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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO

PARANÁ – UTFPR – CÂMPUS MEDIANEIRA

CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA II

Máquina Síncrona

Prof. Giovano Mayer


Objetivos da aula

• Principais utilizações da máquina síncrona


• Características construtivas da máquina síncrona
• Circuito equivalente da máquina síncrona
• Operação da máquina síncrona

2
Utilização da Máquina Síncrona
• Extremamente utilizada nos sistemas elétricos de
potência como gerador
• Pode operar como motor, porém, sua manutenção
é elevada o que a torna pouco competitiva quando
usada como motor. Se utiliza na indústria em larga
escala, os motores de indução
• Pode operar como compensador síncrono, ou
seja, apenas para produzir energia reativa para
correção do FP. Porém, na indústria é mais
comum utilizar banco automático de capacitores

3
Características construtivas
• A Máquina Síncrona MS pode ser
basicamente dividida em duas partes:

• Circuito ou enrolamento da Armadura


(parte fixa da máquina, ou seja, o estator)
• Circuito ou enrolamenot de Campo (parte
móvel da máquina, ou seja, o rotor)

4
Características construtivas
• Na máquina síncrona é necessário existir um
campo magnético, geralmente no rotor. Este campo
pode ser obtido por um imã permanente ou por um
enrolamento de cobre, denominado de circuito de
Enrolamento de Campo.
• Neste enrolamento de campo, circula-se corrente
contínua para a criação do campo magnético.

Pólos lisos
5
Características construtivas
• Como a corrente pode ser inserida no circuito do
campo, se ele gira pois esta acoplado à máquina
motriz (turbina hidráulica)?

Pólos salientes 6
Características construtivas

• Problemas dos anéis coletores?


7
Características construtivas

• Problemas dos anéis coletores?


– Faiscas nos anéis e desgaste das escovas, o
que aumenta a manutenção da máquina.
• É possível eliminar os anéis coletores, ou
também chamados de anéis deslizantes?

8
Características construtivas

• É possível com um
circuito denominado
excitatriz
• Como funciona?

9
Características construtivas
• Circuito de campo com excitatriz e sem
escovas. Ex.

10
Características construtivas
Excitatriz
• Aspecto geral:
Armadura

Ventilação

Rotor com Eixo rotor


pólos salientes

11
Características construtivas

• Inserção de rotor de pólos salientes – Usina Hidrelétrica de Itaipu


12
Características construtivas

UHE-Itaipu 13
Relembrando sobre o fluxo proveniente do circuito
de campo

14
Relembrando sobre o fluxo proveniente do circuito de
campo

15
Tensão interna gerada por um
gerador síncrono

Dos equacionamentos anteriores:

𝑒𝑖𝑛𝑑 = 2𝑟𝑙𝑣𝐵𝑀 cos(𝜔𝑚 𝑡)

16
• A tensão induzida em termos de fluxo
pode ser escrita como:
Mas 𝜙 = 2𝑟𝑙𝐵𝑀 e 𝜔𝑚 = 𝜔𝑒 = 𝜔 para
uma máquina de 2 polos
𝑒𝑖𝑛𝑑 = 𝜙𝑁𝐶 𝜔cos(𝜔𝑡)

Onde 𝑁𝐶 é o número de espiras.


K
Ou:
𝑒𝑖𝑛𝑑 = 𝐸𝐴 = 2𝜋𝑁𝑐 𝜙𝑓 𝜔𝑚

𝐸𝐴 = 𝐾𝜙𝑓 𝜔𝑚 2 pólos

Importante: A tensão induzida interna gerada é


diretamente proporcional ao fluxo da máquina e á
velocidade do rotor 17
• A tensão induzida depende do fluxo, que
por sua vez depende da corrente de
campo 𝐼𝐹

Saturação

Curva de magnetização ou característica a vazio da máquina 18


Circuito equivalente de uma
máquina síncrona
• A tensão 𝐸𝐴 de uma das fases da máquina
não é a tensão de saída dos terminais de
uma das fases 𝑉𝜑 (𝑉𝑎 ). E isso se deve a
algumas características:
– Devido a distorção do campo magnético do entreferro pela
corrente que flui no estator, denominada de ração de
armadura
– Devido a autoindutância das bobinas do estator
– Devido a resistência das bobinas do estator
– Devido ao efeito do formato dos polos salientes do rotor
• Em que condição 𝑉𝜑 = 𝐸𝐴 ou muito proximas?
19
• A tensão de saída da máquina somente
será igual a tensão interna induzida,
quando a corrente de campo no estator for
nula, ou seja, quando o gerador estiver a
vazio.

