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Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG

Comandos e Máquinas Elétricas

APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS

Extrema-MG
2012

Presidente da FIEMG
Olavo Machado Júnior
1

Diretor Regional do SENAI


Lúcio José de Figueiredo Sampaio

Gerente de Educação Profissional


Edmar Fernando de Alcântara
2

Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG


Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI
Departamento Regional de Minas Gerais
Centro de Formação Profissional “JANEZ HLEBANJA”

Comandos e Máquinas Elétricas

APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS

Extrema-MG
2012
3

© 2012. SENAI. Departamento Regional de Minas Gerais


SENAI/MG
Centro de Formação Profissional “JANEZ HLEBANJA”

SENAI
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Regional de Minas Gerais

FIEMG
Av. do Contorno, 4456
Bairro Funcionários
30110-916 – Belo Horizonte
Minas Gerais
4

Sumário

Prefácio ............................................................................................................................ 5
1. Fusíveis ........................................................................................................................ 6
2. Relé de proteção .......................................................................................................... 9
3. Disjuntor industrial .................................................................................................... 21
4. Contatores .................................................................................................................. 23
5. Relés de tempo .......................................................................................................... 34
6. Sinalização ................................................................................................................. 39
7. Botões de comando .................................................................................................. 42
8. Chave auxiliar tipo fim de curso............................................................................... 48
9. Grau de Proteção ....................................................................................................... 53
10. Transformadores ..................................................................................................... 54
11.Transformadores para comandos elétricos ........................................................... 70
12. Geração de corrente alternada ............................................................................... 83
13. Redes elétricas ........................................................................................................ 99
13.1. Rede trifásica de corrente alternada ............................................................... 99
13.2. Tensão trifásica com neutro .......................................................................... 100
13.3. Tipos de redes trifásicas de baixa tensão .................................................... 101
13.4. Circuitos trifásicos .......................................................................................... 101
14. Motores de CA monofásicos ................................................................................ 102
15. Motores de CA trifásicos ...................................................................................... 111
16. Motor de corrente contínua .................................................................................. 129
17. Circuitos de Comando .......................................................................................... 141
18. Exercícios ............................................................................................................... 163
Referências Bibliográficas.......................................................................................... 176
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Prefácio

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do


conhecimento”.
Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis


profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, coleta,
disseminação e uso da informação.

O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e


,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito da
competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo,
com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos
aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da
necessidade de educação continuada.”

Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento, na sua área tecnológica,


amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária. Para
o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de suas escolas
à rede mundial de informações – internet- é tão importante quanto zelar pela produção
de material didático.

Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos,
tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade,
responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos
conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !

Gerência de Educação Profissional


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1. Fusíveis

São dispositivos usados nas instalações elétricas com a função de proteger os


circuitos contra os efeitos de curto-circuito ou sobrecargas.

Simbologia

Constituição

São partes da constituição dos fusíveis: o contato, o corpo isolante, o elo de fusão
e o indicador de queima.

Contatos

Servem para fazer a conexão dos fusíveis com os componentes das instalações
elétricas. Feitos de latão ou cobre prateado, para evitar oxidação e mau contato.
7

Corpo isolante

É feito de material isolante de boa resistência mecânica, que não absorve umida-
de. Geralmente de cerâmica, porcelana ou esteatita. Dentro do corpo isolante se
alojam o elo fusível e, em alguns casos, o elo indicador de queima, imersos por
completo em material granulado extintor - areia de quartzo de granulometria
adequada de (acordo com a corrente máxima circulante).

Elo de fusão
Material condutor de corrente elétrica e baixo ponto de fusão, feito em forma de
fios ou lâminas.

Em forma de fio

A fusão pode ocorrer em qualquer ponto do elo (fio).

Em forma de lâmina

Assumem diversas formas de seção, conforme descrito a seguir.

Elo fusível com seção constante - A fusão pode ocorrer em qualquer ponto do
elo.

Elo fusível com seção reduzida normal - A fusão sempre ocorre na parte onde
a seção é reduzida.

Elo fusível com seção reduzida por janelas - A fusão sempre ocorre na parte
entre as janelas de maior seção.
8

Elo fusível com seção reduzida por janelas e um acréscimo de massa no


centro - A fusão ocorre sempre entre as janelas.

Elo indicador de queima - É constituído de um fio muito fino, que está ligado em
paralelo com o elo fusível. No caso de fusão do elo fusível, o fio do indicador de
queima também se fundirá, provocando o desprendimento da espoleta.
9

2. Relé de proteção
São dispositivos de proteção cujos contatos auxiliares comandam, de acordo com
a variação de certas grandezas (corrente, tensão), outros dispositivos de um
comando elétrico.

Os relés de proteção são integrantes de um disjuntor industrial.

Relés térmicos de sobrecarga

Dispositivos que atuam pelo efeito térmico provocado pela corrente elétrica,
protegendo componentes de uma instalação quando as sobrecorrentes que
ocorrem durante o seu funcionamento permanecem por tempo excessivo, ou
quando tais componentes de sobrecarga aquecem as bobinas dos motores e os
cabos a níveis inadmissíveis, reduzindo a vida útil de sua isolação.
10

Simbologia:

Princípio construtivo de um relé de sobrecarga

Um relé de sobrecarga tem os seguintes componentes. Princípio construtivo de


um relé de sobrecarga bimetálico.
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Contatos auxiliares - São parte do dispositivo que interrompe o circuito elétrico


em caso de sobrecarga, podendo retomará posição inicial automaticamente ou
manualmente.

Botão de rearme - E o elemento cuja função é armar o(s) contato(s) auxiliar(s) do


relé de sobrecarga.

Lâmina bimetálica auxiliar - Elemento cuja função é fazer a compensação do


ajuste, de acordo com a variação da temperatura ambiente.

Lâminas bimetálicas principais - Acionam um dispositivo mecânico quando


sofrem dilatação e consequente deflexão, devido à elevação da corrente elétrica
e
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da temperatura das lâminas, comutando os contatos móveis do relé.

Mecanismo de regulagem (ajuste de corrente) - É o elemento através do


qual se faz a regulagem da corrente máxima solicitada pela carga que pode à
circular no circuito.

Funcionamento

Os relés de sobrecarga foram desenvolvidos para operar baseados no


princípio de pares termoelétricos. O princípio de operação do relé está
fundamentado nas diferentes dilatações que apresentam os metais, quando
submetidos a uma variação de temperatura. Duas ou mais lâminas de
metais diferentes (normalmente ferro e níquel) são ligadas por soldas, sob
pressão ou eletroliticamente. Quando aquecidas elas se dilatam diferentemente e
se curvam. Esta mudança de posição é usada para comutação de um contato.
Durante o esfriamento, as lâminas voltam à posição inicial.
O relé está, então, novamente pronto para operar, desde que não exista
no
conjunto um dispositivo mecânico de bloqueio. O relé permite que o seu ponto de
atuação, ou seja, o alongamento ou a curvatura das lâminas, para o qual ocorre o
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desligamento, possa ser ajustado com o auxilio de um diagrama. Isto possibilita


ajustar o valor de corrente que promoverá a atuação do relé.

Deve-se calibrar a corrente de ajuste do relé em função da corrente nominal do


componente a ser protegido (por exemplo, um motor).

Ação da corrente nas lâminas


As lâminas do relé de sobrecarga bimetálico podem ser aquecidas de
diversas formas pela corrente.

Aquecimento direto - As lâminas estão no circuito principal e são


percorridas pela corrente total ou parte dela.

O aquecimento, neste caso, é função da intensidade de corrente e da


resistência das lâminas.

Aquecimento indireto - Neste caso, as lâminas ou são envolvidas ou recebem


calor de um elemento resistivo.
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Aquecimento semidireto - As lâminas são aquecidas pela passagem de


corrente e, adicionalmente, por um elemento resistivo. O elemento resistivo
pode ser ligado em série ou paralelo com as lâminas. Este tipo de relé é
usado para pequenas correntes / de atuação visando à dilatação necessária.

Relés de sobrecarga com operação por transformadores de corrente

Neste caso, podem ser usados dois tipos de transformadores de correntes:

• transformadores de corrente, que operam linearmente até


aproximadamente dez vezes a corrente nominal primária;
• transformadores de corrente saturados, que não operam linearmente
em múltiplo de corrente (faixa de saturação), mas sim em sobrecorrente de
sobrecarga a partir de corrente nominal.
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Condições de serviço

Influência da temperatura ambiente - As características de disparo


correspondem a um valor determinado da temperatura ambiente e são baseadas
na ausência de carga prévia do relé de sobrecarga (ou seja, estado frio).. Este
valor de temperatura ambiente deve ser claramente indicado nas curvas de
disparo; os valores usuais são de + 20°C ou + 40°C.

Compensação de temperatura - Os relés de sobrecarga térmicos têm


compensação de temperatura ambiente, que é obtida conforme a seguinte
descrição: com uma temperatura ambiente de + 30°C, as lâminas bimetálicas
principais se dilatarão, curvarão e terão deslocado, pelo cursor, uma parte do
percurso, o que, para um determinado valor de corrente, resultaria em um tempo
de disparo menor; para que isto seja evitado, o cursor atua sobre a lâmina
bimetálica auxiliar; esta lâmina não é, contudo, percorrida pela corrente, sendo
aquecida somente péla temperatura ambiente, e se curvará na proporção das
lâminas principais; desta forma, as lâminas aquecidas pela corrente determinarão
um mesmo tempo de disparo para qualquer temperatura ambiente. Este tipo de
compensação de temperatura atua satisfatoriamente na faixa de + 20°C a + 50°C.

Proteção contra religamento involuntário - Após um disparo por sobrecarga,


as lâminas bimetálicas necessitam resfriar-se e retomar à sua posição inicial até
que o relé esteja novamente em condições de serviço. Assim, o intervalo de
repouso necessário ao motor fica obrigatoriamente assegurado.

Relés de sobrecarga em rearme automático são utilizados com contatores


comandados por botão de impulso. Após o tempo de resfriamento, o contato
auxiliar do relé retoma á sua posição inicial, não ativando o circuito de comando.

Relés de sobrecarga em rearme manual são utilizados em contatores


comandados por chave de posição fixa. O contato auxiliar do relé permanece
aberto após o tempo de resfriamento, impedindo ativar-se o circuito de comando.
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Proteção contra falta de fase - A curva característica de disparo de um relé de


sobrecarga trifásico é dada na condição de que todas as três lâminas são
percorridas por correntes equilibradas. No caso de falta de fase, apenas duas
lâminas são aquecidas e devem produzir, sozinhas, o deslocamento/força
necessária para atuação do mecanismo de disparo.

Relés de sobrecarga trifásicos, com proteção contra falta de fase, oferecem a


vantagem de atuação mais rápida quando sob carga bifásica, ou seja, falta de
uma fase. Causas de sobrecargas em motores:
• Conjugado resistente muito alto em regime continuo.
• Fator de marcha muito alto em regime não-contínuo.
• Tempos de partida e de frenagem muito longos.
• Bloqueio do rotor.
• Desvios excessivos da tensão e da frequência da rede
• Interrupção de um condutor de alimentação (falta de fase).
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Tipos de relés de sobrecarga

As condições de serviço de um relé de sobrecarga e o tipo de ação da corrente


nas lâminas bimetálicas, vistas anteriormente, são características que determinam
o tipo de rele.

De acordo com esse critério, os relés se dividem em:

• relé direto;
• relé indireto;
• relé com retenção;
• relé sem retenção;
• relé compensado;
• relé diferencial ou falta de fase.

Relé direto - Quando aquecido pela passagem da corrente pelo próprio bimetal.

Relé indireto - Quando o aquecimento do bimetal é feito por um elemento


resistor, que transmite o calor para o bimetal.

Relé com retenção - Apresenta dispositivos que travam as lâminas bimetálicas


na posição desligada, após sua atuação. Para recolocá-Ias em funcionamento, é
necessário soltar manualmente a trava, pulsando o botão de reset após ter
verificado a causa do desarme do relé.

Relé sem retenção - O relé sem retenção volta à condição de funcionamento


após o esfriamento das lâminas.

Relé compensado - Tem um elemento bimetálico auxiliar que compensa as


variações da temperatura ambiente.

Relé diferencial ou falta de fase - Dispara com maior rapidez que o normal,
quando há falta de uma fase ou sobrecarga em uma delas.

Relés eletromagnéticos
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São dispositivos de proteção cujo princípio de funcionamento está fundamentado


em um eletroimã, que atua movimentando sua parte móvel a partir de um
determinado fluxo magnético.

Simbologia:

Tipos de relés eletromagnéticos

Os relés eletromagnéticos mais comuns são:

• relé de subtensão;
• relé de sobrecorrente.

Relé de subtensão - O relé de subtensão recebe regulagem para uma tensão


mínima (aproximadamente 20% menor que a tensão nominal do dispositivo a ser
protegido). Se esta baixar a um valor prejudicial, o relé atua interrompendo o
circuito de comando das chaves principais e, conseqüentemente, abrindo seus
contatos principais.
Estes relés são aplicados, principalmente, em contatores e disjuntores.
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Relé sobrecorrente - Quando um relé for regulado para proteger um circuito


contra excesso de corrente, ele abrirá o circuito principal indiretamente assim que
ela atingir o limite estabelecido pela regulagem.

Funcionamento:

Circulando pela bobina uma corrente elevada, o núcleo atrai o fecho, o qual
provoca a abertura do contato abridor, interrompendo o circuito de comando.

Regulagem - Girando-se o botão de regulagem no sentido da seta, distancia-se


cada vez mais o fecho do núcleo.

Para que o núcleo atraia o fecho, é necessária uma grande imantação. Portanto,
será preciso que a bobina seja percorrida por uma elevada corrente.
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3. Disjuntor industrial

Disjuntor industrial é um dispositivo de manobra mecânico, utilizado para


estabelecer, conduzir e interromper correntes sob condições normais do circuito,
e interromper correntes sob condições anormais do circuito, como: curto-circuito,
sobrecarga ou subtensão.

E, normalmente, usado para comandar motores trifásicos.

Simbologia:

Constituição

O disjuntor industrial é composto, basicamente, de:


• contatos principais;
22

• câmara de extinção do arco;


• transformador de corrente dos relés de proteção;
• mecanismo de acionamento;
• manopla de acionamento.
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4. Contatores

São dispositivos de manobra mecânicos, acionados eletromagneticamente,


operados à distância com força de retrocesso construídos para uma elevada
frequência de operações e cujo arco é extinto no ar.

Os contatares são usados para manobra de circuitos auxiliares de vários tipos,


execução de motores e outras cargas, tanto de ,.corrente contínua cama
alternada.

Simbologia

Constituição

O contator é dividido em sistema de acionamento (núcleo móvel, núcleo fixo e


bobina) e sistema de manobra de carga (contatos móveis e fixos e/ou câmara de
faísca).

Contatos

Parte do contator por meio do qual um circuito é estabelecido ou interrompido


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Existem contatos fixos e móveis e, de acordo com a utilização, contatos principais


e auxiliares.
Contatos fixos - Parte de um elemento de contato fixado â carcaça do contator.
Na extremidade oposta ao corpo onde estão montados os contatos fixos são
colocados os bornes para conexões, destinados à interligação do contator com
outros dispositivos.

Contatos móveis - Normalmente feitos de cobre, têm dois pontos de contatos de


prata nas extremidades, movidos quando acionamos a bobina do contator.

Câmara de extinção do arco elétrico


É um compartimento do contator que em volve os seus contatos principais. Seu
principal objetivo é a extinção da faísca ou arco voltaico, que surge quando se
interrompe ou fecha-se um circuito elétrico.

O arco orienta-se em virtude da ação da força do campo magnético próprio,


dirigido do ponto de contato para fora (sopro dinâmico).

Núcleo móvel
Elemento feito de lâminas de ferro sobrepostas, isoladas entre si, que diminuem
as perdas no ferro; acoplado mecanicamente ao suporte dos contatos móveis.

Bobina

É o elemento responsável pela criação de um campo magnético, que faz movi-


mentar eletromecanicamente o sistema móvel do contator. É constituída por
várias espiras de fio esmaltado, enroladas num carretel isolante. Quando a bobina
é percorrida por uma corrente elétrica, produz um campo magnético.

Núcleo fixo

Elemento responsável pela concentração das linhas de força do campo


magnético criado pela bobina, evitando que elas se dispersem.

É feito de lâminas de ferro sobrepostas, isoladas entre si. Nos contatores com
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acionamento em cor- rente alternada é inserido ao núcleo fixo um anel me- tálico
nos pólos magnéticos, denominado anel de de- fasagem (anel de curto-circuito).
Este anel fica sob a ação do campo magnético, proveniente de uma cor- rente
alternada, e sua função é evitar que ocorram ruídos e trepidações. Já que, com a
passagem da corrente alternada por zero, a força magnética desa- parece, o anel
que está sob a ação do campo mag- nético sofre indução, dando origem a um
campo mag- nético próprio do original. Com isto, a força magnética atuante nunca
atinge o valor zero.

Observação

Acessório - supressor de sobretensão:


utilizado no amortecimento das sobre
tensões provocadas por contatores durante
as operações de abertura. Estas
sobretensões podem colocar em risco de
dano componentes sensíveis à variação de
tensão, ligados paralelamente com a bobina
do contator. Tais acessórios são usados
como amortecedores, circuitos RC ou
Varistores.
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Funcionamento

Quando a bobina do contator é alimentada por um dispositivo de comando


(botoeiras, fins de curso etc.), cria-se um campo magnético no núcleo fixo, que
atrai o núcleo móvel. Estando os contatos móveis acoplados mecanicamente ao
núcleo móvel, deslocam-se ao encontro dos contatos fixos, fechando o circuito.

Para desligamento dos contatores, interrompe-se a alimentação da bobina, desa-


parecendo, então, o campo magnético, provocando por molas o retorno do núcleo
móvel e, assim, separando os contatos que automaticamente desligam o circuito.
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Tipos de contatores

De acordo com as características elétricas e as condições de serviço, os


contatores podem ser classificados em: contatores tripolares de potência e
contatores auxiliares.

Contator tripolar - Destina-se a efetuar o acionamento de diversos tipos de


cargas das instalações industriais, como motores elétricos, capacitores.
resistências de aquecimento etc.

Suas principais características são:


• podem possuir contatos principais e auxiliares;
• maior robustez de construção;
• facilidade de associação a relés;
• tamanho físico de acordo com a potência da carga;
• a potência da bobina do eletroímã varia de acordo com o tipo de contator;
• geralmente tem câmara de extinção de arco;
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• podemos inserir blocos de contatos auxiliares fornecidos pelo fabricante.

Contator auxiliar - Destina-se a efetuar o comando de pequenas cargas. É


utilizado no comando de sinalizações, eletroválvulas, bobinas de contatores
tripolares etc.

Normalmente, os contatores auxiliares são utilizados para aumentar o número de


contatos auxiliares dos contatores tripolares. Suas principais características são:

• tamanho físico variável conforme o número de contatos;


• corrente nominal de carga máxima igual a 10A para todos os contatos;
• câmara de extinção praticamente inexistente.

