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Técnico em Mecatrônica

EASA - Eletroeletrônica Aplicada a Sistemas Automatizados

CFP 3.02
Eletricidade Básica

Eletricidade
Conjunto de fenômenos naturais que envolvem a existência de cargas elétricas estacionárias ou em
movimento.
A palavra eletricidade tem origem no termo grego eléktron, que, em português, significa âmbar. O nome
está ligado às primeiras observações e estudos sobre os fenômenos elétricos realizados por Tales de
Mileto, por volta de 600 a.C., que foram feitos a partir do âmbar, uma resina fóssil que, ao ser atritada,
adquire a capacidade de atrair pequenos pedaços de palhas e fragmentos de madeira .

11/09/2018 www.google.com.br Dicionário


11/09/2018 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/eletricidade.htm
Eletricidade Básica
Energia e trabalho
A energia está sempre associada a um trabalho. Por isso, dizemos que energia é a capacidade que um
corpo possui de realizar um trabalho.
Dentre as muitas formas de energia, podemos citar:

Energia potencial – É aquela que está armazenada em um corpo em repouso.

Energia cinética – É a energia que um corpo em movimento possui devido a sua velocidade. É
portanto, consequência do movimento.

Energia mecânica – É a soma de energia potencial com energia cinética. Se manifesta pela
transmissão do movimento.

Energia térmica – Essa energia se manifesta quando há diferença de temperatura entre dois corpos.

Energia química – É a energia que aparece nas ligações responsáveis pela estrutura da matéria.
Portanto, ela se dá no nível das interações entre moléculas.

Energia elétrica – É o fenômeno físico originado por cargas elétricas estáticas ou em movimento e pela
interação entre elas.
Eletricidade Básica

Existe um sistema que reúne e padroniza unidades de medidas de grandezas físicas, chamado de
Sistema Internacional de Unidades, abreviado para a sigla SI.

As grandezas formadas com prefixos SI possuem múltiplos e submúltiplos. Os principais são


apresentados na tabela a seguir.

Prefixo SI Símbolo Fator multiplicador


tera T 1012 = 1.000.000.000.000
giga G 109 = 1.000.000.000
mega M 106 = 1.000.000
quilo k 103 = 1.000
mili m 10-3 = 0,001
micro  10-6 = 0,000 001
nano n 10-9 = 0,000 000 001
pico p 10-12 = 0,000 000 000 001
Eletricidade Básica
Energia e trabalho
A unidade de medida de energia se chama Joule, é representada pela letra J.

Pode ser encontrado nas embalagens de alimentos na parte de informações nutricionais.

Ex: Valor energético de suco de uva 101Kcal = 424KJ ou 424000J

10 9 10 6 10 3 --- 10 -3 10 -6 10 -9 10 -12
G M K J m µ n p

Exercícios:

34J = ____________MJ
2J =______________mJ
302mJ =___________KJ
0,53µJ =___________J
Eletricidade Básica
Matéria – Tudo aquilo que possui massa e ocupa espaço. Pode ser sólida, líquida
ou gasosa.

Molécula - é a menor parte em que se pode dividir a matéria sem que esta perca
suas características.

Átomo - é a menor parte em que se pode dividir a molécula.

O átomo é formado por uma parte central chamada núcleo e uma parte periférica
formada pelos elétrons (carga negativa) e denominada eletrosfera.

O núcleo é constituído por dois tipos de partículas: os prótons, com carga


positiva, e os nêutrons, que são eletricamente neutros.
Na eletrosfera os elétrons estão distribuídos em camadas ou níveis energéticos.

Os átomos podem ter uma ou mais órbitas, dependendo do seu número de


elétrons. Cada órbita contém um número específico de elétrons.

A regra mais importante para a área da eletroeletrônica refere-se ao nível


energético mais distante do núcleo, ou seja, a camada externa, chamada de nível
ou camada de valência.
Os elétrons da camada externa são chamados de elétrons livres, pois possuem
uma certa facilidade de se desprenderem de seus átomos.
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No seu estado natural, o átomo possui o número de prótons igual ao número de elétrons. Assim, o átomo
está em equilíbrio, ou eletricamente neutro.

O átomo em desequilíbrio é chamado de Íon.


Íon é um átomo que perdeu ou ganhou elétrons: Uma vez cessada a causa
externa que formou o íon, a
Cátion – carga positiva – perdeu elétrons; tendência natural do átomo é
Ânion – carga negativa – ganhou elétrons. atingir o equilíbrio elétrico.

prótons = +8 prótons = +8
elétrons = -9 elétrons = -7
------------------------ ------------------------
Resultado = -1 Resultado = +1

Ânion Cátion
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Fundamentos da eletrostática
Eletrostática é a parte da eletricidade que estuda a eletricidade estática.
Dá-se o nome de eletricidade estática à eletricidade produzida por cargas elétricas em repouso em um
corpo.
No estado natural, qualquer porção de matéria é eletricamente neutra. Com o processo de eletrização,
por atrito, por exemplo, essa condição de equilíbrio elétrico é desfeita.
Um corpo se eletriza negativamente (-) quando ganha elétrons e positivamente (+) quando perde
elétrons.

Entre corpos eletrizados, ocorre o efeito da atração quando as cargas elétricas têm sinais contrários.
O efeito da repulsão acontece quando as cargas elétricas dos corpos eletrizados têm sinais iguais.

Cargas Cargas Cargas


opostas se iguais se iguais se
atraem repelem repelem

+ - + + - -
Eletricidade Básica

Por meio dos processos de eletrização, é possível fazer com que os corpos fiquem intensamente ou
fracamente eletrizados.

O pente intensamente atritado tem maior capacidade de realizar trabalho. Como a maior capacidade
de realizar trabalho significa maior potencial, conclui-se que o pente intensamente eletrizado tem
maior potencial elétrico.

A eletrização pode ainda ser obtida por outros


processos como, por exemplo, por contato ou
por indução. Em qualquer processo, contudo,
obtém-se corpos carregados eletricamente.

Experimento de eletrização por atrito - Eletrostática


https://www.youtube.com/watch?v=n8FTHDcFMOw
Eletricidade Básica

Descargas elétricas

Sempre que um corpo com cargas elétricas contrárias são colocados próximos um dos outros, em
condições favoráveis, o excesso de elétrons de um deles é atraído na direção daquele que está com
falta de elétrons sob a forma de descarga elétrica por contato ou por arco.

Quando há uma grande diferença de cargas elétricas, uma grande parte de carga negativa pode passar
para o outro corpo pelo ar, gerando uma descarga por arco.
Temos como exemplo dessa descarga o Raio.

