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UNIMEP

Universidade Metodista de Piracicaba


Centro de Tecnologia
Campus de Sta. Barbara D’Oeste

Lei de Lenz
Disciplina: Eletrotécnica
Aluno: Paulo José Alves dos Santos RA 98.3026-6

Lei de Lenz

Podem-se analisar as trocas de energia num circuito elétrico e um campo magnético.


Considere-se portanto o sistema indicado na figura 01, constituído por um campo
magnético existente entre os pólos magnéticos N e S de um magneto, e o condutor AB, o qual
constitui a parte móvel do circuito ABCD imerso neste campo.
Figura 01

No instante inicial o condutor está parado, e no circuito ABCD não circula corrente
alguma, pois nenhuma f.e.m. existe nele. Deslocando-se o condutor AB de maneira que este
corte as linhas de indução do campo, por exemplo, no sentido (a), pode-se observar que o
galvanômetro G acusa um desvio, revelando a presença de uma corrente no circuito. Tal
desvio que dizer que o deslocamento do condutor AB produziu nele uma f.e.m. induzida a
qual é a causa da corrente acusada pelo galvanômetro . O desvio no galvanômetro permanece
durante todo o tempo do deslocamento do condutor, anulando-se no mesmo instante em que o
condutor pára. Este desvio é tanto maior quanto mais rápido for o deslocamento do condutor
na unidade de tempo.
Observa-se também que, invertendo-se o sentido de deslocamento do condutor,
inverte-se o desvio do galvanômetro; isto que dizer que o sentido da f.e.m. induzida dependo
do sentido da variação do fluxo.
Nenhum desvio do galvanômetro se verifica, e portanto nula é a f.e.m. induzida, se o
condutor desloca-se ao longo de sua direção ou paralelamente à direção do campo, sendo,
neste caso, nula a variação das linhas de indução que atravessam o circuito ABCD.
Considere agora o sistema no intervalo de tempo em que o condutor AB se desloca no
sentido (a); neste intervalo ele será atravessado por uma corrente I. O sentido desta corrente é
determinado pelo sentido do desvio do galvanômetro e corresponde ao indicado na figura 01.

Sabe-se que, quando um condutor percorrido por corrente está imerso num campo magnético,
sobe o condutor age uma força dirigida normalmente para o condutor e para o campo. Tal
força F, neste caso, é dirigida no sentido indicado na figura 01, isto é, no sentido contrário ao
do deslocamento (a). Assim sendo, a força F é dirigida de maneira a se opor ao deslocamento
que produz a corrente da qual a força F tem origem. Nisto consiste a leis de LENZ que
precisamente diz:
"A corrente induzida num circuito por efeito do seu deslocamento num campo
magnético, tem sempre sentido tal que produz forças eletromagnéticas que se opõem ao
deslocamento. O trabalho que se deve empregar, para produzir o deslocamento considerado,
contra a ação destas forças que o impedem, é em cada intervalo de tempo perfeitamente
equivalente à energia elétrica que se gera naquele intervalo".
Esta lei se apresenta evidentemente como conseqüência natural do princípio da
conservação da energia e oferece a possibilidade de se produzir a energia elétrica por meio de
oportuno deslocamento de um condutor num campo magnético.
No que diz respeito aos efeitos magnéticos do fenômeno, observa-se que o
deslocamento do condutor da figura 01 é feito no sentido em que a área do circuito tende a
diminuir. A corrente gerada por este deslocamento é dirigida no sentido em que o fluxo por
ela produzido, no interior do circuito, soma-se ao fluxo indutor. Pelo exposto resulta que o
efeito da corrente induzida tende a manter constante o fluxo que atravessa o circuito elétrico
induzido, contrastando, assim, a variação de fluxo a ser produzida pelo deslocamento.
Invertendo-se o sentido do deslocamento do condutor, de maneira que o fluxo que
atravessa o circuito tenda a aumentar. Inverte-se também p sentido da corrente induzida e,
com esta, o sentido da força F e o do campo induzido. Nestas condições a força F adquire
ainda um sentido tal que se opõe ao deslocamento do condutor. Simultaneamente, o campo
induzido, subtraindo-se no interior do circuito ao campo indutor, tem ainda o efeito de
contrastar a variação de fluxo (aumento) relativo ao circuito, que se produz por efeito do
deslocamento.
Em qualquer caso então pode-se dizer que a corrente induzida é sempre dirigida de
maneira a reagir sobre o campo indutor por meios de ações, sejam magnéticas (campo
induzido) ou eletromagnéticas (forças), as quais tendem a opor-se à causa pela qual a corrente
induzida tem origem.
Os fatos até agora expostos com referencia a um simples condutor móvel num campo
magnético podem ser praticamente ampliados quando o circuito induzido for constituído por
várias espirais, de maneira que que nele se somem os efeitos produzidos nos vários
condutores.
Com o intuito de facilitar a compreensão deste fenômeno, relativo a circuitos
compostos por varias espirais, examine-se o que acontece ao aproximarmos uma
extremidade polar de um magneto a uma das extremidades de uma bobina, conforme figura
02. Se a extremidade magnética for a Norte, com esta aproximação a bobina sofre uma
variação de fluxo e, por conseguinte gera-se nela uma f.e.m. que lançará uma corrente no
circuito fechado, dirigida no sentido capaz de contrastar a variação de fluxo. Tal contraste
verifica-se de duas maneiras; isto é, por meio de forças eletromagnéticas e por meio de ações
magnéticas. Assim sendo, resulta fácil convencer que que a corrente induzida circulará na
bobina, no sentido que permite a extremidade A da mesma magnetizar-se com polaridade N 1,
pois, desta maneira, o pólo N1 da bobina, repelindo o N do magneto, exerce justamente a
força eletromagnética que se opõe ao deslocamento criador de variação de fluxo. Ao mesmo
tempo as linhas de indução do polo N1, adquirido pela bobina, agindo em oposição às do pólo
N do magneto tendem a impedir o aumento do fluxo criado pela aproximação do magneto a
bobina.

Figura 02
É evidente que no caso contrário, em que se afasta o pólo N do magneto da bobina,
f.e.m. gerada nesta, lança uma corrente em sentido contrário ao do caso precedente e a
extremidade A da bobina magnetiza-se com polaridade S1. Esta polaridade é a que contrasta a
variação do fluxo nas duas seguintes maneiras: 1°) a atração entre pólo N do magneto e S1 da
extremidade A da bobina age como uma força que se opõe ao movimento de afastamento que
cria a variação de fluxo; 2°) as linhas de indução da extremidade A (S1) da bobina, agindo no
mesmo sentido das linhas de indução da extremidade N do magneto, tendem a reforçar o
campo magnético, que o afastamento do magneto deveria diminuir.

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