Vantagens do emprego de contatores

• Comando à distância.
• Facilidade de instalação.
• Elevado número de manobras (elevada durabilidade).
• Fácil substituição de peças danificadas.
• Tensão de operação de 85% a 110% da tensão nominal prevista para o
contator.
• Facilidade de associação a rei és, fusíveis e chaves especiais para
proteger e automatizar os circuitos.
• Atualmente, os fabricantes fornecem peças de reposição originais como
bobinas, jogos de contatos, câmara de faísca (arco), blocos de contato
auxiliares etc.

Características elétricas

O contator é um dos dispositivos de seccionamento mais usado nas instalações


elétricas.
Para fazermos a escolha de um contator, devemos conhecer suas características
elétricas, que são informações padronizadas e estão contidas nos selos de
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identificação do contator e catálogos de fabricantes.

As principais características de um contator são:

• tensão nominal de isolação;


• tensão nominal de serviço;
• potência nominal elétrica e mecânica;
• corrente nominal de serviço;
• freqüência de manobras;
• categorias de emprego;
• tensão nominal de comando;
• número de contatos auxiliares.

Tensão nominal de isolação - É o valor da tensão que caracteriza a resistência


de isolamento do contator (propriedade do material isolante, que evita que este se
torne condutor, devido às correntes de descarga).

Tensão nominal de serviço - É o valor eficaz da tensão, pelo qual um dispositivo


de manobra é designado e ao qual são referidos outros valores nominais.

Poderá vir expressa em valores diferentes, dependendo da tensão de trabalho ou


do local onde estiver instalado o dispositivo.

• Exemplo
220V- 240V- 380V

Potência nominal elétrica e mecânica - É a potência real consumida por um


equipamento elétrico, expressa em watts (W).

Observação
Normalmente, nas placas de identificação dos contatores, vem expressa a
potência mecânica em CV ou HP, correspondente à potência elétrica.
30

Ex.: Potência nominal elétrica de 7,5kW e potência mecânica de 10HP.

Corrente nominal de serviço (Ith) - É a corrente máxima que os contatos de um


dispositivo suportam, sem danificar as suas partes isolantes; indicada pelo
fabricante, depende normalmente da tensão nominal de serviço, da freqüência e
da categoria de emprego.

Freqüência de manobras - Número de manobras por hora que o contator deve


realizar. Quanto maior for este valor, menor será a vida dos contatos.

Categorias de emprego - Determinam as condições para ligação e interrupção


da corrente nominal de serviço e tensão nominal de serviço correspondente, para
utilização normal do contator nos mais diversos tipos de aplicação para CA e CC.

Veja a tabela a seguir.


31

Tensão nominal de comando - É a tensão de alimentação da bobina


do contator. Para essa especificação deve-se observar a tensão do circuito de
comando e a freqüência da rede. De acordo com as normas, os contatores
devem operar perfeitamente com até 85% da tensão nominal de comando.

Número de contatos auxiliares - Definidos de acordo com a necessidade do


circuito.

Tecnologia dos contatores

Devido à tendência constante para uma crescente automação, os dispositivos


de manobra sofrem constantes modificações nas suas características físicas e
construtivas para adequação às atuais necessidades, como:
• redução do espaço necessário;
• maior facilidade na montagem e conexão;
• facilidade de inspeção;
• etc.

Estas modificações, geralmente, não alteram o princípio de funcionamento dos


dispositivos.

Na ação da câmara de extinção, o arco se move sobre as peças fixas de


contato, que se prolongam até perto das lâminas para sua extinção. Chegando
junto à extremidade externa do contato, o arco é atraído pelas lâminas de aço
da câmara de extinção. Passando para estas, penetra entre as lâminas,
sendo subdividido em uma série de pequenos arcos. Com este método obtém-
se, principalmente, o rápido afastamento do arco das peças de contato e,
subseqüentemente, a subdivisão do arco, permitindo a desejada extinção
rápida. Praticamente não aparecem faíscas do lado exterior da câmara; o
aquecimento desta também é mínimo, mesmo com alto número de interrupções
consecutivas.
32

Ao ligar o contato r poderão surgir faíscas de curta intensidade, quando há um


ricochete entre as peças de contato. Este ricochete é causado pelo impacto
entre a peça fixa de contato e a móvel, no instante de ser ligado o contator. O
tempo de duração do ricochete depende das massas dos contatos, sendo tanto
menor quanto menores forem estas.

A grandeza de corrente no instante de ligação, por vezes bem superior à


nominal, como no caso de motores, não influi na vida dos contatos.

Controle do estado dos contatos e critérios de avaliação

A durabilidade dos contatos dos contatores, em meses e anos, pode ser


estimada a partir de condições de aplicação especificadas por meio de um
monograma. No entanto, deve-se inspecionar regularmente os contatos, porque
sua vida útil, por diversos motivos, poderá ser maior ou menor do que a
teoricamente esperada.

Tais motivos podem ser não apenas tolerância de fabricação, mas igualmente o
fato de que, muitas vezes, é impossível prever todas as condições de serviço
que determinam a durabilidade dos contatos.

Inspeções podem ser feitas nos intervalos de funcionamento. Elas


contribuem para a confiabilidade de uma instalação e evitam interrupções
durante o serviço. Por outro lado, é necessária uma inspeção visual após
uma perturbação, como um curto-circuito. Note-se que, segundo as normas, é
permitido, após um curto- circuito, que os contatos de um contator venham a
fundir-se.

Na inspeção visual, deve-se saber avaliar a necessidade de reposição dos con-


tatos. É supérfluo, por exemplo, substituí-Ios porque tornaram-se ásperos e
chamuscados devido aos arcos voltaicos. Essas ocorrências são perfeitamente
normais e não interferem no seu funcionamento.
33

Se um jogo de contatos ainda pode ser utilizado ou não, depende praticamente


só do volume de material remanescente nas pastilhas de contato.

Quando não for possível a inspeção visual, por impossibilidade de desativar o


sistema, sugere-se o acompanhamento da evolução da temperatura de cada
contato (pólo) mediante os terminais de conexão do contator.

Constatada a evolução diferenciada muito rápida da temperatura, desativar o


sistema e verificar visualmente a situação dos contatos do contator.

Identificação dos terminais

A normalização na identificação de terminais dos contatores e demais


dispositivos de manobra de baixa tensão é o meio utilizado para tornar mais
uniforme a execu- ção de projetos de comandos e facilitar a localização e
a função desses elementos na instalação.

Essas normalizações são necessárias, principalmente, devido à crescente


automatização industrial.

Contatos principais - Os terminais de entrada (da fonte) são identificados com


algarismos 1,3 e 5 e os de saída (do lado da carga), 2, 4 e 6. Além disso, são
identificados igualmente com as seguintes designações: L, e/ou 1; T1 e/ou 2; L2
e/ou 3; T2 e/ou 4; L3 e/ou 5; T3 e/ou 6.

Contatos auxiliares - São identificados por números de dois dígitos, sendo que
o primeiro dígito indica a posição ocupada pelo contato a partir da esquerda, e o
segundo indica a função do contato.
34

5. Relés de tempo

Os relés de tempo são dispositivos empregados em todos os processos de


temporização de manobras, em circuitos auxiliares de comando, regulação,
proteção etc., dentro do limite de suas características elétricas.

Tipos de relés de tempo quanto à ação dos contatos

Instantâneo à energização

Alimentando-se o dispositivo (terminais a - b da figura 9.5), a contagem do


tempo é iniciada e, simultaneamente, os contatos são ativados. Transcorrido o
tempo programado, os contatos são desativados. Interrompendo-se a
alimentação durante a contagem do tempo, o mesmo é anulado e os contatos
são igualmente desativados.

Com retardo à energização

Alimentando-se o dispositivo (terminais a - b da figura 9.5), inicia-se a


contagem do tempo. Transcorrido o tempo programado, os contatos são
ativados e só serão desativados ao desligar-se a alimentação, i nterrompendo-
se a alimentação durante a contagem do tempo, anula-se o tempo transcorrido.

Com retardo a desenergizaçâo

Alimentando-se o dispositivo (terminais a - b da figura 9.5), os contatos são


35

ativados instantaneamente. Ao cortar a alimentação inicia-se a contagem do


tempo. Transcorrido o tempo programado, os contatos são desativados.

Tipos de relés de tempo quanto ao princípio de funcionamento e


às características físicas e construtivas. Os temporizadores podem ser:

• eletrônicos (analógico e digital);


• pneumáticos;
• eletromecânicos (motorizados);
• térmicos.

Daremos ênfase ao estudo dos temporizadores eletrônicos e pneumáticos, uma


vez que os temporizadores térmicos e eletromecânicos apresentam algumas
deficiências, como: variações da precisão de acordo com a temperatura
ambiente, desgastes de peças mecânicas, ocupação de espaço físico para
montagem.

Temporizadores eletrônicos

São relés temporizados usados para processar a temporização de manobras


em um circuito mediante dispositivos eletrônicos.

Simbologia
36

Constituição - É constituído de uma caixa, que abriga um circuito eletrônico


(circuito de temporização), que atua sobre um relé magnético. Na parte frontal
externa dessa caixa são colocados um botão seletor de tempo, que gira
sobre uma escala numerada representando o tempo em segundos, e os
bornes para

Funcionamento - Quando os bornes a - b forem energizados, o circuito


eletrônico entrará em operação, realizando a temporização pré-selecionada
pelo botão seletor. Uma vez vencido este tempo, aciona-se o relé magnético,
que computará os seus contatos. Abre 15-16, fecha 15-18.

Os contatos do relé magnético voltarão à posição de repouso quando os bornes


a- b forem desenergizados.

Características elétricas - Suas principais características são:

• tensão de acionamento - normalmente de 127V ou 220V;


• tensão máxima de serviço - normalmente de 250V;
• corrente nominal - corrente dos contatos do relé magnético, normalmente
5A;
• faixa de ajuste - é a faixa de tempo a ser ajustada no botão seletor. Ex: O -
30s, O -60s.

Temporizadores pneumáticos

São dispositivos de temporização com características


eletropneumáticas, cujo funcionamento está baseado na
ação de um eletroímã, que aciona uma válvula pneumática,
dando temporização definida e regulável.

Simbologia

Constituição - A figura 9.8 apresenta os componentes de um relé


37

pneumático

1. ALAVANCA DE ARMAMENTO DO TEMPORIZADOR QUE LIGA A SANFONA AO BLOCO DE CONTATOS ELÉTRICOS

2. BALANCIM

3. MOLA SUERIOR

4. VÁLVULA

5. SANFONA (RESISTENTE AOS ÓLEOS E ENVELHECIMENTO)

6. CONTATOS ABRIDORES E FECHADORES

7. DISPOSITIVO DE ACIONAMENTO DA REGULAGEM DO TEMPORIZADOR

Funcionamento

Temporizador pneumático ao trabalho - Estando o temporizador pneumático


acoplado ao contator e sendo o contator alimentado, o núcleo atrairá consigo o
balancim do temporizador pneumático. Assim, o balancim libera a sanfona, que
irá encher-se de ar, deslocando-se em direção ao balancim.
Terminado o tempo, regulado previamente, a sanfona estará cheia de ar e
pressionará uma pequena alavanca, que liberará o balancim, ocasionando o seu
deslocamento e provocando a abertura do contato NF e o fechamento do contato
NA. Assim permanecerá enquanto o contator estiver alimentado.

Quando cortamos a alimentação do contator, o seu núcleo deslocará o balancim


38

em direção à sanfona, expulsando o ar nela contido. Com isto, os contatos


voltarão à posição original de repouso, estando o temporizador pneumático apto
para um novo ciclo de operação.

Temporizador pneumático ao repouso - Estando o temporizador pneumático


acoplado ao contator, os contatos NA e NF do temporizador estão em repouso.
Quando o contator for alimentado, o núcleo forçará o deslocamento do balancim
em direção às ânfora, pressionando-a para que expulse o ar nela contido.
Também ocorrerão a abertura do contato NF e o fechamento do contato NA.

Quando cortamos a alimentação do contator, o balancim voltará à posição origi-


nal, liberando a sanfona para que se encha de ar novamente. Quando termina o
tempo programado, a sanfona está cheia de ar e pressionará uma pequena
alavanca (disparador), que acionará o sistema de sustentação dos contatos,
fazendo com que estes voltem à posição de repouso; isto é, o contato NF fechará
e o contato NA abrirá.

Para iniciar um novo ciclo de operação, devemos acionar novamente o


temporizador pneumático.
39

6. Sinalização

Sinalização é uma forma visual ou sonora de indicar determinada operação em


um circuito, máquina ou conjunto de máquinas. A sinalização pode ser feita por
buzinas, campainhas, sinaleiros luminosos ou sinalizadores audiovisuais.

Símbolos

Sinaleiros luminosos

São sinaleiros usados para indicar as condições de operação de um circuito


por meio de um visor com cores padronizadas.

Constituição

São constituídos de um elemento frontal de sinalização e um elemento soquete.


40

Elemento frontal de sinalização - Tem um visor com cores estabelecidas por


normas para as principais aplicações, conforme a tabela a seguir:

Cor Ordem de comando Parar, desligar


Parada de um ou mais motores.
Vermelho Parar, desligar. Parada de unidades de
Desligar - emergência máquinas. Parada do ciclo de
operação. Parada em caso de
perigo. Desligar em caso de
aquecimento perigoso.
Colocar circuitos de comando
Verde ou preto Partida, ligado, toques. sob tensão.
Dar partida a um ou mais
motores para funções
auxiliares.
Dar partida a unidades da
máquina. Acionar dispositivos
de retenção magnéticos.
Operação por toques.
Retrocesso de elementos da
Amarelo Partida de retrocesso fora máquina para o ponto de
das condições normais de partida do ciclo, caso este não
operação. Partida de um tenha sido completado.
movimento para evitar O acionamento do botão
condições de perigo. amarelo pode desligar outras
funções previamente
programadas.
Comando de funções auxiliares,
Branco ou azul Qualquer função para a que não tenham correlação com
claro qual as cores mencionadas o ciclo de operação.
acima não têm validade. Destravamento de relés de
proteção.

Em alguns casos usa-se um tipo de sinaleiro com visar translúcido, que possibilita
a inserção de dizeres, números ou símbolos em suas lentes. A lente do
sinalizador deve propiciar bom brilho e apresentar-se completamente opaca em
relação à luz ambiente, quando a luz está apagada.

Especificação - É feito de acordo com o modelo (que determina suas dimensões,


cores etc.), diâmetro da furação e fixação ao painel, normalmente, por meio de
um anel rosqueável.
41

Elemento soquete - Acoplável aos elementos frontais de comando. São projeta


dos para permitir a utilização das lâmpadas incandescentes - soquetes E14 e
BA9S. O elemento soquete pode ser acoplado a um transformador, resistor,
conversar ou pisca-pisca, de acordo com as características elétricas da lâmpada
usada e do tipo de sinalização. (Fig. 8.3)

Especificação - É feito de acordo com o tipo de lâmpada a ser usada, tensão,


potência e temperatura.

Exemplo
• Soquete 6A95 - Carga admissível

6 - 380 V/2W (T= 85°C) ou 1W (T = 100°C)

• Soquete E-14 - Carga admissível


6 - 380V (T = 85°C)
42

7. Botões de comando

São dispositivos com a finalidade de interromper ou estabelecer


momentaneamente, por impulso, um circuito de comando, para iniciar,
interromper ou continuar um processo de automação.

Simbologia

Constituição básica

Os botões de comando são compostos, basicamente, por um elemento frontal de


comando (cabeçote) e um bloco de contatos.

Elemento frontal de comando

E o elemento de acionamento do botão de comando, fabricado com diversos tipos


de acionamentos para atender à enorme faixa de aplicação das botoeiras.

Tipos de elemento frontal de comando:

• normal;
• saliente;
• cogumelo;
• comutador de posições;
• comutador com Chave Vale.

Normal - Utilizado nos comandos elétricos em geral. E um botão de longo curso e


43

praticamente inexiste a possibilidade de manobrà-Io acidentalmente.

Normal faceado simples - Possui somente um dispositivo para acionamento.

Normal faceado duplo - Tem dois dispositivos para acionamento, um


botão verde (liga) e um botão vermelho (desliga) e, em alguns casos, um
dispositivo de sinalização luminoso, que acenderá ao acionarmos o botão verde.
Este tipo de elemento pode ser encontrado com ligações internas, que facilitam a
sua conexão aos circuitos de comando. Os fabricantes fornecem, no corpo do
componente, o diagrama de ligação.

Saliente com guarda total - Tem uma guarnição que impede a ligação acidental.

Cogumelo - Normalmente se destina a interromper circuitos em caso de


emergência.

Comutador de posições - Elemento que se mantém na posição selecionada


pelo operador. Poderá ser com manopla ou alavanca.
44

Comutador com Chave Vale - Indicado para comando de circuitos no qual a


manobra deve ser executada somente pelo operador responsável.

Alguns tipos de botões de comando podem ser dotados de um elemento de


sinalização luminosa interna, que acenderá quando acionarmos o dispositivo,
sinalizando a operação.

Códigos de cores - Os botões de comando são fabricados segundo um código


internacional de cores, o que facilita a identificação do regime de funcionamento
das máquinas comandadas pelos mesmos. O quadro a seguir mostra as cores e
a indicação de suas funções.

Cor padronizada Ordem de comando


Parar - desligar.
Vermelho Parada de emergência
Acionamento.
Verde ou preto Início do ciclo de operação da máquina
Atenção, cuidado.
Amarelo Partida de retrocesso fora das condições normais de
operação.
Partida de um movimento para evitar condições de
perigo.
Qualquer função para a qual as cores mencionadas
Branco ou azul claro acima não têm validade.
Informações especiais.

Bloco de contatos

Elemento constituído de um corpo isolante, contatos móveis, fixos e bornes para


conexões.
45

Corpo isolante - Serve para envolver os contatos e sustentar os bornes para


conexões. É feito de material termoplástico (isolante) de boa resistência
mecânica.

Contatos - São elementos responsáveis pela continuidade da corrente elétrica no


circuito. Os contatos são, normalmente, em forma de pastilha de liga de prata,
elemento que assegura baixa resistência de contatos (normalmente menor ou
igual a 0,0202 quando é novo). Alguns fabricantes fornecem, sob encomenda,
contatos com banho de ouro.

Bornes para conexões - São elementos que estabelecem a ligação dos


condutores aos contatos fixos.

Observação

Atualmente, os botões de comando são fabricados de forma que podemos inserir


mais blocos de contatos NA e NF de acordo com as necessidades do circuito. Os
blocos de contatos são acessórios disponíveis no mercado de componentes
elétricos.

Botão de comando de impulsão


46

É aquele no qual o acionamento é obtido pela pressão do dedo do operador no


cabeçote de comando. A impulsão pode ser:

• livre, sem retenção;


• com retenção.

Livre, sem retenção - Quando o operador cessa a força externa, o botão


retorna à posição desligada ou de repouso.

Com retenção - Quando pressionado, mantém-se na posição até um novo


acionamento.

Botoeira com travamento

• Travamento elétrico.
• Travamento mecânico

Quando o botão A for pulsado, o botão B estará impossibilitado de estabelecer o


circuito (a - a1), ficando interrompido pelo botão A; o mesmo ocorre quando B é
pulsado, isto é, b - b1 ficam interrompidos pelo botão B.

