Indução eletromagnética

Indução eletromagnética

Oersted observou que as correntes elétricas criavam campos magnéticos.

Perante este resultado, outro grande

cientista do século XIX, o inglês Michael
Faraday, colocou a hipótese inversa:
poderiam os campos magnéticos gerar
correntes elétricas em circuitos?

Em 1831, cerca de dez anos após a

1 Michael Faraday.
descoberta de Oersted, Faraday confirmou
experimentalmente a sua hipótese.
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O fluxo magnético é uma grandeza física relacionada com o número de

linhas de campo magnético que atravessam uma superfície.

Consideremos uma linha fechada que delimita uma

superfície plana, de área A, numa região do espaço
onde existe um campo magnético uniforme, .
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Designemos por o vetor unitário perpendicular à

superfície e por α o ângulo entre os vetores e .

O fluxo magnético, simbolizado por Φ, corresponde ao produto entre a

intensidade do campo magnético, B, pela área, A, que é atravessada pelo
campo e o cosseno do ângulo alfa. A sua unidade SI é o weber (Wb).
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Fluxo magnético, Φ

Φ = B A cos α
Wb T m2
B – intensidade do campo magnético;
A – área da superfície;
α – ângulo entre o campo magnético e um vetor perpendicular à
superfície, .
O módulo do fluxo magnético Φ aumentará: se aumentar a intensidade
do campo, B; se aumentar a área, A; se aumentar cos α, ou seja, se
diminuir o ângulo α (considerando ângulos agudos).
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Superfície perpendicular às linhas de campo: α = 0°

Φ = B A cos 0° = B A

O fluxo magnético é máximo.

Superfície paralela às linhas de campo: α = 90°

Φ = B A cos 90° = 0
O fluxo magnético é nulo: não há linhas de
campo a atravessar a superfície.
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O vetor unitário perpendicular ao plano da espira faz 60° com as linhas

de campo: α = 60°

Φ = B A cos 60° = ½ B A

Vamos supor que a área A é delimitada por uma espira de um material

bom condutor, por exemplo cobre.
O fluxo será tanto maior quanto maior for o número de linhas de campo
«enlaçadas» pela espira.
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Sem variar o campo magnético ou a área de cada espira e sua orientação, o

fluxo magnético poderá ser aumentado juntando espiras.

Num enrolamento de fio condutor, ou seja, numa bobina (justaposição de

várias espiras), consegue-se esse aumento.

Numa bobina, o fluxo obtém-se multiplicando o número N de espiras pelo

fluxo numa só espira:

Φbobina = N Φespira
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É com base no conceito de fluxo magnético que interpretamos alguns

resultados obtidos por Faraday de produção de correntes elétricas em
espiras colocadas numa região onde existe um campo magnético.

Vamos investigar a ação de ímanes num circuito fechado constituído por

uma bobina e por um galvanómetro (amperímetro muito sensível que mede
uma corrente elétrica qualquer que seja o sentido desta).

Esse circuito não contém nenhuma pilha ou bateria.

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Íman em repouso Íman aproxima-se ou Bobina aproxima-se
em relação à bobina afasta-se da bobina ou afasta-se do
íman

O galvanómetro O ponteiro do galvanómetro move-se ora num sentido

não regista ora noutro, conforme haja aproximação ou afastamento,
passagem de indicando passagem de corrente elétrica.
corrente elétrica.
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Só surge uma corrente elétrica quando há movimento relativo entre o

sistema que produz o campo magnético (íman ou circuito percorrido por
corrente elétrica) e a bobina.

Quando há esse movimento, o campo magnético varia na região onde se

encontra a bobina.

Mas não basta um campo magnético variável para se produzir uma

corrente elétrica. Só surge corrente elétrica na espira se houver fluxo
magnético, isto é, se linhas do campo magnético forem enlaçadas pela
espira e este fluxo for variável.
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Linhas de campo magnético

perpendiculares ao plano da espira:
há variação do fluxo magnético e há
corrente elétrica na espira.

