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FEE-UFPA

Geradores Síncronos

Conversão de Energia II – Prof. João Paulo Vieira


Geradores Síncronos
 Geradores Síncronos são máquinas elétricas usadas para
converter potência mecânica em potência elétrica CA.
 Velocidade proporcional à frequência das correntes de armadura
(em regime permanente).
 Rotor gira em sincronismo com o campo girante do estator.
Principais Aplicações
Aspectos Construtivos

Rotor de Polos Lisos x Rotor de Polos Salientes

Alta velocidade Baixa Velocidade


2 ou 4 pólos Elevado número de pólos
Aspectos Construtivos

Tipos de Fontes CC:


1) Escovas e Anéis Coletores
2) Excitatrizes Brushless

Escovas e Anéis Coletores


Excitatriz Brushless montada
sobre o eixo do rotor
Aspectos Construtivos
Esquema de uma excitatriz brushless
Aspectos Construtivos
Esquema de uma excitação brushless com excitatriz piloto
Velocidade do Rotação

A frequência das correntes e tensões geradas está sincronizada com


a velocidade de rotação do rotor.

120  f
n
P

Onde:
n - representa a velocidade em rpm;
f - frequência em Hz;
P - número de pólos da máquina.
Tensão Interna

A tensão interna é diretamente proporcional ao fluxo e a velocidade


de rotação, mas o fluxo depende da corrente que flui pelo circuito de
campo do rotor.

Fluxo vs. Corrente de Campo Curva de Magnetização do


Gerador Síncrono
Circuito Equivalente

Porque a tensão terminal VΦ(de uma fase) do gerador não é


igual a sua tensão interna EA, e qual é a relação entre as duas
tensões?

Fatores que causam a diferença entre EA e VΦ:

 A distorção do campo magnético do entreferro causada pela corrente


do estator, chamada de reação de armadura

 A auto-indutância dos enrolamentos da armadura

 A resistência dos enrolamentos da armadura

 O efeito do rotor de polos salientes


Circuito Equivalente

Reação de Armadura
Circuito Equivalente
Efeito da reação de armadura

V  E A  jXI A  jX A I A  RA I A
 E A  jX s I A  RA I A

XS = X + XA

Onde:
Xs – Reatância Síncrona

Circuito Equivalente de um Gerador


Sincrono Trifásico
Circuito Equivalente

VT  3V I A  I L ( para conexão Y )

VT  V I L  3I A ( para conexão )
Circuito Equivalente

Circuito Equivalente Monofásico de


um Gerador Síncrono

V  E A  jXI A  jX A I A  RA I A
 E A  jX s I A  RA I A
Diagrama Fasorial

As tensões em um gerador síncrono são alternadas, ou seja, elas


podem ser expressas como fasores, como mostradas a seguir:

Diagrama Fasorial de um Gerador


Síncrono Operando com FP=1.0
Diagrama Fasorial

(a) Diagrama Fasorial de um Gerador Síncrono Operando com FP


Atrasado (b) Diagrama Fasorial de um Gerador Síncrono Operando
com FP Adiantado
Potência e Torque

Diagrama do fluxo de potência de um gerador sìncrono

A diferença entre a potência mecânica (entrada) e a potência elétrica


(saída) representa as perdas da máquina.
Potência e Torque

Se a resistência da armadura é desprezada (XS>>RA)

E sin  3V E A sin 


I A cos  A P
Xs Xs

Diagrama fasorial Simplificado com a


Resistência de Armadura Desprezada
Parâmetros do Modelo

Testes de Circuito Aberto e de Curto-Circuito

(a) Características de Circuito Aberto do Gerador Síncrono (b) Características de


Curto-Circuito do Gerador Síncrono
Parâmetros do Modelo

Porque a característica de curto-circuito é uma linha reta?

(a) Circuito Equivalente de um Gerador Síncrono durante o teste de Curto-Circuito


(b) Diagrama Fasorial Resultante (c) Campos Magnéticos durante o teste de
Curto-Circuito
Parâmetros do Modelo

Reatância Síncrona aproximada de um


Gerador Síncrono em função da Corrente
de Campo na Máquina
Operação Isolada

 O comportamento de um gerador síncrono que opera


isolado depende do fator de potência da carga
 O que acontece quando a carga suprida pelo gerador é
aumentada?