Travamento mecânico

Pulsando-se o botão A, os contatos do botão B ficarão travados mecanicamente e


impossibilitados de ligar 0 mesmo ocorre com o botão A, quando A é acionado.
47

Características elétricas

• Corrente nominal.
• Tensão nominal.

Corrente nominal

Os botões de comando são fabricados para valores de corrente nominal


relativamente pequenos, normalmente entre 0,1 a 25A de corrente nominal e 1 a
SOA para corrente de ruptura.

Tensão nominal

A tensão de isolação dos botões de comando varia entre 24V e 550V. Outra
característica é a tensão deteste, que corresponde â resistência desolação do
botão pôr um tempo reduzido. A tensão de teste é cinco vezes maior que a
tensão nominal.
48

8. Chave auxiliar tipo fim de curso

Chave que opere em função de posições predeterminadas, atingidas por uma ou


mais partes móveis do equipamento controlado (NBR 5459).

Simbologia

Constituição

É basicamente composta por um corpo (carcaça), bloco de contatos e um


elemento de acionamento (cabeçote).

Corpo

Elemento responsável pela proteção mecânica dos contatos e bornes. Serve


como suporte de fixação do elemento de acionamento. É fabricado por diferentes
tipos de materiais, de modo que possa oferecer elevada resistência mecânica, e
trabalha em temperaturas variadas.
49

Bloco de contato

Responsável pelo acionamento elétrico do circuito de comando, quando acionado


mecanicamente pelo cabeçote.
As chaves fim de curso admitem uma grande variedade de contatos NA e NF,
de acordo com o sistema de acionamento elétrico.

Exemplo

1 NA + 1 NA, 3 NA + 1 NF, 2 NA + 2 NF etc., sendo sua função programada de


acordo com a necessidade.

Sistemas de contato

• Contatos simples ou por impulso.


• Contatos instantâneos.
• Contatos prolongados.

Contatos simples ou pôr impulso - Têm um estágio intermediário entre a


operação dos contatos NF e NA, dependente da velocidade de atuação.

Contatos instantâneos - Não têm estágio intermediário entre a operação dos


contatos NF e NA. A abertura e fechamento dos contatos não depende, portanto,
da velocidade de atuação.

Exemplo

Quando são acionados, o contato NA se fecha, antes do contato prolongado


NF se abrir, permanecendo fechado até quase o final do curso da ação, quando
novamente se abre.
50

Observação

Os bornes dos contatos são identificados por códigos numéricos, idênticos aos
contatos auxiliares dos outros dispositivos já estudados, padronizados pela IEC.

Elemento de acionamento (cabeçote)

É o elemento que aloja os mecanismos de acionamento do fim de curso. Os


mecanismos de acionamento são variados, dependendo do tipo de cabeçote, e
selecionados de acordo com a função de comando a ser executada.

Existem vários tipos de cabeçotes que trabalham em dois movimentos básicos:


percurso de ação retilínea e percurso de ação angular; e seu retorno pode ser
automático ou pôr acionamento.

Percurso de ação retilínea

Os cabeçotes podem ser acionados na posição vertical ou horizontal.

Percurso de ação angular

Para cabeçotes de alavanca e cabeçotes de hastes. Dependendo da aplicação a


que se destinam, podem ser:
51

com ataque para direita e para a esquerda, como mostra a figura 3.9 (com retorno
automático ou sem retorno automático);

com ataque só para direita ou só para a esquerda, como mostra a figura (com
retorno automático ou sem retorno automático);

A figura, a seguir, mostra alguns tipos de acionamentos (cabeçotes) das chaves


tipo fim de curso.

Funcionamento

Acionando-se o cabeçote de comando por meio das partes móveis de máquinas,


como hastes, excêntricos, ressaltos etc., serão executados a abertura e o
52

fechamento dos contatos que operam diretamente em circuitos auxiliares e de


comando.

Observação

A operação dos contatos depende do sistema de acionamento de contatos.

Características

Suas principais características são:

• tensão nominal de isolamento;


• corrente nominal;
• número de manobras;
• grau de proteção.

Tensão nominal de isolamento - Varia de acordo com o material usado na


fabricação do dispositivo. Normalmente é 5DDV(CA) 6DDV(CC).

Corrente nominal - É baseada na estrutura de seus contatos e bornes.


Normalmente é de IDA.

Número de manobras - E o valor que define a vida útil, elétrica e mecânica do


dispositivo. Entende-se pôr manobra qualquer ação sobre o dispositivo (ligar,
desligar...).
Ex. Dez milhões de manobras, 3D milhões de manobras etc.
53

9. Grau de Proteção
Grau de proteção - O grau de proteção é expresso em código, devidamente
normalizado, que classifica, para determinado equipamento, sua proteção contra
choques, penetração de corpos estranhos e líquidos.

Exemplo
IP 65

Onde,

IP - significa grau de proteção


Primeiro algarismo (6) - penetração total contra o contato com partes sob
tensão ou em movimento. Proteção total contra penetração de pó.
Segundo algarismo (5) - proteção contra jatos de água, provenientes de
qualquer direção.

A tabela, a seguir, mostra as diversas classificações a que estão sujeitos


os invólucros dos aparelhos elétricos no que diz respeito ao grau de proteção.
1° Proteção do acesso às partes 2° algarismo Proteção contra líquidos
algarismo energizadas

0 Sem proteção 0 Sem proteção

1 Proteção contra toque acidental com a mão. 1 Proteção contra gotas de água até

Proteção contra corpos estranhos sólidos de uma inclinação de 15° com a

dimensões de 50mm. vertical.

2 Proteção contra toque dos dedos. 2 Proteção contra gotas de água até

proteção inclinação de 15° com a vertical.

3 Proteção contra acessos acidentais de 3 Proteção contra respingos de

ferramentas. água até uma inclinação de 60°

com a vertical.

4 Proteção completa contra toque. 4 Proteção contra respingos de

Proteção contra acúmulo de poeiras nocivas. água de todas as direções.

5 Proteção contra acúmulo de poeiras nocivas. 5 Proteção contra jatos de água de

todas as direções.

6 Todas as peças energizadas completamente 6 Proteção contra a submersão.

protegidas.

Blindagem à prova de pó.


54

10. Transformadores

Aparelhos eletrônicos são construídos para funcionarem alimentados pela rede


elétrica. Todavia, a grande maioria deles usa tensões muito baixas para alimentar
seus circuitos: 6V, 12V, 15V. Um dos dispositivos utilizados para fornecer baixas
tensões a partir das redes de 11 01120V é o transformador.

Por isso, é extremamente importante que os técnicos de eletrônica conheçam e


compreendam as características desse componente.

Este capítulo apresenta as especificações técnicas e modo de funcionamento dos


transformadores de modo à capacitá-Io a conectar, testar e especificar
corretamente esses dispositivos.

Para ter sucesso no desenvolvimento dos conteúdos e atividades deste capítulo,


você deverá ter bons conhecimentos prévios sobre corrente alternada, indutores
em CA, relação de fase entre tensões e eletromagnetismo.

O transformador

O transformador é um dispositivo que permite elevar ou abaixar os valores de


tensão em um circuito de CA. A maioria dos equipamentos eletrônicos emprega
transformadores para elevar ou abaixar tensões. A figura abaixo mostra alguns
tipos de transformadores.

Funcionamento

Quando uma bobina é conectada a uma fonte de CA, um campo magnético


variável surge ao seu redor. Se outra bobina for aproximada da primeira, o campo
55

magnético variável gerado na primeira bobina corta as espiras da segunda


bobina.
Em conseqüência da variação do campo magnético sobre as espiras, surge uma
tensão induzida na segunda bobina.

A bobina na qual se aplica a tensão CA é denominada primário do transformador.


A bobina onde surge a tensão induzida é denominada secundário do
transformador.

Observação

As bobinas primária e secundária são eletricamente isoladas entre si. A


transferência de energia de uma para a outra se dá exclusivamente através das
linhas de forças magnéticas.

A tensão induzida no secundário é proporcional ao número de linhas magnéticas


que cortam a bobina secundária e ao número de suas espiras. Por isso, o
primário e o secundário são montados sobre um núcleo de material
ferromagnético.
56

Esse núcleo tem a função de diminuir a dispersão


do campo magnético, fazendo com que o
secundário seja cortado pelo maior número
possível de linhas magnéticas. Como
conseqüência, obtém-se uma transferência
melhor de energia entre primário e secundário.
Veja na figura o efeito causado pela colocação do
núcleo no transformador.

Com a inclusão de núcleo, embora o aproveitamento do fluxo magnético gerado


seja melhor. O ferro maciço sofre perdas por aquecimento causadas por dois
fatores: a histeresse magnética e as correntes parasitas.

As perdas por histerese magnética são causadas pela oposição que o ferro
oferece à passagem do fluxo magnético. Essas perdas são diminuídas com o
emprego de ferro doce na fabricação do núcleo.

As perdas por corrente parasita (ou por correntes de Foucault) aquecem o ferro,
porque a massa metálica sob variação do fluxo gera dentro de si mesma uma
força eletromotriz (fem) que provoca a circulação de corrente parasita.

Para diminuir seu aquecimento, os núcleos são


construídos com chapas de ferro isoladas entre si.
O uso de lâminas não elimina o aquecimento, mas
este torna-se bastante reduzido em relação ao
núcleo de ferro maciço.

Observação

As capas de ferro contêm uma porcentagem de silício em sua posição. Isso


favorece a condutibilidade do fluxo magnético.
57

A figura mostra os símbolos usados para representar o transformador, segundo a


norma da ABNT.

Observação

Os traços colocados no símbolo entre as bobinas do primário e secundário


indicam o núcleo de ferro laminado. O núcleo de ferro é usado em
transformadores que funcionam em baixas freqüências (50, 60 e 120 hz). Para
freqüências mais altas (kHz), os transformadores são geralmente montados em
núcleo de ferrite, cujo símbolo é mostrado na figura.

Transformadores com mais de um secundário

Para se obter várias tensões diferentes, os transformadores podem ser


construídos com mais de um secundário, como mostra a figura.

Relação de transformação

Como já vimos, a aplicação de uma tensão CA ao primário de um transformador


causa o aparecimento de uma tensão induzida em seu secundário. Aumentando-
se a tensão aplicada ao primário, a tensão induzida no secundário aumenta na
mesma proporção. Essa relação entre as tensões depende fundamentalmente da
58

relação entre o número de espiras no primário e secundário.


Por exemplo, num transformador com primário de 100 espiras e secundário de
200 espiras, a tensão do secundário será o dobro da tensão do primário. Se
chamarmos o número de espiras do primário de Np e do secundário de Ns,
podemos escrever: Vs/VP = 2 Ns/Np = 2. (Lê-se: saem 2 para cada 1 que entra. )

O resultado da relação Vs/Vp e Ns/ Np é chamado de relação de transformação e


expressa relação entre a tensão aplicada ao primário e a tensão induzida no
secundário.

Observação
A tensão no secundário do transformador aumenta na mesma proporção da
tensão do primário até que o ferro atinja seu ponto de saturação. Quando esse
ponto é atingido, mesmo que haja grande variação na tensão de entrada, haverá
pequena variação na tensão de saída.

Tipos de transformadores

Os transformadores podem ser classificados quanto à relação de transformação.


Nesse caso, eles são de três tipos:

• Transformador elevador.
• Transformador abaixador.
• Transformador isolador.

O transformador elevador é aquele cuja relação de transformação é maior que 1,


ou seja, Ns> Np. Por causa disso, a tensão do secundário é maior que a tensão
do primário. Portanto, Vs> Vp.

O transformador abaixador é aquele cuja relação de transformação é menor que


59

1, ou seja, Ns < Np. Portanto, Vs <Vp.

Os transformadores abaixadores são os mais utilizados em eletrônica. Sua função


é abaixar a tensão das redes elétricas domiciliares (110/220V) para tensões de
6,12 e 15V necessárias ao funcionamento dos equipamentos.

O transformador isolador é aquele cuja relação de transformação é de 1 para 1,


ou seja, Ns = Np. Portanto, Vs = Vp.

Os transformadores isoladores são usados em laboratórios de eletrônica para


isolar eletronicamente da rede a tensão presente nas bancas. Esse tipo de
isolação é chamado de isolação galvânica.

Relação de potência

Como já foi visto, o transformador recebe uma quantidade de energia elétrica no


primário, transforma-a em campo magnético e converte-a novamente em energia
elétrica disponível no secundário.

A quantidade de energia absorvida da rede elétrica pelo primário é denominada


de potência do primário, representada pela notação Pp. Admitindo-se que não
existam perdas por aquecimento do núcleo, pode-se concluir que toda a energia
absorvida no primário está disponível no secundário.
A energia disponível no secundário chama-se potência do secundário (Ps). Se
não existem perdas, é possível afirmar que Ps = Pp.

A potência do primário depende da tensão aplicada e da corrente absorvida da


rede, ou seja: Pp = Vp. Ip.
60

A potência do secundário, por sua vez, é o produto da tensão e corrente no


secundário, ou seja: Pp = Vs.Is.

A relação de potência do transformador ideal é, portanto:

Vs . Is = Vp . Ip

Essa expressão permite que se determine um dos valores do transformador se os


outros três forem conhecidos. Veja exemplo a seguir.
Exemplo
Um transformador abaixador de 110V para 6V deverá alimentar no seu
secundário uma carga que absorve uma corrente de 4,5A. Qual será a correte
no primário?

Vp = 110V

Vs = 6V

Is = 4,5A

Ip =?

Como Vp . Ip = Vs . Is, então

Ip = Vs. Is = 6V. 4.5A = 27VA = 0,245 ou 0,245A


Vp 110V 110V

Potência em transformadores de mais de um secundário Quando um


transformador tem mais de um secundário, a potência absorvida da rede pelo
primário é a soma das potências fornecidas em todos os secundários.
Matematicamente, isso pode ser representado pela seguinte expressão:
61

PP = Psi + Ps2 +...+ Psn


Onde

Pp é a potência absorvida pelo primário

Psi é a potência fornecida pelo secundário 1


Ps2 é a potência fornecida pelo secundário 2

Psn é a potência fornecida pelo secundário n

Essa expressão pode ser reescrita usando os valores de tensão e corrente do


transformador:

Vp . Ip (VS1 . IsÜ + (VS2 . IS2) +... + (Vsn.lsn)

Onde:

Vp e Ip são respectivamente tensão e corrente do primário


VS1 e Is1 são respectivamente tensão e corrente do secundário 1
Vs2 e 1 s2 são respectivamente tensão e corrente do secundário 2
Vsn e Isn são respectivamente tensão e corrente do secundário n
62

Determinar a corrente do primário do transformador mostrado na figura abaixo.

Vp. Ip = (Vs1 . Is1) + (Vs2 . Is2) = (6V . 1A) + (40V . 1,5A) = (6VA + 60VA) =
66VA

Ip = 66VA = 0,6A
110V

Ligação de transformadores em 110 e 220V

Os aparelhos eletrônicos modernos são fabricados de tal forma que podem ser
usados tanto em redes de 110 quanto de 220V. Isso é possível através da
seleção feita por meio de uma chave situada na parte posterior do aparelho. Na
maioria dos casos, essa chave está ligada ao primário do transformador. De
acordo com a posição da chave, o primário é preparado para receber 110 ou
220V da rede elétrica e fornece o mesmo valor de tensão ao secundário.

Existem dois tipos de transformadores cujo primário pode ser ligado para 110 e
220V:

• transformador 110 / 220V com primário a três fios;


• transformador 110 / 220V com primário a quatro fios.

Transformador com primário a três fios

O primário do transformador a três fios é constituído por uma bobina para 220V
com uma derivação central.
63

Essa derivação permite que se utilize apenas uma das metades do primário. de
modo que 110V sejam aplicados entre uma das extremidades da bobina e a
derivação central.

Veja na figura abaixo a representação esquemática dessa ligação.

A chave usada para a seleção 110/220V é normalmente deslizante, de duas


posições e dois pólos. É também conhecida como HH. Quando esse tipo chave é
utilizado, a ligação do transformador fica como mostra a figura abaixo.

Normalmente, as duas seções da chave são utilizadas em paralelo.

Transformador com primário a quatro fios

O primário desse tipo de transformador constitui-se de duas bobinas para 110V,


eletricamente isoladas entre si.
64

Ligação para 220V

Em um transformador para entrada 110/220V com o primário a quatro fios, a


ligação para 220V é feita colocando as bobinas do primário em
série e observando a identificação dos fios, ou seja, I1 para a rede, 12 e F1
em ponte e F2 para a rede.

Ligação para
110V

Em um transformador para entrada 110/220V com primário a quatro fios, a


ligação para 110V é feita colocando as duas bobinas primárias em paralelo e
respeitando
a identificação dos fios, ou seja, I1 em ponte com I2 na rede, F1 em ponte
com F2
na
rede
.

Quando a chave HH está na posição 110V, os terminais I1, 12, F1 e F2 são

conectados em paralelo à rede.


65

Quando a chave HH está na posição 220V, os terminais I1, e F2 ficam


ligados à

rede por meio da chave.

Instalação de dispositivos de controle e proteção


Em todo equipamento elétrico ou eletrônico, é necessário dispor de
dispositivos de comando do tipo liga/desliga e de dispositivos de proteção que
evitam danos maiores em caso de situações anormais. Normalmente, tanto os
dispositivos de controle quanto os de proteção são instalados na entrada de
energia do circuito, antes do transformador.

Para a proteção do equipamento, geralmente um fusível é usado. Sua função


é romper-se caso a corrente absorvida da rede se eleve. Isso corta a entrada
de energia do transformador.

O fusível é dimensionado para um valor de corrente um pouco superior à


corrente necessária para o primário do transformador. Alguns equipamentos
têm mais de um fusível: um "geral", colocado antes do transformador, e
outros colocados dentro do circuito de acordo com as necessidades do
projeto.

Veja a representação esquemática da ligação do fusível no


circuito.
66

Observação

Tanto na ligação para 110 quanto para 220V, a ordem de início e fim das
bobinas
é importante. Normalmente, os quatro fios do primário são coloridos e o
esquema indica os fios.

I1 - início da bobina 1

F1 - fim da bobina 1

I2 - início da bobina 2

F2 - fim da bobina 2

Identificação dos terminais

Quando não se dispõe, no esquema do transformador, da identificação do


início ou fim dos terminais da bobina, é necessário realizar um
procedimento para
identificá-Ios. Isso é necessário, porque, se a ligação for realizada
incorretamente, o primário pode ser danificado irreversivelmente. O
67

procedimento é o seguinte:

• identificar com o ohmímetro o par de fios que corresponde a cada


bobina.
Sempre que o instrumento indicar continuidade, os dois fios medidos
são da mesma bobina. Além de determinar os fios de cada bobina, esse
procedimento permite testar se as bobinas estão em boas condições;
• separar os pares de fios de cada bobina;
• identificar os fios de cada uma das bobinas com início e fim (li, Fi e 12,
F2).
A identificação de início e fim pode ser feita de maneira aleatória em
cada bobina. Posteriormente, essa identificação será testada para
verificar se está correta;
• interligar as bobinas do primário em série;
• aplicar, no secundário, uma tensão CA de valor igual à tensão nominal
do secundário. Por exemplo: em um transformador 110/220V X 6V (6V
CA no secundário) deve-se aplicar uma tensão de 6V no secundário. No
transformador usado como exemplo, se 220V foram aplicados ao
primário, serão obtidos 6V no secundário. Da mesma forma, se forem
aplicados 6V no secundário, deve-se obter 220V no primário (em
série). Assim, é possível verificar se a identificação está correta,
medindo a tensão nas
extremidades do
primário;

• medir a tensão das extremidades do primário. Se o resultado da


medição for 220V, a identificação está correta. Se o resultado for 0V, a
identificação está errada. Nesse caso, para corrigir a identificação,
deve-se trocar apenas a identificação de uma das bobinas (I 1 por F1 ou I2
por F2).
68

Observação

É conveniente repetir o teste para verificar se os 220V são obtidos no primário.

