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RESGATE HISTÓRICO DE UMA COMUNIDADE: Um olhar sobre a história e os


patrimônios culturais material e natural do bairro Ponte Alta

Conference Paper · November 2021

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1 author:

Peterson Mendes Paulino


Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo
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História e Formação do bairro Ponte Alta View project

Gentrificação Urbana e Verde em Grandes Centros Urbanos e Áreas Degradadas View project

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III CONGRESSO NACIONAL PARA SALVAGUARDA DO PATRIMÔNIO CULTURAL

Centro Internacional para a Conservação do Patrimônio

ANAIS
orgs.
Fernando Atique | Thais
Cristina Silva de Souza |
Denise Geribello | Regina
Helena Vieira Santos |Claudia
Muniz | Mariana Tonasso |
Maíra de Camargo Barros |
Yasmin Darviche
Centro Internacional para a Conservação do Patrimônio
CICOP BRASIL - PRESIDÊNCIA
Prof.º Dr. Paulo Roberto Masseran (UNESP) - Presidente Cicop Brasil
Prof.º Dr. Vladimir Benincasa (UNESP) - Vice-presidente Cicop Brasil

COORDENAÇÃO DO EVENTO
Profa. Dra. Thaís Cristina Silva de Souza IFSP
Prof. Dr. Fernando Atique UNIFESP

ORGANIZAÇÃO GERAL
Prof.ª Ms. Aline Silva Santos (IFSP)
Ms. Claudia Muniz (doutoranda FAU USP)
Profa. Dra. Claudia Regina Plens (UNIFESP)
Profa. Dra. Denise Geribello (UFU)
Prof. Dr. João Fernando Blasi de Toledo Piza (IFSP)
Prof. Dr. Julio Moracen Naranjo (UNIFESP)
Prof. Dra. Lucília Santos Siqueira (UNIFESP)
Profa. Dra. Marcia Eckert Miranda (UNIFESP)
Arq. Maíra de Camargo Barros (mestranda UNIFESP)
Ms. Mariana Tonasso (doutoranda FAU USP)
Prof. Dr. Odair da Cruz Paiva (UNIFESP)
Dra. Regina Helena Vieira Santos (pesquisadora FAU USP)
Arq. Yasmin Darviche (mestranda FAU USP)

APOIO
Beatriz Quartim de Moraes Ribas (graduanda UNIFESP)
Carolina Borges Lisbão (graduanda IFSP)
Débora Cristina Segantini Natucci (graduanda UNIFESP)
Fabiane Larissa Lisboa Goulart (graduanda UNIFESP)
Gabriela Pires dos Santos (graduanda UNIFESP)
Laís Tomasi Stanich (graduanda- FAUUSP)
Larissa Leite de Aguiar (graduanda UNIFESP)
Thomas Edson Filgueiras Filho (DPE/SPO/IFSP)

APOIO INSTITUCIONAL
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - IFSP
Diretoria Geral do Campus São Paulo - SPO/IFSP
Diretoria de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação - DPE/SPO/IFSP
Departamento da Construção Civil - DCC/SPO/IFSP

Projeto Gráfico e Diagramação


Carlos Thaniel Moura
Centro Internacional para a Conservação do Patrimônio

ANAIS
orgs.
Fernando Atique
Thais Cristina Silva de Souza
Denise Geribello
Regina Helena Vieira Santos
Claudia Muniz
Mariana Tonasso
Maíra de Camargo Barros
Yasmin Darviche
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Anais do III Congresso Nacional para Salvaguarda do


Patrimônio Cultural (11. : 2021 : São Paulo, SP)
Patrimônio cultural [livro eletrônico] :
fragmentos, somas, construções e distopias. --
São Paulo, SP : Universidade Federal de São Paulo,
2021.
PDF

Vários organizadores.
ISBN 978-65-87312-23-1

1. Centro Internacional para a Conservação do


Patrimônio (CICOP) 2. Patrimônio cultural -
Conservação e restauração - Brasil 3. Patrimônio
cultural - Proteção - Congressos - Brasil I. Título.

21-87881 CDD-363.690981

Índices para catálogo sistemático:

1. Patrimônio cultural : Proteção : Brasil :


Congressos 363.690981

Eliete Marques da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9380


Apresentação

O Centro Internacional para a Conservação do Patrimônio (CICOP) é uma entidade sem fins
lucrativos que visa a solidariedade e a cooperação internacional para proteção, conservação,
restauro, gestão e promoção do Patrimônio Cultural. Ele incentiva estudos, pesquisas e o in-
tercâmbio de informações para a salvaguarda do Patrimônio Cultural Mundial.

O CICOP Brasil, fundado em 2009, é a representação nacional da entidade homônima nascida


na Europa no final dos anos 1990, e que se dedica a congregar especialistas nas múltiplas áre-
as do patrimônio cultural, de maneira a permitir trocas de experiências e informações. Nesse
sentido, trabalha com atividades de cooperação científica internacional e é formado por mem-
bros associados, colaboradores e parceiros diversos, como instituições governamentais e não
governamentais, centros de pesquisa, universidades, entre outros. A cada dois anos, a Fed-
eração Internacional dos CICOP organiza um importante congresso internacional que reúne
pesquisadores da Europa, América e África para troca de conhecimentos e experiências. O
CICOP Brasil tem promovido eventos científicos desde sua criação em 2009 e a partir de 2017
promove, bienalmente, o Congresso Nacional para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural, ten-
do como sedes nos dois primeiros, respectivamente, a Universidade Federal de Mato Grosso
(2017) e a Universidade Federal de Santa Maria, Campus Cachoeira do Sul (2019).

O III Congresso Nacional para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural - CICOP Brasil 2021, é or-
ganizado pelo curso de Arquitetura e Urbanismo do Instituto Federal São Paulo- IFSP, Campus
São Paulo, e pelo Departamento e pelo Programa de Pós-Graduação em História da Escola de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, com o
tema Patrimônio cultural: fragmentos, somas, construções e distopias. A iniciativa conjunta
do IFSP e da UNIFESP de sediar o III congresso em São Paulo partiu da percepção de que o
estado de São Paulo tem iniciativas a discutir no campo da preservação, levando em conta,
inclusive, a formação específica que o curso de bacharelado em História da UNIFESP fornece
sobre patrimônio cultural, bem como a dimensão formativa sobre o restauro e o inventário
arquitetônico praticados pelo IFSP.

O III CICOP ocorre totalmente em ambiente virtual, com acesso pela Plataforma RNP com trans-
missão em streaming pelo YouTube, entre os dias 09 e 12 de novembro de 2021. Tal opção foi
decorrência da pandemia de COVID 19, e conta com uma programação variada, entre sessões
temáticas, mesas redondas, e um evento preparatório, o Fórum de Mapas de Danos.