• Analisa-se por enquanto: Reação da


armadura, indutância própria do estator e
a resistência do estator

20
O que é a reação de armadura
• O campo girante proveniente do rotor
permite a obtenção da tensão induzida 𝐸𝐴
• Se o gerador estiver com uma carga
reativa, por exemplo, uma corrente
atrasada em relação a tensão 𝐸𝐴 irá surgir
e decorrente dela, será criado uma
indução no estator da máquina,
denominada de 𝐵𝑠 .

21
IA Ea/30

Carga reativa indutiva, a


0
corrente ficará atrasada em
-2
relação a tensão, portanto
seu valor de pico estará
atrasado em relação a
0.12 0.14 0.16
Time (s)

tensão 𝐸𝑎

Pico de tensão na
fase A - 𝐸𝑎 𝑚𝑎𝑥

22
• A corrente defasada no estator cria o fluxo
no estator 𝐵𝑠 e por consequência é gerada
a tensão 𝐸𝑒𝑠𝑡

Eixos de 𝐸𝐴 e 𝐵𝑅 são os
mesmos (estão sobre o
mesmo eixo)

Eixos de 𝐸𝑒𝑠𝑡 e 𝐵𝑆 são os


mesmos (estão sobre o
mesmo eixo)

A corrente 𝐼𝐴 está
defasada de 90 graus de
𝐵𝑆 .

23
O fluxo líquido 𝐵𝑙𝑖𝑞 irá
coincidir com a tensão
líquida 𝑉𝜙 , ou seja,
com a tensão de fase
de saída da máquina

O ângulo 𝛿 é chamado
de ângulo de carga e
regula a potência ativa
da máquina

24
• Como podem ser modelados os efeitos da
reação da armadura?
– Observem que: A corrente de Armadura 𝐼𝐴
está defasada de 90 graus da tensão
induzida no estator 𝐸𝑒𝑠𝑡
– O fluxo 𝐵𝑠 é proporcional a 𝐸𝑒𝑠𝑡

• Como podemos representar a máquina?

25
• Operador que desloca de forma
representativa a corrente da tensão?

𝐸𝑒𝑠𝑡 = −𝑗𝑋𝐼𝐴

Onde X é uma constante de proporcionalidade.


As tensões ser relacionam da seguinte forma:

𝐸𝐴 = 𝑉𝜙 − 𝐸𝑒𝑠𝑡

26
• Circuito equivalente 1:
Efeito da reação
de armadura

𝐸𝐴 = 𝑉𝜙 − 𝐸𝑒𝑠𝑡

𝑉𝜙 = 𝐸𝐴 − 𝑗𝑋𝐼𝐴
27
• Os enrolamentos do estator possuem
indutância própria denominada por 𝐿𝐴 e
que pode ser representada pela sua
reatância indutiva 𝑋𝐴 .
• Os enrolamentos do estator também
possuem resistência, denominada de 𝑅𝐴 ,
portanto podemos escrever:

𝑉𝜙 = 𝐸𝐴 − 𝑗𝑋𝐼𝐴 − 𝑗𝑋𝐴 𝐼𝐴 − 𝑅𝐴 𝐼𝐴
𝑋𝑆 = 𝑋 + 𝑋𝐴 Reatância síncrona

𝑉𝜙 = 𝐸𝐴 − 𝑗𝑋𝑆 𝐼𝐴 − 𝑅𝐴 𝐼𝐴
28
• Circuito Final equivalente para a fase A:

𝐸𝐴 = 𝑉𝜙 + 𝑗𝑋𝐼𝐴 + 𝑗𝑋𝐴 𝐼𝐴 + 𝑅𝐴 𝐼𝐴

29
• Circuito equivalente completo da máquina
síncrona

30
• Ligação em estrela

31
• Ligação em Delta

32
• Diagrama fasorial para o gerador síncrono
operando com carga resistiva

33
• Diagrama fasorial para o gerador síncrono
operando com carga com FP atrasado

34
• Diagrama fasorial para o gerador síncrono
operando com carga com FP adiantado

35
• Conclusões:
Para cargas com FP atrasado, é
necessária uma tensão interna 𝐸𝐴 maior
para manter a tensão de saída 𝑉𝜙 num
mesmo valor do que para cargas resistivas
ou com FP adiantado. Para aumentar a
tensão 𝐸𝐴 é necessário aumentar a corrente
de campo, pois:
𝐸𝑎 = 𝐾𝜙𝜔
e 𝜔 deve ser constante para não alterar a
frequência de saída da tensão gerada
36
Potência e Conjugado
• A potência ativa e reativa da máquina
síncrona para uma das fases, é dada por:

𝑃 = 𝑉𝜙 𝐼𝐴 cos 𝜃
Q= 𝑉𝜙 𝐼𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝜃

• É possível fazer uma aproximação


fazendo 𝑅𝐴 = 0. Isso resulta no diagrama
fasorial:
37
• Diagrama fasorial com 𝑅𝐴 = 0:

𝑏𝑐 = 𝐸𝐴 𝑠𝑒𝑛 δ
𝑏𝑐=𝑋𝑆 𝐼𝐴 cos θ
𝐸𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝛿
cos θ =
𝑋𝑆 𝐼𝐴

O trecho bc pode ser obtido analisando-


se o triângulo retângulo maior na cor azul 𝑉𝜙 𝐸𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝛿
e com o triângulo retângulo menor na cor 𝑃=
vermelha
𝑋𝑆
38
𝑉𝜙 𝐸𝐴
𝑃𝑀𝐴𝑋 = 𝛿 = 900
𝑋𝑆
Limite de estabilidade estática do gerador

Na prática  fica entre 20 e 300

• Fazendo de forma semelhante para o


comprimento ab do triângulo:

𝑉𝜙 (𝐸𝐴 𝑐𝑜𝑠 𝛿 − 𝑉𝜙 )
𝑄=
𝑋𝑆

39
• Para as três fases, temos as potências
trifásicas totais convertidas:

3𝑉𝜙 𝐸𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝛿
𝑃𝑐𝑜𝑛𝑣 =
𝑋𝑆

3𝑉𝜙 (𝐸𝐴 𝑐𝑜𝑠 𝛿 − 𝑉𝜙 )


𝑄𝑐𝑜𝑛𝑣 =
𝑋𝑆

40
• Análise do torque

3𝑉𝜙 𝐸𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝛿
𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝜏𝑎𝑝 𝜔𝑚 = 𝑃𝑐𝑜𝑛𝑣 =
𝑋𝑆

3𝑉𝜙 𝐸𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝛿
𝜏𝑎𝑝 =
𝜔𝑚 𝑋𝑆 41
• Análise da potência reativa:

3𝑉𝜙 (𝐸𝐴 𝑐𝑜𝑠 𝛿 − 𝑉𝜙 )


𝑄𝑐𝑜𝑛𝑣 =
𝑋𝑆

Se 𝐸𝑎 cos 𝛿 > 𝑉𝜙 𝑄𝑐𝑜𝑛𝑣 > 0 𝑚á𝑞𝑢𝑖𝑛𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎

Se 𝐸𝑎 cos 𝛿 < 𝑉𝜙 𝑄𝑐𝑜𝑛𝑣 < 0 𝑚á𝑞𝑢𝑖𝑛𝑎 𝑠𝑢𝑏 𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎

E se 𝛿 = 0?

42
Operação do Gerador Síncrono
• Operação de forma isolada: O gerador
alimenta apenas um conjunto de cargas e
não está ligado ao sistema elétrico (SE)

• Operação em paralelo com o Sistema


Elétrico Barra do sistema / Barramento infinito

43
Operação de forma isolada

Exemplo: Gerador alimentando uma indústria


quando ocorre algum problema com as linhas de alta
tensão (AT) da concessionária local.

• Condições para a análise: A velocidade da máquina


primária e constante indiferente da carga elétrica
conectada ao gerador
• O fluxo no rotor é constante a não ser que a corrente
de campo seja alterada.

44
O que ocorre quando a velocidade mecânica e
mantida constante e a corrente de campo é
mantida fixa para:

• Carga indutiva e aumento de carga


indutiva:

45
O que ocorre quando a velocidade
mecânica e mantida constante e a corrente
de campo e mantida fixa:

• Carga resistiva e aumento de carga


resistiva:

46
O que ocorre quando a velocidade mecânica e
mantida constante e a corrente de campo é
mantida fixa para:

• Carga capacitiva e aumento de carga


capacitiva:

47
Medição dos parâmetros do
modelo do gerador síncrono

• 𝐸𝐴 - depende dos aspectos construtivos


da velocidade mecânica e do fluxo. Logo
𝐸𝐴 pode obtido com a característica a
vazio do gerador 48
• Ensaio a vazio:
– Com os terminais do estator aberto, ou seja,
sem nenhuma carga conectada, aciona-se o
gerador á velocidade síncrona e deixe a
corrente de campo 𝐼𝐹 = 0𝐴. Com isso a
tensão de saída da máquina e a tensão
interna serão iguais. Aumenta-se
gradualmente a corrente de campo e faz-se a
medição da tensão terminal.
– O resultado é a curva característica de
circuito aberto.