Especificação de transformadores

A especificação técnica de um transformador deve fornecer:


• a potência em VA (pequenos transformadores);
• as tensões do primário;
• as tensões do secundário.

A especificação 21 V A 110/220V 6V - 1 A 30V - O,5A indica um


transformador com as seguintes características:

• potência - 21VA;
• primário - entrada para 110 ou 220V;

• 2 secundários - um para 6V -1A e um para 30V - 0,5A.

A especificação técnica de um transformador em que o secundário tenha


deriva- ção central é feita da seguinte maneira: 12W (potência), 11
O/220V (características do primário), 6 + 6V (secundário com 6 + 6V, ou seja,
6V entre as extremidades e a derivação central), 1A (corrente no secundário).

Transformador com derivação central no secundário

O transformador com derivação central no secundário ("centertap") tem ampla


aplicação em eletrônica. Na maioria dos casos, o terminal central é utilizado
como referência e é ligado ao terra do circuito eletrônico.

Durante seu funcionamento, ocorre uma formação de polaridade bastante


singu- lar. Num dos semiciclos da rede, um dos terminais livres do secundário
tem potencial positivo em relação à referência. O outro terminal tem
potencial negativo, e a inversão de fase (1800) entre primário e secundário
69

ocorre normalmente.

No outro semiciclo há uma troca entre as polaridades das extremidades livres


do transformador, enquanto o terminal central permanece em OV e acontece
novamente a defasagem de 1800 entre primário e secundário. Assim,
verificamos que com esse tipo de transformador é possível conseguir tensões
negativas e positivas instantaneamente, usando o terminal central como
referência. Isso pode ser observado com o auxílio de um osciloscópio.
Aprendemos que a energia elétrica em corrente alternada é a mais
comumente usada, porque seus valores de tensão podem ser alterados com
facilidade. Esse fato facilita bastante a geração, a transmissão e a
distribuição da energia elétrica, desde a usina geradora até os
consumidores.
A transmissão de energia elétrica só é economicamente viável se realizada em
altas tensões, e para obter níveis adequados de tensão são utilizados os
transformadores trifásicos. Neste capítulo, estudaremos o que é um
transformador trifásico e os tipos possíveis de suas ligações.
70

11.Transformadores para comandos elétricos


São dispositivos empregados em comandos elétricos para modificar os valores
de tensão e corrente numa determinada relação de transformação, que varia
segundo a necessidade do equipamento.

Transformadores de tensão

São transformadores redutores de tensão. Sua função é alimentar circuitos de


controle, sinalização e comandos.

Simbologia

Aplicações
• Reduzir a tensão da rede a nível compatível com a tensão de
alimentação dos componentes de comando (bobinas, sinaleiros, relés
etc.).
• Segurança nas manobras e nas correções de defeitos do equipamento.
• Separar o circuito principal do circuito auxiliar, restringindo e
limitando possíveis curtos-circuitos a valores que não afetem os
condutores do circuito a que estão ligados.
• Amortecer variações de tensão, evitando possíveis trepidações dos
contatos de dispositivos, prolongando assim a vida útil do
equipamento.
71

Autotransformador

Dispositivo usado, entre outras aplicações, para reduzir a tensão de partida


dos motores de rotor em curto-circuito, mantendo um conjugado para a partida
e aceleração do motor.

Simbologia:

Constituição

É constituído basicamente por três bobinas enroladas sobre um núcleo de


ferro laminado, formando um conjunto trifásico.

As bobinas possuem derivações, normalmente 65% e 80%, que são ligadas à


72

carga. Em um dos extremos das bobinas é ligado à rede elétrica e no outro se


faz um fechamento em estrela (Y), conforme a figura acima. Neste caso, cada
enrolamento é usado como primário e como secundário.

Funcionamento

Os motores trifásicos de rotor em curto-circuito, quando energizados


diretamente pela tensão da rede, absorvem, na partida, valores de corrente
que podem atingir até sete vezes o valor da corrente nominal.
Ligando a alimentação da rede aos terminais de entrada do autotransformador
e a carga em uma de suas derivações, com percentual definido (65% ou 80%),
reduziremos ao percentual do valor da derivação a tensão na carga,
diminuindo assim a corrente na partida do motor.
A potência do autotransformador deve ser compatível com a potência do
motor Partida de vários motores - Pode-se usar um só transformador para a
partida em seqüência de vários motores. Neste caso, a partida dos motores
será automática, ou seja, por relés temporizados e contatores. Dessa forma,
há economia de transformadores e de condutores, bem como de demanda.

Transformador de corrente (TC)

O transformador de corrente é um dispositivo que reduz o nível (valor) de


corren- tes a outros de menor intensidade, de acordo com sua relação de
transformação.

Simbolog
ia:

Funcionamento

Estando o seu circuito primário (barra condutora ou cabo) ligado em série com
a alimentação de uma instalação ou equipamento onde se desejam medições
73

ou proteção, a corrente que passa pelo circuito primário induz uma


corrente na bobina do secundário do transformador. O secundário alimenta
as bobinas de
corrente dos aparelhos destinados para medição.
No TC, a corrente do secundário é definida pela corrente circulante no
primário, independentemente do instrumento elétrico que esteja alimentando.

A impedância do primário deve ser pequena, para não influenciar o circuito de


alta corrente. Desta forma, o seu número de espiras é reduzido, ao contrário
do secundário.

Por estas características, irão surgir tensões da ordem de vários kV, nos
terminais do secundário, quando este for aberto em funcionamento. Os
inconvenientes destes fatos são:

• risco de vida para operadores;


• aquecimento excessivo, causando a destruição do isolamento e
podendo provocar contato entre circuito primário, secundário e aterra.
Esse aquecimento é causado pela elevação das perdas no ferro, que
ocorrem devido ao aumento do fluxo magnético;
• se não houver danificação, é possível que se alterem as características
de funcionamento e precisão.

Por medida de segurança pessoal e do próprio aparelho, nunca deixe o


transformador com o secundário aberto.

Se for necessário realizar qualquer operação neste circuito, deve-se


primeiro curto circuitá-Io por meio de um condutor de baixa impedância.

Aplicações

São normalmente usados em circuitos nos quais se deseja fazer medições ou


proteção.
74

Medição - Imagine que seja necessário medir uma corrente de 1000A.

Usando um transformador com relação de 1000/50 e um amperímetro


adequado para esta situação com escala graduada de 0-1 000A, podemos
fazer a medição. Isto significa que, quando circular uma corrente de 1000A
pelo circuito, teremos 50A no secundário do transformador e no
amperímetro, que indicará a medida real, ou seja, 1000A.

Proteção - Neste caso, o transformador é associado a um relé térmico cuja


corrente nominal é inferior à da rede.

Se usarmos um transformador com relação 200/5, significa que, quando


houver uma corrente de 200A na rede, a corrente no relé será de 5A.
Dessa forma, o relé térmico terá seu tamanho reduzido e poderá ser um relé
nor- malizado (da linha de produção).
Para aprender esses conteúdos com mais facilidade, você deve ter
conhecimen- tos anteriores sobre corrente alternada, ligação em estrela,
ligação em triângulo e transformadores monofásicos.

Distribuição de energia elétrica

A transmissão de energia elétrica só é economicamente viável se feita


em tensões elevadas. Primeiramente, através de transformadores, a
tensão é elevada a 88kV. Então, ela é transportada por meio de linhas de
transmissão até uma subestação central. Nessa subestação, com o auxílio de
75

transformadores, a tensão é de novo reduzido para 13,2kV ou 23kV, ou outro


valor adequado.

Consumo de energia se faz, pois, em baixa tensão. Assim, antes de


ser distribuída, a tensão é reduzida outra vez nas subestações.

A distribuição em baixa tensão se processa nas tensões de 110/220V e 220V,


variando de cidade para cidade, dependendo da concessionária fornecedora
de energia. Cada um desses valores requer um tipo de transformador
apropriado para essa distribuição.

Isso significa que a distribuição das tensões de 110/220V é realizada por


transformadores monofásicos. Já a distribuição das tensões de 127/220V se
faz por transformadores trifásicos com o secundário ligado em estrela.

A distribuição das tensões de 127/220V se faz por transformadores trifásicos


com o secundário ligado em triângulo.

Transformadores trifásicos
Como já sabemos, o transformador é o equipamento que permite rebaixar
ou ele- var os valores de tensão ou corrente de CA de um circuito. Seu
princípio de funcionamento baseia-se no fato de que uma tensão é induzida
no secundário, quando este é percorrido pelo fluxo magnético variável
gerado no primário.

O transformador é formado
basicamente pelo núcleo e pelas
bobinas (primária e secundária). O
núcleo constitui o circuito magnético do
76

transformador. É peça metálica


construída com chapas de ferro-silício
isoladas entre si e sobre a qual
são montadas as bobinas.

Os transformadores trifásicos, usados na distribuição de eletricidade, têm as


mesmas funções que o transformador monofásico: abaixar ou elevar a
tensão. Trabalham com três fases e são de porte grande e mais potentes
que os monofásicos.

O núcleo dos transformadores trifásicos também é constituído de chapas de


ferro silício. Essas chapas possuem três colunas que são unidas por meio
de duas armaduras. Cada coluna serve de núcleo para uma fase onde estão
localizadas duas c bobinas, uma primária e outra secundária. Por essa
razão, esses transformadores têm, no mínimo, seis bobinas: três primárias e
três secundárias, isoladas entre si. As bobinas das três fases devem ser
exatamente iguais. Na figura acima está a representação esquemática do
núcleo do transformador trifásico.

Num transformador trifásico, cada fase funciona independentemente das


outras duas, como se fossem três transformadores monofásicos em um só.
Isso significa que três transformadores monofásicos exatamente iguais podem
substituir um transformador trifásico.

Esse sistema é mais econômico, pois facilita os serviços de manutenção,


repara- ção e aumento de capacidade do banco de transformadores. A ligação
inicial de dois transformadores monofásicos em triângulo aberto permite que
um terceiro transformador seja acrescentado quando houver um aumento de
carga.

Tipos de ligação de transformadores trifásicos


As ligações internas entre as três fases do transformador trifásico podem ser
fei- tas de duas maneiras:
• ligação em estrela (Y);
• ligação em triângulo (Δ).
Tudo o que já foi estudado sobre as ligações em estrela e em triângulo vale
tam- bém para os transformadores trifásicos. A figura abaixo mostra as
77

representações esquemáticas possíveis para esses tipos de ligação.

As ligações em estrela e em triângulo são executadas tanto no primário


quanto no
secundário do transformador. Nos diagramas, as letras H e X representam,
respectivamente, o primário e o secundário, enquanto as extremidades dos
enrolamentos são identificados por números.

As ligações do primário e do secundário podem ser combinadas de várias


formas:

• em estrela no primário e em estrela no secundário;


• em triângulo no primário e em triângulo no secundário;
• em estrela no primário e em triângulo no secundário e vice-versa.
78

A figura acima mostra, de modo esquemático, esses tipos de combinações.

Quando é necessário equilibrar as cargas entre as fases do secundário,


emprega- se a ligação em ziguezague.

Se, por exemplo, a fase 1 do secundário estiver recebendo mais carga, esse
desequilíbrio será compensado pela indução das duas colunas onde a fase 1
está distribuída. Para que as combinações de ligações sejam realizadas, os
transformadores são divididos em dois grupos:

• grupo A: quando a tensão do secundário está em fase com a


tensão do primário;
• grupo B: quando a tensão do secundário está defasada em 30°.

Dois transformadores de um pequeno grupo podem ser ligados em


paralelo, desde que exista entre eles correspondência de tensão e
79

impedância. Transformadores de grupos diferentes não podem ser ligados em


paralelo.

Na tabela abaixo são apresentados as interligações dos enrolamentos, a


relação de transformação e os tipos de ligação que podem ser feitos com os
transformadores do grupo A.

Para verificar se as ligações estão corretas, alimenta-se o transformador pelos


lides ou terminais de tensão mais elevada com uma fonte de corrente trifásica
apropriada. Em seguida, ligam-se os terminais Hi e Xi entre si (curto-circuito).

Finalmente, mede-se a tensão entre os vários pares de terminais. O


resultado deve ser o seguinte:

• tensão entre H2 e X3 igual à tensão entre H3 e X2;


• tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre Hi e X2;
80

• tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre H2 e Xa.

Na tabela a seguir, são apresentadas as interligações dos enrolamentos, a


relação de transformação e os tipos de ligação que podem ser feitos com os
transformadores do grupo B.

Observação
NH – número de espiras do
primário
Nx – número de espiras do
secundário

Para verificar se as ligações estão corretas, alimenta-se o transformador pelos


terminais de tensão mais elevada com uma corrente trifásica apropriada. Em
81

terminais de tensão mais elevada com uma corrente trifásica apropriada. Em


seguida, ligam-se os terminais Hi e Xi entre si.

Finalmente, mede-se a tensão entre os vários pares de terminais. O


resultado deve ser o seguinte:

• tensão entre H3 e X2 igual à tensão entre H3 e X3;


• tensão entre H3 e X2 menor que a tensão entre H1 e X3;
• tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre H2 e X3;
• tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre Hi e X3.

Resfriamento de transformadores trifásicos

Os transformadores, quando em funcionamento, apresentam uma pequena


perda que também se manifesta sob a forma de calor. Assim, quanto maior a
potência consumida, maior é a geração de calor dentro do transformador.

Como a temperatura elevada traz danos irreparáveis ao funcionamento do


trans- formador, deve-se mantê-Ia dentro de limites seguros.

Segundo a norma da ABNT (EB91), existem dois tipos de resfriamento:


• a seco;
• com liquido isolante.

Transformador com resfriamento a seco

Segundo a norma EB91, "transformador a seco é o transformador cujos


núcleo e enrolamento estão envoltos e refrigerados pelo ar do ambiente".

Dentro desse grupo estão todos os pequenos transformadores e os de


baixa potência nos quais a troca de calor é feita com o ar.

Para os transformadores desse grupo que necessitarem de maior


refrigeração, usam-se ventiladores que forçam a circulação do ar. Isso
acontece em aparelhos eletrônicos como os microcomputadores, por
exemplo.

Transformador em líquido isolante

De acordo com a norma EB91 ,transformador em líquido isolante "é o


transformador cujo núcleo e enrolamento são imersos em líquido isolante".
82

Esse líquido isolante exerce duas funções: isolação e resfriamento, pois


transfere para as paredes do tanque o calor produzido.

Para cumprir essas funções, o óleo refrigerante deve possuir:

• elevada rigidez dielétrica;


• boa fluidez;
• capacidade de funcionamento em temperaturas elevadas. O líquido
isolante que possui essa característica é óleo mineral.

Observação

Existe também um óleo chamado de asca rei, mas seu uso é proibido por ser
altamente tóxico e, portanto, prejudicial à saúde.

Os transformadores que necessitam desse tipo de resfriamento são os


trifásicos de grande potência, usados na rede de distribuição de energia
elétrica.

Muitas vezes, ao ter que realizar testes ou trabalhos de manutenção em


transformadores, o profissional se encontra diante de máquinas que não
apresentam numeração nos bornes ou identificação nas bobinas.
83

12. Geração de corrente alternada


No estudo do Eletromagnetismo já foram vistos os princípios da Indução
Eletromagnética. Para entender a produção de uma onda (sinal) senoidal
devemos conhecer bem os princípios das tensões e correntes induzidas:

Indução Eletromagnética

Quando a região onde um circuito elétrico se encontra apresenta uma variação


de fluxo magnético, surge nesse circuito, uma corrente elétrica. Este fenômeno
é chamado de indução eletromagnética.
Esta corrente induzida circula no circuito devido à uma diferença de potencial
(tensão), chamada de força eletromotriz induzida (FEM), ou simplesmente,
tensão induzida.
A indução eletromagnética é regida por duas leis: Lei de Lenz e Lei de
Faraday, já estudadas.
A Lei de Faraday diz que a Fem (tensão) induzida média em um circuito é
igual ao resultado da divisão da variação do fluxo magnético numa bobina com
N espiras pelo intervalo de tempo em que ocorre, com sinal trocado. Ou seja,
quanto mais o fluxo variar num intervalo de tempo, tanto maior será a tensão
induzida.

onde:
e – força eletromotriz induzida (tensão induzida) [V]
Δφ/Δt – taxa de variação do fluxo magnético no tempo [Wb/s]
N – número de espiras.
A Lei de Lenz diz que o sentido da corrente induzida é tal que origina um fluxo
magnético induzido, que se opõe à variação do fluxo magnético indutor .
84

Figura 3.1.1 – Indução Eletromagnética

Por exemplo, na figura 3.1.1 a aproximação do imã provoca um aumento do


fluxo magnético perto da bobina. Conseqüentemente começa a circular, na
bobina, uma corrente que cria um campo magnético com polaridade inversa ao
do imã. O campo criado tenta impedir a aproximação do imã, tenta parar o imã,
para manter o fluxo magnético constante (variação de fluxo nula). Quando o
ímã se afasta, o efeito é contrário e a corrente induzida tem o seu sentido
alternado.
Um condutor se movimentando num campo magnético também produz
variação de fluxo magnético e sofre, consequentemente, indução magnética de
corrente.
Há três condições fundamentais que devem existir antes que uma tensão
possa ser produzida por magnetismo.
• Deve haver um CONDUTOR no qual a tensão será induzida.
• Deve haver um CAMPO MAGNÉTICO na vizinhança do condutor.
• Deve haver movimento relativo entre o campo e o condutor.
De acordo com estas condições, quando o condutor (ou condutores) se
MOVER através de um campo magnético de maneira que as linhas de campo o
atravesse, elétrons DENTRO DO CONDUTOR serão estimulados em uma
direção ou outra. Assim, uma força eletromotriz, ou tensão elétrica, é induzida
(criada).
Sabemos que:

onde:
φ - fluxo magnético [Wb]
B – intensidade do campo magnético [T]
A – área do condutor [m2]
85

θ - ângulo de incidência da linhas de campo no condutor [º ou rad]


Ou seja, o fluxo magnético depende da intensidade do campo magnético, da
área do condutor atingida pelas linhas do campo magnético e do ângulo em
que estas linhas atingem o condutor.
O sentido da corrente induzida num condutor em movimento dentro de um
campo magnético pode ser dado pela Regra da Mão Direita (Regra de
Fleming), como indica a figura 3.1.2.

