐸𝐴 . O ângulo 𝛿 é conhecido como ângulo interno ou ângulo de conjugado
(torque) da máquina.
Uma expressão alternativa para o conjugado induzido em um gerador síncrono pode ser
escrita como:
3𝑉𝑓 𝐸𝐴
𝜏𝑖𝑛𝑑 = sin 𝛿
𝜔𝑚 𝑋𝑆
Note que, em um gerador síncrono tanto a potência convertida tanto como o conjugado
induzido, dependem do angulo 𝛿, portanto, essas duas grandezas alcançam os seus
valores máximos quando o angulo de conjugado (ou torque) 𝛿 for igual a 90º.
1. Diversos geradores podem alimentar uma carga maior do que apenas uma
máquina isolada.
2. A presença de muitos geradores aumenta a confiabilidade do sistema de potência
porque, se um deles falhar, não ocorrerá uma perda total de potência para a carga.
3. A presença de muitos geradores em paralelo permite que um ou mais deles sejam
removidos para desligamento e manutenção preventiva.
4. Quando apenas um gerador está sendo usado e não está operando próximo da
plena carga, então ele será relativamente ineficiente. Quando há muitas máquinas
menores em paralelo, é possível operar com apenas uma fração delas. As que
estiverem realmente operando estarão funcionando próximo da plena carga e,
portanto, mais eficientemente.
Figura 4.9: (a) Circuito equivalente trifásico de um motor síncrono; (b) circuito equivale de uma fase de um motor síncrono.
𝑉𝑓 = 𝐸𝐴 + 𝐽𝑋𝑠 𝐼𝐴 + 𝑅𝐴 𝐼𝐴
ou
𝐸𝐴 = 𝑉𝑓 − 𝐽𝑋𝑠 𝐼𝐴 − 𝑅𝐴 𝐼𝐴
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Máquinas Síncronas
ESTUDO INDEPENDENTE
Cada estudante deve, de forma individual, estudar com auxílio das fontes bibliográficas fornecidas
e mais outras que abordem os seguintes temas:
Partida ou arranque dos motores síncronos;
Ensaios feitos nos motores síncronos;
Resolver ficha de exercícios a ser fornecido.
Fontes recomendadas: Irving Kosow, Stephen Chapman e Geraldo Carvalho.