Ao todo o CICOP Brasil 2021 conta com 4 mesas redondas, com três convidados e um mediador
em cada uma delas, 70 artigos completos, com apresentações divididas em 15 sessões temáti-
cas, além de aproximadamente 300 inscritos como ouvintes, o que revela o grande interesse
da comunidade acadêmica e de atores da seara do patrimônio cultural pelo debate em prol da
preservação.

A seguir estão apresentados os 70 artigos completos aprovados e apresentados no III Con-


gresso Nacional para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural - CICOP 2021, que sem dúvida con-
tribuem para reflexão contínua e aprofundada, tão necessária ao campo.
LINHAS TEMÁTICAS

LT 01- Fragmentos

Fragmentos:parte de um todo ou fração, algo que se quebrou ou rasgou. Idealizamos essa linha
para experiências, pesquisas e estudos de casos que incidam luz, questionem e problema-
tizem as fronteiras no campo do patrimônio cultural. As fronteiras disciplinares, territoriais,
sociais, políticas e simbólicas como impeditivos ou dificultadores das ações de preservação
de bens e manifestações culturais. As experiências individuais, exitosas ou frustradas, de
restauro e preservação cultural em municípios do Brasil e os entraves técnicos e legais nas
ações de Conselhos e Órgãos Municipais de Preservação. Os conflitos jurídicos, éticos e es-
téticos da preservação. As dificuldades encontradas por coletivos independentes em prol da
preservação de seus patrimônios e suas relações com os órgãos de preservação.

LT 02- Somas

Nesta linha temática são bem vindos trabalhos, estudos de caso, experiências e pesquisas que
apresentem e discutam projetos, programas, iniciativas, atividades e metodologias que foram
efetivamente trans/multi/interdisciplinares. Propostas de resolução de problemas preserva-
cionistas, envolvendo órgãos públicos, academia, entidades sem fins lucrativos e sociedade
civil organizada. Ações coletivas e/ou conjuntas de educação patrimonial, inventários, regis-
tros, divulgação e identificação de bens e manifestações culturais diversas.
LT 03- Construções

Em construções aguardamos reflexões que apresentem novos enfoques sobre categorias


analíticas do campo do patrimônio ou que tragam novos olhares, categorias e abordagens
sobre conceitos e categorias de natureza interdisciplinares (Paisagem Histórica Urbana,
Paisagem Cultural, Patrimônio Ambiental Urbano, Patrimônio Industrial, Referências Cul-
turais, Significância Cultural, Ambiente Urbano). A trajetória dos agentes preservacionistas
no Brasil. Atividades pioneiras ou mesmo recentes de instituições e/ou ações independentes
de salvaguarda de elementos de cultura material (arquivos, museus, bibliotecas e centros de
memória).

LT 04- Distopias

Este eixo temático tão atual e contemporâneo, esperamos trabalhos que reflitam sobre difer-
entes realidades projetadas para o patrimônio. Proposição de novas categorias, novas formas
de compreensão e interpretações. Discussões que gravitam em torno das atuais adversidades,
como o fracasso preservacionista em face dos regimes totalitários. As preocupações com a
mobilização do patrimônio cultural como ferramenta discursiva não-inclusiva. Os patrimônios
e memórias difíceis. O patrimônio cultural e sua preservação no mundo dos dados e no contex-
to digital. As suas representações em suportes diversos: do livro à gravura; da reminiscência
ao mundo digital.
COMISSÕES

COMISSÃO ORGANIZADORA INTER-INSTITUCIONAL


Prof.ª Ms. Aline Silva Santos (IFSP)
Profa. Dra. Claudia Regina Plens (UNIFESP)
Prof. Dr. João Fernando Blasi de Toledo Piza (IFSP)
Prof. Dr. Julio Moracen Naranjo (UNIFESP)
Prof. Dra. Lucília Santos Siqueira (UNIFESP)
Profa. Dra. Marcia Eckert Miranda (UNIFESP)
Prof. Dr. Odair da Cruz Paiva (UNIFESP)

COMISSÃO CIENTÍFICA
Adriana Capretz Borges da Silva Manhas - UFAL
Ana Lucia Duarte Lanna – FAU USP
Andréa de Oliveira Tourinho - USJT
Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno – FAU USP
Camila Warpechowski - UFRGS/PMPA
Carolina Pulici - UNIFESP
Claudia dos Reis e Cunha - UFU
Cristiane Souza Gonçalves - UFMG
Cristina Meneguello - UNICAMP
Danilo Celso Pereira - USP
Deborah Neves - UPPH-CONDEPHAAT
Denise Puertas de Araújo - FDUSP
Diógenes Rodrigues de Sousa - PUC-SP
Douglas Luciano Lopes Gallo - IFSP
Eduardo Romero de Oliveira - UNESP
Eneida de Almeida - USJT
Felipe Bueno Crispim - UNICAMP
Fernanda Viana Buga - UniEduK
Flávia Brito do Nascimento – FAU USP
Flavia Taliberti Peretto – FAU USP
Francisco de Carvalho Dias de Andrade - Museu Paulista/USP
Hugo Segawa - FAU USP
Inês Cordeiro Gouveia - IEB USP
Ivone Salgado - PUC-Campinas
Juliana Harumi Suzuki - UFPR
Juliana Silva Pavan – FAU UFRJ
Juliano Veraldo da Costa Pita - IFSP
Kelly Cristina Magalhães - UNESP
Lara Melo Souza - Alexander von Humboldt Foundation
Lia Motta - IPHAN
Licia Mara Alves de Oliveira Ferreira - FAUUSP/ DPH-PMSP
Luciano Migliaccio - USP
Marcio Novaes Coelho Jr - FAAP
Maria Angela P. C. S. Bortolucci - IAU USP
Maria Sabina Uribarren - UNIP
Mariana Kimie da Silva Nito – FAU USP/ REPEP
Mateus Rosada - Escola de Arquitetura – UFMG
Natalia Miranda Vieira de Araujo - UFPE
Paulo César Garcez Marins - USP
Philippe Arthur dos Reis - UNICAMP
Renata Maria De Almeida Martins – FAU USP
Renato Cymbalista – FAU USP
Rodrigo Almeida Bastos - UFSC
Rosío Fernández Baca Salcedo - UNESP
Sabrina Studart Fontenele Costa - Escola da Cidade
Samir Hernandes Tenório Gome - UNESP
Samira Bueno Chahin - Centro Universitário Facens
Silvia Ferreira Santos Wolff – FAU Mackenzie
Vanessa Gayego Bello Figueiredo - FAU PUC-Campinas
Vladimir Benincasa - FAAC-UNESP
sumário

01 - Simpósio Temático: A educação patrimonial a serviço da preservação do patrimônio


cultural

A prática da visitação guiada no casarão do século XIX solar barão do Guajará em Belém do
Pará | 23

Arqueo3dpe e o desafio da educação patrimonial através do uso de tecnologias: a


importância de trabalhar novas linguagens no processo pedagógico para valorização do
patrimônio arqueológico | 37