49
50
• Exemplo de curva a vazio:

51
Exercício
Um gerador síncrono de tensão nominal de 480V, 60Hz, ligado em delta e de
quatro pólos, possui a curva a vazio mostrada anteriormente. O gerador possui
uma restância síncrona de 0.1 e uma resistência de armadura de 0.015. A
plena carga a máquina fornece 1200A com FP 0.8 atrasdado. Em condições
de plena carga, as perda por atrito e ventilação são 40kW e as perdas no
núcleo 30kW. As perdas no circuito de campo podem ser desprezadas.
Calcule:
a) Calcule a velocidade de rotação mecânica do gerador.
b) Quanta corrente de campo é necessária para que o gerador opera com
480V a vazio?
c) Calcule a corrente de campo necessária para manter a tensão de
saída da máquina para a carga de 1200A com FP=0.8 atrasado.
d) Qual é a potência total fornecida pelo gerador com a carga em1200A e
FP 0.8 atrasado? Qual é o rendimento do gerador?
e) O que ocorre com a tensão de saída se a carga for desconectada do
gerador? Qual será seu valor?
f) Qual é o valor da corrente de campo, supondo que a carga agora seja
de 1200A com FP=0.8 atrasado?
g) Desenhe o diagrama fasorial em escala para a máquina operando
sobre esta última condição de carga. 52
Exercícios propostos
• Resolver exercícios de 4.1 a 4.6 do livro
Fundamentos de Máquinas Elétricas -
CHAPMAN, Stephen J

53
Operação em paralelo do gerador
síncrono
• Exemplo: Sistema elétrico brasileiro:
– Alimentam uma carga maior
– Aumento da confiabilidade dos sistema
– Auxilia na manutenção das máquinas
– A operação em paralelo permite uma melhor
eficiência
– Melhora o gerenciamento da energia do
ponto de vista do sistema elétrico interligado.

54
• Condições para ligação em paralelo

• 1 As tensões eficazes nos dois geradores devem ser iguais


• 2 Os dois geradores devem ter a mesma sequencia de fase
• 3 Os ângulos da fase de referencia devem ser iguais
• 4 A frequência do novo gerador que está entrando em
paralelo deve ser ligeiramente maior que a do gerador já
conectado
55
Sequência de fases diferentes

Sequência ABC Sequência ACB


Elevadas correntes surgem se forem
ligadas com sequencia de fase diferentes
56
Analogia com um sistema
mecânico

FAZER DESENHO NO QUADRO....

57
Procedimento genérico para ligação de
geradores em paralelo
• Método das três lâmpadas 1: Medir a tensão dos
terminais do gerador 2 e se
• incandescentes: certificar que as tensões
eficazes nas três fases é
mesma do sistema
Gerador/Carga já operando
2: Colocar três lâmpadas em
paralelo às chaves S1 abertas.
Se as lâmpadas brilharem
S1 sempre fracamente, a diferença de
aberta fase é a pequena, se brilharem
forte, a diferença de fase é
grande. Se brilharem e
apagarem e conjunto, teremos
a mesma sequencia de fase
3: Ajusta-se a frequência e
finalmente os geradores ficam
em fase se as lâmpadas
ficarem apagadas 58
Utilização de sincronoscópio

• Dispositivo que mede a diferença entre o


ângulo de fase “a” dois sistemas a serem
conectados
0 graus
Se o gerador que está entrando no
sistema estiver mais rápido, o ponteiro
irá girar no sentido horário. Estando
nesta posição, se tem a condição
desejadas para iniciar o sincronismo, ou
seja, a frequência pode ser ligeiramente
baixada até que o ponteiro indique 0
graus. Neste momento a chave S1 pode
ser fechada e o gerador pode assumir
carga.

