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ELETROTÉCNICA

Prof.º Osvaldo Augusto


4. MÁQUINAS DE CORRENTE
CONTÍNUA – APLICAÇÕES E
ASPECTOS CONSTRUTIVOS
Prof.º Osvaldo Augusto
INDEPENDENTE

SERIE
MOTORES CC
PARALELA
ADICIONAL
CORRENTE COMPOSTA
CONTÍNUA DIFERENCIAL
MAQUINAS

ROTATIVAS
ELÉTRICAS

INDEPENDENTE

GERADORES CC SERIE

SÍNCRONAS PARALELA
CORRENTE
ALTERNADA
ASSÍNCRONAS
MÁQUINAS CC
• São máquinas elétricas rotativas que em
seus terminais as correntes elétricas são
unidirecionais.

MOTOR CC

ENERGIA CONVERSÃO
ELETROMECÂNICA
ENERGIA
ELÉTRICA DE ENERGIA MECÂNICA

GERADOR CC
PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO –
MÁQUINA CC
• Se um condutor for percorrido por uma corrente
de intensidade i, tiver pelo menos uma
componente da corrente perpendicular ao 𝐹 =𝑖∙ 𝑙×𝐵
campo magnético B, surgirá uma força F de
origem eletromagnética sobre ele:

• Se um condutor imerso em um campo magnético


B, se mover com pelo menos uma componente
de sua velocidade v perpendicular ao campo 𝐸𝑖𝑛𝑑 = (𝑣 × 𝐵) ∙ 𝑙
magnético, será induzida uma tensão elétrica E
em seus terminais:
PRINCIPAIS APICAÇÕES
• Utilizada em aplicações que necessitam de controle de velocidade
com um bom torque, entretanto necessitam de mais manutenção por
conta do desgaste natural de alguns de seus componentes (escovas).
• Aplicável ainda na indisponibilidade de tensão alternada ou em
circuitos eletrônicos.

Com o desenvolvimento da eletrônica de potência, o controle de


velocidade de máquinas CA ficou facilitado, entretanto, em alguns
casos a exigência de torque elevado ainda justifica a utilização de
motores CC.
MÁQUINAS CC – ASPECTOS CONSTRUTIVOS
MÁQUINAS CC – ASPECTOS CONSTRUTIVOS
MÁQUINAS CC – PRINCIPAIS COMPONENTES
• ESTATOR: é a parte fixa da máquina, formada por chapas finas de
material ferromagnético sobrepostas e isoladas entre si, que pode
conter um ou mais enrolamentos por polo (enrolamento de campo)
que, ao receber corrente contínua, geram um campo magnético fixo.
• ROTOR: é a parte móvel da máquina, constituído de um rotor
(formada por chapas finas de material ferromagnético sobrepostas e
isoladas entre si) bobinado (enrolamento de armadura), cujas
bobinas, quando alimentadas por corrente contínua, também geram
um campo magnético que interage com o campo fixo e faz a máquina
girar;
MÁQUINAS CC – PRINCIPAIS COMPONENTES
• COMUTADOR: formado por barras de cobre, separadas por um
material isolante, cuja função é manter a corrente que circula nas
bobinas da armadura sempre no mesmo sentido.
• ESCOVAS: Geralmente feitas de ligas de carbono que estão em
constante atrito com o comutador, sendo responsável pelo contato
elétrico entre a alimentação (fonte de tensão CC) com a parte girante
(enrolamento da armadura). Sofre desgaste natural e necessita de
manutenção constante.
• INTERPOLOS OU POLOS AUXILIARES: Enrolamentos inseridos no
estator que ajudam a manter as forças magnéticas alinhadas
5. MOTORES CC – PRINCÍPIO DE
FUNCIONAMENTO E INVERSÃO
DO SENTIDO DE ROTAÇÃO
Prof.º Osvaldo Augusto
MOTOR CC ELEMENTAR:

https://www.walter-
fendt.de/html5/phen/elec
tricmotor_en.htm
MOTOR CC – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
• Vamos reduzir o motor CC a três
componentes básicos:
• Bobina;
• Campo fixo;
• Comutador (anel coletor + escovas)
• Nesta máquina elementar, o campo
fixo é produzido por um imã
permanente e a alimentação do
rotor é feita através das escovas.
MOTOR CC – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
• Quando a máquina é alimentada, a
tensão elétrica na armadura gera uma
corrente elétrica que interage com o
campo fixo, fazendo surgir forças
magnéticas que produzem um torque
que fazem a máquina acelerar.
• Entretanto, com o aumento da
velocidade e com os enrolamentos da
armadura cortando o campo
magnético, são geradas tensões
elétricas nos terminais da armadura
em polaridade oposta a inicial.
MOTOR CC – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
• Em condições ideais, esta tensão
aumentaria gradualmente, até se igualar à
tensão elétrica inicial, levando a corrente
da armadura a zero e a máquina
continuaria a girar por inércia por um
tempo indefinido.
• Entretanto, sempre haverá a necessidade
de corrente na armadura para vencer as
perdas mecânicas da máquina e para
movimentar as caras mecânicas no eixo da
máquina que fornecem resistência ao
movimento do rotor e tendem a diminuir a
sua velocidade
MOTOR CC – A FUNÇÃO DO COMUTADOR
POSIÇÃO 1

• Nesta posição o polo positivo da fonte


está em contato com o segmento 1 do
comutador e o polo negativo com o
segmento 2 do comutador.
• A passagem da corrente elétrica gera um
campo magnético que interage com o
campo fixo, criando uma força magnética
que faz o motor girar:
MOTOR CC – A FUNÇÃO DO COMUTADOR
POSIÇÃO 2
• No estágio 2 as escovas estão em contato
com a parte isolante do anel coletor e nesse
estágio existe pouca interação do campo da
bobina com o campo fixo, mas por inércia a
bobina continua a girar.
• Trata-se do momento em que a bobina
encontra-se perpendicular ao campo fixo e
a bobina é desligada para sua inversão de
polaridade.
Nas máquinas CC esse ajuste (Ajuste da linha
neutra) deve ser feito para que se evite faíscas na
comutação e o desgaste das escovas e do
comutador.
MOTOR CC – A FUNÇÃO DO COMUTADOR
POSIÇÃO 3
• Na posição 3, o segmento 2 do anel
coletor agora está em contato com
o terminal positivo da tensão de
alimentação, e o segmento 1 agora
está em contato com o terminal
negativo da fonte (ocorreu a
comutação).
• Manteve-se, portanto, a corrente
elétrica circulando no mesmo
sentido no interior da bobina e,
consequentemente, as forças
magnéticas no mesmo sentido.
INVERSÃO DO SENTIDO DE ROTAÇÃO DE
MOTORES CC
• Para inverter o sentido de rotação F
de motores CC é necessário inverter
a polaridade do campo fixo ou a
corrente da armadura (bobina).

A inversão dos dois,


simultaneamente, não altera o
sentido de rotação da
F
máquina
6. MOTORES CC – TENSÃO
GERADA, TORQUE E EFICIÊNCIA
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TENSÃO GERADA NOS MOTORES CC
• A tensão gerada na armadura dos motores CC (E) é proporcional à
intensidade do campo magnético e à velocidade de rotação dos
motores.

𝐸 = 𝐾𝑒 × Φ × 𝑤

• 𝐸 → 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎


• 𝑘𝑒 → 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑒𝑝𝑒𝑛𝑑𝑒 𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠õ𝑒𝑠 𝑓í𝑠𝑖𝑐𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝑚á𝑞𝑢𝑖𝑛𝑎
• Φ → 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑚 𝑛𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑜𝑙𝑜
• w → 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑚á𝑞𝑢𝑖𝑛𝑎 𝑒𝑚 𝑟𝑎𝑑/𝑠
TORQUE NOS MOTORES CC
• O torque 𝑇 produzido por um motor é proporcional à intensidade do
campo magnético e à corrente que circula pelos condutores da
armadura.