Centro histórico de Santa Maria: o projeto interpretativo como ferramenta da educação


patrimonial | 49

Premissas para a preservação: os conceitos das Cidades Educadoras (AICE-UNESCO) | 65

02 – Simpósio Temático: Os jardins na preservação do patrimônio cultural

A Casa das Rosas e o seu jardim histórico | 87

Guia da cidade e arquitetura de São João Del-Rei (MG): documentação e caracterização dos
imóveis religiosos | 103

Jardins vernaculares de Londrina-PR: estudo de caso da Rua Olinda | 119


Levantamento arquitetônico e digital do patrimônio construído de Delfinópolis-MG:
objetivando uma proposta de restauro | 135

Memória, cidade e cotidiano: as fontes como fragmentos urbanos na primeira metade do


século XX | 149

Remanescências do patrimônio ferroviário de Minas Gerais: memórias dos trilhos do


complexo ferroviário de Ribeirão Vermelho-MG | 165

03 – Simpósio Temático: O resgate de patrimônios esquecidos

A produção especulativa do bairro da Prata, Campina Grande, Paraíba: tensões entre a


capitalização e a valorização de bem culturais | 185

Acervo pessoal e profissional do arquiteto Hans Broos: desafios iniciais de salvaguarda e


conservação | 203

Do ensino à cultura: proposta de intervenção no prédio do Grupo Escolar Augusto Severo,


Natal/ RN | 221

Largo da Banana: entre o apagamento e o reconhecimento de um lugar da memória negra


paulistana | 235

Quinta da Boa Esperança: uma experiência de mobilização social em defesa do patrimônio


cultural e ambiental em Uberaba | 255

04 – Simpósio Temático: Os obstáculos impostos à preservação

Fragmentos da paisagem: a descaracterização da Rua Roberto Clark em Birigui – SP | 273

O afundamento da terra que leva memórias: o caso do bairro do Pinheiro em Maceió-AL e as


edificações modernistas projetadas pela arquiteta Zélia Maia Nobre | 291

O patrimônio duplamente esquecido: dos efeitos da pandemia da Covid-19 sobre edificação


de caráter histórico em Fortaleza - CE | 311

Preservação ou descaracterização do patrimônio cultural? o caso da Feira da Torre de Tv de


Brasília | 331

Requalificação, cultura e patrimônio da feira de São Joaquim: Estratégias de Salvaguarda da


maior feira livre da Bahia | 347
05 – Simpósio Temático: A preservação da memória e a representatividade social

Condomínios fechados residenciais e patrimônio ambiental urbano: simulacro e identidade |


363

Habitação, Gênero e História: uma análise das transformações tipológicas da casa e sua
relação com o papel da mulher na sociedade | 379

O Guerreiro Alagoano e o Cavalo-marinho pernambucano: os caminhos para a


Patrimonialização | 397

Referência cultural e antropologia urbana: presença da comunidade LGBTQIAP+ em São


Paulo | 411

06 – Simpósio Temático: Restauro arquitetônico: estudos de caso

Análise das condições de acessibilidade no Theatro José de Alencar – Fortaleza/CE | 427

Conservação de edificações Históricas: o caso da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos


Homens Pretos de Sabará | 445

De propriedades rurais à fragmentos urbanos: O Casarão do Anastácio e a Casa do Regente


Feijó no processo de reestruturação urbana de São Paulo | 461

Entre platibandas e descaracterizações: conjecturas acerca da preservação do centro


histórico de Teresina | 481

O passado compartilhado no presente: Anteprojeto de restauro para as ruínas da capela de


Santa Rita em Pedro Velho/ RN | 497

Restauro da cor do monumento histórico e artístico de Avaré-SP: A Concha Acústica | 511

07 – Simpósio Temático: Memória e Identidade

As lições da técnica e da forma no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo | 525

Decolonizando a Vila Matilde: um outro olhar sobre o território a partir da memória do Largo
do Peixe | 539

Design à serviço do patrimônio: a construção de uma identidade visual comunitária | 561

História, Memória e o Neocolonial: A Casa Aredes - SP | 579

Patrimônio urbano, memória e identidade: uma análise sobre a Avenida Frei Serafim,
Teresina – PI | 597

Um percurso na memória: Reflexões do território Brás e Mooca | 613

08 – Simpósio Temático: Manifestações Patológicas e a Conservação dos Bens Edificados

A Igreja da Vila Maria Zélia e o seu estado de conservação e restauro | 629

Avaliação das manifestações patológicas do Museu de Moda de Belo Horizonte: Contribuição


para manutenibilidade da edificação | 651

Caracterização de perfis de umidade ascensional em revestimentos argamassados


tradicionais | 669

Prédio Central 95 anos: uma ação comemorativa em uma instituição tombada no Capão
Redondo | 683

09 – Simpósio Temático: As vozes do Patrimônio Cultural

Fazenda da Tafona - uma casa no mundo de dentro: Furando a bolha da História oficial | 701

O patrimônio arquitetônico e a sua percepção pelo indivíduo: o caso do Edifício “A Noite” | 717

Pesquisa-Câmera-Ação! Etnografia vídeo musical colaborativa da Praça Benedito Calixto


(Pinheiros, São Paulo -SP) | 731

Resgate histórico de uma comunidade: Um olhar sobre a história e os patrimônios culturais


material e natural do bairro Ponte Alta | 747

10 – Simpósio Temático – Patrimônio Cultural: os inventários e os planos de conservação

Os inventários post-mortem e sua potencialidade na pesquisa da história, arquitetura e


urbanismo: Casario urbano de São João del-Rei, 1800-1816 | 767

Patrimônio cultural de Ijuí, RS – Brasil: o conjunto de edifícios concebidos pela família Glitz |
781

Plano de gestão e preservação do Palácio Amarelo/CMP-Petrópolis/RJ | 795

Protegendo as memórias do Seridó: Subsídios para a criação de Plano de Proteção


Patrimonial do centro histórico de Currais Novos/RN | 809

Reestruturação das fichas do inventário do patrimônio arquitetônico de Cachoeira do Sul/RS | 827


11 – Simpósio Temático: História e a memória dos cines e teatros do Brasil

A casa de ópera de São Paulo no século XVIII: Construção, usos e uma hipótese de
reconstituição arquitetônica | 845

A vida e morte do Cine Ideal: memórias de um cinema de rua em Maceió-AL | 857

Casinha pequena: Restauro do Cine Cruzeiro em Conchas – SP | 877

Circuito de cinema do Penedo | 891

Três cidades, quatro teatros e cinco vales: as transformações dialéticas da paisagem cultural
do Vale do Anhangabaú e do Theatro Municipal de São Paulo (séculos XIX-XX) | 909