Obs. O sincronoscópio não dá nenhuma


180 graus informação sobre a sequência de fases. 59
Características de Frequência x
Potência Ativa e Tensão x Potência
Reativa e um gerador síncrono

• Na máquina primária (turbina hidráulica), a


medida que carga é inserida, a velocidade
da mesma tende a baixar. A diminuição da
velocidade não é linear com o aumento da
carga e portanto, é necessário um
mecanismo de controle de velocidade
primário.
60
Controle primário de velocidade
• Exemplo para turbina Francis:

61
Controle primário de velocidade
• Exemplo turbina Pelton

62
• A regulação de velocidade é dada por:

Onde 𝑛𝑣𝑧 é a velocidade a vazio da máquina e 𝑛𝑝𝑐 é a


velocidade a plena carga da máquina primária.

• A regulação fica entre 2 e 4%

63
• Potência ativa em
função da frequência/
velocidade mecânica

• Potência ativa em
função da frequência

64
Exercício
A Figura mostra um gerador alimentando uma carga. Uma
segunda carga deve ser ligada em paralelo com a primeira. O
gerador tem uma frequência sem carga de 61,0 Hz e uma
inclinação sp de 1 MW/Hz. A carga 1 consome uma potência
ativa de 1000 kW, com FP 0,8 atrasado, ao passo que a carga 2
consome uma potência ativa de 800 kW, com FP 0,707 atrasado.
(a) Antes que a chave seja
fechada, qual é a frequência de
operação do sistema?
(b) Depois que a carga 2 é ligada,
qual é a frequência de operação
do sistema?
(c) Depois que a carga 2 é ligada,
que ação um operador poderá
realizar para que a frequência do
sistema retorne a 60 Hz?
65
Tensão x Potência Reativa
• De forma semelhante, quando uma carga
é conectada ao gerador, ocorre uma
variação da tensão terminal da MS.
• Com FP atrasado? Com FP=1? Com FP
adiantado?

66
Curva característica tensão x
potência reativa
• Intrinsicamente não é linear, porém um
controlador de tensão a torna linear.

67
• Importante:
– Para o gerador síncrono operando de forma
isolada com uma carga, a potência ativa
demandada pode ser ajustada aumentando-
se a velocidade mecânica do gerador e desta
forma ajustando-se a frequência de operação
– Da mesma forma, a potência reativa
demandada pode ser ajustada alterando-se o
valor da tensão terminal do gerador por meio
do aumento da corrente de campo.

68
Operação da Máquina Síncrona
operando de forma paralela ao SIN
(Sistema interligado nacional)
• O sistema é tão grande, que alterações de
velocidade mecânica em uma máquina, ou
em um pequeno conjunto delas, não irá
alterar em nada a frequência do sistema
• O sistema é tão grande, que alterações no
aumento ou diminuição da tensão terminal de
uma ou de um pequeno conjunto de MS não
irá alterar em nada as tensões do sistema
69
Comportamento da tensão e da
frequência em um barramento infinito e
Analogia mecânica para frequência

• Desenho no quadro para analogia


mecânica 70
• Barramento infinito:
– Um barramento infinito é tão grande que a
frequência elétrica das tensões geradas e as
tensões terminais das máquinas síncronas
não mudam por mais que o operador tente
aumentá-las !!!
– Mas as máquinas podem ser danificadas
devido às imprudências de operação?

Simbologia de
barramento infinito

Carga
G P + jQ
P + jQ
71
Frequência x Potência Ativa

Diagrama representativo de um gerador conectado à um


barramento infinito 72
Conexão com o barramento infinito
Analogia mecânica:
Desenhar no quadro.

Implicações?

• Frequência a vazio do gerador é inferior a


frequência do barramento infinito
73
Conexão com o barramento infinito
Analogia mecânica:
Desenhar no quadro.

Implicações

• Frequência a vazio do gerador é


ligeiramente superior a frequência do
barramento infinito 74
Conexão com o barramento infinito

𝑉𝜙 𝐸𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝛿
𝐸𝑎 = 𝐾𝜙𝜔 𝑃=
𝑋𝑆

• Gerador assumindo carga 75


Conexão com o barramento infinito
• Gerador assumindo carga
FP está adiantado, ou
seja, o gerador está
consumido reativos do
barramento infinito

𝑉𝜙 𝐸𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝛿
𝐸𝑎 = 𝐾𝜙𝜔 𝑃=
𝑋𝑆
Como está o FP do gerador acoplado ao sistema? 76
Conexão com o barramento infinito

• Como fazer para que o gerador “injete”


reativos no sistema?
• Vamos adotar as seguintes restrições:
– A potência fornecida pelo gerador está fixa
em um determinado ponto de operação, ou
seja, é constante e não muda.
– No barramento infinito ao qual está
conectado o gerador, a frequência é fixa.
– A tensão do terminal da MS também é fixa
por estar conectada ao barramento infinit
77
Conexão com o barramento infinito