𝑇 = 𝐾𝑡 × Φ × 𝐼𝑎
• 𝑇 → 𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒
• 𝑘𝑡 → 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑒𝑝𝑒𝑛𝑑𝑒 𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠õ𝑒𝑠 𝑓í𝑠𝑖𝑐𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝑚á𝑞𝑢𝑖𝑛𝑎
• Φ → 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑚 𝑛𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑜𝑙𝑜
• 𝐼𝑎 → 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎
RELAÇÃO POTÊNCIA, CONJUGADO E
VELOCIDADE DE ROTAÇÃO
• O motor deve fornecer o torque requerido pela carga na rotação
especificada e os dados fornecidos pelo fabricante são: POTÊNCIA E
ROTAÇÃO.
• Dessa forma, o torque pode ser deduzido pela expressão:
𝑃 2𝜋 2𝜋 2𝜋×𝑁
𝑃 =𝑇×𝑤 →𝑇 = mas, 𝑤 = = 60 = assim:
𝑊 𝑇 60
𝑁

𝑃 60 𝑃
𝑇= = ×
2𝜋 × 𝑁 2𝜋 𝑁
60
𝑃
𝑇 = 9,55 ×
𝑁
EFICIÊNCIA EM MOTORES CC
• Em máquinas CC existem perdas elétricas nos enrolamentos de
campo e da armadura e perdas rotóricas, de modo que:

• 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑎í𝑑𝑎 + 𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠

• A sua eficiência é dada, portanto, pela razão entre a potência de


entrada e a potência de saída da máquina:

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑎í𝑑𝑎
𝜂% = × 100
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎
7. MOTORES CC – CLASSIFICAÇÃO
Prof.º Osvaldo Augusto
MOTORES CC INDEPENDENTE

SERIE

PARALELA
ADICIONAL
COMPOSTA
DIFERENCIAL
MOTORES CC SHUNT
CARACTERÍSTICAS DO MOTOR CC SHUNT

Neste tipo de motor o enrolamento de campo está ligado em


paralelo com a armadura. Desta forma, a tensão da armadura é
igual a tensão aplicada no enrolamento de campo e um resistor
variável é comumente ligado em série com o enrolamento de
campo para o controle de velocidade.
Deve-se tomar cuidado para não aumentar
muito a resistência serie com o enrolamento
de campo do motor CC shunt, sob risco da
máquina embalar, danificar seus componentes
mecânicos e causar acidentes.

!
Em motores CC shunt, deve-se tomar cuidado
para não se abrir o circuito do campo de um
motor em derivação que está rodando sem
carga, sob o risco da máquina embalar,
danificar seus componentes mecânicos e
causar acidentes.
!
CARACTERÍSTICAS DO MOTOR CC SHUNT
• O torque aumenta linearmente com o
aumento na corrente da armadura,
• Já a velocidade cai ligeiramente à
medida que a corrente da armadura
aumenta.
• A velocidade permanece
praticamente constante para todas as
cargas, entretanto, possui baixo
torque de partida.
• Um posição do reostato pode ser
inserido em série com o campo fixo
para controlar a velocidade do motor.
CIRCUITO DO MOTOR CC SHUNT