12 – Simpósio Temático: Patrimônio e Preservação: uma abordagem interdisciplinar

Design e cidade: Uma abordagem interdisciplinar da obra de John Ruskin | 929

O patrimônio arquivístico das Universidades integrantes do Sistema de Gestão de


Documentos e Arquivos da Administração Pública Federal | 941

Pátio ferroviário da estação Nova de Campina Grande, PB: degradar ou consumir? proteger
ou usar? | 957

Retrato literário: Patrimônio e preservação da memória na obra de Mário de Andrade | 973

13 – Simpósio Temático: Paisagem Cultural e Projetos

A construção da paisagem cultural a partir da experiência do lugar e as novas narrativas do


patrimônio cultural: A construção do Espaço Comum Luiz Estrela | 989

Aferição dos valores da paisagem cultural e o conjunto moderno da Pampulha | 1003

Camadas do tempo e a formação da paisagem cultural de Santa Maria | 1021

Etnoconservação urbana: Diretrizes sustentáveis para a Gestão da Conservação da Paisagem


Cultural Carioca | 1037

14 – Simpósio Temático – Patrimônio Cultural: documentação e processos

A Igreja Matriz de São José das Três Ilhas: evolução dos danos de 2009 a 2021 | 1051
O processo de restauro da casa do Barão do Rio Branco: a casa como elemento da
multidisciplinaridade no curso de Arquitetura e Urbanismo da UERJ, Campus Petrópolis/RJ |
1065

O simbolismo da arquitetura religiosa na construção de paisagens: estudo arquitetônico de


igrejas históricas do Rio de Janeiro | 1081

O uso do Dense Stereo Matching (DSM) para documentação e diagnóstico do patrimônio


construído: o caso da capela de São José da Vila Maria Zélia/SP | 1099

Ruínas- um registro sobre a história das cidades: Alcântara no Maranhão | 1113

15 – Simpósio Temático: Propostas de Intervenções e Restauro

Contribuições da engenharia civil para preservação do patrimônio arquitetônico: Análise de


Patologias através dos Mapas de Danos do Casarão dos Junqueiras, Pouso Alegre, MG | 1131

Habitar o patrimônio: Retrofit do Edifício Rolim em habitação | 1151

Por um manual de conservação dos imóveis do centro histórico de São Paulo:


democratização do conhecimento e políticas públicas | 1169
RESGATE HISTÓRICO DE UMA COMUNIDADE: Um olhar sobre a história e
os patrimônios culturais material e natural do bairro Ponte Alta

Construções

Peterson Mendes Paulino


Pesquisador Independente. Estudante de Tecnologia em Gestão Pública no Instituto Federal de
São Paulo, Campus Pirituba; Estudante do Grupo de Pesquisa Observatório de Políticas
Públicas no Instituto Federal de São Paulo, Campus Pirituba (OPP/IFSP); e-mail;
Peterson.paulino@aluno.ifsp.edu.br

RESUMO

Este artigo pretende descrever o trabalho de resgate histórico, memória e identidade que
vem sendo realizado no bairro Ponte Alta, localizado na cidade de Guarulhos, na
Grande São Paulo. A partir da história do bairro conhecida por relatos de moradores
antigos da região, e do livro Revelando a História do Bonsucesso e Região: Nossa
Cidade, Nossos Bairros, além da consulta de documentos, mapas, e fotoíndices, é
proposta uma lista dos patrimônios edificados e patrimônios naturais identificados do
bairro, passando pela discussão da relação que as pessoas mantêm com esses locais,
listando os patrimônios e as conexões que a comunidade tem com cada um deles. A
proposta de um inventário patrimonial, e ações de ensino de conhecimento local nas
escolas municipais e estaduais do bairro é discutida ao final, além de como pode ser
feita a preservação e aproximação dos moradores com os patrimônios culturais
materiais e natural do bairro para preservação da história, memória e identidade da
comunidade.

Palavras-Chave: Patrimônio Cultural, Patrimônio Material e Natural, História, Bairro Ponte


Alta, Guarulhos.

ABSTRACT

This article intends to describe the work of historical recovery, memory and identity that has
been carried out in the Ponte Alta neighborhood, located in the city of Guarulhos, in Greater 747
São Paulo. Based on the history of the neighborhood known by reports from former residents of
the region, and the book Revealing the History of Bonsucesso and Region: Our City, Our
Neighborhoods, in addition to consulting documents, maps, and photo indexes, a list of built
heritage is proposed. and identified natural heritages of the neighborhood, going through the
discussion of the relationship that people maintain with these places, listing the heritages and
the connections that the community has with each one of them. The proposal for a heritage
inventory, and actions to teach local knowledge in the district's municipal and state schools is
discussed at the end, as well as how the preservation and approximation of residents with the
material and natural cultural heritage of the neighborhood can be done to preserve the history,
memory and identity of the community.

Keywords: Cultural Heritage, Material and Natural Heritage, History, Bairro Ponte Alta,
Guarulhos.

1. Introdução
A memória e a identidade de um povo é um dos seus maiores tesouros, dos quais se
unem e mantêm vivo sua cultura, sua história e todo o seu saber passado, e que a cada
geração que renova e passa adiante todo o conhecimento preservado. Das suas
edificações que ultrapassaram o poder do tempo, se mantém de pé para contar a uma
nova geração os feitos antigos, e que ali estão evidenciados pelos chamados patrimônios
culturais. Um povo sem memória, sem identidade, está consequentemente fadado ao
esquecimento e a perda de suas raízes e de seu próprio destino. No contexto e lugar em
que esse artigo é escrito, a necessidade de um resgate histórico nunca foi tão necessária
como nunca, principalmente pela cidade de Guarulhos onde se encontra o bairro Ponte
Alta. Bairro esse periférico e esquecido, localizado nas margens de uma das maiores
cidades do Brasil e que vê com o tempo, sua história sendo perdida e apagada, e ao
mesmo tempo desconhecida por parte da comunidade. Na única obra que conta a
história da comunidade de forma muito breve, e que está como referência neste artigo, o
contexto periférico em que o Ponte Alta e muitos outros bairros periféricos da cidade de
Guarulhos se encontram, as palavras dos autores OLIVEIRA et. al (2010) vem como
um choque de realidade e um alerta da triste realidade que ainda continua tão presente:

O local onde habita e estuda nossa gente é retratado pelos modernos meios de
comunicação social como inseguro e feio. As imagens tidas como belas
mostram o círculo de convivência dos chamados incluídos no alto mercado
de consumo. Os moradores dos bairros são “bombardeados” cotidianamente
com notícias sobre as periferias que só mostram o lado negativo: crimes,
enchentes, assassinatos, assaltos, brigas, estupro, etc, raramente divulgando
alguns aspectos vistos como positivos. Os programas campeões de audiência
nada contribuem para o desenvolvimento de uma política de preservação do
748 patrimônio cultural e ambiental dos locais de moradia dos trabalhadores.
(OLIVEIRA et al. 2010, pg. 67)
III Congresso Nacional para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural – São Paulo/SP – 09 a 12 de nov. 2021
Esse artigo vem como uma iniciativa própria de registro e divulgação da história do
bairro Ponte Alta, e do que pode ser feito para que os patrimônios culturais, a memória
e identidade dessa comunidade não se perca completamente.