Figura 3.1.2 – Determinação do sentido da corrente induzida com o uso da


Regra da Mão Direita

As figuras 3.1.3 e 3.1.4 indicam algumas situações de indução de corrente num


condutor e o seu sentido, em função da polaridade magnética e do sentido do
movimento do condutor.
86

Figura 3.1.3 – Movimento de um condutor dentro de um campo magnético. A


amplitude da corrente induzida depende do ângulo no qual o condutor corta as linhas
de fluxo

Figura 3.1.4 – Mudar a direção do movimento ou a polaridade do campo muda


o sentido da corrente induzida

Princípio de funcionamento do gerador de corrente alternada.

Um gerador de corrente alternada funciona com base na indução de força


eletromotriz num condutor em movimento dentro de um campo magnético. Para
entender o seu funcionamento considere-se o esquema da figura 3.2.1, onde
uma espira gira dentro de um campo magnético, gerando uma tensão (FEM) e
uma corrente induzidas.
87

Figura 3.2.1 – Gerador de Corrente Alternada Elementar: espira girando num


campo magnético
A figura 3.2.2(a) ilustra , passo a passo, a indução de uma corrente na espira
do gerador de corrente alternada elementar da figura 3.2.1.
Em t1 os condutores a e b estão se movimentando paralelamente ao fluxo
magnético (com sentidos opostos). Como nenhuma linha de fluxo é cortada
θ=0º=180º, nenhuma tensão ou corrente é induzida.
No instante t2, o movimento dos condutores já corta as linhas de fluxo
magnético em um determinado ângulo θ e uma tensão é induzida e esta
proporciona uma corrente induzida com o sentido indicado, dado pela regra da
mão direita.
No instante t3 o movimento dos condutores corta as linhas de fluxo
perpendicularmente (ângulo de 90º) e a variação do fluxo é máxima. A tensão
induzida é máxima e, portanto, há o pico de corrente induzida.
Em t4, o movimento dos condutores corta as linhas de fluxo magnético em um
determinado ângulo e uma tensão menor é induzida. Como o ângulo é
complementar a θ2 a tensão induzida é igual a do instante t2.
Em t5 os condutores a e b estão novamente se movimentando paralelamente
ao fluxo magnético (com sentidos opostos) e nenhuma tensão ou corrente é
induzida.
Neste ponto, a primeira meia volta da espira produziu a forma de onda de
corrente induzida apresentada na figura 3.2.2(b). O eixo vertical indica a
88

intensidade da corrente (ou da tensão) induzida em cada instante. O eixo


horizontal indica os instantes de tempo ou o ângulo do movimento da espira no
campo magnético.
Como:

com a variação do ângulo devido ao movimento de giro da espira no campo


magnético, o fluxo φ tem uma variação senoidal e, portanto, como a tensão
induzida depende da variação do fluxo, ela assumirá um comportamento
também senoidal.
Como a tensão e a corrente induzidas dependem da variação do fluxo e este
varia de acordo com o seno do ângulo de incidência das linhas no condutor da
espira (φ = B.A.senθ) devido ao movimento giratório da espira, a forma de
onda resultante é periódica a cada volta (cíclica) e tem a forma senoidal.

Figura 3.2.2 – Geração de Corrente: (a) primeira meia volta da espira [1]; (b)
forma de onda do sinal gerado.
89

A figura 3.2.3 representa a segunda meia volta da espira. Nota-se que, do


instante t5 para t6 a direção na qual o condutor corta o fluxo é invertida.
Portanto, a polaridade da tensão induzida é invertida e, conseqüentemente, o
sentido da corrente é alternado, formando, a partir daí, o semiciclo negativo da
forma de onda, pelo mesmo processo anterior.
A figura 3.2.4 indica a forma de onda senoidal produzida pelo giro de 360º (2.π
rad) de um condutor de uma espira em um campo magnético. O eixo vertical
indica a amplitude da tensão (FEM) induzida.
O eixo horizontal pode representar o tempo que a forma de onda leva para
completar um ciclo inteiro (período). Cada instante de tempo está relacionado
com a posição angular do condutor no campo magnético. Quando o eixo
horizontal indicar diretamente a posição angular em graus, chamamos de
ângulo elétrico. A vantagem de se indicar o eixo horizontal em graus em vez
de unidades de tempo é que os graus elétricos independem da velocidade com
que a espira gira no campo magnético (e conseqüentemente da freqüência e
do período).

Figura 2.2.3 – Geração de Corrente: (a) segunda meia volta da espira [1]; (b)
forma de onda do sinal gerado.
90

A corrente alternada resultante do processo de indução magnética, no gerador


estudado, tem a forma senoidal, isto é, a corrente varia no tempo
periodicamente tanto em intensidade como em sentido, a cada 360º, como
indica a figura 3.2.5. O mesmo ocorre para a FEM induzida: uma tensão que
varia periodicamente, em intensidade e polaridade.
A amplitude da tensão e da corrente induzidas nas bobinas depende:
• do número de espiras das bobinas rotativas;
• da velocidade na qual as bobinas se movimentam;
• da densidade do fluxo do campo magnético.

Figura 3.2.4 – Gerando uma onda senoidal através do movimento de rotação


de um condutor dentro de um campo magnético.
91

Figura 3.2.5 - Gráfico da corrente produzida pelo gerador.

Tensão e freqüência do gerador

Observando as figuras 3.2.2 e 3.2.3 podemos concluir que o fluxo magnético na


espira varia de um máximo positivo (+φ) em t3, a um máximo negativo (-φ) em
t7, passando por zero durante meia volta da espira no campo magnético.
Assim, a amplitude de variação do fluxo magnético na espira em meia volta é
dado por:
Δφ = +φmax − (−φmax ) = 2φ

Essa variação ocorre durante um dado intervalo de tempo Δt. Considerando a


quantidade de rotações por minuto (rpm), temos a relação:
Δt ⎯ ½ rotação
60s (1min) ⎯ n rotações
assim:

No gerador das figuras 2.2.2 e 2.2.3 temos apenas dois pólos magnéticos
produzindo um Δφ = 2φ em meia volta. Se tivermos um número p de pólos
teremos:
92

sendo a força eletromotriz induzida proporcional ao número de espiras

Substituindo

assim

onde:
e – força eletromotriz (tensão) média induzida [V];
φ - fluxo magnético por pólo [Wb];
p – número de pólos;
n – velocidade [rpm];
N – número de espiras
O gerador de dois pólos da figura 3.2.2 e 3.2.3, completa um ciclo a cada
rotação. Em cada segundo teremos n/60 rotações. Assim:
2 pólos ⎯ n/60 rotações por segundo
p pólos ⎯ f rotações por segundo
equacionando, temos:

onde:
f – freqüência da tensão induzida em ciclos por segundo, Hertz [Hz];
p – número de pólos;
n – rotação em rpm.
Substituindo esta equação na anterior, temos para a tensão induzida:
93

A figura 2.3.1 mostra dois geradores com o campo magnético girante no rotor e
a armadura fixa no estator. O primeiro apresenta 8 pólos e o segundo 2 pólos.
Como ambos giram a mesma velocidade, o gerador de mais pólos produz um
sinal de maior freqüência do que o outro. Assim, para uma dada freqüência
desejada (como 60Hz, por exemplo), um gerador de mais pólos pode girar a
uma velocidade menor.

Figura 3.3.1 – Número de pólos magnéticos influencia a freqüência da tensão


gerada.

Nos circuitos elétricos, fonte de tensão alternada senoidal e fonte de corrente


alternada senoidal são representadas como mostra a figura 3.3.2. Na
convenção adotada, a polaridade da tensão e o sentido da corrente
indicado se referem ao semiciclo positivo.
94

Figura 2.3.2 – símbolo e convenção para polaridade de fontes de tensão e de


corrente alternadas senoidais.

Geradores de corrente alternada

A figura 3.4.1 apresenta as partes essenciais de um gerador de corrente alternada


elementar. É chamado de elementar porque possui apenas uma espira.

Figura 3.4.1 – Gerador CA. A espira em movimento é conectada à carga através de


anéis coletores e escovas.
Um gerador real consiste de muitas espiras em série e em paralelo formando
conjuntos de bobinas. O conjunto das bobinas num gerador é chamado
enrolamento, que é montado em torno de um núcleo de aço silício (material
ferromagnético) e que constitui a
chamada armadura, onde é induzida a força eletromotriz (tensão).
O campo magnético produzido no gerador da figura 3.4.1 é criado por um ímã
permanente. Nos geradores comerciais, o campo magnético é criado por um
eletroímã alimentado por uma fonte de corrente contínua.O rotor é a parte que
gira. O estator é a parte que permanece estacionária. Nos geradores de
corrente alternada a armadura pode estar no rotor ou no estator. Nos geradores
95

de corrente alternada de grande potência, encontrados nas usinas, a armadura


é fixa no estator e o campo magnético é que gira em torno delas, como mostra
a figura 3.4.2 e também a figura 3.3.1. Como há um movimento relativo entre
elas, há a indução eletromagnética.

Figura 3.4.2 – Gerador de Corrente Alternada de Pólos Girantes e Armadura


Estacionária.
No gerador CA de armadura giratória o sinal CA gerado é levado à carga
através de anéis coletores e escovas deslizantes, como mostra a figura 3.4.1. A
armadura giratória é encontrada somente em alternadores de baixa potência
devido à limitação de corrente nos anéis coletores e escovas.
O gerador CA de campo giratório tem o enrolamento de armadura estacionário
e o enrolamento de campo girante no rotor (o campo magnético é criado por
bobinas – eletroímãs).
A vantagem da armadura estacionária é que a tensão gerada pode ser
conectada à carga diretamente, sem necessidade de anéis coletores e
escovas. Isso possibilita geração de grandes níveis de tensão e de corrente
(alta potência), pois os anéis e escovas só permitem operação em baixas
tensões e correntes.
O estator consiste de um núcleo de ferro laminado com os enrolamentos da
armadura embutidos neste núcleo, como mostrado na Figura 3.4.3. O núcleo é
a armadura do estator.
96

Figura 3.4.3 – Armadura do Estator de um gerador de corrente alternada.

Todos os geradores, grandes ou pequenos, de corrente alternada ou de


corrente contínua, requerem uma fonte de potência mecânica para girar seus
rotores. Esta fonte de energia mecânica é chamada de fonte primária.
Fontes primárias são divididas em duas classes: para gerador de alta
velocidade e baixa velocidade. Turbinas a Vapor e a Gás são fontes primárias
de alta velocidade, enquanto máquinas de combustão interna (como motores a
explosão), turbinas hidráulicas em quedas de água e turbinas eólicas (hélices)
são consideradas fontes primárias de baixa velocidade.
O tipo de fonte primária tem um papel importante no projeto de alternadores,
desde que a velocidade à qual o rotor é girado determina certas características
de construção do alternador e operação. A figura 3.4.4 mostra uma turbina
hidráulica acionando um gerador.
97

Figura 3.4.4 – Turbina hidráulica acionando mecanicamente o gerador.


Alternadores são avaliados de acordo com a tensão para a qual eles são
projetados e pela máxima corrente que são capazes de fornecer. O produto da
tensão alternada pela corrente alternada de projeto do gerador fornece a
capacidade de potência gerada, cuja unidade é o Volt-Ampère.
A corrente máxima que pode ser fornecida por um alternador depende da
máxima perda de calor que ele pode suportar na armadura. Esta perda de calor
(que é uma potência elétrica perdida, principalmente por Efeito Joule) age
aquecendo os condutores e, se excessiva, destrói o seu isolamento, podendo
causar má operação ou curto-circuito. Sistemas de refrigeração são
incorporados em grandes geradores para limitar o aquecimento.
Quando um alternador sai da fábrica, este já é destinado para um trabalho
muito específico. A velocidade para a qual é projetado para girar, a tensão que
produzirá, os limites de corrente, e outras características de operação são
conhecidas. Esta informação é normalmente estampada em uma placa de
especificações para que o usuário conheça suas características.
A figura 3.4.5 mostra dois tipos de rotores para geradores de pólos girantes e
armadura estacionária. O primeiro é adequado para turbinas de alta velocidade
como aquelas acionadas por vapor ou gás. A segunda é para turbinas de baixa
velocidade como aquelas acionadas por turbinas hidráulicas e motores de
explosão.
98

Figura 3.4.5 – Dois tipos de rotores: (a) para turbinas de alta velocidade e (b) para
turbinas de baixa velocidade.
99

13. Redes elétricas


A distribuição de energia elétrica para os consumidores industriais e
residenciais é feita através de redes elétricas em corrente alternada.

13.1. Rede trifásica de corrente alternada

Uma rede trifásica de C.A. é constituída de três fases defasadas de 120°.

Figura 4.1

Tensão e corrente alternada defasada de 1/3 de período.

A tensão de uma rede trifásica é a diferença de potencial existente entre duas


fases diferentes. Esta tensão chama-se de tensão de linha (UL).

Figura 4.2
100

13.2. Tensão trifásica com neutro

Quando as bobinas do gerador ou transformador trifásico são ligadas em


estrela, tem-se uma rede trifásica com neutro.

Figura 4.3

Na rede trifásica com neutro, existem 2 tensões:

- UL (tensão de linha): é a diferença de potencial existente entre duas fases


diferentes.

- UF(tensão de fase): é a diferença de potencial existente entre qualquer fase e


o neutro.

Relação entre tensão de fase e tensão de linha:

UF = UL : √3
UL = UF x √3 √3 = 1,73
101

13.3. Tipos de redes trifásicas de baixa tensão

Figura 4.4

Figura 4.5

13.4. Circuitos trifásicos

P = √3 x UF x I

I = __P___
√3 x UF
102

14. Motores de CA monofásicos


Motores de CA podem ser monofásicos ou polifásicos. Neste capítulo
estudaremos os motores monofásicos alimentados pôr uma única fase de CA.
Para melhor entender o funcionamento desse tipo de motor, você deverá ter
bons conhecimentos sobre os princípios de magnetismo e eletromagnetismo,
indução eletromagnética e corrente alternada.

Motores monofásicos

Os motores monofásicos possuem apenas um conjunto de bobinas, e sua


alimentação é feita por uma única fase de CA. Dessa forma, eles absorvem
energia elétrica de uma rede monofásica e transformam-na em energia
mecânica. Os motores monofásicos são empregados para cargas que
necessitam de moto- res de pequena potência como, por exemplo, motores
para ventiladores, geladeiras, furadeiras portáteis etc.

Tipos de motores monofásicos

De acordo com o funcionamento, os motores monofásicos podem


ser classificados em dois tipos: universal e de indução.

Motor universal

Os motores do tipo universal podem funcionar tanto em CC como em CA; daí


a origem de seu nome. A figura abaixo mostra o rotor (parte que gira) e o
estator (parte fixa) de um motor universal.
103

O motor universal é o único motor monofásico cujas bobinas do estator são


liga- das eletricamente ao rotor por meio de dois contatos deslizantes
(escovas). Esses dois contatos, pôr sua vez, ligam em série o estator e o rotor.

Observação

É possivel inverter o sentido do movimento de rotação desse tipo de motor,


invertendo-se apenas as ligações das escovas, ou seja, a bobina ligada à
escova A deverá ser ligada à escova 8 e vice- versa.

Os motores universais apresentam conjugado de partida elevado e tendência


a disparar, mas permitem variar a velocidade quando o valor da tensão de
alimentação varia. Sua potência não ultrapassa a 500W ou 0,75cv e permite
velocidade de 1500 a 15000 rpm.

Esse tipo de motor é o motor de CA mais empregado e está presente em


máquinas de costura, liquidificadores, enceradeiras e outros eletrodomésticos,
e também em máquinas portáteis, como furadeiras, lixadeiras e serras.

Funcionamento do motor universal

A construção e o princípio de funcionamento do motor universal são iguais ao


do motor em série de CC.

Quando o motor universal é alimentado por corrente alternada, a variação do


sen- tido da corrente provoca variação no campo, tanto do roto r quanto do
estator. Dessa forma, o conjugado continua a girar no mesmo sentido inicial,
não havendo inversão do sentido da rotação.

Motor de indução

Os motores monofásicos de indução possuem um único enrolamento no


estator. Esse enrolamento gera um campo magnético que se alterna
104

juntamente com as alternâncias da corrente. Neste caso, o movimento


provocado não é rotativo.

Funcionamento do motor de indução

Quando o roto r estiver parado, o campo magnético do estator, ao se


expandir e se contrair, induz correntes no rotor.

O campo gerado no rotor é de polaridade oposta à do estator. Assim, a


oposição dos campos exerce um conjugado nas partes superior e inferior do
rotor, o que tenderia a girá-Io 180° de sua posição original. Como o conjugado
é igual em ambas as direções, pois as forças são exercidas pelo centro
do rotor e em sentidos contrários, o rotor continua parado.

Se o rotor estiver girando, ele continuará o giro na direção inicial, já que o


conjugado será ajudado pela inércia do roto r e pela indução de seu campo
magnético. Como o rotor está girando, a defasagem entre os campos
magnéticos do rotor e do estator não será mais que 180°.

Tipos de motores de indução

a) Motor de campo distorcido;


b) Motor monofásico de fase auxiliar.
105

Para dar o giro inicial do rotor, são usados comumente dois tipos de partida:
• de campo distorcido - motor de campo distorcido;
• de fase auxiliar com capacitar - motor de fase auxiliar.

a) O motor de campo distorcido constitui-se pôr um rotor do tipo gaiola de


esquilo e por um estator semelhante ao do motor universal. Contudo, no motor
de campo destorcido, existe na sapata polar uma ranhura onde fica
alojado um anel de cobre ou espira em curto-circuito. Por isso, este motor é
conhecido também como motor de anelou de espira em curto-circuito.

Uma vez que, no motor de campo destorcido, o rotor é do tipo gaiola de


esquilo, todas as ligações encontram-se no estator.

Esse tipo de motor não é reversível. Sua potência máxima é de 300W ou


O,5cv; a velocidade é constante numa faixa de 900 a 3400rpm, de
acordo com a frequência da rede e o número de pólos do motor.

Esses motores são usados, por exemplo, em ventiladores, toca-discos,


secadores de cabelo etc.

Funcionamento

Quando o campo magnético do estator começa a aumentar (a partir de zero)


as linhas de força cortam o anel em curto. A corrente induzida no anel
gera um campo magnético que tende a se opor ao campo principal.
106

Com o aumento gradativo do campo até 90°, a maior parte das linhas de força
fica concentrada fora da região do anel. Quando o campo atinge o máximo,
ou seja, os 90°, não há campo criado pela bobina auxiliar, formada pelo anel,
e ele se distribui na superfície da peça polar.

De 90° a 180° o campo vai se contraindo, e o campo da bobina auxiliar tende a


se opor a essa contração, concentrando as linhas de força na região da bobina
auxiliar.

De 0° a 180° o campo se movimenta ao longo da superfície polar, definindo


assim o sentido de rotação. De 180° a 360° o campo varia do mesmo modo
que de 0° a
180°, porém em direção
oposta.
107

O movimento do campo produz um conjugado fraco, mas suficiente para dar


parti- da ao motor. Como o conjugado é pequeno, esse tipo de motor é usado
para alimentar cargas leves.
b) o motor monofásico de fase auxiliar é o de mais larga aplicação. Sua
constru- ção mecânica é igual à dos motores trifásicos de indução.