Um simples gerador alimentando uma carga


Operação Isolada

Efeito do aumento de carga do Gerador com o mesmo FP: (a) FP atrasado (b) FP
unitário e (c) FP adiantado
Operação Isolada

Conclusões gerais:

1. Se cargas com FP atrasado são adicionadas ao gerador, a


tensão terminal VΦ é significativamente reduzida

2. Se cargas com FP unitário são adicionadas ao gerador, a


tensão terminal VΦ é levemente reduzida

3. Se cargas com FP adiantado são adicionadas ao gerador, a


tensão terminal VΦ é aumentada
Operação Isolada

Regulação de tensão de um gerador é definido por:

RT = (Vvazio-Vplenacarga)/Vplenacarga

Ex:

RT = (13,8kV – 13,5kV)/13,5kV = 2,2 %


Operação em Paralelo

Porque os geradores síncronos operam em paralelo?

Inserção em Paralelo de um Gerador em um Sistema Elétrico


Operação em Paralelo

Condições Necessárias para a operação em paralelo:

1. As tensões de linha (rms) dos dois geradores devem ser


iguais;

2. Os dois geradores devem ter a mesma sequência de


fase;

3. Os ângulos das duas fases a devem ser iguais;

4. A frequência do gerador que vai entrar em operação


deve ser um pouco maior que a frequência do que já
está em operação;
Operação em Paralelo

Métodos utilizados

Sincronoscópio
Método das Três Lâmpadas
Operação em Paralelo

Características f x P de um gerador síncrono

SD 
 f sem _ c arg a  f plena _ c arg a 
100% P  s p  f sem _ c arg a  f sist 
f plena _ c arg a

Curva velocidade x potência de uma Curva frequência x potência de


fonte primária típica um gerador síncrono
Operação em Paralelo
Características V x Q de um gerador síncrono

Curva tensão terminal x potência


reativa de um gerador síncrono
Operação em Paralelo

Características f x P e V x Q de um gerador síncrono


 É importante destacar que quando um gerador síncrono
está operando isolado, as potência ativa (P) e reativa (Q)
supridas pelo gerador são demandadas pela carga
conectada ao gerador.

 Neste caso, P e Q supridas não podem ser ajustadas pelos


controles associados ao gerador.

 Portanto, para dada potência ativa, os set points do


regulador controlam a frequência de operação do gerador,
e para dada potência reativa, a corrente de campo controla
a tensão terminal do gerador.
Operação em Paralelo

Operação de geradores em paralelo com grandes sistemas

Curva frequência x potência ativa de um gerador


síncrono conectado a uma barra infinita
Operação em Paralelo

Operação de geradores em paralelo com grandes sistemas

Curva frequência x potência ativa no Curva frequência x potência ativa se a


momento após a paralelização fsem_carga do gerador for um pouco
menor que a frequência do sistema
antes da paralelização
Operação em Paralelo
Quando o gerador está conectado a barra infinita, o que acontece
quando seu set point do regulador é aumentado?

Efeito do aumento do set point do


regulador no diagrama fxP
Operação em Paralelo

Operação de geradores em paralelo com grandes sistemas

Efeito do aumento do set point do


regulador no diagrama fasorial do gerador

O que acontece no sistema se P do gerador aumenta até


exceder a potência consumida pela carga?
Operação em Paralelo

O gerador pode injetar ou absorver Q quando conectado a barra


infinita?

Efeito do aumento do set point do


regulador no diagrama fasorial do gerador
Operação em Paralelo

Operação de geradores em paralelo com grandes sistemas


 A frequência e a tensão terminal do gerador são
controladas pelo sistema ao qual está conectado.

 Os set points do regulador do gerador controlam a


potência ativa P suprida pelo gerador.

 A corrente de campo do gerador controla a potência


reativa Q suprida pelo gerador.
Operação em Paralelo

Operação de geradores em paralelo com outros geradores


de mesmo tamanho

Quando o gerador está conectado em paralelo com outro


gerador de mesmo tamanho, qual o efeito da variação do set
point do regulador e da corrente de campo do gerador?
Operação em Paralelo

Operação de geradores em paralelo com outros geradores


de mesmo tamanho

Efeito do aumento do set point do Efeito do aumento da corrente de


regulador do gerador 2 campo do gerador 2
Operação em Paralelo

Operação de geradores em paralelo com outros geradores


de mesmo tamanho

Ajuste do compartilhamento de Ajuste da frequência do sistema sem


potência ativa entre os geradores sem afetar o compartilhamento de potência
afetar a frequência do sistema ativa entre os geradores
Operação em Paralelo

Operação de geradores em paralelo com outros geradores


de mesmo tamanho

Ajuste do compartilhamento de Ajuste da tensão terminal sem afetar o


potência reativa entre os geradores compartilhamento de potência reativa
sem afetar a tensão terminal entre os geradores
Operação em Paralelo
Operação de geradores em paralelo com outros geradores
de mesmo tamanho
 A potência suprida pelos geradores deve ser igual a potência
consumida pela carga

 Para ajustar o compartilhamento de potência ativa entre os


geradores sem alterar a frequência, o set point do regulador de
um dos geradores deve ser aumentado enquanto que o set point
do outro deve ser reduzido, simultaneamente.

