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ELÉTRICAS II
Introdução
As máquinas de indução são amplamente utilizadas, especialmente nas
mais diversas aplicações industriais, nos motores de indução. Dessa forma,
entender o funcionamento de um motor de indução é algo indispensável.
Neste capítulo, você verá como definir as tensões induzidas que são
produzidas no rotor desses motores, bem como a força que também é
induzida e o conjugado resultante. Na sequência são exibidas as relações
existentes entre a velocidade do campo magnético girante, produzido
no estator e a velocidade do rotor. Por último, você compreenderá como
calcular a frequência do circuito do rotor, denominada frequência do rotor,
além das análises referentes ao conjugado que é induzido no motor e sua
relação com as velocidades, a frequência e as tensões que são induzidas
no próprio rotor.
Sabe-se que esse movimento é capaz de gerar alguns efeitos, o que inclui
uma tensão induzida nele, dada conforme a Equação (1) (CHAPMAN, 2013):
(1)
F = q(E + v × B) (2)
Fv = J × B (3)
Considerando a Figura (3), percebe-se, ainda, que a força induzida pode ser
tomada também como uma relação vetorial da corrente, conforme apresentado
pela Equação (4):
(4)
Figura 4. Espira simples, girando dentro de um campo magnético uniforme. (a) Vista
frontal. (b) Vista da bobina.
Fonte: Chapman (2013, p. 153).
6 Motores de indução II
A tensão total é dada por todas as contribuições dos pontos da espira, tal
que (CHAPMAN, 2013):
Considere um motor de rotor cilíndrico, que contém uma bobina de única espira,
imerso em um campo magnético uniforme (módulo B0), conforme figura a seguir.
Deseja-se calcular a força induzida, estimada para cada um dos fios que fazem parte
do rotor. Considere que a corrente é 10 A, o campo magnético é 0,01 T, o raio da espira
é 0,025 m e o comprimento do rotor é de 50 cm.
Motores de indução II 7
Como a espira é circular, seus lados estão a uma distância R, e, como visto, o fio
conduz uma corrente I. Para calcular a força, é necessário expressar a corrente elétrica
em função da densidade. Para isso, sabe-se que a seguinte relação é válida, pois a
corrente líquida em um fio pode ser calculada pela integral da densidade na área da
seção reta do fio:
e para o fio 2:
Figura 5. Dedução da força e do conjugado induzido, para uma espira simples em rotação
em um campo magnético.
Fonte: Chapman (2013, p. 157).
magnético no estator (Bs), e sabe-se que ele está girando em sentindo anti-
-horário, com velocidade dada por (CHAPMAN, 2013; UMANS, 2014):
(10)
(13)
(14)
Pode-se dizer, por exemplo, que um dado motor de indução opera com um
escorregamento de s = 0,02, ou seja, de 2%, neste caso. Além disso, se o motor
está à velocidade síncrona, significa que o escorregamento é nulo; se ele está
parado, o escorregamento é máximo. Essa velocidade do motor também pode
ser expressa em função do escorregamento e da velocidade síncrona, tal que:
Frequência no rotor
Como já visto, o movimento relativo entre o campo magnético girante no
estator e o rotor induz tensões. A frequência do sinal senoidal dessas tensões
é dada pela relação:
Fr = sfs (17)
(19)
Essa relação é algo usual, que ocorre quando o motor está operando com tensão e
frequências constantes. Pode-se, então, a partir delas, analisar o seu funcionamento.
Sabe-se que, em condição normal de funcionamento, denominada à plena carga,
o escorregamento varia entre 2 e 10%. Isso significa que a frequência do rotor será
bem pequena, considerando-se que, nesse caso, ela é dada por sfs, e a frequência de
alimentação do motor seja 60 Hz. Logo, calcula-se que:
Assim, sabe-se também que, para baixas frequências, a impedância do rotor inde-
pende do escorregamento do motor e será predominantemente resistiva, ao passo
que a tensão induzida é proporcional ao escorregamento, além de adiantar-se em 90°
em relação ao campo líquido. Com o rotor em curto-circuito, a corrente que circula
nele é dada pela multiplicação entre o negativo da tensão induzida e a densidade
do campo magnético girante do estator, dividido pela impedância do rotor. Logo,
essa corrente é proporcional à tensão induzida e ao escorregamento, além de estar
defasada da tensão em 180°, o que permite admitir que, dentro desse intervalo onde
o escorregamento é menor, o conjugado também é proporcional ao escorregamento.
20 Motores de indução II
À plena carga, o conjugado pode ser expresso, ainda, pela seguinte relação,
em função da potência de saída do motor:
(21)
Motores de indução II 23
Considere um motor de indução com seis polos, cujo estator é alimentado por uma
rede que fornece 220 V a 60 Hz. Além disso, a potência do motor é 10 HP, ele está
ligado em estrela, e o escorregamento à plena carga vale s = 0,05.
Determine:
a) a velocidade do campo magnético girante do estator.
■■ Primeiro, pede-se para determinar a velocidade do campo girante do estator.
Logo, determina-se a velocidade síncrona, dada pela Equação (7):
nsinc = 120fs/P = 120 . 60/6 = 1.200 rpm.