𝐸𝑎 = 𝐾𝜙𝜔
FP está atrasado, ou
seja, o gerador está
injetando reativos do 𝑉𝜙 (𝐸𝐴 𝑐𝑜𝑠 𝛿 − 𝑉𝜙 )
barramento infinito 𝑄=
𝑋𝑆

Como está o FP do gerador acoplado ao sistema? 78


Gerador síncrono operando com
barramento infinito
• O aumento da potência ativa se dá por
meio do aumento do regulador de
velocidade da máquina primária (aumento
de água na turbina para um sistema
hidráulico)
• A potência reativa é alterada aumentado
ou diminuído a corrente de campo da
máquina síncrona

79
Operação da máquina síncrona em
paralelo com máquinas de mesmo porte
e isoladas do sistema

A condição é que a potência ativa e reativa fornecida pelos dois


geradores, deve ser igual a potência consumida pela carga.
80
Imagine que o gerador 2 foi inserido no sistema e
que a frequência é de 60Hz. Pelo diagrama
acima, observa-se que a potência fornecida por
G2 é pequena. Como podemos fazer com que a
potência PG2 fornecida à carga seja maior?
81
• Se aumentar o regulador de velocidade de
G2 temos:

Notem que a parcela de PG2 aumenta. Porém a


frequência do sistema aumenta !!!
82
• Se aumentar a corrente de campo de G2
temos:

Notem que a parcela de QG2 aumenta. Porém a


tensão terminal do sistema aumenta !!!
83
Exemplo
Dois geradores operam em paralelo. O Gerador 1 tem uma
frequência a vazio de 61,5 Hz e uma inclinação Sp de 1 MW/Hz. O
Gerador 2 tem uma frequência a vazio de 61,0 Hz e uma inclinação
Sp2 de 1 MW/Hz. Os dois geradores estão abastecendo uma carga
real totalizando 2,5 MW, com FP 0,8 atrasado. O diagrama resultante
de potência versus frequência do sistema está mostrado na Figura a
seguir.
(a) Em que frequência esse sistema opera e quanta potência é
fornecida por cada um dos dois geradores?
(b) Agora, suponha que uma carga adicional de 1 MW seja
adicionada a esse sistema de potência. Qual será a nova frequência
do sistema e quanta potência G1 e G2 fornecerão?
(c) Com o sistema na configuração descrita na parte b, quais serão a
frequência do sistema e as potências dos geradores se o ponto de
ajuste no regulador de G2 for incrementado em 0,5 Hz?
84
• Lembrando:

Queda de velocidade da máquina


primária – 2 a 2.5%

Frequência a vazio
Sp – Inclinação da curva em MW

Frequência a plena carga


ou frequência do sistema
85
Diagrama de potência x frequência

(a) Em que frequência esse sistema opera e quanta potência é fornecida por
cada um dos dois geradores?

Calcular fsis

86
(b) Agora, suponha que uma carga adicional de 1 MW seja adicionada a esse
sistema de potência. Qual será a nova frequência do sistema e quanta
potência G1 e G2 fornecerão?
(c) Com o sistema na configuração descrita na parte b, quais serão a
frequência do sistema e as potências dos geradores se o ponto de ajuste no
regulador de G2 for incrementado em 0,5 Hz?

Fazer a leitura das páginas 242 a 244 e fazer as


conclusões sobre o exercício e sobre a operação em
paralelo de geradores síncronos de mesmo porte
operando isolados do sistema interligado nacional.

87
Transitórios em Geradores
Síncronos
• Transitório para colocação em paralelo
com um barramento infinito:
– Inicialmente, como o gerador está a vazio, a
corrente de armadura é zero e portanto, a
tensão interna EA e a tensão terminal V são
iguais. O fluxo induzido pelo rotor é igual ao
fluxo líquido induzido na armadura.

88
– Porém, o rotor do gerador está girando mais rápido
que a velocidade do sistema, e quando o gerador é
de fato conectado (chave fechada), surge a corrente
na armadura. O fluxo líquido reage de tal forma a
criar um conjugado dado por:

Observe a posição da
corrente de armadura

– O conjugado oposto desacelera o rotor até que o


gerador fique com a mesma velocidade do sistema.
E se o gerador estivesse com velocidade menor que
a do sistema?
89
• Transitórios por variação de carga ou
torque
– Sempre que a carga no gerador é variada ou
ocorre a variação mecânica no torque da
máquina primária, ocorre variações
transitórias das correntes de armadura por
um tempo finito.