Como surgem raios e trovões?


https://www.youtube.com/watch?v=7R5mqRlhNKo
Eletricidade Básica

Grandezas Elétricas
Tensão Elétrica
Corrente Elétrica
Resistência Elétrica
Potência Elétrica
Eletricidade Básica

Tensão elétrica
A diferença de potencial elétrico entre dois corpos eletrizados também é denominada de tensão elétrica.
O símbolo para representar a diferença de potencial elétrica é a letra V (U e E).

Unidade de medida de tensão elétrica


Para tensão (ou ddp) a unidade de medida é o VOLT, que é representada pelo símbolo V.

Tabela com Múltiplos e Submúltiplos


Denominação Símbolo Valor com relação ao volt
megavolt MV 106 V ou 1000000V
Múltiplos
quilovolt kV 103 V ou 1000V
Unidade volt V -
milivolt mV 10-3 V ou 0,001V
Submúltiplos
microvolt V 10-6 V ou 0,000001V

Instrumentos de medida: Voltímetro, Milivoltímetro, Quilovoltímetro e Multímetro na função.


Eletricidade Básica

Pilha ou bateria elétrica


Dispositivos capazes de criar um desequilíbrio elétrico entre dois
pontos, dando origem a uma tensão elétrica, chamados fontes
geradoras de tensão. As pilhas, baterias ou acumuladores e
geradores são exemplos desse tipo de fonte.
As pilhas dispõem de um polo positivo e um polo negativo. Esses
polos nunca se alteram, o que faz com que a polaridade da pilha
seja invariável. Daí a tensão fornecida chamar-se tensão contínua
ou tensão CC, de aproximadamente 1,5V.
Eletricidade Básica
Tensão elétrica

Exercícios:

1) Defina tensão elétrica.


2) Qual a unidade de medida de tensão elétrica?
3) Resolva as conversões:
0,7V = ____________mV 150µV = ____________V
1,4V =_____________mV 6200µV =____________mV
150mV =___________V

10 6 10 3 --- 10 -3 10 -6
M K V m µ
Eletricidade Básica
Medição de Tensão Elétrica

Para fazer a medição de tensão elétrica, é


preciso seguir alguns passos:

- Ajustar o seletor de função na grandeza e


escala adequada;
- Inserir as pontas de prova nos bornes
determinados;
- Efetuar a medição utilizando a polaridade
correta das pontas de prova no circuito, ou
seja, a ponta de prova preta no lado
negativo do circuito e a ponta de prova
vermelha no lado positivo;
- Para medir tensão elétrica, as pontas de
prova do instrumento de medição deverão
ser posicionados em paralelo no ponto do
circuito a ser medido.
Eletricidade Básica
Corrente elétrica
A corrente elétrica consiste em um movimento orientado de cargas, provocado pelo desequilíbrio elétrico
(ddp) entre dois pontos.
O símbolo para representar a intensidade da corrente elétrica é a letra I.

Unidade de medida de corrente elétrica


Para intensidade da corrente a unidade de medida é o AMPÈRE, que é representada pelo símbolo A.

Tabela com Múltiplos e Submúltiplos


Denominação Símbolo Valor
Múltiplos quiloampère kA 103 A ou 1000A
Unidade ampère A -
miliampère mA 10-3 A ou 0,001A
Submúltiplos microampère A 10-6 A ou 0,000001A
nanoampère nA 10-9 A ou 0,000000001A

Instrumentos de medida: Amperímetro, Miliamperímetro, Microamperímetro, Quiloamperímetro,


Multímetro e Alicate-amperímetro.
Eletricidade Básica

Corrente elétrica

Para que haja corrente elétrica, é necessário que haja ddp e que o circuito (elétrico) esteja fechado.
Logo, pode-se afirmar que existe tensão sem corrente, mas nunca existirá corrente sem tensão. Isso
acontece porque a tensão orienta as cargas elétricas.

INTERRUPTOR CARGA INTERRUPTOR CARGA


DESORDENADO ORDENADO

FONTE FONTE
GERADORA GERADORA

CONDUTOR CONDUTOR
Eletricidade Básica

Sentido da corrente elétrica

O Inicialmente, os cientistas acreditavam que o movimento das cargas elétricas aconteciam do polo
positivo para o negativo da fonte geradora.
Esse sentido recebeu o nome de sentido convencional da corrente.

Mais tarde, explicou-se cientificamente que, na verdade, as cargas elétricas se movimentam do polo
negativo para o positivo.
Esse sentido recebeu o nome de sentido eletrônico da corrente.

Durante o curso utilizaremos o sentido convencional da corrente.

Corrente contínua

Quando o movimento de cargas elétricas acontecem em um único sentido, mantendo sempre a mesma
polaridade, a corrente elétrica é chamada de corrente contínua representada pelas siglas CC ou DC.
Eletricidade Básica
Corrente elétrica

Exercícios:

1) Defina corrente elétrica.


2) Qual a unidade de medida da intensidade da corrente elétrica?
3) Qual a condição para que uma corrente elétrica seja denominada de Corrente Contínua CC?
4) Resolva as conversões:
0,5A = _____________mA 250µA = ____________nA
5,0µA =____________mA 1200nA =____________µA
0,03mA =___________µA

10 6 10 3 --- 10 -3 10 -6 10 -9
M K A m µ n
Eletricidade Básica
Medição de Corrente Elétrica

Para fazer a medição de corrente elétrica, é


preciso seguir alguns passos:

- Ajustar o seletor de função na grandeza e


escala adequada;
- Inserir as pontas de prova nos bornes
determinados;
- Efetuar a medição utilizando a polaridade
correta das pontas de prova no circuito, ou
seja, a ponta de prova preta no lado
negativo do circuito e a ponta de prova
vermelha no lado positivo;
- Para medir corrente elétrica, as pontas de
prova do instrumento de medição deverão
ser posicionados em série no circuito.
Eletricidade Básica
Resistência elétrica
Resistência elétrica é a oposição que um material apresenta ao fluxo de corrente elétrica. Todos os
dispositivos elétricos e eletrônicos apresentam certa oposição à passagem da corrente elétrica.
O símbolo para representar a resistência elétrica é a letra R.

Unidade de medida de resistência elétrica


Para resistência a unidade de medida é o OHM, que é representada pela letra grega Ω (Lê-se ômega).