Circuito de Armadura
Circuito de campo: • 𝐼𝑎 = 𝐼𝑙 − 𝐼𝑓
• 𝑉𝑡 = 𝑉𝑓 = 𝑅𝑎𝑗 + 𝑅𝑓 × 𝐼𝑓 • 𝑉𝑡 = 𝐸𝑎 + (𝑅𝑎 × 𝐼𝑎)
• 𝐸𝑎 = 𝐾𝑒 × Φ × 𝑤
• 𝑇 = 𝑘𝑡 × Φ × 𝐼𝑎
MOTOR CC DE EXCITAÇÃO INDEPENDENTE
• Possui características construtivas
semelhantes aos motores CC shunt,
entretanto necessita de duas fontes de
alimentação, uma para a armadura e
outra para o enrolamento de campo.
• Dessa forma o controle de velocidade
pode ser feito através de:
• Controle da tensão na armadura;
• Controle da tensão aplicada no
enrolamento de campo;
• Adição de resistência variável em série com
o enrolamento de campo.
CIRCUITO DO MOTOR CC DE EXCITAÇÃO
INDEPENDENTE

Circuito de Armadura
Circuito de campo: • 𝐼𝑎 = 𝐼𝑙
• 𝑉𝑓 = 𝑅𝑎𝑗 + 𝑅𝑓 × 𝐼𝑓 • 𝑉𝑡 = 𝐸𝑎 + (𝑅𝑎 × 𝐼𝑎)
• 𝐸𝑎 = 𝐾𝑒 × Φ × 𝑤
• 𝑇 = 𝑘𝑡 × Φ × 𝐼𝑎
MOTORES CC SÉRIE
MOTORES CC SÉRIE

Neste tipo de motor o enrolamento de campo está ligado


em série com a armadura. Desta forma, a corrente da
armadura é igual a corrente que circula no enrolamento
de campo.
CARACTERÍSTICAS DO MOTOR CC SÉRIE
• A velocidade varia de um valor muito alto com
uma carga leve até um valor bem baixo com a
carga máxima.
• O motor série é conveniente quando parte com
cargas pesadas ligadas a ele (guindastes e
guinchos), porque com altas correntes na
armadura ele produz um torque elevado e
funciona em baixa rotação.
• Entretanto, sem nenhuma carga, a velocidade
de um motor série aumentará ilimitadamente
até o motor se destruir.
Motores CC série não deve operar sem carga,
sob o risco da máquina embalar, danificar
seus componentes mecânicos e causar
acidentes!

!
CIRCUITO DO MOTOR CC SÉRIE

Circuito de Campo e Armadura


• 𝐼𝑎 = 𝐼𝑙 = 𝐼𝑓
• 𝑉𝑡 = 𝐸𝑎 + (𝑅𝑎 + 𝑅𝑠) × 𝐼𝑎)
• 𝐸𝑎 = 𝐾𝑒 × Φ × 𝑤
• 𝑇 = 𝑘𝑡 × Φ × 𝐼𝑎
MOTORES CC COMPOSTO
Neste tipo de motor existem
dois enrolamento de campo,
um série e outro paralelo,
dessa forma, de acordo com o
sentido dos fluxos magnéticos
dos enrolamentos, eles podem
ser: CUMULATIVOS ou
DIFERENCIAIS.
MOTORES CC COMPOSTO
• Este tipo de motor combina o melhor das características dos motores
CC série e shunt, ou seja, elevado torque de partida com boa
regulação de velocidade. Dessa forma os fluxos magnéticos dos
enrolamentos devem estar orientados no mesmo sentido (MOTOR
COMPOUND CUMULATIVO)
• Entretanto, em algumas aplicações, quando se deseja que ocorra uma
maior variação na velocidade em função da carga, os fluxos
magnéticos dos enrolamentos de campo devem estar orientados em
oposição (MOTOR COMPOUND DIFERENCIAL)
Em algumas aplicações, após a partida do motor
compound cumulativo, o enrolamento série pode ser
curto-circuitado para melhorar ainda mais o controle de
velocidade.
Os Motores Compound Diferencias tem aplicação limitada
porque sob certas condições de carga (carga reduzida)
tendem a embalar. Para minimizar este problema, quando
existe a necessidade do fluxo diferencial, os fabricantes
produzem os motores com um fraco campo do
enrolamento série.
OBRIGADO!
osvaldo.augusto@ifpi.edu.br

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