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Elemento de competência 2

Densidade do campo magnético

Campo Magnético é a região ao redor de um imã, na qual ocorre um efeito magnético.


Esse efeito é percebido pela acção de uma Força Magnética de atracção ou de repulsão.
O campo magnético pode ser definido pela medida da força que o campo exerce sobre o
movimento das partículas de carga, tal como um electrão.
A Densidade de Campo Magnético também conhecida como Densidade de Fluxo
Magnético ou Simplesmente Campo Magnético, é uma grandeza vectorial
representada pela letra B, cuja unidade é o Tesla1 (T) e é determinada pela relação entre
o Fluxo Magnético φ e a área de uma dada superfície
Perpendicular à direcção do fluxo magnético. Assim:

Onde:
B – Densidade de Campo Magnético ou Densidade de Fluxo Magnético, Tesla (T);
φ - Fluxo Magnético, Weber (Wb);
A – área da seção perpendicular perpendicular ao fluxo magnético, m2.

Exemplo 3.1.
Um fluxo magnético de 8 ×10−6 WB atinge perpendicularmente uma superfície de 2 cm2.
Determine a densidade de fluxo B.
Temos: 2 cm 2=2 ×10−4 m2 Substituindo na equação:

Campo Magnético gerado em torno de um Condutor Rectilíneo


A intensidade do campo magnético gerado em torno de um condutor rectilíneo
percorrido por corrente eléctrica depende da intensidade dessa corrente. Uma corrente
intensa produzirá um campo intenso, com inúmeras linhas de campo que se distribuem
até regiões bem distantes do condutor. Uma corrente menos intensa produzirá poucas
linhas numa região próxima ao condutor.
Figura1: Representação do campo magnético em função da intensidade da
corrente

O vector B que representa a Densidade de Campo Magnético ou Densidade de Fluxo


em qualquer ponto apresenta direcção sempre tangente às linhas de campo no ponto
considerado. Isso pode ser comprovado pela observação da orientação da agulha de uma
bússola em torno de um condutor percorrido por corrente eléctrica.

Figura2: Vector Campo magnético tangente às linhas de campo.


A Densidade de campo magnético B num ponto p considerado, é directamente
proporcional à corrente no condutor, inversamente proporcional à distância entre o
centro do condutor e o ponto e depende do meio. Matematicamente, tem-se que:

Onde:
B = Densidade de campo Magnético (ou Densidade de Fluxo Magnético) num ponto p
[T, Tesla];
r = distância entre o centro do condutor e o ponto p considerado [m];
Ι = Intensidade de corrente no condutor [A].
μ = Permeabilidade magnética do meio [T.m/A]

Campo Magnético gerado no centro de uma Espira Circular


Um condutor em forma de espira circular quando percorrido por corrente eléctrica é
capaz de concentrar as linhas de campo magnético no interior da espira, Isso significa
que a densidade de campo magnético resultante no interior da espira é maior que a
produzida pela mesma corrente no condutor rectilíneo.

Para a determinação do campo magnético no centro de uma espira circular, a regra da


mão direita também é válida. O polegar indica o sentido da corrente eléctrica na espira e
os demais dedos da mão direita, o sentido das linhas de campo magnético que envolvem
o condutor da espira circular.

Onde:
B = é a densidade de campo magnético no centro da espira circular [T, Tesla];
R = raio da espira [m];
Ι = Intensidade de corrente na espira circular [A].
μ = Permeabilidade magnética do meio [T.m/A]

Campo Magnético gerado no centro de uma Bobina Longa ou Solenóide


Um Solenóide é uma bobina longa obtida por um fio condutor isolado e enrolado em
espiras iguais, lado a lado, e igualmente espaçadas entre si, como mostra a figura 3.
Quando a bobina é percorrida por corrente, os campos magnéticos criados em cada uma
das espiras que formam o solenóide somam-se e o resultado final, é idêntico a um
campo magnético de um imã permanente em forma de barra.