Tabela com Múltiplos e Submúltiplos


Denominação Símbolo Valor
megohm MW 106 ou 1000000Ω
Múltiplos
quilohm kW 103 ou 1000Ω
Unidade ohm W -
miliohm mW 10-3 ou 0,001Ω
Submúltiplos
microhm W 10-6 ou 0,000001Ω
Instrumentos de medida: Ohmímetro, Miliohmímetro, Megohmetro, Terrometro e Multímetro.
Eletricidade Básica
Resistência elétrica

Exercícios:

1) Defina resistência elétrica.


2) Qual a unidade de medida de resistência elétrica?
3) Resolva as conversões:

150,0 Ω = ___________KΩ 180 µΩ = __________mΩ


300 mΩ =__________Ω 76,5 Ω =___________mΩ
45 MΩ =___________KΩ

10 6 10 3 --- 10 -3 10 -6
M K Ω m µ
Eletricidade Básica
Medição de Resistência Elétrica

Para fazer a medição de resistência elétrica, é


preciso seguir alguns passos:

- Ajustar o seletor de função na grandeza e


escala adequada;
- Inserir as pontas de prova nos bornes
determinados;
- O circuito deve estar desligado;
- Para medir resistência elétrica, as pontas
de prova do instrumento de medição
deverão ser posicionados em paralelo no
componente.
Eletricidade Básica

Materiais condutores

Os materiais condutores caracterizam-se por permitirem a existência da corrente elétrica toda vez que
se aplica tensão entre suas extremidades.

As cargas elétricas que se movimentam no interior dos materiais sólidos são os elétrons livres. Esses
elétrons se movimentam ordenadamente, formando a corrente elétrica.

Os metais são excelentes condutores de corrente elétrica, pois, os elétrons da camada de valência
estão fracamente ligados ao núcleo do átomo. Assim, desprendem-se com facilidade o que permite seu
movimento ordenado.

Assim, quanto menor for a atração do elétron da camada de valência com o núcleo, maior será a
capacidade de deixar fluir a corrente elétrica.
Eletricidade Básica

Materiais condutores

Os bons condutores são também materiais com baixa resistência elétrica.


A seguir, alguns materiais condutores e sua relação com a resistência elétrica.

RESISTÊNCIA
Prata Cobre Ouro Alumínio Constantan Níquel-cromo

O cobre é o metal mais utilizado na fabricação de condutores para instalação elétrica.


Eletricidade Básica

Materiais isolantes

Os materiais isolantes são os que apresentam forte oposição à circulação de corrente elétrica. Isso
acontece porque os elétrons livres dos átomos dos materiais isolantes são fortemente ligados a seus
núcleos e dificilmente são liberados para circulação.

Em condições anormais, um material isolante pode tornar-se condutor. Esse fenômeno chama-se
ruptura dielétrica, ocorre quando grande quantidade de energia transforma um material normalmente
isolante em condutor.

Essa carga de energia aplicada ao material é tão elevada que os elétrons, normalmente presos ao
núcleo dos átomos, são arrancados das órbitas, provocando a circulação da corrente elétrica.

A formação de faísca ao desligar um interruptor elétrico é um exemplo típico de ruptura dielétrica.


A tensão elevada entre os condutores no momento da abertura do contato, fornece uma grande
quantidade de energia que provoca a ruptura dielétrica do ar, gerando a faísca.
Eletricidade Básica

Segunda Lei de Ohm

Segundo os estudos de George Simon Ohm, a resistência elétrica de um condutor depende


fundamentalmente de quatro fatores:

- Material do qual o condutor é feito;


- Comprimento do condutor;
- Área da seção transversal;
- Temperatura do condutor.
Eletricidade Básica

Influência do comprimento do condutor

Percebeu-se que ao aumentar ou diminuir o comprimento do condutor mantendo o mesmo material,


temperatura e seção transversal, a resistência elétrica aumentava ou diminuía na mesma proporção.

L L L

R Cobre

R1 Cobre

R2 Cobre

COMPRIMENTO DIÂMETRO RESULTADO


R L S R
R1 2xL S 2R
R2 3xL S 3R
Eletricidade Básica

Influência da seção transversal

Mantendo o mesmo material, temperatura, comprimento e variando sua seção transversal, percebeu-se
que sua resistência elétrica aumentava ou diminuía proporcionalmente.
L

R Cobre

R1 Cobre

R2 Cobre

COMPRIMENTO DIÂMETRO RESULTADO


R L S R
R1 L 2xS R/2
R2 L 3xS R/3
Eletricidade Básica

Influência do material

Para verificar a influência do material, o comprimento, seção transversal e temperatura foram mantidos,
variando apenas o tipo de material.
Percebeu-se que não existia relações entre eles, mas, mantendo o mesmo material, a resistência
elétrica mantinha sempre o mesmo valor. A partir desse experimento, estabeleceu-se uma constante de
proporcionalidade que foi denominado resistividade elétrica.

R Cobre

R1 Alumínio

Prata
R2
Eletricidade Básica

Resistividade elétrica

É a resistência elétrica específica de um condutor com 1m de comprimento, 1mm² de área de seção


transversal, medida em temperatura ambiente constante de 20ºC.
Sua unidade de medida é o Ωmm²/m, representada pela letra grega  (rô).
A seguir, tabela de alguns materiais e seus valores de resistividade:

MATERIAL  (Ωmm²/m) a 20ºC


Alumínio 0,0278
Cobre 0,0173
Estanho 0,1195
Ferro 0,1221
Níquel 0,0780
Chumbo 0,210
Prata 0,0158
Eletricidade Básica

Resistividade elétrica

De acordo com os resultados do experimento, George Simon Ohm estabeleceu sua segunda lei.

“A resistência elétrica de um condutor, é diretamente proporcional ao produto da resistividade específica


pelo seu comprimento e inversamente proporcional à sua área de seção transversal”.

𝜌. 𝐿
Matematicamente, temos: 𝑅=
S
- R é a resistência elétrica expressa em Ohm (Ω);
- L é o comprimento do condutor em metros (m);
- S é a área da seção transversal do condutor em milímetros quadrados (mm²);
- 𝜌 é a resistividade elétrica do material em ohm milímetro quadrado por metro (Ωmm²/m).
Eletricidade Básica

Resistividade elétrica

Exemplo:
Determine a resistência elétrica de um condutor de cobre na temperatura de 20ºC. Sabendo que sua
seção transversal é de 1,5mm² e seu comprimento de 100m.

