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Já foi referido que um campo magnético pode ser criado quer por um

íman quer por um fio condutor percorrido por uma corrente eléctrica.
Este último processo descoberto por Oersted em 1820, suscitou a
curiosidade dos físicos de então sobre a possibilidade de um campo
magnético criar uma corrente eléctrica.
Na verdade, cerca de dez anos depois, Faraday mostrou que quando se
move um íman nas proximidades de uma bobina condutora, esta é
percorrida por uma corrente de indução, isto é, origina uma força
electromotriz induzida nos terminais da bobina.

Os campos magnéticos e os campos eléctricos estão relacionados, por


isso, falamos em fenómenos electromagnéticos. Para os caracterizar é
útil o conceito de fluxo de campo magnético.

Consideremos uma espira que delimita uma superfície de área A


colocada numa região do espaço onde existe um campo magnético B .
Designemos por n o vector unitário (vector de módulo 1) perpendicular
à superfície. Representemos por α o ângulo que esse vector unitário faz
com o campo magnético B . O fluxo do campo magnético através dessa
superfície A é o produto do módulo do campo B , pela área A e pelo co-
seno do ângulo α e representa-se por Φ.
Φ = B A cos α
A unidade no SI de fluxo magnético é o weber (Wb).

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 O fluxo pode ser negativo para α > 90 º e positivo para α< 90º.
 Podemos verificar que o fluxo é máximo quando α = 0º e cos 0º = 1
(espira do lado esquerdo), ou seja, quando o plano da espira for
perpendicular às linhas de campo pois a espira será atravessada
pelo número máximo de linhas de campo e é zero quando α = 90º e
cos 90º = 0, quando o plano da
espira coincide com o plano das
linhas de campo e nenhuma linha
de campo atravessa a espira (espira
do lado direito).

 Quanto maior for a espira, desde que mantenha a sua orientação


relativamente ao campo, maior será o fluxo, pois a espira é
atravessada por mais linhas de campo.
 O fluxo aumenta com o número de espiras numa bobina. O fluxo
através de uma bobina com N espiras é o produto do fluxo numa
só espiraΦ, pelo número de espiras.
Φbobina = N Φespira

Indução electromagnética e Lei de Faraday

Quando o fluxo do campo magnético que atravessa a superfície


delimitada por uma espira condutora varia no tempo, surge uma
corrente eléctrica na espira, que se designa por corrente induzida. Este
fenómeno chama-se indução electromagnética.
A variação do fluxo magnético junto de um circuito pode surgir quando:
 se move um íman perto do circuito
 se move o circuito nas proximidades do íman

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 o circuito é deformado.
A variação do fluxo magnético, isto é, um campo magnético variável,
gera uma corrente eléctrica à qual está associada um campo eléctrico,
donde se conclui que as fontes de campo eléctrico são não só cargas
eléctricas, mas também campos magnéticos variáveis.
Tanto o sentido como a intensidade da corrente eléctrica induzida estão
relacionados com a variação do fluxo magnético que atravessa a área
da superfície delimitada pela espira da bobina.
 O sentido depende do sentido do movimento do íman que inverte
com a inversão do movimento.
 A intensidade depende da rapidez com que o movimento se dá, ou
seja, a intensidade da corrente eléctrica induzida é tanto maior
quanto mais rápida for a variação do fluxo magnético.

Num circuito vulgar com resistência R, se for alimentado por uma


tensão U, surge uma corrente eléctrica I tal que U = R I. Num circuito em
que aparece uma corrente induzida I também se cria uma tensão, a que
se dão nome de força electromotriz induzida e que se representa por ε.
Unidade SI de força electromotriz induzida é o volt.

Lei de Faraday: a força electromotriz induzida num circuito é, em


módulo, igual à taxa de variação temporal do fluxo magnético que o
atravessa.
|ε| = ΔΦ/Δt
Em conclusão:
Num circuito com o aparecimento de corrente induzida:
 a energia disponibilizada será tanto maior quanto maior for a força
electromotriz induzida;
 a força electromotriz induzida será tanto maior quanto mais
rapidamente variar o fluxo do campo magnético.
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Na verdade a produção de energia eléctrica em qualquer central, tem
por base esta lei. Em qualquer unidade de produção industrial de
electricidade existe sempre um campo magnético, criado por um íman,
no qual há um circuito que, ao rodar com uma frequência constante, em
que a rotação do circuito, é provocada pela passagem de água (central
hidroeléctrica) ou pela circulação de vapor (centrais termoeléctricas)
em turbinas provoca uma variação contínua do ângulo e consequente
variação do fluxo magnético.
A força electromotriz induzida nestas centrais é traduzida por uma
função harmónica, ou seja é do tipo sinusoidal. Assim a corrente
induzida chama-se corrente alternada.

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