Figura3: Linhas do Campo Electromagnético criado por uma bobina percorrida


por corrente

O campo Magnético gerado no centro de uma Bobina Longa ou Solenóide é dado por:

B = é a densidade de campo magnético no centro do solenóide [T, Tesla];


N = número de espiras do solenóide;
Ι = é a intensidade de corrente eléctrica que percorre o solenóide [A];
l = comprimento longitudinal do solenóide [m].
μ = Permeabilidade magnética do meio (núcleo do solenóide) [T.m/A]

Campo magnético gerado por uma tiróide


Uma bobina toroidal (ou simplesmente, tiróide) é um solenóide em forma de anel, como
mostra a figura 4. Seu núcleo pode ser de ar ou de material ferromagnético. Geralmente
as bobinas toroidais são feitas com núcleos de ferrite.

Figura4: tiróide
Os tiróides são o tipo de bobinas capazes de proporcionar a maior concentração das
linhas de campo magnético. Pode ser provado matematicamente que a densidade de
campo magnético no interior das espiras (no núcleo) do tiróide é dada por:

Onde:
B – densidade de campo magnético no interior do núcleo do tiróide, [T];
μ - Permeabilidade magnética do meio no interior das espiras do tiróide (núcleo);
N – número de espiras da bobina toroidal;
I – intensidade de corrente no condutor da bobina, [A];
R – raio médio do tiróide, [m].

Força Electromagnética sobre um Condutor Rectilíneo


Seja, por exemplo, um condutor rectilíneo colocado entre os pólos de um íman em
forma de ferradura, como mostra a figura 5. Quando este condutor for percorrido por
corrente uma força é exercida sobre ele. Esta força não age na direcção dos pólos do
íman mas na direcção perpendicular às linhas do campo magnético. Se o sentido da
corrente for invertido, a direcção da força continua a mesma, mas há uma inversão no
sentido da força exercida sobre o condutor.

Figura 5: Sentido da força sobre o condutor.

O módulo do vector força magnética que age sobre o condutor pode ser dado por:

Onde:
F – intensidade do vector força electromagnética [N];
B – densidade de campo magnético ou densidade de fluxo magnético [T];
l - comprimento activo do condutor sob efeito do campo magnético [m];
θ - Ângulo entre as linhas de campo e a superfície longitudinal do condutor [o ou rad]

Observação: devemos lembrar que o comprimento ℓ não é necessariamente o


comprimento total do condutor, mas apenas a parte activa, ou seja, o comprimento que
está sob a acção do campo magnético uniforme.
Figura 6 – Força magnética sobre um condutor rectilíneo.

Figura 7 – Força magnética depende do ângulo de incidência do campo magnético.

Se o campo magnético não for uniforme ou se o condutor não for rectilíneo (ou seja, θ
variável), temos:
Onde:
dF – força infinitesimal actuando no comprimento diferencial dℓ do condutor, [N];
dℓ - comprimento diferencial, [m];
B – vector densidade de campo magnético, [T].
A força total que age sobre o condutor deverá, neste caso, ser determinada por
integração.

Exemplo 2
Um condutor rectilíneo é percorrido por uma corrente eléctrica de 5A e está com 20cm
de seu comprimento Longitudinal imerso em um campo magnético uniforme de 3T que
o atinge fazendo um ângulo de 30o, como Mostra a figura. Determine o vector força
electromagnética resultante (módulo, direcção e sentido).

Força Electromagnética sobre uma partícula carregada:


No estudo anterior vimos que um condutor percorrido por corrente eléctrica e inserido
num campo magnético sofre a acção de uma força electromagnética. Como a corrente é
provocada pelo movimento de cargas eléctricas, podemos verificar que um movimento
livre de partículas carregadas electrostaticamente também sofre a acção de forças
electromagnéticas quando atravessam um campo magnético.

Uma partícula carregada electrostaticamente e em movimento dentro de um


campo magnético sofre a acção de uma força electromagnética.

Dependendo da situação, essa força pode desviar a trajectória da partícula carregada,


como mostra a figura 9.
Figura 10 – Desvio de trajectória de partículas em movimento na direcção
transversal à do campo
Assim, a intensidade da força magnética sobre uma partícula carregada em movimento
dentro de um campo magnético pode ser dada pela expressão:

Onde:
F – módulo do vector força magnética resultante sobre a partícula carregada [N];
B – módulo da densidade de campo magnético ou densidade de fluxo [T];
q – quantidade de carga eléctrica da partícula [C];
v – velocidade de deslocamento [m/s]
θ - Ângulo entre a direcção de deslocamento e as linhas de campo [o ou rad]

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