𝜌. 𝐿 0,0173 . 100 1,73


𝑅= 𝑅= 𝑅= 𝑹 = 𝟏, 𝟏𝟓𝟑 𝜴
S 1,5 1,5
Eletricidade Básica

Influência da temperatura sobre a resistência

Na maior parte dos materiais, o aumento da temperatura significa maior resistência elétrica. Isso ocorre
porque o aumento da temperatura leva ao aumento da agitação das partículas que constituem o
material, aumentando assim as colisões entre as partículas e elétrons no interior do condutor.
Pode-se dizer que em um condutor, a variação na resistência elétrica relacionada ao aumento de
temperatura, depende diretamente da variação de resistividade elétrica própria do material com o qual o
condutor foi fabricado.
Assim, é possível determinar um novo valor quando o condutor está em uma nova temperatura,
conhecendo a resistividade do material.

Matematicamente, temos: f = o.(1 +  . )


- f representa a resistividade do material na temperatura final em (Ωmm²/m);
- o é a resistividade do material na temperatura inicial (geralmente em 20ºC) em (Ωmm²/m);
-  é o coeficiente de temperatura do material (encontrado em tabelas);
-  é a variação de temperatura, ou seja, a diferença entre a temperatura final e inicial (tf-ti) em (ºC).
Eletricidade Básica

Influência da temperatura sobre a resistência

A seguir, tabela do coeficiente de temperatura de alguns materiais.

MATERIAL Coeficiente de temperatura  (ºc-1)


Alumínio 0,0032
Cobre 0,0039
Constantan 0,00001
Ferro 0,005
Grafite -0,0002 a -0,0008
Latão 0,0015
Níquel-cromo 0,0002
Platina 0,003
Prata 0,004
Eletricidade Básica

Influência da temperatura sobre a resistência

Exemplo:
Determine a resistividade do alumínio na temperatura de 60ºC, sabendo que à temperatura de 20ºC,
sua resistividade corresponde a 0,0278 Ωmm²/m e seu coeficiente de temperatura 0,0032 ºC-1.

f = o.(1 +  . )
f = o.(1 +  . (tf-ti))
f = 0,0278.(1 + (0,0032 . (60-20)))
f = 0,0278.(1 + (0,0032 . (40)))
f = 0,0278.(1 + (0,128))
f = 0,0278 . (1,128)
f = 0,03135 Ωmm²/m
Eletricidade Básica

Circuitos Elétricos

Diariamente utilizamos a eletricidade para movimentar, iluminar, resfriar etc. Apesar dos efeitos
diversos, todos acontecem a partir dos circuitos elétricos.

O circuito elétrico mais simples que se pode montar constitui-se de três componentes:
- Fonte geradora (de Tensão);
- Carga consumidora;
- Condutores elétricos.

INTERRUPTOR CARGA INTERRUPTOR CARGA


DESORDENADO ORDENADO

FONTE FONTE
GERADORA GERADORA

CONDUTOR CONDUTOR
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Simbologia dos componentes de um circuito

Para facilitar a elaboração de diagramas elétricos, criou-se uma simbologia para representar
graficamente cada componente de um circuito.
A tabela a seguir mostra alguns símbolos utilizados e seus respectivos componentes:

Componente Figura Símbolo Letra


Condutor -

Cruzamento sem - S1
conexão
Cruzamento com - I
conexão +
G1 H1
-
Fonte geradora G

I
Lâmpada H

Interruptor S
Eletricidade Básica
Tipos de circuitos elétricos

Dependendo da ligação dos componentes. os circuitos elétricos podem ser classificados:


- Série;
- Paralelo;
- Misto.

Circuito Série

- Fornece apenas um caminho para a corrente elétrica percorrer;


- A intensidade da corrente é a mesma em qualquer ponto do circuito;
- A tensão é diferente nos componentes;
- Seu funcionamento é dependente, pois, se um componente falhar, cessa a circulação da corrente
elétrica no circuito. H1

I I
+
G1
-
H2 I
I
Eletricidade Básica

Circuito Paralelo

- Fornece mais de um caminho para a corrente elétrica percorrer;


- A tensão é sempre a mesma em qualquer componente;
- Seu funcionamento é independente, pois, se um dos componentes falhar, a corrente elétrica não
cessa e o outro componente permanecerá em funcionamento.

I I1 I2

+ H1 H2
G1
-

I1 I2
I
Eletricidade Básica

Circuito Misto

No circuito misto, ao passar uma corrente elétrica pelo componente H1 ligado em série, causará uma
queda de tensão provocada pelo consumo. Assim, os componentes H2 e H3 que estão ligados em
paralelo, receberão a tensão da fonte menos a queda de tensão provocada pelo H1.
H1

I I1 I2

+ H2 H3
G1
-

I I1 I2
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Associação de Resistências

É a associação de duas ou mais resistências em um circuito elétrico. Nessa associação, considera-se:

- Os terminais: são os pontos da associação à fonte geradora;


- Os nós: são os pontos em que ocorre a separação da circulação da corrente elétrica;
- Ramo ou braço: é a porção do circuito que liga dois nós consecutivos ou resistores;
- Malha: é o conjunto de ramos que delimitam um percurso fechado.

Ramo
A

+
G1 Malha 1 Malha 2
-

Terminais
B
Eletricidade Básica

Tipos de Associação de Resistências

Basicamente existem três tipos de associações, cada um apresentando característica específicas de


comportamento:

- Série;
- Paralelo;
- Mista.

Associação Série

Nessa associação, as resistências são interligadas de forma que exista apenas um caminho para a
circulação da corrente elétrica entre os terminais.
R1 R2 R3

+ I
G1 Caminho único de
- corrente elétrica
I I
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Associação Paralelo

Nessa associação, as resistências são interligadas de forma que exista mais de um caminho para a
circulação da corrente elétrica.
Caminho I1 Caminho I2

I I1 I2
+
G1 R1 R2
-

I I1 I2

Associação Mista

Nessa associação, compõe tanto resistências em série quanto em paralelo.


R1

I I1 I2
+
G1 R2 R3
-

I I1 I2
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Resistência Equivalente de uma Associação em Série

Ao se associar resistência, a resistência elétrica entre os terminais é diferente da resistência individual.