2. Metodologia
Nesta pesquisa foi usado uma abordagem mais qualitativa dos relatos obtidos dos
moradores do bairro Ponte Alta para entendimento da relação deles com os patrimônios
materiais e naturais do bairro. Também foi realizada uma pesquisa documental e
bibliográfica em sites com informações complementares, como o DataGEO Sistema
Ambiental Paulista, EMPLASA, Prefeitura de Guarulhos e Arquivo Histórico
Municipal de Guarulhos. Foi utilizado também imagens aéreas de diferentes anos para a
descoberta e análise de edificações antigas na comunidade, fotoíndices e mapas antigos.
Por fim, o uso do único livro como uma referência, que conta a história do bairro, a obra
Revelando a História do Bonsucesso e Região: Nossa cidade, nossos bairros dos autores
Antônio Ferreira de Oliveira, Celso Luiz Pinho, Daniel Carlos de Campos, Elton Soares
de Oliveira, José Abílio Ferreira, Luciana da Silva, Irmã Lucila Martina Martendal e
Padre Renato Bernardes Duarte. Essa obra em destaque, é a única que se tem registrada
a história do bairro de forma breve, sendo uma referência indispensável para esse
trabalho.

3. História do Bairro Ponte Alta


A história do bairro Ponte Alta em Guarulhos é cercada de muitas lacunas. Como a
própria história da cidade de Guarulhos, o Ponte Alta carece de um resgate que acolha e
aproxime os moradores a história e memória de sua casa, seu bairro e sua cidade.
Durante o Período Colonial em Guarulhos, a região onde o bairro se encontra, pertencia
a Fazenda Bonsucesso OLIVEIRA et al. (2010). Desde então, a cidade de Guarulhos
passou por um fenômeno de crescente urbanização no século XX, entre o início dos
anos 1900 a 1940. Neste período as terras que até então pertenciam a Fazenda
Bonsucesso foram sendo divididas em grandes glebas OLIVEIRA et al. (2010). O relato
de Geraldo Romildo Zanotti nos dá uma luz de como foi esse período no bairro. Os pais
749
de Geraldo eram imigrantes italianos (Luiz Zanotti, de Veneza e Maria Bertollatti, de

III Congresso Nacional para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural – São Paulo/SP – 09 a 12 de nov. 2021
Pádua) e chegaram ao “bairro Jardim” em 1943. Acredita-se que, antes do bairro ser
conhecido como Ponte Alta, Bairro Jardim era sua antiga denominação. De acordo com
Geraldo, foi nessa época que os seus pais compraram uma chácara na região para poder
garantir o sustento da família com algumas atividades agrícolas. Ainda hoje, é possível
ver em alguns pontos do bairro, pequenas chácaras e fazendas, como é o caso da
pequena fazenda localizada na Rua Norte A. A partir de 1950, Guarulhos passou por um
processo de expansão urbana que influenciou diretamente na formação do Ponte Alta
que se conhece hoje. No contexto da história do bairro, essa expansão se deu através da
compra das terras pela Família Matarazzo, que, já em 1970 vendeu para uma empresa
de loteamento chamada Esquadra, que era a responsável pelo loteamento no bairro. Na
pesquisa realizada no site do DataGEO, que é um grande catálogo com informações
ambientais atualizadas onde os dados são provenientes de órgãos públicos que
compõem o Sistema Ambiental Paulista, foram encontrados mapas antigos da extinta
EMPLASA (Empresa Paulista de Planejamento Urbano). Tais mapas, datado de 1973 já
mostravam as vias abertas dentro do futuro loteamento, que viria através do Decreto n°
7056 de 20 de dezembro de 1979 (GUARULHOS, 1979) ser oficializado como Ponte
Alta.

A partir de 1979, o bairro começou a crescer consideravelmente. Abaixo, um fotoíndice


do ano de 1980 pertencente ao acervo do Instituto Geográfico e Cartográfico do Estado
de São Paulo (IGCSP), encontrado no site da Infraestrutura de Dados Espaciais do
Estado de São Paulo (IDESP) que mostra as primeiras vias abertas do loteamento Ponte
Alta. A área circulada corresponde ao bairro Ponte Alta, enquanto a seta indica a
Estrada de Itaberaba (atual Avenida Florestan Fernandes).

750

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Figura 1: Fotoíndice de 1980 do bairro Ponte Alta

Fonte: Acervo do Instituto Geográfico e Cartográfico do Estado de São Paulo (IGCSP)

Com relação à década de 1980 no bairro, PAULINO (2021) argumenta que algumas das
características urbanas do bairro começam a ganhar corpo, e destaca entre outras
características [...] “a abertura de vias no bairro. O fotoíndice de 1980 é o primeiro a
mostrar um Ponte Alta mais consolidado” (PAULINO, p. VI). No período da década de
80 no Ponte Alta, apesar de ser pouco conhecida e documentada, o estudo de processos
administrativos relacionados à nomeação de ruas no bairro, têm descrito algumas
características territoriais da época. No Processo Administrativo n° 2675/91 que foi
1
estudado, trechos da folha 17 por exemplo, descreve a região de um lugar chamado

"SÍTIO PONTE ALTA” que se localizava nos arredores do bairro, sendo descrito

1 Assim se descreve a área denominada Sítio Ponte Alta: “[...] Principia no Ponte Alta sobre o Rio Aracahú, segue pelo caminho geral até chegar
no Tanque de Dona Joaquina Alves, e por este acima até um aterradinho, e deste sobe em rumo direito pelo lado esquerdo até uma palmeira que
existe dentro de um capão de mato onde divide com terrenos de Claudino Ezequiel e daí sobe a direita até o caminho e segue por este acima
dividindo com terras de Dona Escolástica Bebiano de Castro, até a Encruzilhada do Machado, próximo a um pau de Gunhuvira, e segue a direita
dividindo com terras de Benedito Xavier da Silva, contínua subindo até a cabeceira junto a vertente do Córrego da Raposa, dividindo com terras de
Dona Paula Maria de Jesus, e descendo córrego abaixo, divide com terras de Dona Antônia Lourenço até encontrar o Rio Aracahú, e desce por este 751
rio até a Ponte Alta.” Folha 17 do Processo Administrativo n° 2675/91.

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detalhes naturais como o Córrego da Raposa, e citado nomes de proprietários e
proprietárias de terras como o caso de Dona Paula Maria de Jesus, Dona Antônia
Lourenço, Dona Escolástica Bebiano de Castro, e o senhor Benedito Xavier da Silva.
Este último, foi homenageado com uma rua em Ponte Alta.