Linhas de campo magnético paralelas

ao plano da espira: não há fluxo
magnético e não há corrente elétrica
na espira.
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Só aparecerá uma corrente elétrica na espira se existir um fluxo magnético

e se esse fluxo variar ao longo do tempo.

Nas situações de repouso relativo entre a espira e o campo magnético,

apesar de existir fluxo, não existe corrente elétrica no circuito.

A conclusão de Faraday: só surgirá corrente elétrica num circuito fechado –

chamada corrente induzida (símbolo Ii ) – se houver um fluxo magnético
variável através da superfície delimitada pelo circuito. Este fenómeno
designa-se por indução eletromagnética.
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Há outras maneiras de variar o fluxo magnético através de um circuito fechado.

Variação do campo magnético

Uma fonte de tensão alternada produz

uma corrente alternada, I, que origina um
campo magnético variável (circuito 1).

Por isso o fluxo magnético através da

espira do circuito 2 é variável, o que
origina uma corrente induzida Ii.
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Variação da orientação do plano das espiras em relação à direção do campo

magnético
Uma bobina está numa região onde há um
campo magnético.

À medida que a bobina roda, varia o ângulo

entre o plano das espiras e as linhas de
campo.

Por isso o fluxo magnético também varia,

originando uma corrente induzida Ii no
circuito da bobina.
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Indução eletromagnética
Produção de uma corrente elétrica induzida, Ii, num circuito fechado que
delimita uma superfície através da qual há um fluxo magnético variável.

Se a área dessa superfície se mantiver constante, o fluxo magnético,

Φ = B A cos α, variará no tempo se mudar:
― o campo magnético. Exemplos: movimento relativo entre a fonte de campo
magnético e o circuito onde se induz a corrente; circuito percorrido por
corrente elétrica variável perto do circuito onde se induz a corrente; etc.
― a orientação do plano da(s) espira(s) onde se induz a corrente em relação
às linhas de um campo magnético que não varia no tempo. Exemplo:
bobina em rotação num campo magnético uniforme.
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A indução eletromagnética consiste na criação de um campo elétrico num

circuito fechado e esse campo dá origem a uma corrente elétrica.

No caso de condutores sólidos, esse campo origina forças elétricas nos

eletrões que os obrigam a um movimento orientado: o sentido do
movimento é contrário ao do campo elétrico pois os eletrões têm carga
elétrica negativa. Esse movimento orientado é a corrente elétrica.

Oersted e Faraday mostraram, assim, que campos magnéticos e campos

elétricos são inseparáveis, podendo uns ser a fonte dos outros.
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Quando se cria uma corrente induzida estabelece-se uma diferença de

potencial elétrico no circuito a que se dá o nome de força eletromotriz
induzida (símbolo εi ou Ei). A sua unidade SI é o volt, V.

A potência disponibilizada ao circuito é dada por P = εi Ii; ou seja, tudo se

passa como se o circuito tivesse um gerador.

Quando o movimento do íman em relação à bobina é mais rápido, significa

uma variação mais rápida do fluxo magnético, e a corrente induzida
aumenta. Este resultado é expresso pela Lei de Faraday.
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Lei de Faraday

A força eletromotriz induzida média, εi, será tanto maior quanto maior for
a variação do fluxo magnético por unidade de tempo; o seu módulo é dado
por:
Wb
|Δ 𝜙|
𝜀i =
V Δ𝑡 s
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A indução eletromagnética encontra

aplicações nos microfones e altifalantes,
nos detetores de metais, nas lanternas sem
pilhas, nas placas de indução, nos motores
elétricos, nos dínamos de bicicletas, nos
carregadores sem fios, etc.
2 Dínamo de bicicleta.

