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DAVID ANGELO TALIERI

TIPOS DE EXCITAÇÃO DE MOTORES DE CORRENTE


CONTINUA:

Londrina
2023
Tipos de excitação de motores de corrente contínua
A versatilidade das máquinas CC se consolida através da sua gama de aplicação e
operação, em processos que exigem precisão do controle da velocidade e do seu
conjugado. Combinado com método específico de excitação dos seus enrolamentos de
campo, esses equipamentos se tornam mais dinâmicos em suas características de operação
em regime permanente.
Excitação Independente:
Nesse tipo de circuito, a tensão VT representa a tensão medida nos terminais do motor
e IL é a corrente que circula entre as conexões dos terminais. EA é a tensão gerada na
armadura do motor e IA é a corrente que circulará na armadura. Em um circuito de
excitação independente a corrente de armadura IA é igual a corrente que de linha IL que
percorre o circuito. Portanto :
IL = IA
Em um circuito de excitação independente, as características de terminais dessa
máquina são representadas pela lei de Kirchhoff das tensões, onde:
VT = EA - IARA
A medida em que a carga fornecida por essa máquina aumenta as correntes IL e IA
também aumentam, com a elevação da corrente de armadura, a queda de tensão IARA
cresce, por consequência a tensão nos terminais do gerador diminui.
As tensões de terminal de um gerador CC de excitação independente podem se
controlada alterando a tensão interna EA gerada. Pela lei de Kirchhoff das tensões, se EA
aumentar a tensão VT irá aumentar e, se tensão EA diminuir a tensão VT também irá
diminuir. A tensão interna EA é expressa pela equação EA = Kᶲωm , assim a dois modos
de controlar a tensão desse gerador.

1. Alterando a velocidade de rotação. Se ω aumentar, então EA = Kᶲωm ↑ aumentará


de modo que VT = EA ↑ - IARA também aumentará.

2. Aumentando a corrente de campo. Se diminuir RF, a corrente de campo aumentará


(IF = VF/RF↓). O fluxo ᶲ da máquina cresce, quando isso ocorre EA = Kᶲ↑ωm
também deve aumentar de modo que VT = EA ↑ - IARA também aumentará.
IL = IA
VT = EA – IARA
IF = VF/RF

Excitação em Paralelo (em derivação):


Um gerador com circuito de excitação em derivação gera a sua própria corrente de
campo, conectando diretamente aos terminais do motor. Nesse tipo de circuito, a corrente
de armadura do gerador alimenta o circuito de campo e a carga ligada a máquina:
IA = IF + IL
Para as tensões do circuito de armadura dessa máquina também se aplica a lei de
Kirchhoff das tensões, semelhante ao circuito de excitação independente, onde:
VT = EA – IARA
A vantagem desse tipo de máquina em relação as máquinas de excitação independente
é que, para esse circuito não há necessidade de uma fonte de alimentação externa para
alimentar o circuito de campo. Como os geradores de excitação em paralelo gera a sua
própria corrente de campo, de que forma ela obtém o fluxo necessário para tirar o motor
da inercia?
Quando o gerador começa a girar, é induzida uma tensão interna, representada pela
seguinte equação:

EA = Kᶲres ωm

A tensão que irá surgir nos terminais pode ser entre 1 ou 2 volts, quando isso ocorre,
esse pequeno valor de tensão faz percorrer uma corrente nas bobinas de campo do gerador
(IF = VT ↑/ RF). A corrente gerada nas bobinas de campo produz uma força magnetomotriz
aumento a densidade de fluxo. O aumento de fluxo causa por consequência um aumento
em EA = Kᶲ↑ωm, o que também aumenta a tensão nos terminais VT, que também por
consequência faz aumentar ainda mais IF , aumento o fluxo ω, o que faz aumentar EA.
Esse e efeito inicial da geração da tensão e denominado de escorvamento.
Quanto as características de terminal do gerador com excitação em derivação, ela se
difere dos geradores de excitação independente, pois a corrente de campo da máquina
depende da tensão de terminal.
A medida em que aumenta a carga do gerador, a corrente IL aumenta, por consequencia
IA = IF + IL↑ também aumenta. A Elevação de IA, aumenta a queda de tensão IARA na
resistência de armadura, isso faz com que VT = IA – IA↑ RA diminui. Esse comportamento
é semelhando ao gerador de excitação independente, porém quando VT diminui, a
corrente a corrente de campo também diminui fazendo com que o fluxo da máquina
também diminua reduzindo consequentemente EA. A queda tensão em EA gera
novamente uma queda na tensão de terminal VT = EA ↓ - IARA.
Para os geradores de excitação em paralelo, também há duas possibilidades de controlar
a tensão desse gerador:
1- Alterando a velocidade do eixo ω do gerador.
2- Alteando a resistência de campo do gerador, variando sua corrente de campo.
A variação da resistência de campo, na prática é o método mais utilizado para controla
a tensão nos terminais do gerador. Se a resistência de campo RF diminuir, a corrente de
campo IF = VT ↓ /RF irá aumentar. Ao aumentar IF o fluxo da máquina ᶲ também sobe,
fazendo a tensão interna EA aumentar e aumentando a tensão nos terminais do gerador.