Variação do
torque da
máquina
primária

90
• O limite de estabilidade estática é o
limite de potência ativa máxima que o
gerador pode fornecer:

3𝑉𝜙 𝐸𝐴
3𝑉𝜙 𝐸𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝛿 𝜏𝑎𝑝 𝑚𝑎𝑥 =
𝑃= 𝜔𝑚 𝑋𝑆
𝑋𝑆

3𝑉𝜙 𝐸𝐴
𝑃𝑀𝐴𝑋 = 𝛿 = 900
𝑋𝑆
Limite de estabilidade estática do gerador

Na prática  fica entre 20 e 300

91
• Limite de Estabilidade Dinâmica
– Teoricamente, antes de se tornar instável, o gerador
deveria ser capaz de fornecer potência e conjugado
até atingir esses valores, porém isso não ocorre
devido a Estabilidade Dinâmica

Porque o torque e
as tensões
oscilam com a
variação brusca
da carga, por
exemplo?

Aumento brusco
de 50% no torque
mecânico

92
Conclusão sobre a variação do
torque/carga em MS
• As oscilações de pendem da forma como o conjugado é aplicado
na máquina síncrona;
• Se o torque for aumentado de forma gradual e com pequenos
“steps”, pode ser possível quase atingir o limite de estabilidade
estática.
• Se a carga for adicionada de forma brusca e o limite de
estabilidade estática for alcançado, então a máquina síncrona se
torna instável
• Para mudanças muito abruptas de conjugado ou carga, o limite de
estabilidade dinâmica pode ser inferior à metade do limite de
estabilidade estática;
• De qualquer forma, se durante um transitório de carga, o limite de
estabilidade estática for alcançado, a máquina perde estabilidade.
93
Faltas em geradores síncronos

• O que ocorre se um gerador síncrono


estiver operando em paralelo com o SIN e
repentinamente ocorre uma falta trifásica
nos terminais da armadura da máquina?

? 94
Falta trifásica no gerador síncrono
Barramento
Infinito

Icc

CC trifásico nos terminais da


• O que ocorre? máquina e sem o terra

• A corrente na armadura irá aumentar


muito.
• O que limitará a corrente de curto circuito?
A reatância síncrona. 95
Comportamento das correntes de falta

1- Antes da falta, existiam apenas


componentes CA de tensão e
corrente presentes no gerador

2 – No instante de tempo t=0s quando ocorre a falta, a corrente não pode variar
devido a reatância síncrona, desta forma surge uma corrente CC transitória
tentando evitar tal variação.
3 - Essa componente está somada à componente CA e no instante da falta, a
corrente de falta é exatamente igual a corrente nominal na qual o gerador
operava antes da falta.
4 – A componente CC é cerca de 1.5 a 1.6 vezes maior que a componente CA
após a falta. 96
5 – O que alimenta a corrente de falta?
Estágios da corrente de falta em
geradores síncronos
• Período subtransitório – de 1 a 2
ciclos após a falta. é chamada de
corrente subtransitória e é cerca de
10x maior que a corrente de regime
de falta. Surge devido aos
enrolamentos amortecedores
𝐸𝑎
𝐼 ′′ = ′′
𝑋
• Período transitório – ocorre devido
a corrente induzida no campo da
máquina que eleva a tensão Ea. É
cerca de 5x a corrente de regime de
falta.

𝐸𝑎
𝐼 = ′
𝑋
• Período de regime permanente da
falta 𝐸𝑎
𝐼𝐶𝐶 =
𝑋𝑠 97
Estágios da corrente de falta em
geradores síncronos

98
Exercício
1- Um gerador síncrono trifásico de 100 MVA, 13,5 kV, 60 Hz e
ligado em Y, está operando na tensão nominal e a vazio quando
uma falta trifásica acontece em seus terminais. Suas reatâncias
por unidade em relação à própria base da máquina são 𝑋𝑆 =
1,0𝑝𝑢, 𝑋 ′ = 0.25𝑝𝑢, 𝑋 ′′ = 0.12𝑝𝑢. Suas constantes de tempo são
𝑇 ′ = 1.10𝑠 e 𝑇′′ = 0.04s . A componente CC inicial dessa
máquina é em média 50% da componente CA inicial.