Assim, no estator há dois enrolamentos: um de fio mais grosso e com grande


número de espiras (enrolamento principal ou de trabalho), e outro de fio mais
fino e com poucas espiras (enrolamento auxiliar ou de partida).

O enrolamento principal fica ligado durante todo o tempo de funcionamento do


motor, mas o enrolamento auxiliar só atua durante a partida. Esse
enrolamento é desligado ao ser acionado um dispositivo automático localizado
parte na tampa do motor e parte no rotor. Geralmente, um capacitor é ligado
em série com o enrolamento auxiliar, melhorando desse modo o conjugado de
partida do motor.

Funcionamento
O motor monofásico de fase auxiliar funciona em função da diferença entre as
indutâncias dos dois enrolamentos, uma vez que o número de espiras e a
bitola dos condutores do enrolamento principal são diferentes em relação ao
enrolamento auxiliar.

As correntes que circulam nesses enrolamentos são defasadas entre si.


Devido à maior indutância no enrolamento de trabalho (principal), a corrente
que circula por ele se atrasa em relação à que circula no enrolamento de
108

partida (auxiliar), cuja indutância é menor.

O capacitor colocado em série com o enrolamento tem a função de


acentuar ainda mais esse efeito e aumentar o conjugado de partida. Isso
aumenta a defasagem, aproximando-a de 90° e facilitando a partida do motor.

Depois da partida, ou seja, quando o motor atinge aproximadamente 80% de


sua rotação nominal, o interruptor automático se abre e desliga o enrolamento
de partida. O motor, porém, continua funcionando normalmente.

Ligação dos motores monofásicos


Os motores monofásicos de fase auxiliar podem ser construídos com dois,
quatro ou seis terminais de saída. Os motores de dois terminais funcionam em
uma tensão (110 ou 220V) e em um sentido de rotação.

Os de quatro terminais são construídos para uma tensão (110 ou 220V) e dois
sentidos de rotação, os quais são determinados conforme a ligação
efetuada entre o enrolamento principal e o auxiliar.

De modo geral, os terminais do enrolamento principal são designados pêlos


números 1 e 2 e os do auxiliar, por 3 e 4. Para inverter o sentido de rotação, é
necessário inverter o sentido da corrente no enrolamento auxiliar, isto é, trocar
o 3 pelo 4.
109

Os motores de seis terminais são construidos para duas tensões (110 e 220V)
e para dois sentidos de rotação. Para a inversão do sentido de rotação,
inverte-se o sentido da corrente no enrolamento auxiliar.

O enrolamento principal é designado pêlos números 1, 2, 3 e 4 e o auxiliar pôr


5e
6. Para a inversão do sentido de rotação, troca-se o terminal 5 pelo 6. As
bobinas do enrolamento principal são ligadas em paralelo, quando a tensão é
de 110V e, em série, quando a tensão é de 220V.

O motor de fase auxiliar admite reversibilidade quando retiram-se os terminais


do enrolamento auxiliar para fora com cabos de ligação. Admite também chave
de reversão, mas nesse caso, a reversão só é possível com o motor parado.

A potência desse motor varia de 1 /6cv até 1 cv, mas para trabalhos especiais
existem motores de maior potência. A velocidade desse tipo de motor é
constante
110

e, de acordo com a frequência e o número de pólos, pode variar de 1425 a


3515rpm.

Exemplo de placa de motor monofásico:


111

15. Motores de CA trifásicos


Maior parte da energia elétrica produzida é distribuída em corrente
alternada (CA), o que justifica o largo emprego dos motores de CA. A
construção mecânica dos motores de CA é mais simples que a dos motores de
CC. Por isso, eles são mais comumente usados na indústria.

Neste capítulo estudaremos a estrutura, os tipos e as características de


funcionamento dos motores trifásicos de corrente alternada. Para
isso é necessário que você tenha conhecimentos anteriores sobre
magnetismo e eletromagnetismo, indução eletromagnética e corrente
alternada.

Motores trifásicos de CA

Os motores trifásicos de CA são menos complexos que os motores de CC.


Além disso, a inexistência de contatos móveis em sua estrutura garante seu
funcionamento por um grande período, sem a necessidade de manutenção.
A velocidade dos motores de CA é determinada pela freqüência da fonte
de alimentação, o que propicia excelentes condições para seu funcionamento
a velocidades constantes.
Os motores trifásicos de CA funcionam sob o mesmo princípio dos motores
monofásicos, ou seja, sob a ação de um campo magnético rotativo gerado no
estator, provocando com isto uma força magnética no rotor. Esses dois
campos magnéticos agem de modo conjugado, obrigando o roto r a girar.

Tipos de motores trifásicos de CA

Os motores trifásicos de CA são de dois tipos: motores assíncronos (ou de


indução) e motores síncronos.

Motor assíncrono de CA

O motor assíncrono de CA é o mais empregado por ser de construção simples,


resistente e de baixo custo. O rotor desse tipo de motor possui uma parte auto-
suficiente que não necessita de conexões externas.
Esse motor também é conhecido como motor de indução, porque as
112

correntes de
CA são induzidas no circuito do rotor pelo campo magnético rotativo do
estator.

No estator do motor assíncrono de CA estão alojados três enrolamentos


referentes às três fases. Estes três enrolamentos estão montados com uma
defasagem de 120°.

O rotor é constituido por um cilindro de chapas em cuja periferia existem


ranhuras onde o enrolamento rotórico é alojado.

Funcionamento

Quando a corrente alternada trifásica é aplicada aos enrolamentos do estator

do motor assíncrono de CA, produz-se um campo magnético rotativo


(campo girante).
A figura abaixo mostra a ligação interna de um estator trifásico em que as
bobinas (fases) estão defasadas em 120º e ligadas em triângulo.

O campo magnético gerado por uma bobina depende da corrente que


113

no momento circula por ela. Se a corrente for nula, não haverá formação de
campo magnético; se ela for máxima, o campo magnético também será
máximo.

Como as correntes nos três enrolamentos estão com uma defasagem de 120°
os três campos magnéticos apresentam também a mesma defasagem. Os três
campos magnéticos individuais combinam-se e disso resulta um campo único
cuja posição varia com o tempo. Esse campo único, giratório, é que vai agir
sobre o rotor e provocar seu movimento.

O esquema a seguir mostra como agem as três correntes para produzir o


campo magnético rotativo num motor trifásico.

No esquema vemos que no instante 1, o valor da corrente A é nulo e,


portanto, não há formação de campo magnético. Isto é representado
pelo O (zero) colocado no pólo do estator.

As correntes B e C possuem valores iguais, porém sentidos opostos.


Como resultante, forma-se no estator, no instante 1, um campo único
direcionado no sentido N -> S.

No instante 2, os valores das correntes se alteram. O valor de C é nulo. A e B


têm valores iguais, mas A é positivo e B é negativo.
114

O campo resultante desloca-se em 600 em relação à sua posição anterior.


Quando um momento intermediário (d) é analisado, vemos que nesse instante
as correntes O e A têm valores iguais e o mesmo sentido positivo. A corrente
B, por sua vez, tem valor máximo e sentido negativo. Como resultado, a
direção do campo fica numa posição intermediária entre as posições dos
momentos 1 e 2.

Se analisarmos, em todos os instantes, a situação da corrente durante um


ciclo completo, verificaremos que o campo magnético gira em torno de si. A
velocidade de campo relaciona-se com a freqüência das correntes conforme já
foi demonstrado.

Tipos de motores assíncronos

Os motores assíncronos diferenciam-se pelo tipo de enrolamento do rotor.


Assim, temos:

Motor com rotor em gaiola de esquilo

O motor com rotor em gaiola de esquilo tem um rotor constituído por barras de
cobre ou de alumínio colocadas nas ranhuras do rotor. As extremidades são
unidas por um anel também de cobre ou de alumínio.
115

Entre o núcleo de ferro e o enrolamento de barras não há necessidade


de isolação, pois as tensões induzidas nas barras do rotor são muito baixas.
Esse tipo de motor apresenta as seguintes
características:

• velocidade que varia de 3 a 5% à vazio até a plena carga;


• ausência de controle de velocidade;
• possibilidade de ter duas ou mais velocidades fixas;
• baixa ou média capacidade de arranque, dependendo do tipo de gaiola
de esquilo do rotor (simples ou dupla).

Esses motores são usados para situações que não exigem velocidade variável
e que possam partir com carga. Por isso são usados em moinhos,
ventiladores, prensas e bombas centrifugas, por exemplo.

No funcionamento do motor com rotor em gaiola de esquilo, o roto r, formado


por condutores de cobre, é submetido ao campo magnético giratório, já
explicado anteriormente. Como consequência, nesses condutores (barras
da gaiola de esquilo) circulam correntes induzidas, devido ao movimento do
campo magnético.

Segundo a lei de lenz, as correntes induzidas tendem a se opor às variações


do campo original. Por esse motivo, as correntes induzidas que circulam nos
condutores formam um campo magnético de oposição ao campo girante.

Como o rotor é suspenso por mancais no centro do estator, ele girará


juntamente com o campo girante e tenderá a acompanhá-Io com a mesma
velocidade. Contudo, isso não acontece, pois o roto r permanece em
116

velocidade menor que a do campo girante. Se o rotor alcançasse a velocidade


do campo magnético do estator, não haveria sobre ele tensão induzida, o que
o levaria a parar.

Na verdade, é a diferença entre as velocidades do campo magnético do rotor e


a do campo do estator que movimenta o rotor. Essa diferença recebe o nome
de escorregamento e é dada percentualmente por:

S = Vs – VR . 100
Vs

Onde,

VS é a velocidade de sincronismo
VR é a velocidade real do rotor

Quando a carga do motor é aumentada, ele tende a diminuir a rotação e a


aumentar o escorregamento. Conseqüentemente, aumenta a corrente
induzida nas barras da gaiola de esquilo e o conjugado do motor.

Desse modo, o conjugado do motor é determinado pela diferença


entre a velocidade do campo girante e a do rotor.

Motor de rotor bobinado


O motor com rotor bobinado trabalha em rede de corrente alternada trifásica.
Permite um arranque vigoroso com pequena corrente de partida.

Ele é indicado quando se necessita de partida com carga e variação de


velocida- de, como é o caso de compressores, transportadores, guindastes e
pontes rolantes.

O motor de rotor bobinado é composto por um estator e um rotor.

O estator é semelhante ao dos motores trifásicos já estudados. Apresenta o


mesmo tipo de enrolamentos, ligações e distribuição que os estatores de
induzido em curto.
117

O rotor bobinado usa enrolamentos de fios de cobre nas ranhuras, tal como o
estator.

O enrolamento é colocado no fator com uma defasagem de 12°C, e


seus terminais são ligados a anéis coletores nos quais, através das escovas,
tem-se acesso ao enrolamento.

Ao enrolamento do rotor bobinado deve ser ligado um reostato (reostato de


partida) que permitirá regular a corrente nele induzida, Isso torna
possível à partida sem grandes picos de corrente e possibilita a variação
de velocidade dentro de certos limites reostato de partida é composto de
três resistores variáveis, conjugados por meio de uma ponte que liga os
resistores em estrela, em qualquer posição de seu curso.

O motor trifásico de rotor bobinado é recomendado nos casos em que


se necessita de partidas a plena carga. Sua corrente de partida apresenta
baixa intensidade: apenas uma vez e meia o valor da corrente nominal.
É também usado em trabalhos que exigem variação de velocidade,
pois o
enrolamento existente no rotor, ao fazer variar a intensidade da corrente que
percorre o induzido, faz variar a velocidade do motor.

Deve-se lembrar, porém, que o motor de rotor bobinado é mais caro que os
outros devido ao elevado custo de seus enrolamentos e ao sistema de
conexão das bobinas do roto r, tais como: anéis, escovas, porta-escovas,
reostato.
Em pleno regime de marcha, o motor de rotor bobinado apresenta um
118

deslizamento maior que os motores comuns.

É importante saber que há uma relação entre o enrolamento do estator e o do


rotor. Essa relação é de 3:1, ou seja, se a tensão do estator for 220V, a do
rotor em vazio será de 220/3, ou 73V aproximadamente.

A mesma relação pode ser aplicada às intensidades da corrente. Se a


intensidade no estator for 10A, o rotor será percorrido por uma corrente de
10*3 = 30A. Conseqüentemente, a seção do fio do enrolamento deve ser
calculada para essa corrente. Por isso, os enrolamentos dos induzidos têm fios
de maior seção que os do indutor.

Observação

É importante verificar na plaqueta do motor as correntes do estator e do rotor.

Funcionamento

O princípio de funcionamento do motor com rotor bobinado é o mesmo que o


do motor com roto r em gaiola de esquilo.

A única diferença é que a resistência do enrolamento do rotor bobinado pode


ser alterada, pois esse tipo de roto r é fechado em curto na parte externa,
através de reostatos. Isso permite o controle sobre o valor da corrente que
circula no enrolamento do rotor e, portanto, a variação de velocidade, dentro
de certos limites, mantém o conjugado constante.

Em resumo, pode-se dizer que, para a formação de um campo


girante homogêneo, devem existir duas condições:

• o estator deve ser dotado de três bobinas deslocada entre si de 120°;


• nas três bobinas do estator devem circular três correntes
alternadas senoidais defasadas em 120°, ou seja, 1/3 do período.

Na figura abaixo, vemos que o campo magnético no estator gira em sentido


horário, porque as três correntes alternadas tornam-se ativas,
seqüencialmente, nos três enrolamentos do estator, também em sentido
horário.

Se invertermos a seqüência de fase nos enrolamentos do estator, por meio


de dois terminais de ligação, o campo gira em sentido contrário, isto é, em
119

sentido anti-horário. É desta maneira que se inverte o sentido de rotação


do campo girante e, conseqüentemente, a rotação dos motores trifásicos.

Para determinar a velocidade de rotação do campo girante, é


necessário estabelecer a relação entre freqüência (f) e o número de pares de
pólos (p) pela seguinte fórmula:

𝑓𝑥60
𝑁= (𝑅𝑃𝑀)
𝑃

Motor síncrono de CA

O motor síncrono de CA apresenta a mesma construção de um alternador, e


ambos têm o rotor alimentado por CC. A diferença é que o alternador recebe
energia mecânica no eixo e produz CA no estator; o motor síncrono, por
outro lado, recebe energia elétrica trifásica CA no estator e fornece
energia mecânica ao eixo.

Esse tipo de motor apresenta as seguintes características:


• velocidade constante (síncrona);
• velocidade dependente da freqüência da rede;
• baixa capacidade de arranque.
Por essas características, o motor síncrono é usado quando é necessária uma
velocidade constante.

Funcionamento
A energia elétrica de CA no estatar cria o campo magnético rotativo, enquanto
o rotor, alimentado com CC, age como um ímã.
Um ímã suspenso num campo magnético gira até ficar paralelo ao campo.
120

Quando o campo magnético gira, o ímã gira com ele. Se o campo rotativo for
intenso, a força sobre o rotor também o será. Ao se manter alinhado ao campo
magnético rotativo, o rotor pode girar uma carga acoplada ao seu eixo.

Quando parado, o motor síncrono não pode partir com aplicação direta
de corrente CA trifásica no estator, o que é uma desvantagem.
De modo geral, a partida é feita como a do motor de indução (ou assíncrono).
Isso porque o roter do motor síncrono é constituído, além do enrolamento
normal, por um enrolamento em gaiola de esquilo.

Ligação dos motores trifásicos

Como já foi estudado, o motor trifásico tem as bobinas distribuídas no estator e


ligadas de modo a formar três circuitos distintos, chamados de fases de
enrolamento.

Essas fases são interligadas formando ligações em estrela (Y) ou em


triângulo (Δ), para o acoplamento a uma rede trifásica. Para isso, deve-se
levar em conta a tensão que irão operar.

Na ligação em estrela, o final das fases se fecha em si, e o início se liga à rede.
121

Na ligação em triângulo, o início de uma fase é fechado com o final da


outra, e essa junção é ligada à rede.

Os motores trifásicos podem dispor de 3, 6, 9 ou 12 terminais para a ligação


do estator à rede elétrica. Assim, eles podem operar em uma, duas, três ou
quatro tensões, respectivamente. Todavia, é mais comum encontrar motores
com 6 e 12 terminais.
Os motores trifásicos com 6 terminais só podem ser ligados em duas
tensões uma a 3 maior do que a outra. Por exemplo: 220/380V ou 440/760V.
Esses motores são ligados em triângulo na menor tensão e, em estrela, na
maior tensão.
A figura abaixo mostra uma placa de ligação desse tipo de motor.

Os motores com 12 terminais, por sua vez, têm possibilidade de ligação


em quatro tensões: 220V, 380V, 440V e 760V.

A ligação à rede elétrica é feita da seguinte maneira:

ΔΔ para 220V Δ para 440V


YY para 380V Y para 760V
122

Veja a representação da placa de ligação desse tipo de motor.

Padronização da tensão e da dimensão dos motores trifásicos


assíncronos e síncronos.

Os motores trifásicos são fabricados com diferentes potências e velocidades


para as tensões padronizadas da rede, ou seja, 220V, 380V, 440V e 760V, nas
freqüências de 50 e 60Hz.

No que se refere às dimensões, os fabricantes seguem as normas NEMA,


IEC e da ABNT.

Potência Elétrica

É o trabalho realizado pela corrente elétrica na unidade de tempo.

A grandeza potência elétrica é quem nos informa a capacidade do aparelho


em transformar energia elétrica em outras formas de energia. Portanto,
quanto maior a potência elétrica de um receptor, mais corrente elétrica o
mesmo consome e, mais energia ele produz. Veja o exemplo a seguir.

A lâmpada de esquerda tem uma potência elétrica três vezes maior do que a
lâmpada da direita, como conseqüência, o consumo é proporcional.

Outro exemplo:
123

O mesmo caso se aplica aqui. O motor da esquerda tem potência três vezes
maior que o motor da direita. Logo, tanto a quantidade de energia que o
motor produzirá e o consumo serão cerca de três vezes maior que o motor
da direita.

Desses dois exemplos, podemos perceber as unidades referentes a


potência elétrica usadas para os aparelhos, ou seja:

Lâmpadas e outros aparelhos resistivos =WATT (W)


Motores elétricos em geral =>CAVALO-VAPOR (CV)
HORSE-POWER (HP)

Relação entre “WATT” , “CV” e “HP”:

1 Cavalo-Vapor (CV) = 736 Watts


1 Horse-Power (HP) = 746 Watts
1 Cavalo-Vapor (CV) = 0,9867 HP
1 Horse-Power (HP) = 1,0136 CV
Exemplos:

1) Quantos Watts tem um motor de 7,5 CV?


1 CV ————— 736 Watts
7,5 CV ————— X

7,5 x 736
X = —————
1

X = 5.520 Watts
Logo, um motor de 7,5 CV tem 5520 Watts.
124

2) Quantos Watts possui um motor de 15 HP?

1 HP ———— 746 Watts


15 HP ———— X

15x746
X = —————
1

X = 11.190 Watts

Logo, um motor de 15 HP possui 11.190 Watts

Rendimento e perdas nos motores elétricos

O rendimento do motor, ou seja, a eficiência, esta relacionada diretamente


com as perdas que se produzem com seu funcionamento. Perdas estas das
mais variadas, sendo as mais importantes:

 Perdas por efeito Joule (aquecimento) no estator e no rotor:

As perdas por efeito Joule são as que se verificam nos condutores estatóricos e
rotóricos por efeito da passagem da corrente elétrica.