As turbinas, ligadas ao gerador, provocam o movimento necessário para haver

indução eletromagnética. São formadas por pás (ou hélices, ou lâminas, etc.)
que rodam graças à ação de um fluido: água nas centrais hidroelétricas, ar nas
centrais eólicas, vapor de água nas centrais térmicas e nucleares, etc.
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O gerador é constituído por bobinas rodeadas de ímanes (na realidade,

eletroímanes), os quais criam um campo magnético intenso.

O movimento relativo entre os ímanes e as bobinas

origina nestas um fluxo magnético variável, o que
induz uma corrente elétrica variável.

O funcionamento dos geradores das centrais baseia-se num fluxo magnético

que varia periodicamente, originando uma força eletromotriz descrita por
uma função sinusoidal gerando tensão e corrente alternadas.
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No transporte da corrente elétrica, das centrais até aos locais de consumo,

são usados transformadores que primeiro elevam e depois reduzem a
diferença de potencial elétrico.

Na linha de transporte parte da energia é dissipada por efeito Joule.

Para minimizar essa dissipação diminui-se a corrente e aumenta-se a

diferença de potencial elétrico, por isso, as linhas de transporte chamam-se
linhas de alta tensão.
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Após o transporte de energia, a tensão é reduzida em sucessivas subestações

e postos de transformação, até ser entregue nos locais de consumo.

A tensão fornecida às casas é 230 V em muitos países europeus mas noutras

regiões do mundo a tensão da rede elétrica doméstica tem valores na faixa
110 V – 130 V.

Os construtores de aparelhos elétricos têm de atender, no que diz respeito à

tensão e à frequência, às normas das regiões onde vão ser usados.

Os transformadores são dispositivos capazes de aumentar ou reduzir a

diferença de potencial elétrico (tensão elétrica).
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Transformador
O seu funcionamento baseia-se no fenómeno de indução eletromagnética.

Constituição e funcionamento:
― Núcleo de ferro – onde se enrolam fios condutores (bobinas) e se
produz um campo magnético (é laminado para reduzir a energia
dissipada por efeito Joule); o núcleo faz aumentar o campo magnético;
― Primário – bobina percorrida por corrente elétrica alternada que
produz um campo magnético variável;
― Secundário – bobina onde surge uma corrente induzida alternada,
devido à variação do fluxo magnético criado pelo primário.
Indução eletromagnética

Quanto maior for o número, N, de espiras da bobina (do primário ou do

secundário), maior será a diferença de potencial, U, nos seus terminais. Se o
número de espiras da bobina do primário for inferior ao número de espiras
do secundário, o transformador eleva a tensão; caso contrário diminui a
tensão.

3 Transformadores.
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Neste transformador a tensão de saída é maior do que a tensão de entrada.

3 Transformadores.

No dia a dia usamos transformadores, como os que existem nos

carregadores de telemóvel, que fazem baixar a tensão de 230 V para valores
de cerca de 5 V, valor regulamentado internacionalmente.
ATIVIDADE
Selecione a opção que contém os termos que completam corretamente a
frase.
Quando se oscila um íman perto de uma espira metálica, nos terminais da
espira surge uma corrente elétrica _______ e uma força eletromotriz
__________ e tanto maior quanto ________ for a frequência das oscilações.

(A) Constante … constante … menor

(B) Constante … variável … menor

(C) Variável … variável … maior

(D) Variável … constante … maior

ATIVIDADE
Selecione a opção que contém os termos que completam corretamente a
frase.
Quando se oscila um íman perto de uma espira metálica, nos terminais da
espira surge uma corrente elétrica _______ e uma força eletromotriz
__________ e tanto maior quanto ________ for a frequência das oscilações.
Resolução:
C - variável… variável… maior
O íman ao oscilar produz uma variação de fluxo magnético na superfície
delimitada pela espira que não é linear com o tempo, pelo que, segundo
Faraday surge uma corrente elétrica variável na espira. A força eletromotriz
induzida média será tanto maior quanto maior for a variação do fluxo
magnético por unidade de tempo, ou seja, aumenta com a frequência das
oscilações do íman.