 Para ajustar a frequência do sistema sem modificar as potência


dos geradores, os set points dos reguladores de ambos geradores
devem ser aumentados ou reduzidos, simultaneamente.

 O mesmo vale para V x Q


Limites
Os enrolamentos de campo e de armadura devem ser
protegidos contra sobre aquecimento.

Efeito do ajuste do limite da corrente de campo do rotor com o FP nominal


Limites

Curva de Capacidade

Transformação de uma Curva de Capacidade de um Gerador Síncrono: (a)


Diagrama Fasorial do Gerador (b) Diagrama com as unidades de potência
Limites
Curva de Capacidade

Curva de Capacidade do Gerador


Curva de Capacidade do Gerador
mostrando o limite da fonte primária
Limites
Curva de Capacidade

Curva de Capacidade de um Gerador


Síncrono Real com Nominal de 470 kVA
Teoria de Máquinas Síncronas
de Pólos Salientes

 Estrutura usada em unidades hidráulicas (baixa


velocidade);

 Relutâncias diferentes devido a variações do


entreferro;

 É mais fácil estabelecer um campo magnético ao


longo do eixo de rotor do que em outras direções.

 O torque de relutância é proporcional a sen2δ


Saliência
Pólos do Rotor
Circuito Equivalente de um Gerador Síncrono
de Pólos Salientes
 Efeito da Reação de Armadura

(a) Um campo magnético do rotor induz uma tensão interna no estator


Circuito Equivalente de um Gerador Síncrono
de Pólos Salientes

(b) Se uma carga com FP atrasado é conectada ao gerador uma corrente do


estator fluirá atrasada em relação a EA (c) A corrente IA produz uma força
magnetomotriz no estator da máquina
Cont.

(d) A força magnetomotriz produz um campo magnético BS (e) Os fluxos do


estator ao longo dos eixos d e q produzem tensões de reação de armadura no
estator da máquina.
Circuito Equivalente de um Gerador Síncrono
de Pólos Salientes

V  EA  jxd I d  jxq I q

Sendo,

Reatância Síncrona ao longo do eixo d:

X d  xd  X A
Reatância Síncrona ao longo do eixo q:

X q  xq  X A

Tensões fasoriais do
gerador
Circuito Equivalente de um Gerador Síncrono
de Pólos Salientes
Expressão final: V  EA  jX d I d  jX q I q  RA I A

Diagrama Fasorial do Gerador Síncrono de Pólos Salientes

Nota: O diagrama exige que IA seja decomposta em componentes d


e q de EA. Contudo, o ângulo δ+θ não é usualmente conhecido
antes da construção do diagrama.
 O ângulo δ de EA pode ser encontrado usando
informações conhecidas nos terminais do gerador. Note
que E’A é dado por:
EA'  V  RA I A  jX q I A

 Após encontrar δ, a corrente IA pode ser decomposta em


Id e Iq, e a tensão EA pode ser determinada.

Construção do Diagrama Fasorial sem o conhecimento de δ


Potência e Torque de
Máquinas Síncronas de Pólos Salientes
Desprezando a resistência de armadura, qual é a potência de saída
do gerador síncrono de pólos salientes em função de δ ?
Potência e Torque de
Máquinas Síncronas de Pólos Salientes
Observando o diagrama
V sen  X q I q
E A  V cos   X d I d
Da mesma forma,
V sen
Iq 
Xq
E A  V cos 
Id 
Xd
Potência e Torque de
Máquinas Síncronas de Pólos Salientes
Substituindo as correntes na eq. da potência ativa, têm-se:

EAV 3 2 1 1 
P3 sen  V 

   sen2 
Xd 2  Xq Xd 
Pólos lisos
Saliência

O torque do gerador:
EAV 3  1 1 
T 3 sen  V     sen2 
2

m X d 2m 
 Xq Xd 
Potência e Torque de
Máquinas Síncronas de Pólos Salientes

Torque x Ângulo δ do Gerador Sincrono de Pólos Salientes

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