 Perdas mecânicas:

As perdas mecânicas são as devidas aos atritos nos suportes e à ventilação,


por isso dependem do tipo de suporte, dos processos de lubrificação, dos
sistemas de ventilação e da velocidade de rotação do motor.
Podemos expressar o rendimento dos motores elétricos percentualmente
através de:
Onde:

Pe = potência efetiva em W
Pf = potência final também em W

O cálculo dessas perdas é muito complexo, pois cada tipo de perda tem um
peso diferente para cada tipo de motor. A tabela a seguir mostra como
125

varia o rendimento do motor conforme suas características com relação à


rotação e sua potência elétrica.

R E N D I M E N T O
N ÚSM E R O D E P Ó L O S
CV II IV VI VIII
3600 RPM 1800 RPM 1200 RPM 900 RPM
1 0,809 0,759 0,794 0,750
1,5 0,829 0,795 0,792 0,805
2 0,830 0,825 0,840 0,841
3 0,851 0,848 0,847 0,862
4 0,863 0,862 0,870 0,865
5 0,860 0,873 0,875 0,881
6 0,874 0,880 0,882 0,881
7,5 0,887 0,890 0,893 0,897
10 0,901 0,901 0,901 0,907
12,5 0,905 0,909 0,905 0,910
15 0,910 0,917 0,902 0,914
20 0,920 0,923 0,906 0,919
25 0,915 0,925 0,921 0,927
30 0,923 0,930 0,932 0,930
40 0,931 0,933 0,933 0,930
50 0,932 0,935 0,932 0,936
60 0,927 0,936 0,936 0,941
75 0,934 0,938 0,940 0,944
100 0,939 0,943 0,946 0,945
125 0,934 0,944 0,945 0,952
150 0,938 0,950 0,947 0,954
175 0,943 0,951 0,953
200 0,946 0,953 0,954
250 0,950 0,956

Dados extraídos de catálogo da WEG - Motores de Alto Rendimento (Linha Plus).

O ideal seria que o rendimento de um motor fosse igual a 1, ou seja, que não
houvesse perda nenhuma, mas isso não é possível.

De uma maneira geral, quanto maior a rotação e potência do motor, o rendimento


do mesmo tende a aumentar. O rendimento do motor com relação a carga diminui
em dois casos:
 Se o motor trabalhar com pouca carga;
 Com excesso de carga, principalmente quando é ultrapassada a carga
normal. Daí a importância dos motores estarem dimensionados corretamente
de acordo com o conjugado requerido pela máquina.
Para efeitos de cálculos, o rendimento dos motores é da ordem de 80%. Isto
significa que 20% são perdas.
126

Fator de potência

Fator de Potência é o número que indica o quanto de energia elétrica é


transformada em outras formas de energia. Este número varia entre zero (0) e
a unidade (1).

Um fator de potência igual a 1 indica que o aparelho utilizou toda a energia elétrica
consumida, transformando - a em outras formas de energia. Um aparelho que
apresentasse o fator de potência igual a zero não transformaria nenhuma energia
elétrica, ou seja, estaria desperdiçando toda a energia recebida.

Conseqüências de um baixo fator de potência

a) crescimento da conta de energia elétrica;


b) crescimento na queda de tensão;
c) sobrecarga no sistema elétrico;
d) iluminação reduzida;
e) aumento das perdas de energia por calor.

Causas do baixo fator de potência

a) instalação de lâmpadas fluorescentes;


b) retificadores;
c) equipamentos eletrônicos;
d) motores de indução subcarregados;
e) transformadores em vazio ou superdimensionados.

Objetivos principais da melhoria do fator de potência

a) redução dos custos com energia elétrica;


b) liberação da capacidade do sistema;
c) crescimento do nível de tensão, por diminuição das quedas;
d) redução das perdas do sistema.

Correção do fator de potência


A primeira providência para corrigir o baixo fator de potência é a análise das
causas que levam a utilização excessiva de energia reativa. A eliminação dessas
causas passa pela racionalização do uso de equipamentos superdimensionados,
127

redistribuir cargas pelos diversos circuitos, etc, pode eventualmente, solucionar o


problema de excesso de reativo nas instalações.

A partir destas providências uma forma de reduzir a circulação de energia


reativa pelo sistema elétrico, consiste em produzí-la, o mais próximo da carga,
utilizando um equipamento chamado capacitor.

Instalando-se capacitores junto às cargas indutivas, a circulação de energia


reativa fica limitada a estes equipamentos. Na prática, a energia reativa passa
a ser fornecida pelos capacitores, liberando parte da capacidade do sistema
elétrico e das instalações da unidade consumidora. Isso é comumente
chamado de compensação de energia reativa.

Quando está havendo consumo de energia reativa caracterizando uma situação


de compensação insuficiente, o fator de potência é chamado de indutivo.
Quando está havendo um fornecimento de energia reativa à rede,
caracterizando uma situação de compensação exces- siva o fator de potência é
chamado de capacitivo.

Considerações finais
O decreto n° 479 de 20/03/92 reiterou a obrigatoriedade de se manter o fator de
potência o mais próximo possível da unidade, tanto pelas concessionárias quanto
pelos consumidores.

A nova legislação pertinente, estabelecida pelo Departamento Nacional de Águas


e Energia Elétrica, introduz uma nova forma de abordagem do ajuste pelo
baixo fator de potência, com os seguintes aspectos relevantes: - aumento do
limite mínimo do fator de potência de 0,85 para 0,92, - faturamento de energia
reativa capacitiva excedente e - redução do período de avaliação do fator de
potência de mensal para horário, a partir de 1996.

Fundamentação teórica do fator de potência

Potência ativa (kW): é a energia que realmente é transformada em outra forma


de energia. É a energia elétrica aproveitada, ou seja, a energia que
128

consumimos e pagamos;

Potência reativa (kVar): é a energia trocada entre o gerador e o receptor,


não sendo consumida, portanto é uma energia não transformada, ou seja, não
gera trabalho ne- nhum (desperdício). É a energia que não consumimos mas
pagamos;

Potência aparente (kVA): é a soma vetorial das duas potências anteriores. É a


potência gerada e transmitida a carga.

Formulário para o cálculo das potências ativas (w)

Circuitos monofásicos de corrente alternada:


P = U x I x cosφ

Circuitos trifásicos:
P = U x I x cosφ x √3

Exemplo de placa de identificação de motor trifásico:


129

16. Motor de corrente contínua


16.1. INTRODUÇÃO

As máquinas de corrente contínua podem ser utilizadas tanto como motor


quanto como gerador. Porém, uma vez que as fontes retificadoras de potência
podem gerar tensão contínua de maneira controlada a partir da rede alternada,
pode-se considerar que, atualmente, a operação como gerador fica limitada aos
instantes de frenagem e reversão de um motor.

Atualmente, o desenvolvimento das técnicas de acionamentos de corrente


alternada (CA) e a viabilidade econômica têm favorecido a substituição dos
motores de corrente contínua (CC) pelos motores de indução acionados por
inversores de freqüência. Apesar disso, devido às suas características e
vantagens, que serão analisadas adiante, o motor CC ainda se mostra a melhor
opção em inúmeras aplicações, tais como:

 Máquinas de Papel
 Bobinadeiras e desbobinadeiras
 Laminadores
 Máquinas de Impressão
 Extrusoras
 Prensas
 Elevadores
 Movimentação e Elevação de Cargas
 Moinhos de rolos
 Indústria de Borracha
 Mesa de testes de motores

O objetivo deste texto é fornecer base técnica sobre o motor de corrente


contínua – aspectos construtivos, princípio de funcionamento, controle de
velocidade, vantagens e desvantagens –, e auxiliar o leitor em uma correta seleção.
O capítulo 7.2 apresenta o motor CC e seus aspectos principais: aspectos
construtivos, princípio de funcionamento, controle de velocidade, vantagens e
desvantagens, oferecendo um conteúdo técnico suficiente para o leitor poder
dimensionar um acionamento.
130

16.2. O MOTOR CC

16.2.1. Aspectos Construtivos

O motor de corrente contínua é composto de duas estruturas magnéticas:


Estator (enrolamento de campo ou ímã permanente); Rotor (enrolamento de
armadura).
O estator é composto de uma estrutura ferromagnética com pólos salientes
aos quais são enroladas as bobinas que formam o campo, ou de um ímã
permanente. A figura 5 . 1 mostra o desenho de um motor CC de 2 pólos com
enrolamento de campo.

(a) (b)

Fig. 5.1 –Desenho (a) e foto (b) de um motor CC de 2 pólos

O rotor é um eletroímã constituído de um núcleo de ferro com


enrolamentos em sua superfície que são alimentados por um sistema mecânico
de comutação (figura 5.2). Esse sistema é formado por um comutador, solidário
ao eixo do rotor, que possui uma superfície cilíndrica com diversas lâminas às
quais são conectados os enrolamentos do rotor; e por escovas fixas, que exercem
pressão sobre o comutador e que são ligadas aos terminais de alimentação. O
propósito do comutador é o de inverter a corrente na fase de rotação apropriada de
forma a que o conjugado desenvolvido seja sempre na mesma direção.
131

Os enrolamentos do rotor compreendem bobinas de n espiras. Os dois lados


de cada enrolamento são inseridos em sulcos com espaçamento igual ao da
distância entre dois pólos do estator, de modo que quando os condutores de um
lado estão sob o pólo norte, os condutores do outro devem estar sob o pólo sul.
As bobinas são conectadas em série através das lâminas do comutador, com o
fim da última conectado ao início da primeira, de modo que o enrolamento não
tenha um ponto específico.

Fig. 5.2 – Sistema de Comutação

Todos os motores de corrente contínua da Siemens possuem uma estrutura


magnética completamente laminada, sendo portanto adequados para utilização
com conversor CA/CC, e no caso de processos com alta dinâmica, consegue-se
uma taxa de aumento da corrente de até 250xIN por segundo.

16.2.2. Princípio de Funcionamento

A figura 5.3 mostra, de maneira simplificada, o funcionamento do motor CC de dois


pólos.
132

Fig. 5.3 – Princípio de funcionamento do motor CC

A figura acima é um desenho esquemático simples de um motor onde


o estator é constituído por ímãs permanentes e o rotor é uma bobina de fio de
cobre esmaltado por onde circula uma corrente elétrica. Uma vez que as correntes
elétricas produzem campos magnéticos, essa bobina se comporta como um ímã
permanente, com seus pólos N (norte) e S (sul) como mostrados na figura.
Comecemos a descrição pela situação ilustrada em (a) onde a bobina
apresenta-se horizontal. Como os pólos opostos se atraem, a bobina experimenta
um torque que age no sentido de girar a bobina no sentido anti-horário. A bobina
sofre aceleração angular e continua seu giro para a esquerda, como se ilustra em
(b).
Esse torque continua até que os pólos da bobina alcance os pólos opostos

dos ímãs fixos (estator). Nessa situação (c) – a bobina girou de 90o – não há
torque algum, uma vez que os braços de alavanca são nulos (a direção das forças
passa pelo centro de rotação); o rotor está em equilíbrio estável (força resultante
nula e torque resultante nulo). Esse é o instante adequado para inverter o sentido da
corrente na bobina. Agora os pólos de mesmo nome estão muito próximos e a força
de repulsão é intensa. Devido à inércia do rotor e como a bobina já apresenta um
momento angular “para a esquerda”, ela continua girando

no sentido anti-horário (semelhante a uma “inércia de rotação”) e o novo


133

torque (agora propiciado por forças de repulsão), como em (d), colabora para a
manutenção e aceleração do movimento de rotação.

Mesmo após a bobina ter sido girada de 180o, situação não ilustrada na

figura, o movimento continua, a bobina chega na “vertical” – giro de 270o –, o


torque novamente se anula, a corrente novamente inverte seu sentido, há um

novo torque e a bobina chega novamente à situação (a) – giro de 360o. E o ciclo se
repete.

Essas atrações e repulsões bem coordenadas é que fazem o rotor girar. A


inversão do sentido da corrente (comutação), no momento oportuno, é condição
indispensável para a manutenção dos torques ”favoráveis”, os quais garantem o
funcionamento dos motores.
A comutação consiste na mudança de uma lâmina do comutador, onde as
bobinas são ligadas em série, para a próxima. Durante esta comutação a bobina é
momentaneamente curto-circuitada pelas escovas, o que ajuda a liberar energia a
armazenada, antes de a corrente fluir no sentido oposto. Porém, como essa
inversão de corrente não é instantânea, uma força eletromotriz é induzida na
espira, o que origina uma corrente de curto circuito que circula no coletor, nas
espiras e nas escovas. Após o curto-circuito, a interrupção dessa corrente dá
origem ao aparecimento de faíscas nos contatos das escovas com o coletor, que
podem gerar arcos elétricos perigosos e que danificam o coletor, tendo portanto
que ser eliminadas.
A fim de eliminar as faíscas, torna-se necessário induzir na espira, durante o
curto-circuito, uma força eletromotriz que anule a resultante do processo de
comutação, conseguido através dos pólos de comutação, de menores dimensões
e situados sobre a linha neutra e percorridos pela mesma corrente do rotor. No
entanto estes pólos, além de anularem o fenômeno da comutação, enfraquecem
o fluxo do estator – fenômeno chamado de “reação magnética do rotor”.
Nas máquinas de grandes dimensões esse fenômeno é eliminado através
dos enrolamentos de compensação que, ligados em série com o rotor e
colocados na periferia dos pólos do estator, geram um fluxo com a mesma
intensidade e sentido contrário do fluxo de reação, anulando-o.
A figura 4 mostra um desenho esquemático bastante simplificado de um
134

motor CC com apenas uma bobina, o comutador e as escovas.

Fig. 5.4 – Comutador e escovas

Em sua forma mais simples, o comutador apresenta duas placas de cobre


encurvadas e fixadas (isoladamente) no eixo do rotor; os terminais do enrolamento
da bobina são soldados nessas placas. A corrente elétrica “chega” por uma das
escovas (+), “entra” pela placa do comutador, “passa” pela bobina do rotor, “sai”
pela outra placa do comutador e “retorna” à fonte pela outra escova (-). Nessa
etapa o rotor realiza sua primeira meia-volta. Nessa meia-volta, as placas do
comutador trocam seus contatos com as escovas e a corrente inverte seu sentido
de percurso na bobina do rotor. E o motor CC continua girando, sempre com o
mesmo sentido de rotação.

16.2.3. Controle de Velocidade nos Motores CC

O modelo do circuito elétrico do motor CC é ilustrado na figura 5.5.


135

Fig. 5.5 – Modelo do circuito elétrico do motor CC

A Lei de Kirchhoff aplicada ao circuito de armadura resulta em:

(1)
Onde: Ua = Tensão de armadura

Ra = Resistência da armadura

Ia = Corrente de armadura

E= Força Eletromotriz induzida ou Força Contra-Eletromotriz da


armadura.

Pela Lei da Indução de Faraday, a força eletromotriz induzida é


proporcional ao fluxo e à rotação, ou seja:

(2)
Combinando as eq. (1) e (2), a expressão para a velocidade do motor
CC é dada por:
136

(3)

Onde: n = velocidade de rotação


k1 = constante que depende do tamanho do rotor, do número de
pólos do rotor, e como essas pólos são interconectados.
Φ = fluxo no entreferro

Admitindo-se que a queda de tensão na armadura é pequena, ou

seja, , a expressão (1) se reduz a:

(4)

Portanto, a velocidade é diretamente proporcional à tensão de armadura, e


inversamente proporcional ao fluxo no entreferro.

O controle da velocidade, até a velocidade nominal, é feito através da


variação da tensão de armadura do motor, mantendo-se o fluxo constante.

Velocidades superiores à nominal podem ser conseguidas pela diminuição


do fluxo, mantendo-se a tensão de armadura constante.
Sabendo que o fluxo é proporcional à corrente de campo, ou seja:

(5)
Onde: k2 = constante
If = corrente de campo

Tais velocidades são atingidas através da diminuição da corrente de campo,


mantendo-se a tensão de armadura constante.
O conjugado do motor é dado por:

(6)
137

Onde: C = conjugado eletromagnético do motor


k3 = constante

Como dito anteriormente, o controle de velocidade, até à rotação nominal é feito


através da variação da tensão da armadura, mantendo-se o fluxo constante. Dessa
forma, observando-se a eq. (6) a corrente de armadura se eleva transitoriamente, de
forma apreciável, de modo a produzir o conjugado total requerido pela carga, mais o
conjugado necessário para a aceleração.

O conjugado acelerador incrementa a velocidade da máquina e, de acordo com


a eq. (2), a força eletromotriz induzida no motor também aumenta. Assim, segundo a
eq. (1), a corrente transitória cai até um ponto de equilíbrio, que corresponde à
manutenção do torque exigido pela carga. Esse ponto de equilíbrio é definido pelo
valor da tensão de armadura aplicado e pela queda de tensão na resistência de
armadura, como mostra a eq. (1). Se o conjugado requerido pela carga for
constante, o motor tenderá a supri-lo, sempre absorvendo uma corrente de
armadura também praticamente constante. Somente durante as acelerações
provocadas pelo aumento da tensão, que transitoriamente a corrente se eleva para
provocar a aceleração da máquina, retornando após isso, ao seu valor original.
Portanto, em regime, o motor CC opera a corrente de armadura essencialmente
constante também. O nível dessa corrente é determinado pela carga no eixo. Assim,
no modo de variação pela tensão de armadura, até a rotação nominal, o motor tem a
disponibilidade de acionar a carga exercendo um torque constante em qualquer
rotação de regime estabelecida, como mostra a figura 5.6, que representa as curvas
características dos motores CC. Esse torque pode ser qualquer, até o limite do valor
nominal, que corresponde a uma corrente de armadura nominal, definida por aspectos
térmicos de dimensionamento do motor.
138

Fig. 5.6 – Curvas características de um motor CC

O controle da velocidade após a rotação nominal é feito variando-se o fluxo e


mantendo a tensão de armadura constante e, por isso, chama-se zona de
enfraquecimento de campo.

Pela eq. (4), para se aumentar a velocidade, deve-se reduzir o fluxo, existindo entre
ambos, uma relação hiperbólica. Ainda, combinando as equações (4) e (6), tem-se:

(7)
Portanto, acima da rotação nominal, como tensão e corrente de armadura são
constantes, o conjugado é inversamente proporcional à rotação, como também pode
ser visto na figura 6.

16.2.4. Tipos de Excitação


As características dos motores de corrente contínua são profundamente
afetadas pelo tipo de excitação prevista. A tabela 1 apresenta os diferentes tipos
de excitação e suas respectivas características.
139

Tabela 1 – Tipos de excitação dos motores CC


140

16.2.5. Vantagens e desvantagens dos acionamentos em corrente contínua

Dependendo da aplicação, os acionamentos em corrente contínua são


geralmente os que apresentam os maiores benefícios, também em termos de
confiabilidade, operação amigável e dinâmica de controle. Por outro lado, esse
tipo de acionamento apresenta algumas desvantagens.