IA = IF + IL
VT = EA – IARA
IF = VT/RF
Excitação Série:
Um gerador CC com excitação em série é uma máquina em que o campo está ligado
em série com a armadura. A corrente de armadura para nesse tipo de circuito é muito
maior que a corrente de campo em derivação, um gerador com esse tipo de circuito terá
poucas espiras de fios, sendo que os fios usados para essas bobinas serão muito mais
robustos do que os condutores de um campo em derivação. A força magnetomotriz dada
pela equação, F =NI, exatamente a mesma força magnetomotriz poderá ser produzida
usando poucas espiras com uma corrente elevada ou usando poucas poucas espiras e uma
corrente baixa. Uma corrente de plena carga circulando pelo campo, deve projetar esse
campo em série para ter a menor resistência possível. Para esse caso a corrente de
armadura, a corrente de campo e a corrente de linha tem o mesmo valor, para esse caso a
lei de Kirchhoff das tensões será:
VT = EA – IA(RA – RS)
Esse tipo de gerador a vazio não gera corrente de campo, de modo que VT se reduz a
um nível bem baixo dado pelo fluxo residual presente nessa máquina. À medida que a
carga aumenta, a corrente de campo aumenta, por consequencia EA eleva-se rapidamente.
A queda de tensão IA = (RA + RS) também aumenta, inicialmente a elevação de EA se dá
mais rápido do que o aumento da queda IA = (RA + RS) e consequentemente VT sobe.
Após um tempo a máquina se aproxima da sua saturação e EA se torna constante, a partir
desse ponto, a queda resistiva passa ser o efeito predominante e a VT começa a cair.
Esse tipo de máquina é muito pouco utilizado, com exceção de algumas aplicações
especificas, nas quais as características da queda de tensão do equipamento pode ser
aproveitas. Uma aplicação bem conhecida para esse tipo de motor é a máquina de solda
aa arco elétrico. Essas máquinas são projetadas intencionalmente para ter uma reação de
armadura elevada, no momento em que se inicia o contato do eletrodo uma corrente muito
elevada passa a circular pelo circuito, a medida que o eletrodo e fastado para gerar a poça
de fusão a tensão do gerador é acentuada e a corrente permanece elevada assegurando o
arco elétrico entre a ponta do eletrodo e a peça a ser soldada.

IA = IS = I L
VT = EA – IA(RA + RS)
Excitação Composta (Cumulativo):
Um gerador CC composto (Cumulativo) é um gerador que tem os campos em série e
em derivação, conectados de tal forma que as forças magnetomotrizes dos dois circuitos
se adicionam. A figura abaixo representa um circuito equivalente de um gerador
cumulativo na conexão de “derivação longa”.

IA = IL = IF
VT = EA – IA(RA + RS)
IF = VT/ RF

F líq. = NFIF + NSEIA - F RA


Os pontos que aparecem nas duas bobinas de campo têm o mesmo significado que os
pontos em um transformador, “a corrente que entra na extremidade do ponto, produz uma
força magnetomotriz positiva”. Note que a corrente que de armadura entra pela
extremidade do ponto da bobina de campo em série e que a corrente IF de derivação entra
pela extremidade com o ponto da bobina de campo em derivação. Portanto a força
magnetomotriz total nessa máquina é dada pela equação:

F líq. = FF + F SE - F RA
em que FF é a força magnetomotriz do campo em derivação, FSE é a força
magnetomotriz do campo em série e F RA é a força magnetomotriz da reação de armadura.
A corrente equivalente efetiva do campo em derivação para essa máquina é dada por:

NFI*F = NFIF + NSEIA = F RA

I*F = IF + (NSE/NF) x IA – (F RA /NF)

Outras relações de tensão e corrente para esses geradores são:


IA = IF + I L
VT = EA – IA(RA + RS)
Há uma outra configuração de circuito de excitação composta cumulativa, trata-se da
derivação curta. Nesse circuito o campo em série fica fora do circuito de campo em
derivação e tem a corrente IL circulando por ele em vez da corrente IA. A figura abaixo
apresenta esse modelo de gerador.

IF = VT/RF

Para entender os geradores CC compostos cumulativos, é preciso entender os efeitos


simultâneos que ocorrem dentro dessa máquina.
Suponha que a carga desse gerador seja aumentada. A medida em que a carga sobe, a
corrente de carga IL aumenta. Como IA = IF + IL ↑, a corrente de armadura também
aumenta. Nesse ponto ocorre mais dois efeitos no gerador:
1- Quando IA aumenta, a queda de tensão IA(RA + RS) também aumenta. Isso tende
a causar uma diminuição na tensão de terminal VT = EA – IA ↑ (RA + RS).

2- Quando IA aumenta, a força magnetomotriz do campo em série FSE = NSEIA


também aumenta. Isso incrementa a força magnetomotriz total Ftot = NFIF +
NSEIA↑, o que incrementa o fluxo do gerador. Esse fluxo aumentado no gerador
faz EA subir, o que por consequencia tende a elevar VT = EA↑ - IA (RA + RS).

Esses dois efeitos opõem-se entre si, com um tendendo a elevar VT e o outro e o outro
tendendo a baixar VT.

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