(a) Qual é a componente CA de corrente desse gerador no


instante imediatamente após a ocorrência da falta?
(b) Qual é a corrente total (CA mais CC) que circula no gerador
imediatamente após a ocorrência da falta?
(c) Qual será a componente CA de corrente após dois ciclos? E
após 5s?
99
Exercícios propostos
• Resolver exercícios de 4.7 a 4.12 e o 4.15
do livro Fundamentos de Máquinas
Elétricas - CHAPMAN, Stephen J.
• Resolver exercícios de 4.27 a 4.30 do livro
Fundamentos de Máquinas Elétricas -
CHAPMAN, Stephen J.

100
O papel dos amortecedores na
máquina síncrona
• A corrente subtransitória é proveniente do circuito
amortecedor da máquina síncrona
• No período transitório, a elevada corrente na
armadura induz o aumento da corrente de
campo, e que induz o aumento de Ea e da
corrente transitória por um período maior que a
corrente subtransitóra, pois a constante de tempo
do circuito de campo é muito maior que a
constante de tempo do circuito amortecedor.
• Mas o que é o circuito amortecedor?
101
Circuito amortecedor

102
Exemplo de circuito amortecedor para uma
máquina síncrona de 2 pólos salientes

O que faz o circuito


amortecedor durante
um transitório brusco
de carga/torque ou
uma falta trifásica?

103
Condições normais de operação

104
Funcionamento do circuito
amortecedor 1- No momento do transitório por
retirada de carga ou curto
circuito, o rotor tende a acelerar.
2 – O fluxo no estator Bs continua
a existir e a girar na velocidade
síncrona.
3 – Se o rotor aumentar ou
diminuir sua velocidade em
função do transitório, teremos
movimento relativo entre o fluxo
Bs e o rotor. Isso causa a variação
temporal de fluxo nos
enrolamentos amortecedores.
Uma fem induzida Ew e uma
corrente Iw circulam por este
enrolamento.
4 -A corrente Iw gera um torque
que irá estar no sentido contrário
ao movimento, segurando ou
acelerando o rotor. 105
Conclusões sobre o circuito
amortecedor
• Auxilia na partida do motor síncrono, pois
atua como um rotor de indução sobre o
circuito de campo da máquina.
• Aumenta a estabilidade dinâmica do
gerador síncrono uma vez que não
permite variações bruscas de torque
mecânico advindos da máquina primária
por conta de faltas ou retirada abruptas de
carga.
106
Especificações da Máquina Síncrona
• Frequência de operação
– Geralmente em 50 ou 60Hz
Fse – frequência
nominal do sistema
em Hz
Nm – Velocidade
mecânica em rpm

• Tensão terminal 𝑉𝜙 : Depende de 𝐸𝑎 e ...

𝐸𝑎 = 𝐾𝜙𝜔

– Logo, existe um limite para o fluxo.


– Limite de tensão máxima do isolamento 107
• Potência kVA e fator de potência
– Os limites de potência são determinados pelo
conjugado mecânico e pela corrente máxima
nos enrolamento armadura (aquecimento).
– Na prática, o eixo mecânico do rotor é
robusto o suficiente para operar com um
torque muito maior que o torque nominal,
além disso, a máquina primária nem sempre
é capaz de fornecer um torque mecânico
muito maior que o nominal projetado.
– Isso resulta que na prática, os limites de
potência da máquina, são determinados pelas
capacidades dos enrolamentos
(aquecimento). 108
• A potência máxima aparente da máquina
determina a corrente máxima da armadura

– O FP é irrelevante para o aquecimento do


enrolamento da armadura, pois:

– As perdas no campo são:


Isso limita 𝐸𝑎 pois 𝐸𝑎 = 𝐾𝜙𝜔 que
depende do fluxo e que depende da
corrente de campo 109
• Análise do fator de potência

É possível operar com a corrente


mais atrasada ainda que IA4? 110
• Os limites de operação em uma MS são
especificados em termos de potência na
chamada curva de capacidade (kW x
kVAr)

Convertendo
para VA
111
• Curva de capacidade

112
• Curva de capacidade com limite mecânico

113
Curva de capacidade de MS com polos salientes

114
Limites de temperatura

• A máquina pode operar em curtos


períodos de tempo com potência acima da
nominal, pois existe o Fator de Serviço Fs.
• Além disso, os enrolamentos possuem
diferentes classes de temperatura e
podem suportar corrente maiores por
determinados períodos de tempo

115
Ex. de curva de Suportabilidade
térmica

116
MÁQUINA SÍNCRONA

CHAPMAN, Stephen J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto


Alegre, RS: AMGH, 2013. xix, 684 p. ISBN 9788580552065.

117

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