Assim, a resistência de uma associação de resistências recebe o nome de resistência equivalente
(Req).
Matematicamente, a fórmula para a associação equivalente em série é: Req = R1+R2+...+Rn
R1 R2
Req = R1+R2
+ 5Ω 9Ω
G1 Req = 5Ω+9Ω
-
Req = 14Ω

Req R1 R2

+ 14Ω 5Ω 9Ω
Medição nos
G1
terminais
14Ω
-

A resistência equivalente da associação em série será maior que a resistência de maior valor.
Eletricidade Básica

Resistência Equivalente de uma Associação em Paralelo


𝟏
Matematicamente, a fórmula para a associação equivalente em paralelo é: Req= 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏
+ + +⋯+𝑹𝒏
𝑹𝟏 𝐑𝟐 𝑹𝟑

+ 1 1 1
G1 R1 10Ω R2 15Ω R3 5Ω Req= 1 1 1 Req= 1 1 1 Req=
- + + + + 0,1𝛺+0,067𝛺+0,2𝛺
𝑅1 R2 R3 10𝛺 15𝛺 5𝛺

1
Req= Req= 2,73𝛺
0,367Ω
Req

+ 2,73Ω
Medição nos
G1
terminais
2,73Ω R1 10Ω R2 15Ω R3 5Ω
-

A resistência equivalente da associação em paralelo será menor que a resistência de menor valor.
Eletricidade Básica

Resistência Equivalente de uma Associação em Paralelo


𝑹𝟏 . 𝑹𝟐
Quando se tem apenas duas resistências em paralelo, podemos utilizar a seguinte equação: Req=
𝑹𝟏+𝑹𝟐

+
𝑅1 . 𝑅2 10Ω . 15Ω 150Ω
G1 R1 10Ω R2 15Ω Req= Req= Req= Req= 6Ω
- 𝑅1+𝑅2 10Ω+15Ω 25Ω

Req

+ 6Ω
Medição nos
G1
terminais
6Ω R1 10Ω R2 15Ω
-
Eletricidade Básica

Resistência Equivalente de uma Associação em Paralelo


𝑹
Para resistências em paralelo de mesmos valores, podemos utilizar a seguinte equação: Req=
𝒏

+
𝑅 10Ω
G1 R1 10Ω R2 10Ω Req= Req= Req= 5Ω
- 𝑛 2

Req

+ 5Ω
Medição nos
G1
terminais
5Ω R1 10Ω R2 10Ω
-
Eletricidade Básica

Resistência Equivalente de uma Associação em Série

Para determinar a resistência equivalente de uma associação mista, procede-se da seguinte maneira:
A partir dos nós, divide-se a associação em pequenas parte, observando as associações série e
paralelo.

R2 Associação em
180Ω paralelo
R1
560Ω A B
+

1200Ω
270Ω
G1 R3 R4
-

- Identificando os nós, analisa-se como estão ligadas as resistências. Nesse caso, R2 e R3 estão em
paralelo.
Eletricidade Básica

- Calcule a Req da associação em paralelo.

R2 Associação em
180Ω paralelo
R1
560Ω A B
+

1200Ω
270Ω
G1 R3 R4
-

𝑅2 . 𝑅3 180Ω . 270Ω 48600Ω


ReqAB= ReqAB= ReqAB= ReqAB= 108Ω
𝑅2+𝑅3 180Ω+270Ω 450Ω
Eletricidade Básica

- Assim, um novo circuito se forma.

R1 ReqAB
560Ω 108Ω
+

1200Ω
G1 R4
-

- Ao analisar o novo circuito, observa-se a formação de um circuito série entre R1, ReqAB e R4.
- Calcule a Req da associação em série.
Req = R1 + ReqAB + R4 Req = 560Ω+108Ω +1200Ω Req = 1868Ω

R2
Req 180Ω
R1
+ 560Ω A B
1868Ω

1200Ω
G1 270Ω
Medição nos R4
- terminais
1868Ω R3
Eletricidade Básica

Primeira Lei de Ohm

Essa lei estabelece a relação entre as grandezas elétricas: tensão (V), corrente (A) e resistência (Ω)
em um circuito.
Existem algumas características na relação dessas grandezas:

- Quanto maior a tensão, maior a corrente elétrica;


- Quanto maior a tensão, maior a resistência;
- Quanto maior a resistência, menor a corrente elétrica;
Tensão (V)
- Quanto maior a corrente elétrica, menor a resistência.

Matematicamente, temos: V
V= R . I R=
𝑉
𝐼
I=
𝑉
𝑅 R I
Resistência (Ω) Corrente (A)
Eletricidade Básica

Exemplo:

90mA
+ I

G1
9V -
R V
I
R I

V = 9V R= V R= 9V R= 100Ω
I= 90mA = 0,09A I 0,09A
R= ?
Eletricidade Básica

Exemplo:
R1
100Ω I
I
+
G1

50Ω
10V R2
-
I I
Req= R1+R2+R3 Req= 100Ω +50Ω +25Ω
25Ω Req= 175Ω
R3

VT = 10V I= V I= 10V I= 0,05714A


I= ? Req 175Ω 57,14mA
Req= ?
Eletricidade Básica

Exemplo:
R1
100Ω I V=R.I
I
+ VR1=R1.I
G1

50Ω
10V R2 VR1=100Ω . 0,05714A
- VR1=5,71V
I I

25Ω
R3 VR2=R2.I VT= VR1+VR2+VR3
VR2=50Ω . 0,05714A VT= 5,71V+2,86V+1,43V
Dados: Calcule: VR2=2,86V VT= 10V
VT= 10V VR1= ?
I= 0,05714A VR2= ? VR3=R3.I
R1= 100Ω VR3= ? VR3=25Ω . 0,05714A
R2= 50Ω VT= ? VR3=1,43V
R3= 25Ω
Eletricidade Básica

Resistores

Resistor é um componente que apresenta resistência à passagem de corrente elétrica. Sua função é
limitar a corrente elétrica e consequentemente, reduzir ou dividir tensões.

Existem 3 tipos de resistores:

- Ajustáveis: É aquele cujo valor da resistência elétrica pode ser escolhido e ajustado dentro de uma
faixa de valores, geralmente utilizado para calibração de circuitos elétricos.
Ex: Trimpot.

Trimpot
Eletricidade Básica
Resistores

- Variáveis: É aquele cujo valor da resistência elétrica pode variar dentro de uma faixa de valores.
Muito utilizado para controle em circuitos elétricos e eletrônicos.
Ex: Potenciômetro;

Potenciômetro

- Fixos: É um componente formado por um corpo cilíndrico de cerâmica sobre o qual é depositada
uma camada espiralada de material ou filme resistivo (ex: carbono). Esse material determina o tipo e
valor de resistência nominal do resistor. Utilizado em circuitos elétricos e eletrônicos para limitar
correntes e dividir tensões.