Em meados das décadas de 1980 e 1990 se iniciava uma organização popular para lutar
por direitos sociais como saúde, educação, transporte, moradia, água encanada, esgoto,
asfalto. OLIVEIRA et al. (2010) conta que, cinco bairros da região do Bonsucesso
podem ser considerados como os núcleos básicos das lutas sociais, e o Ponte Alta é um
deles. Podemos considerar que, tais lutas e engajamento da comunidade nessa época
resultaram em grandes conquistas e, eventualmente elas se tornaram com o passar dos
anos, um símbolo e um elo entre o passado e o presente. A Escola Estadual Antonio
Rosas da Silva Galvão é um grande exemplo disso, pois desde a chegada dos moradores
ao futuro loteamento, educação sempre foi uma prioridade. Com a chegada da Escola
Estadual Antonio Rosas da Silva Galvão em 1991, os moradores acabaram por não
depender mais de caminhar pela Estrada de Itaberaba até chegar à Escola Estadual
Estevam Dias Tavares no Bonsucesso para ter acesso à educação digna. Já atravessando
os anos 2000, o Ponte Alta continuou o seu rápido processo de crescimento. Vias
importantes começaram a mostrar uma rápida evolução tanto econômica como
populacional, como é o caso da Avenida José Rangel Filho que passou de uma via
modesta nos anos de 1980, a principal via de comércio da região, considerada o
“centro” do Ponte Alta. Em meio a todo esse crescimento que a comunidade vem
passando, seus patrimônios ainda permanecem de pé. Neles, estão pequenos
fragmentos, do que foi, de um pequeno loteamento, a um dos maiores bairros da cidade
de Guarulhos.

4. Patrimônios Culturais Material e Natural


O conceito de patrimônio é bem amplo e passa atualmente por um processo de
construção que possa reavaliar e trazer luz às novas mudanças que ocorrem no mundo
graças ao uso e evolução da tecnologia e da urbanização cada vez mais forte. São essas
transformações que acabam por definir novas diretrizes, tratados, cartas patrimoniais
752 para a definição, conservação de patrimônios culturais materiais, naturais e imateriais

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pelo mundo. Hoje, vivemos em uma sociedade que preza pouco pelo patrimônio
construído, natural e imaterial. Porém, muitas das vezes tal comportamento ocorre ora
por falta de engajamento, ora por falta de organização e até interesse por parte da
população. PLENS e FRANCISCO (2016) argumentam que embora na teoria haja
preocupações com a conservação, manutenção e preservação de patrimônios, na prática
a história é outra. [...] “a proteção efetiva dos bens culturais assim como envolvimento
da sociedade do seu patrimônio, não aconteça de maneira concreta, levando ao
crescimento dos debates e críticas [...]” (p. XII) e assim vai persistindo um ambiente
menos efetivo e harmonioso dentro da preservação dos patrimônios pelas comunidades
locais.

As discussões sobre um inventário patrimonial no Ponte Alta e, um futuro inventário


dos patrimônios materiais e naturais do bairro, se deu, em primeiro momento nesta
pesquisa através de sua idade, ou seja, do seu tempo de existência e na relação dos
moradores com esses locais foram fundamentais para o entendimento da importância de
cada um deles. A partir disso foi delimitado pequenos pontos de interesse nesses locais
para eventuais estudos desses patrimônios futuramente. Logo após, foi investigada a
ligação dos moradores com esses locais. Essa investigação é necessária, pois a partir
dela você consegue compreender tanto a história do bairro, bem como a relação que os
moradores têm com a sua comunidade. Já sobre o papel da comunidade na construção
do inventário patrimonial, lembra PLENS e FRANCISCO (2016) que as comunidades
exercem um papel importante na elaboração do inventário, bem como o fato de que é
por elas que se passa a própria definição do que é o patrimônio cultural para aquela
comunidade.

Como visto, caracterizado já no texto da Constituição Federal de 1988, as


esferas pública e civil são apresentadas como responsáveis pela proteção do
patrimônio. E, destacando o papel das comunidades no que se refere à própria
definição dos patrimônios de um local, o ponto inicial não seria
necessariamente o inventário.( PLENS E FRANCISCO, 2016 p. 18)

E termina dizendo que:

O exercício de inventariar, no que se refere ao patrimônio cultural, deve estar 753


sempre atento às dinâmicas sociais, geralmente estabelecidas no âmbito de
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comunidades, que valoram os elementos que a compõem. Assim, muito do
que é inventariado deveria dialogar com os interesses das comunidades sobre
o patrimônio. E, nesse sentido, não só o objeto patrimonializado deve ser
incluído nos inventários a partir dos interesses comunitários, mas a própria
noção de patrimônio pode ser alargada e incluir conceitos não acadêmicos
sobre patrimônio.(PLENS E FRANCISCO, 2016, p. 18)

Com relação às lembranças, memórias e vivência que muitos moradores de uma


comunidade guardam sobre as transformações que ocorreram em um determinado lugar,
PIRES (2016) ressalta a importância da história oral e da memória desses moradores
que precisam ser levadas em conta no registro e preservação da história de determinada
região. “Nas memórias dos moradores e moradoras ainda temos a possibilidade e a
esperança de preservar resquícios do passado importantes para a cultura popular e
tradicional” (PIRES, 2016 p. XXII). Um olhar sobre um patrimônio vai muito além de
seu tempo de existência. O valor de um patrimônio cultural é a sua ligação íntima,
próxima e seu significado e ressignificado para a comunidade que abraça e busca ali,
guardar sua história para as futuras gerações. As lembranças, a importância da história
que é passada de geração e geração, tudo isso se faz e deve ser registrado, contado,
interpretado e investigado. A busca incansável de investigar e registar cada um desses
locais, demonstrou que há história para ser contada, que a história, as lembranças
guardadas em cada conquista e luta dos moradores estão simbolizadas em alguns desses
locais. A partir desses entendimentos e ações, foi classificado e estudado dentro do
bairro Ponte Alta, os seguintes patrimônios culturais material e natural da comunidade e
sua ligação com a história do bairro. Foi feito um breve resumo da história de cada um
deles, e a relação que os moradores guardam e mantêm desses lugares também foi
adicionada.

A listagem abaixo coloca os principais locais históricos do bairro, e a relação da


comunidade com cada um desses locais, e sua importância no entendimento da história
da própria comunidade do Ponte Alta.