16.2.5.1 Vantagens

 Operação em 4 quadrantes com custos relativamente mais baixos


 Ciclo contínuo mesmo em baixas rotações
 Alto torque na partida e em baixas rotações
 Ampla variação de velocidade
 Facilidade em controlar a velocidade
 Os conversores CA/CC requerem menos espaço
 Confiabilidade
 Flexibilidade (vários tipos de excitação)
 Relativa simplicidade dos modernos conversores CA/CC

16.2.5.2 Desvantagens

 Os motores de corrente contínua são maiores e mais caros que os


motores de indução, para uma mesma potência
 Maior necessidade de manutenção (devido aos comutadores)
 Arcos e faíscas devido à comutação de corrente por elemento
mecânico (não pode ser aplicado em ambientes perigosos)
 Tensão entre lâminas não pode exceder 20V, ou seja, não
podem ser alimentados com tensão superior a 900V, enquanto que
motores de corrente alternada podem ter milhares de volts aplicados
aos seus terminais.
 Necessidade de medidas especiais de partida, mesmo em máquinas
pequenas.
141

17. Circuitos de Comando


142
143
144
145
146
147
148
149
150
151
152
153
154
155
156
157
158
159
160
161
162
163

18. Exercícios
Exercícios comando 1

1) Explique como funciona o circuito a seguir e calcule a corrente elétrica de cada


lâmpada:

2) Desenhe um circuito elétrico onde uma botoeira b1(NA) acione duas


lâmpadas(L1,L2) ligadas em paralelo, e outra botoeira b2(NA) acione outra
lâmpada(L3), considere a rede de alimentação e todas as lâmpadas de 220V.

3) Em uma rede de 220V, desenhe um circuito usando três botoeiras onde a


botoeira b1(NA) acione a lâmpada (L1) e a botoeira b2(NA) acione a lâmpada (L2)
e a botoeira b3(NA) acione a lâmpada (L3). Desenhe o circuito de forma que a
lâmpada (L1) nunca acenda junto com a lâmpada (L2), mesmo que todas as
botoeiras sejam acionadas ao mesmo tempo.

4) Elabore um circuito elétrico onde uma botoeira b1 quando acionada faça


acender uma lâmpada (L1) e ao mesmo tempo faça apagar uma lâmpada (L2). L2
deve estar normalmente acesa. Quando acionarmos a botoeira (b2), uma
lâmpada (L3) deverá acender e ao mesmo tempo a lâmpada (L2) deverá se
apagar.
164

5) Elabore um circuito onde uma lâmpada (L1) seja acionada por uma botoeira
b1(NA) ou por uma botoeira b2, e duas lâmpadas L2 e L3 ligadas em paralelo
sejam acionas por uma botoeira b3(NA). Quando L1 estiver acesa L2 e L3 não
poderão acender-se.

6) Desenhe um circuito com três lâmpadas de forma que duas sejam acionadas
juntas por uma chave e a outra seja acionada por outra chave.

7) Desenhe um circuito com quatro lâmpadas de forma que duas sejam acionadas
juntas por uma chave e as outras duas sejam ligadas em série e acionadas por
outra chave.

Exercícios de comando 2

1) Elabore circuitos elétricos usando lâmpadas e botoeiras de forma que obedeça


a seguinte ordem de operação:

2) Elaborar um circuito elétrico onde uma botoeira (b1) quando acionada irá ligar
uma lâmpada (L1) e uma botoeira (b2) ao ser acionada ligará uma lâmpada (L2),
e ao mesmo tempo desligará outra lâmpada (L3). Construa o circuito de tal forma
165

que quando se acionar as duas botoeiras juntas todas as lâmpadas se apaguem.

3) Desenhe um circuito que uma lâmpada (L1) seja ligada quando tivermos
somente b1 acionada ou somente b2 acionada. E outra lâmpada (L2) esteja
normalmente acesa e só se desligue quando for pressionado b1 e b2 ao mesmo
tempo.

4) Elabore um circuito elétrico onde uma lâmpada (L1) seja ligada por uma chave
fim de curso (FC1) ou por uma botoeira (b1). E outra lâmpada (L2) seja ligada
quando tivermos acionadas a chave fim de curso (FC1) e a botoeira (b1)
acionadas ao mesmo tempo.

5) Elabore um circuito elétrico onde umas lâmpadas (L1) seja ligada quando
tivermos a botoeira (b1) e a chave fim de curso(CF1) acionadas ao mesmo tempo
ou não acionadas ao mesmo tempo. Outra lâmpada (L2) deverá acender quando
a botoeira (b1) for acionada junto com outra botoeira (b2).

6) Elabore um circuito elétrico onde uma lâmpada (L1) seja acionada por uma
bóia ou por uma botoeira (b1). Quando uma botoeira (b2) for acionada a lâmpada
(L1) não poderá se acender mesmo que se acione a bóia ou a botoeira (b1).

7) Desenhe um circuito onde uma lâmpada acenda quando tivermos com um


ambiente cheio de luz e apague quando tivermos um ambiente sem luz.

8) Elabore um circuito onde uma lâmpada (L1), seja acionada por uma fotocélula
em uma rede de 220V ou por uma botoeira (b1). Coloque outra botoeira (b2) de
forma que quando b2 for acionada a lâmpada não poderá acender mesmo que se
acione b1 ou pela fotocélula.

9) Elabore um circuito elétrico onde uma lâmpada seja acionada por um sensor de
proximidade de forma que quando aproximarmos um elemento metálico deste
sensor a lâmpada deverá acender e quando retirarmos o elemento metálico a
lâmpada deverá apagar.
166

10) Elabore um circuito elétrico onde uma lâmpada (L1) normalmente acesa seja
desligada por uma chave fim de curso ou por uma botoeira. Outra lâmpada (L2)
normalmente acesa deverá ser desligada por um sensor ou pela chave fim de
curso.

Exercícios de comandos 3

1)Desenhe um circuito onde os contatos principais de um contator sejam usados


para acionar três lâmpadas (L1, L2, L3). Use uma botoeira b1 para ligar o circuito
de forma que quando pressionada ligue o contator, e este permaneça ligado até
que se pressione b0 que irá desligar o contator.

2) Projete um circuito usando 3 contatores de forma que se tenha uma botoeira


para ligar e outra para desligar cada um deles sendo que:

contator 1 acionado L1 acesa L2 e L3 apagadas;

contator 2 acionado L2 acesa L1 e L3 apagadas;

contator 3 acionado L3 acesa L2 e L1 apagadas.

3)Desenhe um circuito usando dois contatores e duas botoeiras de forma que


quando for ligada a alimentação, um contator (K1) esteja em trabalho e o outro
(K2) esteja em repouso. Ao acionarmos a botoeira (b1) o contator K1 entre em
repouso e o contator K2 entre em trabalho. Com K1 acionado acende L1; com K2
acionado acende L2.

4)Desenhe um comando de três lâmpadas que sejam acionadas por um contator.


Este contator será acionado de duas formas: por uma botoeira b1 ou por uma
chave fim de curso FC1; e será desligado de duas formas: por uma outra botoeira
b0 ou por uma outra chave fim de curso FC0.
167

5)Projete um circuito onde um contator seja acionado por uma chave fim de curso
FC1 e permaneça ligado até seja pressionada outra chave fim de curso FC0.

contator em repouso - L1 acesa e L2 apagada

contator em trabalho - L1 apagada e L2 acesa

6) Desenhe um circuito usando 10 contatores de forma que quando acionarmos


b1 ligue o contator K1 que fecha seu contato NA fazendo com ligue K2 que fecha
seu contato NA fazendo com ligue K3 que fecha seu contato NA fazendo com
ligue K4 e assim sucessivamente ate que se chegue em K10. Use uma botoeira
b0 para desligar todos os contatores.

7)Projete um circuito elétrico onde um contator seja ligado somente quando


tivermos sem luz no ambiente e seja desligado quando tivermos com luz no
ambiente. Use os contatos abertos do contator para acionar duas lâmpadas.

8) Projete um circuito elétrico onde um contator seja ligado somente quando


tivermos com luz no ambiente e seja desligado quando tivermos sem luz no
ambiente. Use os contatos abertos do contator para acionar duas lâmpadas.

9)Projete um circuito elétrico onde ao pressionarmos uma botoeira(b1) um


contator (K1) será acionado com selo e ao mesmo tempo um contator (K2) seja
acionado e uma lâmpada(L2) seja ligada, com K2 acionado ao se acionar uma
botoeira b2 fará com que um contator (K3) seja acionado com selo e uma
lâmpada (L1) seja ligada, ao ser K3 acionado ele fará com que K2 seja desligado.

Exercícios de comandos 4

1)Desenhe um circuito que ao se acionar a botoeira b1 acione o contator K1, ao

se acionar a botoeira b2 acione o contator K2, estando K1 acionada K2 não


168

poderá acionar, e estando K2 acionado K1 não poderá acionar. Use outra


botoeira b0 para desligar os dois contatores. K1 fará acender uma lâmpada L1 e
K2 fará acender uma lâmpada L2. Com nenhum contator acionado a lâmpada L3
deverá acender.

2)Desenhe um circuito usando dois contatores de forma que quando acionarmos


b1 ligue o contator K1 e ao acionarmos b2 ligue o contator K2 e desligue K1
estando K2 acionado ao acionarmos b1 ligue K1 e desligue K2. Use uma botoeira
b0 para desligar os dois contatores. K1 faz acender L1 e K2 faz acender L2.

3)Desenhe um circuito usando três contatores e três botoeiras de forma que ao


acionarmos b1 acione um contator (K1) e outro (K3) , ao acionarmos a botoeira
(b2) acione o contator K1 e o contator K2 . Com K1 acionado acende L1; com K2
acionado acende L2; com K3 acionado acende L3. Use uma botoeira b0 para
desligar os três contatores. OBS.: nunca K2 e K3 poderão ficar acionados ao
mesmo tempo.

4)Desenhe um comando com quatro contatores e cinco botoeiras de forma que


b1 acione K1 e K3; b2 acione K1 e K4; B3 acione K2 e K3; b4 acione K2 e K4.
Use uma botoeira b0 para desligar os quatro contatores. Com K1 acionado
acende L1; com K2 acionado acende L2; com K3 acionado acende L3; com K4
acionado acende L4. OBS.: nunca K2 e K1 poderão ficar acionados ao mesmo
tempo; Nunca K3 e K4 poderão ficar acionados ao mesmo tempo.

5)Projete um circuito para um portão elétrico automático de forma que ao


acionarmos uma botoeira b1 liga-se um motor M1 que irá abrir o portão, ao final
do curso deste portão uma chave fim-de-curso FC1 desligará o motor M1. Ao
acionarmos uma botoeira b2 liga-se um motor M2 que irá fechar o portão, ao final
do curso deste portão uma chave fim-de-curso FC2 desligará o motor M2. Use
uma botoeira b0 para desligar os motores a qualquer instante.
169

6)Projete um circuito usando 3 contatores de forma que se tenha uma botoeira b1


para ligar K1 e uma botoeira b2 para ligar K2. ao se acionar K1 e K2, eles farão
com que ligue um contator K3 que por sua vez irá desligar K1 e K2 ficando
somente K3 acionado. Use uma botoeira b0 para desligar os contatores utilizados.

contator 1 acionado L1 acesa L2 apagada;

contator 2 acionado L2 acesa L1 apagada;

contator 3 acionado L3 acesa L2 apagada.

Exercícios de Eletricidade (motores elétricos)

1) Defina o que é corrente de fase e corrente de linha

2) Qual a fórmula que usamos para calcular a tensão de linha no:


a) fechamento estrela.

b) fechamento triângulo.

3) Calcule a potência elétrica de um motor trifásico que consome 3,8A por linha
quando ligado em uma rede de 380V e:
a) fechado em triângulo.
b) fechado em estrela.

4) Calcule a potência elétrica de um motor trifásico que consome 2,2A por fase
quando ligado em uma rede de 380V e:
a) fechado em estrela.
b) fechado em triângulo.

5)Represente usando os símbolos de enrolamentos (bobinas) o fechamento


estrela e o fechamento em triângulo.

6)Nos motores monofásicos, qual é a função do enrolamento de partida?


170

7) Desenhe os fechamentos de 110V e 220V dos motores monofásicos e coloque


também a numeração dos fechamentos.

8) Desenhe a chave de partida direta, usando uma lâmpada para indicar quando o
motor esta ligado.

9) No circuito da questão anterior quando apertamos a botoeira NA, o motor


começa a girar. Sabemos que a botoeira esta circuito de comando, com isso qual
a explicação para o fato de um elemento de comando acionar o motor que esta no
circuito de carga.

10)Qual a função dos fusíveis usados no circuito de carga das chaves de


comando?

11) Desenhe a chave de partida direta com reversão, e explique como fazemos a
inversão de rotação de motor.

12) Desenhe uma chave de partida estrela triangulo. Usando uma botoeira para a
partida estrela e outra para a partida triângulo.
Sugestão: Comece pelo circuito de carga.

13) Explique o processo de funcionamento do relê térmico atuando no circuito da


questão 12.

Exercícios de comandos (temporizador)

1) Desenhe um circuito elétrico onde um contador seja acionado por um sensor


(com selo), este contator deverá ligar uma lâmpada L1 durante 15 segundos.

2) Projete um pisca-pisca para lâmpadas de natal onde num intervalo de 2


segundos duas lâmpadas estarão ligadas alternadamente.
171

3) Desenhe um circuito onde um contator (K1) será acionado por uma botoeira b1,
e após 10 segundos seja acionado outro contator (K2), que deverá permanecer
acionado por 15 segundos, após esse período se desligará todos os contatores.
K1 deverá acionar L1 e K2 deverá acionar L2.

4) Desenhe um circuito com duas botoeiras onde:


b1 aciona K1 que liga L1 por 5 segundos
b2 aciona K2 que liga L2 por 5 segundos
Nunca K1 poderá ser acionado junto com K2, mesmo que se pressione as duas
botoeiras ao mesmo tempo.

5) Projete um circuito que faça com que 4 lâmpadas sejam acionadas em


sequência com um intervalo de 3 segundos, ao final da última lâmpada todas
deverão apagar e o processo recomeçar automaticamente, para se iniciar o
seqüencial use uma botoeira b1 e para encerrar use uma botoeira b0.

6) Usando um único relé de tempo projete um circuito onde 5 cinco contatores


sejam acionados de 5 em 5 segundos, use uma botoeira para acionar o processo
e uma para interromper o processo a qualquer instante. Ao final do processo
todos os contatores deverão estar acionados.

Exercícios de comando 5

1) Projete um semáforo que registre vinte segundos na luz verde dois segundos
na luz amarela e quinze segundos na luz vermelha para uma rua que esta sendo
cruzada por uma avenida.

2) Desenhe um circuito constituído por quatro chaves fim de curso, seis


contatores e por seis motores elétricos trifásicos. Cada motor será acionado por
um contator que por sua vez será acionado por uma botoeira (b1 a b6), ou por
uma combinação de chaves fim de curso, da seguinte forma:
da chave de partida reversora com bloqueio e outro circuito com intertravamento.
172

4) Desenhe um circuito para comandar o circuito de carga da chave de partida


estrela triângulo manual (uma botoeira para estrela e outra para triângulo).

5) Desenhe um circuito para comandar o circuito de carga da chave de partida


estrela triângulo automática (com temporizador de estrela para triângulo). Não se
esqueça de colocar sistema de proteção para evitar curto circuito.

6) Desenhe um circuito para comandar o circuito de carga da chave de partida


estrela triângulo automática (com temporizador de estrela para triângulo) com
reversão. Não se esqueça de colocar sistema de proteção para evitar curto
circuito.

7) Desenhe um circuito para comandar o circuito de carga da chave de partida


compensadora (autotransformador). Não se esqueça de colocar sistema de
proteção para evitar curto circuito.

8) Desenhe um circuito para comandar o circuito de carga da chave de partida


compensadora (autotransformador) com reversão. Não se esqueça de colocar
sistema de proteção para evitar curto circuito.

9) Desenhe um circuito para comandar o circuito de carga da chave de partida de


motor de duas velocidades. Não se esqueça de colocar sistema de proteção para
evitar curto circuito e de comutação de velocidades.

10) Desenhe um circuito para comandar o circuito de carga da chave de partida


de motor de três velocidades. Não se esqueça de colocar sistema de proteção
para evitar curto circuito e de comutação de velocidades.

11) Desenhe um circuito para comandar o circuito de carga da chave de partida


série-paralela estrela Não se esqueça de colocar sistema de proteção para evitar
curto circuito e de comutação de serie para paralelo.
173

12) Desenhe um circuito para comandar o circuito de carga da chave de partida


série-paralela triângulo Não se esqueça de colocar sistema de proteção para
evitar curto circuito e de comutação de serie para paralelo.

13) Desenhe um circuito para comandar o circuito de carga da chave de partida


série-paralela estrela-triângulo Não se esqueça de colocar sistema de proteção
para evitar curto circuito e de comutação de serie para paralelo e de estrela para
triângulo.

14) Desafio: Desenhe um circuito onde uma botoeira b1 (NA somente) ao ser
acionada a primeira vez ligue um contator K1 e ao ser acionada a segunda vez
desligue o mesmo K1. Obs não se pode outros contatos da botoeira e nem
temporizador.
Obs.: todos esses comandos serão novamente desenhados porém usando PLC.

15)observe o esquema a seguir:

Projete um semáforo para este cruzamento de forma que se tenha para a


avenida:
20 segundos na luz verde, 22 na luz vermelha , 2 na luz amarela
e para a rua:
20 segundos na luz verde, 22 na luz vermelha , 2 na luz amarela.
174

Exercícios (chaves de partida)

1) Desenhe o fechamento estrela e o fechamento triângulo(com a numeração) e


diga qual é para menor tensão e qual é para maior tensão.

2) Qual o problema da chave de partida direta com relação ao início da partida do


motor.

3) Desenhe a chave de partida estrela-triângulo e diga qual a sua função.

4) deseja-se montar uma chave reversora para um motor que consome uma
corrente nominal de 4A, e consome uma corrente de partida de 14A. Sabendo
que o relé térmico e os contatores devem ser regulados para 25% a mais que a
corrente do motor, e que os fusíveis devem ser 10% acima da corrente do motor.
Calcule qual deve ser a corrente dos fusíveis, do relé, e dos contatores.

5) No circuito da questão anterior se usarmos uma chave estrela-triângulo para a


partida a corrente de partida irá cair para 9A. De posse desse dado calcule de
novo a corrente para os fusíveis, o relé, e os contatores.Obs.: observe o diagrama
das duas chaves de partida.

6) Trocando-se o motor da questão 4 por outro que possua uma corrente nominal
de 12A, e consome uma corrente de partida de 40A, calcule os valores da
corrente para os fusíveis, o relé, e os contatores das questões 4 e 5.
175

7) Observe o esquema:

desenhe o circuito elétrico para fazer funcionar o esquema a seguir (carga e


comando).
176

Referências Bibliográficas

[1] LOBOSCO, O. S., DIAS, J. L. C. “SELEÇÃO E APLICAÇÃO DE MOTORES


ELÉTRICOS ”. McGraw-Hill, Volume 1.

[2] Apostila de motores de corrente de continua – Siemens.

[3] Apostila de máquinas e comandos elétricos – Senai.

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