Resistor de fio Resistor de fio Resistor de fio Resistor fixo Resistor SMD
Resistor de 3 22kΩ
faixas 20% de tolerância

Resistor de 6 2,74MΩ
Código de Cores faixas 0,5% de tolerância – coef. Térmico 100ppm/k
de Resistores

Cor 1ª Faixa 2ª Faixa 3ª Faixa Multiplicador Tolerância Coeficiente de


Temperatura
Preto 0 0 0 x 1Ω
Marrom 1 1 1 x 10Ω +/- 1% 100 ppm/ºC
Vermelho 2 2 2 x 100Ω +/- 2% 50 ppm/ºC
Laranja 3 3 3 x 1kΩ 15 ppm/ºC
Amarelo 4 4 4 x 10kΩ 25 ppm/ºC
Verde 5 5 5 x 100kΩ +/- 0,5%
Azul 6 6 6 x 1MΩ +/- 0,25% 10 ppm/ºC
Violeta 7 7 7 x 10MΩ +/- 0,1% 5 ppm/ºC
Cinza 8 8 8 +/- 0,05%
Branco 9 9 9 1 ppm/ºC
Dourado x 0,1Ω +/- 5%
Prateado x 0,01Ω +/- 10%
Exemplo: Código de Cores de Resistores
4 +/- 10%
7 x100Ω
Escreva o valor nominal do Resistor de 4 4,7kΩ
faixas +/- 10% de tolerância
resistor com as seguintes
cores:

Verde, Azul, Preto e dourado

Cor 1ª Faixa 2ª Faixa Multiplicador Tolerância


4 faixas:
- 1ª Faixa = 5 Preto 0 0 x 1Ω

- 2ª Faixa = 6 Marrom 1 1 x 10Ω +/- 1%

- Multiplicador = x1Ω Vermelho 2 2 x 100Ω +/- 2%

- Tolerância = +/- 5% Laranja 3 3 x 1kΩ


Amarelo 4 4 x 10kΩ
Verde 5 5 x 100kΩ +/- 0,5%
5 e 6 x 1Ω +/- 5% Azul 6 6 x 1MΩ +/- 0,25%
Violeta 7 7 x 10MΩ +/- 0,1%
56Ω +/- 5% Cinza 8 8 +/- 0,05%
Branco 9 9
Dourado x 0,1Ω +/- 5%
Prateado x 0,01Ω +/- 10%
Eletricidade Básica

Primeira Lei de Kirchhoff

Também chamada de Lei das Correntes de Kirchhoff (LCK) ou Lei dos Nós, refere-se a forma como a
corrente distribui-se nos circuitos em paralelo.
I3
I1
+I1+I2-I3-I4-I5=0
I4 ෍𝐼=0
𝑁ó
I2
I5 +I1+I2=+I3+I4+I5
“A soma algébrica das correntes em um nó é igual a zero”.
“A soma das correntes que chegam em um nó é igual a soma das correntes que saem desse nó”.
3A 2A
I1 I3
+I1-I2-I3=0 +I1=+I2+I3
+ +3A-1A-2A=0 +3A=+1A+2A
I2
G1 1A +3A-3A=0 3A=3A
- 0=0

Obs: O sinal da corrente que entra no nó é positivo (+), o que sai do nó é negativo (-).
Eletricidade Básica

Segunda Lei de Kirchhoff

Também conhecida como Lei das Malhas ou Lei das Tensões de Kirchhoff (LTK), refere-se a forma como a
tensão distribui-se nos circuitos em série.
-

+
V1
-

+
- -
෍ 𝑉=0
-
I
VR3 V2 -V1-V2+VR1+VR2+V3+VR3=0
R3 +
+

𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎

+
- I Malha 1
-
+V1+V2=+VR1+VR2+V3+VR3

+
R1
V3 + VR1
R2 I -
+

VR2
- +

“A soma algébrica das tensões em uma malha é igual a zero”.


“A soma das tensões que elevam o potencial do circuito é igual a soma das tensões que causam a queda de
potencial”.

Obs: As setas nas fontes seguem a polaridade dela mesma e as setas nos componentes seguem o sentido
oposto da corrente.
Eletricidade Básica

Segunda Lei de Kirchhoff

+
V1 -V1+VR1+VR2=0
- ෍ 𝑉=0 -6V+3,75V+2,25V=0

+
I 𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 -6V+6V=0
- 0=0

+
VR2 R2 I Malha 1 R1
VR1
+

-
-V1+VR1+VR2=0 VR1 = R1.I
I
-V1+(R1.I)+(R2.I)=0 VR1 = 5Ω.0,75A
-6+(5.I)+(3.I)=0 VR1 = 3,75V
R1= 5Ω -6+8I=0
8I=6 VR2 = R2.I
R2= 3Ω VR2 = 3Ω.0,75A
V1= 6V I= 6
8 VR2 = 2,25V
I= 0,75A = 750mA
Eletricidade Básica

Protoboard (Matriz de contatos)

Interconectados na horizontal
(Linha)

Interconectados na vertical
(Coluna)

Interconectados na vertical
(Coluna)

Interconectados na horizontal
(Linha)
Eletricidade Básica

Protoboard (Matriz de contatos) – Exemplo:

30A R1 26B R2 22C


+ 56Ω 1kΩ
30B 26C 22A
-

R3
470Ω

1J R1 5I 5G R2 9G
+ 56Ω 1kΩ
1I 5H 9H 9J
-
Eletricidade Básica

Protoboard (Matriz de contatos) – Exemplo:

28 R1 24
+ 56Ω

R2
1kΩ

R3
470Ω
-

R2 8 R3
1kΩ 470Ω

3 R1 12
+ 56Ω
-
Eletricidade Básica

Trabalho elétrico

Ao passar por uma carga instalada em um circuito, a corrente elétrica produz efeitos, entre eles:

- Calor - Chuveiros;
- Luz - Lâmpadas;
- Movimento - Ventilador.

Esse efeito é denominado de Trabalho.

O trabalho de transformação de energia elétrica em outra forma de energia é realizado pelo


consumidor ou pela carga. Ao transformar a energia elétrica, o consumidor realiza um trabalho
elétrico.
Eletricidade Básica

Potência elétrica

A capacidade de cada consumidor produzir trabalho, em determinado tempo, a partir de energia elétrica
é chamada de potência elétrica.

𝝉
P=
𝒕
- P é a potência;
- τ (lê-se “tau”) é o trabalho;
- t é o tempo necessário para realizar o trabalho.

Para dimensionar corretamente cada componente em um circuito elétrico, é necessário conhecer a sua
potência.
Eletricidade Básica

Unidade de medida de Potência elétrica

A unidade de medida de potência elétrica é o Watt. Simbolizado pela letra W, possui múltiplos e
submúltiplos.
Um watt (1W) corresponde à potência desenvolvida no tempo de um segundo em uma carga,
alimentada por uma tensão de 1V, na qual circula uma corrente de 1A.