São os patrimônios culturais material e natural do bairro Ponte Alta:

754

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2 ,
Capela São Geraldo: Fundada aproximadamente em 1985 é considerada a igreja

mais antiga do bairro. De arquitetura simples e modesta, esta igreja é frequentada pela
comunidade católica do Ponte Alta há mais de três décadas. Alguns moradores que
construíram suas vidas na comunidade foram batizados e alguns até casaram nesta
capela. Desde a sua existência, o bairro passa por um fenômeno de aumento de templos
católicos, sendo considerado por alguns, um dos bairros mais religiosos de Guarulhos3
Abaixo, uma imagem da fachada da capela vista da Rua Sebastião Vieira:

Figura 2: Fachada da Capela São Geraldo

Fonte: Peterson Mendes Paulino/ Acervo Pessoal. Outubro de 2021

2 Foi consenso da maioria dos moradores que a data de fundação mais próxima da Capela São Geraldo é do ano de 1985. Entretanto, faltam
evidências para que a data seja realmente reconhecida como da fundação da capela. Dos fotoíndices de 1989 do acervo do Instituto Geográfico e
Cartográfico do Estado de São Paulo (IGC SP), por exemplo, não é possível identificar construções que possam indicar que a capela estava
construída nesse período.

3 Com relação a este fenômeno, apesar de não descrito inicialmente, é muito perceptível os números de templos católicos, e em especial os 755
evangélicos no Ponte Alta.

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Escola Estadual Antonio Rosas da Silva Galvão: Antigamente denominada “Ponte
Alta I” e conhecida pelos moradores como “barracão”, foi fundada em 1991. É a escola
mais antiga do bairro. De todas as quatros escolas estaduais localizadas na região, foi a
última a ser construída em alvenaria. Essa escola guarda uma particularidade em relação
ao seu atual nome: Antonio Rosas da Silva Galvão, que foi diretor e professor da escola,
foi homenageado ainda em vida com o nome na escola. O curioso é que fato semelhante
ocorreu em meados de 1910 com o então Prefeito da cidade de Guarulhos na época,
Gabriel Alves Pires, que em vida, foi homenageado com uma rua no centro de
Guarulhos.

Antiga Casa dos Italianos (Destruída): Conhecida pelos moradores como a “casa do
4
casal de italianos ”, era uma pequena casa localizada entre as esquinas das Ruas

Sebastião Vieira, Avenida José Rangel Filho e Mário Luiz Macca. A residência ficou
abandonada por um longo período e veio a ser totalmente destruída no ano de 2020. A
casa era conhecida por parte dos moradores como mal assombrada e perigosa. Um dos
motivos inclusive da destruição das ruínas da casa, foi devido a casos de estupro
ocorridos no local e consumo de drogas recorrente. No mapa da EMPLASA de 1978, há
uma pequena sinalização no mesmo local onde existia a casa, podendo indicar que se
tratava de uma das casas mais antigas do bairro que ainda estavam de pé. Atualmente o
local abrigará uma futura praça chamada Praça Manoel Oliveira da Hora. Abaixo uma
foto do local onde se localizava a antiga casa dos italianos. A fotografia foi tirada a
partir da Rua Sebastião Vieira

756 4 Acredita-se que o casal em questão seria o Senhor Luiz Zanotti e a senhora Maria Bertollatti. Ambos imigrantes italianos nas cidades de Pádua e
Veneza.

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Figura 3: Praça Manoel Oliveira da Hora no Ponte Alta

Fonte: Peterson Mendes Paulino/ Acervo Pessoal. Outubro de 2021.

Córrego Guaraçaú: Localizado entre as Avenidas Florestan Fernandes (Antiga Estrada


de Itaberaba) e José Rangel Filho (Antiga Avenida Um) é o provável local onde se
localizava a ponte que foi inspiração para a origem do nome do bairro. De acordo
moradores, em tempos de muita chuva na região levantava-se sempre uma ponte
localizada neste córrego. O ato de erguer sempre essa ponte, resultou no nome Ponte
Alta. Atualmente o córrego encontra-se poluído, e apesar de seu simbolismo e ligação
com o bairro, está completamente abandonado tanto pelos moradores, como pelo poder
público, uma vez que a importância para a história do bairro é completamente
desconhecida pela comunidade. Com relação a origem do nome Guaraçaú, não foi
encontrado na pesquisa a tradução do nome, além de que, em documentos antigos
encontrados no Departamento de Microfilme da Prefeitura de Guarulhos, mais
especificamente no Processo Administrativo n°2675/91, o nome aparece como Rio
ARACAHÚ e não córrego. Curiosamente o nome também aparece no mapa mais antigo
757
da cidade, especialmente na localidade onde se encontra atualmente o bairro, mas a

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grafia do nome consta como GUARACAHÚ. Abaixo, o Mapa de 1932 da cidade de
Guarulhos, considerado o mais antigo da cidade. Em amarelo está circulada a área que
corresponde ao atual bairro Ponte Alta.

Figura 4: Mapa da Cidade de Guarulhos de 1932 modificado pelo Geógrafo Willian de Queiroz

Fonte: Acervo do Arquivo Histórico Municipal de Guarulhos (AHMG)

Áreas remanescentes da Mata Atlântica no Ponte Alta: A região do Ponte Alta é


formada em seu entorno por extensas áreas verdes remanescentes da Mata Atlântica.
Nessas regiões já foram avistados animais e pássaros nativos relatados por moradores.
Boa parte das terras são de propriedade privada, sendo muito recorrente ocupações de
movimentos como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra). Os moradores
758 mantêm uma relação nova com a natureza da comunidade. Isso ocorre porque devido à

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pandemia de COVID-19, muitos encontraram na natureza ao ar livre, formas de realizar
exercícios físicos, passar o dia em campo aberto seguindo também os protocolos de
segurança. Essa relação nova ajuda a preservar, e compreender esse processo de
descoberta e conhecimento dos moradores com o patrimônio natural do bairro. Essa
ligação se faz necessária também para ajudar na preservação desse bioma importante
para o bairro e para a cidade de Guarulhos no geral.

5. Preservação da Identidade e Memória do Ponte Alta


A preservação, em qualquer sentido e contexto, necessita de ação conjunta e contínua,
movimentação, força de vontade, conhecimento, entre muitos fatores das quais precisam
unir forças e todos precisam estar engajados. Uma iniciativa da prefeitura de Guarulhos,
preocupada com o registo histórico e da memória de sua história, resultou no livro que
foi utilizado nesta pesquisa para entendimento e conhecimento da história do bairro. A
concepção deste livro pode ser considerada a primeira grande ação de preservação da
história do Ponte Alta. Entretanto, o livro ainda continua sendo pouco conhecido pelos
moradores da comunidade, causando até surpresa quando revelado seu conteúdo. A
pesquisa realizada na comunidade trouxe discussões a respeito de como pode ser feito
não só o resgate da história do bairro, mas também de sua memória e identidade que
pouco é conhecida pelos moradores, principalmente a geração mais jovem. Há uma
presença muito forte da história oral, da história contada na comunidade. Em conversas
com moradores antigos, fica evidente todo o conhecimento e extensão da memória do
bairro. Em muitos relatos, o Ponte Alta é revelado como um lugar pacato, com ruas de
terra batida, ainda sem iluminação e alguns córregos e pequenos cursos de água limpa
nos caminhos e cruzamento de ruas nas entranhas do bairro. É evidente que a memória e
identidade está presente no bairro, mas sua preservação ainda continua sendo um
assunto não discutido e pouco encarado. Isso não significa que nada pode ser feito, ao
contrário, ainda há o que se fazer, e não é pouco.

Com relação ao contexto da preservação da memória, e da participação da sociedade


como protagonista das ações de preservação, TOURINHO & RODRIGUES (2020)
lembram que, apesar da limitação que ainda existem em ações da sociedade para
759
preservação da memória, o crescimento da consciência da importância da preservação

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na sociedade vem desempenhando um papel significativo nas decisões por exemplo, de
tombamento de patrimônios por partes de órgãos de preservação:

A participação direta da sociedade na definição do que será considerado


patrimônio cultural restringe-se, em geral, às solicitações encaminhadas aos
órgãos públicos competentes; mesmo limitado, na medida em que crescem a
consciência e as reivindicações de lugares sociais e do direito à memória,
essa forma vem tendo um papel essencial na democratização das decisões de
tombamento. Apenas no início da década de 1990, intensificou-se a utilização
do direito à memória como argumento para as solicitações de tombamento e
avaliações técnicas. (TOURINHO & RODRIGUES, 2020, p. 27)

Em Guarulhos, associações e órgãos como o Arquivo Histórico Municipal de Guarulhos


(AHMG) e a Associação Amigos do Patrimônio e Arquivo Histórico (AAPAH) são
importantes para a preservação da história da cidade e do próprio Ponte Alta. A AAPAH
já contribui com ações que, tombaram patrimônios na cidade de Guarulhos, e a própria
organização sem fins lucrativos (ONG) destaca em sua página oficial as razões de sua
existência, e sua ligação com a AHMG:

A história da AAPAH – Associação Amigos do Patrimônio e Arquivo


Histórico é iniciada, porém, sua organização está ligada a movimentos em
prol da história local surgidos no começo dos anos 2000, aos grupos de
trabalho para o fortalecimento do turismo e a defesa do Arquivo Histórico
Municipal de Guarulhos. (AAPAH, 2021, p.1)

No Ponte Alta, algumas ações para preservação dos patrimônios e aproximação dos
moradores com sua história podem ser realizadas através das escolas municipais e
estaduais da região. Iniciativas por parte da coordenação, ou do corpo docente dessas
instituições de ensino para incentivo do conhecimento da cultura e história do bairro
podem ajudar principalmente os mais jovens que justamente são os que mais
desconhecem a história do Ponte Alta. Hoje o bairro dispõe de sete escolas, e não há
nenhuma ação de formação dos professores para o ensino da cultura local. Então como
isso pode ser feito?

Moradores que residem no bairro a mais tempo, e conhecem um pouco das


características mais antigas do local poderiam ajudar na formação dos professores por
exemplo. Organizações como a AAPAH e o AHMG entrariam como protagonistas no
760

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auxílio e na organização dos moradores locais com os professores das escolas, além de
contistas guarulhenses e até pesquisadores locais. Rodas de conversa, seminários, ou
reuniões online seriam formas de encontro para troca de conhecimento desses
moradores com os professores. É interessante que, alguns professores até conhecem um
pouco a respeito da história do bairro, justamente aqueles que lecionam a mais tempo
nas escolas do bairro, mas devido até mesmo a falta de interesse e organização por parte
das escolas da região acabam por não ocorrer essa troca de conhecimento que o
professor tem do bairro com os alunos.

O uso das redes sociais e blogs também desempenham um papel importante na


promoção e divulgação de conhecimento da história local e de sua preservação no Ponte
Alta. Um dos projetos que estão sendo construídos hoje, é o de um blog na plataforma
chamada MEDIUM Brasil5. O blog é escrito e gerenciado por Peterson Mendes Paulino,
e nele são feitas publicações a respeito da história do bairro, relatos de alguns
acontecimentos importantes da comunidade como os 30 anos da história da educação no
Ponte Alta (1991-2021) e conquistas recentes, como a de uma nova praça na
comunidade que terá como denominação oficial Praça Manoel Oliveira da Hora, que foi
um importante morador e comerciante do bairro e que receberá essa homenagem.

6. Conclusão
Ainda que ações de preservação do patrimônio e da memória e identidade do bairro
estejam muito prematuras e inexistentes, isso não significa que ações ainda não podem
ser tomadas para que esse cenário mude futuramente. O inventário dos patrimônios
materiais e naturais por exemplo, é uma das formas de se manter viva a história do
bairro Ponte Alta, e pode vim como uma das ações de longo prazo para que a
preservação desses locais sejam em parte, garantidas. O redescobrimento desses
patrimônios culturais material e natural ajudam a compreender em parte o processo
histórico ocorrido na comunidade. A preservação tanto do físico, como da memória dos
moradores que ajudaram a construir o local, são importantes para que a cultura de uma
localidade se mantenha viva, e gerações e mais gerações possam conhecer e cuidar do
bem maior de um povo, que é a sua cultura, sua memória e identidade.
761
5 Endereço do Blog: https://petersonmendespaulino.medium.com/

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Estudos futuros e mais técnicos sobre os patrimônios como a Capela São Geraldo e a
Escola Estadual Antônio Rosas da Silva Galvão podem ajudar no conhecimento e
reconhecimento de ambos, bem como na sua preservação, e eventualmente ocasionar
em ações de órgãos de preservação para tombamento desses edifícios do bairro.
Aprofundamento de ações por parte das escolas municipais e estaduais junto com
moradores antigos e que conheçam a história do bairro também poder ser muito bem
vindas. O blog por exemplo tem sido uma boa ferramenta de contribuição para
divulgação e registro das conquistas e fatos históricos da comunidade, mas melhorias
ainda precisam ser feitas e mais ações de preservação serem tomadas.

REFERÊNCIAS
AAPAH, Associação Amigos do Patrimônio e Arquivo Histórico. Guarulhos, 8 de outubro de
2021. Disponível em <https://aapah.org.br/nossa-historia/> Acesso em: 8 de out. de 2021.

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https://datageo.ambiente.sp.gov.br/app/?ctx=DATAGEO> Acesso em: 19 de jul. 2021.

OLIVEIRA, A. Ferreira. et al. Revelando a História de Bonsucesso e Região: Nossa Cidade,


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DOI: 10.13140/RG.2.2.21741.92640. Disponível em:
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P_A_PARTIR_DA_REGIAO_DO_BAIRRO_PONTE_ALTA_EM_GUARULHOS?channel=do
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762 uma dimensão política da preservação cultural na década de 1980. Anais do Museu Paulista:
História e Cultura Material, [S. l.], v. 28, p. 1-32, 2020. DOI:
III Congresso Nacional para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural – São Paulo/SP – 09 a 12 de nov. 2021
10.1590/1982-02672020v28d2e28. Disponível em:
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