Denominação Símbolo Valor


megawatt MW 106 ou 1000000W
Múltiplos
quilowatt kW 103 ou 1000W
Unidade watt W -
Miliwatt mW 10-3 ou 0,001W
Submúltiplos
microwatt W 10-6 ou 0,000001W
Eletricidade Básica

Determinação da potência de um consumidor em CC

A potência elétrica (P) de um consumidor, depende da tensão aplicada e da corrente que circula nos
seus terminais. Matematicamente, essa relação é representada pela equação:

P=VxI

- V é a tensão entre os terminais do consumidor expressa em Volts (V);


- I é a corrente circulante no consumidor expressa em Ampères (A);
- P é a potência dissipada expressa em Watts (W).
Potência (W)

P
𝑃 𝑃
P= V . I V= I=
𝐼 𝑉 V I
Tensão (V) Corrente (A)
Eletricidade Básica

Exemplo:

Uma lâmpada de lanterna de 6V solicita uma corrente de 0,5A das baterias. Qual é a
potência da lâmpada?
V = 6V;
I = 0,5A;
P=?
P= 𝑽 . 𝑰
P= 𝟔𝑽 . 𝟎, 𝟓𝑨
P= 𝟑𝑾

P
𝑃 𝑃
P= V . I V= I=
𝐼 𝑉 V I
Eletricidade Básica
Equação da potência por efeito Joule

Muitas vezes, é necessário calcular a potência de um componente, mas os valores de tensão e de


corrente não são conhecidos.
Assim, podemos calcular a potência utilizando a equação da potência do efeito Joule:

P = R x I²

Efeito Joule é o efeito térmico produzido pela passagem de corrente elétrica através de uma
resistência.

A partir dessa equação, é possível chegar por meios matemáticos em outras equações:
FÓRMULA UNIDADE DERIVAÇÃO DA FÓRMULA UNIDADE
𝑃
R= Ω
𝐼²
P = R x I² W
𝑃
I= A
Potência 𝑅

𝑉² V= P . R V
P= W
𝑅 𝑉²
R= Ω
𝑃
Eletricidade Básica

Exemplo:

Um aquecedor elétrico tem uma resistência de 8Ω e solicita uma corrente de 10A. Qual é a
sua potência?
I = 10 A;
R = 8 Ω;
P=?
P= 𝑹 . 𝑰²
P= 𝟖 Ω . 𝟏𝟎² 𝑨
P= 𝟖𝟎𝟎 𝑾

Um isqueiro de automóvel funciona com 12V, que são fornecidos pela bateria. Sabendo que
a resistência do isqueiro é de 3Ω, calcule sua potência dissipada.
V = 12 V;
R = 3 Ω;
P=?
𝑽² 𝟏𝟐² P= 𝟒𝟖 𝑾
P= P=
𝑹 𝟑
Eletricidade Básica
Potência nominal

Certos aparelhos, como os chuveiros e lâmpadas, têm uma característica particular, seu funcionamento
obedece a uma tensão previamente estabelecida. Assim, existem chuveiros para 127 V ou 220 V.
A tensão para a qual esses consumidores são fabricados chama-se tensão nominal de
funcionamento.
O mesmo ocorre com a potência, a potência pela qual o consumidor foi projetado chama-se potência
nominal de funcionamento.

Quando esses aparelhos são ligados corretamente, a quantidade de calor, luz ou movimento produzida
é exatamente aquela para a qual foram projetados. Por exemplo, uma lâmpada de 127V / 100W ligada
corretamente (em 127V) produz 100W em luz e calor. Nessa condição, onde a lâmpada trabalha
dissipando sua potência nominal, sua condição de funcionamento é ideal.
Eletricidade Básica
Limite de dissipação de potência

Há um grande número de componentes eletrônicos que se caracteriza por não ter uma tensão de
funcionamento especificada e, por isso, podem funcionar com os mais diversos valores de tensão.
É o caso dos resistores que não trazem nenhuma referência quanto à tensão nominal de
funcionamento.

Na resistência, a potência é dissipada em forma de calor, que aquece o componente. Por isso, é
necessário verificar se a quantidade de calor produzida pelo resistor não é excessiva a ponto de
danificá-lo.

+
9V 400Ω
-

𝑽² 𝟗² P= 𝟎, 𝟐𝟎𝟐𝟓 𝑾
P= P= P= 𝟐𝟎𝟐, 𝟓 𝒎𝑾
𝑹 𝟒𝟎𝟎

Poderia utilizar um resistor com potência de 1/8 W ?


Eletricidade Básica
Magnetismo

O magnetismo é uma propriedade que certos materiais têm de exercer uma atração sobre materiais ferrosos.

Ímãs: Um ímã é qualquer material que possui propriedades magnéticas, ou seja, que tem a capacidade de
atrair substâncias magnéticas, como os metais ferrosos em geral.

- Ímãs naturais: São materiais encontrados na natureza e que apresentam propriedades magnéticas, por
exemplo a Magnetita.

- Ímãs artificiais: Os ímãs artificiais são barras de materiais ferrosos magnetizadas por processos artificiais
e cujos campos magnéticos podem ser temporários ou permanentes.

Magnetita Ímã artificial


Fonte: Wikimedia Commons (2012) Fonte: SENAI-SP (2012)
Eletricidade Básica
Polos magnéticos de um Ímã

As extremidades de um ímã são denominadas de polos magnéticos, onde as forças de atração magnética se
manifestam com maior intensidade.
Os polos são chamados de polo sul e polo norte, apresentando propriedades magnéticas específicas.
A parte central do ímã é chamado de linha neutra, onde as forças magnéticas de atração do polo sul e polo
norte são iguais.

Polos dos ímãs


Fonte: SENAI-SP (2012)
Eletricidade Básica
Propriedades e características dos ímãs

Inseparabilidade dos polos: Cada vez que um ímã é dividido, ímãs menores são obtidos. Apesar de
menores, todos os ímãs resultantes de uma divisão apresentam um polo norte e um polo sul.

Inseparabilidade dos polos


Fonte: SENAI-SP (2012)

- Interação entre ímãs: Quando os polos magnéticos de dois ímãs estão próximos, suas forças magnéticas
reagem entre si de forma característica.

Polo norte com polo sul: se atraem;


Polo norte com polo norte: se repelem;
Polo sul com polo sul: se repelem.

Representação da interação entre os ímãs


Fonte: SENAI-SP (2012)
Eletricidade Básica
Campo magnético – linhas de força

Campo magnético: É o espaço ao redor do ímã em que existe a atuação das forças magnéticas.
Os efeitos de atração ou repulsão entre dois ímãs ou de atração de um ímã sobre os materiais ferrosos
ocorrem devido à existência desse campo magnético.

Para facilitar o estudo do campo magnético, admite-se a existência de linhas


de indução magnética ao redor do ímã. São linhas invisíveis, mas que podem
ser percebidas colocando-se um ímã sob uma lâmina de vidro e espalhando
limalha de ferro sobre ela. As limalhas se orientam conforme as linhas de força
magnética.

Trata-se de uma energia que não se vê e que faz com que as limalhas de ferro
se agrupem para formar linhas curvas e demonstram o poder que os ímãs têm
de atrair partículas de ferro mediante essa força invisível.

Representação da interação entre os ímãs


Fonte: SENAI-SP (2012)

Trajetória das linhas de indução magnética


Fonte: SENAI-SP (2012)
Eletricidade Básica
Fluxo da indução magnética

Em um ímã, o fluxo da indução magnética é a quantidade total de linhas de indução magnética que
constituem seu campo magnético. É representado graficamente pela letra grega φ (lê-se “fi”).

O fluxo da indução magnética é uma grandeza e, como tal, pode ser medido.
No Sistema Internacional de Medidas (SI), sua unidade de medida é o weber (Wb).
No Sistema Centímetro-Grama-Segundo (CGS) de medidas, sua unidade é o maxwell (Mx).

Trajetória das linhas de indução magnética


Fonte: SENAI-SP (2012)
Eletricidade Básica
Densidade do fluxo da indução magnética

É o número de linhas de indução magnética que atravessam uma seção transversal do campo magnético de
área unitária, ou seja, um centímetro quadrado.

Representação esquemática da densidade do fluxo


Fonte: SENAI-SP (2012)

A densidade do fluxo é representada graficamente pela letra maiúscula B. Sua unidade de medida no sistema
SI é o Tesla (T) e no CGS é o Gauss (G). Ela é calculada pela fórmula:

ϕ
B= 𝑆
Sendo que:
- B é a densidade do fluxo magnético em G;
- φ é fluxo da indução magnética em Mx;
- S é a seção transversal em centímetros quadrados.
Eletricidade Básica
Imantação ou magnetização

Imantação (ou magnetização) é o processo pelo qual os ímãs atômicos (ou dipolos magnéticos) de um
material são alinhados, o que acontece por meio da ação de um campo magnético externo.

É possível classificar os materiais de acordo com a intensidade com que eles se imantam, isto é, o modo
como ordenam seus ímãs atômicos sob a ação de um campo magnético. Assim, esses materiais podem ser
classificados em:

- Paramagnéticos: São materiais que possuem elétrons desemparelhados que se alinham quando na
presença de campo magnético. Com isso, surge um ímã com um leve aumento de intensidade do campo
magnético. Esses materiais são fracamente atraídos pelos ímãs.

- Diamagnéticos: São materiais que possuem seus ímãs elementares orientados no sentido contrário ao
sentido de um campo magnético aplicado, assim, tem a característica de repulsão, mas de baixa
intensidade.

- Ferromagnéticos: Esses materiais se imantam fortemente quando colocados na presença de um campo


magnético. Esse tipo de material é muito utilizado quando se deseja obter campos magnéticos de altas
intensidades.
Eletricidade Básica
Eletromagnetismo

É um fenômeno magnético provocado pela circulação de uma corrente elétrica. O termo eletromagnetismo
aplica-se a todo fenômeno magnético que tenha origem em uma corrente elétrica.

Campo magnético em um condutor

A circulação de corrente elétrica em um condutor origina um campo magnético ao seu redor.


Quando em um condutor é percorrido uma corrente elétrica, ocorre uma orientação no movimento das
partículas no seu interior.

Campo magnético B em condutor sendo percorrido por corrente elétrica Linhas de força do campo magnético
Fonte: SENAI-SP (2012) Fonte: SENAI-SP (2012)

Essa orientação do movimento das partículas tem um efeito semelhante ao da orientação dos ímãs
moleculares. Como consequência, surge um campo magnético ao redor do condutor.
As linhas de força do campo magnético criado pela corrente elétrica que passa por um condutor são
circunferências concêntricas em um plano perpendicular ao condutor.
Eletricidade Básica
Eletromagnetismo

Sentido de deslocamento das linhas de força


Para o sentido convencional da corrente elétrica, o sentido de deslocamento das linhas de força é dado pela regra
da mão direita.

Regra da mão direita


Fonte: SENAI-SP (2012)

A intensidade do campo magnético ao redor do condutor depende da intensidade da corrente que nele flui.
Eletricidade Básica
Eletromagnetismo

Campo magnético em uma bobina (ou solenoide)


Para obter campos magnéticos de maior intensidade a partir da corrente elétrica, basta enrolar o condutor em
forma de espiras, constituindo uma bobina.
A seguir uma bobina e seus respectivos símbolos, conforme NBR 12521.

Símbolos de bobinas
Fonte: SENAI-SP (2012)

As bobinas permitem um aumento dos efeitos magnéticos gerados em cada uma das espiras.
Eletricidade Básica
Eletromagnetismo

Os polos magnéticos formados pelo campo magnético de uma bobina têm características semelhantes àquelas
dos polos de um ímã natural. Além disso, a intensidade do campo magnético em uma bobina depende
diretamente da intensidade da corrente e do número de espiras.

Representação do efeito da soma dos efeitos magnéticos em uma bobina


Fonte: SENAI-SP (2012)

O núcleo é a parte central das bobinas. Ele pode ser composto por:
- Ar: quando nenhum material é colocado no interior da bobina;
- Material ferroso: quando há ferro ou aço, por exemplo, no interior da bobina. Esse recurso é usado a fim
de que se possa obter maior intensidade de campo magnético em uma mesma bobina. Nesse caso, o
conjunto bobina-núcleo de ferro é chamado eletroímã.

A maior intensidade do campo magnético nos eletroímãs é obtida porque os materiais ferrosos provocam uma
concentração das linhas de força.

Símbolo de bobina com núcleo de material ferroso.


Símbolo de indutor
Fonte: SENAI-SP (2012)
Eletricidade Básica
Exemplo de utilização do eletromagnetismo

Modelos de contatores
Fonte: Weg (2013)

Tipos de relés suas simbologias


Fonte: SENAI-SP (2013)

Simbologia de um contator de potência


Fonte: SENAI-SP (2013)
Eletricidade Básica
Modelo do funcionamento de um Relé

Modelos de contatores
Fonte: Wikimedia Commons (2009)

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